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CURSO MEGE

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Turma: PCSP – Pré-Edital
Material: Direito Administrativo – Ponto 1

1
RODADA 1
Direito Administrativo
(Ponto 01)
2
MENSAGEM DO MEGE
Oi, Megeano e Megeana.
Tudo bem com você?
Vamos dar início ao estudo de uma das disciplinas que faz parte do tripé para
aprovação em concurso de Delegado de Polícia de São Paulo: direito administrativo.
Conjuntamente com constitucional, penal (geral e especial) e processo Penal, estamos
diante de uma matéria abordada em todas as fases de certames públicos. A prova de
Delegado de São Paulo costuma pegar em pontos doutrinários específicos, por isso
estaremos bem alinhados aos melhores manuais, tudo para você não perder tempo
lendo livros e livros da matéria. Já fizemos isso, você só precisar revisar aqui: Maria Sylvia
Zanella Di Pietro; José dos Santos Carvalho Filho; Matheus Carvalho (mais conceitual e
objetivo); Alexandre Mazza; Fernando Ferreira Baltar e Ronny Charles Lopes de Torres.
Ademais, vamos beber hora outra da fonte de Rafael Carvalho Rezende Oliveira, de
forma bem pontual sobre aspectos que reputamos relevante para o seu Estado.
No estudo da matéria você nota aos poucos que temos pontos eminentemente
doutrinários, para isso, utilizaremos o acervo acima apresentado. Noutros pontos,
notará que estamos diante de matéria que possui forte viés legal (Licitação e Processo
Administrativo), e, por vezes, adentraremos em pontos mais complexos que exigem
forte carga doutrinária, jurisprudencial e legal.
Aos poucos vamos pontuando e destacando as linhas de enfrentamento.
3
Naquilo que for mais teórico, precisamos de uma atenção macro no sentido de absorver
conceitos e institutos – atos administrativos, por exemplo. Em temas como organização
da Administração Pública precisamos estar atentos a todos os eixos, por exemplo,
porquanto há novidades, legislação farta e jurisprudência simples e densa para todo
gosto.
Vamos agora adentrar em nosso primeiro ponto de direito administrativo.
Em caso de dúvidas, envie suporte.
SUMÁRIO

1. DOUTRINA (RESUMO) ................................................................................................ 5


1.1. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO ADMINISTRATIVO ...................................... 5
1.2. ORIGEM DO DIREITO ADMINISTRATIVO .................................................................. 7
1.3. DISTINÇÃO ENTRE FUNÇÃO ADMINISTRATIVA E FUNÇÃO DE GOVERNO .............. 10
1.4. CRITÉRIOS PARA DEFINIÇÃO DO DIREITO ADMINISTRATIVO ................................. 11
1.5. SENTIDO OBJETIVO E SUBJETIVO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ........................... 13
1.6. CONCEITO DE DIREITO ADMINISTRATIVO .............................................................. 14
1.7. SISTEMAS DE CONTROLE: INGLÊS, FRANCÊS. QUAL O ADOTADO NO BRASIL? ...... 14
1.8. RESUMO HISTÓRICO DO DIREITO ADMINISTRATIVO – POR MARIA SYLVIA (2019) 18
1.9. FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO ................................................................. 20
1.10. FONTES LEGISLATIVAS EM SENTIDO AMPLO........................................................ 22
1.11. FONTES ADMINISTRATIVAS.................................................................................. 22
1.12. FONTES JURISPRUDENCIAIS ................................................................................. 23 4
1.13. COSTUME ADMINISTRATIVO ............................................................................... 25
1.14. DOUTRINA............................................................................................................ 26
1.15. ADMINISTRAÇÃO BUROCRÁTICA, ADMINISTRAÇÃO GERENCIAL E ESTADO EM
REDE ............................................................................................................................. 26
2. JURISPRUDÊNCIA ..................................................................................................... 29
3. QUESTÕES ................................................................................................................ 30
4. GABARITO COMENTADO ......................................................................................... 34
1. DOUTRINA (RESUMO)
1.1. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO ADMINISTRATIVO
Caro(a), Megeano(a)!

Você já deve ter ouvido falar em Separação dos Poderes. Não é mesmo?

A Carta Constitucional de 1988, que instituiu a nova ordem jurídica brasileira,


logo de início, anuncia a constituição de um Estado Democrático de Direito (artigo 1º,
CR/1988), que tem como objetivo precípuo concretizar o interesse público por meio da
distribuição de funções estatais em diferentes estruturas internas. Essas “funções
estatais” manifestam-se de três formas distintas: ora criando o direito novo, por meio
da função legislativa; ora resolvendo litígios em concreto, por meio da função
jurisdicional; ora atuando na gestão e satisfação concretas dos interesses coletivos e
finalidades estatais, aplicando a ordem constitucional e legal a que está submetida, por
meio da função administrativa (Executiva).

Tal clássica tripartição de funções, notadamente influenciada por


Montesquieu, permite que o Estado seja absorvido por blocos orgânicos especializados
denominados “Poderes”, naquilo que se compreende por “separação dos poderes
estatais”, nomeando cada estrutura com o próprio nome da função que exerce com
predominância: Poder Executivo, Poder Legislativo e Poder Judiciário. 5
Para nosso renomado autor Celso Antônio Bandeira de Mello, “tais unidades
orgânicas absorveriam, senão com absoluta exclusividade, ao menos com manifesta
predominância, as funções correspondentes a seus próprios nomes: Legislativo,
Executivo e Judiciário” (2005, p. 29).

Sobre este aspecto fundante do Poder Estatal, adverte André Ramos Tavares
que “embora esteja profundamente enraizada, deve ser entendida de maneira
meramente figurativa” (1999, p. 66/71), até mesmo porque, não passaria de
distribuição de função a diferentes órgãos do Estado (1999, p. 66).

Karl Loewenstein – com a maestria que lhe é típica – afirma que


contemporaneamente há uma superação da clássica separação de Montesquieu,
surgindo uma nova hipótese de divisão, também tripartite.

ATENÇÃO, MEGEANA(O)!

Olha o entendimento versátil de Loewenstein, que expõe essa divisão dos


Poderes Estatais:
Policy Determination
(Definição da
Política)

Policy Control Policy Execution


(Controle da (Execução da
Política) Política)

Apesar dessas críticas a respeito da clássica divisão, certo é que o nosso


legislador constituinte consagrou a separação dos poderes do Estado no artigo 2º da
Constituição da República, enunciando que “são Poderes da União, independentes e
harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário”.

SE LIGA NO DETALHE!!!
Esse entendimento de Loewenstein não é comum em provas, o mais rotineiro é o 6
posicionamento estampado em nossa Constituição – logo acima afirmado. Então,
é muito provável que o examinador apresente junto com a abordagem dessa
temática a lógica traga por “De l’esprit des lois” (O Espírito das Leis) de Charles-
Louis de Secondat – nosso barão de Montesquieu. Tranquilo? Grave isso!

“Professor! E por que o ‘senhor’ está trazendo essa posição então?”

Ora, Megeano(a)! Estamos treinando você para além da prova objetiva.


Logo você enfrentará discursivas e orais, e é importante que possua conhecimento
distinto do tradicional. Beleza? Sigamos...

A CR/88 cuidou também de autorizar que cada estrutura desempenhasse,


paralelamente e quando necessário, as funções que “materialmente deveriam
pertencer a Poder diverso” (CARVALHO FILHO, 2017, p. 40). Para Marçal Justen Filho
(2015, p. 105) essa organização: “Conduz à autonomia relativa, em que cada um dos
poderes exercita preponderantemente, mas não exclusivamente, um tipo de função.
Ressalta-se que nenhum dos poderes é titular exclusivo de cada uma das funções nem
cada uma das funções é desempenhada exclusivamente por um dos poderes. Ou seja,
cada poder é investido de uma função principal, mas desempenha acessoriamente
outras funções” (grifo nosso).
• Assim, o Poder Legislativo exerce a função legislativa de forma típica, mas, por
exemplo, também exerce a função jurisdicional quando o Senado processo e
julga o Presidente da República nos crimes de responsabilidade (artigo 52, I,
CF/88), de forma atípica.
• O Poder Judiciário exerce a função jurisdicional de forma típica, mas, por
exemplo, também exerce função de criar norma quando elabora os regimentos
internos dos Tribunais (artigo 96, inciso I, a, CF/88), também de forma atípica.
• O Poder Executivo exerce a função administrativa (executiva) de forma típica,
mas, por exemplo, também exerce a função legislativa em sentido amplo quando
se vale do poder regulamentar (CR/88, art. 84, VI) ou quando edita medidas
provisórias (CR/88, art. 62): forma atípica.

Afim, sobre o apanhado geral acima, impende a nós, no estudo do Direito


Administrativo, nos aprofundar na análise da função executiva (dentro do espectro
administrativo), com suas nuances e variações, compreendo especificamente as
atividades de serviços públicos, intervenção estatal, fomento e poder de polícia –
pilares da função administrativa apontados por Maria Sylvia Zanella Di Pietro (2011).

1.2. ORIGEM DO DIREITO ADMINISTRATIVO

Segundo Marçal Justen Filho (2008) citado por Maria Sylvia Zanella Di Pietro
(2019):
7
“a organização do aparato administrativo do Estado se modela
pelas concepções napoleônicas, que traduzem uma rígida
hierarquia de feição militar do século XIX. A fundamentação
filosófica do Direito Administrativo ainda se reporta à clássica
disputa entre Duguit e Hauriou, ocorrida nos primeiros decênios
do século XX. Mais do que isso, predomina a influência do
pensamento de Hauriou muito mais intensamente do que a
visão de Duguit. O conteúdo do Direito Administrativo é
preenchido por institutos vinculados a concepções políticas de
um período distante. Ou seja, o Direito Administrativo continua
vinculado às concepções filosóficas, políticas e constitucionais
que vigoravam na primeira metade do século XX. A evolução
radical do constitucionalismo do final do século XX permanece
ignorada pelo Direito Administrativo”.

Em linhas gerais, o que o autor está a nos apontar – e isto é relevante para
nosso estudo – é que o direito administrativo, ainda, em sua essência, carrega consigo
nuances de seu período criador: do absolutismo monárquico a diante, com grande
influência do ideal liberal/burguês europeu. Crítica dura, heim?

O que é importante também saber, e guarde essa correlação, sobre essa


perspectiva dura de Marçal Justen é a posição de Maria Sylvia, para quem há uma
suavidade sobre o desenvolvimento do direito administrativo no Brasil. Vamos à sua
análise:
[...] já analisei o tema (2012:10-11) afirmando que,
paradoxalmente, o Estado de Direito, preocupado embora com
a liberdade do cidadão e a igualdade de todos perante o
Direito, trouxe em seu bojo o Direito Administrativo, como
ramo autônomo, composto por normas de direito público,
aplicáveis à Administração Pública e que, derrogando o direito
comum, a ela reconhece uma série de prerrogativas e
privilégios de que o particular não dispõe. E lembramos a lição
de Massimo Severo Giannini (1970:28), para quem a existência
de Estados com Direito Administrativo é o resultado de uma
síntese de pensamentos contrastantes e de experiências
político-jurídicas oriundos de todas as partes da Europa. O
Estado com Direito Administrativo recebe, do direito inglês, o
princípio constitucional da divisão de poderes e a ideia de não
arbítrio do poder público, que coloca como princípio o primado
da função normativa e do qual deriva o princípio da legalidade
da ação administrativa; do pensamento político-jurídico comum,
nasce o princípio constitucional do absolutismo da jurisdição, do
qual deriva o reconhecimento de situações jurídicas subjetivas
tuteláveis perante o juiz, criando-se a categoria dos direitos
subjetivos de conteúdo público; da estrutura estatal do
absolutismo iluminado recebe a ideia de legislação pública
especial para regular a atividade da administração pública,
8
transformando os poderes absolutos da coroa em poderes do
Estado regulados pela lei.

Um importante precedente que conduz ao nascimento desta disciplina – nessa


perspectiva de análise – é a criação do Estado de Direito, o qual, à luz das ideias
iluministas do final do século XVII e início do século XVIII, no embalo das revoluções
constitucionalistas Norte-Americana (1787) e Francesa (1789), estabeleceu que todos,
inclusive o Estado, estão submetidos ao direito posto.

Neste sentido, por meio da obra Teoria Pura do Direito, Hans Kelsen 1 expõe
que apenas é possível falar em Estado de Direito por causa de sua submissão
voluntariosa, ainda que existente como realidade social independente, ao próprio
Direito criado.

Compreende-se, então, que a organização e funcionamento dos órgãos


estatais, em suas relações internas e externas, não escapam à disciplina da lei.

A doutrina aponta a edição da Lei 28 de Pluvioso 2 do Ano VIII (algo em torno


de 1800), diploma normativo da organização da Administração Pública francesa, no
contexto da França Pós-Revolucionária, como marco inicial do Direito Administrativo.
Acrescenta-se, ainda, o importante trabalho da jurisprudência do Conselho de

1
Você vai ouvir falar bem deste rapaz em Direito Constitucional. Sigamos.
2
Megeano(a)! Tem que gravar esse dado. Beleza? Sigamos.
Estado francês, responsável pela construção de importantes institutos
administrativistas, a exemplo da noção de serviço público. Outrossim, em 1819, em
Paris, cria-se a primeira cátedra de Direito Administrativo, sendo que, no Brasil, ela
somente vem a surgir com o Decreto 608/1851. A primeira obra doutrinária brasileira
só veio a ser publicada apenas em 1857, em Recife, com o nome de “Elementos de
Direito Administrativo Brasileiro”, do autor Vicente Pereira do Rego.

Sobre este aspecto, Rafael Rezende (2019) nos apresenta os seguintes


parâmetros a respeito do nascedouro do direito administrativo – ATENÇÃO ao primeiro
parágrafo abordado pelo doutrinador, este dado já apareceu em provas:
A origem do Direito Administrativo remonta ao célebre
julgamento do caso Blanco (arrêt Blanco). Nesse caso, datado de
1873, uma criança de cinco anos, Agnès Blanco, havia sido
atropelada por uma vagonete pertencente à Companhia
Nacional de Manufatura de Fumo. O Tribunal de Conflitos, ao
apreciar uma espécie de conflito negativo de competência
entre o Conselho de Estado e a Corte de Cassação,
responsáveis, respectivamente, pela jurisdição administrativa
e pela jurisdição comum, fixou a competência do Conselho de
Estado para o julgamento da causa, tendo em vista a presença
do serviço público naquele caso e a necessidade de aplicação
de regras publicísticas, diferenciadas daquelas aplicáveis aos 9
particulares.
No campo normativo, a lei do 28 pluviose do ano VIII de 1800 é
apontada como a “certidão de nascimento” do Direito
Administrativo, pois estabeleceu, de forma pioneira, normas de
organização administrativa e de solução de litígios contra a
Administração Pública. Na célebre lição de Prosper Weil, o
Direito Administrativo seria “fruto de milagre”, pois o seu
surgimento decorreu da decisão do próprio Estado de se
autovincular ao Direito. Essa concepção parte da premissa de
ruptura e de descontinuidade com o Antigo Regime, mas, em
verdade, não é isenta de críticas.
• Guarde dois dados, Megeana e Megeano:
1. Caso Agnès Blanco; França; 1873.
2. Lei 28 pluviose do ano VIII; 1800.
Em matéria de história do Direito Administrativo você precisa ter isso na ponta
da língua. Beleza? Olha! Eu vou te perguntar isso no simulado. A prova para
Delegado/Delegada também, caso faça menção à parte histórica, certamente.
Sigamos.
1.3. DISTINÇÃO ENTRE FUNÇÃO ADMINISTRATIVA E FUNÇÃO DE
GOVERNO
Na ótica de divisão dos poderes constitucionalmente apresentada acima, cabe
ao Poder Legislativo a função típica legislativa, ao Poder Judiciário a função típica
jurisdicional, e ao Poder Executivo a função típica administrativa. Cabe lembrar que cada
um dos poderes exerce de forma atípica outras funções quando constitucionalmente
autorizados.
Ocorre que alguns atos não se enquadram nas funções estatais típicas e
atípicas. Por exemplo: quando o Presidente da República firma um tratado
internacional, nomeia Ministro de Estado, declara guerra com Estado estrangeiro, ou
decreta a intervenção federal nos Estados, o faz em razão do interesse e direção do
Estado, e não em razão da gestão concreta do interesse público decorrente do exercício
da função administrativa.
É justamente nesses atos relacionados à soberania da Nação e definição de
decisões políticas mais gerais que se identifica a manifestação da função de governo
(função política), exercida também preponderantemente pelo Poder Executivo, mas não
exclusivamente, segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro.
Para Celso Antônio Bandeira de Mello, “estão em pauta atos de superior gestão
da vida estatal ou de enfrentamento de contingências extremas que pressupõe, acima
de tudo, decisões eminentemente políticas” (2005, p. 35). Esses atos não estão
relacionados à satisfação concreta, prática, e imediata das necessidades coletivas. Não
que a função política esteja dissociada do interesse coletivo, muito pelo contrário, vez
10
que todos os atos decorrentes do exercício dessa função buscam o bem-estar do povo, e
jamais poderão limitar o catálogo de direitos fundamentais. Entretanto, o impacto não
é sentido pelos particulares de forma imediata e direta, como ocorre quando atua no
exercício da função administrativa na gestão concreta das necessidades públicas. Por
exemplo, quando o Estado presta um serviço público de saúde, a população sente
imediatamente os efeitos do exercício da função administrativa; já quando o
Presidente nomeia um Ministro de Estado, decisão política da presidência, os efeitos do
exercício da função não são sentidos pela população no primeiro momento.
Marçal Justen Filho (2015, p. 113), na mesma senda, diferencia por meio de
exemplos a função política da função administrativa:
“A competência do Presidente da República para assinar
tratados internacionais pode ser diferenciada, em termos
qualitativos, da atividade estatal de fornecimento de energia
elétrica. Numa hipótese, há a manifestação da existência do
Brasil no cenário internacional; no outro caso, existe
atendimento a necessidades essenciais”.
É neste panorama que é possível definir a função política, ou de governo,
como aquela que diz respeito à alta gestão da vida estatal, vinculadas a atos de
soberania da Nação e de definição de decisões políticas que decorrem diretamente da
Constituição.
1.4. CRITÉRIOS PARA DEFINIÇÃO DO DIREITO ADMINISTRATIVO
Na busca de tentar conceituar o Direito Administrativo e delimitar seu objeto,
diversos critérios surgiram ao longo da história, destacando-se:

1. Corrente legalista ou ESCOLA EXEGÉTICA = de forma


reducionista, entende que o Direito Administrativo se resume ao
conjunto da legislação administrava existente no país,
desconsiderando as contribuições da doutrina e jurisprudência.
2. Critério do PODER EXECUTIVO = identifica o Direito
Administrativo como complexo de leis disciplinadoras da
atuação do Poder Executivo, olvidando de que o Legislativo e o
Judiciário também desempenham, atipicamente, atividades
administravas, sem falar nos particulares que atuam por
delegação estatal ou em parceria com o Poder Público.
3. Critério das RELAÇÕES JURÍDICAS = disciplinaria as relações
jurídicas entre a Administração Pública e o particular, omitindo-
se quanto às outras ações administravas não interpessoais e à
existência dessas mesmas relações em outros ramos do Direito
(Tributário, p.ex.).
4. Critério do SERVIÇO PÚBLICO ou ESCOLA DO SERVIÇO PÚBLICO
= limita o Direito Administrativo à disciplina jurídica dos serviços 11
públicos, sendo insuficiente, contudo, à evidência de diversas
outras atividades da Administração Pública.
5. Critério TELEOLÓGICO ou FINALÍSTICO = o Direito Administrativo
se ocuparia da regulação das atividades do Estado para o
cumprimento dos seus fins;
6. Critério NEGATIVISTA: residual, caberia ao Direito
Administrativo normatizar todas as questões não contempladas
por outro ramo jurídico, vale dizer, todas as funções de Estado
que não fossem legislavas ou jurisdicionais.
7. Critério FUNCIONAL ou da Administração Pública = adotado pela
DOUTRINA MAJORITÁRIA BRASILEIRA, define a função
administrava como verdadeiro objeto do Direito Administrativo,
exercida por quaisquer Poderes Estatais ou mesmo por
particulares. CUIDA MEGEANA(O)! É aqui que, provavelmente,
reside a questão da prova.

Nas palavras de Maria Sylvia (2019):


A nossa definição também adota o critério da Administração
Pública. Partindo para um conceito descritivo, que abrange a
Administração Pública em sentido objetivo e subjetivo,
definimos o Direito Administrativo como o ramo do direito
público que tem por objeto os órgãos, agentes e pessoas
jurídicas administrativas que integram a Administração
Pública, a atividade jurídica não contenciosa que exerce e os
bens e meios de que se utiliza para a consecução de seus fins,
de natureza pública. Ao falar em “ramo do direito público”,
realça-se que o Direito Administrativo é composto por um corpo
de regras e princípios que disciplinam as relações entre a
Administração e os particulares, caracterizadas por uma posição
de verticalidade e regidas pelo princípio da justiça distributiva,
no que difere do direito privado, que regula relações entre
iguais, em posição de horizontalidade, regidas pelo princípio da
justiça comutativa. Com a expressão “órgãos, agentes e pessoas
jurídicas administrativas”, a referência é à Administração em
seu sentido subjetivo. São pessoas “administrativas”, porque se
excluem do conceito as pessoas jurídicas políticas (União,
Estados, Distrito Federal e Municípios), que constituem objeto
de estudo do direito constitucional.
A partir desse critério funcional ou da Administração Pública, pode-se dizer que
o Direito Administrativo tem por objeto:

Atividades de
Relações internas à Relações entre a Administração Pública 12
Administração Pública Administração e os em sentido material
(entre os órgãos e administrados exercidas por
entidades (reguladas particulares sob
administravas e entre predominantemente regime predominante
a administração e seus pelo direito público ou de direito público (a
agentes). pelo direito privado). exemplo da prestação
de serviços públicos
mediante contratos de
concessão).

Maria Sylvia Zanella Di Pietro (2019) afirma que o Direito Administrativo


[...] tem por objeto os órgãos, agentes e pessoas jurídicas
administravas que integram a Administração Pública, a atividade
não contenciosa que exerce e os bens de que se utiliza para a
consecução de seus fins, de natureza pública.
Dessa forma, definido o objeto do Direito Administrativo, podemos conceitua-
lo como ramo do Direito Público que disciplina a função administrava (serviços públicos,
poder de polícia, regulação e fomento estatais e controle administrativo) e a organização
e funcionamento dos agentes, órgãos e pessoas jurídicas administrativos que a
desempenham.
1.5. SENTIDO OBJETIVO E SUBJETIVO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

De início, já aponto que este conceito é bastante cobrado em provas para


concurso público – sobretudo para cargo de Delegado.
CESPE – DELEGADO PERNAMBUCO (2016), DELEGADO GOIÁS (2017),
DELEGADO MARANHÃO (2018), são exemplos de certames que já exigiram apenas este
conhecimento, que embora pareça simples, quando confundido entre si, pode render
uma questão.
→ SE LIGA! TEM QUE MEMORIZAR!

Sentido Formal = ORGÂNICO / SUBJETIVO

Sentido Material = FUNCIONAL / OBJETIVO

• Eu memorizei assim: FOR.SU.OR + OB.MA.FU

Tal classificação, proposta por Maria Sylvia Zanella Di Pietro, apresenta a


determinada concepção:

1. Administração Púbica em sentido subjetivo, orgânico ou formal é o


conjunto de agentes, órgãos e entidades públicas que exercem a função
administrativa.
13
2. Administração Pública em sentido objetivo, material ou funcional, mais
adequadamente denominada “administração pública” (com iniciais
minúsculas), é a atividade estatal consistente em defender
concretamente o interesse público.

No que diz respeito ao aspecto material da administração pública, isto é,


utilizada a expressão para designar uma atividade estatal, pode-se distinguir a
administração pública lato senso, compreendendo tanto a função administrativa
quanto a função política (ou de governo). Já a administração pública stricto senso
abrange exclusivamente o desempenho da função administrativa. (Mazza, 2017, p. 59).

Ainda nas palavras do Administrativista, atualmente há o destaque de três


tarefas precípuas da Administração Pública Moderna, que foram inseridas
historicamente na ordem apresentada durante os séculos XIX e XX. Quais sejam:

1. Exercício do Poder de Polícia = Foi a primeira missão


fundamental conferida à Administração Pública, ainda durante o
século XIX, período chamado “Estado-Polícia” ou “Estado-
Gerdame”. O poder de polícia consiste na limitação e no
condicionamento, pelo Estado, da liberdade e propriedade
privadas em favor do interesse público.
2. Prestação de serviços públicos = Na primeira metade do século
XX, especialmente após a primeira guerra mundial (1914-1918),
as denominadas Constituições Sociais (Mexicana de 1917, e
Alemã de 1919) – ABRE O OLHO, QUE ISSO CAI EM DIREITO
CONSTITUCIONAL – passaram a atribuir ao Estado as funções
positivas (o poder de polícia é função negativa, limitadora) de
prestação de serviços públicos, como o oferecimento de
transporte coletivo, dentre outros.
3. Fomento = Já na segunda metade do século XX, a Administração
Pública passou também a incentivar setores sociais específicos,
estimulando o desenvolvimento da ordem social e econômica.

1.6. CONCEITO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

A partir de uma análise breve do ordenamento jurídico nacional podemos


chegar a variados conceitos a respeito da disciplina, todos convergentes quanto ao
interesse da coletividade como tarefa precípua da Administração Pública, guardando,
sempre, uma originalidade própria cada autor – vamos nos valer aqui Megeana(o) de
dois conceitos que são bastantes para nosso prosseguimento na disciplina!
1. Marçal Justen Filho “O Direito Administrativo é o conjunto
das normas jurídicas de direito público que disciplinam as
atividades administrativas necessárias à realização dos
direitos fundamentais e a organização e o funcionamento das
estruturas estatais e não estatais encarregadas de seu
desempenho”.
2. Maria Sylvia Zanella Di Pietro “O ramo do direito público que
14
tem por objeto os órgãos, agentes e pessoas jurídicas
administrativas que integram a administração pública, a
atividade jurídica não contenciosa que exerce e os bens de que
se utiliza para a consecução de seus fins de natureza”.

1.7. SISTEMAS DE CONTROLE: INGLÊS, FRANCÊS. QUAL O ADOTADO NO


BRASIL?
Os sistemas de jurisdição adotados no mundo ocidental dividem-se, grosso
modo, em: sistema inglês ou DE JURISDIÇÃO ÚNICA; e sistema francês ou do
CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO.
A distinção entre esses sistemas de jurisdição é de fundamental importância
para a delimitação do controle da atuação administrava.
Vejamos:
No SISTEMA INGLÊS, também chamado de sistema judiciário ou de jurisdição
única/uma, o exercício da jurisdição é reservado ao Poder Judiciário, a quem cabe, com
exclusividade, aplicar o direito ao caso concreto com definitividade, com aptidão de
formação de coisa julgada material. Nesse sistema, a Administração Pública, conquanto
possua poder para controlar seus próprios atos (autotutela 3), não o faz de forma
definitiva, sempre cabendo ao Poder Judiciário examinar a legalidade e legitimidade dos
atos e processos administrativos. A decisão administrava, portanto, jamais formará a
chamada coisa julgada material, sendo amplo o acesso ao Poder Judiciário, a quem cabe
dar a última palavra.
Em José dos Santos Carvalho Filho (2019) encontramos:
Diverso delineamento tem o sistema da unidade de jurisdição,
também conhecido como sistema do monopólio de jurisdição ou
sistema inglês. Por essa modalidade de sistema, todos os litígios,
administrativos ou de caráter privado, são sujeitos à apreciação
e à decisão da Justiça comum, vale dizer, a que é composta de
juízes e tribunais do Poder Judiciário. Adotam o sistema da
unidade de jurisdição os Estados Unidos, o México e alguns
outros países, entre eles o Brasil. No sistema da unidade de
jurisdição – una lex una jurisdictio –, apenas os órgãos do
Judiciário exercem a função jurisdicional e proferem decisões
com o caráter da definitividade. Mesmo as raríssimas exceções
contempladas na Constituição, conferindo essa função ao
Congresso Nacional, não servem para desfigurar o monopólio da
jurisdição pelo Judiciário. O fundamento da adoção do sistema
da unidade de jurisdição pelo Brasil está sufragado pelos termos
do art. 5º, XXXV, da vigente Constituição: “A lei não excluirá da
15
apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito”. O
preceito é claro: nenhuma decisão de qualquer outro Poder que
ofenda direito, ou ameace ofendê-lo, pode ser excluída do
reexame, com foros de definitividade, por órgãos jurisdicionais.
A Administração Pública em nenhum momento exerce função
jurisdicional, de forma que seus atos sempre poderão ser
reapreciados no Judiciário. [...] O sistema da unidade apresenta
maior vantagem no que se refere à imparcialidade dos
julgamentos, porque o Estado-Administração e o administrado
se colocam, a todo o tempo, em plano jurídico de igualdade
quando seus conflitos de interesse são deduzidos nas ações
judiciais.
Pertinente destacar que, diante da garantia do amplo acesso ao Judiciário, não
se pode exigir, em regra, o esgotamento da via administrava para que aquele Poder
analise e controle a atuação administrava.
Ressalvam-se, contudo:
1. Ações relavas à disciplina e às competições desportivas (art.
217, § 1º, CF/88).

3
Esse princípio será tratado posteriormente, quando analisarmos o regime jurídico administrativo. Mas
se tiver curiosidade, leia a Súmula 473 e 346 do STF para entender do que se trata.
2. Ato ou omissão administrava que contrarie súmula
vinculante, para sua submissão ao STF por meio da
reclamação (art. 7º, § 1º, da Lei Federal nº 11.417/2006).
3. Habeas data, que, conforme entendimento do Supremo,
pressupõe o indeferimento ou a omissão administrava em
atender pedido de informações pessoais.
4. Ações judiciais contra o INSS para a concessão de benefícios
previdenciários.
Essas ressalvas precisam ir para o post it, beleza Megeano e Megeana? Isso será
mais passível de cobrança na fase objetiva e oral do concurso.
Sigamos.
Sem avançar no estudo do controle administrativo, registre-se que o Judiciário
jamais poderá examinar o mérito dos atos administrativos, cuja análise, em respeito ao
princípio fundamental da separação dos poderes (art. 2º, CF/88), é exclusiva da
Administração Pública responsável por sua edição.
Finalmente, importa explicar a noção de “coisa julgada administrava”, que se
traduz na definitividade de determinada matéria controvertida submetida ao exame da
Administração no âmbito administrativo, sem prejuízo, é claro, de sua revisibilidade pelo
Poder Judiciário.
A coisa julgada administrava vai ao encontro do princípio da SEGURANÇA 16
JURÍDICA 4 substancial e da estabilidade das relações jurídicas, impedindo que a
Administração rediscuta litígios por ela já solucionados segundo as normas de processo
administrativo, quebrando a boa-fé e a legítima expectava dos cidadãos.
A seu turno, o SISTEMA FRANCÊS ou de dualidade de jurisdição confere
jurisdição também à Administração Pública, atribuindo-lhe, com exclusividade (e
definitividade) competência para decidir sobre matérias administravas, tornando-as
infensas ao controle pelo Poder Judiciário.
Na França, a jurisdição administrava é encabeçada pelo Conselho de Estado,
órgão integrante da Administração Pública e que analisa com exclusividade matérias
relacionadas à função administrativa, retirando-a do âmbito de conhecimento da
chamada “jurisdição comum”, a quem cabe decidir sobre os demais litígios.
Neste sistema dual, não é possível o controle judicial dos atos administrativos.
Ademais, existe coisa julgada material propriamente dita no âmbito da Administração
Pública, a partir daquilo que é decidido pelo Conselho de Estado.
No Brasil, com a EC nº 7/77, chegou-se a prever o contencioso administrativo,
o qual, entretanto, jamais foi implantado.
A pergunta da prova é a seguinte:
No Brasil existe contencioso administrativo?

4
Calma: VAMOS ANALISAR ESTE PRINCÍPIO de forma mais detida, adiante.
Resposta: NÃO.
No Brasil já houve previsão do sistema contencioso administrativo?
Resposta: SIM
Sempre tenha atenção no comando da questão. O examinador pode tentar nos
passar a perna aqui – nós vamos captar a pegadinha, beleza?
• ACLARANDO COM DOUTRINA
Vejamos o posicionamento de José dos Santos Carvalho Filho (2019) sobre este tópico:
A expressão contencioso administrativo tem dois sentidos. Um
deles é a denominação dada ao sistema da dualidade de
jurisdição. O outro significa qualquer tipo de conflito que tramite
na via administrativa. Ou seja, mesmo nos países que não
adotam o sistema em foco, existe o contencioso administrativo
neste último sentido, porque em todos os lugares é permitido
que o indivíduo reclame da Administração junto a seus próprios
órgãos. Os recursos de reclamação e de representação, por
exemplo, formam um contencioso administrativo, porque
tramita na via administrativa. O sistema do contencioso
administrativo, também denominado de sistema da dualidade
de jurisdição ou sistema francês, se caracteriza pelo fato de que,
ao lado da Justiça do Poder Judiciário, o ordenamento
17
contempla uma Justiça Administrativa. Esse sistema, adotado
pela França e pela Itália, entre outros países sobretudo
europeus, apresenta juízes e tribunais pertencentes a Poderes
diversos do Estado. Em ambas as Justiças, as decisões proferidas
ganham o revestimento da res iudicata, de modo que a causa
decidida numa delas não mais pode ser reapreciada pela outra.
É desse aspecto que advém a denominação de sistema de
dualidade de jurisdição: a jurisdição é dual na medida em que a
função jurisdicional é exercida naturalmente por duas estruturas
orgânicas independentes – a Justiça Judiciária e a Justiça
Administrativa.

CUIDADO EXTRA, MEGEANO(A)!


A questão pode afirmar que já foi previsto, e isso estará correto, o sistema do contencioso
administrativo em nosso ordenamento jurídico. Neste caso, vamos nos lembrar desta
Emenda Constitucional, mas sempre tendo em mente a ideia posta e sufragada pela
doutrina majoritária sob nossa lógica constitucional de recepção do sistema uno/inglês.

Alfim, essa é a aposta do Professor pra 1ª fase do concurso que você vai fazer.
Tranquilo?
Vamos a um quadro legal de manual para analisar melhor ainda:

Sistema da Estrutura Jurisdicional Francesa. Por Alexandre Mazza (2017).

Poder Judiciário: Julga CAUSAS


Tribunal de Conflitos: localizado COMUNS.
acima das duas justiças, decide
conflitos de competência entre o
Judiciário e o contensioso Conselho de Estado: Órgão
administrativo. máximo do CONTENCIOSO
ADMINISTRATIVO); que julga
causas de interesse da
Administração Pública.

1.8. RESUMO HISTÓRICO DO DIREITO ADMINISTRATIVO – POR MARIA


SYLVIA (2019)

1. Nascimento do direito administrativo: teve início com o 18


Estado de Direito, estruturado sobre os princípios da legalidade
e da separação de poderes.
2. Direito administrativo do sistema de base romanística:
influência do direito francês, italiano e alemão, com alguma
influência do sistema da common law.
3. Fundamentos filosóficos: ideais da Revolução Francesa, que
deram origem aos princípios da legalidade, da separação de
poderes, da isonomia e do controle judicial. Mais recentemente:
influência da constitucionalização que atingiu os vários ramos
do direito, com a valorização dos direitos fundamentais
(centralidade da pessoa humana) e dos princípios
constitucionais.
4. Contribuição do direito francês, direito pretoriano, elaborado
pelo Conselho de Estado Francês, órgão de cúpula da jurisdição
administrativa: conceito de ato administrativo, noção de serviço
público com o atributo da autoexecutoriedade, teoria dos
contratos administrativos, teorias sobre responsabilidade civil
do Estado, ideia de um regime jurídico constituído por
prerrogativas e restrições.
5. Contribuição do direito italiano: conceito de mérito do ato
administrativo, de interesse público primário e secundário, de
autarquia, de entidade paraestatal.
6 . Contribuição do direito alemão, de formação mais teórica:
influência maior do direito civil, valorização dos direitos
fundamentais, teoria dos conceitos jurídicos indeterminados,
princípio da dignidade da pessoa humana, princípio da
proporcionalidade 5, princípio da razoabilidade, princípio da
proteção da confiança, princípio da reserva do possível.
7. Contribuição do direito anglo-americano (sistema da
common law), baseado no princípio do stare decisis (força
obrigatória do precedente judicial), que tem como fonte
primordial do direito a jurisprudência: sistema de unidade de
jurisdição, o mandado de segurança e o mandado de injunção, o
princípio do devido processo legal, inclusive em sua feição
substantiva, a agencificação, a ideia de regulação, o modelo
contratual das parcerias público-privadas.
8. Contribuição da doutrina social da igreja: princípio da função
social da propriedade e princípio da subsidiariedade.
9. Transformações do direito administrativo: constitucionalização,
redução da discricionariedade, democratização da
Administração Pública, processualização, agencificação, função
regulatória, ampliação da consensualidade, centralidade da
pessoa humana, fuga para o direito privado. 19
10. Fontes do direito administrativo: a Constituição, a lei, os
atos normativos da Administração Pública (regulamentos,
portarias, resoluções etc.), a jurisprudência, a doutrina, o
costume, os princípios gerais de direito.
11. Conceito de direito administrativo: embora baseado em
vários critérios, o mais relevante é o que leva em conta o
principal objeto da disciplina: a Administração Pública. Direito
administrativo é o ramo do direito público que tem por objeto
os órgãos, agentes e pessoas jurídicas administrativas que
integram a Administração Pública, a atividade jurídica não
contenciosa que exerce e os bens e meios de que se utiliza para
a consecução de seus fins, de natureza pública.
Agora volte e releia mais uma vez esses onze pontos elencados por Maria Sylvia.
No momento certo eu vou cobrar isso de você forte, beleza?
Sigamos.

5
Concurso para Delegado do Pará 2016 perguntou para o candidato qual a origem do princípio da
proporcionalidade.
1.9. FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO
É tradicional na introdução do estudo de qualquer ramo didático da disciplina
jurídica o estudo das fontes, grosso modo entendidas como de onde advém o direito.

No direito administrativo não é diferente, ainda mais diante da complexidade


do operador que se depara com a ausência de codificação.

AUSÊNCIA DE CODIFICAÇÃO?

VAMOS EXPLICAR ISSO MELHOR

Há uma parte da doutrina (e conseguimos vislumbrar este


debate ainda na Universidade) que sustenta que o direito
administrativo não é codificado, citando, por exemplo, o Brasil
como referência característica desse movimento. Para estes
pensadores, é difícil lidar com um ramo autônomo do direito,
por possuir bases e raízes próprias, sem um código específico,
como o civil, penal, tributário, e etc. Sempre que se apresenta
essa característica do direito administrativo há a referência
específica a países que possuem uma codificação, mas sempre
sem fazer uma referência perfeita sob a condição organizacional
dessas nações e como funciona a práxis nessas ordens
constitucionais.
20
Ao entender melhor o direito administrativo, e esta é a pergunta
que devemos nos fazer, surge a indagação: Quem disse que no
Brasil não há codificação do direito administrativo? Dessa forma,
o que não há no país é uma reunião de todas as legislações em
prol de um único código. De toda sorte, é possível olhar para
nosso ordenamento jurídico e vislumbrar uma perfeita
codificação – extensa e complexa – que define variadas matérias
relacionadas à organização e interesse público. Há quem
defenda a reunião de todas as normas gerais em um modelo
único que fixe objetivos, princípios e regras gerais do direito
público – louvável. Contudo, ao lermos manuais e doutrinas que
tocam esse assunto, nunca podemos cair no erro de confundir
codificação unitária com o sistema de codificação de normas
administrativas que temos no Brasil.

Esta é uma explanação do Professor no sentido de irmos abrindo


a mente para raciocinar variantes do direito administrativo, que,
no momento oportuno – PROVA ORAL, por exemplo – pode ser
questionado a nós. Precisamos estar ávidos a debater e
enfrentar estes pontos se um dia nos forem apresentados.

Sigamos.
Ao identificar as fontes do direito administrativo, identifica-se também o bloco
de legalidade que submete a atividade do Estado, servindo de verdadeiro guia de ação
para o Administrador Público, na medida que possibilita verificar o que é permitido e
proibido, como também serve de instrumento de controle da Administração Pública
pelos administrados.

Sobre o tema, Thiago Marrara (2014), partindo das concepções de Fritz


Ossenbühl, assevera que o vocábulo “fontes” pode ter diversas significações:

1. Fontes de construção do direito = Entendidas como aquelas


que determinam o pensamento e o comportamento humano,
incluindo-se tanto fatores religiosos quanto morais.
2. Fontes de valoração do direito = Entendidas como os
princípios e valores da sociedade que servem de critério para
o ordenamento jurídico, como justiça, igualdade, dentre
outros.
3. Fontes de reconhecimento do direito = Entendidas como
fontes em sentido estrito, também conhecidas como veículos
introdutores de normas. São os atos ou fatos aos quais o
ordenamento atribui a aptidão de produzir normas jurídicas.

Ainda com fundamento em Marrara (2014), é possível classificar as fontes


conforme diversos critérios distintos:
21
QUANTO AO PROCEDIMENTO DE SUA EXPEDIÇÃO
•Fontes legislativas, fontes jurisprudenciais, fontes administrativas.

QUANTO À SUA FORMA DE MANIFESTAÇÃO NA REALIDADE


•Fontes escritas (lei) e não escritas (costume).

QUANTO AO SEU USO NO CASO CONCRETO


•Fontes de aplicação obrigatória (Constituição) e fontes de uso opcional
(jurisprudência administrativa no Brasil).

QUANTO AO PODER QUE EMANA DOS MANDAMENTOS QUE CONTÊM


•Fontes de normas vinculantes e fontes de normas indicativas.

QUANTO À SUA HIERARQUIA


•Fontes primárias (Constituição), secundárias (Resoluções) e subsidiárias.

Importa-nos, por enquanto, compreender as FONTES DE RECONHECIMENTO


do direito, isto é, os veículos introdutores de norma jurídica de Direito Administrativo,
valendo-nos, para tanto, de classificação didática que cuida das fontes conforme o
procedimento de expedição.
1.10. FONTES LEGISLATIVAS EM SENTIDO AMPLO
Nos termos da cabeça do artigo 1º da Constituição da República, o Estado
brasileiro se caracteriza por ser democrático e de Direito, motivo pelo qual a lei assume
papel relevante enquanto instrumento que limita a ação estatal e a direciona o
Administrador rumo à concretização dos interesses públicos.

Não sem razão, o direito administrativo tem como FONTE PRINCIPAL A LEI EM
SENTIDO LATO, compreendendo tanto a Constituição da República, quanto as
Constituições dos Estados, a Lei Orgânica do Distrito Federal, as Leis Orgânicas do
Município, as Leis Complementares, as Leis Ordinárias, as Leis Delegadas, e as próprias
Medidas Provisórias. Em relação a esta última, é importante destacar que não se trata
de lei propriamente dita, sendo ato normativo com força de lei que emana do Presidente
da República em caso de relevância e urgência, podendo ser utilizada em matéria
administrativa (artigo 62, CR/88).

IMPORTANTE, DELTA!
Verifica-se que a lei em sentido lato em todas as suas manifestações cria
obrigações originárias aos Administrados, inovando na ordem jurídica, pelo que
também podem ser compreendidas como fonte primária de direito administrativo.
22
Destaca-se que no Brasil não há uma codificação una do Direito Administrativo,
o que aumenta ainda mais a importância e multiplicação das fontes legisladas,
principalmente em sentido estrito. Existem, nessa linha, somente alguns códigos
esparsos que cuidam de temas específicos, como o Código das Águas, Código de
Mineração, Código de Caça, dentre outros.

1.11. FONTES ADMINISTRATIVAS


São os atos normativos expedidos por autoridade pública no exercício da função
administrativa que podem ser gerais e abstratos ou concretos e individuais,
incorporando o BLOCO DE LEGALIDADE que deve se pautar o Administrador.
Justamente por essa razão, por vezes as fontes administrativas, enquanto atos
infralegais, podem ser tratadas dentro da concepção de lei em sentido amplo.

Convém apresentar dois exemplos importantes de fontes administrativas, os


regulamentos executivos e os regulamentos autônomos – ESSA DIFERENÇA TEM QUE
MANJAR BEM DELTA! Importante para Constitucional também:
1. Decretos regulamentares executivos (regulamento
executivo) = São aqueles que dão fiel execução à lei,
detalhando lei ordinária ou complementar. É ato normativo
emanado do Chefe do Executivo, havendo a possibilidade de
outros entes da Administração também utilizarem decretos
regulamentares, como as agências reguladoras.
2. Decretos regulamentares autônomos (regulamento
autônomo) = Editado pelo Presidente da República para
matérias que não dependem de lei, inovando a ordem
jurídica, decorrendo diretamente da Constituição Federal,
sendo o seu vício torna o ato inconstitucional e não ilegal.
Geralmente vinculadas a questões simples de organização
administrativa. Pela Emenda Constitucional nº 32/2001, pode
ser utilizado para dispor sobre funcionamento e organização
da Administração Pública federal quando:
a) não implicar aumento de despesa; b) nem criar ou
extinguir órgãos públicos.

1.12. FONTES JURISPRUDENCIAIS


A jurisprudência pode ser compreendida como o julgamento reiterado pelos
Tribunais que, diante da multiplicação de demandas idênticas ou semelhantes, firma 23
orientação a respeito de determinadas questões. No direito administrativo brasileiro,
trata-se de importante fonte secundária que influencia a consolidação do direito.

Ganhou ainda mais destaque após a Emenda Constitucional nº 45/2004, o


direito brasileiro passou a prever a figura das SÚMULAS VINCULANTES que trazem
manifestações sobre validade, interpretação e eficácia de determinadas normas,
vinculando todo o Poder Judiciário e a Administração Pública.

Também há no ordenamento as decisões vinculantes proferidas pelo STF


em Ação Direta de Inconstitucionalidade e Ação Declaratória de
Constitucionalidade que impactam diretamente o direito administrativo ao
produzirem efeitos gerais (erga omnes) e abstratos.

Dentro do impacto das decisões dos Tribunais no direito administrativo,


destaca-se também figura do Mandado de Injunção, que pode ser manejado sempre
que “a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e
liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania
e à cidadania” (art. 5º, inciso LXXI CF/88).
Como exemplo, tem-se a decisão do Supremo Tribunal Federal
no MANDADO DE INJUNÇÃO Nº 708 6 em aplicar as normas
referentes à Lei de Greve ao servidor público até a edição de lei
específica pelo Congresso Nacional que desse concretude ao
disposto no artigo 37, inciso VII da Constituição.

TRECHOS DO JULGADOS: A permanência da situação de não-


regulamentação do direito de greve dos servidores públicos civis
contribui para a ampliação da regularidade das instituições de
um Estado democrático de Direito (CF, art. 1º). Além de o tema
envolver uma série de questões estratégicas e orçamentárias
diretamente relacionadas aos serviços públicos, a ausência de
parâmetros jurídicos de controle dos abusos cometidos na
deflagração desse tipo específico de movimento grevista tem
favorecido que o legítimo exercício de direitos constitucionais
seja afastado por uma verdadeira “lei da selva”. Apesar das
modificações implementadas pela Emenda Constitucional no
19/1998 quanto à modificação da reserva legal de lei
complementar para a de lei ordinária específica (CF, art. 37, VII),
observa-se que o direito de greve dos servidores públicos civis
continua sem receber tratamento legislativo minimamente
satisfatório para garantir o exercício dessa prerrogativa em
consonância com imperativos constitucionais. Tendo em vista as 24
imperiosas balizas jurídico-políticas que demandam a
CONCRETIZAÇÃO 7 do direito de greve a todos os trabalhadores,
o STF não pode se abster de reconhecer que, assim como o
controle judicial deve incidir sobre a atividade do legislador, é
possível que a Corte Constitucional atue também nos casos de
inatividade ou omissão do Legislativo. A mora legislativa em
questão já foi, por diversas vezes, declarada na ordem
constitucional brasileira. Por esse motivo, a permanência dessa
situação de ausência de regulamentação do direito de greve dos
servidores públicos civis passa a invocar, para si, os riscos de
consolidação de uma típica omissão judicial” (MI 708,
Relator(a): Min. GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado em
25/10/2007).

Neste caso, observa-se que a inoperância de lei específica em matéria


administrativa exigiu que a Suprema Corte fizesse as vezes do legislador, além da típica

6
Vai e vem, o entendimento sobre este MANDADO DE INJUNÇÃO aparece em provas. Seja para discutir
análise constitucional do posicionamento sobre os efeitos da decisão para o Supremo Tribunal Federal,
seja para deflagração de análise histórica e legal que culmina com o surgimento da Lei nº 13.300/16 –
LEITURA OBRIGATÓRIA em seu cronograma de estudos = “VAI CAIR EM DIREITO CONSTITUCIONAL”.
Concurso Delegado de Polícia de Minas Gerais exigiu o conhecimento.
7
Olha aqui a mudança de paradigma para a corrente CONCRETISTA quanto aos efeitos da decisão em
Mandando de Injunção – CUIDA NISSO MEGEANO(A)!!!
natureza de fonte secundária. Por vezes, a atuação atípica dos Tribunais torna as
decisões abstratas verdadeiras fontes de integração do ordenamento.

Há indicação de leitura extra ao final.

1.13. COSTUME ADMINISTRATIVO

O costume pode ser compreendido como a prática reiterada no tempo que,


em razão de ser reconhecidamente necessária pela coletividade, é dotada de poder
normativo.

Muito embora tenha relevância em outras disciplinas jurídicas, como no direito


internacional público em que figura como fonte válida, no direito administrativo
somente terá relevância se incorporado ao ordenamento mediante regular processo
legislativo, servindo tão somente de fonte indireta. Resta saber se o mesmo tratamento
é conferido ao costume administrativo, isto é, se a prática reiterada de agentes públicos
em determinada instituição ou do Estado em relação aos particulares, podem ser
considerados fonte de direito administrativo.

Nesse sentido, Hely Lopes Meireles, (2008) considera o costume administrativo


como FONTE SUPLETIVA utilizada em situação de lacuna no ordenamento. No entanto,
pela Constituição da República, o Brasil é Estado Democrático de Direito que submete a
atuação do Administrador Público à vontade do povo, expressa na lei. Estranho,
portanto, admitir que o costume administrativo, fonte não-escrita e não inserida nem
25
mesmo no conceito de lei em sentido amplo, possa criar norma que obrigue a ação
estatal.

Thiago Marrara (2014) destaca:

Ao se aceitar, de modo integral, a prática reiterada pelo Estado


ou dentro do Estado como fonte de direito administrativo, estar-
se-á dizendo que essa prática pode criar normas que guiarão a
ação estatal a despeito de sua legitimação democrática direta
por uma lei superior. Essa conclusão não é possível, porém, em
virtude do Estado Democrático de Direito, o qual impõe a
aprovação da conduta do Estado pelo Legislativo em nome do
povo (democracia) e, por via, a vinculação constante da atuação
do Estado a essa vontade (legalidade). Disso se conclui que a
prática reiterada no âmbito da Administração Pública, mesmo
que respaldada na opinio juris, jamais seria fonte de normas
vinculantes e que ultrapassem ou contrariem as fontes
legislativas que regem a ação do Estado. O argumento “nós
sempre fizemos assim” jamais pode ser lançado pelo Estado para
contrariar a lei ou mesmo ultrapassá-la. Isso vale tanto para os
atos interna corporis da Administração Pública, quanto para os
atos administrativos – praticados em relação a outros sujeitos de
direito, especialmente os cidadãos.
Do excerto se extrai que o costume administrativo somente será
admissível quando estiver de acordo com a lei, servindo-se nesse caso como fonte
de orientação/indicação ao Administrador, sem gerar direito novo.

1.14. DOUTRINA
Também fonte informal, indireta ou mediata, a doutrina consiste no arcabouço
teórico elaborado pelos estudiosos do Direito Administrativo, que, conquanto não
possua aptidão para criar normas jurídicas administrativas, serve de norte para a
elaboração de leis e para a formação de entendimento dos órgãos judiciários e
administrativos sobre os diversos institutos.
É destaque – ainda sobre fontes – para Matheus Carvalho (2019):

PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO TRATADOS INTERNACIONAIS


São normas não escritas que servem de São fontes do Direito Administrativo
base para ele, configurando vetores pátrio, após incorporação ao
genéricos que informam o ordenamento ordenamento jurídico,
do Estado, sem previsão legal expressa. independentemente do rito de
São apontados, como exemplos, a tramitação.
máxima que define que ninguém deve De fato, os tratados internacionais que 26
ser punido sem ser ouvido previamente, versem sobre direito administrativo não
a de que não se pode permitir que devem, necessariamente, passar pelo rito
alguém se beneficie da sua própria referente à incorporação dos tratados
torpeza. internacionais que versem sobre direitos
humanos, visto que o rito deste último é
especial para a incorporação com status
de Emenda Constitucional. Rito do art. 5º,
§3º da CF/88.

1.15. ADMINISTRAÇÃO BUROCRÁTICA, ADMINISTRAÇÃO GERENCIAL E


ESTADO EM REDE
Conhece esses termos, Megeano(a)?
Vamos debater um pouco eles, porquanto é possível que contribua muito para
seu certame, seja diretamente em questões, seja indiretamente pela compreensão de
nossa REFORMA ADMINISTRATIVA pós EC 19/98.
Sigamos!
A diferença entre o modelo de administração burocrática e o modelo de
administração gerencial, nas palavras de Mazza (2017), não é tema do Direito
Administrativo, propriamente dito, mas da Ciência da Administração.
São características do modelo burocrático de administração:
1. Toda a autoridade baseada na legalidade;
2. Relações hierarquizadas de subordinação entre órgãos e
agentes;
3. Competência técnica como critério para seleção de pessoal;
4. Remuneração baseada na função desempenhada, e não
pelas realizações alcançadas;
5. Controle de fins;
6. Ênfase em processos e ritos.
Com o surgimento da Reforma Administrativa – acima elencada – patrocinada
pela Emenda Constitucional nº 19/98 e fortemente inspirada em uma concepção
neoliberalista de política econômica, pretendeu-se implementar outro modelo de
administração pública: GERENCIAL 8.
Chamada também de governança consensual, ela objetivou atribuir maior
agilidade e eficiência (OLHA O GANCHO AQUI – ESSE PRINCÍPIO EXPLÍCITO DA
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SURGE COM EC 19/98 – JÁ CAIU) na atuação administrativa,
enfatizando a obtenção de resultados em determinados processos e ritos, e estimulando
a participação popular na gestão pública.
O que reflete esse novo modelo e que pode ser apontado como surgimento
em seu auge:
1. Princípio da eficiência;
2. Contrato de gestão (calma!!! Vamos entender isso melhor lá
27
na frente);
3. Agências executivas (calma aqui também!!!);
4. Instrumentos de parceria da administração pública;
5. Redução de custos com pessoal;
6. Descentralização administrativa.
A ótica da administração GERENCIAL é pautada no princípio da subsidiariedade,
pelo qual não se deve atribuir ao Estado as funções e atividades que podem ser
realizadas pela iniciativa privada.
Vamos a um quadrinho trazido por Mazza (2017) que nos ajudará bastante?
(Com adaptações)
BUROCRÁTICA GERENCIAL
PERÍODO Antes de 1988 Pós 1988
NORMA PADRÃO Lei nº 8.666/93 EC nº 19/88
PARADIGMA Lei Resultado

8
APENAS PARA APROFUNDAR UM POUCO NESTE TEMA, DELTA!!! Alexandre Mazza (2017) apresenta
que a Reforma foi promulgada pelo governo FHC, na onda do processo de privatizações, promovendo
mudanças no Direito Administrativo pátrio pautadas, sobretudo, pela lógica empresarial de eficiência
neoliberal de Estado mínimo. A baixa qualidade técnica das reformas propostas e a antipática insistência
em reduzir controles legais tornaram a EC 19/98 um diploma mal visto por administrativistas nacionais.
Sobre isso, esse modelo é acusado por muitos escritores de servir como pretexto para diminuir os controles
jurídicos sobre a Administração Pública. Sigamos acima!
VALORES Hierarquia, processo, Colaboração, eficiência,
forma parceria, gestão
CONTROLE Sobre os meios Sobre o resultado
INSTITUTOS Licitação, Processo Contratos de Gestão,
RELACIONADOS Administrativo, Concursos Agências Executivas,
Públicos Eficiência
CARACTERÍSTICAS Autorreferente Orientada para o cidadão

Lembra do aprofundamento apresentando no rodapé da página anterior?


Então, é exatamente por críticas como essa que surgiu a ideia do ESTADO EM
REDE, que foi uma tentativa de aperfeiçoamento do modelo de administração gerencial.
Superando a busca pelo resultado, este Estado deve realizar uma gestão para a
cidadania, transformando os indivíduos destinatários de polícias pública em
PROTAGONISTAS na definição de estratégias Estatais. A expressão chave aqui, pois, é
PARTICIPAÇÃO POPULAR NA GESTÃO DA “COISA PÚBLICA”.
Boa questão de prova discursiva, heim?
Discorra sobre o Estado em Rede. Cite nascedouro, influências e caráter
democrático em sua resposta: (30 linhas)
Também de prova oral do seu concurso:
28
Candidato/Candidata, do que se trata o Estado em Rede? Fundamente.
Abre o olho Delta – Vamos dar uma revisada nesse assunto. Beleza?
2. JURISPRUDÊNCIA

SÚMULAS DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL


473 – A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os
tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de
conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em
todos os casos, a apreciação judicial.
346 – A administração pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos.

29
3. QUESTÕES

1. (FUNDATEC / PC-RS / DELEGADO 2018) Acerca da formação histórica do Direito


Administrativo, analise as seguintes assertivas:
I. O Direito Administrativo tem origem na Idade Média, período histórico em que a vontade
do monarca passa a se subordinar à lei.
II. O direito francês se notabiliza como a principal influência na formação do Direito
Administrativo brasileiro, de onde importamos institutos importantes como o conceito de
serviço público, a teoria dos atos administrativos, da responsabilidade civil do estado e da
submissão da Administração Pública ao princípio da legalidade.
III. Devido à organização do Estado brasileiro, composto por diferentes entes políticos
dotados de competências legislativas próprias para disciplinar suas atividades
administrativas, a codificação do Direito Administrativo em âmbito nacional se torna
inviável.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas III.
c) Apenas I e II. 30
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.

2 – (FAPEMS / PC-MS / DELEGADO 2017) De acordo com o texto a seguir o direito público
tem como objetivo primordial o atendimento ao bem-estar coletivo. [...] em primeiro
lugar, as normas de direito público, embora protejam reflexamente o interesse
individual, têm o objetivo primordial de atender ao interesse público, ao bem-estar
coletivo. Além disso, pode-se dizer que o direito público somente começou a se
desenvolver quando, depois de superados o primado do Direito Civil (que durou muitos
séculos) e o individualismo que tomou conta dos vários setores da ciência, inclusive a do
Direito, substituiu-se a ideia do homem como fim único do direito (própria do
individualismo) pelo princípio que hoje serve de fundamento para todo o direito público
e que vincula a Administração em todas as suas decisões [...]. DI PIETRO, Maria Sylvia
Zanella. Direito Administrativo. 30.ed. São Paulo: Atlas, 2017, p 96.
Diante disso, as "pedras de toque" do regime jurídico-administrativo são
a) a supremacia do interesse público sobre o interesse privado e a impessoalidade do
interesse público.
b) a supremacia do interesse público sobre o interesse privado e a indisponibilidade do
interesse público.
c) a indisponibilidade do interesse público e o princípio da legalidade.

d) a supremacia da ordem pública e o princípio da legalidade.

e) a supremacia do interesse público e o interesse privado e o princípio da legalidade.

3 – (ACAFE / PC-SC / DELEGADO 2014) Considere a definição de Direito Administrativo e


assinale a alternativa correta.
a) É o conjunto dos princípios jurídicos de direito público que tratam da Administração
Pública, suas entidades, órgãos e agentes públicos.
b) É o conjunto dos princípios jurídicos de direito público que têm como estudo o Serviço
Público.
c) É o conjunto dos princípios jurídicos de direito público que regem as relações jurídicas
entre órgãos do Estado.
d) É o conjunto dos princípios jurídicos de direito público e privado que tratam da
Administração Pública, suas entidades, órgãos e agentes públicos.
e) É o conjunto dos princípios jurídicos de direito público e privado que têm como estudo
os atos do Poder Executivo. 31
4 – (VUNESP / PC-SP / DELEGADO 2014) O conceito de Direito Administrativo é peculiar
e sintetiza-se no conjunto harmônico de princípios jurídicos que regem os órgãos, os
agentes e as atividades públicas tendentes a realizar concreta, direta e imediatamente os
fins desejados pelo Estado. A par disso, é fonte primária do Direito Administrativo
a) a jurisprudência.
b) os costumes.
c) os princípios gerais do direito.
d) a lei, em sentido amplo.
e) a doutrina.

5 – (FUMARC / PC-MG / DELEGADO 2011) Em relação à interação do direito


administrativo, com os demais ramos de direito, analise as afirmativas a seguir:
I. O direito administrativo é que dá mobilidade ao direito constitucional.
II. O direito administrativo tem vínculo com o direito processual civil e penal.
III. As normas de arrecadação de tributos podem ser tidas como de direito administrativo.
IV. A teoria civilista dos atos e negócios jurídicos têm aplicação supletiva aos atos e
contratos administrativos.
Marque a alternativa CORRETA.
a) apenas as afirmativas I, II e III estão corretas.
b) apenas as afirmativas II e IV estão corretas.
c) apenas as afirmativas I e II estão corretas.
d) as afirmativas I, II, III e IV estão corretas.

6 – (CESPE / PF / DELEGADO 2004) No que se refere a fontes do direito administrativo,


julgue os itens seguintes.
A jurisprudência é fonte do direito administrativo, mas não vincula as decisões
administrativas, apesar de o direito administrativo se ressentir de codificação legal.
( ) Certo ( ) Errado

7 – (PUC-PR / JUIZ SUBSTITUTO 2014) Sobre o conceito do direito administrativo e a sua


formação histórica no Brasil, analise as assertivas abaixo e assinale a
alternativa CORRETA.
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I. A primeira cadeira de direito administrativo no Brasil foi criada em 1851 e com a
implantação da República acentuou-se a influência do Direito Público Norte-Americano,
adotando-se todos os postulados do rule of law e do judicial control.
II. O Brasil adotou, desde a instauração da primeira República, o sistema da jurisdição única,
com exceção do período de vigência da Emenda Constitucional nº. 07/77, com a instalação
dos dois contenciosos administrativos por ela estabelecidos.
III. O direito administrativo tem como fontes a lei, a doutrina, os costumes e a
jurisprudência, vigorando entre nós, desde o início da República, dado a influência sofrida
do direito norte-americano, o princípio do stare decises.
IV. A interpretação do direito administrativo, além da utilização analógica das regras do
direito privado que lhe foram aplicáveis, há de considerar, necessariamente, três
pressupostos: 1º) a desigualdade jurídica entre a Administração e os administrados; 2º) a
presunção de legitimidade dos atos da administração; 3º) a necessidade de poderes
discricionários para a Administração atender ao interesse público.

a) Apenas as assertivas III e IV estão corretas.

b) Apenas as assertivas I e III estão corretas.

c) Apenas as assertivas I e II estão corretas.

d) Apenas as assertivas I e IV estão corretas.


8 – (FMP Concursos / Juiz de Direito TJMT) Em face da formação histórica do Direito
Administrativo e do modelo de Estado vigente, é correto afirmar que:
a) a noção de coisa julgada nas esferas administrativa e judicial tem a mesma dimensão e
conteúdo.

b) as decisões proferidas por órgãos públicos de natureza superior não podem ser revistas
pelo Poder Judiciário

c) o processo administrativo somente pode ser instaurado mediante provocação do


interessado, por representação escrita endereçada ao agente competente para a solução
da controvérsia.

d) o regime jurídico juspublicista, no todo ou em parte, somente pode ser aplicado às


pessoas jurídicas de direito público.

e) tem por objeto os órgãos, agentes e pessoas jurídicas administrativas que integram a
Administração Pública, a atividade não contenciosa que exerce e os bens de que se utiliza
para a consecução de seus fins, de natureza pública.

33
4. GABARITO COMENTADO

1. D
O surgimento do direito administrativo, historicamente falando, está ligado ao
desenvolvimento do Estado Democrático de Direito, sobretudo pela ótica da legalidade
advinda pós movimentos revolucionários incentivados pelo ideário iluminista
(Revolução Francesa é um marco histórico para esse surgimento). Não assiste acerto a
afirmação de que o Direito Administrativo tem origem na idade média. Na verdade, o
que temos é a vigência de um absolutismo que não permite o controle por meio da lei
dos atos da administração. Não falamos, inclusive, na idade média, em controle
administrativo como nos tempos atuais. Quanto à alternativa II, de fato, a influência
francesa ditou a formação de institutos modernos brasileiro como: serviços públicos,
atos administrativos, responsabilidade civil do Estado, princípio da legalidade, dentre
outros. A afirmação III pode nos parecer mais complexa, mas, com o cuidado necessário
podemos perceber que ela não está tratando de uma generalização, mas de
inviabilidade de codificação. Há países que possuem código de direito administrativo –
assim como nosso código penal, por exemplo –, mas esta ação, levando em conta nossa
divisão de competências constitucionais, torna deveras complexa possível junção. É esta
a análise que a questão nos exigiu. Ademais, por eliminação, fecharíamos o raciocínio
exigido pela FUNDATEC.
34
2. B
A questão chama de Pedras de Toque os SUPRAPRINCÍPIOS da supremacia do interesse
público e da indisponibilidade do serviço público – assim considerados por Celso de
Mello. Os superprincípios são os princípios dos quais derivam todos os demais princípios
e normas do Direito Administrativo (Curso de Direito Administrativo, p. 69). A existência
desses dois supraprincípios é o reflexo de uma dualidade permanente no exercício da
função administrativa: a oposição entre os poderes da Administração Pública
(supremacia do interesse público) e os direitos dos administrados (indisponibilidade do
interesse público). Esses dois, nas palavras de Mazza (2017), são relativos e não
absolutos, porquanto, não existe supremacia absoluta do interesse público sobre o
privado, nem indisponibilidade absoluta dos interesses públicos. Vamos estudar
princípios em nossos próximos pontos, mas já salve essa informação aí Megeana e
Megeano.

3. A
Vamos nos reportar aqui ao conceito trazido por Marçal Justen Filho. O direito
administrativo é “O conjunto das normas jurídicas de direito público que disciplinam as
atividades administrativas necessárias à realização dos direitos fundamentais e a
organização e o funcionamento das estruturas estatais e não as estatais encarregadas
de seu desempenho” (Curso de Direito Administrativo, 7ª ed., 2011). Abrimos mão,
ainda, do esboço de Maria Sylvia Zanella Di Pietro, que afirma que este é “O ramo do
direito público que tem por objeto os órgãos, agentes e pessoas jurídicas
administrativas que integram a administração pública, a atividade jurídica não
contenciosa que exerce e os bens de que se utiliza para a consecução de seus fins de
natureza pública” (Direito Administrativo, 21ª ed., 2008). A questão apresentada pela
ACAFE foi doutrinária e conceitual, apenas. Vamos nos ater ao exposto por estes dois
doutrinadores para analisarmos as demais questões que possam surgir com este mesmo
enfoque.

4. D
Fonte é o local de onde algo se provém. No direito, as fontes são os fatos jurídicos de
onde as normas emanam. As fontes jurídicas podem ser de dois tipos: a) primárias,
maiores ou diretas: são o nascedouro principal e imediato das normas; e) secundárias,
menores ou indiretas: constituem instrumentos acessórios para originar normas,
derivadas de fontes primárias. No Direito Administrativo, somente a lei constitui fonte
primária na medida em que as demais fontes (secundárias) estão a ela subordinadas:
doutrina, jurisprudência, costumes.

5. D
José dos Santos Carvalho Filho apresenta em sua obra – Manual de Direito
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Administrativo – que o direito administrativo é o lado dinâmico do Direito
Constitucional. Quanto à alternativa II, de fato, o direito administrativo guarda relação
com variados ramos da ciência do direito: civil, tributário, constitucional, trabalho,
processual civil, penal e processo penal, dentre outros. Para a assertiva IV podemos
aplicar o entendimento do art. 54 da Lei nº. 8.666/93 “Os contratos administrativos de
que trata esta Lei regulam-se pelas suas cláusulas e pelos preceitos de direito público,
aplicando-se-lhes, supletivamente, os princípios da teoria geral dos contratos e as
disposições de direito privado”.

6. CERTO
O cuidado com esta questão, ela está relacionada à EC 45/04, que incluiu o art. 103-A à
CR/88, prevendo “O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação,
mediante decisão de 2/3 dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria
constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na impressa oficial, terá
efeito vinculante em relação aos demais poderes órgãos do Poder Judiciário e à
administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem
como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida”. Nesse sentido,
as decisões administrativas estão vinculadas à construção sumular vinculante do
Supremo Tribunal. A questão do CESPE é do ano de 2004, e, nessa época, de fato
constava como correta a afirmação do enunciado. Mas hoje, em cobrança idêntica por
qualquer banca, essa ressalva teria que ser feita, o que tornaria nosso gabarito errado.
7. D
Aqui estamos diante de uma questão mais tormentosa Delta. Contudo, pelos
ensinamentos aqui apresentados é possível chegar a uma conclusão coerente exigida
pela PUC do Paraná. Vou colacionar o trecho de nosso material a respeito da afirmação
I: A doutrina aponta como marco inicial do Direito Administrativo a edição, na França
Pós-Revolucionária, da Lei 28 de Pluvioso 9 do Ano VIII (algo em torno de 1800), diploma
normativo da organização da Administração Pública francesa. Acrescenta-se, ainda, o
importante trabalho da jurisprudência do Conselho de Estado francês, responsável pela
construção de importantes institutos administrativistas, a exemplo da noção de serviço
público. Outrossim, em 1819, em Paris, cria-se a primeira cátedra de Direito
Administrativo, sendo que, no Brasil, ela somente vem a surgir com o Decreto 608/1851.
A primeira obra doutrinária brasileira só veio a ser publicada apenas em 1857, em Recife,
com o nome de “Elementos de Direito Administrativo Brasileiro”, do autor Vicente
Pereira do Rego. Quanto à afirmação II você lembra que citamos que não houve
implementação deste sistema em nosso ordenamento jurídico? O que houve foi uma
PREVISÃO, e a afirmação está a nos indicar uma instalação: ERRADO. Quanto à III, não
adotamos desde o início da República o princípio do stare decisis. IV está correta,
porquanto, realmente são características do direito administrativo: 1º) a desigualdade
jurídica entre a Administração e os administrados; 2º) a presunção de legitimidade dos
atos da administração; 3º) a necessidade de poderes discricionários para a
Administração atender ao interesse público. Neste sentido, seria necessário outros
conhecimentos para se chegar à resposta, mas, trata-se de uma boa questão sobre a 36
parte histórica da disciplina.

8. E
Ótima questão sobre a conceituação do direito administrativo. Em que pese haver
referência a outros temas que ainda serão estudados, podemos chegar à resolução com
o abordado aqui.
(A) INCORRETA. Não há a mesma noção sobre estes dois pontos, porquanto, temos
coisa julgada material apenas nas decisões emanadas do Poder Judiciário, uma vez que
estamos diante do sistema inglês em nosso ordenamento jurídico.
(B) INCORRETA. O Poder Judiciário pode revisar toda e qualquer matéria – desde que
obedeça ao postulado da inércia; então, não há essa vedação quanto às decisões
emanadas por órgãos públicos do alto escalão.
(C) INCORRETA. Veremos isso melhor quando analisarmos a Lei nº 9.784/99 – há um
ponto inteirinho só sobre ela; mas antemão já saiba que não há essa limitação para
deflagração de um processo administrativo; não estamos, nesta lei, diante de um rol tão
engessado, pelo contrário, há uma abertura ao cidadão, até, como legitimado.
(D) INCORRETA. Veremos melhor isso quando estudarmos organização da
administração pública, contudo, tenha em mente que o Banco do Brasil, por exemplo, é

9
Megeano(a)! Tem que gravar esse dado. Beleza? Sigamos.
pessoa jurídica de direito privado (Lei nº 13.303 de 2016 – no momento certo você lerá
essa belezinha de lei na íntegra); ou seja, não há essa restrição.
(E) CORRETA. É nosso conceito apresentado durante o ponto - Marçal Justen Filho “O
Direito Administrativo é o conjunto das normas jurídicas de direito público que
disciplinam as atividades administrativas necessárias à realização dos direitos
fundamentais e a organização e o funcionamento das estruturas estatais e não estatais
encarregadas de seu desempenho”. Maria Sylvia Zanella Di Pietro “O ramo do direito
público que tem por objeto os órgãos, agentes e pessoas jurídicas administrativas que
integram a administração pública, a atividade jurídica não contenciosa que exerce e os
bens de que se utiliza para a consecução de seus fins de natureza”.

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