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Special Report

Negociação

Caro(a) aluno(a),

Neste material você encontra a leitura complementar


dos assuntos que estamos estudando no curso.
Escolhi as melhores matérias e artigos já publicados
pela Editora Quantum nos últimos anos, para que você
tenha ainda mais suporte sobre o conteúdo do módulo
Negociação.

Leia atentamente o material de apoio e complemente


seu curso.

Boa leitura!
Raúl Candeloro
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SERÁ QUE MINHA EQUIPE


ESTÁ NEGOCIANDO BEM?
Por Silvia Campos

Muitas vezes me perguntam como avaliar se 3. Observe se as propostas enviadas para os


a equipe está evoluindo nas suas negociações. clientes são padronizadas e focam o interes-
Antes de responder, pergunto se o líder tem se do vendedor ou se realmente refletem um
muito claro quais os objetivos que desejaria levantamento de necessidades bem-feito em
alcançar e quais os pontos fracos que deve- que o cliente, ao receber a proposta, terá a
riam melhorar. percepção de que foi ouvido, compreendido
e que a proposta é exclusiva para solucionar
Pela minha experiência, indico ter sempre o seu problema.
alguns cuidados especiais com os itens que 4. Note se as concessões começam a ser mais
listo a seguir: valorizadas e trocadas de forma estratégica.
Se o vendedor entendeu que não precisa
1. Verifique se os seus vendedores estão se pre- dar muitas coisas para fechar o negócio,
parando para as negociações, levantando inclusive se entendeu o que é melhor para
mais informações sobre as pessoas e empre- a empresa que ele conceda – desconto, pra-
sas com as quais negociarão, antes da nego- zo de pagamento, prazo de entrega, bônus,
ciação propriamente dita começar. Se estão brinde –, o que onera menos a empresa e é
“antenados” com o que acontece com a bem-visto pelo cliente. Além de verificar
concorrência e o mercado. pelo que está trocando suas concessões,
2. Quando um vendedor estiver saindo para ir contratos mais longos, de maior valor, ex-
se encontrar com o cliente, peça que lhe clusividade, entre outros.
mostre a lista dos objetivos dessa visita por 5. É fácil descobrir se a equipe de vendas con-
escrito. Se não a tiver, peça para ele fazer. seguiu diminuir o percentual médio de des-
Se tiver dificuldade em fazê-la, provavel- conto, que normalmente é o total da sua
mente não se preparou bem, está indo para autonomia, ou seja, se a autonomia é de 10%,
fazer “o melhor que puder”, mas isso é mui- um bom sinal seria que estivessem fechan-
to subjetivo. Os objetivos devem ser claros, do com no máximo 9%. A equipe de vendas
mensuráveis e tangíveis. Na volta, peguem tem uma forte tendência a utilizar todo o
a lista juntos e verifiquem quais dos objeti- desconto que lhe é possível oferecer. A des-
vos foram atingidos e, caso algum não tenha culpa é sempre a mesma: “Se não tivesse
sido, o que aconteceu. dado o desconto, o cliente não teria fechado”.

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É o que mais se ouve, mas não é necessaria- O total é a lucratividade do vendedor. Anali-
mente uma verdade. sando esse número, o gestor poderá saber
quem, na sua equipe, é mais lucrativo e tam-
bém acompanhar o desempenho de todos.
Ideal é que o gerente tenha uma planilha que Apesar desse número não mentir, analisado
mostre a lucratividade por vendedor. Quanto isoladamente, o gestor pode deixar de saber
cada pessoa da equipe fatura, menos a sua dados importantes sobre o comportamento
despesa: esse número não mente e pode ser do vendedor, como: sua ética, conduta, argu-
utilizado para qualquer vendedor, não im- mentação de venda, o que pode influenciar
porta se é representante, vendedor externo ativamente no resultado medido.
ou operador de telemarketing. Acompanhe o
exemplo a seguir: Por isso, é importante ressaltar que o líder
tem um papel fundamental no processo de
Faturamento mensal (+) assimilação e mudança dos hábitos da sua
Despesas com salário (-) equipe. É ele quem monitorará as atitudes,
verificando se a forma como as vendas acon-
Comissão (-) tecem estão de acordo com o que a empresa
Outros encargos trabalhistas (-) acredita que seja adequado e, ao mesmo tem-
po, analisará os números para saber se o
Transporte / Alimentação / Telefone (-)
resultado alcançado é o esperado.
Outros que achar necessários (-)
Apenas tendo esses controles, o líder saberá
o que fazer caso as atitudes estejam corretas
e o resultado não ou ao contrário.

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CHEGOU A HORA
DE NEGOCIAR
Por Marco Aurélio Marcondes

Depois de passar pelo processo de prospecção, experientes persistem, mesmo sofrendo rejei-
abordagem, levantamento das necessidades do ções. Em face dos problemas, procuram corri-
cliente e formular uma proposta de valor, co- gir os seus erros para diminuir as ocorrências.
meça uma fase muito importante: a negociação. Esses são aqueles que já levaram muita “pan-
Nessa etapa, ainda podem acontecer objeções cada”. O segredo consiste em descobrir ma-
por parte dos clientes e, por isso, é preciso uti- neiras de isolar os “nãos” intermináveis e dar
lizar estratégias corretas para neutralizá-las e a volta por cima. Sobczak indica algumas
abrir caminho para o fechamento. formas de lidar melhor com a rejeição:

Raúl Candeloro explica, no livro Negociação » Aceite o fato de que você ouvirá muitos
(Coleção Passos da Venda), que um vendedor “nãos” – Muitos serão os “nãos”, mas sem
mais experiente lida mais facilmente com as dúvida não existe um legítimo vendedor
objeções dos seus clientes, enxergando uma que não saiba disso. Os “nãos” fazem par-
objeção como uma oportunidade ou, até mes- te do processo de negociação, as vitórias
mo, como um elemento necessário para o não são mensuradas pelo número de “sins”
sucesso. Isso é transformar algo aparente- ou “nãos”, mas pelo número de tentativas
mente negativo em uma conveniência. realizadas.

Muitas pessoas dizem “não”, algumas vezes, » Aprenda com o “não” – Se os objetivos
até que se sintam à vontade para dizer “sim”. não foram alcançados, pode ser que algo
A quantidade de “nãos” ditos por uma pessoa tenha sido feito de maneira errada. É pre-
até que se chegue ao sim é variável. Se um ciso estar preparado para receber objeções.
vendedor está falando com uma pessoa de oito Entender e aprender com os erros ajuda a
“nãos” e no sétimo desiste, significa que falta- eliminar a sensação de rejeição.
va apenas um “não” para que fechasse a venda.
» Lembre-se dos seus sucessos – A alegria
Segundo Art Sobczak, presidente da Business da vitória é duradoura, a dor de uma der-
by Phone, muitos vendedores que desistiram rota é temporária. Aquela sensação posi-
da profissão se justificam argumentando que tiva deve perdurar. Isso servirá de motiva-
não aguentaram tanta rejeição. Vendedores ção para a próxima abordagem.

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» Faça a próxima visita ou telefonema – 1. Conhecimento é poder – Quando o vende-


Analise friamente o processo da última dor domina os seus produtos ou serviços,
negociação e vá à luta. Chega de autopie- conhece os problemas dos prospects, possui
dade. Não fique pensando nos “nãos” que informações sobre a concorrência e até sobre
recebeu. Neutralize os pensamentos ne- a legislação. Todo esse conhecimento é um
gativos antes de fazer o próximo contato. verdadeiro poder em suas mãos.

É preciso saber negociar – Quem leu o livro 2. Expertise na sua área de atuação – O ven-
Proposta de Valor (Coleção Passos da Venda) dedor, ao se posicionar como um expert,
,certamente não tem dúvidas de como propor acaba estabelecendo uma relação de consul-
uma oferta personalizada ao seu cliente. toria informal com seu cliente, o que repre-
Agora chegou a hora do próximo passo: se senta um valor agregado aos seus produtos.
preparar para a negociação. Segundo Márcio Esse poder é muito conveniente, pois faz com
Miranda, um dos maiores especialistas do que o cliente aceite recomendações.
País, é necessário que o vendedor planeje o
seu “minimax”. Isso significa estabelecer o 3. Vantagens competitivas – Possuir vantagem
mínimo que está disposto a vender e o má- competitiva em uma negociação não é só pri-
ximo que almeja dentro dos limites razoáveis. vilégio do vendedor, que ao se diferenciar da
Os fundamentos dessa técnica têm quatro concorrência obtém competitividade. O clien-
questões básicas: te também pode adquirir vantagem compe-
titiva na negociação, por exemplo: tendo re-
» Qual o mínimo que estou disposto a aceitar? cebido ofertas melhores de um concorrente
» Qual o máximo que posso esperar? do vendedor.

» Qual o mínimo que posso conceder? 4. Persuasão – Um vendedor que utiliza téc-
» Qual o máximo que posso oferecer em nicas de persuasão sempre sai de negociações
troca? com maiores pedidos do que concorrentes que
não têm essa habilidade.
Você e os seus clientes têm poder O indispensável follow-up
Raúl Candeloro comenta, em seu livro Nego- Outro passo muito importante em uma ne-
ciação, que todo prospect possui o poder de gociação é fazer um follow-up(explicação de
comprar ou não. O vendedor também é dono um processo). Como mencionado anterior-
de um poder próprio que pode ajudá-lo a mente, a informação é um elemento que dá
melhorar seus resultados nas negociações. O poder a qualquer negociação. O conhecimen-
especialista Homer Smith pesquisou esse to utilizado para a elaboração da proposta na
assunto quando escrevia o seu livro Selling fase anterior, agora, deve ser checado. Assim,
Through Negotiation (Vendendo Através da é constatado se os argumentos foram aceitos
Negociação,ainda sem tradução no Brasil). ou não pelo cliente. Nessa fase, o vendedor
Ele identificou vários tipos de poder que um identifica as objeções e os fatores envolvidos.
vendedor deve utilizar durante uma negocia- Segundo C. J. Hayden, autor do livro Get Clients
ção de vendas, quatro desses tipos são:

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Now! (ainda sem tradução no Brasil, dispo- processo de testes. Ao negociar de forma
nível no site da American Management As- empírica com estimativas não comprova-
sociation: www.amanet.org), para um pro- das, estará cometendo um grave erro.
cesso de follow-up eficaz, devem ser conside-
radas quatro razões básicas: » Não pressuponha que o seu nível de
aspiração é suficientemente alto – To-
1. Estabelecer prioridades – É preciso se- me cuidado para não ter uma exigência
parar um tempo específico para fazer um modesta demais, ou seja, extremamente
follow-up, caso contrário ele nunca será fácil de ser satisfeita. O seu cliente pode
feito direito. não estar decidido em relação ao que quer
ou pode ter um grupo de valores muito
2. Desorganização – Se houver desorgani- diferentes do seu.
zação, o processo de follow-up torna-se
quase impossível. Os arquivos referentes » Nunca aceite a primeira oferta – É um
às pessoas com as quais você negocia de- grande erro em uma negociação aceitar a
vem estar bem-organizados e cuidados, primeira oferta, mesmo que represente o
inclusive com as informações do que foi esperado. Em primeiro lugar, porque o
dito e quando. Dessa maneira, o follow-up cliente poderia ter feito certas concessões.
será eficaz. Segundo, o seu cliente poderá ter a im-
pressão de que não deveria ter oferecido
3. Resistência – Cuidado para não incorrer tanto inicialmente.
no erro de considerar secundário o follow-
-up, achando que se o cliente não comprou » Não faça a primeira concessão – Na
foi porque não se decidiu. Pessoas extre- maioria das vezes, quem sai perdendo é
mamente competentes e bem-sucedidas quem faz a primeira concessão.
fazem o follow-up regularmente.
Planeje a sua negociação
4. Medo – O medo de efetuar uma segunda Algumas dicas de Art Sobczak para a elabo-
visita ao cliente só para evitar uma possí- ração de um planejamento de negociação:
vel rejeição faz com que o vendedor perca
a oportunidade de fechar a venda. A ver- 1. Decida tudo que é negociável, além do
dade é que o cliente certamente comprará preço – Baixar o preço ao primeiro sinal
de alguém, a questão é de quem. de resistência por parte do cliente é sinal
de inexperiência ou pura preguiça do ven-
Erros de concessão dedor. A atitude correta a ser tomada é
Segundo Chester L. Karrass, autor do livro O pensar como você poderia oferecer algo
Manual da Negociação (Ediouro), a maioria dos que tenha um alto valor para o cliente e
erros de concessão acontece pelo fato de as baixo custo para você.
pessoas esquecerem do que estão fazendo:
2. Analise suas forças e as necessidades do
» Não pressuponha que você sabe o que cliente – Antes de ligar ou visitar seus
o seu cliente quer – Tente descobrir qual clientes ou prospects, pense quais seriam
a real situação por meio de um minucioso as necessidades deles, separe o que você

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tem para oferecer e defina o que você quer.


Vá além do que o seu cliente quer e não 4. Prepare-se para as táticas do cliente
ceda reduzindo o preço. Agregue valor ao – Nem sempre o vendedor conhece a
seu produto. pessoa, conhecendo fica fácil. Não perca
dinheiro, prepare-se para antever possí-
3. Estabeleça objetivos – Estabelecer objeti- veis demandas de novos prospects. Não
vos é fundamental em qualquer atividade, ceda mais do que deve só pra concretizar
é preciso estabelecer um objetivo claro: o negócio.
“qual minha expectativa em relação ao
cliente?” e “qual será minha atitude para
que ele faça isso?”.

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CINCO PONTOS PARA


NEGOCIAR EFICAZMENTE
Por Fernando Silveira

No atual panorama brasileiro, com a moeda


estável, maior exposição do mercado e a elevada 2. Olhe para dentro
taxa de juros, sua organização tem como um Para que essas ações tenham êxito, será impor-
dos desafios atuar qualitativamente, tornando tante você implementar antes uma autêntica
as suas ações – sejam de vendas, de compras, negociação interna buscando de seus colabora-
logística ou RH, por exemplo, centros geradores dores experiências e sugestões aplicáveis, além
de economia e agregadores de valor, ajudando a de recorrer a seu banco de dados de experiências
fortalecer e consolidar, desse modo, a presença anteriores. Sua posição estará sendo fortalecida
da instituição nesse cenário. Uma ferramenta desde antes de negociar de fato com os demais
muito positiva, de baixo custo e concretos resul- envolvidos no processo.
tados é a negociação, bastando, para sua efetiva
utilização, que se tenham recursos humanos 3. Olhe para fora
treinados e motivados à par de sua experiência Antes de negociar externamente, com clientes,
acumulada intra e extraorganização. Sem pre- fornecedores, bancos, autoridades ou sindica-
tender esgotar o tema, apresento um pequeno tos, por exemplo, faça uma ampla sondagem
roteiro que você poderá utilizar e ampliar, con- no ambiente externo, verificando como as
sideradas as variáveis de ambiente e cultura de tendências sócioeconômicas, culturais, ecoló-
sua organização. Portanto, para negociar eficaz- gicas e políticas poderão direta ou indireta-
mente obtendo resultados positivos: mente influenciar na transação no curto,
médio e longo prazos.
1. Pense estrategicamente
Identifique as ações de repercussão estratégica 4. Estabeleça um macro-objetivo
e ligadas à missão organizacional assim como Isto balizará suas ações e servirá de parâmetro
aquelas cujo custo possa influir na produtivi- para o estabelecimento de objetivos secundá-
dade, lucratividade e imagem institucional. rios além de clarificar suas melhores alterna-
Provavelmente essas serão objetos de perma- tivas para acordos. É importante que sejam
nente Negociação interna e externa! objetivos realistas, efetivamente alcançáveis e

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flexíveis, possibilitando seu ajustamento du- pontos positivos ou inibidores assim como as
rante a realização da negociação. Tenha em perspectivas futuras, criando uma atmosfera
mente que sua implementação é um jogo de de realização. É oportuno lembrar que para
incertezas, pois nunca se sabe ao certo quais conseguir obter resultados concretos você de-
as ações e reações da outra parte. verá estar permanentemente atualizado com
as técnicas que as ações de negociação deman-
5. Negocie com qualidade dam no sentido de saber utilizá-las adequada-
Assuma que a outra parte também está traba- mente, pois a realidade em que você atua cer-
lhando com legítimos objetivos e procure ter tamente está em constante mutação e você não
uma postura de empatia e colaboração, empe- pode ficar a reboque dos fatos: faça o contrário
nhando-se sinceramente para que o desfecho – procure antecipar-se para que suas negocia-
seja bom para ambos os lados, evitando impas- ções sejam sempre as melhores e as mais efi-
ses ou frustrações. Não hesite em mostrar os cazes possíveis.

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PREPARE-SE PARA SUA


PRÓXIMA NEGOCIAÇÃO!
Por Silvia Campos

Quando dou cursos sobre negociação pelo fazer o melhor que eu puder”, isso é muito
Brasil, sempre repito que dos sete passos da subjetivo. Estabeleça três objetivos, no máxi-
negociação (preparação, abertura, exploração, mo, para cada negociação, pois se tiver mais
apresentação, clarificação, fechamento e con- do que isso perderá o seu foco e é grande a
trole) existem três que precisam de um cui- probabilidade de sair de lá sem ter cumprido
dado extra: preparação, exploração e controle. nenhum. Precisando, deixe os outros para
Hoje vou falar do primeiro deles: a preparação. futuras reuniões. Escreva os seus objetivos.
Quando você os escreve, o seu comprometi-
Uma boa preparação é fundamental e faz mento com eles aumenta consideravelmente.
muita diferença no resultado da negociação. E não se esqueça de ser ousado. O resultado
Então, por que será que tão pouca gente se que atingirá está diretamente relacionado
prepara? Falta de tempo? Uma boa prepara- com o objetivo que colocar, então, seja realis-
ção vai lhe economizar muito tempo e traba- ta, mas pense grande.
lho no decorrer da negociação ou será que
você acredita que, com a sua experiência, com 2. Alternativas de escape – Faça uma lista
certeza conseguirá improvisar e se sair bem? das objeções mais frequentes. Ela ficará ain-
Não vá nessa, você certamente precisará, em da mais rica se os outros vendedores da sua
algum momento, improvisar, mas algumas empresa participarem e pensarem em respos-
coisas devem estar bem-ensaiadas. tas para todas elas, de preferência mais de
uma. Por exemplo, quando o seu cliente diz:
O preparo deve ser feito com calma e ante- “Está caro!” (já ouviu isso antes?), você pode
cedência. Lembra quando era estudante e lhe responder: “seria uma possibilidade um mo-
diziam que estudar na véspera das provas era delo com menos potência?” ou “seria uma
desespero? Pois esse ditado vale agora tam- possibilidade que fosse de outra cor?” Quan-
bém. Aqui estão alguns pontos que você de- do você pergunta, descobre o que o seu clien-
ve ter muito claros, antes de iniciar uma te valoriza e qual é, realmente, a objeção, além
negociação: de deixar claro que existe uma vontade sua
em cooperar e tentar resolver de forma satis-
1. Quais são os seus objetivos? – Tenha fatória o problema dele.
objetivos claros e tangíveis. Não diga: “vou

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3. Valores – Quando falamos em “valor”, e veja se já passou por isso: fazer o vendedor
logo pensamos em dinheiro, mas o impor- ligar muitas vezes até conseguir ser atendi-
tante aqui é saber o que mais a outra pessoa do e, quando finalmente marcam uma reu-
valoriza. Prazo de entrega, de pagamento, nião, o comprador o deixa esperando na
cor, modelo, localização, qualidade, atendi- recepção por longos minutos; ao iniciar a
mento, status, marca, etc. Existem muitas reunião acontecem várias interrupções, o
outras possibilidades de moedas de troca. telefone toca – por falar em telefone, por
Pense nisso e certamente descobrirá formas favor, lembre-se de desligar o seu quando
de diminuir a necessidade de dar desconto. entrar em uma reunião, ele é o seu maior
inimigo em uma apresentação – e assim vai.
4. Piso mínimo/máximo – É um valor de re- Nessas horas, não se deixe contaminar,
ferência para saber até onde vale a pena com- concentre-se no que você está pensando,
prar ou vender. Sugiro que você estipule o foque em coisas boas, mantenha o bom astral
valor desejado para a negociação e garanto e comente notícias positivas.
uma coisa: o valor final vai ficar entre os dois
valores que colocar como meta, o desejado e 6. Gerencie o seu tempo – O problema nor-
o mínimo (para quem vende) ou o máximo malmente ocorre quando o vendedor percebe
(para quem compra). Utilize o valor mínimo que o seu tempo-limite está no fim e o com-
apenas como referência. Se a diretoria deter- prador dá sinais claros de que vai deixar a
minou que você pode dar até 20% de descon- negociação sem um fechamento. O vendedor
to, esse é o seu piso mínimo. Não comece com sabe da dificuldade que foi chegar até ali e
os 20%, pois existem 19 números entre o 0 e tende a querer finalizar a negociação “de
o 20. Mostre a sua habilidade em negociar e qualquer jeito”. Esse é o momento em que o
feche sem precisar chegar no seu piso mínimo. vendedor vai precisar lembrar os seus objeti-
vos e cuidar para não fazer concessões im-
5. Seja positivo – Compradores, muitas ve- pensadas. Na dúvida, use esses últimos mi-
zes, tentam fragilizar o seu estado mental; nutos da reunião para agendar um novo
se isso é uma estratégia ou não, é questio- contato e finalizar com mais tempo.
nável, mas sem dúvida acontece. Como?
Existem várias maneiras, vou listar algumas Sucesso nas suas próximas negociações!

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A CHAVE DA NEGOCIAÇÃO
Por Alex de Miranda

Um dos termos mais usados em vendas para sada em saber vantagens, preços ou como fun-
demonstrar que se conquistou determinado ciona, e sim quer o produto logo, e ponto final.
cliente é dizer que se conseguiu “abrir uma
porta” naquele lugar para poder dar início a Muitas vezes, quando nos preparamos para
uma negociação, ou ainda em alguns livros uma venda importante, vamos com diversos
encontra-se o termo “chave” para abrir nego- benefícios que podem ser oferecidos e, no in-
ciações ou para fechamento em vendas. tuito de fechar logo a negociação, saímos “des-
pejando” tudo de uma vez.
Nem sempre a chave ou porta vão levar aos
melhores caminhos para se conquistar defini- Entretanto, essa atitude pode muito bem ser
tivamente um cliente, pois existem várias interpretada como um pontapé para abrir a
“aberturas” e “passagens” que não estarão à porta à força, ou seja, arrombá-la, e não utilizar
vista, mas que terão de ser descobertas para a chave correta. Analise a situação, ouça seu
poderem ser ultrapassadas. interlocutor, descubra do que ele precisa e en-
contre as chaves certas para abrir cada porta.
Para chegar ao ponto em que ambas as par-
tes ficarão completamente satisfeitas, é ne- Cabe lembrar que nem sempre o caminho ló-
cessário fazer uma leitura do ambiente e gico é o correto. É como olhar um mapa antes
verificar quais “aberturas” estão sendo apre- de traçar uma rota: existe o caminho mais
sentadas em uma negociação. curto e há o melhor caminho, mas nem sempre
eles serão o mesmo, portanto, não tenha pres-
Nos dias de hoje, esse é o grande segredo dos sa, descubra as melhores opções e mantenha
negócios, que para serem bons têm de sê-los seu foco no objetivo principal.
para todos os envolvidos. Isso quer dizer que
nem sempre o que temos a oferecer é o que o Lembre-se: existem algumas chaves que podem
outro precisa naquele determinado momento. abrir mais de uma porta, porém há aquelas em
que primeiramente é necessário descobrir qual é
Se uma pessoa entra em um estabelecimento a chave correta. Tenha sempre em mente que a
com muita pressa e pede algo de forma muito melhor forma de entrar nem sempre é pela porta
rápida, naquele momento ela não está interes- que todos pensam ser a melhor alternativa.

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NEGOCIAÇÃO PARA
FECHAR A VENDA
Por João Alberto Costenaro

O profissional de vendas tem à sua disposição diversas culturas, vemos que na atividade de
um conjunto de técnicas que, uma vez utili- venda nos bastam algumas, na grande maio-
zadas, poupam tempo, minimizam o apare- ria das vezes.
cimento de objeções e aumentam considera-
velmente as chances de que a venda seja No momento de combinar as condições do ne-
feita. Temos afirmado e difundido que: gócio, ou seja, especificações do produto ou
serviço, preço e prazo de entrega, devemos
“Vender é investigar e desenvolver as neces- sempre fazê-lo de maneira astuta e técnica. Agir
sidades do cliente e supri-las com seus pro- de maneira ingênua ou desestruturada fará com
dutos e serviços.” que perca o negócio ou no mínimo não obtenha
as condições mais vantajosas possíveis.
Esta definição nos leva ao foco no cliente, e
não no produto ou serviço que vendemos. No APRESENTANDO O PREÇO
entanto, mesmo com um confortável domínio Lembre-se que preço não é dinheiro, é uma
das técnicas de vendas, o vendedor necessi- soma de benefícios. O valor é que deve ser
tará de táticas de negociação para ser mais discutido. O comprador sempre desejará sim-
efetivo no encaminhamento dos estágios da plificar este processo. Não permita. Jamais é
venda, para evitar impasses no momento de pelo preço que se começa uma venda. Pode
apresentar seu preço e obter a aprovação do ter certeza, desde já, de que não é verdade
negócio com a agilidade necessária. que o cliente compra sempre o produto ou
serviço de menor preço. O que seria dos pro-
Estamos falando na venda do dia a dia, não dutos ou serviços de qualidade e valor supe-
naquelas negociações amplas com muitas rior? O que seriam das lojas mais refinadas
pessoas envolvidas, de valores elevados ou de ou de melhor serviço?
complexidade técnica na sua execução.
Considere sempre:
AS TÁTICAS DE NEGOCIAÇÃO NA VENDA
Embora as estratégias e táticas de negociação • A regra é começar pelo preço mais conve-
sejam inúmeras e variem bastante entre as niente para sua empresa.

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> Procure sempre citar a redução de preço


• Defenda seu preço bravamente. Reforce pelo valor total, e não o unitário. Parecerá
seus serviços. que foi mais.

• Dar o menor preço e dizer que está dando > Se o valor é pequeno, utilize percentuais:
desconto não funciona. parecerão maiores. (Ex.: se o valor unitá-
rio é R$ 0,30 e o desconto dado é 3 centa-
• Comece por aceitar reduzir o preço me- vos, diga que está dando 10% de desconto).
diante contrapartidas: quantidade, espe-
cificações simplificadas, prazos mais di- Custos envolvidos em seu produto ou serviços:
latados, etc.
• Apresente-os sempre no menor número
• Só ceda mediante compromissos da outra possível. Divida o preço pelo número de
parte. Busque o comprometimento do dias da durabilidade aceita pelo cliente.
cliente antes de fazer concessões.
Ganhos que seu produto/serviço gerará:
• Só dê seu preço final para quem realmen-
te decide (decisor). • Coloque valor em todos os acessórios ou
concessões que incluir gratuitamente e
• O cliente tem sempre a necessidade de ofereça na forma de desconto.
ganhar algo mais. Especialmente os com-
pradores profissionais. Conceda-lhes o • Lucros pela produtividade, economia pela
ganho. simplificação de processos ou diminuição de
manutenção, etc., devem ser contabilizados.
• Dê prazo de validade para os descontos
oferecidos. Antecipe o prazo de fechamen- • Mostre sempre os maiores números pos-
to. Assim, você impõe uma data limite síveis. Multiplique os ganhos pelo núme-
para a decisão do cliente. ro de anos em que acontecerão.

LIDANDO COM VALORES O TEMPO


Lidar com valores (preços, medidas, prazos, No fechamento: na venda, aceitar o adiamen-
etc.) envolve sempre um estudo detalhado to de uma decisão que lhe é favorável pode
dos interesses envolvidos. Nós, vendedores ser fatal. Fatos novos acontecem, terceiros
brasileiros, exploramos POUCO os recursos não envolvidos ate então opinam, concorren-
de lidar com valores. Exercite sua criativida- tes atuam, interesses diminuem, etc. Assim,
de, são muitas as possibilidades. Veja algumas: é muito importante que, uma vez que já exis-
ta uma decisão favorável de seu contato, vo-
> Ofereça sempre os preços por valor unitário. cê obtenha um compromisso verbal. As pa-
E mais fácil pensarem pouco dinheiro. lavras não são contratos, mas tem grande
força de manutenção do combinado e dificul-
> Se a venda é à prazo, evidencie o valor da tam as mudanças. Exemplo:
prestação, e não no valor total do produto.
Cliente: “Preciso consultar meu sócio”.

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Vendedor: “No que se refere a você, podemos > Coloque sempre todos os opcionais do
considerar o negócio fechado?” produto e/ou complementos do serviço.
Será mais fácil negociar de cima para bai-
No prazo de entrega ou execução: xo do que de baixo para cima.

• Comece a negociação sempre com prazos Nunca dê muitas opções para o cliente deci-
dilatados. dir. Vai causar o adiamento da decisão. Aja
como consultor, recomende de preferência
• Valorize cada concessão, inclusive redução duas opções, quando há necessidade.
do prazo de entrega.
PRINCÍPIOS BÁSICOS
• Quando o cliente exige a redução de prazo, Princípio da Integridade: este é o melhor co-
utilize a possibilidade de atender a solici- meço. Existem pessoas que têm parâmetros
tação para condicionar o fechamento. de integridade bastante frouxos e quase tudo
parece-lhes permitido, julgam que para ven-
• Se o cliente aceitou prazo mais longo que der é necessário mentir. Esta é uma falsa
o necessário, ofereça como oferta especial premissa. Blefar na negociação faz parte da
a redução do prazo de entrega ou execução nossa cultura e é algo razoavelmente aceito.
do serviço. Capitalize. Tal qual nos jogos, é de conhecimento geral
que assim se age quando se busca defender
• Não entregue nada sem capitalizar o fato. o melhor interesse.

OFERECENDO O PRODUTO OU SERVIÇO Devemos considerar que, ser pego blefando


Se você não sabe exatamente a necessidade implica na perda da credibilidade, e pode ser
do cliente ao oferecer o produto, o que vem fatal quando envolve negócios de lenta ma-
a seguir não lhe serve. Se você de fato seguiu turação ou prazo longo de execução. Certa-
a técnica de venda que recomendamos, e an- mente o melhor caminho é a verdade. Acre-
tes de falar do que vende pesquisou as neces- ditamos que um bom fundamento é: não
sidades do cliente, a tática lhe será muito útil. tolerar infrações legais, má fé, distorções
graves da verdade ou abuso de confiança.
Ao oferecer o produto ou serviço, não subes-
time nunca o interesse ou a capacidade de Princípio do equilíbrio entre as partes: A
comprar do cliente. Assim você fugirá de ven- maioria dos negócios vive de vendas repetidas
der sempre o modelo básico e menos rentável, aos seus clientes ou das referências positivas
ou de prestar os serviços de menor valor. que dão à terceiros. Para a venda ser efetiva
e permitir a continuidade da empresa, há
> Comece por oferecer o produto, serviço ou necessidade de que as duas partes sintam ter
modelo logo acima do que você julgou ganho com a negociação. A percepção de
como adequado ao cliente. Isto lhe dará perda ou de que foi enganado leva o cliente
uma vantagem ao negociar o preço ou os ao rompimento das relações de negócio. Isto
opcionais do produto ou serviço inferior, não pressupõe ingenuidade. Pressupõe estar
se esta for a opção do cliente. atento e usar as armas de forma proporcional
às utilizadas pelo outro lado da mesa.

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QUALIDADES DO NEGOCIADOR um forte aliado de quem quer mudar posições


Afetividade: o negociador, para ser eficaz, não anteriormente definidas porque causa uma
pode ter necessidade de afeto. Na negociação, redução de expectativas.
o vendedor pode usar todos os recursos de
envolvimento emocional do cliente na sua A paciência será também exigida quando se
proposição. Só não pode ser ele uma pessoa recebe críticas e naturalmente se tenderia a
com carência afetiva. Por quê? Na negociação recebê-las como pessoais. Ao lidar com per-
existe o envolvimento de duas forças parado- sonalidades agressivas, ou então com as pes-
xais: competição e cooperação. Haverá sempre soas incoerentes ou indecisas, o negociador
um conflito de interesses das partes. A pessoa paciente terá vantagens competitivas.
terá muitas vezes que se arriscar a fazer ou
dizer algo que desagrade a outra parte. Persistência: o modelo de persistência mais
representativo é o da água. Assim diz a mi-
Aquele que tem necessidade de afeto quer lenar cultura chinesa: quando a água encon-
principalmente a aprovação dos outros e tra algum obstáculo, ou é forçada a fluir em
foge tanto quanto possível das confrontações. direção que não a pretendida, recua. Muito
Assim, tende desde o início a colocar as lentamente vai infiltrando-se até ocupar a
condições que menos risco ofereçam, e estas posição originalmente pretendida.
nem sempre são as melhores que poderia
obter na negociação. Frase de um cearense, vendedor de redes: “o
vendedor insistente vende pouco hoje em dia.
Isto diferencia o bom vendedor do vendedor Mas o que não insiste não vende nada.” Pes-
bonzinho. Este é eventualmente um bom simista, mas bem fundada.
relações-públicas, mas nunca um negociador
de sucesso. Bom ouvinte: ouvir atentamente a outra par-
te é a manifestação mais evidente da coope-
Paciência: conduzir-se adequadamente entre ração esperada pelo cliente. Esta arma pode-
a competição e cooperação exige uma boa rosa é muito mal utilizada pela maioria de
dose de paciência e tolerância. Ela é muito nós, profissionais de vendas. O bom ouvinte
mais eficaz que impasses e ameaças. Não se está sempre percebendo novas necessidades
apressar em ceder sem antes explorar todos e fatos relevantes no processo decisório do
os limites é a direção desejada. O tempo é cliente.

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OS GRANDES MITOS
DA NEGOCIAÇÃO
Por Márcio Miranda

Existem algumas crenças que, de tanto serem Entretanto, se encontrar diferenciais que a
adotadas, apresentam características de ver- tornem única, o preço de mercado acabará
dades. São os chamados “mitos”, que estão caindo por terra. Você, como vendedor da
presentes nos diversos ângulos da nossa vida. residência, também poderá usar esse argu-
À medida que eles são adotados e acreditados, mento a seu favor: “Eu não estou pedindo
acabam se transformando em verdades ab- nada demais. É preço de mercado”. Nesse
solutas e adquirem tal força que passam a caso, caberá ao cliente vencer sua tese.
interferir no comportamento dos indivíduos
e da sociedade como um todo. » Preço fixo – O que é isso? Em que leis se
baseiam algumas empresas ou vendedores
A negociação, por ser uma atividade presen- para engessarem seus preços a ponto de
te na vida de toda e qualquer pessoa, acaba não poderem fazer qualquer concessão? O
recebendo influências de alguns desses mitos. que você está fazendo quando diz para o
Se você, negociador, não estiver precavido e comprador que seu preço é fixo? Está fa-
consciente dos seus efeitos, com certeza será lando com todas as letras que com você não
envolvido e até mesmo prejudicado por eles. tem negociação, que é pegar ou largar. E o
pior é que muitas pessoas ainda acreditam.
Você deve estar questionando que mitos são
esses? Como eles podem interferir nos seus Quem usa essa argumentação deve gostar de
negócios? Então, vamos ver e analisar alguns. viver perigosamente e encher sua vida de
conflitos e riscos ou não deve conhecer o mais
» Preço de mercado – Imagine que você es- rudimentar princípio da negociação: deixar
tá vendendo uma casa e o comprador diz seu oponente sair com a sensação de que foi
que seu preço está muito acima do de ele quem conduziu a negociação e soube fazer
mercado. E aí? Quais elementos apresen- um bom negócio.
tará para derrubar esse mito? Se não tiver
argumentos que diferenciem sua casa das » Autoridade limitada – Você está numa loja
demais, o preço de mercado acabará sen- negociando um televisor. Lá pelas tantas, já
do o parâmetro. decidido a fechar o negócio, vira para o ven-

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dedor e pede um desconto. O que ocorre? A podemos questionar a apresentação de uma


resposta é quase sempre a mesma: “Só quem tabela, algo documentado, que tem certo
pode dar desconto é o gerente e, infelizmen- poder para influenciar algumas pessoas.
te, ele deu uma saidinha”. Esse profissional
de vendas está dizendo que não tem auto- Contudo, na prática não é bem assim! Afinal,
ridade para conceder descontos. o que é uma tabela? Nada mais que uma re-
ferência em que as empresas colocam o cus-
Você tem duas alternativas: decide comprar to adicionado de um “mark-up” que lhes é
pelo preço que ele pediu ou bate o pé dizen- interessante e serve como base para a aplica-
do que sem desconto não compra. O que ção das suas políticas de vendas.
normalmente acontece? Ele pede para espe-
rar um pouquinho, pois vai ver se consegue Quem não lembra do famoso Plano Cruzado
autorização com alguém. lançado pelo ministro Dilson Funaro? As
tabelas de preços das empresas eram tão
Alguns minutos depois, ele volta sorridente, “gordas” que não era raro ver alguém dando
diz que você é uma pessoa de sorte e que o descontos de até 80% sobre os preços de ta-
desconto foi autorizado. Pode ser que essa bela. Nessa época, a lei que vigorava era “quem
encenação nem sempre dê os frutos espera- grita mais paga menos”.
dos, mas alguma coisa sempre se consegue.
É como o ditado popular: “quem não chora Esses são apenas alguns dos mitos enfrenta-
não mama”. dos por todas as pessoas, desde negociadores,
profissionais até donas de casa. Ou você
» Preço de tabela – No momento que pedir aprende a enfrentá-los e destruí-los ou aca-
um desconto, o vendedor apresentará a bará deixando que se transformem em mons-
você uma tabela para fortalecer o argu- tros reais e engolidores de boa parte dos seus
mento de que não pode dá-lo, pois na em- recursos ou salários.
presa dele o preço é tabelado. De fato, não

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DOZE MANEIRAS DE AUMENTAR A


CONFIANÇA DURANTE UMA NEGOCIAÇÃO
Por Márcio Miranda

O segredo para uma negociação bem-sucedi- 6. Vá alem do relacionamento convencional.


da é a confiança. Pense sobre isso. Se você Divida informações com seu interlocutor
tivesse que lidar com alguém em quem você para que ele possa conhecer melhor tanto
não confia, como você iria agir? Provavelmen- você quanto a sua empresa.
te, com muita cautela.
7. Ouça o que o outro lado tem a dizer. Incen-
Quando a confiança em alguém aumenta, as tive novas ideias e faça comentários sobre
ações falam mais do que as palavras. Quanto essas ideias. Mas antes de expressar suas
mais o outro lado confia na sua honestidade, opiniões escute com atenção para conseguir
integridade e fidedignidade, mais fácil você todas as informações necessárias.
vai conseguir um resultado ganha-ganha.
8. Não pare de se comunicar, especialmente
Aqui estão 12 maneiras com as quais você quando as coisas estiverem ficando difíceis.
pode aumentar a confiança durante uma ne-
gociação. 9. Forneça informações corretas e precisas,
sem pontos obscuros.
1. Demonstre a sua competência.
10. Seja honesto, mesmo quando isso custar
2. Tenha certeza de que a sua comunicação alguma coisa a você.
não verbal está de acordo com aquilo que
você está falando. 11. Seja paciente.

3. Mantenha uma aparência profissional. 12. Corra riscos calculados.

4. Mostre as suas boas intenções. Com certe- Pense sobre como você pode negociar o preço,
za o outro lado saberá que você se importa serviço ou produto antes de partir para a nego-
com as necessidades e metas dele. ciação, para que assim você esteja preparado
para negociar de maneira mais criativa e eficaz.
5. Faça aquilo que você diz que vai fazer.

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FÔLEGO NA NEGOCIAÇÃO
Por Adriano Ribeiro

Em uma negociação, as partes podem ficar ceptível de tempo para a outra parte, mas é
emocionalmente envolvidas, elas desejam o preciso que você se dê o fôlego necessário pa-
negócio e ignoram os fatores mais importan- ra rever os pontos principais antes de conti-
tes para a tomada de decisão. Algo parecido nuar com a negociação.
com o que ocorre em um leilão. As pessoas
se empolgam e compram algo por um preço É importante saber quando e como utilizar
que não corresponde ao valor real de merca- essa parada, para que ela o envolva em uma
do. Elas deixam seu temperamento – ou de aura de confiança e controle sobre todos os
seus interlocutores – dirigir a negociação, pontos críticos da negociação. Reagrupe as in-
causando um desvio em seu curso. Esses formações e certifique-se de que não está es-
problemas desaparecem quando você aperta quecendo de nada. Analise os interesses das
o botão de parada. partes, suas opções e critérios. Pense sobre quais
seriam as alternativas, caso a negociação não
Apertar o botão de parada em uma negociação fosse concluída com sucesso. Tome a melhor
é como congelar a imagem da sua televisão. decisão para seus negócios ou sua vida.
Essa técnica consiste em fazer uma pausa nos
momentos críticos ou de grande pressão para A sua primeira oportunidade de realizar essa
que você tenha um tempo para organizar suas parada é antes mesmo de iniciar uma nego-
ideias, táticas e estratégias. ciação. Pergunte a si mesmo se está suficien-
temente preparado, de acordo com a exigência
Todos os bons negociadores sabem fazer isso, da situação. Dessa forma, você estará pronto
mantendo uma distância emocional do negócio, para ouvir e tratar as questões com mais cla-
não importando o que está sendo discutido. reza e objetividade.
Quando você solicita uma pausa em sua nego-
ciação, ganha fôlego para revisar o que já foi Você pode usar frases simples, como: “Preciso
feito até o momento e avaliar o seu plano de dormir com isso para chegar a uma decisão”,
ação para a negociação em questão. “com licença, onde fica o toalete?”, “me deem
um minuto para pensar nessa questão” ou “eu
Essa pausa pode ser utilizada em casa ou no tenho de discutir esse assunto com meu sócio”.
trabalho, em qualquer situação estressante em Quando você toma consciência de que pode
que você precise de um tempo. Utilizá-la sig- pedir uma pausa, ou seja, uma negociação não
nifica parar a negociação por um momento, precisa seguir sem interrupções até uma deci-
uma hora ou um dia para analisar o contexto. são final, você ganha controle sobre a situação
Ela pode ocorrer até em uma fração imper- e maior eficiência em seus negócios.

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NEGOCIAR PARA VENDER


Por Redação VendaMais

Estamos sempre negociando. A nossa revista Preparar para negociar


negociou com você desde a capa, se você a Eugênio do Carvalhal, coordenador do curso
comprou em banca. Uma olhada na capa, de Formação de Negociadores e professor de
uma folheada e estamos negociando: “olha, Negociação dos programas de pós-graduação
tenho muitos artigos e dicas úteis para você. da Fundação Getulio Vargas, diz que a pre-
Vale a pena investir”. No caso dos assinantes, paração de cada negociação é um grande
negociamos tempo e atenção. Tempo para “depende”. “Cada negociação tem uma ca-
abrir o envelope, olhar a capa, dar uma fo- racterística própria. Cada mercado, ambiente,
lheada, parar em uma ou outra matéria. produto ou serviço está subordinado a dife-
rentes relações de poder. Por exemplo: um
Isso é negociação. É fazer uma pessoa dedicar grande varejista comprando de pequenos
tempo ou dinheiro em algo que vai trazer fornecedores ou uma grande empresa de ali-
benefícios para todas as partes. mentos vendendo para pequenos varejistas.
Só aí já temos uma diferença de poder. Então
José Augusto Wanderley, consultor sênior do isso tem de ser analisado.”
GRUPO MVC em Negociação, Processo Deci-
sório, Consultoria Interna e Empowering Analisar, pensar, preparar. Ninguém pode ir
Communications, nota que existem várias para uma negociação sem saber o que está
definições em negociação, mas ele prefere a enfrentando. Principalmente se você tem uma
que desenvolveu: negociação é o processo de única chance. Como a Kyocera tinha. Apesar
alcançar objetivos através de um acordo, nas de estar muito bem posicionada no mercado
situações em que existam interesses comuns, mundial, essa indústria de celulares era uma
complementares, distintos e opostos, isto é, ilustre desconhecida no Brasil. Fábio Casta-
conflitos, divergências e antagonismos. nheira, diretor regional de vendas da marca,
disse que sua única chance era conhecer seus
Silvia Campos, palestrante e autora do kit e consumidores – ou seja, as operadoras de ce-
DVD 7 Passos da Negociação Eficaz, diz que lular. “Procuramos a VIVO e descobrimos que
mais importante que uma negociação, é o eles queriam um modelo que atendesse a um
seu resultado: “Numa boa negociação, ne- público de baixa renda. Focamos nisso, desen-
nhuma das duas partes pode se sentir lesada, volvemos um modelo simples e nossa propos-
sair com a sensação de que não foi bom.” ta foi aceita.” Ele também afirmou que todo

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o treinamento dos vendedores, toda a posição ga a vender mais barato para um novo clien-
da empresa está centrada na frase “tecnologi- te, avisando que quando ele voltar, vai pagar
camente avançado, incrivelmente simples”. o preço real. E eles sempre voltam e indicam
Miraci para outras pessoas. É a certeza na
Mesmo assim, não é fácil. “Não dá para che- qualidade do produto que faz a diferença,
gar no mercado e esperar que recebam-no de diz a feirante. Silvia Campos concorda com
braços abertos. Há o forte mito de que qual- essa visão. “É o tempo que vai mostrar se na
quer coisa nova no mercado gera inseguran- próxima compra ela vai negociar novamen-
ça para o consumidor.” te com você ou com o concorrente. Se você
criou empatia com o comprador, gerou con-
Essa preparação também é a chave do suces- fiança e credibilidade, isso é o mais impor-
so da Berlanda, rede de lojas de móveis em tante para conseguir efetividade. Não é uma
Santa Catarina, com 48 pontos de venda. mensuração imediata, leva um tempo.”
Nilso Berlanda, presidente da empresa, diz
que é preciso entender não apenas como o Tempo durante o qual se cativa, se procura
cliente pensa, mas também como a concor- entender o cliente, falar a língua dele. Às
rência age. “A Berlanda entende o mercado vezes, literalmente. “Em Santa Catarina exis-
de Santa Catarina e o cliente muito bem. São te muitas colônias que ainda preservam a
móveis pensados no perfil do consumidor língua de seu país. A Berlanda tem vendedo-
catarinense.” Depois de resolver a questão do res e gerentes que falam alemão para falar
cliente, foca na concorrência: “a propaganda com esse pessoal melhor”, diz Nilso.
de um de nossos concorrentes destaca o pre-
ço da parcela, e não o valor total do produto. Depois de negociar
Nossos vendedores são treinados para expli- José Augusto Wanderley afirma que um aper-
car juros. Para mostrar que na Berlanda a to de mão, um “negócio fechado” dito pelas
parcela é um pouco maior, mas, no total, o partes não significa que a negociação foi po-
preço é menor.” sitiva. “A negociação não acaba quando o
acordo foi fechado, e sim quando foi cumpri-
Depois do conhecimento do.” Negociação só é boa quando todos têm
Esse conhecimento mostrado por Nilso seus interesses atendidos e que, acima de
transforma-se em vantagem em qualquer tudo, se comprometam efetivamente em cum-
negociação. Mesmo com quem é cercado de prir o que foi acordado.
concorrentes, como Miraci Alexandre Trin-
dade da Silva, do Mercado Ver-o-Peso, de Eugênio do Carvalhal vai além. Assim como
Belém do Pará. “Tenho uma barraca na qual um fechamento não significa bom negócio,
vendo ervas medicinais, viagra natural, pa- sair sem um contrato ou cheque também não
tuás. A concorrência é grande, existem 80 significa que a negociação fracassou. “Se o
barracas e mais de 110 vendedores que ven- negócio não fechou, o bom negociador sabe
dem os mesmos produtos. Mas eu me des- que o importante é fazer um acordo parcial.
taco no mercado, minha barraca vende mais.” Ao menos deixar uma porta aberta.” Enfim,
E vende mais porque Miraci aposta no rela- negociar é o que nos mostra Robson Dutra de
cionamento a longo prazo. Ela diz que che- Souza, da Zacarias Veículos, de Maringá, PR.

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Ele foi o ganhador do kit 7 Passos da Nego- E terminei dizendo que ia buscar o carro que
ciação Eficaz, com este exemplo que vale a ela merecia ter. Peguei um Corsa Sedan, prata,
pena ser seguido: completo, motor 1.8. Ela achou o carro lindo,
de cara. O test-drive fez com que ela ficasse
“Sexta-feira. Atendi dois clientes interessados encantada com a potência, a leveza da direção,
no mesmo Corsa 1.0 com ar-condicionado, a maciez ao rodar, o silêncio do motor, tudo.
único em estoque. Ambos quiseram pensar
um pouco. Sábado, liguei para o primeiro Acabou pagando 12 mil reais a mais do que
cliente. Fechamos o negócio, vendi o carro. pagaria pelo outro carro.
Liguei para o segundo cliente. Fechamos o
negócio, vendi o carro. Opa! Vendi o mesmo Dias depois, no pós-venda, ela me elogiou
carro para duas pessoas. Bom, na segunda, o muito, dizendo que eu tinha detectado a sua
primeiro cliente apareceu e levou, satisfeito, o verdadeira necessidade. Eu me senti muito
Corsa. Logo em seguida, chegou a outra clien- bem, com a sensação de consultor de vendas
te, uma consultora empresarial. Perguntei se realizado, para aquela negociação.”
ela tinha um tempinho para testar um Corsa
com motor 1.6. Testou e gostou, mas disse que
não iria pagar R$ 2.500 a mais só pelo motor. Negociar é...
Pensei um pouco e disse que gostaria que ela
testasse outro Corsa 1.0, com ar-condicionado, Ouvir o cliente
igual ao que ela estava interessada, só que “Um cliente, representando um órgão de saú-
usado, para sentir como o carro estaria daqui de público, ligou perguntado sobre um de
a algum tempo. nossos aparelhos de mamografia (um nega-
toscópio mamográfico). Conversamos por
E lá foi ela, no segundo test-drive do dia. Pneus cinco minutos e enviei as informações básicas
gastos, direção pesada. Carro de gente que só por e-mail, e toda a documentação necessária
andava devagar, “amarrado” na aceleração. (vocês sabem como são órgãos públicos) mais
tarde, pelo correio. Tudo certo, liguei para
Transformei o entusiasmo da cliente em de- saber se ele ainda tinha alguma dúvida. Se-
cepção. Perdi uma venda sem ter nada de co, ele exigia um aparelho para testes, afir-
concreto, para oferecer outro carro no lugar. mando que três de meus concorrentes haviam
Era tudo ou nada. Recomecei a venda do zero. sido reprovados. Eu não concordava em ceder
Disse que ela tinha visto que aquele carro não um aparelho. Perguntei qual o motivo de
era o ideal. Que um carro mais confortável, meus concorrentes terem fracassado.
com direção hidráulica e ar-condicionado lhe
traria muito mais tranquilidade. Ela chegaria Acontece que havia uma portaria da Agência
ao final do dia muito mais disposta e bonita, Nacional de Vigilância Sanitária que exigia
sem se desgastar, se poupando para o que re- certa luminosidade para os negatoscópios.
almente interessa, seu trabalho. Além de pas- Meus concorrentes não possuíam essa carac-
sar uma primeira impressão mais profissional, terística, mas eu sim. Afirmei isso a ele, men-
de sucesso, com um carro melhor. cionei as instituições que já usavam meus

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aparelhos com sucesso e segurança. Acabei calcinhas. Só que muitas conhecidas minhas
vendendo cinco negatoscópios para ele, que, estavam fazendo a mesma coisa. Para supe-
de tão satisfeito, já me indicou para três clí- rar a concorrência, resolvi mudar. Entrei em
nicas particulares.” contato com um revendedor de bijuterias e
semi-joias e passei a oferecê-los junto com
Cleber Inácio Morais - Íon Indústria a lingerie. Toda calcinha que eu vendia vinha
Belo Horizojnte - MG com um conjunto de anel e brinco combi-
nando. Paguei minha faculdade com o di-
Negociar é... nheiro das calcinhas.”

Usar testemunhais Simone Aparecida Pereira - Sociedade de


“Queríamos determinada empresa de ener- Ensino Superior Estácio de Sá
gia como cliente de nossas soluções de se- Campo Grande - MS
gurança, mas nosso preço era 15% mais
alto que o do concorrente. Marquei uma Verdades sobre negociação
reunião com a diretoria da empresa e me * Negociar não é competir. Com um pouco
dirigi para lá com meu vendedor. Negocia- de esforço, é possível encontrar boas solu-
mos 5% de desconto, mas eles insistiram: ções para ambas as partes.
não pagariam 10% a mais em relação ao
concorrente. Disse que nosso serviço valia o * Prepare-se com antecedência. Evite a ten-
preço, peguei nosso folder e mostrei a lista tação de improvisar. Ninguém é tão esper-
de clientes satisfeitos: ‘De cabeça, sei que o to a ponto de saber sempre o que dizer e
telefone desse é tal, e desse aqui é esse. Eu fazer, sem antes refletir.
e meu vendedor vamos tomar um café na * O seu cliente não é bobo. Ele entrou em
sala ao lado. Liguem, vejam o que eles têm contato com você ou aceitou ouvir sua
a dizer, e depois continuamos a negociar.’ proposta porque acredita que tem algo a
Contamos com um pouco de sorte, pois nos- ganhar com isso. Talvez você descubra
sos indicados estavam presentes e disponíveis que essa negociação, por menor que seja,
para uma rápida conversa e confirmaram faz parte de um objetivo maior do cliente.
sua satisfação com nossos serviços. Por si, isso pode dar-lhe mais força de
Saímos com o pedido assinado.” barganha que parece. Seja positivo em
sua abordagem. Parta do princípio que
Fernando Moreira -TP Security Ltda. seu cliente deseja um acordo tanto quan-
São Paulo - SP to você.
Negociar é... * Um bom vendedor é aquele capaz de ava-
liar sua situação, adaptando-se à realidade
Oferecer algo a mais daquela negociação específica. Só assim
“Apesar de gostar muito de vendas, do con- você conseguirá fechar um maior número
tato com o público, só entrei nessa área pa- de negócios lucrativos, satisfazendo suas
ra ajudar no orçamento. E passei a vender necessidades, da empresa e do cliente.

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* Não assuma que você sabe o que o cliente a falar, permitindo que você descubra mais
quer. É muito mais prudente supor que coisas. O silêncio, bem colocado, tem o
não sabe e passar a descobrir a realidade mesmo efeito.
da situação através de um paciente pro- * “Que dia o senhor prefere que a entrega se-
cesso de testes. Só negocie com uma base ja feita?” e similares ajudam a perceber se a
concreta de dados. negociação está próxima de ser fechada.
* Uma concessão pode contribuir para aumen- * “Percebi que a senhora tem interesse por...
tar o nível de aspiração do clientes, se esse Sua empresa é famosa por... Me fale um
a encarar como sinal de sucesso ou de força. pouco sobre isso”. Variações sobre essa
O modo de fazer uma concessão é tão im- pergunta ajudam a mostrar que você co-
portante como a quantia que ela representa. nhece o cliente e está preparado para a
* Não fale, escute. negociação.

Perguntas úteis para qualquer negociação Frases que nunca devem ser usadas:
* Perguntas espelhadas ou refletoras: faça * Tá meio caro mesmo, né?
um breve resumo do que você ouviu até o * O que posso fazer para ajudá-lo?
momento, perguntando a seguir “certo?”,
“é isso mesmo?” Isso ajuda você e o clien- * Como posso fazer você entender o que es-
te a falarem a mesma língua. tou tentando explicar?
* “E o que mais?”,”Como conseguem isso?”
“E aí, como resolveram a questão?” e si-
milares fazem com que o cliente continue

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TESTE
Responda as perguntas abaixo e veja se você é um bom negociador. Você
pode inclusive pedir que outras pessoas respondam às perguntas em relação
a você. É uma forma de ver como o mundo percebe sua forma de negociar.

01. Durante as negociações, você busca apresentar suas ideias no “melhor mo-
mento”?
( ) RARAMENTE
( ) ÀS VEZES
( ) FREQUENTEMENTE

02. Você procura ver os interesses e necessidades do outro lado?


( ) RARAMENTE
( ) ÀS VEZES
( ) FREQUENTEMENTE

03. Antes de iniciar a negociação, você costuma estabelecer sua “margem de con-
cessão”?
( ) RARAMENTE
( ) ÀS VEZES
( ) FREQUENTEMENTE

04. Durante a negociação você ouve mais do que fala?


( ) RARAMENTE
( ) ÀS VEZES
( ) FREQUENTEMENTE

05. Após apresentar suas ideias, você checa se a outra parte as entendeu e/ou
aceitou?
( ) RARAMENTE
( ) ÀS VEZES
( ) FREQUENTEMENTE

06. Você pesquisa antes sobre a personalidade da outra pessoa? Forças, fraquezas?
( ) RARAMENTE
( ) ÀS VEZES
( ) FREQUENTEMENTE

07. Durante a negociação você foca as forças (aspectos positivos) do outro nego-
ciador?
( ) RARAMENTE
( ) ÀS VEZES
( ) FREQUENTEMENTE

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08. Por melhor que seja sua posição, você procura deixar uma “saída honrosa”
para o outro?
( ) RARAMENTE
( ) ÀS VEZES
( ) FREQUENTEMENTE

09. Ao apresentar suas ideias você costuma relacioná-las aos interesses e expec-
tativas da outra parte?
( ) RARAMENTE
( ) ÀS VEZES
( ) FREQUENTEMENTE

10. Você costuma negociar com objetivos amplos, em vez de ter apenas um único
e específico intuito durante toda a negociação?
( ) RARAMENTE
( ) ÀS VEZES
( ) FREQUENTEMENTE

11. Caso o outro negociador não apresente dúvidas, você toma a iniciativa de fazê-
-lo, pois sabe que mais tarde essas dúvidas podem prejudicar o negócio?
( ) RARAMENTE
( ) ÀS VEZES
( ) FREQUENTEMENTE

12. Você costuma cumprir suas promessas à risca? Respeita prazos?


( ) RARAMENTE
( ) ÀS VEZES
( ) FREQUENTEMENTE

13. Nos seus contatos com pessoas, você diz o que pensa, sem se preocupar se
está agradando?
( ) RARAMENTE
( ) ÀS VEZES
( ) FREQUENTEMENTE

14. Você consegue conviver ou ao menos aceitar pessoas que pensem e se com-
portem de maneira diferente de você?
( ) RARAMENTE
( ) ÀS VEZES
( ) FREQUENTEMENTE

15. Se possuir informações relevantes para o andamento da negociação (não con-


fidenciais) você as reparte com a pessoa com quem está negociando?
( ) RARAMENTE
( ) ÀS VEZES
( ) FREQUENTEMENTE

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16. Você costuma ver qualquer mudança ou situação nova como uma oportunidade
para se desenvolver?
( ) RARAMENTE
( ) ÀS VEZES
( ) FREQUENTEMENTE

17. Depois de expor o que devia, você costuma pedir (sem pressão) uma decisão da
outra parte?
( ) RARAMENTE
( ) ÀS VEZES
( ) FREQUENTEMENTE

18. Você evita colocar contra a parede o outro negociador, forçando a barra?
( ) RARAMENTE
( ) ÀS VEZES
( ) FREQUENTEMENTE

19. Você inicia a negociação tendo em mente que seus pontos de vista podem não
prevalecer?
( ) RARAMENTE
( ) ÀS VEZES
( ) FREQUENTEMENTE

20. Você consegue transformar uma situação adversa em oportunidade para novos
negócios, serviços ou ideias?
( ) RARAMENTE
( ) ÀS VEZES
( ) FREQUENTEMENTE

21. Você encara tensão e estresse sem alterar significativamente seu comporta-
mento e suas táticas?
( ) RARAMENTE
( ) ÀS VEZES
( ) FREQUENTEMENTE

22. Você procura se colocar no lugar do outro negociador, imaginando possíveis


objeções antes de apresentar sua proposta?
( ) RARAMENTE
( ) ÀS VEZES
( ) FREQUENTEMENTE

23. As ideias apresentadas por você são objeto de análise prévia quanto a possíveis
resultados e consequências para você e para sua organização?
( ) RARAMENTE
( ) ÀS VEZES
( ) FREQUENTEMENTE

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24. Ao negociar você leva em conta que em breve poderá fazer novos negocios com
aquela pessoa?
( ) RARAMENTE
( ) ÀS VEZES
( ) FREQUENTEMENTE

25. Ao negociar com um subordinado, você trata a outra parte em termos iguais,
evitando exibir sua superioridade?
( ) RARAMENTE
( ) ÀS VEZES
( ) FREQUENTEMENTE

26. Durante a negociação sua preocupação é de esgotar as fontes de fatos e infor-


mações sobre a questão, antes de emitir qualquer opinião ou avaliação?
( ) RARAMENTE
( ) ÀS VEZES
( ) FREQUENTEMENTE

27. Você faz perguntas abertas, que não possam ser respondidas só com “sim” e
“não”?
( ) RARAMENTE
( ) ÀS VEZES
( ) FREQUENTEMENTE

28. Você espera a outra parte terminar sua argumentação para então iniciar sua
resposta?
( ) RARAMENTE
( ) ÀS VEZES
( ) FREQUENTEMENTE

29. Você transmite à outra parte a certeza de que aquilo que você propõe é bom e
útil para ambos?
( ) RARAMENTE
( ) ÀS VEZES
( ) FREQUENTEMENTE

30. Você é negociador em tempo integral? Negocia com sua família, amigos, etc.,
em vez de negociar só no trabalho?
( ) RARAMENTE
( ) ÀS VEZES
( ) FREQUENTEMENTE

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Resultados:
É hora de somar seus pontos:
* Cada resposta “raramente” vale 1 ponto.
* Cada resposta “às vezes” vale 2 pontos.
* Cada resposta “frequentemente” vale 3 pontos.

Entre 90 e 71 pontos – Você é um excelente negociador; busca o melhor


para os dois lados, inspira confiança, é flexível. Mas não se esqueça de que
sempre é possível melhorar, especialmente nos itens que mereceram res-
postas “às vezes” ou “raramente”.

Entre 70 e 50 – Você é um negociador razoável; às vezes deseja vencer a qual-


quer custo, não se preocupando muito com as expectativas e necessidades da
outra parte; nem sempre inspira confiança. Ainda há muito que melhorar.
Comece pelos itens em que você marcou “às vezes” ou “raramente”.

Entre 49 e 30 – Mude seus métodos e comportamento na negociação. Eles


não lhe estão ajudando a alcançar seus objetivos. Você raramente admite
que seus pontos de vistas não prevaleçam. Você se relaciona com os outros
na defensiva e eles não o veem como alguém confiável. Desenvolva sua ca-
pacidade de negociar sem mais demora.

Essa pesquisa sempre é distribuída nos seminários do MVC. Em mais de 35


mil respostas, descobrimos que a média do negociador brasileiro é 66 pon-
tos. Temos, todos, muito a aprender. Desenvolva-se.

Por Brasílio Andrade Neto

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