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Fibrose Cística

• autossômica recessiva: CFTR → F508del (mutação mais comum); > 2000 mutações

• Tubulopatia obstrutiva ― muco espesso

• 7 classes de mutações

- I : sem proteína CFTR (mas tem mRNA)

- II : tem proteína mas ela não chega na membrana

- III : canal não abre

- IV : canal abre mas passa pouco

- V : produção diminuída de canais

- VI : canal com turnover acelerado


3 Menos grave

- VII : sem mRNA

Quadro clínico

• A apresentação clássica é aquela descoberta em bebês pelo teste do suor francamente positivo

(>= 60mEq/L) que clinicamente se apresentam com insuficiência pancreática exócrina, infecções

pulmonares frequentes e cirrose biliar. Já a não clássica é a dos adultos que descobrem a doença por

infecções pulmonares de repetição e/ou que não tem o teste do suor tão alterado.

• As manifestações pulmonares incluem tosse produtiva com secreção espessa; Pacientes contam que a

secreção parece com uma cola, embora a tosse pode ser seca (o que seria um sinal de pior prognóstico).

• A FC é uma doença de padrão obstrutivo, tanto é que na TC de expiração vemos aprisionamento aéreo e

na ausculta são comuns sibilos e estertores bolhosos.

• O trato gastrointestinal é comumente acometido: Insuficiência pancreática exócrina se manifesta com dor

abdominal, esteatorreia, flatulência, desnutrição e deficiência de vitaminas lipossolúveis. A insuficiência

exócrina se deve ao acúmulo de secreção espessa nos ductos pancreáticos que pode, inclusive, levar à

pancreatite crônicas.

• Na TC (tomografia computadorizada) observa-se aprisionamento aéreo, padrão árvore em brotamento e

bronquiectasias.

• Nos homens é comum observar a infertilidade

Diagnóstico

• Para haver alta probabilidade de FC precisamos ou de um teste do suor anormal (>=60mEq/L) ou de um

sequenciamento do gene CRTR com pelo menos duas variantes da mutação do gene encontradas

• Pseudomonas aeruginosa é o colonizador mais comum na FC mas não fecha o diagnóstico


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tratamento

• A azitromicina, um macrolídeo, é importante para o controle da inflamação e para controle anti-pseudomonas;


• A principal causa de transplante pulmonar bilateral no mundo é a fibrose cística. O transplante, quando indicado, é um
tratamento que melhora a sobrevida do paciente;
• O tratamento de erradicação é feito na primeira vez que a bactéria é isolada nas culturas trimestrais seriadas de
vigilância, mesmo com o paciente assintomático. Ele visa evitar e/ou retardar a colonização crônica do paciente;
• O tratamento de supressão consiste na administração de antibiótico inalatório para garantir uma alta dose do
antimicrobiano no sítio de infecção e menor exposição sistêmica, o que diminui efeitos colaterais e traz mais
segurança.
• A dornase alfa (nome comercial Pulmozyme) é um fármaco inalatório que é uma DNAase que diminui a viscosidade do
muco na FC ao clivar longas fitas de DNA desnaturado presente no muco (esse DNA está ali pois é liberado na
degradação de neutrófilos mortos). É possível fazer inalação de soluções salinas hipertônicas, que aumentam a
osmolaridade do muco e “puxam” mais água para a luz da via aérea e tornam o muco menos espesso.
• Os moduladores do canal CFTR são fármacos que atuam no canal de cloreto. São medicações de alta precisão,
bastante caros, pouco acessíveis e alguns em estudos ainda. Um deles, por exemplo, o ivacaftor, atua nos canais
pouco permeáveis, abrindo-os.

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