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1.

ATRIBUTOS DESEJÁVEIS PARA UM COORDENADOR DE GRUPO

Quando falamos dos atributos desejáveis a um coordenador de grupo abordamos a


questão mais ampla, não só a questão formais como os grupos operativos. Trata-se aqui
das características do individuo como pessoa real, porém cada grupo exige de seu
coordenador atributos específicos, como já citavam Robbins ao aportar as questões de
liderança, porem a essência das questões internas são padrões. Apesar de didaticamente
costumar separar os atributos apontando-os como necessários, eles são complementares
e estão interligados.

Os atributos desejáveis e para certa situações imprescindíveis seria primeiramente


gostar e acreditar em grupos, isso porque o grupo consegue perceber facilmente, tanto
em questão das relações transferenciais, o que é passado pelo coordenador, logo o fato
de o coordenador gostar de estar com o grupo e trabalhar com ele previne de ansiedades,
descrenças etc.

O amor de verdades é imprescindível para qualquer tipo de grupo, pois é através da


verdade que será possível estabelecer uma relação de confiança com o grupo, não se
refere a procura de verdades absolutas e definidas, mas o coordenador ser sincero com o
grupo, isso está relacionado com a questão de gostar do grupo, pois a condição de ser
verdadeiro só acontecera se este gostar de trabalhar com o grupo. Caso o coordenador
não seja verdadeiro ele terá dificuldades de discernir verdades e mentiras dentro do
grupo, e terá prejuízo na função de modelo de identificação.

A questão da coerência é seguir de acordo com sua posição assumida, ou seja caso
esse assuma uma posição de ser verdadeiro com o grupo, agir de tal maneira. Quando
temos ações incoerentes essa pode levar um estado confusional do grupo, como por
exemplo, caso diante de uma mesma situação em um momento o individuo seja
elogiado e no outro repreendido.

O senso de ética é elementar para qualquer profissional, nesse caso aborda que o
coordenador não tem o direito de invadir o espaço mental dos outros, ou seja, impor aos
outros sua visão de mundo e expectativas. O que é função do coordenador deve
expandir o espaço interno e externo dos indivíduos, dando a eles liberdade para se
expressarem, respeitando o espaço dos outros, além de guardar em sigilo questões
expostas pelo grupo.

A paciência no caso do coordenador do grupo é sua atitude ativa, de esperar que


alguém do grupo reduza suas ansiedades, ou consiga estabelecer uma relação de
confiança, não forçar algo a pessoa, mas ter paciência para que esta sinta-se confortável
com o grupo. A paciência está ligada a questão de continente, que se assemelha a
capacidade de uma mãe de acolher e conter as necessidades de angustia do seu filho,
uma atitude simultânea de compreensão de desintoxicação do sentimento que o
atormenta. Atribui-se uma representação, um sentido a angustia, e devolve-a ao paciente
conforme ele esta adequado a receber. Essa capacidade permite que o coordenador
possa conter as fortes emoções que ocorrem no contexto do grupo, ou suas próprias
angustias, quando se tem duvidas sobre o que é passado na dinâmica do grupo.

O coordenador de grupo necessita conter as próprias angustias, o que está


relacionada à função de capacidade negativa, ou seja o coordenador não deve ficar
envergonhado ou sentir-se culpado no surgimento de sentimentos menos nobres, como
ódio, impotência por pessoas do grupo, desde que ele reconheça tais sentimentos e
possa administrar, o que se assemelha de como a questão de contratransferência no
ambiente psicotepeuta, desde que esses sejam reconhecidos pelo terapeuta e
trabalhados, não causará um impacto negativo na terapita.

A função de ego auxiliar ou função alfa consiste em quando uma pessoa exerce as
capacidades de ego que não estão bem desenvolvidas no individuo, ou seja o
coordenador emprestara suas funções de ego para os indivíduos que num tiveram as
suas ainda bem definidas, auxiliando-os nas funções de pensar, discriminar e comunicar.

A função de pensar consiste em a pessoa conseguir pensar as ideias, sentimentos e


as posições verbalizadas, ou seja, o individuo deve ser capaz de pensar suas
experiências emocionais. Pensa os pensamentos consiste em escutar os outros e assumir
a responsabilidade pelos sentimentos que acompanha a ideia, ter confrontos e
correlações, ter liberdade no pensamento. Existem pessoas que são influenciadas pelos
pensamentos de figuras de autoridade para elas, e pensam com o pensamento de outros,
ou pessoas que pensam para os outros, ou contra os outros. Dentro da função de pensar
tem-se a discriminação, que estabelece diferenciação do que é do outro e o que é do
próprio sujeito, diferencia a realidade da fantasia, passado e presente. Tal condição de
diferenciação é importante ao coordenador de grupo para que possa identificar as
diversas relações de identificações projetivas as quais fica exposto.

A comunicação é um atributo importante por questão de é por meio desta que o


coordenador irá passar o conteúdo de suas interpretações, leva-se então em consideração
o estilo que esse coordenador utiliza para transmiti-la, de forma que esteja sintonizado
no mesmo canal de comunicação dos integrantes do grupo, tanto a linguagem verbal e
não verbal.

A questão do autoconhecimento, saber seus traços caracterológicos, o individuo


conhecer bem suas crenças e valores, para que assim se autoconhecendo suas
características narcísicas não interfiram no andamento do grupo, tentando manejar as
situações, pois caso ele deixe seus traços caracterológicos interferirem no grupo, esse
comprometerá o desenvolvimento do mesmo.

Qualquer grupo, mesmo que não tenham função terapêutica propriamente dita
acabam exercendo função psicoterápica por conta da ação do coordenador de grupo,
isso porque o coordenador exerce uma forma de modelo, com suas atitudes diante das
situações, seu modo de pensar e exemplificar os problemas, o que leva aos indivíduos
membros do grupo introjetarem a figura do coordenador, e identificarem com muitas
características dele.

Énecessario que para que ocorra uma discriminação dos atributos que o coordenador
tenha empatia, capacidade de o individuo coloca-se no lugar do outro e compreender
aquele sofrimento, pois só diante da empatia que esse poderá ter todos os atributos aqui
já citados anteriormente. Por meio da empatia será interpretado de maneira útil os
sentimentos contratransferenciais.

O coordenador ainda deveria ser capaz de realizar uma síntese, ou seja, o


coordenador deve ser capaz de encontrar um ponto em comum dentro dos discursos,
unificando e centralizando aquilo para a função que esse grupo tenha. É a capacidade
sintética do ego que permite simbolizar significações opestas e aparentemente
contraditórias. Quanto a função de integração é o coordenador ser capaz unir os
aspectos particulares de cada um ou todos que foram projetados em outras pessoas ou
que são confusos para o grupo ou membros do grupo, principalmente a integração dos
opostos.
Para que o coordenador possa exercer tais funções esse deve ter sua atividade
mental dirigida para o crescimento psíquico dos indivíduos e do grupo, de modo que
esses possam aprender com as experienciais emocionais que acontecem nas inter-
relações do grupo. O coordenador deve valorizar a liberdade e a importância de estar
junto com os outros.

Logo o grupo e o crescimento mental não ocorre quando podemos viver sozinhos e ser
totalmente auto-suficientes, o grupo visa mostrar que nada há de errado mostrar suas
angustias e sentimentos e pode solicitar a ajuda de outras pessoas.

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