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São Carlos, SP
24.05.2023
Questão 1) Erros experimentais
Primeiramente, vamos de forma breve definir o que são os erros e incertezas relacionados
aos erros experimentais que serão apresentados. O primeiro ponto que devemos tomar é que o
erro não é um sinônimo de incerteza. Quando falamos de um “erro experimental” estamos nos
referindo às imperfeições no momento de realizar alguma determinada medida. Portanto, é
possível evitarmos o erro ou amenizá-lo [1].
Há dois tipos de erro, o aleatório e o sistemático. O erro aleatório dificilmente pode ser
extinto, pois nele contamos com efeitos indesejados do meio ao redor da medida. É por causa
desses efeitos que ao realizar uma medida repetidas vezes temos variações. Assim, quanto maior
o número dessas medidas, menor será o erro aleatório. Já o erro sistemático trata de algum
processo durante a experimentação que trouxe o erro, portanto a melhor maneira de extingui-lo é
identificar e corrigir esse erro. Assim, podemos concluir que o erro está relacionado com o
processo da medida, o qual nos informará o quão longe estamos do valor verdadeiro. Se essa
diferença for pequena, a medida tem uma maior exatidão.
Agora tratando sobre a incerteza, há um desconhecimento do real valor da medida, assim
precisamos de uma ferramenta que nos diga quão dispersa cada medida está baseada no melhor
valor verdadeiro disponível. Desse modo, temos em mãos um parâmetro do resultado da medição,
onde essa dispersão é fruto dos erros no momento das medições [2].
Através da definição de erro dada acima podemos verificar alguns casos experimentais.
Um dos tipos de erros sistemáticos está nas discrepâncias causadas pelo próprio observador,
como por exemplo quando ocorre a paralaxe. Também pode ocorrer esse erro devido às
condições ambientais (temperatura, pressão ou umidade) no local da medição. Mesmo
minimizando esses erros, a calibração do instrumento de medida nos indica qual o limite até onde
podemos minimizar esse erro .
Os erros aleatórios podem ser encontrados a exemplo em uma estimativa necessária que
o observador faz no momento de sua medição, ou também a própria variação de escala que um
instrumento possa apresentar [3].
Devemos por último tratar de duas formas de avaliação das incertezas. A avaliação do
Tipo A é uma parcela da incerteza associada à estatística envolvida em uma série de medidas
com efeitos aleatórios durante a medição. Já a avaliação do Tipo B é a parcela relacionada aos
efeitos sistemáticos do processo, não necessitando de métodos estatísticos e sim de um
conhecimento (subjetivo) prévio do observador acerca das incertezas relacionadas a medidas
anteriores e a incerteza dos instrumentos. Um exemplo da avaliação de Tipo B ocorre ao querer
estimar a incerteza de uma medida em um instrumento onde o fabricante não disponibiliza essa
informação. Assim, o observador supõe que a incerteza é igual a menor divisão da escala
visualizada na medida [4].
𝐴
a) σ𝑦 = 𝑥
σ𝑥
2
b) σ𝑦 = 𝐵 𝑒𝑥𝑝(𝐵𝑥) σ𝑥
c) σ𝑦 = (𝐵 + 2𝐶𝑥) σ𝑥
d) σ𝑦 = 𝐴 𝑠𝑒𝑐(𝑥) σ𝑥
2
Questão 3) Movimento retilíneo uniformemente acelerado
Resultado e Discussão
Através dos dados fornecidos pela Tabela 1, vemos que se trata do deslocamento de um
objeto no decorrer do tempo. É notável apenas analisando a tabela que o objeto avança de
posição, em torno de um eixo de referência, sem retroceder, com uma velocidade crescente,
indicando que está em um movimento acelerado.
Para realizar a análise gráfica desses dados foi utilizado o software SciDAVis, o qual
permite implementar uma função de ajuste. Desse modo, para a escolha correta da função de
ajuste vamos analisar o problema. O deslocamento do objeto é considerado como um Movimento
Retilíneo Uniformemente Variado (MRUV), pois apresenta uma aceleração constante,
ocasionando o aumento da velocidade. Como a curva cresce ao longo do tempo, a aceleração (𝑎)
é positiva, proporcionando o que é conhecido como movimento progressivo. Apenas pelos pontos,
podemos ver que a curva tende a forma de uma parábola de eixo vertical. A equação do
movimento para esse caso é conhecida por [5]:
2
𝑎𝑡
𝑠(𝑡) = 𝑠0 + 𝑣0𝑡 + 2
, (1)
3
sendo 𝑠 a posição do objeto que varia segundo o parâmetro de tempo 𝑡 e 𝑣0 sua velocidade inicial.
Vemos que a equação se trata de um polinômio de grau dois. Ao realizar o ajuste dos pontos da
Tabela 1 utilizando a Equação (1), obtemos o resultado gráfico da Figura 1.
Fonte: autores.
A partir dos desvios para cada parâmetro vemos que os termos de menor grau do
polinômio detêm de incertezas maiores e, em específico, a incerteza da posição inicial (𝑠0) é maior
do que a incerteza da posição da Tabela 1. Como não foram fixados os chutes iniciais para o
ajuste manual, essa pode ser a causa da discrepância, já que a incerteza é mais importante para
as posições iniciais. Por último, vemos que a aceleração do corpo está bem próxima a aceleração
que conhecemos como aceleração gravitacional da Terra, que é aproximadamente 9, 81 𝑚/𝑠 [7], o
que pode indicar que o objeto em estudo está em queda livre. A concordância do parâmetro 𝑎 é
de ≈ 98, 1 %.
Conclusão
Com isso, podemos concluir a partir do comportamento da curva da Figura 1 que se trata
de um Movimento Retilíneo Uniformemente Variado, pois a curva dos dados não é de uma
equação linear de primeiro grau, devido ao deslocamento abrupto do objeto ao longo do tempo. O
parâmetro de aceleração (𝑎) se comportou bem ao ajuste utilizado, com um desvio na ordem de
−1
10 .
4
Bibliografia
[2] CHIQUITO, A. J. et. al. Apostila Física Experimental C, Universidade Federal de São Carlos,
Centro de Ciências Exatas e de Tecnologia, Departamento de Física, 2023. Disponível em:
http://www.nanolab.ufscar.br/docs/Materiais%20de%20Apoio_EXP_C/Apostila_Experimental_C_2
023.pdf. Acesso em: 17 mai 2023.
[4] Apostila Física Experimental A, Universidade Federal de São Carlos, Centro de Ciências
Exatas e de Tecnologia, Departamento de Física, 2015. Acesso em: 17 mai 2023.
[7] Halliday, D., Resnick R. e Walker, J., Fundamentos de Física, Vol. 1, 7a edição,Ed. LTC.