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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA

CAMPUS CABO FRIO- NOTURNO

DIREITO

IANDRE BARBOSA MEIRELES

TRABALHO DA DISCIPLINA [AVA 2]

CABO FRIO

2023
A prática de aumentar os preços antes da Black Friday e, em
seguida, oferecer descontos falsos é conhecida como "maquiagem de
desconto" ou "preço fantasma". Essas práticas são consideradas antiéticas e
ilegais em alguns países, pois enganam os consumidores e podem ser
prejudiciais para a concorrência justa entre as empresas. É importante que as
empresas sigam práticas éticas e transparentes para manter a confiança dos
consumidores e a integridade do mercado.

No Brasil, a prática conhecida como "maquiagem de desconto" ou


"preço fantasma" é considerada ilegal. Em 2013, o Conselho Nacional de Auto-
regulamentação Publicitária (CONAR) emitiu uma regulamentação que proíbe a
publicidade de falsas promoções, incluindo a prática de aumentar os preços
antes da Black Friday para depois oferecer descontos falsos. Além disso, o
Código de Defesa do Consumidor também prevê sanções para empresas que
praticam publicidade enganosa, que pode levar a multas e outras penalidades.
Portanto, no Brasil, essas práticas são ilegais e devem ser evitadas pelas
empresas para evitar sanções legais e manter a confiança do consumidor.

Conforme apontado pelo site Consumidor.gov.br (2021, p. 1), "a


Black Friday tem se tornado uma oportunidade para as empresas mostrarem
seu compromisso com a transparência e a ética, mas também um risco para
aquelas que insistem em práticas comerciais questionáveis".

Assim, considero que embora possa parecer uma estratégia eficaz


em curto prazo para aumentar as vendas, não é uma prática ética nem
sustentável a longo prazo, pois isso pode prejudicar a confiança do consumidor
na empresa e causar danos à sua reputação. Segundo o Better Business
Bureau (2018, p. 3), "as empresas que adotam práticas enganosas como a
'maquiagem de desconto' na Black Friday correm o risco de perder a confiança
de seus clientes e prejudicar sua reputação a longo prazo".

Existem muitas práticas que as empresas podem adotar para atrair e


reter seus clientes sem recorrer a práticas enganosas como a "maquiagem de
desconto". Na qualidade de empreendedor sugiro as seguintes práticas:

a) Oferecer um excelente atendimento ao cliente: Oferecer um


atendimento personalizado e eficiente pode ser um diferencial para a empresa,
proporcionando uma experiência positiva ao cliente e incentivando-o a retornar.
b) Investir em marketing de conteúdo: O marketing de conteúdo pode
ajudar a construir uma relação de confiança entre a empresa e o cliente,
oferecendo informações úteis e relevantes para o público-alvo.
c) Criar programas de fidelidade: Oferecer recompensas e benefícios
para clientes fiéis pode incentivar a fidelidade e a repetição de compra.
d) Realizar promoções verdadeiras: Em vez de aumentar os preços
antes da Black Friday, as empresas podem oferecer descontos reais em
produtos ou serviços selecionados para incentivar as vendas.
e) Adotar uma política de preços transparente: A transparência na
política de preços pode ajudar a construir confiança entre a empresa e o
cliente, evitando práticas enganosas.
f) Investir em inovação e qualidade: Oferecer produtos e serviços
inovadores e de alta qualidade pode ajudar a diferenciar a empresa da
concorrência, incentivando os clientes a escolhê-la em vez de outras
empresas.

As ações dos varejistas de aumentar os preços antes da Black


Friday e depois oferecer descontos falsos podem ter um impacto significativo
na credibilidade da marca Isso ocorre porque essas práticas enganam os
consumidores, fazendo com que eles percam a confiança na marca, Conforme
Belch e Belch (2018, p. 121), "os varejistas precisam entender que a
credibilidade e a confiança do consumidor são fundamentais para o sucesso de
qualquer campanha promocional, incluindo a Black Friday". Alguns dos
principais impactos diante de práticas enganosas incluem:

A Perda de confiança: Quando os consumidores descobrem que


foram enganados por uma promoção falsa, podem sentir-se traídos e perder a
confiança na marca. Isso pode afetar negativamente a relação entre o
consumidor e a empresa, tornando menos provável que o consumidor retorne
para comprar novamente.

A Reputação negativa: A promoção enganosa pode se espalhar


rapidamente nas redes sociais e em outras plataformas de comunicação,
afetando a reputação da marca. Isso pode afetar não apenas as vendas, mas
também a percepção pública da empresa. Aaker e Smith (2017, p. 2) afirmam
que "a reputação de uma empresa é um ativo valioso que pode ser destruído
em questão de minutos, se a empresa for considerada antiética ou desonesta
pelos seus clientes".

Danos à imagem: A prática de maquiar os preços para a Black


Friday pode ser vista como uma tática desonesta e manipuladora, o que pode
afetar negativamente a imagem da empresa. Isso pode levar a uma percepção
negativa de que a empresa não se preocupa com seus clientes e apenas visa o
lucro.

Existem várias razões pelas quais as empresas ainda utilizam essas


práticas enganosas, mesmo sendo grandes e com estrutura estratégica
definida. Algumas dessas razões incluem:

A Pressão por resultados: As empresas podem sentir uma pressão


para aumentar as vendas e cumprir metas de lucro estabelecidas. Como
resultado, podem recorrer a práticas desonestas para alcançar esses objetivos.

A Concorrência: Em um mercado competitivo, as empresas podem


acreditar que precisam oferecer descontos mais atraentes do que seus
concorrentes para conquistar os consumidores. Isso pode levar a práticas
antiéticas, como aumentar os preços antes da Black Friday para depois
oferecer descontos falsos.

Falta de transparência: Algumas empresas podem não ter uma


política clara e transparente de preços, o que pode levar a práticas enganosas
como a "maquiagem de desconto".

Falta de regulamentação rigorosa: Em alguns países, as


regulamentações podem não ser suficientemente rigorosas para evitar essas
práticas enganosas. Isso pode incentivar as empresas a se engajarem em
comportamentos antiéticos.

Sendo assim, é importante destacar que essas práticas não são


justificáveis e podem ter impactos negativos na credibilidade da marca e na
confiança do consumidor. As empresas devem priorizar a ética e a
transparência em todas as suas práticas comerciais para construir relações
duradouras e benéficas com seus clientes.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AAKER, D. A.; SMITH, A. K. (2017). "Building a brand in the era of fake news".
Harvard Business Review. Disponível em: https://hbr.org/2017/09/building-a-
brand-in-the-era-of-fake-news . Acesso em: 02 maio 2023.

BETTER BUSINESS BUREAU. (2018). "Beware of 'Black Friday creep'".


Disponível em: https://www.bbb.org/article/news-releases/18408-beware-of-
black-friday-creep . Acesso em: 02 maio 2023.

CONSUMIDOR.GOV.BR. (2021). "Black Friday: cuidados na hora de comprar".


Disponível em: https://www.consumidor.gov.br/noticia/black-friday-cuidados-na-
hora-de-comprar . Acesso em: 02 maio 2023.

DOLCI, Maria Inês. Prática de subir os preços antes da Black Friday para
depois oferecer um falso desconto é desonesta. PROTESTE, 2019. Disponível
em: https://www.proteste.org.br/dinheiro/direito-do-consumidor/noticia/pratica-
de-subir-os-precos-antes-da-black-friday-para-depois-oferecer-um-falso-
desconto-e-desonesta . Acesso em: 02 maio 2023.

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