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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DO TOCANTINS/CAMETÁ.


FACULDADE DE GEOGRAFIA – FAGEO
DISCIPLINA: ESTÁGIO II
DOCENTE: JOSÉ CARLOS CORDOVIL
DISCENTE: WESLLEY DE SOUZA MARQUES.

RELATÓRIO DE ESTÁGIO II

Relatório de estágio, apresentado ao curso de


licenciatura em Geografia como pré-requisito
de avaliação referente à disciplina Estágio
docente II, ministrada pelo professor Dr. José
Carlos da Silva Cordovil

CAMETÁ-PA
2019
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ESTÁGIO DOCENTE II: A EXPERIÊNCIA DA E.M.E.F SÃO JOÃO


BATISTA DE CAMETÁ-PA.

Resumo

O estágio pode ser concebido enquanto uma experiência que possibilita o prévio contato
entre o docente em formação e seu futuro campo de atuação, além da prática de
múltiplas teorias vividas no decorrer do curso. O presente trabalho tem como objetivo
apresentar a experiência do estágio de observação e regência realizado na Escola
Municipal de Ensino Fundamental São João Batista, situada na cidade de Cametá-PA,
analisando a importância que esse processo tem para a formação de futuros professores
e entender como se constrói sua organização e prática no âmbito escolar. Para sua
realização, foram utilizadas técnicas de pesquisa como: estudos bibliográficos,
observação em sala de aula, questionários e entrevistas aplicadas ao professor. Desse
modo, percebemos a relevância que possibilitou conhecer a prática, uma vez que se
configura como instrumento imprescindível para a formação profissional.

Palavras-chave: Estágio, formação, docência.

INTRODUÇÃO

O estágio do curso de formação de professores é uma atividade curricular que


proporciona aos docentes em formação um contato previu com o seu futuro campo
profissional, por isso, a relevância da prática nos cursos de formação. Neste processo, os
discentes de licenciatura analisam o âmbito escolar, o professor e suas respectivas
metodologias. Pimenta (2014) em sua pesquisa, nos coloca que durante o estágio ocorre
uma construção da profissionalidade docente por parte dos estagiários, na qual os
professores supervisores se tornam formadores de futuros professores, assim nos diz:
“Nesta pesquisa, partimos do pressuposto de que o professor de educação
básica que atua como supervisor em estágios é um formador de professores,
transmitindo saberes profissionais constituídos em decorrência de
experiências individuais e coletivas, em contextos sociais institucionais e
técnicos pedagógicos. Esses saberes permitem aos alunos estagiários a
reflexividade da ação docente e das práticas escolares, por meio do diálogo
com e na realidade profissional”. (PIMENTA 2014, P.71)

Dessa forma podemos inferir que durante o estágio, a partir do diálogo entre o
estagiário e o professor, esse relata sua experiência vivida enquanto educador, o que
Pimenta considera como “habitus”, que são as ações observadas pelos estagiários no
professor como, suas metodologias, relação professor-aluno, ação diante das situações
mais variadas e até mesmo inusitadas. Os cursos de Licenciatura devem relacionar
teoria e prática, por isso, o Estágio Supervisionado é considerado um elo entre o
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conhecimento construído durante a vida acadêmica e a experiência na docente, que os


discentes terão em sala de aula quando profissionais (FILHO, 2010).
No período de graduação a priori se constroem atividades e habilidades que
poderão ser utilizadas na atuação docente, em períodos de estágio o que foi construído é
resinificado a partir das análises e experiências vividas, e no decorrer de sua atuação
profissional, esses processos vão sendo reconstruídos de acordo com a diversidade do
âmbito escolar no qual é inserido.
O presente trabalho tem como objetivo apresentar a experiência do estágio
docente II de observação e regência realizado na E.M.E.F São João Batista de Cametá-
PA, analisando a importância que esse processo tem para a formação de futuros
professores e entender como se constrói sua organização e prática no âmbito escolar.
Para sua realização, utilizamos técnicas de pesquisa como: estudos bibliográficos,
observação em sala de aula, questionários e entrevistas aplicadas ao professor e a
coordenação pedagógica.
Sua estrutura está configurada da seguinte maneira: No primeiro momento será
feito um diagnóstico da escola discorrendo sobre como se deu sua formação histórica,
sua estrutura física, quadro funcional. No segundo, trazemos a observação em sala de
aula elencando as metodologias utilizadas pelo professor, sua relação com os alunos, os
assuntos trabalhados na turma de acordo com a grade curricular do 7ª e 9ª ano. Por fim,
a experiência docente e as conclusões fazendo um levantamento daquilo que foi
analisado, e o que foi adquirido no decorrer desse período, as referências com os
respectivos autores utilizados como base bibliográfica para o desenvolvimento da
pesquisa, os anexos e apêndices.

1. DIAGNÓSTICO
1.1 – E.M.E.F São João Batista, uma breve reflexão sobre seus processos históricos
de formação

A partir das demandas educacionais do município de Cametá-PA da década de


1980, pais a procura de vagas para seus filhos, assim como, alunos fora da escola,
oriundos tanto da porção urbana quanto da zona rural do município, pela inexistência de
escolas (prédios públicos), da rede municipal de educação naquela conjuntura, ora
existente, somente da rede Estadual, iniciaram os esforços junto ao então Secretário
Municipal de Educação, Profº. José Nonato de Assunção, no sentido de fomentar a
necessidade da construção de uma escola da rede municipal de educação para que
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pudesse assistir a grande demanda emergente. Assim, a Escola Municipal de Ensino


Fundamental São João Batista foi construída no ano de 1982, e inaugurada em 12 de
outubro de 1983 pelo Gestor Municipal Prefeito Alberto Moia Mocbel.

A Escola recebeu em homenagem ao padroeiro do Município, São João Batista


seu nome institucional. Sendo este, o primeiro prédio da rede municipal de educação,
construída no Município de Cametá. Este, situa-se a Travessa Floriano Peixoto, no
bairro Centro de Cametá-PA.

Figura 1: Foto portão de entrada da E.M.E.F São João Batista

Fonte: Weslley de Souza 2019.

1.2 - Estrutura física

A E.M.E.F São João Batista hoje com 36 anos, já passou por inúmeras
reformas e ampliações com o objetivo de dar melhores condições de estudo e trabalho
para os que nela convivem. Para atender seus 1,005 alunos atualmente matriculados, aos
47 professores entre outros funcionários, sua estrutura física atualmente consta-se de 27
(vinte e sete) dependências abaixo discriminadas:

Tabela 1: Dependências da E.M.E.F São João Batista


Salas de aula 12

Sala da direção 1

Sala de professores 1

Sala de orientação 1

Sala de informática 1

Sala de Secretaria 1

Biblioteca 1
5

Sala de leitura 1

Sala da Rádio Escolar e Xerografia 1

Cozinha Copa 1

Depósito 3

Banheiros dos professores 2

Banheiro de alunos 2

Pátio coberto hall de entrada 1

Fonte: PPP E.M.E.F São João Batista; Org. Weslley de Souza.

As salas de aulas encontram-se em condições precárias, as principais


problemáticas estão ligadas a falta de ventilação, luminosidade e péssima acústica. Cada
sala tem dois ventiladores de teto e quatro de paredes, as quedas constantes de energia e
a falta de manutenção são fatores determinantes para o não funcionamento efetivo de
todos estes. As salas de aulas tem capacidade para 30 mesas e 30 cadeiras, atualmente,
contam com 40 cadeiras e 40 mesas, mais 01 mesa e 01 cadeira de professor, nas turmas
de 1º ao 6º anos. Nas salas dos 7º ao 9º anos tem-se 35 mesas e 35 cadeiras de alunos e,
01 mesas e 01 cadeira do professor. Todas as salas de aulas, biblioteca, sala de
informática e sala de leitura, possuem quadro branco em boa condição de uso, a escola
não dispõe de auditório e quadra poliesportiva.

1.3 – Estrutura funcional


Sua estrutura funcional abrange os seguintes núcleos de atividades:

Tabela 2: Quadro funcional da E.M.E.F São João Batista


Diretor 1

Vice-diretores 2

Suporte pedagógico 3

Secretários 1

Agentes administrativos 6

Professores 47

Professor na biblioteca 1

Manipuladores de alimentos 4

Serventes 8
6

Agentes de vigilância 6

Agente de manutenção 2

Agentes de portaria 2

Técnico em alimentação escolar 2


Fonte: PPP E.M.E.F São João Batista; Org. Weslley de Souza.

2 – DA OBSERVAÇÃO
O estágio curricular traz inúmeras experiências aos discentes de uma
determinada licenciatura, uma destas é a observação do trabalho do professor, esta é
sem dúvidas uma das mais marcantes. Dada a importância da prática de observação do
estágio para a formação, apresentamos a experiência vivida nesse período.
As turmas acompanhadas durante o período do referido estágio foram: 7º ano
“C”, 7º ano “B” e 9º ano “C”. O professor supervisor do 7º ano “B”, aqui identificado
como Professor supervisor “A”, tem formação em Geografia, exerce a profissão há 15
anos, atua nos sistemas de ensino estadual, municipal e privado. A professora
supervisora do 7º ano “C” e 9º ano “C”, identificada como Professora supervisora “B”,
também é formada em geografia exerce a profissão há cerca de 28 anos, atua apenas no
ensino municipal.
Para ambos o plano de aula é considerado como um instrumento importante que
pode auxiliar o docente no processo de ensino e aprendizagem, pois é um método
utilizado para organização de sua aula, em que estabelece seus objetivos e
metodologias. Segundo Passini, nesse momento o professor,
Coloca em ordem as ações que pretende adotar na aula, com detalhes sobre
recursos a serem utilizados e, cada etapa do processo, as atividades possíveis
etc. muitos professores colocam também lembretes sobre conceitos a serem
desenvolvidos, exemplos das aulas anteriores a serem resgatados,
experiências relatadas pelos alunos a serem solicitados. PASSINE et al.
(2011)

O professor supervisor “A”, alegou que dificilmente utiliza-o, todavia reconhece


sua importância. Pelo que fora possível observar, este educador tem um ótimo domínio
de conteúdo, dificilmente deixa os alunos com dúvidas, explica de forma simples
utilizando exemplos atuais o que facilita na compreensão do conteúdo, constrói sua aula
de maneira expositiva e dialogada, sendo este na maioria das vezes o responsável pela
construção do próprio material.
No que concerne a sua relação com os alunos, consideramos que são
estabelecidas relações boas, o professor não intimida os estudantes e nos momentos de
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explicação de conteúdo os deixa interagirem com contribuições, dúvidas, acréscimos e


outros, os alunos expressam seu contentamento com a didática do professor. Dentre os
assuntos trabalhados neste período de observação na disciplina de Geografia tivemos:
Regionalização do território brasileiro, Região centro-sul.
Algumas das principais questões analisadas neste processo de observação no que
diz respeito a Professora supervisora “B”, giram em torno do bom domínio dos
conteúdos trabalhados, da boa relação com a maioria dos estudantes, a utilização
cotidiana dos planos de aula, entre suas metodologias prevalece a construção de aulas
expositivas, debates em grupo, utilização de mapas geográficos, seminários, entre
outros. Entre os assuntos trabalhados neste períodos tivemos: Regionalização do
território Brasileiro e Europa: Características físicas e naturais.

2- DA REGÊNCIA
O estágio apresenta-se como uma das mais importantes experiências acadêmicas
para a formação de futuros docentes, segundo o Art. 61 da Lei de Diretrizes e Bases da
Educação (LDB) 9.394/96, garante atividades práticas pré-profissionais em situações
reais de trabalho que possibilitam a execução das teorias abordadas nos cursos de
licenciatura na prática das escolas.
Para Guerra (1995), o Estágio Supervisionado consiste em teoria e prática tendo
em vista uma busca constante da realidade para uma elaboração conjunta do programa
de trabalho na formação do educador. Logo, podemos afirmar que o estágio docente em
Geografia possibilita o contato com as relações presentes no ambiente escolar
permitindo a aplicação de metodologias no processo de ensino aprendizagem da
Geografia.
Nossa experiência docente se deu em duas aulas conurbadas de 45min cada, no
sétimo 7º ano “C” da E.M.E.F São João Batista sob a supervisão do Professor
supervisor “A”. Tendo como instrumentos o quadro branco magnético, pincel atômico,
notebook, datashow e do material didático produzido por este professor supervisor,
houve a conceituação de região e de regionalização, os principais critérios utilizados
para se regionalizar (critérios naturais e históricos, por exemplo), além das principais
divisões administrativas do nosso país (distritos, municípios e estados).
Exemplos de vários tipos de região foram utilizados para ampliar a noção dessa
categoria geográfica para os educandos (regiões que respeitam os limites
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administrativos, regiões compostas apenas por alguns municípios, outras compostas


apenas por bairros, entre outras).
No segundo momento realizou-se a retomada do estudo da regionalização
geoeconômica brasileira de Pedro Pinchas, dividida em três grandes regiões Amazônia,
Nordeste e Centro-sul. A aula seguiu se atendo a região Centro-sul, com caráter
expositiva e dialogada, os educandos apresentaram certa dificuldade em compreender o
conteúdo mas acompanharam bem o proceder da aula, ainda que tenha sido necessário
reforçar várias vezes os conceitos.
Mesmo a turma não possuindo o hábito de expor suas dúvidas, alguns educandos
se manifestaram pedindo ajuda para compreender o conteúdo. Além disso, o 7º ano “C”
é uma turma relativamente agitada e apresentou resistências em manter-se concentrada,
o educador supervisor interviu algumas vezes para manter o controle dos educandos.
O educador supervisor orientou que fosse esquematizada uma atividade para que
os estudantes pudessem revisar sobre a região Centro-sul nesta regionalização, nossa
avaliação se deu por meio desta atividade que tratou das porções norte e sul da região
centro-sul, estados que as compõe, principais atividades econômicas entre outros. Ao
final da aula o professor supervisor, os estudantes e o estagiário externaram seus
agradecimentos pelo nosso período de trabalho e saberes compartilhados.

3 – CONSIDERAÇÕES FINAIS
É indiscutível o quanto o Estágio Supervisionado é um divisor de águas na vida
dos licenciandos. É na escola, em contato direto com os educandos que estes despertam
para suas dificuldades reais enquanto futuros educadores. Mais do que ensinar de forma
boa ou ruim os conteúdos é aprender a lidar com a diversidade que cada aluno trás para
a sala de aula.
No que se diz respeito à disciplina de Geografia, é notório como a didática dos
educadores faz toda a diferença, deixando as aulas mais atrativas, possibilitando o
envolvimentos dos estudantes com as aulas, construção coletiva de saberes e a reciproca
troca de experiências entre estagiário e professor supervisor.
Como a maioria das escolas brasileiras a E.M.E.F São João Batista sofre com
sérias dificuldades estruturais que influenciam diretamente no processo formativo de
seus estudantes, porém cotidianamente esforça-se nos estímulos aos estudos, pesquisas,
integração com a comunidade e outros aspectos que permeiam a formação cidadã dos
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educando, através de seu corpo administrativo comprometido com a educação não só


para com os livros, mas também para com a vida.
Desta forma, concluímos destacando a relevância desta experiência que nos
possibilitou o contato com o âmbito escolar, que por sua vez nos permitiu avançar no
processo de construção dos futuros professores.
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REFERÊNCIAS

PASSINI, Elza Yasuco, Romaõ Passini, Sandra T. Malysz (Orgs). Prática de ensino da
geografia e estágio supervisionado. 2 ed. São Paulo: Contexto, 2011.
PIMENTA, Selma Garrido. Professor reflexivo: construindo uma crítica. In:
PIMENTA, S. G.; GHEDIN, E. (Orgs.). professor reflexivo no Brasil: gênese e crítica
de um conceito. 4 ed. São Paulo: Cortez, 2006.
FILHO, A. P. O Estágio Supervisionado e sua importância na formação docente.
Revista P@rtes. 2010. Disponível em:
http://www.partes.com.br/educacao/estagiosupervisionado.asp. Acesso em: 15 junho.
2019.
Projeto Político Pedagógico da E.M.E.F São João Batista, 2016.
GUERRA, Miriam Darlete Seade. Reflexões sobre um processo vivido em estágio
supervisionado: Dos limites às possibilidades, 1995.

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