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INTRODUÇÃO

"A educação é um ato de amor, por isso, um ato de coragem. Não pode temer o debate.
A análise da realidade. Não pode fugir à discussão criadora, sob pena de ser uma farsa."
(Paulo Freire)

Este relatório tem por finalidade relatar sobre a estrutura e funcionamento da escola CIEP

352 – Senador Severo Gomes, situada na Rua Francisco Barone s/nº, no bairro de Santa Rita, na

cidade de Nova Iguaçu, no estado do Rio de Janeiro, tendo como fundamento o aspecto físico,

humano e material da mesma.

Também serão mencionados os temas, o projeto pedagógico, a escola como grupo social,

as atividades docentes e discentes e o estágio de observação das aulas de Língua Portuguesa na

unidade escolar, tendo como finalidade o aprofundamento dos conhecimentos teóricos.

É analisando uma estrutura escolar e sua adjacência que poderemos ver no que elas

podem e devem intervir para que leve a criação de um perfeito aprendizado, onde ela possa

colher no futuro algo melhor.

O estágio realizado liga teoria à prática levando o educando a refletir por uma prática

pedagógica em que a qualidade do ensino seja um dos fatores de maior prioridade em que se

fundam à prática pedagógica adequada as experiências significativas dos alunos, resultando em

uma real aprendizagem.

E para finalizar o relatório em questão, esperando assim que o mesmo contribua para a

conclusão do meu curso de Letras, irei apresentar as considerações finais, analisando todos os

temas citados acima, de maneira crítica e fundamentada no meu conhecimento.


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1. ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DA ESCOLA

1.1 ASPECTO FÍSICO, HUMANO E MATERIAL DA ESCOLA

"(...) a lógica da dominação se reproduz na escola, como em qualquer outra instituição,


de modo que, quando buscarmos uma educação dialógica, estaremos, necessariamente
contradizendo a ideologia dominante, interferindo politicamente na tarefa da escola de
reproduzir a dominação." (Paulo Freire)

O CIEP está situado em um bairro distante do centro de Nova Iguaçu, porém recebe

alunos de muitos bairros vizinhos e também está localizado na parte onde o poder econômico é

mais baixo, mesmo assim, a região possui um comércio estruturado e intenso, não faltando nessa

área posto de saúde público e clínicas particulares, igrejas, clubes, ou seja, todos os recursos

básicos para que uma população viva dignamente.

A escola foi plantada no centro de Santa Rita em 1990, sendo que diretores entraram em

1999, no segundo sistema que surgiu os CIEPS, no governo de Leonel Brizola e estão até os dias

atuais. Antes só tinha o 1º, 2º e 3º ciclo do primeiro e segundo ano do ensino fundamental, a

antiga 1º à 4º série do primeiro grau, juntamente com 5º à 8º série do ensino fundamental.

Atualmente temos a escola mantém-se sob regime de externato, em turnos diurnos e

noturnos, para ambos os sexos, Educação Infantil e Ensino Fundamental (1ª à 8ª Série), Curso

Técnico de Contabilidade; Estudos Adicionais com aprofundamento em Educação Infantil;

Formação de professores de Ensino Fundamental; Educação de Jovens e adultos e Formação de

Informática.

Atualmente o colégio possui 1.900 alunos em turmas que funcionam alternadamente nos

três turnos, manhã, tarde e noite, além das turmas de cursos preparatórios que funcionam aos

sábados.
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A escola possui um espaço físico grande, bem distribuído, aconchegante e satisfatório

para o desenvolvimento físico e intelectual dos alunos, o que lhes proporciona um bom

desempenho, para os mesmos e para os educadores, facilitando o alcance dos objetivos de todos.

Possui 25 salas de aula todas bem amplas e arejadas, com ventiladores de teto, também

contêm sala de informática, biblioteca, sala de vídeo, laboratório, cantina, área recreativa própria

para Jardim e C. A. (com casinha de boneca e piscina), quadra esportiva, pátio coberto para

recreação, diretoria, secretaria, coordenadoria, sala de professores e o serviço de orientação

educacional.

A equipe técnica, administrativa e pedagógica é constituída de 1 diretor geral, 3 diretoras

adjuntas, 2 coordenadores, 1 agente administrativo, 5 serventes que também são responsáveis

pela limpeza, se dividindo entre eles para a mesma. Todos os funcionários da escola são

contratados efetivados.
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1.2 PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO DA ESCOLA

“A educação como prática de liberdade, ao contrário daquela que é prática de


dominação, implica na negação do homem abstrato, isolado, solto, desligado no mundo,
assim também na negação do mundo como uma realidade ausente nos homens.”
(Paulo Freire)

A escola era para ser de caráter construtivista, mas o primeiro sistema foi se desenterrando

e acabou voltando para o método tradicional, visto que, alguns professores tentam conciliar a

proposta construtivista e o método tradicional.

O estabelecimento de ensino busca uma nova filosofia visando melhoramento do ensino

oferecido por ela. Seu planejamento é flexível, ficando a critério de cada professor, se quer ou

não como projetos (por temas ou atividade). As atividades são propostas fazendo com que leve o

educando a se posicionar de forma autônoma, criativa e crítica, proporcionando-lhes atividades

livres, com movimentos corporais, brincadeiras diversas e situações problemas.

O Projeto Político-Pedagógico do CIEP 352 Senador Severo Gomes, juntamente com sua

equipe administrativa e pedagógica busca identificar situações onde a mesma possa tornar-se

facilitadora do processo de construção do conhecimento.

Oferece a quadra e o pátio da escola nos finais de semana para o lazer da comunidade,

onde são realizadas festas comemorativas que tem como finalidade comunidade junto ao colégio.

Com essa integração a comunidade tem o prazer de conservar melhor o ambiente escolar para as

crianças, que durante a semana usam a quadra para suas atividades esportivas e projetos para ser

apresentados. Durante duas vezes no mês a escola oferece uma recreação para todos os alunos,

sendo cada turma no seu tempo (ginástica, jogos, gincanas e danças).

A equipe administrativa pedagógica do CIEP 325 Senador Severo Gomes, sempre está

aprimorando suas técnicas para um bom processo de ensino/aprendizagem.


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No que diz respeito aos seus aspectos pedagógicos, a proposta pedagógica é pautada na

filosofia da instituição, seu planejamento é feito de acordo com o processo de avaliação e os

professores trabalham na construção do planejamento juntamente com os coordenadores

pedagógicos e as diretoras. Com a proposta pedagógica oferecida pela escola, os educando se

interessa mais pelas aulas dentro e fora de sala de aula.

A finalidade do projeto é desenvolver ações pedagógicas, capazes de levar os alunos ao

potencial de cidadãos críticos.


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1.3 A ESCOLA COMO GRUPO SOCIAL

"Não é possível refazer este país, democratizá-lo, humanizá-lo, torná-lo sério, com
adolescentes brincando de matar gente, ofendendo a vida, destruindo o sonho,
inviabilizando o amor. Se a educação sozinha não transformar a sociedade, sem ela
tampouco a sociedade muda."
(Paulo Freire)

A relação entre a escola CIEP 352 Senador Severo Gomes e a comunidade em que

pertence, busca identificar situações onde à mesma torna-se facilitadora do processo de

construção do conhecimento, também procura melhorar o ensino cada vez mais para que os

alunos tenham uma profissão com sucesso no futuro.

Um método que a escola usa que é muito interessante é a troca de livros. Cada turma usa

o seu livro e conserva para o colega no próximo ano. É importante porque cada criança aprende a

conservar o seu material escolar, e ao mesmo tempo ajuda outra criança com o material didático,

principalmente quem não tem possibilidade de adquirir livros novos.

Sempre temos reuniões com os pais e professores para trabalharmos em conjunto e esse

trabalho em conjunto é intensificado com atividades esportivas visando tirar os alunos das ruas

com esportes, tais como: futebol, vôlei, basquete, capoeira e outros que é bem aceito pelos alunos

e pais que vêem a possibilidade de seu filho no futuro ser um homem de bem na sociedade e

detectarmos onde há problemas entre aluno, escola e professores, inclusive com as matérias

dadas.
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1.4 AS ATIVIDADES DOCENTES

“O educador faz “depósitos” de conteúdos que devem ser arquivados pelos educandos.
Desta maneira a educação se torna um ato de depositar, em que os educandos são os
depositários e o educador o depositante. O educador será tanto melhor educador quanto
mais conseguir “depositar” nos educandos. Os educandos,  por sua vez, serão tanto
melhores educados, quanto mais conseguirem arquivar os depósitos feitos.”
(Paulo Freire)

A relação entre professores e alunos é bem satisfatória, pois os professores trabalham em

grupo e realizam várias pesquisas causando uma integração entre discente e docente, visando à

formação de indivíduos como cidadão.

Isso faz com que alunos tenham um desempenho melhor em suas atividades dentro e fora

de sala de aula, os transformando em um educandos críticos e com formação para a vida social.

Os professores são bem criativos e objetivos para que não chame atenção dos alunos, uma

aula com muitos conteúdos, sem algumas atividades lúdicas, torna-se maçante, sem incentivos e

apreensivos. Sendo que os alunos estão precisando atualmente do contrário uma aula criativa e

não expositiva.

O trabalho dos professores é constante mesmo em face do desinteresse de alguns alunos.

A instituição adota livros didáticos que são trabalhados durante o ano letivo, a avaliação é

feita através de provas bimestrais, testes, trabalhos e a participação dos alunos em sala. A

instituição também promove campanhas e diversas atividades durante o ano letivo visando tornar

os alunos cidadãos.

Os professores mais antigos promoviam feiras educativas, com objetivo de desenvolver a

capacidade intelectual dos alunos, hoje esse tipo de atividade é rara, isso porque muitos alunos

não querem mais esse tipo de trabalho optando por seminários por serem menos trabalhosos.
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1.5 AS ATIVIDADES DISCENTES

"[...] Há perguntas a serem feitas insistentemente por todos nós e que nos fazem ver a
impossibilidade de estudar por estudar. De estudar descomprometidamente como se
misteriosamente, de repente, nada tivéssemos que ver como o mundo, um lá fora e
distante mundo, alheado de nós e nós dele [...]". (Paulo Freire)

Alguns alunos contribuem efetivamente para a participação na construção do

conhecimento, colaborando com os professores em sala de aula, como nos exercícios que são

elaborados pelos professores e conservando os livros didáticos, que são doados aos alunos no

início do ano pela escola, mas ao final os mesmos livros são entregues à escola para serem

aproveitados aos outros alunos. Outros alunos, os desinteressados, esquecem o livro e além de

não levarem o livro, ficam conversando em sala de aula, prejudicando o trabalho dos professores

e o aprendizado dos colegas de sala.

Nos debates sobre os assuntos que os professores abordam em sala de aula, os alunos

participam com opiniões e experiências próprias e juntos com o professor tiram suas conclusões.

Ao final de cada debate realizado alguns professores pedem que os alunos elaborem uma redação

ou comentário sobre o tema do mesmo e os alunos exercem essa função com excelentes

resultados.

As realizações dos trabalhos, pedidos pelos professores, são feitas pelos alunos de

maneira correta, ou seja, os alunos cumprem as regras solicitadas pelo professor da disciplina em

questão, regras como, os materiais a serem usados para o trabalho pedido, elaboram o texto de

acordo com o tema proposto pelo professor, entre outras regras que se apresenta em um trabalho

escolar.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS

“O grande problema do educador não é discutir se a educação pode ou não pode, mas é
discutir onde pode, como pode, com quem pode, quando pode; é reconhecer os limites
que sua prática impõe.”
(Paulo Freire)

Os momentos vivenciados no estágio e com base nos fundamentos teóricos de

Paulo Freire, me levaram, assim, a refletir que o professor necessita ter sensibilidade,

comprometimento na observação de cada aluno, respeitando sua individualidade como sujeito de

direitos e deveres, analisando o dia-a-dia na sala de aula e seu método de ensino, assumindo uma

postura investigativa, tornando-se pesquisador de sua própria prática.

Na teoria parece fácil, mas quando nos deparamos com a prática, vão surgindo os

problemas para resolver e enfrentar, as aulas para lecionar, os cadernos para corrigir, manter o

controle da turma, conversar com os pais e diretores quando precisar e até mesmo com os

educandos, ao precisar de algo, seja psicológico ou material, o professor tem que está sempre

pronto para determinadas situações.

Os trabalhos em grupos que são feitos em sala de aula são muito importantes para a união

dos alunos. As pesquisas, interpretações de textos e redação, também são importantes para os

alunos terem melhores rendimentos, tendo progresso também no psicológico, visto que, a redação

leva o educando a expor seus sentimentos, por meio da escrita. Embora os alunos da 5ª série

estejam ainda entrando na fase adulta, alguns acham que estão na série anterior e às vezes

chamam a professora de tia, o que nos dá certeza que um lado deles está na 4ª série.

Percebi ainda que muitos alunos não levam seus estudos a sério, enquanto outros se

preocupam em absorver o máximo de informações possíveis. É preciso que os educandos levem

seus estudos a sério para que o aprendizado seja integral e não superficial.
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O que pude observar também que os professores tem um bom relacionamento com os

alunos,visto que, ele visa o bem estar dos alunos e procura um método adequado para a turma

integrar e assim facilitar o aprendizado discente. Os professores estão sempre ajudando os alunos

no que podem dando o máximo de si no processo educativo.

Quanto ao estabelecimento a estrutura da escola, é ótima, na verdade os CIEPS têm um

edifício e a capacidade para se transformar em uma universidade, basta saber aproveitar, pois as

salas são exemplares, o pátio amplo e um ambiente muito agradável.


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REFERÊNCIAS

FREIRE, Paulo. Alfabetização - Leitura do mundo, leitura da palavra. Rio de Janeiro: Paz e

Terra, 1990

FREIRE, Paulo. Direitos humanos e educação libertadora. In: Pedagogia dos sonhos possíveis.

São Paulo: UNESP, 2001

FREIRE, Paulo. Educação como prática para a liberdade, Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2001

FREIRE, Paulo. Medo e ousadia: o cotidiano do professor, Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1986

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes Necessários à Prática Educativa. São

Paulo: Paz e Terra, 1996

FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983

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