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GABRIELLA PACHECO – MED102 OBSTETRÍCIA MEDCEL 2024

DOENÇA TROFOBLÁSTICA GESTACIONAL


Conceito: É uma proliferação tumoral do trofoblasto, dividida em Mola hidatiforme completa e parcial, apresentam comportamento benigno.

Mola Hidatiforme Completa: Proliferação global do trofoblasto, edema de vilosidades, ausência de feto. Todo produto da concepção é um tumor. 2n (diploide)
de carga paterna, o oócito não tem carga genética. Risco de 20% de sequela trofoblástica.

Mola Hidatiforme Parcial: Proliferação focal do trofoblasto, embrião e saco gestacional podem estar presentes. Proliferação tumoral apenas em uma parte,
podendo ter um feto presente (geralmente malformado). 3n (triploide) um único óvulo é fecundado por dois espermatozoides (mais comum), cerca de 10% podem
ser tetraploides ao ser fecundado por três espermatozoides. Risco de 5% de sequela trofoblástica.
MOLA COMPLETA MOLA PARCIAL
Cariótipo 46XX 69XXY
Feto Ausente Presente
Hipertireoidismo Sim Não
Beta-HCG Muito alto Normal
USG Eco amorfo Eco disperso + feto

Fatores de risco:
• Idades precoce e tardia: Adolescentes e mulheres > 40 anos, mais prevalente de 40 a 50 anos.
• História prévia

Clínica: Sangramento vaginal de primeira metade, indolor, anemia, útero aumentado para a idade gestacional, ausência de BCF, náuseas e vômitos exacerbados,
hipertireoidismo por aumento da função tireoidiana, pré-eclâmpsia precoce, cistos tecaluteínicos.
Obs.: O tumor do trofoblasto produz HCG cada vez mais, conforme aumenta de tamanho, por isso, pacientes com mola possuem níveis de HCG bem maiores que pacientes em uma gestação normal.
Normalmente, na mola completa, os níveis de HCG chegam a 100.000 – 200.000, essa grande quantidade estimula o vômito, por isso a paciente vomita mais.

Ultrassonografia Transvaginal: Áreas anecoicas “flocos de neve” / “tempestade de neve” e cistos tecaluteínicos.

Tratamento: Esvaziamento uterino com vácuo-aspiração (AMIU ou elétrica).


Obs.: Não fazer curetagem, aumenta risco de sequela trofoblástica. Não se recomenda o uso de Misoprostol caso o útero esteja fechado na mola, dilatar com velas de Hegar.

Regressão:
• Útero: Regride de 2 a 3 semanas
• Cistos tecaluteínicos: Regride de 2 a 4 meses. Só retirar os ovários em caso de torção dos cistos, caso contrário a conduta é expectante.
Controle pós-mola: Beta-HCG quantitativo semanal ou quinzenal. Tende a negativar (abaixo de 10) em 8 a 10 semanas.
• Após 3 negativos: Dosar mensal por 6 meses.

• Indicar métodos anticoncepcionais: Pílula, implante ou injetáveis.


o Contraindicado: DIU de cobre ou hormonal.
o Orientar a paciente a não engravidar durante o período de seguimento, pois não saberemos se o aumento do beta-HCG é devido a gestação
ou a uma sequela trofoblástica.

Neoplasia trofoblástica:
• Aumento de 3 valores do beta-HCG, ou
• 4 valores estacionários do beta-HCG, ou
• Sangramento, ou
• Histopatologia de neoplasia trofoblástica gestacional, ou
• Evidência de doença metastática

NEOPLASIAS TROFOBLÁSTICAS
1. Mola invasora: Corioadenoma destruens, invasão miometrial. É a neoplasia trofoblástica mais comum.
• Clínica: Sangramento vaginal.
• Tratamento: Quimioterapia (Metotrexato).
o Histerectomia: Em pacientes resistentes à quimioterapia, se persiste sangramento vaginal com a quimioterapia, sem desejo de gestar.

2. Coriocarcinoma: Alto potencial metastático (miométrio, pulmão, fígado, sistema nervoso).


• Etiologia: Mola hidatiforme completa (50%), abortamento (25%), gestação normal (22%), gestação ectópica (3%).
• Tratamento: Quimioterapia.

3. Tumor do sítio placentário: É extremamente raro (< 1%), tumor trofoblástico de pior prognóstico e não é sensível a quimioterapia.
• Tratamento: Histerectomia.

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