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Leandro Jesus
André Macieira
SUMÁRIO
Prefácio
Capítulo 1 Motivação
1.1. “O grande problema ao trabalhar com processos é a falta de apoio da alta
administração!”
1.2. A importância de melhores processos para os negócios no mundo
1.3. A importância de melhores processos para os negócios no Brasil
1.4. A importância de fazermos um repensar de BPM neste momento
1.5. Nossas credenciais para escrever este
1.6. Público-alvo
1.7. Estrutura do livro
Capítulo 7 Conclusão
Parte 2 - Anexos
Anexo I A criação de valor nos processos e seu impacto em crescimento e lucro para
os negócios
Qual o valor de um ativo?
PONTO DE VISTA 1: Valor de troca
PONTO DE VISTA 2: Valor de uso
Como os processos criam valor para o negócio?
Como o valor criado por um processo é distribuído em lucro para o negócio e
benefícios para o cliente
Como os processos impactam em maior lucro para o negócio?
Como os processos impactam a criação de excedente para o cliente e o crescimento
para o negócio?
A criação de valor e o alinhamento com a estratégia do negócio
Considerações finais
Bibliografia
ÍNDICE DE FIGURAS
1.6. PÚBLICO-ALVO
Este livro foi escrito com foco principal nos gestores responsáveis
pela implementação de BPM em seus negócios. Em geral, são
gestores intitulados como responsáveis por Escritórios de Processos
ou áreas com denominação correlata. Em particular, essa é uma
versão do livro focada nos gestores que atuam em empresas
privadas, continuamente desafiadas a gerar crescimento e lucro num
ambiente de concorrência.3
Não há dúvidas, contudo, que outros gestores que atuam em
áreas envolvidas com a transformação e gestão do negócio, tais
como, Planejamento Estratégico, Gestão de Projetos, Tecnologia da
Informação, Qualidade e Recursos Humanos, podem identificar-se e
obter benefícios com os conceitos e as práticas apresentados.
Analistas de processos, analistas de negócios, consultores e
demais profissionais envolvidos com a prática de BPM em suas
empresas também se identificarão e encontrarão informações
relevantes para sua atuação profissional.
Tabela 2.1 – Duas visões da criação de valor: unilateral e multilateral (Ramirez, 1999)
Visão Industrial Visão Coprodutiva
Criação de valor sequencia Criação de valor interativa, em rede
Valor é adicionado Valor é coinventado, combinado
Clientes destroem o valor Clientes (co)criam o valor
Valor realizado nas transações apenas Valor cocriado com os clientes, ao longo do
para fornecedor (eventos) tempo (relacionamento)
Serviços como atividade separada da Divisão da economia em 3 setores não mais
agricultura e manufatura pertinente
Firma e atividade como unidade de Interações (ofertas) como unidade de
análise análise
Tabela 3.1 – O que ouvimos e gostaríamos de ouvir com relação ao tema ‘processos’
“Processo é o modo como minha empresa “Ouvi um monte de palavras bonitas, mas
distribui o trabalho ao longo de suas não entendi o que realmente isto impacta no
unidades para atender as necessidades de meu dia a dia…”;
nossos clientes”.
“A gestão orientada por processos ajuda “Já estou cheio de coisas para fazer e ainda
minha empresa a entregar produtos e tenho que perder tempo mapeando meus
serviços inovadores para nossos clientes”. processos? Isso não serve para nada”.
Tabela 3.2 – O que admitimos vs. o que deveríamos questionar com ‘processos’
O que admitimos? O que deveríamos questionar?
“A empresa não percebe os resultados que Será que sabemos que resultados o
o trabalho com processos está gerando!” trabalho com processos deveria gerar?”
“A empresa não entende o que é orientação “Será que eu estou comunicando a
por processos!” orientação por processos de forma
correta?”
“A empresa não quer utilizar gestão “Será que eu estou aplicando a gestão
orientada por processos!” orientada por processos de forma correta?”
Figura 3.3 – Cruzamento entre resultados obtidos vs. esperados com iniciativas de
BPM (2009-2011)
Como podemos observar pelo gráfico, não houve alterações
significativas nas respostas para as mesmas questões. Ao confrontar
os resultados previstos vs. esperados, percebemos que os
resultados esperados não foram alcançados! Em outras palavras, as
expectativas continuam as mesmas e os problemas que estamos
aqui apontando persistem sem solução.
Tabela 4.1- Boas práticas para executar projetos de transformação que melhorem os
produtos e serviços entregues aos clientes
PRÁTICA 1.1 Definir um processo como escopo da
transformação
Com base nos padrões acima, fica mais fácil entender por que
muitos projetos de processos não agregam valor de fato. Os projetos
de documentação, por exemplo, não questionam como aumentar o
valor criado por um processo. Projetos desse tipo acabam restritos a
documentar o passo a passo dos processos do negócio, ao invés de
debater como reduzir os custos ou como melhorar a percepção de
um cliente em relação a um produto ou serviço.
Da mesma forma, os projetos de diagnostico e mudança de
processos que não discutem adequadamente como um processo
impacta o dia a dia de seus clientes e não conseguem gerar ideias
inovadoras que efetivamente aumentem o valor percebido por estes.
Muitas melhorias de processos restringem-se a ganhos marginais em
seu fluxo que pouco impactam o valor percebido ou o custo de um
processo.
Mesmo os projetos de transformação que buscam ganhos,
acabam fortemente orientados pela ótica da redução de custos. Dá-
se muita ênfase a resultados financeiros de curto prazo, olhando
excessivamente para “dentro de casa”, o que, por vezes, gera
decisões inconscientes. São, em geral, iniciativas locais, tomadas
por gestores que precisam justificar a folha de pagamento de sua
equipe ou mesmo a liberação de recursos para investimentos.
Acontece que tais decisões têm uma visão míope e podem implicar
em uma redução desproporcional do valor percebido pelo cliente e,
portanto, acabar destruindo o valor criado por um processo. Uma
análise inteligente de como reduzir os recursos consumidos sem
impactar o valor percebido pelos clientes do negócio é fundamental.
Desta forma, se nós, profissionais de BPM, desejamos
efetivamente mudar a forma como conduzimos os projetos, devemos
introduzir, como propósito de um projeto, uma visão de ganhos e
criação de valor. Essa visão deve incluir, de forma complementar,
aspectos de busca de eficiência e aumento de valor percebido pelos
clientes. Em outras palavras, os projetos devem existir não para
mudar os processos, mas sim, para alcançar ganhos de eficiência e
aumento de valor com essa mudança.
Como podemos, então, demonstrar o aumento de valor criado
por um processo a partir dos ganhos com a redução dos custos
incorridos ou o aumento do valor percebido pelos clientes? Na figura
4.4, apresentamos a lógica que temos adotado como ponto de
partida para os projetos de transformação – a de trabalhar com uma
filosofia de Ganhos vs. Melhorias.
Onde:
Os ganhos envolvem:
DE GANHOS PARA
R$150.000,00 / Redução de custos devido à eliminação de Zero
ano estoques
Zero Aumento de receitas devido à venda de estoque R$200.000,00 /
parado ano
DE INVESTIMENTO PARA
N/A Despesas com Consultoria e Implantação SW R$160.000,00 /
ano
DE CUSTOS RECORRENTES PARA
- Manutenção anual do sistema R$1.000,00 /
mês
- Alocação de novos profissionais R$10.000,00 /
mês
Tabela 4.3 – Boas práticas para gerir o dia a dia sustentando o valor criado para os
clientes e o negócio
PRÁTICA 2.1: Garantir uma padronização adequada dos
processos
Tabela 4.4 – Boas práticas para desdobrar a estratégia para a atuação em processos
A seguir, falaremos sobre cada um desses pontos.
É por isso que uma metodologia não pode ser confundida com
um corpo de conhecimento. Ambos têm claramente objetivos
distintos!
5.2. OUTRAS METODOLOGIAS EXISTENTES NA
LITERATURA
Antes de avançar no desenvolvimento de uma metodologia,
procuramos observar as referências de domínio público já
conhecidas internacionalmente e estudar suas características. Neste
sentido, listamos as seguintes referências principais de metodologias
que abordam processos e/ou gestão de processos:
Figura Anexo I.3 – Distribuição do valor criado por um processo entre o negócio e
seus clientes
Vamos ilustrar os conceitos no mesmo exemplo da compra de
um ônibus, relembrando que:
LUCRO DO NEGÓCIO:
EXCEDENTE DO CLIENTE:
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A orientação por processos cria valor para o negócio ao entregar
melhores produtos e serviços, reprojetando qual a melhor forma
possível de utilizar os recursos disponíveis para atender as
demandas de seus clientes. Uma melhor oferta de produtos e
serviços promove crescimento ao entregar maiores excedentes para
o cliente (valor percebido menos preço incorrido) e otimizar o uso
dos recursos no processo (preço menos custo).
A criação de valor é, portanto, um importante conceito para
orientar os profissionais de processos a repensarem como os
recursos humanos, materiais, financeiros e tecnológicos devem ser
utilizados para atender as necessidades de seus clientes com foco
na geração de crescimento e lucro para o negócio.
A criação de valor é uma abordagem conceitual importante
para aproximar o “mundo” operacional dos processos do “mundo”
financeiro de crescimento e lucro, ao analisar os conceitos de “valor
percebido pelo cliente”, “preço” e “custos incorridos pela
organização”, assim como seus desdobramentos em lucro para o
negócio e excedente para o cliente (e, consequentemente,
crescimento para a organização).
ANEXO
Modelo de Avaliação de Maturidade da II
Gestão por Processos
BLOCO 3: DESDOBRAMENTO DA
ESTRATÉGIA PARA PROCESSOS
De acordo com as práticas fundamentadas no Capítulo 4, segue
abaixo um quadro resumo que retrata as práticas a serem avaliadas,
bem como suas descrições, na categoria de desdobramento da
estratégia para processos, para a realização do diagnóstico de
maturidade da gestão de processos.
BLOCO 4: GOVERNANÇA
De acordo com as orientações fundamentadas no Capítulo 5 para
estabelecer a governança na gestão orientada por processos, segue
a seguir um quadro resumo que retrata as práticas a serem
avaliadas, bem como suas descrições para a realização deste
diagnóstico.
RESULTADOS DO DIAGNÓSTICO
Os resultados de uma avaliação de maturidade da Gestão por
Processos são obtidos a partir da determinação de notas (0, 1, 2 ou
3) para cada prática avaliada. Usualmente, tais resultados são
apresentados no formato de um gráfico radar, conforme o exemplo a
seguir:
ABPMP BPM CBOK™ V3.0 – Guide to the Business Process Management Common Body
of Knowledge. 2013.
BESANKO, D., DRANOVE, D., SHANLEY, M., SCHAEFER, S. Economics of Strategy. Sep
23, 2009.
BRACHE, Alan P.; RUMMLER, Geary A. Improving Performance. 2ª ed. [s.i.]: John Wiley
Professio, 1995. 256 p.
BOWMAN, C., AMBROSINI, V. Value Creation versus Value Capture: Towards a Coherent
Definition of Value in Strategy. British Journal of Management, 11(1), 1-15. 2000.
BURLTON, R. Who Cares About Your Business Processes? Part 2: Stakeholder Analysis in
Business Process Architecture. BPTrends, July 2010.
BURKE, P. History and Social Theory. Cornell University Press, New York, NY, 2005.
CAMPOS, Vicente Falconi. Gerenciamento da Rotina do Trabalho do Dia a Dia. 8ª ed. [s.i.]:
Indg Tecnologia e Serviços Ltda., 2004. 266 p.
CAMPOS, Vicente Falconi. Gerenciamento Pelas Diretrizes. 4ª ed. [s.i.]: Indg Tecnologia e
Serviços Ltda., 2004. 331 p.
CHARAN, Ram; BOSSIDY, Larry. Execução. 3ª ed. Rio de Janeiro: Campus, 2004. 288 p.
FISHMAN, Jay E., PRATT Shannon P., MORRISON William J. Standard of Value; John
Wiley & Sons, 2007
FJELDSTAD, Øystein; ANDERSEN, Espen. Casting off the Chains. European Business
Forum, Norway, n., p.47-53, 14 out. 2003.
HAMEL, Gary. O Futuro da Administração. 1ª ed. Rio de Janeiro: Campus, 2007. 272 p.
HAMMER, Michael; HERSHMAN, Lisa W. Mais rápido, barato e melhor. 1ª ed. Rio de
Janeiro: Campus, 2011. 288 p.
HARMON, Paul. Business Process Change. 2ª ed. [s.i.]: Morgan Kaufmann, 2007. 549 p.
KAPLAN, Robert S.; NORTON, David. Mapas Estratégicos. 1ª ed. Rio de Janeiro: Campus,
2008. 504 p.
KIM, W. Chan; MAUBORGNE, Renee. Estratégia do oceano azul. 20ª ed. Rio de Janeiro:
Campus, 2005. 264 p.
MINTZBERG, Henry. Managing – desvendando o dia a dia na gestão. 1ª ed. [s.i.]: Book-man
Companhia Ed, 2010. 304 p.
RAMIAS, Alan, WILKINS, Cherie. Location, location, location: does it matter where your
performance improvement department reports? BPTrends, June 2013.
RAMÍREZ, Rafael. Value Co-Production: intellectual origins and implications for practice and
research. Strategic Management Journal, Jouy-en-josas, p. 49-65. 15 jun. 1999.
RUMMLER, Geary A. White Space Revisited. 1ª ed. [s.i.]: John Wiley Professio, 2010. 280 p.
SILVER, Bruce S. BPMN Method and Style. 1ª ed. [s.i.]: Cody-cassidy Press, 2009. 236 p.
[2015]
EloGroup
contato@elogroup.com.br
www.elogroup.com.br
1ª edição Março de 2014
2ª reimpressão Abril de 2015
Edição digital: abril 2015