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Abiba Iassido Shaibu

Ana Salgado Viegas


Agimenia Jorge Morupa
Armando Daquissone Siedade
Antónia Manuel Meque
Costa Mateus Malanguisse
Esmilda Maurício Foia
Evinesse Paulo Salanhar
Felicidade Damião Chimphesse
Felicidade Tomás
José Zeca Jolamo
Lídia Joaquim Machaia
Manuel Francisco Chaculamba
Manuela Gonçalves Meque
Nelson Joaquim Batina
Slávia de Albina Mucipo Joaquim
Verónica António Cumbucane

IV GRUPO

1ª Lei da Termodinâmica

Universidade Púnguè
Extensão de Tete
2023
Abiba Iassido Shaibu
Ana Salgado Viegas
Agimenia Jorge Morupa
Armando Daquissone Siedade
Antónia Manuel Meque
Costa Mateus Malanguisse
Esmilda Maurício Foia
Evinesse Paulo Salanhar
Felicidade Damião Chimphesse
Felicidade Tomás
José Zeca Jolamo
Lídia Joaquim Machaia
Manuela Gonçalves Meque
Manuel Francisco Chaculamba
Nelson Joaquim Batina
Slávia de Albina Mucipo Joaquim
Verónica António Cumbucane

Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia com Habilitações em Ensino de Química

4º Ano
1ª Lei da Termodinâmica
O presente trabalho a ser apresentado na Faculdade de
Ciências Agrárias e Biológicas, como um dos
requisitos parciais de avaliação na cadeira de Química
Geral, para obtenção do grau académico em
Licenciatura em Ensino de Biologia.
Docente: Prof. Doutor Ademar Máquina

Universidade Púnguè
Extensão de Tete
2023
Índice
1.Introdução ................................................................................................................................ 4

2.Objectivos ................................................................................................................................ 4

2.1.Objectivo Geral ................................................................................................................. 4

2.2.Objectivos Específicos ...................................................................................................... 4

3.Metodologias ........................................................................................................................... 4

4.Termodinâmica ........................................................................................................................ 5

5. 1ª Lei da Termodinâmica ........................................................................................................ 5

5.1.Exemplos .......................................................................................................................... 6

5.2.Unidades de Medida de Calor ........................................................................................... 8

6.Entalpia .................................................................................................................................... 8

7.Variação de Entalpia................................................................................................................ 8

8.Lei de Hess ............................................................................................................................ 13

8.1.Exemplificação da Lei de Hess ....................................................................................... 14

9.Entalpia-padrão de combustão............................................................................................... 15

10.Entalpia-padrão de formação ............................................................................................... 15

12.Conclusão ............................................................................................................................ 18

13.Referências Bibliográficas ................................................................................................... 19


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1.Introdução

A termodinâmica é uma ciência experimental, pois a partir da observação de alguns fenómenos


físico-químicos foram elaboradas leis básicas, conhecidas como a Lei “Zero”, a Primeira, a
Segunda e a Terceira Leis da Termodinâmica. Os problemas que a termodinâmica se propõe a
resolver normalmente envolvem a determinação do valor do calor e/ou trabalho (formas de
energia) necessários ou liberados num processo ou então as mudanças de estado de uma
substância ou mistura provocadas pela transferência de calor ou pela realização de trabalho. Os
cálculos termodinâmicos, contudo, não permitem a determinação da dinâmica dos processos,
ou seja, a determinação de quão rápidos se estabelecem os estados finais de equilíbrio, sendo
que esse assunto é o objeto de estudo da cinética e dos fenómenos de transporte.

2.Objectivos

2.1.Objectivo Geral

 Conhecer a 1ª Lei da Termodinâmica

2.2.Objectivos Específicos

 Conceituar a termodinâmica
 Conceituar a entalpia
 Falar sobre a variação da entalpia e seus factores
 Enunciar e aplicar a lei de Hess
 Descrever a entalpia-padrão de combustão e de formação
 Descrever aspectos estequiométricos de termoquímica

3.Metodologias

A metodologia utilizada na pesquisa foi uma abordagem teórica metodológica, onde a mesma
foi pautada em uma pesquisa qualitativa, com carácter bibliográfico, assim, diversos autores
puderam prestar suas contribuições para esse trabalho.
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4.Termodinâmica

A termodinâmica química é o estudo da inter-relação entre química e termodinâmica. Este


conceito também é conhecido como termoquímica. Portanto, termodinâmica química refere-se
às conversões de energia química em energia térmica e vice-versa, que ocorrem durante uma
reacção entre substâncias com afinidade química e estuda as variáveis a elas ligadas. A relação
entre termodinâmica e energia inclui as mudanças físicas da matéria.

5. 1ª Lei da Termodinâmica

Calor (Q), Trabalho (W) e variações de Energia interna (ΔU)

A primeira lei da termodinâmica aplica o princípio de conservação de energia a sistemas nos


quais transferência de calor e realização de trabalho são os métodos de transferir energia para
dentro e para fora do sistema. A primeira lei da termodinâmica diz que a variação na energia
interna de um sistema ΔU, é igual à transferência de calor resultante para dentro do sistema Q,
mais o trabalho resultante realizado no sistema W. Na forma de equação, a primeira lei da
termodinâmica é,

ΔU=Q+W

Aqui, ΔU, U é a variação da energia interna U do sistema. Q é o calor resultante transferido


para o sistema — ou seja, Q é a soma de todas as transferências de calor para dentro e para fora
do sistema. W é o trabalho resultante realizado no sistema.

Então, o calor positivo Q adiciona energia ao sistema e o trabalho positivo W adiciona energia
ao sistema. É por isso que a primeira lei tem essa forma, ΔU=Q+W. Ela simplesmente diz que
você pode somar à energia interna aquecendo um sistema, ou realizando trabalho nele.

Abaixo temos uma tabela que resume as convenções de sinais para todas as três grandezas
(ΔU,Q,W) discutidas acima

ΔU (variação na Q (calor) W (trabalho realizado no ΔU/Q/W


energia interna) gás)
É + se a temperatura É + se entrar calor no É + se o gás for comprimido >0
T aumenta gás
É − se a temperatura É − se o calor deixar o É − se o gás se expandir <0
T diminui gás
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É 0 se a temperatura É 0 se não houver É 0 se o volume for constante =0


T for constante troca de calor

5.1.Exemplos
Exemplo 1: Pistão de nitrogénio

Um recipiente tem uma amostra de gás nitrogénio e um pistão móvel firmemente encaixado
que não permite que o gás escape. Durante um processo termodinâmico, 200 de calor entram
no gás, e o gás realiza 300 joules de trabalho no processo.

Qual foi a variação na energia interna do gás durante o processo descrito acima?

Solução:

Vamos começar com a primeira lei da termodinâmica.

ΔU=Q+W

ΔU= (+200 J)+(−300 J)

ΔU=−100 J

Observação: como a energia interna do gás diminui, a temperatura também deve diminuir.

Exemplo 2: Aquecimento de hélio

Quatro recipientes idênticos contêm quantidades iguais de gás hélio, de modo que todos têm a
mesma temperatura inicial. Os recipientes de gás também têm um pistão móvel firmemente
encaixado que não permite que o gás escape. Cada amostra de gás passa por um processo
diferente, como descrito abaixo:

Amostra 1: 500 J de calor deixam o gás e o gás realiza 300 J de trabalho.

Amostra 2: 500 J de calor entram no gás e o gás realiza 300 J de trabalho.

Amostra 3: 500 J de calor deixam o gás e 300 J de trabalho é realizado no gás.

Amostra 4: 500 J de calor entram no gás e 300 J de trabalho é realizado no gás.

Qual das seguintes opções classifica corretamente as temperaturas finais das amostras de gás
depois de passarem pelos processos descritos acima?

A. T4>T3>T2>T1
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B. T1>T3>T2>T4

C. T4>T2>T3>T1

D. T1>T4>T3>T2

Solução:

Seja qual for o gás com o maior aumento na energia interna ΔU, ele também vai ter o maior
aumento na temperatura ΔT, T (porque a temperatura e a energia interna são proporcionais).
Para determinar como a energia interna varia, vamos usar a primeira lei da termodinâmica para
cada processo.

Processo 1:

ΔU=Q+W
ΔU=(−500 J)+(−300 J)
ΔU=−800 J
Processo 2:

ΔU=Q+W
ΔU=(+500 J)+(−300 J)
ΔU=+200 J
Processo 3:

ΔU=Q+W
ΔU=(−500 J)+(300 J)
ΔU=−200 J
Processo 4:

ΔU=Q+W
ΔU=(+500 J)+(+300 J)
ΔU=+800 J
As temperaturas finais do gás terão a mesma classificação que as variações na energia (isto é,
a amostra 4 tem o maior aumento na energia interna, portanto a amostra 4 terá a maior
temperatura).

ΔU4>ΔU2>ΔU3>ΔU1Δ e T4>T2>T3>T1

Então, a resposta correta é a C.


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5.2.Unidades de Medida de Calor


No Sistema Internacional de Unidades (SI) o calor é medido em joules (J), pois esta é a unidade
oficial para medir energia. No entanto, outra unidade muito utilizada para medir calor é a caloria
(cal).

 A relação numérica entre caloria é Joule é: 1 caloria equivale a 4,184 J.


 1 cal = 4,184 J.

6.Entalpia
Entalpia (H) é a quantidade de energia que se encontra nas substâncias e que pode ser alterada
mediante reacções químicas. Essas reacções podem ser exotérmicas (aquelas que liberam calor)
ou endotérmicas (aquelas que absorvem calor).

7.Variação de Entalpia
A variação da entalpia acontece quando há diferença entre a entalpia dos produtos e a dos
reagentes, ou seja, o calor de uma reacção é equivalente ao calor liberado ou absorvido nessa
reacção, e é simbolizado por ∆H.

Não é possível calcular a energia contida em uma substância, mas sim a variação da entalpia
mediante as suas reacções. Para esse cálculo foi estabelecida a entalpia padrão, que é igual a
zero (H = 0). Nessa forma padrão, as substâncias podem ser comparadas pois se encontram a
uma temperatura de 25º C sob a pressão atmosférica de 1atm.

A fórmula usada para calcular a variação da entalpia é:

ΔH = HFINAL – HINICIAL ou ΔH = HPRODUTOS – HREAGENTES

Se o valor der negativo, isso significa que a reacção é exotérmica, pois foi liberado calor e o
valor da entalpia dos produtos é menor que a entalpia dos reagentes. Por outro lado, se o valor
de ΔH der positivo, a reacção é endotérmica, pois com a absorção de energia, a entalpia dos
produtos será maior que a dos reagentes.

Exemplos de cálculo da variação da entalpia de reacções:

Exemplo 1: O metanol é um líquido, inflamável e perigoso, que apresenta efeito tóxico no


sistema nervoso, particularmente no nervo óptico. Essa substância pode ser preparada através
da hidrogenação controlada do monóxido de carbono, em uma reacção que se processa sob
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pressão e em presença de um catalisador metálico. Com base na tabela de calores-padrão de


formação a seguir, calcule a variação da entalpia do processo.

CO + H2 → CH3OH

Substância Entalpia (Kj/mol)


CO -110
CH3OH -726

Resolução:

Dados fornecidos pelo exercício:

HCO = -110 kJ/mol

HCH3OH = -726 kJ/mol

ΔH = ?

Primeiro passo: Analisar se a equação está ou não balanceada.

A equação da reacção em questão não está balanceada, já que temos dois hidrogénios no
reagente e quatro no produto. Por isso, devemos colocar o coeficiente 2 na frente da fórmula do
H2 para igualar a quantidade de hidrogénios.

CO + 2 H2 → CH3OH

Segundo passo: Calcular a entalpia dos reagentes (Hr):

Os reagentes dessa reacção são o CO e o H2 (que apresenta entalpia zero por ser uma substância
simples mais estável). Assim sendo, temos que:

Hr = a.HCO + b.HH2

Hr = 1. (-110) + 2.0

Hr = -110 kJ.

Terceiro passo: Calcular a entalpia do produto:

O produto dessa reação é o CH3OH apenas. Logo:

Hp = a.HCH3O
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Hp = 1. (-726)

Hp = -726 kJ.

Quarto passo: Por fim, basta aplicar o Hp e o Hr encontrados na fórmula para calcular a
variação da entalpia:

ΔH = Hp – Hr

ΔH = -726 - (-110)

ΔH = - 616 kJ/mol

Exemplo 2: A sacarose é um alimento importante para o ser humano. O metabolismo dos


açúcares envolve reacções que são as fontes de energia para que a célula possa realizar os
trabalhos mecânico, eléctrico e químico. O metabolismo de açúcares durante a respiração é
representado pela reacção de combustão:

C12H22O11(s) + 12O2(g) → 12CO2(g) + 11H2O(l)

Dados: HC12H22O11 = −2222 kJ/mol; CO2 = −394 kJ/mol; H2O = −286 kJ/mol

Qual é a variação da entalpia para essa reacção?

Resolução:

Dados fornecidos pelo exercício:

HC12H22O11 = −2222 kJ/mol

HCO2 = -394 kJ/mol

HH2O = -286 kJ/mol

ΔH = ?

Primeiro passo: Analisar se a equação está ou não balanceada.

A equação da reacção em questão está balanceada, logo, os participantes apresentam,


respectivamente, os coeficientes 1, 12, 12 e 11.

1 C12H22O11(s) + 12O2(g) → 12CO2(g) + 11H2O(l)


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Segundo passo: Calcular a entalpia dos reagentes (Hr):

Os reagentes dessa reacção são o C12H22O11(s) e o O2 (que apresenta entalpia zero por ser uma
substância simples mais estável). Logo, temos que:

Hr = a.HC12H22O11 + b.HO2

Hr = 1. (-2222) + 12.0

Hr = - 2222 kJ.

Terceiro passo: Calcular a entalpia do produto:

Os produtos dessa reacção são CO2 e H2O. Assim, o Hp será escrito assim:

Hp = c.HCO2 + d.HH2O

Hp = 12. (-394) + 11.(-286)

Hp = -4728 – 3146.

Hp = -7874 kJ

Quarto passo: Por fim, basta aplicar o Hp e o Hr encontrados na fórmula para calcular a
variação da entalpia:

ΔH = Hp – Hr

ΔH = - 3146 - (-2222)

ΔH = - 7874 + 2222) kJ/mol

ΔH = - 7874 + 2222 kJ/mol

ΔH = - 5652 kJ/mol

Exemplo 3: O carbeto de tungsténio (WC) reage com excesso de oxigénio, como mostra a
equação a seguir, com o respectivo valor de variação de entalpia (ΔH) da reacção, a 300 K.

WC(s) + 5/2O2(g) → CO2(g) + WO3(g)

ΔH = -1196 kJ/mol

A partir dos ΔHs dos participantes CO2 e WO3, a 300 K, que são -393,5 kJ e -837,5 kJ,
respectivamente, calcule o valor da entalpia de formação (ΔHf) do WC.
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Resolução:

Dados fornecidos pelo exercício:

HWC = ?

HCO2 = -393,5 kJ/mol

HWO3 = -837,5 kJ/mol

ΔH = -1196 kJ/mol

Primeiro passo: Analisar se a equação está ou não balanceada.

A equação da reacção em questão está balanceada, logo, os participantes apresentam o


coeficiente 1, com excepção do O2, que é 5/2.

1 WC(s) + 5/2O2(g)→ 1 CO2(g) + 1 WO3(g)

Segundo passo: Calcular a entalpia dos reagentes (Hr):

Como um dos reagentes da reação terá sua entalpia calculada e o O2 apresenta entalpia zero por
ser uma substância simples mais estável, temos que:

Hr = a.HWC + b.HO2

Hr = 1. HWC+ 5/2.0

Hr = HWC kJ.

Terceiro passo: Calcular a entalpia do produto:

Os produtos dessa reacção são WO3 e CO2, assim, o Hp será escrito assim:

Hp = c.HCO2 + d.HWO3

Hp = 1.(-393,5) + 1.(-837,5)

Hp = - 393,5 – 837,5

Hp = -1231 kJ

Quarto passo: Por fim, basta aplicar o Hp e o Hr encontrados na fórmula para calcular a
entalpia do WC:

ΔH = Hp – H
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-1196 = -1231 - HWC

HWC = -1231 +1196

HWC = - 35 kJ/mol

8.Lei de Hess
O químico suíço Germain Henri Hess (1802-1850) começou a estudar algumas reacções
termoquímicas no ano de 1938 e descobriu um fato interessante: o calor de neutralização entre
um ácido e uma base em solução aquosa era o mesmo independentemente se ele adicionasse
primeiro o ácido à água e depois a base, ou se fizesse o contrário, adicionasse primeiro a base
à água e depois o ácido. Com isso, ele concluiu que a soma dos calores obtidos a várias
concentrações do ácido ou da base era constante.

Esse fato levou-o a formular o que conhecemos hoje como Lei de Hess. Essa lei pode ser
enunciada assim:

“A variação de entalpia envolvida em uma reacção química, sob certas condições


experimentais, depende exclusivamente da entalpia inicial e final dos produtos, seja a reacção
executada directamente em uma única etapa ou indirectamente em uma série de etapas.”

De acordo com a Lei de Hess, a variação da entalpia é a entalpia final (depois da reacção) menos
a entalpia inicial (antes da reacção):

ΔH = Hf – Hi

A Lei de Hess também é conhecida como lei da soma dos calores de reacção, pois a variação
de entalpia é igual a soma das variações das etapas as quais a reacção química passa (reacções
intermediárias). O cálculo é realizado da seguinte forma:

Também é importante saber, que pela Lei de Hess, as equações termoquímicas também podem
ser calculadas como se fossem equações matemáticas. Mas algumas observações devem ser
seguidas:

 Se invertida a reacção química, o sinal da variação de entalpia também deve ser


invertido;
 Se multiplicada a equação, a variação de entalpia também deve ser multiplicada;
 Se dividida a equação, a variação de entalpia também deve ser dividida.
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8.1.Exemplificação da Lei de Hess


Observe a reacção química abaixo e orientações para o cálculo da variação de entalpia pela Lei
de Hess:

C(grafite) + O2(g) → CO2(g) ΔH= -393 kJ

Essa é uma reacção directa, pois ocorreu em uma única etapa. Mas o produto pode ser formado
também a partir da grafite, mas em uma série de etapas:

1ª etapa: C(grafite) +1/2O2(g) → CO(g) ΔH1 = -110 kJ

2ª etapa: CO(g)+ ½ O2 (g) → CO2(g) ΔH2 = -283 kJ

Observe que, se somarmos as variações de entalpia nessas duas etapas, o calor envolvido na
reacção será exactamente o mesmo valor do calor envolvido na reacção directa:

ΔH = ΔH1 + ΔH2

ΔH = (-110) + (-283)

ΔH = - 393 kJ.

Observe a reação química abaixo e orientações para o cálculo da variação de entalpia pela Lei
de Hess:

Equação

O primeiro passo é escrever todas as equações intermediárias de acordo com a reação principal:

Dados da equação.

Na primeira equação, o C (grafite) é o termo comum, então ele deve ser escrito da mesma forma.
A segunda equação, o termo comum é o H2(g), contudo essa equação foi multiplicada, inclusive
a variação. E na terceira equação, o CH4(g) é o termo comum, e sua variação de entalpia teve o
sinal alterado pois a posição da equação foi invertida.
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Os dados obtidos são:

Por fim, o resultado final pela Lei de Hess é:

9.Entalpia-padrão de combustão
Toda reacção envolvendo uma substância (denominada combustível) e gás oxigénio
(denominado comburente) é chamada de reacção de combustão. Essas reacções são sempre
exotérmicas, apresentando ΔH < 0. Além disso, o produto formado será sempre CO2 (g) e H2O(l).

Exemplos:

 Combustão completa do gás hidrogénio: H2 (g) + ½ O2 (g) → H2O (l)

 Combustão completa do gás butano: C4H10 (g) + 13/2 O2 (g) → 4 CO2 (g) + 5 H2O (l)

A variação de entalpia na combustão completa é conhecida como entalpia de combustão, ΔH


de combustão, calor de combustão ou, ainda, entalpia padrão de combustão, e corresponde à
energia liberada na combustão completa de 1 mol de uma substância no estado padrão.

Exemplo:

Combustão completa do álcool etílico:

C2H6O (l) + 3 O2 (g) → 2 CO2 (g) + 3 H2O (l) ΔH = -1368 kJ/mol

10.Entalpia-padrão de formação
Entalpia (ou calor) padrão de formação de uma substância é indicada por H° e corresponde ao
calor liberado ou absorvido em uma reacção que gera 1 mol de substância, a partir das
substâncias simples que estejam em seus estados padrão.

Exemplos:

 Formação da água líquida – H2O (l):


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H2 (g) + ½ O2 (g) → 1 H2O (l) ΔH = -286 kJ/mol

 Formação de ácido sulfúrico líquido – H2SO4 (l):

H2 (g) + Srômbico + 2 O2 (g) → 1 H2SO4 (l) ΔH = -813,8 kJ/mol

Perceba, no caso acima, que tanto o H2 (g), como o Srômbico e o O2 (g), apresentam, no estado
padrão, H° = 0. Como a entalpia de formação do H2SO4 (l) é -813,8 kJ/mol, este valor
corresponde, também, à entalpia do H2SO4 (l):

ΔHformação H2SO4 = HH2SO4

De forma geral, temos:

Entalpia de formação = entalpia da substância

A tabela abaixo apresenta os valores de entalpia padrão de formação de algumas substâncias a


25 °C e 1 atm.

Substância ΔHf° (kJ/mol)

Al2O3 (s) -1676

CO (g) -110

CO2 (g) -394

CH4 (g) -74,9

C2H6 (g) -84,5

C2H2 (g) +227

CH3OH (l) -238

C2H5OH (l) -278

CH3COOH (l) -487

CaO (s) -635,5

Ca(OH)2 (s) -986,6


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Fe2O3 (s) -822,2

H2O (l) -286

HCl (g) -92,5

Mg(OH)2 (s) -924,7

NH3 (g) -46

NO (g) +90,4

NaCl (s) -413

SO2 (g) -297

SO3 (g) -396

H2SO4 (l) -813,8

Para calcular a entalpia das substâncias, ou o ΔH de reacções, devemos lembrar que:

 ΔH de formação = H da substância

 ΔH = HP - HR

Exemplo:

Decomposição do mármore: CaCO3 (s) → CaO (s) + CO2 (g) ΔH = +177,5 kJ/mol

Pela tabela acima, sabemos que:

HCaO (s) = -635,5 kJ/mol

HCO2 (g) = -394 kJ/mol

A entalpia do CaCO3 (s) pode ser calculada da seguinte forma:

ΔH = HP – HR

ΔH = [(HCaO (s)) + (HCO2 (g))] – (HCaCO3 (s))

+177,5 = [-635,5 + (-394)] - HCaCO3 (s)

HCaCO3 (s) = -1207 kJ/mol


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12.Conclusão

Neste trabalho, examinamos alguns dos aspectos da termodinâmica química, a área da Química
que explora as relações de energia. Todas as reacções e processos químicos possuem um sentido
inerente: eles são espontâneos em um sentido e não espontâneo no sentido inverso; bem como
podemos classificá-las como processos reversíveis e irreversíveis. A natureza espontânea do
processo está relacionada com uma função de estado chamada entropia. A entropia está
relacionada com aleatoriedade e desordem do sistema. A maneira com que a entropia controla
a espontaneidade dos processos é determinada pela segunda lei da termodinâmica.
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13.Referências Bibliográficas

Moran, Michael J.; Scofano Neto, Francesco, (2002). Princípios de termodinâmica para
engenharia 4. ed ed. Rio de Janeiro: LTC. OCLC 69933738

Sonntag, Richard E.; Van Wylen, Gordon John.; Zerbini, Euryale Jorge Godoy de Jesus, (2003).
Fundamentos da termodinâmica. São Paulo: Edgard Blucher.

Kotz, J. C.; Treichel Jr., P. M. Química Geral. Trad. 5 ed. Thomson, 2003.

Mahan, B. M.; Myers, R. J. Química: um curso universitário. 4 ed. Edgard Blucher, 1995.

Atkins, P.; Jones, L. Princípios de Química. Questionando a vida moderna e o meio ambiente.
3 ed. Bookman, 2006.

Brown, T.L.; LeMay, H. E.; Bursten, B.E.; Burdge, J. R. Química, a ciência central. 9 ed.
Prentice Hall, 2005.

Russel, J. B. Química Geral. Ed. Makron Books do Brasil, 1994.

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