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O texto recomendado para a leitura aborda as cognições nas organizações, traz a

historicidade da pesquisa sobre a temática, os principais avanços em 10 grandes


domínios substantivos da psicologia organizacional, além de avanços
metodológicos recentes.

As teorias da cognição podem ser aplicadas de diferentes formas nas organizações,


principalmente quando realizadas a seleção e avaliação de pessoal, grupos e
equipes de trabalho, treinamento e desenvolvimento, estresse e saúde
ocupacional, motivação no trabalho, design de trabalho e ergonomia cognitiva,
liderança, tomada de decisão organizacional, mudança e desenvolvimento
organizacional e diferenças individuais.

Quando abordada a pesquisa psicológica sobre cognição nas organizações trabalha-


se com duas tradições principais: tradição de fatores humanos e tradição
organizacional. Ambas têm implicações importantes para o design de tarefas,
novas formas organizacionais e para enriquecer a compreensão do
comportamento dentro e entre as organizações.

A tradição dos fatores humanos engloba os campos da psicologia da engenharia e do


desempenho humano, incluindo os aspectos psicológicos da ergonomia, destaca-
se o processamento da informação humana. São apresentadas duas abordagens, a
abordagem ecológica que é caracterizada pelo estudo da expertise em ambientes
naturalísticos e a abordagem da engenharia cognitiva que constitui uma
abordagem híbrida que reúne elementos-chave das abordagens baseadas em
estágios e ecológicas, na tentativa de aprofundar a compreensão das interações
entre tarefas e restrições ambientais e estruturas de conhecimento dos
operadores.

Em relação a tradição organizacional os autores Hambrick & Mason (1984)


acrescentaram mais ímpeto à tradição organizacional, tratando a escolha
estratégica como uma função da composição demográfica e psicológica da
equipe de gerenciamento de topo da organização e defenderam métodos
indiretos de avaliação cognitiva, por meio dos quais as características dos
executivos são utilizadas como proxies para variáveis cognitivas na previsão de
resultados organizacionais. Já pesquisas mais recentes incorporaram métodos
diretos de avaliação cognitiva, isolando os determinantes e consequências das
percepções e crenças executivas.

Destacam-se cinco grandes perspectivas teóricas extraídas da psicologia


experimental cognitiva e da cognição social que permeiam a pesquisa
contemporânea sobre cognição nas organizações: (1) teoria do esquema e
concepções relacionadas de representações mentais (especialmente a noção de
modelos mentais), (2) teoria da decisão comportamental (especialmente trabalho
em heurística e vieses), (3) teoria da atribuição, (4) teoria da identidade social e
concepções relacionadas, e (5) promulgação e a noção relacionada de criação de
sentido.

Apesar dos avanças já alcançados ainda se fazem necessários um programa de


trabalho direcionado para estabelecer a validade convergente e discriminante das
várias medidas utilizadas para a avaliação da estrutura e do conteúdo das
estruturas de conhecimento dos estagiários, e a validação de uma rede
nomológica mais ampla englobando resultados de treinamento cognitivo.

As organizações são complexas e os atores que desempenham suas funções nelas são
afetados e afetam as atividades realizadas de diversas maneiras. Questões de
relacionamento, motivação, estresse influenciam no desempenho dos trabalhadores. O
estudo da cognição nas organizações se faz fundamental para proporcionar um melhor
desempenho dos trabalhadores, o sucesso da equipe e da organização. Há necessidade
de compreensão das dinâmicas sociopsicológicas e tecnológicas que promovem e
inibem o conhecimento mútuo em equipes.

Gostaria de saber mais sobre como são realizados esses estudos e como eles podem ter
seus resultados aplicados efetivamente nas organizações. Visto que, do ponto de vista
cognitivo, a questão de pesquisa mais premente em relação à implementação da
estratégia (a tradução da estratégia em ação) é desenvolver insights sobre os processos e
mecanismos que facilitam, ou mais frequentemente inibem, as tentativas de equipar os
funcionários para se adaptarem à mudança organizacional e iniciativas de forma a gerar
resultados individuais e coletivos positivos, incluindo bem-estar pessoal e
comportamento de cidadania organizacional.

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