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Farmacos Ansioliticos, Hipnoticos, E, Anticonvulsivantes
Farmacos Ansioliticos, Hipnoticos, E, Anticonvulsivantes
Disciplina: FARMACOLOGIA
Prof. Edilberto Antonio Souza de Oliveira – www.easo.com.br Ano: 2008
APOSTILA Nº 12
BENZODIAZEPÍNICOS
Embora todos os fármacos benzodiazepínicos apresentem efeitos sedativos ou calmantes,
ainda não existindo fármaco ansiolítico não sedativo, nem todos estes fármacos são úteis
como agentes hipnóticos. Os benzodiazepínicos possuem a estrutura química básica em um
anel incomum de sete átomos unido a um anel aromático, com quatro grupos principais
substituídos que podem modificados sem a perda da atividade, são lipossolúveis, sendo rápida
e completamente absorvidos após a administração oral.
Ainda não se encontra bem esclarecido o mecanismo de ação dos benzodiazepínicos, mas,
acredita-se que intensifiquem ou facilitem a ação neurotransmissora nos receptores do ácido
gama-aminobutírico (GABA), que consiste no principal transmissor inibitório no cérebro,
possuindo uma distribuição bastante uniforme em todo o cérebro, e, ocorre em quantidade
muito pequena nos tecidos periféricos. Os benzodiapenínicos, portanto, potencializa o efeito
inibitório do GABA, tanto pré como pós-sináptica em todas as regiões do SNC.
O GABA é formado a partir do glutamato pela ação da GAD (ácido glutâmico
descarboxilase) que é uma enzima encontrada somente em neurônios que sintetizam GABA
no cérebro. Possivelmente, cerca de 30% de todas as sinapses no SNC tem como transmissor
o GABA.
Os efeitos mais importantes dos benzodiazepínicos ocorrem sobre o sistema nervoso central,
e, consistem em: diminuição da ansiedade e da agressão – sedação e indução do sono –
diminuição da coordenação e do tônus muscular – efeito anticonvulsivante.
Estes fármacos não possuem efeitos antidepressivos nem atividade antipsicótica, e,
constituem os sedativos-hipnóticos de escolha devido à eficácia e segurança.
Os principais benzodiazepínicos podem ser classificados em dois grupos, um grupo com ação
predominante ansiolítica, e, outro com ação predominante hipnótica.
Ciclopirrolonas.
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Os fármacos ansiolíticos hipnóticos correspondentes ao grupo das ciclopirrolonas, modulam
os efeitos do GABA, sendo utilizados como alternativa aos pacientes que não toleram os
efeitos residuais dos hipnóticos de duração mais longa. No Brasil, até o momento, é
comercializado apenas a zopiclona (Imovane) (Neurolil), usado por via oral no tratamento da
insônia. Tem sido recomendado que o uso não deve ultrapassar a 28 dias devido a
possibilidade de vários efeitos adversos como: Hipotonia muscular, irritabilidade,
agressividade, alterações do comportamento, alucinações auditivas e visuais.
Os fármacos do grupo dos valepotriatos, correspondem aos princípios ativos isolados da raiz
da planta Valeriana wallichii, sendo utilizada a associação destes princípios (diidrovaltrato
+ valtrato + acevaltrato). Também é comercializado com o nome Valmane, utilizando o
extrato seco de Valeriana officinalis (Valeriane),ambos usados por via oral.
Estes fármacos tem apenas efeito sedativo podendo ser utilizado no tratamento da insônia e
distúrbios do sono, e, acredita-se que tenha efeito estabilizante sobre os centros vegetativos e
emocionais. Os principais efeitos adversos incluem a dispepsia, azia, reações alérgicas e
diarréia. Em alguns pacientes também pode provocar taquicardia e insônia.
Sedativos
Os sedativos, principalmente os benzodiazepínicos, foram estudados acima.
A insônia é apenas um sintoma de doença e deve ser pesquisada a causa, e, os sedativos
devem prescritos por período curto, entretanto, muitos pacientes e/ou profissionais de saúde
que abusam do uso e desta prescrição, levando a tolerância e a dependência física, além do
aumento da depressão (efeito rebote), e, o risco de perda da consciência e da vida do usuário,
principalmente quando usados em festas por grupo de dependentes, pois, isoladamente e/ou
quando associados ao álcool (etanol) podem causar a depressão respiratória e morte.
O etanol embora tenha efeitos ansiolíticos e sedativos, o potencial tóxico é superior aos
benefícios não sendo recomendado como medicamento, e, como constitui um tóxico legal, ou
seja, é comercializado livremente (e, infelizmente ainda com propaganda pela mídia),
entretanto, o abuso tem provocado acidentes automobilísticos, muitas vezes fatais, além do
alcoolismo crônico.
Com a oxidação completa do etanol, cada grama de etanol produz 7,1 kcal.
Conseqüentemente, cerca de 50% das calorias obtidas pelos alcoólatras são originados do
etanol (devido a oxidação), e alguns destes pacientes desenvolvem graves deficiências
nutricionais, principalmente de proteínas, vitamina B1, folato, piridoxina, potássio, magnésio,
cálcio, zinco e fósforo.
O alcoolismo crônico é conceituado como a dependência do etanol, consistindo em uma
doença crônica, em que o alcoólatra deseja e consome etanol sem saciedade, tornando-se cada
vez mais tolerante, e, quando a ingestão é interrompida, ocorrem sinais e sintomas de
abstinência.
O alcoolismo pode também desenvolver como uma complicação secundária da depressão,
entretanto, 80% dos alcoólatras não tem evidência prévia de distúrbios psiquiátricos
significativos (alcoolismo primário).
Cerca de um terço dos alcoólatras iniciam ou aumentam o uso e conseqüente abuso de bebidas
alcoólicas após os 50 anos (grupo de início tardio), devido também a alguns fatores como:
Morte de amigos e/ou cônjuge, aposentadoria, tempo de lazer aumentado, mudança de estado
financeiro, principalmente no sexo masculino, mas tem aumentado a incidência de alcoolismo
crônico também em mulheres. As pessoas idosas são mais propensas a sofrer mais os efeitos
da intoxicação aguda, como perturbação do equilíbrio, alterações da capacidade motora e
disfunção cognitiva (alteração da capacidade de aquisição, processamento e recuperação de
informação, além de algumas funções lingüísticas).
O alcoolismo é quatro vezes mais comum em famílias com uma história de problemas com
esta patologia, mesmo se a criança for adotada. E, cerca 50% dos alcoólatras apresentam uma
história familiar. A maioria dos viciados não apresenta episódios de perda momentânea da
consciência e continua a trabalhar.
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Em gestantes, o etanol pode provocar a Síndrome alcoólica fetal, que consiste em
anormalidades faciais, defeitos do septo cardíaco, pequenas anormalidades articulares e dos
membros, retardo do desenvolvimento e deficiência mental
Não existe virtualmente barreira hematoencefálica para o etanol; acredita-se que a entrada do
etanol no cérebro é limitada pelo fluxo sanguíneo cerebral e pela perfusão capilar.
Tem sido constatado que o cérebro do adolescente é mais vulnerável ao álcool do que o dos
adultos, e, o etanol prejudica a atividade dos receptores do cérebro responsáveis pela memória
e aprendizado, fato relacionado com a diminuição de lipídios nas células nervosas cerebrais
que, inicialmente é reversível, tornando-se posteriormente irreversível.
Pode ocorrer a paralisia muscular periódica e arreflexia devido a hipotassemia, enquanto as
deficiências de magnésio podem causar sintomas neurológicos.
A deficiência de tiamina pode levar a perda da memória para fatos recentes (de fixação) sendo
incapazes de memorizar novos conhecimentos, conhecida como a Síndrome de Korsakoff. E,
também devido a deficiência de tiamina pode ocorrer também a Síndrome de Wernicke, que
consiste em sintomas neurológicos, principalmente a paralisia do sexto par craniano e ataxia.
Nos pacientes dependentes do etanol, e, com deficiência de tiamina que recebem soluções
com elevado teor de glicose (sem administrar tiamina) pode desencadear uma Síndrome
aguda que alguns autores denominam com o nome de Síndrome de Wernicke-Korsakoff
dividindo em dois processos:
1) Encefalopatia de Wernicke correspondendo a associação de confusão mental com
nistagmo, oftalmoplegia, e, a ataxia;
2) Síndrome de Korsakoff caracterizada principalmente por confusão mental e confabulação.
Portanto, deve-se ter como regra a administração de tiamina (100 mg/dia) antes das soluções
de glicose (ou dextrose IV) ou associada à solução em todos os pacientes com risco de
abstinência do álcool etílico.
A hipocalcemia pode provocar tetania e fraqueza, e, a deficiência de fosfato pode contribuir
para a disfunção cerebral, fraqueza dos músculos principalmente respiratórios, disfunção
leucocitária e plaquetária
As demais patologias relacionadas ao alcoolismo são: Gastrite, hipertensão arterial, gota,
hepatite, cirrose, distúrbios neurológicos, e, câncer esofágico, laríngeo, e, hepático. Tem sido
verificado o aumento de câncer de mama em mulheres que ingerem mais do que dois drinques
por dia.
Os sintomas variam diretamente com a velocidade de ingestão.
A intoxicação alcoólica aguda grave pode ser fatal, devendo ser considerada emergência
médica.
Em não-alcoólatras, o coma alcoólico pode desenvolver-se com 400 mg/dl, e, a morte com
500 mg/dl, geralmente, por depressão respiratória e hipotensão. Acredita-se que o etanol
isolado ou em combinação com outros agentes é a principal causa de mortes por overdoses
tóxicas do que qualquer outra droga.
O delirium tremens consiste na manifestação mais alarmante da síndrome de abstinência do
etanol, que geralmente surge após dois a quatro dias de abstinência, caracterizada por um
despertar agitado, desorientação e confusão global, insônia, delírios e alucinações,
freqüentemente, ameaçadoras. Os sintomas iniciais de delirium tremens consistem em
hipertensão arterial leve (>140/90 mmHg) associada a taquicardia (>100 batimentos por
minuto), irritabilidade progressiva, tremor leve, e, febre baixa (podendo ser >38º C).
Enquanto nos casos acentuados são percebidos sinais e sintomas como a confusão profunda,
alucinações visuais, táteis ou auditivas, e, sinais graves de hiperatividade do sistema nervoso
autônomo incluindo a sudorese e pupilas dilatadas além da febre, e, taquicardia. As
convulsões associadas à abstinência do etanol geralmente ocorrem antes de iniciar o delirium
tremens, e, durante as 48 horas iniciais.
A alucinose alcoólica é relacionada com a abstinência do etanol, e, geralmente, dura semanas
ou meses. Na forma grave do delirium tremens, pode ocorrer a psicose alcoólica que,
diferentemente da esquizofrenia, pode ocorrer a recuperação completa em até seis semanas.
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Em pacientes acometidos pelo delirium tremens tem sido causas mais freqüentes de óbito a
pneumonia, e, a arritmia cardíaca.
A principal causa de óbito entre alcoólicos constitui as doenças cardiovasculares, e a segunda
causa é o câncer, sendo esta patologia dez vezes mais freqüentes do que na população em
geral, nas seguintes regiões: Cabeça, pescoço, esôfago, estômago (cárdia), fígado, pâncreas e
mamas.
Os benzodiazepínicos são usados para aliviar a síndrome de abstinência aguda, podendo
também ser utilizada a clonidina, o propranolol, e, a carbamazepina (Tegretol) utilizando-
se em curto prazo. O dissulfiram (Antabuse) (Antietanol) podem ser utilizados com o devido
acompanhamento médico, para tornar o consumo de álcool desagradável, entretanto, o
tratamento melhor sucedido, geralmente, exige a participação ativa de membros da família,
amigos e colegas, com melhor prognóstico para os alcoólatras que ingressam no programa de
tratamento antes do início dos distúrbios.
A comunidade também tem papel importante na prevenção do alcoolismo, os programas para
idosos, igrejas ou escolas comunitárias podem promover atividades educativas e proporcionar
apoio social principalmente para idosos.
Estimulantes
A maioria dos estimulantes do SNC tem poucas indicações terapêuticas, enquanto muitos
destes estimulantes são utilizados como tóxicos. De acordo com a ação existem dois grupos
de estimulantes do SNC: Estimulantes psicomotores, e, estimulantes psicomiméticos ou
alucinógenos.
Estimulantes psicomotores que aumentam a atividade motora, diminuem a sensação de fadiga,
causam excitação e euforia: Anfetaminas, cocaína, nicotina, cafeína, teobromina, teofilina.
Estimulantes psicomiméticos ou alucinógenos que provocam profundas alterações no
pensamento e comportamento: Dietilamida do ácido lisérgico (LSD), fenciclidina,
tetraidrocanabinol (THC).
Estimulantes psicomotores
Anfetaminas
As anfetaminas correspondem a um grupo de fármacos derivados da B-fenetilamina que
apresentam potente ação simpaticomimética indireta liberando as catecolaminas no SNC
(principalmente a dopamina) e inibindo a captação destes neurotransmissores provocando a
elevação das pressões sangüíneas sistólica e diastólica, insônia, irritabilidade, tremores,
confusão, dependência e outros efeitos adversos graves estudados a seguir. As anfetaminas
são indicadas apenas no tratamento da obesidade grave, da Síndrome da deficiência de
atenção (caracterizada pela incapacidade da concentração em crianças) e, no tratamento da
narcolepsia (síndrome caracterizada por excessiva sonolência diurna).
Os derivados da anfetamina usados como inibidores do apetite (que devem utilizados
unicamente em caso de obesidade grave sob rigorosa orientação médica) são:
Dextroanfetamina, metanfetamina, fenmetrazina, dietilpropiona, anfepramona, femproporex.
No tratamento da narcolepsia e da Síndrome da deficiência de atenção tem sido utilizado o
metilfenidato (Ritalina) também sob cuidadosa orientação médica, não devendo ser utilizada
por crianças com idade inferior a cinco anos.
Embora o mazindol seja um anorexígeno (fármaco que reduz o apetite) não derivado da
anfetamina, somente utilizado em caso de obesidade grave pois também tem ações no SNC
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semelhantes à anfetamina inibindo a recaptura de catecolaminas estudos tem revelado que
provoca palpitações, vertigem e fraqueza, não sendo descartada a possibilidade de provocar
dependência.
A anfetamina é chamada de rebite principalmente entre os motoristas que querem ou são
obrigados a dirigir durante várias horas seguidas sem descanso. Também é conhecida como
“bolinha” por estudantes que passam noites inteiras estudando, ou por pessoas que costumam
fazer regimes de emagrecimento sem o acompanhamento médico.
As conseqüências do uso deste grupo de drogas surgem horas mais tarde quando a droga já foi
eliminada do organismo; se nova dose é administrada as energias voltam embora com menor
intensidade. As anfetaminas fazem com que um organismo reaja acima de suas capacidades
exercendo esforços excessivos.
O usuário ao parar de tomar sente uma grande falta de energia (astenia) ficando bastante
deprimido, o que também é prejudicial, pois não consegue nem realizar as tarefas que
normalmente fazia antes do uso dessas drogas. Quando utilizada para inibição do apetite,
posteriormente, o efeito rebote causa maior apetite do que antes de usar a droga, além de
provocar taquicardia e um aumento da pressão arterial e as respectivas complicações.
Possui também efeito de dilatação da pupila (midríase), prejudicando a visão para os
motoristas, pois à noite ficam mais ofuscados pelos faróis dos carros em direção contrária, o
que tem provocado acidentes automobilísticos (muitos acidentes com caminhões acontecem
também no início da manhã possivelmente pelo efeito rebote quando diminui a ação da
anfetamina surgindo o sono subitamente).
Além dos efeitos adversos citados surgem também a irritabilidade e agressividade, levando ao
delírio persecutório, pois, acha que estão tramando algo contra o usuário, e, dependendo do
excesso da dose e da sensibilidade da pessoa pode aparecer um verdadeiro estado de paranóia
e até alucinações. É a psicose anfetamínica. Em casos graves ocorre aumento da temperatura,
e, tem sido verificada a degeneração de neurônios no cérebro de forma irreversível.
Cocaína
A cocaína é pouco utilizada como fármaco-medicamento sendo atualmente raramente usada
como anestésico local em cirurgias oculares, nasais e da garganta porque pode provocar
arritmias cardíacas devido à interação com os canais de potássio (embora a ação anestésica
seja devido ao bloqueio dos canais de sódio) além de provocar hipertensão arterial, excitação,
convulsões e dependência.
Derivada da Erythroxylon coca, o cloridrato de cocaína tem sido utilizado juntamente com o
bicarbonato de sódio devido ao baixo preço deste, formando o crack, entretanto, a
dependência tem sido produzida com maior rapidez.
A euforia provocada pela cocaína, e, que dura apenas alguns minutos, é um dos motivos que
incentivam os usuários que, muitas vezes, não sabem dos efeitos posteriores que levam a
depressão e ao anseio por mais cocaína, levando-os a administrar a droga durante vários dias
sem se alimentar, devido a perda de controle do indivíduo, descaso por todas as atividades
construtivas, comportamento paranóide com alucinações, e, em muitos a ocorrência de
distúrbios esquizofrênicos, sendo que na intoxicação aguda, pode ocorrer acidente vascular
cerebral, coma, vasculite intracraniana, infarto do miocárdio e morte súbita.
A ulceração ou perfuração do septo nasal tem incidência elevada em usuários que utilizam a
cocaína intranasal, e, assim como a contaminação por HIV é freqüente em usuários da droga,
associada ou não a heroína, por via parenteral.
A dependência à cocaína entre as gestantes aumentou atualmente, causando complicações nas
crianças como: Retardo do crescimento intrauterino, microcefalia, hemorragia intracraniana,
anomalias do trato gastrintestinal e renal, retardo do desenvolvimento juntamente com
convulsões.
Nicotina
O tabaco é uma planta cujo nome científico é Nicotiana tabacum, da qual é extraída uma
substância chamada nicotina. Acredita-se que o seu uso surgiu aproximadamente no ano
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1.000 a C., nas sociedades indígenas da América Central, em rituais mágicos-religiosos com
objetivo de purificar, contemplar, proteger e fortalecer os ímpetos guerreiros, além de
acreditar que a mesma tinha o poder de predizer o futuro.
Seu uso espalhou-se por todo mundo a partir de meados do século XX, com ajuda de técnicas
avançadas de publicidade e marketing, que se desenvolveram nesta época.
Os principais efeitos da nicotina no Sistema Nervoso Central são: Elevação leve no humor
(estimulação) e diminuição do apetite. A nicotina é considerada um estimulante leve,
provocando aumento temporário da pressão arterial, aumento da freqüência cardíaca (devido a
estimulação ganglionar) e respiratória. Essa substância, quando usada ao longo do tempo,
provoca o desenvolvimento de tolerância e dependência física, constituindo um tóxico legal
(pois, é permitida a comercialização).
Alguns fumantes, quando suspendem repentinamente o consumo de cigarros, podem sentir
desejo incontrolável por cigarro, irritabilidade, agitação, prisão de ventre, dificuldade de
concentração, sudorese, tontura, insônia e dor de cabeça. Esses sintomas caracterizam a
síndrome de abstinência, desaparecendo dentro de uma ou duas semanas, entretanto, em
alguns usuários pode levar maior período de tempo para o desaparecimento desses sintomas.
O uso intenso e constante de cigarros aumenta a probabilidade da ocorrência de algumas
doenças como por exemplo a pneumonia, câncer (pulmão, laringe, faringe, esôfago, boca,
estômago, cérvix, entre outros); aterosclerose, principalmente nas artérias coronárias e dos
membros inferiores; angina pectoris; infarto de miocárdio; bronquite crônica; enfisema
pulmonar; derrame cerebral; úlcera digestiva. Cerca de 90% dos casos de câncer de pulmão
estão relacionados ao tabagismo.
Na gestação é perigoso o uso da nicotina também para o feto, pois, provoca aumento do
batimento cardíaco, redução do peso do recém-nascido, menor estatura (retarda o
desenvolvimento fetal e na infância), além de alterações neurológicas importantes. O risco de
abortamento espontâneo, entre outras complicações durante a gravidez é maior nas gestantes
que fumam. Durante a amamentação, as substâncias tóxicas do cigarro são transmitidas para o
bebê também através do leite materno.
Os filhos de pais fumantes apresentam uma incidência cerca de três vezes maior de
infecções respiratórias (bronquite, pneumonia, sinusite) do que filhos de pais não
fumantes.
Embora alguns fumantes utilizem os cigarros “com baixos teores de alcatrão” com menos
teores de alcatrão e de nicotina do que os cigarros convencionais, não conseguem qualquer
ganho efetivo de segurança porque estes fumantes inalam mais e fumam mais cigarros
provocando aumento da exposição ao monóxido de carbono na fumaça, fator que tem
contribuído para maior incidência da doença vascular e da cardiopatia.
Além da nicotina e do monóxido de carbono, o fumo também possui alcatrão e substâncias
irritantes como o NO2 e o formaldeído, e, principalmente o alcatrão é responsável também
pela incidência de bronquite crônica, e, pelo elevado risco de câncer devido conter
hidrocarbonetos carcinogênicos.
Cafeína
A cafeína que, embora não seja um tóxico, é o estimulante mais consumido a nível mundial
existente em concentrações elevadas no café, mas é também encontrada no chá, alguns
refrigerantes, e, no chocolate.
A cafeína tem indicação terapêutica para diminuir a fadiga e aumento do estado de alerta
mental, pois, estimula o córtex e outras áreas cerebrais. Tem ação também benéfica sobre a
musculatura lisa dos bronquíolos provocando o relaxamento. Entretanto ocorrendo consumo
excessivo da cafeína pode provocar o aumento da pressão arterial, insônia, ansiedade,
irritabilidade, e, tremores, além de predispor à Osteoporose levando ao aumento da reabsorção
óssea. Em caso mais graves de excesso do consumo de cafeína pode ocorrer arritmias
cardíacas. Embora a possibilidade de provocar dependência pela cafeína seja fraca, indivíduos
que consomem seis ou mais xícaras de café diariamente sentem irritabilidade, letargia e
cefaléia quando suspendem o uso subitamente.
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Opióides.
As drogas opiáceas ou simplesmente opiáceos, são oriundas do ópio, extraída da papoula
Papayer somniferum. Podem ser opiáceos naturais quando não sofrem nenhuma modificação
(morfina, codeína) ou opiáceos semi-sintéticos quando são resultantes de modificações
parciais das substâncias naturais (como é o caso da heroína).
Os derivados da planta ópio correspondem a mais de 20 alcalóides. A palavra ópio vem do
grego que significa suco. A palavra morfina origina da mitologia grega onde Morfeu é o deus
dos sonhos.
A heroína, a morfina e a codeína são os opióides (ou opiáceos) mais utilizados. Outros
derivados da morfina incluem: Meperidina – fentanil – alfentanil – buprenorfina. Os
medicamentos do grupo dos opióides são também denominados de analgésicos narcóticos ou
analgésicos opióides possuem a ação de deprimir o SNC, e, de inibir os impulsos dolorosos.
Assim, todas as drogas tipo opiáceo ou opióide têm basicamente os mesmos efeitos no SNC,
ou seja, diminuem a sua atividade. As diferenças ocorrem mais num sentido quantitativo, isto
é, são mais ou menos eficientes em produzir os mesmos efeitos; tudo fica então sendo
principalmente uma questão de dose. Assim temos que todas essas drogas produzem uma
analgesia e uma hipnose (aumentam o sono): daí receberam também o nome de narcóticos
que significa exatamente as drogas capazes de produzir estes dois efeitos: Sono e diminuição
da dor, também denominadas de drogas hipnoanalgésicas.
A principal indicação terapêutica da morfina corresponde ao alívio da dor quando não
há sucesso com os analgésicos não-opióides, como nas dores crônicas terminais (cânceres
metastáticos), dor aguda do pré e pós-operatório imediato de laparotomias,
toracotomias e queimaduras extensas, pois, causa tolerância, dependência física e
química, sendo cada vez mais necessárias doses maiores para se obter o mesmo efeito.
Além de deprimir os centros da dor, da tosse e da vigília (o que causa sono) todas estas drogas
em doses um pouco maior que a terapêutica acabam também por deprimir outras regiões do
nosso cérebro como, por exemplo, os que controlam a respiração, os batimentos do coração e
a pressão arterial.
Outro problema com estas drogas é a facilidade com que elas levam à dependência, ficando as
mesmas como o centro da vida das vítimas. E quando estes dependentes, por qualquer motivo,
param de tomar a droga, ocorre um violento e doloroso processo de abstinência, com náuseas
e vômitos, diarréia, cólicas intestinais, lacrimejamento, corrimento nasal, que pode durar até
8-12 dias.
Os intestinos também podem ficar paralisados como conseqüência a pessoa que abusa destas
drogas podem apresentar constipação intestinal. É baseado neste efeito que os opiáceos são
usados terapeuticamente como antidiarréicos.
Todas estas drogas narcóticas levam à tolerância, ou seja, como o dependente destas não mais
consegue se equilibrar sem sentir os seus efeitos, precisa tomar cada vez doses maiores, se
enredando cada vez mais em dificuldades, pois para adquiri-las é preciso cada vez mais
recursos financeiros.
Os opióides devido ao uso geralmente injetável tem provocado abscessos cutâneos, artrite
séptica, celulite, e, tromboflebites predispondo a infecções graves que tem causado septicemia
e endocardite bacteriana, principalmente pelo Staphylococcus aureus, assim como pelo HIV e
hepatite a vírus. A constrição pupilar (miose) é característica, e, em doses excessivas
provocam cianose, angústia respiratória, edema pulmonar, edema cerebral, coma e evoluir
para a morte.
A heroína consiste num derivado semi-sintético da morfina. Nos Estados Unidos, 3% a 4%
dos adultos jovens, na faixa etária de 18 a 25 anos, já tiveram alguma experiência com a
heroína, sendo três vezes mais freqüentes em homens do que em mulheres.
A heroína produz dependência mais rapidamente do que a cocaína.
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Canábis Maconha.
O nome maconha corresponde às folhas e flores secas preparadas como mistura para fumo da
Cannabis sativa. O haxixe constitui a resina extraída.
O bebedor de haxixe tem origem no árabe hassasin ou hashsahashin o que correspondia ao
individuo que pertencia à seita xiita, no século XII, e, eliminava os líderes oponentes por meio
dissimulado utilizando drogas (envenenamento), e, disfarces além de punhaladas pelas costas
dando origem também a palavra ‘assassino’.
Os usuários deste tóxico buscam a sensação de relaxamento e bem estar semelhante ao efeito
do etanol, enquanto os sons e as visões parecem ser mais intensos.
A delta-9-tetra-hidrocanabinol (THC) é um dos principais dos 400 compostos existentes na
Cannabis sativa que provoca sonolência, desatenção, diminuição na capacidade de dirigir
veículos devido comprometer a coordenação motora, diminuição da capacidade de memorizar
fatos novos, perda do interesse nos objetivos e ideais da comunidade, e, mesmo em usuários
ocasionais, pode provocar distúrbios emocionais graves, episódios agudos de pânico,
distorções da imagem corporal, reações paranóides que têm provocado agressões seguidas de
invalidez ou mortes em vítimas de assaltos.
Observam-se também, entre os efeitos, a catalepsia, que consiste na retenção de posturas
imóveis fixas, e, o aspecto característico de “olhos injetados de sangue”, nos fumantes da
maconha, devido a vasodilatação acentuada nos vasos da esclerótica e conjuntiva.
Em homens, tem sido verificada a redução dos níveis plasmáticos de mais de 50% da
testosterona assim como da contagem de espermatozóides, em indivíduos que fumam dez ou
mais cigarros por semana, provocando conseqüentemente a impotência sexual e a esterilidade.
Os usuários da maconha ou haxixe com predisposição genética à esquizofrenia podem ser
acometidos pela doença mental que apresenta maior incidência em pessoas com a idade entre
15 e 24 anos.
Alucinógenos
LSD (dietilamida do ácido lisérgico)
O LSD é o alucinógeno mais utilizado e o mais potente dos alucinógenos. Por mecanismo
ainda desconhecido, provoca alucinações principalmente visuais, com humor variável e lábil,
causando inicialmente euforia e autoconfiança, e, posteriormente depressão e pânico. O
nistagmo, ataxia, parestesias e fala indistinta são comuns. Ocorre aumento da pressão arterial
e da freqüência cardíaca.
Pode também ocorrer episódios psicóticos prolongados, inclusive dias ou semanas após a
última ingestão, pode ocorrer o “flash-backs” que consiste no reaparecimento das alucinações
ou distorções vivenciadas durante a última crise.
O comportamento pode ser hostil ou mesmo agressivo, com posterior amnésia para os fatos.
ANTÍDOTOS
FENOBARBITAL (Gardenal)
Ações: O fenobarbital é considerado barbitúrico porque é um dos derivados do ácido
barbitúrico (também chamado maloniluréia, resultante da condensação da uréia com o ácido
malônico). Os barbitúricos são usados como anticonvulsivantes e anestésicos, sendo o
fenobarbital, a primidona, e, a barbexaclona os anticonvulsivantes barbitúricos usados no
Brasil (o tiopental é usado como anestésico, enquanto o pentobarbital, o secobarbital e o
amobarbital são usados como sedativos e hipnóticos, mas, os benzodiazepínicos vem
substituindo estes sedativos).
São depressores não seletivos do SNC podendo causar excitação, sedação suave, hipnose,
coma profundo e morte, se administrados em grandes doses porque provocar depressão
respiratória e cardiovascular. Os barbitúricos levam à tolerância e dependência podendo
provocar graves sintomas de abstinência provocando tremores, ansiedade, inquietação,
fraqueza, náuseas, vômitos, convulsões, delírio e parada cardíaca, podendo ser fatal. A
síndrome de abstinência dos barbitúricos é mais grave do que a de opiáceos.
O fenobarbital, embora não tenha o mecanismo totalmente esclarecido, parece que seus
efeitos hipnóticos e anticonvulsivantes estão relacionados com a capacidade de intensificar
e/ou imitar a ação sináptica inibitória do ácido aminobutírico (GABA). Assim, o fenobarbital,
com doses menores do que as que causam depressão do SNC, deprimem as transmissões
mono e polissinápticas no SNC, ao tempo em que aumentam o limiar para a estimulação
elétrica do córtex motor, com conseqüente efeito anticonvulsivante. Embora seja o fármaco de
escolha nas crises recorrentes da infância, inclusive as provocadas pela febre, não é muito
efetivo em crises parciais complexas, e, é ineficaz nas crises de ausência. Mesmo em crianças
tratadas por crises febris, deve ser usado com precaução devido à possibilidade do
fenobarbital deprimir o desempenho cognitivo da criança.
Em Unidade de Terapia Intensiva, o fenobarbital (intramuscular) é utilizado em associação
com outros anticonvulsivantes, principalmente para a profilaxia da convulsão em pós-
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operatório neurocirúrgico tardio. Em casos de crises tônico-clônicas que não respondem ao
tratamento com diazepam e com a fenitoína, o fenobarbital também é indicado.
Absorção, metabolismo e vias de administração: O fenobarbital é absorvido por via oral,
chega ao cérebro de forma livre. Cerca de 25% é excretado pelos rins, enquanto 75% é
inativado pelo sistema microssomal hepático. A meia-vida plasmática varia de 50 a 144 horas.
As apresentações no Brasil são destinadas às vias de administração oral e intramuscular lenta,
pois, devido a diluição em excipiente oleoso, não deve ser administrada por via endovenosa,
nem deve ser diluída. O início da ação por via intramuscular ocorre em cerca de 30 minutos.
Reações adversas: A sedação freqüentemente ocorre mesmo com doses terapêuticas
relativamente baixas. Com o uso crônico pode provocar sedação, ataxia, nistagmo, vertigem,
e, reações psicóticas agudas, além da tolerância e dependência. O fenobarbital não deve ser
administrado a paciente com porfiria.
Interações farmacológicas: Consiste em potente indutor do sistema P-450, o que leva ao
aumento do metabolismo de outros fármacos quando usado de modo crônico, reduzindo
significativamente a concentração plasmática, principalmente de esteróides, anticoncepcionais
orais, varfarina, e, antidepressivos tricíclicos. Quando utilizada em associação com a
Fenitoína, inicialmente potencializa, e, algum tempo após, reduz a atividade farmacológica da
fenitoína.
PRIMIDONA (Primidona)
Ações: Quimicamente, difere do Fenobarbital devido à substituição do oxigênio carbonílico
por dois átomos de hidrogênio (portanto é um desoxibarbitúrico), tendo ação semelhante à do
Fenobarbital. A Primidona é utilizada como alternativa nas crises parciais e tônico-clônicas. É
considerada ineficaz nas crises de ausência.
Absorção, metabolismo e vias de administração: Administrada por via oral, é rapidamente
quase completamente absorvida pelo trato gastrintestinal. Ao ser metabolizada, a Primidona é
transformada em Fenobarbital (que tem efeito nas crises parciais simples e tônico-clônicas,
com meia-vida de 50 a 144 horas), e, em Feniletilmalonamida (que age nas crises parciais
complexas, com meia-vida de 24 a 48 horas).
Reações adversas: A Primidona tem sido menos usada devido às reações de
hipersensibilidade, principalmente quando metabolizada a Fenobarbital provocando os
mesmos efeitos adversos desse fármaco, principalmente a sedação. Quando utilizada, a
Primidona é freqüentemente associada à Carbamazepina e a Fenitoína, o que possibilita o uso
de doses menores destes fármacos (interação aditiva).
Interações farmacológicas: As mesmas do Fenobarbital.
BARBEXACLONA (Maliasin)
Ações: Consistindo no produto da adição do Fenobarbital ao adrenérgico Propilexedrina, tem
ação anticonvulsivante devido ao Fenobarbital, sendo utilizado nas crises tônico-clônicas
generalizadas e parciais simples, e, no estado de mal epiléptico.
Absorção, metabolismo e vias de administração: Administrada por via oral é metabolizada
tendo como produtos o Fenobarbital e a Propilexedrina.
Reações adversas: Com efeitos adversos semelhantes ao do Fenobarbital, possui a vantagem
de apresentar o efeito hipnótico-sedativo dos barbitúricos, inclusive com leve ação
estimulante no SNC devido ao efeito adrenérgico da Propilexedrina.
Interações farmacológicas: Semelhantes ao do Fenobarbital.
CLONAZEPAM (Rivotril)
Ações:
Pertence a uma família dos benzodiazepínicos, que possuem como principais propriedades
inibição leve de várias funções do sistema nervoso permitindo com ação anticonvulsivante,
sedação, e, relaxamento muscular. Inibe crises convulsivas de diferentes tipos, tanto por agir
diretamente sobre o foco epiléptico como por impedir que este interfira na função do restante
do sistema nervoso. O clonazepam é principalmente indicado como tratamento
anticonvulsivante, principalmente nas crises de ausência, e, na Síndrome do Pânico.
Absorção, metabolismo e vias de administração:
Quase totalmente absorvido após administração oral. A biodisponibilidade absoluta dos
comprimidos de clonazepam é maior do que 90%. As concentrações plasmáticas máximas de
clonazepam são alcançadas dentro de 2-3 horas após a administração oral. Menos que 2% de
clonazepam inalterado é excretado na urina. A biotransformação ocorre principalmente pela
redução do grupo 7-nitro para o derivado 4-amino. O produto pode ser acetilado para formar
7-acetamido-clonazepam ou glucuronizado. O 7-acetamido-clonazepam e o 7-amino-
clonazepam podem ser adicionalmente oxidados e conjugados. Os citocromos P-450
desempenham um importante papel no metabolismo de clonazepam. A meia-vida de
eliminação de clonazepam é de 33 a 40 horas. O clonazepam está ligado em 82% a 88% às
proteínas plasmáticas.
Reações adversas:
Os efeitos colaterais mais freqüentes são referentes à depressão do SNC. A experiência no
tratamento de crises epilépticas demonstrou a ocorrência de sonolência em aproximadamente
50% dos pacientes, e, a ataxia em aproximadamente 30%. Em alguns casos, esses sintomas e
sinais podem diminuir com o tempo; foram observados problemas comportamentais em
aproximadamente 25% dos pacientes. Com bem menor freqüência podem ocorrer outros
sintomas como: movimentos anormais dos olhos, afonia, coma, diplopia, disartria, aparência
de "olho-vítreo", enxaqueca, hemiparesia, hipotonia, nistagmo, depressão respiratória, fala
mal articulada, tremor, vertigem, confusão, depressão, amnésia, alucinações, histeria, libido
aumentada, insônia, psicose, tentativa de suicídio, sendo que os efeitos sobre o
comportamento podem ocorrer com maior probabilidade em pacientes com história de
distúrbios psiquiátricos. Pode ocorrer dependência do fármaco, e, a suspensão do
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medicamento não pode ser súbita, devendo ser gradual e programada, pois, a interrupção
abrupta pode provocar insônia e distúrbios de comportamento.
O clonazepam é contra-indicado em pacientes com glaucoma agudo de ângulo fechado.
Interações farmacológicas: Na maioria dos casos, o clonazepam não altera a farmacocinética
de outras drogas, mas, o fenobarbital, fenitoína e carbamazepina induzem o metabolismo de
clonazepam. A ação de depressão do SNC da classe de drogas dos benzodiazepínicos pode
ser potencializada pelo álcool, narcóticos, barbitúricos, hipnóticos não barbitúricos, agentes
ansiolíticos, as fenotiazinas, agentes antipsicóticos das classes do tioxanteno e butirofenona,
inibidores da monoaminoxidase e antidepressivos tricíclicos e por outras drogas
anticonvulsivas.
LAMOTRIGINA (Lamictal)
Ações: Inibe a função dos canais de sódio o que reduz a excitabilidade elétrica das
membranas celulares e do neurotransmissor que provoca as crises epiléptica. Consiste em um
derivado diclorofenílico da triazina-3,5-diamina, útil no tratamento das crises parciais, e,
crises tônico-clônicas generalizadas não controladas por outros anticonvulsivantes.
Absorção, metabolismo e vias de administração: Administrado unicamente por via oral, é
rápida e completamente absorvido pelo trato gastrintestinal, possui a meia-vida de 29 horas.
Reações adversas: Erupções cutâneas, visão turva, diplopia, sonolência, cefaléia,
irritabilidade.
Interações farmacológicas: Como ácido valpróico reduz a sua biotransformação, deve-se
reduzir a dose da lamotrigina em pacientes que usam os dois fármacos.
VIGABATRINA (Sabril)
Ações: Corresponde ao ácido gama-vinilbutírico análogo do GABA, atua como inibidor
irreversível da GABA-transaminase (enzima que provoca o catabolismo do GABA)
aumentando, conseqüentemente, os níveis do GABA. É utilizada como coadjuvante no
tratamento da epilepsia parcial.
Absorção, metabolismo e vias de administração: Administrado unicamente por via oral, é
rápida e completamente absorvido pelo trato gastrintestinal, sendo que o alimento não
interfere na sua biodisponibilidade.
Reações adversas: A suspensão deste fármaco deve ser gradual, pois, pode ocorrer a crise
rebote em caso de suspensão abrupta. Pode provocar sonolência, fadiga, tontura, irritabilidade
e cefaléia.
Interações farmacológicas: Reduz em cerca de 20% as concentrações plasmáticas da
fenitoína.
TOPIRAMATO (Topamax)
Ações: Consiste em um derivado sulfamato substituído do monossacarídeo natural D-frutose.
O mecanismo de ação envolve tanto o bloqueio dos canais de sódio, como o aumento da
atividade do GABA, inclusive com antagonismo do receptor de glutamato, o que diminui a
excitação neuronal.
Absorção, metabolismo e vias de administração: Pode ser administrada com alimentos, tem a
meia-vida de 21,5 horas, é indicado no tratamento das crises parciais e tônico-clônicas
generalizadas.
Reações adversas: Nervosismo, tonturas, perda do apetite, parestesias, e, litíase renal.
Interações farmacológicas: O fenobarbital aumenta a concentração plasmática do topiramato,
enquanto a fenitoína e a carbamazepina diminuem a concentração do topiramato.
ETOSUXIMIDA
Ações: Atualmente, tem sido indicado como fármaco de escolha para o tratamento das crises
de ausência, embora alguns autores tenham preferência pelo ácido valpróico para estas crises.
Absorção, metabolismo e vias de administração: Com a meia-vida de 20 a 60 horas (em
crianças corresponde a meia-vida de 30 horas), bem absorvido por via oral.
Reações adversas: Distúrbios gastrintestinais, alterações psiquiátricas e cutâneas. Tem sido
relatados casos de eosinopenia, pancitopenia, anemia aplástica, lúpus eritematoso sistêmico, e,
Síndrome de Stevens-Johnson.
“Contra o preconceito, a melhor arma é a informação” esta frase deve ser lembrada pelo
profissional de saúde quando atender um paciente com Epilepsia, pois, muitos séculos se
passaram, conceitos, conhecimentos, e, tratamentos mudaram, evoluíram, mas preconceitos e
desinformação ainda existem, como existiam no passado.
As primeiras referências sobre epilepsia começaram a surgir em torno do ano 2000 A.C., na
antiga Babilônia, onde existiam restrições ao casamento de pessoas epilépticas. Atribuíam à
epilepsia um caráter mágico e sagrado, dizendo que a pessoa era possuída pelo demônio.
Mais ou menos 400 A.C., Hipócrates, o pai da Medicina, afirmou que a causa da epilepsia não
estava em espíritos malignos, mas no cérebro, tentando desfazer a idéia de uma doença
sagrada.
Na Idade Média, a epilepsia foi relacionada com a doença mental e tida como doença
contagiante, o que persiste até hoje entre pessoas desinformadas.
Com freqüência, se tentava curar esse mal por meios religiosos. No século XVIII, finalmente,
foi definida que a epilepsia era causada por uma descarga anormal das células nervosas.
Para os pais, o assunto é tabu. Muitos não querem falar sobre o assunto e, muito menos,
esclarecer para o filho o problema, o que pode causar insegurança e medo. Entretanto, o
escritor russo Dostoievski, Machado de Assis, o pintor Van Gogh, o imperador Dom Pedro I,
e, muitos outros personagens históricos sofriam desta doença, e, nem por este motivo
tornaram-se incapazes ou improdutivos.
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Em caso de criança é preciso também explicar numa linguagem acessível o que acontece com
seu corpo para que possa se sentir mais segura. As únicas restrições para os pequenos são o
uso de piscina, o que só deve acontecer na companhia de um adulto, e os parques de diversão,
que não devem ser freqüentados por causa da altura e da dificuldade de acesso à criança em
caso de crise.
Em caso de adulto com a doença na família recomenda que se ensine as crianças a participar
na hora que alguém tem a crise, ou seja, agindo com mais naturalidade.
Principalmente na adolescência, as crises são freqüentemente desencadeadas pelo uso de
drogas, abuso de álcool, pois, o álcool interfere no mecanismo dos fármacos antiepilépticos
assim como festas prolongadas que levam à privação do sono. Problemas próprios de uma
fase conflituada como adolescência, caracterizada por mudanças hormonais e físicas, podem,
eventualmente, estar associados à epilepsia. É muito comum a negação da epilepsia por parte
do adolescente e isso o leva a não adesão ao tratamento e/ou não usa a medicação de forma
correta.
Jovens e adultos epiléticos levam uma vida normal. Podem trabalhar em várias atividades,
com exceção daquelas mais arriscadas, como operários que andam em andaimes ou usam
máquinas com serras, pilotos, motoristas de transporte público ou bombeiros.
Vários estudos mostram que 50% a 60% de pessoas com epilepsia escondem sua condição de
epiléptico, ao procurar emprego. Pesquisas revelam que as faltas por doença e os acidentes de
trabalho não são mais freqüentes nas pessoas com epilepsia do que nos demais empregados.
Podemos ajudar o paciente com epilepsia a se adaptar profissionalmente, seja indicando a
profissão mais adequada, se possível, facilitando para que consiga emprego.
A orientação e educação dos empregadores é o primeiro passo para aceitação do empregado
com epilepsia. O profissional de saúde não deve reforçar a necessidade do auxílio-doença
junto ao INSS, mas incentivar para que o paciente continue trabalhando. Com isso o ajudará a
reintegrar-se na sociedade.
De acordo com estatísticas, a freqüência de acidentes de trânsito com epilépticos pouco difere
da população em geral, o número é extremamente mais elevado indivíduos que abusam da
bebida alcoólica (e, tem não a Epilepsia), pois, representa 1000 vezes mais a causa de
acidentes do que as crises epilépticas.
Existem recomendações que devem ser feitas ao paciente com Epilepsia que quer dirigir
como: Estar livre de crises no mínimo há um ano e com acompanhamento médico; para
dirigir, somente veículos da categoria B, isto é, carro de passeio. Não ser motorista
profissional, isto é, não conduzir veículos pesados e transporte público, mesmo livre de crises
há anos.