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N1 – Intervenções Psicopedagógicas em Empresas – Grace Costa da Silva

de Castro

O case apresenta a situação de crise financeira da empresa “Pano


Feliz” com os desdobramentos usuais: demissões, substituição de gerentes,
corte de benefícios, dentre outras ações de contenção. O rompimento de
vínculos, devido a demissões de parte da força de trabalho; a contratação de
novos funcionários, que não conseguem se integrar na cultura organizacional da
empresa aliados a falta de treinamento, tem como consequências, forte impacto
negativo no comportamento da equipe. Uma vez acionado, o gerente de RH
sugere a contratação de um psicopedagogo para elevar os níveis de eficiência e
motivação pessoal dos trabalhadores.
A partir do que foi exposto, advém as questões: O que justifica a
contratação de um psicopedagogo para a empresa? Como elaborar um projeto
de diagnóstico psicopedagógico com as possíveis ações a serem realizadas na
empresa a fim de promover uma educação corporativa e aprendizagem
organizacional eficiente?
A atuação do psicopedagogo em uma instituição tem por objetivos
criar condições de aprendizagem para os profissionais que compõe a força de
trabalho “levando em conta seus diferentes setores de atuação, sua missão e
metas”.1 Para o desenvolvimento da ação psicopedagógica, foi contratada Tânia.
No contexto da empresa “Pano Feliz”, Tânia vai avaliar os fatores que
estão em interação no contexto e que desencadeiam a falta de motivação dos
indivíduos em relação ao trabalho, o que interfere na eficiência da equipe e,
consequentemente, na produtividade da instituição. A partir dos dados obtidos,
Tânia vai elaborar um diagnóstico da situação para desenvolver e aplicar
estratégias para melhorar o desempenho e o potencial humano. Vale destacar
que é imprescindível considerar a gestão estratégica de recursos humanos como
ação contínua e fundamental na competitividade empresarial.2
Tânia optou pela metodologia de Aprendizagem Baseada em Projetos
3
(ABP) . Esta estratégia privilegia o trabalho coletivo para a solução de

1
RODRIGUES, Vanusa dos Reis Coêlho. O Psicopedagogo nas organizações: a aprendizagem como
estratégia competitiva. Ver. Psicopedagogia 2012, 29 (90): 356-62. São Paulo, SP.
2
“A formação das pessoas é acompanhada pelo desenvolvimento de novos conhecimentos e, a partir
deles, gerar novas competências técnicas e comportamentais que impliquem o conhecimento de novos
processos e novas tecnologias, permitindo, também o fortalecimento de atitudes éticas, humanizadoras
e solidárias, acima de tudo.” BRANCO, Valdec Romero Castelo. A Pedagogia Empresarial, A Educação
Corporativa e a Gestão de Pessoas. Revista Educação, v. 14, nº1, 2019: 17-30. São Paulo, SP.
3
“(...) é um modelo que consiste em permitir que os alunos confrontem questões e os problemas do
mundo real que consideram significativos, determinando como abordá-los e, então, agindo de forma
cooperativa em busca de soluções. BENDER, W.N. Aprendizagem Baseada em Projetos: educação
diferenciada para o século XXI. Porto Alegre: Penso, 2014. In Roteiro de Estudos, Intervenções
Psicopedagógicas em Empresas.
problemas, habilidade que necessita ser exercitada e reestabelecida na
instituição.
Uma vez identificada a “situação problema”, Tânia, vai trabalhar com
um planejamento e estratégia que estimulam uma prática dialógica a fim de
levantar possíveis soluções (brainstorming). O Plano de ação vai buscar
identificar os pontos principais, queixas, e, em seguida, categorizar as
informações coletadas. Os dados obtidos serão analisados, sintetizados,
organizados, a fim de que fiquem em evidência as reais necessidades da
instituição, assim como, os impedimentos para o desenvolvimento das
competências humanas que concorram para sua produtividade.
Assim, após a fase diagnóstica, será possível seguir com a educação
corporativa4 e treinamento dos funcionários para desenvolvimento / atualização
de habilidades específicas. Ao longo do período de instrução, o psicopedagogo
vai buscar ressignificar a relação humano e trabalho, trazendo à luz para todos
os envolvidos no processo, do gerente ao funcionário, a importância: da eficácia
na comunicação; do aspecto humano nas relações institucionais que deverão
estar baseadas no respeito mútuo e civilidade; da autonomia do indivíduo com
responsabilidade em sintonia com o coletivo; auxiliando a instituição a seguir em
frente com melhor qualidade na ambiência, nos serviços e na produtividade.

4
“O psicopedagogo pode organizar com os funcionários uma releitura das regras e das normas internas
da empresa.” COSTA, M.M. Psicopedagogia Empresarial. Rio de Janeiro: Wak Editora, 2009. in Roteiro
de Estudos, Intervenções Psicopedagógicas em Empresas.

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