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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ - CAMPUS

BELÉM
CURSO DE LICENCIATURA EM HISTÓRIA
FILOSOFIA DA HISTÓRIA
PROFº. RONALDO NASCIMENTO
30 MAR. 2023
ANDRÉ FREIRE NASCIMENTO
1ª ATIVIDADE AVALIATIVA
1-Escreva sobre a “insociável sociabilidade” humana como sendo a
essência da dinâmica da História, portanto, do próprio ser humano,
abordando a maneira como esse paradoxo antropológico demandou e
demanda da nossa racionalidade, ao longo do tempo, a criação de regras,
normas, leis que imponham limites a essa rivalidade, para que esta
permaneça produtiva nas relações entre indivíduos, sociedade e nações.
A "insociável sociabilidade" é um conceito criado por Immanuel Kant que descreve a
natureza paradoxal da natureza humana. Somos seres sociáveis, que buscamos a
interação e a cooperação com os outros, mas, ao mesmo tempo, somos indivíduos
egoístas, que desejam aprimorar nossos próprios interesses e desejos. Essa tensão
entre as nossas necessidades sociais e individuais é o que impulsiona a dinâmica da
História e da nossa própria existência. Ao longo do tempo, a nossa racionalidade criou
regras, normas e leis que impõem limites à nossa rivalidade e nos permitem viver em
sociedade de forma produtiva. As instituições sociais, como a família, a religião, a
política e a economia, surgem para regular as interações sociais e garantir a
sobrevivência e o bem-estar da comunidade. No entanto, essa tensão permanece
sempre presente, e é preciso constantemente equilibrar nossas necessidades
individuais com as necessidades sociais para alcançar uma convivência harmoniosa e
justa. A história da humanidade é a história dessa tensão constante, e a criação de
regras, normas e leis é uma das principais formas pelas quais buscamos lidar com esse
paradoxo antropológico e garantir a continuidade da vida em sociedade.
2-Por que o Estado é a conclusão da História para Hegel?
Segundo a filosofia de Hegel, o Estado é a conclusão da história porque representa o
ápice da evolução da sociedade humana. Em sua obra "Filosofia do Direito", Hegel
argumenta que a história é um processo dialético, ou seja, um movimento constante
de contradições e superações. Para Hegel, o Estado é o momento em que as
contradições sociais são superadas e a liberdade individual é reconciliada com o bem
comum. Ele via o Estado como uma instituição que representa a vontade racional da
sociedade como um todo, e que tem o poder de regular os conflitos sociais e garantir a
segurança e a justiça para todos os seus membros. Para Hegel, o Estado não é apenas
uma forma de governo ou uma entidade política, mas sim uma encarnação da razão
universal. Ele acreditava que o Estado é capaz de assegurar a realização do destino
humano e da liberdade individual, porque é o resultado do desenvolvimento histórico
da humanidade e, portanto, a manifestação mais completa e elevada da razão
humana. Assim, para Hegel, o Estado é a conclusão da história porque representa o
ponto final da evolução humana e o ápice da racionalidade e da liberdade. Ele
acreditava que o Estado é a forma mais perfeita de organização social e que, através
dele, a humanidade alcançaria sua realização plena e a verdadeira liberdade.
3-Por que as mudanças na história não podem ser estudadas da mesma
forma que nas ciências naturais?
As mudanças na história não podem ser estudadas da mesma forma que nas ciências
naturais porque a natureza dos objetos de estudo é completamente diferente. As
ciências naturais lidam com fenômenos objetivos e observáveis, que podem ser
medidos e testados empiricamente. Já a história lida com fenômenos subjetivos e
complexos, que são influenciados por uma variedade de fatores sociais, culturais,
políticos e econômicos. Ao contrário das ciências naturais, a história é uma disciplina
que lida com a interpretação de eventos passados, que muitas vezes são incompletos,
fragmentados e contraditórios. As fontes históricas são frequentemente limitadas, e
sua interpretação envolve julgamentos de valor, perspectivas culturais e políticas e
abordagens teóricas diversas. Além disso, a história não pode ser reduzida a leis
universais, como nas ciências naturais. Os eventos históricos são altamente
contingentes, ou seja, dependem de fatores específicos e únicos que não podem ser
generalizados. Cada época, cada sociedade e cada evento histórico são únicos, e
requerem uma abordagem específica e contextualizada. Por essas razões, a história
exige uma abordagem mais interpretativa e crítica, que leve em conta a complexidade
e a diversidade dos fenômenos humanos. Embora o método científico possa ser
aplicado na história em certos aspectos, ele não pode ser a única abordagem, e é
preciso levar em conta as especificidades da disciplina.
4-Qual o protagonismo do Indivíduo na Filosofia da História de Kant e
Hegel? (Ao final, tome posição argumentando a favor ou contra).
Na filosofia da história de Kant e Hegel, o indivíduo não é visto como um agente
autônomo e livre, mas sim como um mero instrumento da História. Para esses
filósofos, a história é movida por forças maiores, como a Razão ou o Espírito, que
determinam os rumos da humanidade. O papel do indivíduo é, portanto, secundário e
subordinado ao curso dos eventos históricos. Embora seja importante reconhecer o
papel das forças sociais, culturais e políticas na dinâmica da História, é necessário
destacar a importância do protagonismo individual na construção da sociedade. Os
indivíduos não são apenas instrumentos passivos da história, mas também são capazes
de agir e influenciar o curso dos eventos. As ideias, as ações e as escolhas individuais
têm o poder de mudar o mundo, e a história é construída a partir dessas pequenas
contribuições individuais. Nesse sentido, a abordagem de Kant e Hegel parece
negligenciar a importância do livre-arbítrio, da autonomia e da criatividade humana na
construção da sociedade. É importante reconhecer que as forças maiores que moldam
a história não são determinísticas, e que o indivíduo tem o poder de resistir e de
transformar as estruturas sociais existentes. Portanto, é necessário valorizar o
protagonismo individual na história, e reconhecer que as escolhas e ações individuais
têm um papel fundamental na construção da sociedade.
BIBLIOGRAFIA:
-Ideia de uma História Universal de um Ponto de Vista Cosmopolita, Emmanuel Kant
-História Filosófica, O Espirito Cósmico e a História, Hegel

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