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Faculdade de Gestão de Recursos Naturais e Mineralogia: Universidade Católica de Moçambique
Faculdade de Gestão de Recursos Naturais e Mineralogia: Universidade Católica de Moçambique
De:
1
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE
De:
Declaro ainda que nunca foi apresentado em nenhuma outra instituição para obtenção de
qualquer grau académico.
__________________________
O supervisor
_________________________
I
DEDICATÓRIA
Dedico à:
Em primeiro lugar, agradecer a Deus pela saúde, energia, inteligência e sabedoria. Senhor
nosso que ilumina o nosso caminho e que nos ajuda a caminhar na fé e na razão. ATí
adoramos e a Tí imploramos ajuda.
Um agradecimento especial vai para os meus filhos, Mário, Sofia, Isaura, Orquídea e
Shanice, peço perdão pela minha ausência em momentos em que precisaram do meu
carinho, atenção e afecto e não me encontravam, pois o pai deveria atender situações
académicas e não conseguia corresponder e responder com as necessidades destes naquela
hora.
Dirijo ainda, um agradecimento a minha supervisora, Mestre Paula Cristina Sixpence, pelo
apoio técnico e moral demonstrado durante o desenvolvimento do presente trabalho.
Agradecer a todo corpo de docentes que tornou possível a minha licenciatura e a UCM-
Tete.
Aos meus colegas e amigos pelo apoio moral, incentivo, confianças que depositaram em
mim ao longo da formação académica e fora da mesma e pela colaboração. Que Deus
ilumine o vosso caminho. Agradecimento dirigido igualmente para Litos Bland, David e
Edmundo pelas críticas e sugestões no desenho do tema.
VIII
SUMÁRIO EXECUTIVO
Esta Monografia tem como tema “Análise da contribuição do sector informal na redução
da pobreza urbana (2012-2014). A pesquisa teve como objecttive central: Analisar a
contribuição do sector informal na redução da pobreza urbana em Tete. O problema que se
coloca, é o facto de não se verificar mudanças nas condições de vida nas familias que
operam no sector informal, mesmo sem contribuir com impostos para o Estado. Para a
concretização do objectivo levantou-se a seguinte pergunta chave: De que forma o sector
informal contribui na redução da pobreza Urbana em Tete? O estudo baseia-se no sector
informal de modo a perceber se de facto pode reduzir a pobreza dos moçambicanos que
actuam neste sector. Quanto à abordagem a pesquisa é qualitativa e quanto aos objectivos,
explicativo, tendo se baseado em observação não participante, as entrevistas
semiestruturadas e questionário para a recolha de dados. Dos resultados obtidos, foi
possível concluir que: O sector informal reduz a pobreza na area do comércio que é a
principal actividade, as familias, devido a falta de escolaridade não desenvolvem outras
actividades de modo a terem mais rendimentos.
Palavras-chaves: Contribuição do Sector Informal, Pobreza Urbana, Redução da Pobreza.
IX
LISTA DE ABREVIATURAS
AP---------------------------Administração Pública
BM--------------------------Banco de Moçambique
CMCT--------------------- Conselho Municipal da Cidade de Tete
FRELIMO------------------Frente de Libetação de Moçambique
INE--------------------------Instituto Nacional de Estatística
ODM------------------------Objectivos do Desenvolvimento do Milénio
PARPA-----------------------Plano de Acção para a redução da Pobreza Absoluta
PQ---------------------------Plano Quinquenal
PRE------------------------ Programa de Restruturação da Economia
PERPU---------------------Programa Estratégico para a Redução da Pobreza Urbana.
SI----------------------------Sector Informal
X
LISTA DE GRÁFICOS
XI
GLOSSÁRIO
Sector informal é o conjunto de relações de natureza económica, jurídica , social ou
burrocrática que , não estando reguladas parcial ou totalmente , existem e fazem parte de
regras de funcionamento da sociedade e contribuem para que os padrões de reprodução da
sociedade e economia persistam,(Mosca,2010).
Economia informal pode ser visto como um conjunto de métodos de sobrvivência com
um desenvolvimento de um complexo de actividades não formais
XII
CAPITULO I: INTRODUÇÃO
1.1 Contextualização
O presente trabalho de investigação foi analisado segundo o cumprimento do curriculo
imposto pela UCM-Tete como base fundamental para obtenção do grau de licenciatura
em Administração Pública. O trabalho desta monografia tem como tema: Análise da
contribuição do sector informal na redução da pobreza urbana na cidade de Tete
(2012 -2014).
Em Moçambique o sector informal teve maior crescimento nos anos 90 devido a maior
aglomeração dos cidadãos nas cidades, vindos das zonas urbanas devido a guerra dos 16
anos que assolou este país, até que culminou com a assinatura da paz em 1992. Chivangue
(2012) afirma que esta situação fez com que o Estado se tornasse incapaz de empregar o
elevado número desses moçambicanos deslocados, agudizando se a crise economica por
falta de rendimento das camadas crescentes.
Esta situação colocou Moçambique num estado deplorável, ficando a pobreza o inimigo a
combater, situação que se arrasta até então a elaboração desta monografia. Segundo
(ODM) um dos Objectivos é erradicar a pobreza extrema e a fome, o Plano de Acção para
a Redução da Pobreza Absoluta (PARPA) o seu obejectivo principal é a redução da
pobreza, conscide também com os objectivos do plano Quinquenal (PQ) do Estado. Mas o
Estado incapaz de satisfazer os cidadãos em alocação de emprego, para reduzir a tal
pobreza, como forma de sobrevivência dos desempregados recorrem a actividade
informal, que é um dos geradores de emprego (INE...). Segundo Theodoro (2000),
a economia informal envolve todas actividades que estão à margem da formalidade, sem
firma registrada, sem emitir notas fiscais, sem empregados registrados e sem contribuir
com impostos ao governo.
Esta monografia, foi elaborada à luz do sector informal no que concerne ao contexto
principal do combate a pobreza urbana. Tete é cidade de contrastes, onde a pobreza
caminha paredes meias com opulência. Na verdade, Tete é um exemplo elegante de como
a opulência pode coabitar com a pobreza extrema. A cidade localiza se na região sul da
província do mesmo nome, dividida pelo rio zambeze no sentido nordeste-sudeste. A
circunscrição, conhecida pelo seu clima quente e seco e pela abudância do gado bovino e
caprino, tem potencialidades para o desenvolvimento agrícola e mineral. O território da
cidade faz parte da bacia do rio zambeze, cujo relevo é caracterizado por solos alternativos
planos e ondulados próximo do rio, com inclinações até de 40 porcento e diferenças de
14
altura até 24 metros e afloramentos rochosos paralelos até ao rio e terras argilosas. Dispõe
das duas maiores pontes de tráfego rodoviário do país que ligam as duas margens do rio
zambeze , permitido a circulação de pessoas e bens, e o estabelecimento de relações
económicas entre as diferentes regiões do país e com os países vizinhos. Segundo o ( INE)
cidade ocupa uma superficie de 286 quilómetros quadrados , com cerca de 155.870
habitantes de acordo com o censo populacional de 2007.
1.2 Problematização
A problemática do tema reside em alguns aspectos começando na actividade comercial,
habitação e arrendamentos, o sector informal gera muito de emprego e muito de renda não
declarada. Mosca (2010), caracteriza esta actividade como sendo mercado selvagem cujo o
funcionamento está desregulado e sem fiscalização do Estado. Esta actividade funciona
atráves de pensamentos próprios ou seja, as suas teorias de suporte são as mais liberais do
pensamento neoclássico ( alinham-se dentro duma visão comum ), conduzem-se através de
mecanismos próprio ao equilibrio na satisfação dos consumidores, Baptista (2013).
1.3 Objectivos
O trabalho foi norteado por um (1) objectivo geral, três (3) objectivos específicos e três
(3) questões de pesquisa subjacentes aos objectivos específicos.
16
1.4 Justificativa
A escolha do tema “ análise da contribuição do sector informal na redução da pobreza
urbana na cidade de Tete (2012-2014)”. surgiu da observação, por parte de uma
investigação em que a economia informal envolve as atividades que estão à margem da
formalidade, sem firma registrada, sem emitir notas fiscais, sem empregados registrados e
sem contribuir com impostos ao governo. Todavia o sector informal aborda todos esses
aspectos na sua sobrevivência de mão de obra, mas sendo este sector a margem da
formalidade, deveria contribuir de uma forma significativa na melhoria das condições de
vida das familias, no que diz respeito a urbanização, saneamento familiar, melhoramento
de vida ou ainda contribuir para a formação dos intervenientes do sector informal.
17
1.6 Delimitação Espacial e Temporal do Estudo
Entendendo que o mercado selvagem, conforme Mosca (2010), tem muito a contribuir,
escolheu-se a cidade de Tete como local de investigação por oferecer condições para tal,
mas especialmente nos bairros periféricos desta cidade onde a população predominante é
do sector informal. A escolha do período 2012 à 2014 deveu-se ao facto de neste período,
Tete ter vivido uma explosão económica de todos os tempos, devido aos megaprojectos,
querendo deste modo observar as mudanças havidas neste período pela contribuição do
sector informal.
18
população e participantes e respectivas caracterizações, e finalmente as técnicas de recolha
de dados.
O quarto capítulo faz se apresentação e discussão dos dados recolhidos por inquéritos e
entrevistas de uma forma categorica.
O quinto e último capítulo fica a reflexão do autor sobre as conclusões e recomendações
do tema em estudo.
19
CAPÍTULO II: REVISÃO DA LITERATURA
20
Existe também a perspectiva que associam o surgimento do sector informal ao aumento
da da população urbana e da consequente procura pelo emprego, bens e serviços que
crescem mais rapidamente do que a média nacional, a ponto de o mercado laboral formal
não conseguir absorvé-los. Além do mais, os anos de ajustamento estrutural e
correspondente redução do emprego na função pública diminuíram as
oportunidades nas áreas urbanas, sendo o sector informal que compensa as falhas do
formal.
Próximo da linha de raciocínio anterior está Byiers (2009) quando indica que a
predominância das microempresas informais nas economias dos países em
desenvolvimento constitui um sintoma de aspectos tais como altos custos de transacção,
altos níveis de risco das firmas, fraca base fiscal, pobres fluxos de informação, altas e
complexas barreiras regulatórias e existência de oficiais governamentais corruptos.
A pressão exercida pela força de trabalho excedentária na procura de emprego, quando
este em termos de sector moderno é escasso, constitui a hipótese explicativa de Tokman
(2007), este autor argumenta que o resultado acaba por ser uma busca de soluções de
baixa produtividade e rendimento através da produção e venda de qualquer coisa que
permita aos desempregados sobreviverem. Acrescenta ser a lógica de sobrevivência o
principal factor que leva ao desenvolvimento de actividades informais.
2.2.2 Contribuição
Segundo o dicionario ilustrado da lingua Portuguesa, esta palavra quer dizer colaboração
prestada para para uma causa comum, a pesquisa mostra nos como o sector informal deve
contribuir de forma comum para com os activistas do sector informal, que lutam em busca
de sobrevivencia devido a falta de emprego no formal.
A informalidade não é um fenómino social novo. A título de exemplo, temos actores como
Marx, no século XIX, revela este sector como uma “super população excedente
estagnada” (Sabadini & Nakatani, 2009, p.135).
Theodoro ( 2000) enfantiza esse aspecto do conceito do sector informal ao dizer que,
constitui um marco importante, muito menos pela sua capacidade explicativa visáveis à
realidade do terceiro Mundo, mas principalmente por justificar e avaliar uma nova postura
institucional face ao problema do sub-emprego. É a ideia do sector informal que vai servir
de base para acção institucional em termos de políticas de apoio.
Segundo Castel (1994), define o sector informal como sendo um sector de produção de
bens e serviços destinados no mercado, legal ou ilegal , que escapa da detenção das
estimativas oficiais e de produto interno bruto.
Numa visão mais moçambicana, o setor informal pode ser visto como um conjunto de
métodos de sobrvivência com um desenvolvimento de um complexo de actividades não
formais, (Amaral, 2005,p.60).
Segundo Mosca (2010) pode ser visto ainda, como um conjunto de relações de natureza
económica, jurídica , social ou burrocrática que , não estando reguladas parcial ou
totalmente , existem e fazem parte de regras de funcionamento da sociedade e contribuem
para que os padrões de reprodução da sociedade e economia persistam. A definição do SI
é feita fundamentalmente a partir das normas reguladoras do Estado (Dalva & Nhalivio,
2009, p.14)
O sector informal, muitas vezes definido em termos do que não é actividades económicas
e empresas sem registo, sem regulação e que não pagam impostos tem como base as
actividades caracterizadas por um baixo nível organizacional , como limitada ou
inexistente divisão entre o trabalho e o capital e onde as relações de trabalho são sempre
baseadas em colaborações ocasionais, as ligações familiares, entre outras. Inclui pequenas
empresas sem qualquer tipo de registo e trabalho remunerado sem contratos, seguros,
beneficios ou procteção legal, (Trindade, 2007).
22
“O Instituto Nacional de Estatistica (INE) define o SI em Moçambique como sendo todas
as actividades não registadas, ou registadas apenas no Municipio, ou junto a administração
Distrital ou local, não possuindo portanto autorização por parte das autoridades fiscais
para exercício da sua actividade e empregando não mais de 10 trabalhadores” (Tembe,
2009, p. 92).
O sector informal, segundo a visão dos autores acima pode ser entendida como o
conjunto das actividades à margem da lei, com níveis de produção e organizacional
baixos com finalidade de geração de auto-emprego para sobrevivência familiar. O sector
informal desenvolve várias actividades e compreende uma variedade de carpinteiros,
pedreiros, alfaiates, negociantes, artesões, bem como cozinheiros e motoristas de taxi,
todos informais, e transforma os empreededores em pequenos empresários informais,
criativos a medida em que a sua actividade vai crescendo, sendo que a maior parte das
actividades do sector informal é economicamente eficiente e lucrativo, apesar de pequenas
na escala e limitadas por tecnologias simples, pouco capital e falta de vínculo com o sector
formal.
Pode se entender ainda do sector informal como sendo um conjunto de pequenas empresas
,geralmente não lincenciadas, caracterizadas pela facil entrada, propriedade familiar, uso
de recursos locais e tecnologia de trabalho intensivo que não requerem conhecimentos
educacionais formais. Podemos aceitar esta definição, por conter em si os caracteres
essenciais do que é de facto o sector informal (empresas pequenas e não lincenciadas,
trabalho intensivo, etc...), a sua formulação no incluir de maneira genérica uma alusão a
propriedade familiar e no admitir que a mão-de-obra empregue não precisa de ter
conhecimentos formais.
23
2.2.4 Vantagens do Sector Informal
Sem ignorar os muitos pontos negativos do SI, com esta parte deste monografia , pretende
se mostrar algumas caracteristicas positivas que podem incentivar o investimento público
neste sector.
Piepoli (2006 citado por Mosca, 2010, p.85). defende que este sector altera o papel da
mulher na sociedade e na economia, pois , é a partir do comércio informal que as mulheres
começaram a assumir um papel activo e directo na integração do mercado.
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2.3 Pobreza Urbana
2.3.1 Pobreza
Segundo Crespo (2002) a conceituação a pobreza é algo extremamente complexo. Pode
ser feita levando em conta algum juízo de valor, em termos relativos ou absolutos. Pode
ser estudada apenas do ponto de vista econômico ou incorporando aspectos não-
econômicos à análise, sendo contextualizada de forma dependente ou não da estrutura
sócio-política da sociedade, o que não será explorado neste texto.
De acordo com Chichava (19), a linha de pobreza é definida como a métrica do valor
monetário que um agregado particular necessitaria para alcançar um padrão de vida
mínimo, num determinado local e num determinado ano.
Combate à pobreza urbana constitui um dos principais desafios do governo, na sua acção
visando a promoção do bem-estar de todos os cidadãos e o desenvolvimento de
moçambique.
De acordo com o Plano de Acção para a redução da Pobreza (PARP, 2011-1014) define
se pobreza como falta de rendimentos necessários para a satisfação das necessidades
básicas de indivíduos, familías e comunidades residentes nas zonas urbanas.
25
Falta de recursos econômicos; nomeadamente a carência
de rendimento ou riqueza (não necessariamente apenas em termos monetários). As
medições do nível econômico são baseadas em níveis de suficiência de recursos ou em
rendimento relativo.Carência Social; como a exclusão social, a dependência e a
incapacidade de participar na sociedade. Isto inclui a educação e a informação.
Olhando para os aspectos acima citados, percebe-se pobreza como falta de bem estar
social, onde os bairros da capital provincial de Tete, apresentam- nos condições précarias
por vezes confundido com alguns povoados circuvizinhos. Pobreza é não perceber o dia
quando nasce, ficando a espera do que aparecer.
Breve Introdução
Neste subcapítulo vai se trazer as teórias relacionados com o tema em discussão: sector
informal, pobreza urbana. A literatura apresenta teórias acerca do sector informal pois ao
longo dos anos ouve-se muito falar em sector informal. Deste modo, com base em
Negrao,(2006, cit por Baptista, 2013, p. 19) o neoliberalismo pode ser divido em duas
vertentes: A primeira significou uma doutrina voltada para adaptação do liberalismo
clássico as exigências de um estado regulador e assistencialista. Esta doutrina permitia
com que o mercado estivesse no total control, e qualquer tipo de intervenção estatal na
economia e na sociedade. Segundo Baptista (2013) pode se definir neoliberalismo como
um conjunto de ideias políticas e económicas capitalistas que defende a não participação
do estado na economia. De acordo com esta doutrina, deve haver total liberdade de
comércio (livre mercado), pois este princípio garante o crescimento económico e o
desenvolvimento social de um pais.
26
Esta doutrina está centrada na ideia da absoluta liberdade de mercado, abertura comercial
e especialmente financeira e na redução do tamanho e papel do estado, é nesse segundo
sentido que o termo é mais usado até hoje em dia.
Segundo Barbedo (2007, p. 23), a investigação em torno da pobreza urbana tem uma
tradição muito maior nos países ocidentais do Norte, onde a maioria da população
vive predominantemente em áreas urbanas desde a primeira metade do século XX. Ao
longo do trabalho, desenvolveram-se teorias na tentativa de melhor compreender os
fenómenos de pobreza urbana. Algumas teorias explicam as causas destes fenómenos
através da inferioridade de determinados indivíduos ou grupos sociais, justificando a
perpetuação de uma patologia social; por outro lado, a pobreza é interpretada como
o resultado de uma sociedade injusta, estruturada sobre um sistema político e
económico que discrimina os grupos sociais mais desfavorecidos. A primeira teoria
funda-se no pensamento individualista, justifica políticas económicas ultraliberais e
legitima a descriminação social e racial. Individualismo é um
conceito político, moral e social que exprime a afirmação e a liberdade do indivíduo frente
a um grupo, à sociedade ou ao Estado, (Barbedo, 2007).
27
2.5 Revisão da Literatura Empírica
Conceição (2010) fez um estudo no Brasil com o tema: sector informal urbano, estudo do
comércio ambulante. O estudo em causa tinha como objectivo “ análise do segmento do
sector informal que compreende o comercio informal”. Na metodologia do estudo usou se
entrevistas frente a frente para recolha de dados e debates com tema informalidade na
economia, visto que é um estudo qualitativo, o seu estudo teve lugar em quatro regiões do
municipios do rio de janeineiro nomeadamente Duque de Caxia, Madureira, Meier e
Centro.
Conceição (2010) concluiu que o sector informal é heterogénio compreendendo
organizações que vão desde empresas quase capitalistas à organizações familiares. Diz ele
que o comércio ambulante é uma actividade predominantemente ilegal, mais de metade
dos entrevistados não têm licença, que autoriza a actividade. Acrescenta dizendo que as
acções do Governo sempre incetivadas pelo comércio formal estabelecido são ameaçada
pelo comércio informal, isso faz com que haja uma organização frágil e incerta. Nesse
sentido, as relações de trabalho internas ao comercio informal, bem como as relações
com ofertantes e consumidores são marcadas pela instabilidade e, estão sempre sujeitas a
serem rompidas de um momento para o outro.
Conceição (2010 ) concluiu ainda que a obtenção de licença é dificultada por processos
burocráticos e complicados, aliados a exigências especificas, muitas vezes não cumpridas
pelos trabalhadores, alternativas tipicamente informais surgem como solução para esta
questão. Por outro lado, observa-se a contratação de deficientes físicos para a obtenção
de licença através da lei 19 . Por outro lado procura-se sanar a falta da licença através de
agrados e subornos aos fiscais. Conceicao (2010), acrescenta dizendo que entretanto, no
comercio ambulante, relações de trabalho quase capitalistas. E até seria o caso do que
se chamou de assalariados informais. Observou-se que um terço dos trabalhadores
entrevistados faz parte deste grupo de comerciantes que, na informalidade, se
submetem a patrões em troca de salários ou de pequenas participações nos lucros.
Embora trabalhem em condições semelhantes às de seus patrões- os conta própria- , os
assalariados do comercio ambulante têm menores rendimentos e exercem a actividade,
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predominantemente, em carácter provisório.
Fazendo uma breve comparação entre os dois estudos percebe-se que, quanto ao tema
Conceição (2010) fez seu estudo no sector informal, especificamente no estudo do
comércio ambulante, portanto os resultados são apenas no comercio ambulante e não de
uma forma geral. O estudo em causa neste monografia tem como o tema contribuição do
sector informal na redução da pobreza urbana na cidade de Tete, envolve este sector duma
forma geral e os resultados são de uma forma geral
Conceição (2010) teve como objectivos no seu estudo análise do segmento do sector
informal que compreende o comercio informal e o tema em estudo tem como objectivo
Analisar a contribuição do sector informal na redução da pobreza urbana.
O estudo de conceição dá-se em quatro distintas regiões do município do rio de janeiro:
Duque de Caxias, Madureira, Méier e centro,este estudo é feito em apenas no ano de
2010, enquanto que o tema deste projecto enolve o periodo 2012 à 2014, sendo local
escolhido a cidade de Tete, os dois trabalhos são feitos em municipios. Conceição
(2010) na sua metodologia de estudo usou entrevistas frente a frente e debates, o tema da
monografia enfatiza observação, entrevistas e questinários. Os dois estudos tem o enfoque
qualitativo.
Baptista (2013) fez um estudo com o tema:o contributo do sector informal para a renda
familiar na comunidade de kuachena. O estudo tinha como objectivo de analisar o papel
do sector informal na melhoria de renda familiar na comunidade de kuachena. Na
metodologia, para recolha de dados usou a observação não participante e dos inquéritos
(questionários e entrevistas), já que se trata de uma pesquisa explicativa.
Baptista (2013) concluiu que o seu estudo trouxe perspectivas dos resultados a partir do
campo, avançando que o sector informal é de caracter individual e é a nível local. A maior
parte dos produtos vendidos são produzidos localmente. Baptista (2013) afirma ainda,que
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o sector informal proporciona a sobrevivência da população residente,à medida em que há
falta de emprego,e as mesmas tornam-se empreendedoras e criativas.
Baptista (2013) concluiu ainda que há renitência no sector informal para esta população
por falta de outras actividades a desempenhar e o nível de escolaridade determina o modo
de vida para satisfazer as suas necessidades. Diz ainda que o nível de escolaridade é o
garante da especialização e profissionalização da mão- de- obra que poderá satisfazer as
comunidades para o bem estar social das mesmas. Mas tambem não descarta a ideia de
que as mesmas não são suficientes para o agregado familiar, mas ela suporta todas as
necessidades. E por fim concluiu que os valores ganhos é para as necessidades básicas das
familias.
Fazendo uma breve comparação entre o estudo acima e o do tema em causa percebe se
que, Baptista (2013) no seu estudo tem como tema o contributo do sector informal para
renda familiar na comunidade de kuachena, percebe-se deste tema que pretende- se saber
como este sector tem contribuido na renda, enquanto que, o tema em estudo é análise da
contribuição do sector informal na redução da pobreza urbana. E existe aqui um dado
comum a contribuição, a diferença é que Baptista (2013) quer renda familiar e o
pesquisador quer redução da pobreza urbana, mas dois temas têm o mesmo destinatário
temático. No que diz respeito ao objectivo Baptista (2013) tinha de analisar o papel do
sector informal na melhoria da renda familiar e o tema em estudo objectiva analisar a
contribuição do sector informal na redução da pobreza urbana. Nestes dois temas, existe
no fundo uma semalhança próxima, até do conteudo temático, Baptista quer melhorias e o
pesquisador quer redução.
Baptista (2013) apenas escolheu o ano 2013 para o seu estudo e o local é o povoado de
kuachena, cidade de Tete. O pesquisador escolhe a cidade de Tete como local de estudo no
periodo 2012 a 2014. Isto significa que algumas caracteristicas do Baptista poderam
constar nesta monografia. Nestes dois estudos há uma conscidência pura, enfoque
qualitativo, objectivo explicativo, método indutivo. Havendo esta semelhança pode se
esperar resultados próximos.
30
CAPITULO III: DESENHO METODOLÓGICO DA INVESTIGAÇÃO
Neste capítulo fez-se uma abordagem teórica qualitativa, porque pretendeu-se descobrir a
realidade dos fenómenos sociais. Este tipo de pesquisa envolve recolha de dados, mas
sem utilizar medições numéricos, mas sim analisar a informação. São ainda referidas neste
capitulo as estratégias de recolha de dados durante a investigação, através de inqueritos,
observação, entrevista e um cruzamento bibliográfico.
O tipo de pesquisa quanto ao enfoque foi o qualitativo porque de acordo com Vilelas
(2009), a investigação qualitativa é a forma de estudo da sociedade que se centra no modo
como as pessoas interpretam e dão sentido ou privilegiam as suas experiências, e ao
mundo em que elas vivem. Portanto, segundo esta abordagem, o estudo baseiou-se na
interpretação dos fenómenos. Portanto, a pesquisa qualitativa implica o uso de valores,
crenças, representações, hábitos, atitudes e opiniões e serve para explicar situações
referentes a um determinado grupo.
Deste modo esse estudo procurou fazer um estudo explicativo da importância que a
contribuição do sector informal tem na redução da pobreza urbana procurando analisar
algumas características de uma forma mais profunda.
De acordo com Vilelas (2009) a observação consiste no uso sistemático dos nossos
sentidos orientadores para a captação da realidade em estudos, para além de ver e ouvir
consiste tambem, em examinar os fenóminos em estudo. Com esta técnica o pesquisador
pode obter provas sobre o que orienta o comportamento dos indivíduos. Para esta parte da
pesquisa a observação foi feite de maneira não participante, ou seja, o pesquisador
observou de longe para poder ter a realidade dos factos em estudo e examinar todos os
fenómenos necessários.
3.4.1 Entrevista
Conforme Marconi e Lakatos (1996), a entrevista é feita entre duas pessoas com finalidade
de que uma delas obtenha informação de acordo com o assunto mediante uma conversa
profissional, é uma conversa de frente a frente de uma forma sistemática. Os dados
32
primários foram recolhidos a partir das entrevistas, observação e questionário e os
secundários através de artigos científicos, bibliografias e arquivos sobre o tema em causa.
A presente monografia baseou-se numa entrevista não estruturada que, conforme Marconi
e Lakatos (1996), é o tipo de entrevista em que as perguntas são abertas e podem ser
respondidas numa conversa não formal. No presente trabalho a entrevista foi feita aos
operadores do SI, ao funcionario do conselho municipal na area de impostos , porque estes
eram capazes de ir ao encontro do que era pretendido no presente texto.
3.4.2 Questionário
A escolha dessa técnica (questionário) para a recolha de dados é pelo facto de apresentar
múltiplas vantagens para a nossa pesquisa e a possibilidade de atingir um grande número
de amostras e permite que as pessoas respondam as questões que acharem capazes, e
foram inqueridos neste âmbito os operadores do SI do mercado canongola.
33
Para a materialização do trabalho realizado no mercado do canongola no municipio da
cidade de Tete, foi usado o modelo de análise de conteúdos que constitui metodologia de
pesquisa usada para descrever e interpretar o conteudo recolhido deste local. Para tal , a
materialização passou por várias fases a destacar: Preparação da informação,
transformação do conteudo, classificação das unidades em categorias, descrição e
interpretação.
34
CAPÍTULO IV: APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E TRATAMENTO DOS DADOS
4.3.1. Escolaridade
Nesta categoria fez se análise do grau de escolaridade dos 100 elementos participantes e
constatou se que no SI, acima de 50% possui o nivel primário, seguido de ensino médio,
o que quer dizer existe um nível aceitável para esta actividade, mas o melhor seria o
nível pre-universtário.
35
Os resultados dos inquiridos mostram que, relativamente às qualificações académicas,
53% possui ensino primário (1ª a 7ª classes), 32% tem ensino básico (8ª a 10ª classes),
14% ensino secundário ou pré-universitário (11ª a 12ª classes), estes dados mostram que a
maior parte estão no SI por refúgio a fome, por falta de emprego no formal esta é a opção,
sem ideia de um dia passar a niveis formais e sem ideia de empreender para progressão na
vida, alías porque esta actividade não precisa de conhecimentos formais.
Grafico 1: Escolaridade
7ªclasse
10ª classe
12ª classe
univ.
Ainda nesta categoria fez se a seguinte questao: tem emprego formal? Os 100
36
participantes em estudo,encontramos o resultado seguinte: Sob o ponto de vista de
situação profissional, 97.7% dos operadores não possui emprego formal. Por outro lado,
29.6% possui um rendimento acima dos 10.000 meticais, situando-se o segundo maior
grupo (8.6%) na fasquia dos 1750 meticais e o restante divide-se em outros subgrupos
de rendimento. Os resultados monetários da actividade são partilhados, para a maior
parte dos vendedores, por agregados de uma média de 3 pessoas (55.1%), seguindo-se os
que vivem com uma média de 7 pessoas (39.5%) e finalmente os que têm mais de 10
pessoas (5.3%).
A impossibilidade destes operadores encontrarem emprego no sector formal está
positivamente correlacionada com a percepção do SI como um escape à miséria,
confirmando-se a nossa intuição sobre as fraquezas institucionais e políticas como
explicações para a opção dos agentes pelo informal. Contudo, essa falta de emprego no
sector formal revela-se insignificante para os operadores que percepcionam estar a
enriquecer, o que sugere que este grupo se tenha engajado conscientemente nesta
actividade como opção clara de negócio assumido de forma permanente, tal pode se
confirmar pela Dona Delfina que não escapou a entrevista:
“ nós somos informais, mas informais legais porque
pagamos taxas ao municipio…é melhor estar aqui a
vender porque ajudo nas despesas de casa e sobra pouco
para fazer o xitique…estou bem assim, o meu rendimento
é maior do que quem trabalha no Estado, por isso nunca
vou deixar prefiro ensinar meus filhos o mesmo
trabalho…” Delfina (2016).
Dona Delfina vendedeira de milho no mercado canongola desde 2004, busca o produto
no vizinho distrito da Maravia, antes vendia para não ficar em casa, mas passado algum
tempo passou a ser sua profissão porque dá lucro, e esta é uma amostra clara de
passagem de miséria para a riqueza, porque Segundo Delfina está a ficar rica. Para
justificar os motivos da prática do SI , 73.4% referiu-se à falta de emprego formal,
sendo que esta actividade constitui a única alternativa de obtenção de rendimento. A
percentagem restante distribui-se entre aumento do rendimento, falta de instrução para
aceder a um emprego formal, pressão social envolvente e influência de familiares e
amigos. Antes de iniciarem a prática do comércio a maioria dos operadores
(45.8%) exercia outras actividades, geralmente de carácter informal, tais como
vendedor ambulante, servente na construção civil, mecânica, trabalho doméstico,
mecânica, serralharia, costura, venda de refeições, etc.
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Se o SI não existisse 65.8% dos operadores preferiria outras actividades do sector
informal e só 27.2% optaria por um emprego formal, havendo inclusive uma
pequeníssima percentagem que se sentiria melhor desenvolvendo actividades ilícitas ou
na ociosidade. A percepção de ausência de transparência no preenchimento de vagas na
função pública parece ser visto pelos comerciantes como um determinante de exclusão,
pois 77.7% apontou o facto de o processo envolver esquemas de corrupção e nepotismo,
o que é confirmado pela circunstância de 78.4% ter denunciado a ausência de
meritocracia e o favoritismo com base em laços familiares. Esta percepção é consistente
com o sentimento que 72.1% têm de que as políticas públicas não acautelam a
actividades que decorrem na economia informal.
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4.2. Redução da Pobreza e Aumento da Riqueza
Em conformidade com estes dois pontos foram questionados, tendo a maioria dito que o
sector informal reduz a pobreza e aumenta a riqueza.
Como é óbvio, não deixar-se morrer a fome ou poder fazer negócios e melhorar o bem-
estar figuram como alguns dos principais aspectos para a satisfação das necessidades
básicas humanas, podendo assumir-se qualquer oportunidade que ajude a concretizar
estas aspirações como uma vantagem. No caso em estudo, o comércio pode ser visto
como sendo essa oportunidade e os agentes constrangidos pelo contexto executam o
39
comportamento no sentido de aproveitá-la. Outrossim, as reacções emocionais positivas
exercem um efeito de retroalimentação, pois a percepção de estarem a exercer uma
actividade honesta reforça a propensão para a realização de tal acção. Para Mosca (2010,
p.84) questiona se o comércio informal não será um factor de alívio da pobreza a curto
prazo que a governação cria, em benefício da concentração da riqueza, da manutenção de
uma crise de intensidade suportável e que termina por comprometer o crescimento estável
a longo prazo? Esta questão denota uma preocupação com o desenvolvimento económico
em termos globais e o autor sugere que, numa situação em que o crescimento económica
não resulta em spillover effect, a economia informal poderá estar a ser usada pela elite
governante como uma esponja atenuadora de potenciais conflitos sociais que
ocorreriam na sua ausência
Sendo assim a percepção de redução de pobreza apresenta forte correlação com as fontes
de financiamento, podendo significar que quanto maior acesso têm a fontes alternativas
de crédito maior é o seu sentimento de estarem menos pobres. O xitique e empréstimos
recebido de familiares ou amigos constituem alguns dos mecanismos que garantem a
reprodução e manutenção destes agentes, confirmando-se a pertinência de integrar a
relação social quando se analisa as lógicas e práticas destes homens de negócios, ainda
que o recurso às instituições estruturantes do mercado, como seja o crédito bancário,
constituam recurso importante para o sucesso da actividade.
Sector Informal
Sector informal
reduz a pobreza
Sector informal
não reduz a
pobreza
Todavia, quando questionados se o SI reduz a pobreza 90.7% referiu que sim e só 9.3%
acha que não. Esta percepção é consistente com o facto de 84.4% utilizar o rendimento
mais na realização de despesas caseiras (incluindo pagamento de estudos e saúde para seu
agregado e remodelação da habitação ou construção de uma casa de alvenaria) do que em
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reinvestimento na sua actividade (5.6%), compra de bens de luxo (0.7%) e constituição
de poupanças na forma de depósito a prazo (9.3%). Por outro lado, verifica-se uma
sintonia entre percepção de redução de pobreza e percepção de riqueza, pois a maior parte
dos pequenos empresarios (54.5% contra 45.4%) sente estar a ficar rica com a prática do
comércio. Os valores das duas percepções estão acima dos 50%, com destaque para a de
redução de pobreza que está próximo dos 100 participantes do estudo.
Apesar da apreensão que a questão suscita no meio académico local, o facto é que as
autoridades governamentais reconhecem o papel decisivo do sector informal e das
pequenas empresas no desenvolvimento da economia moçambicana. Entretanto, pouco
ou quase nada tem sido feito sob o ponto de vista de políticas no sentido de maximizar as
suas potencialidades. Muitos oficiais governamentais continuam a achar que o informal
irá integrar-se no formal através da aplicação escrupulosa dos dispositivos legais. A
entrevista efectuada a directora da área fiscal dos Mercados do Conselho Municipal
de Tete (CMT) é reveladora dessa falta de clarividência
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constrangimentos ligados ao funcionamento da burocracia que acabaram por exercer um
efeito desespero de alguns operadores hoje informais. Mais, de acordo com Byiers
(2009), existe um custo e benefício para a formalidade, sendo que o actual sistema
oferece insuficientes benefícios para a formalização, considerando o custo envolvido.
Razoaveis
Boas
Mau
Muito mau
Muito boa
Nesta categoria foram inquiridos sobre as associações: no que concerne ao papel das
associações na organização das actividades do sector informal, num total de 100
participantes, 48.5% classifica-as como sendo razoáveis, porque não se sente satisfeitos
com a sua actuação e 31.2% como boas, porque mais da metade dos problemas destes
associados são resovidos, sobrando 15.3% para desempenho mau, porque não há
nenhuma solução nas associações,3.0% para muito mau e 2.0% para muito bom. Não
obstante, há que ter cautela com este resultado pois observa-se que muitos operadores se
desvincularam das associações ou que mesmo nunca tenham feito parte delas. Contudo,
por alguma razão os vendedores não se sentiram a vontade para referi-lo no momento em
que os dados para o presente trabalho foram colectados.
A cautela sugerida no parágrafo anterior é reforçada pelo facto de 58.5% nunca ter
recorrido a associação para resolver qualquer espécie de problema, tendo 19.6% recorrido
uma vez, 18.9% de duas a cinco vezes, 1.0% de seis a dez vezes e 2.0% mais de dez
vezes, o que confirma a conjectura de que as associações do sector informal são elitistas e
perseguem objectivos pouco claros. Ao fraco papel da associação acresce-se a percepção
dos micro-importadores segundo a qual as associações estão partidarizadas (62.1%)
contra 37.9% que pensa que não estão, o que poderá estar (ou não) na causa desse
afastamento.
Era aceitável que as associações desempenhassem um papel activo na remoção das
42
restrições que constituem impedimentos ao crescimento dos vendedores. Contrariamente,
os dados mostram que o papel das associações é nulo e mesmo contraproducente na
actividade do comércio, o que reforça o argumento segundo o qual estas organizações
buscam objectivos que se afastam dos interesses dos seus membros na medida em que se
pautam por outro tipo de prioridades como seja defender os interesses do partido no
poder aquando das campanhas eleitorais.
Segundo a investigação deste trabalho foi notório observar que existem os chamados
donos dos seus nariz, ou seja patrões do seu próprio negócio que já não pensam em
trabalhar para outros devido a sua rentabilidade que é maior. Na sua actividade empregam,
na maior parte, de um à seis trabalhadores nas suas bancas, e isso mostra que o sector
informal abre espaço de empregabilidade de pessoas oriundas das zonas urbanas e rurais.
Segundo Mosca (2010,p.85) o Sector Informal contribui para a redução da pobreza,
geração de auto-emprego, criação de rendimentos e acalma eventuais manifestações e
revoltas, sendo deste modo a forma de contribuição do sector informal na redução da
pobreza é criando emprego de modo que as pessoas tenham uma ocupação e terem um
rendimento mensal. De acordo com os nossos dados 97% dos inquiridos trabalham com o
sector informal e que o nível de escolaridade é de 7ª classe, o que coresponde ao número
de individous vindos das zonas rurais em busca de oportunidade de vida nas cidades.
A outra forma que o sector informal contribui na redução da pobreza é o facto de abrir
espaço principalmente para as senhoras começarem a praticar alguma actividade, alias
Mosca( 2010) defende que este sector altera o papel da mulher na sociedade e na
economia, pois , é a partir do comércio informal que as mulheres começaram a assumir um
papel activo e directo na integração do mercado. Segundo este facto de acordo com a
observação no mercado canongola as mulhres tomam conta do negócio e com melhores
bancas que os homens.
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4.5 Contribuição Feita pelo Sector Informal
Sendo este ponto referente ao segundo objectivo específico, vamos desde já analisar no
seio das vidas das familias. Este sector contribui muito para os cidadãos, alguns do sector
formal têm as suas rendas aumentadas devido a pratica desta actividade que lhes permite
duplicar ou triplicar os seus ganhos mensais. O que se observa ainda é que, com os valores
ganhos na actividade informal estes usam para as despesas caseiras, pagamento de escolas
dos seus educandos e construção de casas de alvanária é o desejo de todos . Isto mostra
duma maneira parcial se não maior, do abandono das casas precárias às melhoradas,
tornando um desenvolvimento ou mudanças no bairro, no que diz respeito ao alojamento.
Porque os cidadãos conseguem alguns atingirem os seus sonhos, depois das necessidades
básicas outros pensam em auto-realização, até mesmo prosperar para negócios mais
grandes. Sendo assim é notório nos bairros Samora Machel casas de alvanária com uma
organização, saneamento urbano até agua canalizada. Alguns preferem investir em bens de
luxo da actualidade, os seus filhos a passearem de motorizadas com altos telefones que até
um formal médio não tem, a nível do bairro mostrando o poderio dos seus pais.
Um outro ponto analisado no bairro assim como no mercado, são os meios de locomução.
Observou-se que a maioria possui transportes individual que lhes permite o transporte de
mercadoria vindas dos distritos e paises vizinhos, deixando assim os transporte que se
dedicam a essa actividade ( aluguer). Permite-lhes também a deslocação com muita
rapidez aos seus pontos de trabalho, sem recorrer aos taxis. Com esta observação permtiu
nos perceber que neste sector informal ha uma evolução no que diz respeito ao transporte
para facilitar as actividades.
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4.6 Nível de Contribuição do Sector Informal
Em análise a este ponto do terceiro objectivo específico em conformidade com a pesquisa
o nível de contribuição deste sector é elevado, visto que 97% dos inquiridos estão
satisfeito com esta actividade, porque trabalham duma maneira assumida como única
actividade que lhes trás rendimento com objectivo de prosperar no sector, Alguns
preferem ensinarem seus filhos a mesma actividade, mas se olharmos para o ponto
anterior, mostra nos que maior parte dos que trabalham no sector do comércio estão bem
de vida e que vêem as suas necessidade resolvidas.
Durante a investigação desta monografia foi possivel observar que o nivel de contribuição
é alto, porque em alguns casos os pequenos empresários tem uma vida superior a quem
trabalha no formal e que depende da sua mensalidade, por vezes esta diferença cria inveja
entre os moradores colocando-se na balança da vida entre eles.
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CAPITULO V: CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
5.1.Conclusões
Esta monografia tem como tema: análise da contribuição do sector informal na redução da
pobreza na cidade de tete (2012-2014), a pesquisa foi realizada na cidade de Tete
especialmente no mercado Canongola arredores da cidade .Teve as seguintes questões de
investigação: Qual é a forma de contribuição do sector informal na redução da pobreza
em tete? Como é feita a contribuição do sector informal para reduzir a pobreza? Qual é o
nivel de contribuição do sector informal na redução da pobreza?
A pesquisa demonstra ainda que apesar do comércio reduzir a pobreza e permitir criação
de riqueza, esta actividade encontra-se bloqueada no que concerne à sua expansão devido
aos determinantes políticos e institucionais acima referidos mas, sobretudo, pela
precariedade dos mecanismos de financiamento disponíveis (recurso ao xitique
e empréstimo de amigos e familiares), o que não permite sua contribuição no
alargamento e diversificação da base produtiva da economia nacional.
Ainda nesta pesquisa demostra-se que a redução da pobreza tem níveis mais elevados
com cerca de 90,7% estarem afirmar o tal facto. As familias que não evoluem são as que
tem menos rendimento nesta actividade, devido ao número de agregado familiar com
cerca de 15,3% dos inquiridos estes ainda apresentam poucas condições de vida e outros
optariam em um emprego formal. Na verdade, em Moçambique, o actual contexto
político e institucional espelham a aliança existente entre o poder político local e a
comunidade doadora, o que torna os objectivos de governação consistentes com as regras
de condicionalidade e com a lógica de captação de renda das elites, factores que na nossa
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óptica são geradores de exclusão social, desigualdade e pobreza, deixando assim as
populações urbanas carenciadas com uma única opção de busca legítima de rendimento –
a economia informal .
Pode se concluir ainda nesta pesquisa que as famílias poderiam render muito mais do
que o que tem ganho neste momento, mas devido a falta de escolaridade que
impossibilita os grandes desafios dos micro-empresários para busca de outras actividades
limitando-se apenas no comércio.
Os resultados do inquérito mostram que os agentes que operam no informal estão
imbuídos de valores morais e éticos. Apesar disso, estes elementos de consciência
individual parecem não estar correlacionados com algumas normas do Estado e de
cidadania. A teória da acção humana parece validar a adaptação que os vendedores fazem
do seu comportamento às inadequações institucionais e políticas, pois refere que um dos
pré-requisitos para que um indivíduo execute determinado comportamento é a percepção
que tem de não estar a violar os seus princípios, evitando dessa forma activar auto-
sanções negativas. Neste caso, a sobrevivência e a procura de cada vez melhor qualidade
de vida, mais do que um princípio é uma necessidade.
5.2.Recomendações
O governo de Moçambique não apresenta nenhuma outra forma com o objectivo de
capitalizar o empenho do sector informal. Efectivamente, a maior parte dos instrumentos
de governação não contêm medidas concretas nesse sentido, remetendo as questões
ligadas ao sector informal para os conselhos municipais que só intervêm ao nível de
criação de espaço físico e da cobrança de taxas. Isto sugere uma desarticulação entre as
medidas de combate à pobreza e as estratégias pelas quais os pobres optam para
sobreviverem.
Renegados pelo governo e limitados pelas suas qualificações académicas, a estes agentes
resta apenas o engenho e a criatividade – uns para fazer negócio assumido de forma
permanente e outros para poderem sobreviver. Assim, em vez do Estado preocupar- se
em fazer cumprir obrigatoriamente a lei talvez fosse mais proveitoso, a criação de
politicas educacionais para a promoção do SI com objectivo de ter ganhos e adequar esta
às lógicas e práticas que configuram o comportamento dos moçambicanos em geral. Mas
este caminho implica uma profunda compreensão das dinâmicas económicas, políticas e
sociais dos agentes.
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Ao nível dos determinantes políticos e socio-económicos a natureza do Estado
moçambicano – observou-se a existência de um conflito entre o local e a estrutura estatal
weberiana importada. Neste sentido, a pesquisa sugere que a economia informal, o
comércio em particular, em vez de uma perversão às regras do mercado constitui
um dos pontos mais altos da contradição entre o local e o externo. Tal como em outros
quadrantes do continente, em Moçambique o informal não pode ser reduzido apenas às
transacções comerciais, estendendo-se ao funcionamento da burocracia estatal com
influência marcante nos processos de tomada de decisão e elaboração de políticas.
Encoraja se o governo na facilitação dos processos de formalização do sector informal,
reduzindo o burocratismo nas instituições, e a redução das taxas de formalização.
No que concerne ao associativismo, entendemos que as associações constituem um
espaço de projecção dos seus líderes e podem também ser encaradas como passíveis de
instrumentalização por parte do partido no governo. Com efeito, uma grande parte
dos seus membros não recorre aos seus préstimos para resolver problemas relacionados
com a profissão embora, considere razoável a sua prestação. Refira-se ainda que a
percepção dos operadores é de que as associações estão partidarizadas, o que parece
confirmar a hipótese inicialmente formulada quanto à possível existência de lógicas de
controlo partidário, o que justifica a aparente disfunção das associações. Face a este
cenário os associados contornam as associações e usam solidariedade do tipo comunitária
para resolver os seus problemas, recomenda-se que as associações olhem mais para os
interesses dos seus associados, de modo a permitir que haja uma confiança entre ambos.
No que diz respeito a produtos comercializados, recomendamos os agentes do municipio
a encorajar os pequenos empresários no comércio de produtos locais, porque estes dão
mais rendimento do produtos externos e possível maior repetição durante a semana.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
Ernst & Young. (2004). Tributação de pequenas actividades Empresariais: com especial
incidência para o sector informal. Draft para proposta de introdução de um regime de
tributação. Maputo.
Gil, A. C. (1996). Como elaborar projectos de pesquisa. (3ª ed.). São Paulo: Atlas.
Dra Anita: directora para area fiscal e impotos do (CMCT) conselho municipal da cidade de
Tete , entrevista feita no dia 15 de agosto de 2016 pelas 10 horas; A./CMCT (2016).
Meu nome é Carlos Mário Nhaca Sou estudante da Faculdade de Gestão de Recursos Naturais e
Minerologia, na Universidade Católica de Moçambique, estou a fazer licenciatura em
Administração Pública. Este inquérito tem como objectivo principal fazer o levantamento de
informação para a elaboração da minha monografia cujo título é “Análise da contribuição do
sector informal na redução da pobreza urbana em Tete”. A sua opinião é muito importante para
a realização do trabalho e asseguro desde já a confidencialidade da informação que me
fornecer. O preenchimento deste questionário poderá levar cerca de quinze minutos. Agradeço
desde já a sua colaboração.
A sua colaboração
1.Identificação do Entrevistado--------------------------
1.Sexo?
R:________________________________________
2. Idade? ___________________________________
3. Estado Civil?
R:__________________________________________
4. Profissão:
R:_________________________________
6. Situação Profissional?
R:___________________________________
7. Tipo de emprego?
R:________________________________
R:________________________________
R:_______________________________
10. Tem algum membro no seu agregado, que vive há mais de dez anos consigo, na
universidade
R:______________________________
R:______________________________
FIM
Índice
DECLARAÇÃO ............................................................................................................................ I
DEDICATÓRIA ........................................................................................................................... II
2.3.1 Pobreza.............................................................................................................................. 25
5.1.Conclusões ............................................................................................................................ 46
5.2.Recomendações..................................................................................................................... 47
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS........................................................................................ 49
ENTRVISTADOS ..................................................................................................................... 52