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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA


PRÓ-REITORIA DE ENSINO
CURSO LICENCIATURA EM LETRAS PORTUGUÊS

RELATÓRIO DE PRÁTICA PEDAGÓGICA EM LÍNGUA


PORTUGUESA I

Belém – PA
Setembro/2023
DIOGO GOMES DE ALMEIDA
HELOISE ODETE GOMES E GOMES
JENNIFER CRISTINA MARTINS QUINTANILHA
LAIZA BRAGA CORRÊA
MARIA GLAFIRA DA COSTA RODRIGUES
VICTORIA ALICE DOS SANTOS SILVA

RELATÓRIO DE PRÁTICA PEDAGÓGICA EM LÍNGUA


PORTUGUESA I

Relatório apresentado como requisito final das


disciplinas Prática Pedagógica em Língua
Portuguesa I e Didática do Curso de
Licenciatura em Letras Português da
Universidade Federal Rural da Amazônia sob
orientação dos Docentes Liliane Oliveira e
Hilda do Rosário.

Belém – PA
Setembro/2023
IDENTIFICAÇÃO DOS ALUNOS

1.Tipo de Prática
Prática Pedagógica da Língua Portuguesa I (100h)
Nome do Professor Orientador: Liliane Afonso de Oliveira
Hilda Freitas Rosário

2.Instituição
Nome: E.E.E.F.M PRESIDENTE COSTA E SILVA
Endereço: Av. Alm. Barroso, 3843 - Souza
CEP/ Município: Belém - PA, 68447-000
Telefone: (91) 3243-3575
Nível ou Modalidade onde a Prática foi realizada: 9º ano

3.Dados dos Alunos:


Nome: Diogo Gomes de Almeida
Número de Matrícula: 2022026455
Nome: Heloise Odete Gomes e Gomes
Número de Matrícula: 2022026508
Nome: Jennifer Cristina Martins Quintanilha
Número de Matrícula: 2022013680
Nome: Laiza Braga Corrêa
Número de Matrícula: 2022013555
Nome: Maria Glafira da Costa Rodrigues
Número de Matrícula: 2022022008
Nome: Victoria Alice dos Santos Silva
Número de Matrícula: 2022013582

4.Período de realização da Prática


Data de início: 06/09/2023
Data de término: 26/09/2023
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO........................................................................................................................ 1
1. RELATÓRIO DAS ATIVIDADES DE OBSERVAÇÃO.................................................... 3
1.1 Observação......................................................................................................................... 3
1.2 Análise e discussão............................................................................................................. 5
2. RELATÓRIO DAS ATIVIDADES DO PLANO DE AULA............................................... 8
2.1 Plano de aula...................................................................................................................... 8
2.2 Análise e Discussão............................................................................................................ 9
CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................................... 13
REFERÊNCIAS....................................................................................................................... 14
ANEXOS..................................................................................................................................
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INTRODUÇÃO
O presente relatório é uma produção advinda de uma avaliação em eixo das disciplinas
Prática Pedagógica da Língua Portuguesa I e Didática, nesse sentido, o objetivo deste trabalho
corrobora com o objetivo geral da proposta avaliativa em eixo, visto que o grupo objetivava
aplicar um conteúdo de Língua Portuguesa tendo em vista os temas transversais presentes na
Base Nacional Comum Curricular (BNCC):
cabe aos sistemas e redes de ensino, assim como às escolas, em suas
respectivas esferas de autonomia e competência, incorporar aos currículos e
às propostas pedagógicas a abordagem de temas contemporâneos que afetam
a vida humana em escala local, regional e global, preferencialmente de forma
transversal e integradora. Entre esses temas, destacam-se: [...] educação
alimentar e nutricional (Lei nº 11.947/200919), [...]. (BRASIL, 2017)

Destaca-se que o tema transversal presente neste trabalho é educação alimentar e


nutricional ((Lei nº 11.947/200919), buscando promover reflexões sobre o mesmo e refletir
acerca da prática observada e exercida em sala de aula.
A escola escolhida para observação e aplicação da sequência didática foi a Escola
Estadual de Ensino Fundamental e Médio Presidente Costa e Silva, localizada na Avenida
Almirante Barroso, no bairro Souza, na cidade de Belém (PA). A instituição de ensino conta
com 2 áreas, que são: térreo e o 1º andar.

IMAGEM 1 – LOCALIZAÇÃO
DA ESCOLA IMAGEM 2 – FRENTE DA ESCOLA

Fonte: Google Maps, 2023

Fonte: Google Maps, 2023

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Ainda sobre a caracterização da escola, há um total de 13 salas refrigeradas, 01 sala de
recursos multifuncionais para Atendimento Educacional Especializado (AEE), 01 biblioteca,
01 quadra de esportes descoberta, 01 sala de leitura, 01 sala de secretaria, 01 auditório, 01
área verde, 01 sala de diretoria, 2 banheiros com chuveiro, 01 pátio coberto, 01 sala dos
professores, 01 cozinha, 01 banheiro adequado à alunos com deficiência ou mobilidade
reduzida, 01 despensa e 01 pátio descoberto. Destaca-se que, a diretora da referida escola
recusou-se a disponibilizar o Projeto Político Pedagógico da instituição, a única informação
da sobre o documento foi o ano de confecção, a saber, 2012.

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1.RELATÓRIO DAS ATIVIDADES DE OBSERVAÇÃO
1.1 OBSERVAÇÃO
Data: 06/09/2023
Horário: 15h até 15:45h (aula 1)
No momento que antecede a entrada em sala de aula, no corredor, a professora
sinalizou que estava com um pouco de dor nas cordas vocais, tentando assim utilizar
parcialmente a oralidade, tal aviso se estendeu ao grupo que realizou a atividade de
observação e, posteriormente, aos alunos que estavam presentes na aula. A professora de
Língua Portuguesa do 9º ano do Ensino Fundamental Maior (turma 902), relembrou os
elementos narrativos, utilizando o curta-metragem exibido na aula anterior. Assim, perguntou
e auxiliou os alunos a preencherem os elementos narrativos: enredo, personagens, tempo,
espaço e narrador.
Durante toda a exposição, fez uso do quadro branco para que os alunos visualizassem
o que estava sendo dito e, também, valeria o “visto” no caderno dos discentes. A docente
também se utilizou da oratória para instigar o pensamento dos alunos sobre temas como a
relação abusiva. Entretanto, ao longo da aula, o público masculino presente na sala não
realizou contribuições relevantes ao tema, eles ficaram em conversa paralela e, em certos
momentos, prejudicava a exposição teórica da docente.

Data: 06/09/2023
Horário: 16h até 16:45h (aula 2)
Após o intervalo dos alunos, a professora começou a utilizar o livro “Prepara Pará, 9º
ano” para guiar a aula, dessa vez, seguindo com a explicação dos gêneros charge e anedota,
contendo o chamado “juridiquês”. Posteriormente, seguiu com a explicação dos nichos de
palavras de determinada área (terminologia), no caso do exemplo da anedota e da charge, a
área jurídica.

Data: 12/09/2023
Horário: 15h até 15:45h
No início da aula, a professora utilizou a página 127 do livro didático “Prepara Pará –
9º ano” para iniciar a aula, o assunto discutido era a diferença entre gibis, histórias em
quadrinhos e mangás. Posteriormente, perguntou aos alunos as suas preferências, entre os três
gêneros propostos, obtendo como resposta que a maioria dos alunos prefere o gênero mangá.

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Nesse contexto, a partir das respostas dadas pelos alunos, passou a discutir a importância
social e diferenças sociais nos mangás.
Posteriormente, discutiu a questão da polifonia dentro da leitura e, também, colocou
em pauta a questão do preconceito no meio social, utilizando o filme “Matrix” para
exemplificar as diferenças entre os seres humanos. Além disso, trouxe reflexões acerca do
bullying e da educação sexual, temas presentes nos mangás e histórias em quadrinhos; assim,
continuou sua interação com os alunos perguntando a opinião deles sobre a presença dos
temas mencionados nas narrativas icônico-verbais, a partir desse momento, a docente havia se
desprendido do livro para fazer a discussão com os discentes.

Data: 12/09/2023
Horário: 16h até 16:45h
Após o intervalo dos alunos, a docente retornou à página 127 do livro didático para
realizar uma explicação mais aprofundada sobre os quadrinhos, retomando características do
gênero narrativo e relacionando-os às narrativas icônico-verbais. A docente prosseguiu a aula
na página 128, pedindo aos discentes para que realizassem a escrita de conceitos
desconhecidos por eles no referido livro, com o auxílio dela.

Data:13/09/23
Horário:15h até 15:45h (aula 1)
Nesse dia, o recurso utilizado pela docente foi o livro didático, ela retoma a aula sobre
o gênero narrativo e, logo em seguida, usa o livro para dar início a atividade, cujo tema é o
efeito estufa. Desde o início da aula, notou-se que o público masculino da sala se apresentou
agitado durante a exposição da regente, exibindo comportamentos lúdicos e humorísticos
durante o curso de aula; enquanto isso, o público feminino estava contido, porém mantinham
uma interação significativa com a professora.

Data:13/09/23
Horário: 16h até 16:45h (aula 2)
Após o intervalo, constatou-se que os rapazes regressaram à sala com uma disposição
agitada, manifestando os mesmos comportamentos anteriormente observados, bem como:
proferindo piadas, produzindo ruídos excessivos e dialogando em tom elevado, entre outros.
Contudo, a professora continuou a insistir na necessidade de silêncio até que eles se

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acalmassem, alcançando, em dado momento, a serenidade desejada e a subsequente
reconcentração no conteúdo ministrado.
A docente prosseguiu com a mesma atividade iniciada na aula que antecedeu o
intervalo. No entanto, foi notável que alguns dos rapazes demonstraram um maior nível de
interação com as perguntas formuladas pela professora (lembra-se que, na primeira aula, tal
interação não foi tão proeminente, ocorrendo em apenas um grupo restrito de alunos). Após a
conclusão das respostas à atividade inicial, a educadora propôs uma segunda tarefa, a qual foi
projetada no quadro branco.
A professora explicitou que concederia um visto para aqueles que a transcrevessem
para seus cadernos. Subsequentemente, ela se ausentou da sala por aproximadamente 15
minutos, retornando posteriormente para validar a realização da tarefa, corrigindo somente
para os estudantes que copiaram. Além disso, foi observado que a maioria dos discentes
seguiu as instruções e reproduziu a atividade, contudo, houve alguns que optaram por manter
diálogos ou utilizar o celular durante o exercício.

1.2 ANÁLISE E DISCUSSÃO


De acordo com as concepções de linguagem abordadas por Geraldi (2001), foi
possível identificar que a regente da sala de aula estabelece uma abordagem que engloba duas
concepções de linguagem. Para o referido autor, existem três concepções que se relacionam
com a forma que o professor visualiza o ensino, que são: linguagem como expressão do
pensamento, linguagem como instrumento de comunicação e linguagem como forma de
interação.
A linguagem é a expressão do pensamento: essa concepção ilumina,
basicamente, os estudos tradicionais. Se concebemos a linguagem como tal,
somos levados a afirmações – correntes – de que pessoas que não conseguem
se expressar não pensam.
A linguagem é instrumento de comunicação: essa concepção está ligada à
teoria da comunicação e vê a língua como código (conjunto de signos que se
combinam segundo regras) capaz de transmitir ao receptor certa mensagem.
Em livros didáticos, é a concepção confessada nas instruções ao professor,
nas introduções, nos títulos, embora em geral seja abandonada nos exercícios
gramaticais.
A linguagem é uma forma de interação: mais do que possibilitar uma
transmissão de informações de um emissor a um receptor, a linguagem é
vista como um lugar de interação humana. Por meio dela, o sujeito que fala
pratica ações que não conseguiria levar a cabo, a não ser falando; com ela o
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falante age sobre o ouvinte, constituindo compromissos e vínculos que não
preexistiam à fala. (GERALDI, 2001)
A linguagem como instrumento de comunicação foi vista fortemente nas atividades do
recurso utilizado pela professora (livro didático), onde, no contexto inserido, correspondia ao
aluno responder o que estava sendo proposto pelo texto base da aula prevista.
Por outro lado, a prática docente da regente revela uma base sólida na concepção
interacionista da linguagem, suas aulas são reflexivas e vão além do ambiente institucional e
sistemático da escola. Além disso, ela busca mostrar aos alunos como enxergar a língua
portuguesa fora desse contexto restrito, incentivando uma visão mais ampla e contextualizada
da língua em situações reais de interação. Dessa forma, a regente adota uma abordagem
pedagógica que combina tanto a dimensão comunicativa quanto a interacional da linguagem,
proporcionando aos alunos uma compreensão mais abrangente e significativa da língua
portuguesa.
O relato da prática pedagógica descrita reflete uma abordagem que incorpora diversas
concepções propostas por João Wanderley Geraldi, renomado autor na área de Educação e da
Linguística. Geraldi defende a importância do ensino interacionista (linguística da
enunciação), que se evidencia na prática da professora ao promover a interação entre os
alunos, instigando-os a refletirem, questionarem e dialogarem sobre o conteúdo apresentado.
A discussão aqui proposta procurará se situar no interior da terceira
concepção de linguagem [linguística da enunciação]. Acredito que ela
implicará uma postura educacional diferenciada, uma vez que situa a
linguagem como o lugar de constituição de relações sociais, onde os falantes
se tornam sujeitos. (GERALDI, 2001)
Ademais, o grupo notou que, mesmo os alunos tendo um intervalo para aproveitar, os
alunos chegavam bastante atrasados, isso ocorria tanto no horário de entrada quanto nesse
momento de intervalo. No entanto, percebemos que a professora demonstra paciência ao
esperar a maioria deles chegarem antes de começar a explicar o assunto. Isso reflete um
compromisso com o aprendizado de todos os alunos, independentemente das circunstâncias.
Em grande parte das ocasiões, eram as meninas presentes que prontamente respondiam
às perguntas das atividades que a docente fazia. Com relação aos comportamentos dos rapazes
e suas atividades lúdicas em sala de aula, a professora solicitou repetidas vezes que
mantivessem silêncio, e com o tempo, eles passaram a se concentrar mais nas explicações,
porém, mantendo o comportamento lúdico. Tal transformação pode ser atribuída à excelência
didática e estratégica da professora, que introduziu uma atividade composta por questões
interpretativas, incitando-os a refletir e a adotar uma abordagem crítica. Esta prática conduziu
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os alunos a se envolverem ativamente na aula. Dessa maneira, além de fomentar a interação, a
professora também avaliou a competência de leitura dos discentes.
Além disso, a docente demonstra uma preocupação com a leitura e interpretação dos
textos, o que está em consonância com a ênfase que Geraldi coloca na formação de leitores
críticos e reflexivos. A prática de fazer os alunos lerem em voz alta e, posteriormente,
questioná-los sobre o entendimento do texto e a intenção do autor vai ao encontro dessa
perspectiva.
Outro ponto relevante é a paciência e o compromisso da professora em aguardar a
chegada dos alunos, mesmo quando estão atrasados. Essa atitude demonstra um cuidado com
o aprendizado de todos os estudantes, independentemente das circunstâncias, o que está
alinhado com a preocupação de Geraldi em promover uma educação inclusiva e que considere
as particularidades de cada aluno.
Observa-se a postura da docente que tenta e/ou trás conteúdos inovadores e assuntos
atuais, do dia a dia dos alunos, buscado fazê-los refletir acerca de temas considerados tabus na
sociedade atual, tais como a educação sexual, gravidez precoce, infecções sexualmente
transmissíveis etc.
A função do professor, na abordagem piagetiana, não se identifica com a de
um repassador de informações. Cabe ao professor, através de perguntas,
mostrar ao aluno que seus esquemas assimiladores são insuficientes para
atingir um equilíbrio permanente. Quando um aluno responde que um objeto
flutua por causa da leveza de seu peso e o outro afunda por ser pesado, o
professor deverá desestabilizar esse equilíbrio momentâneo a que o aluno
chegou, apresentando o seguinte fato: um navio flutua e um alfinete afunda.
Entretanto, o peso do navio é muitas vezes superior ao do alfinete. Diante
desse novo fato, o aluno terá que buscar um equilíbrio melhor e maior que o
anterior (equilibração majorante). (PASCUAL, 1999)
Assim, percebeu-se que, seu objetivo enquanto docente, está alinhado com o
pensamento de tratar a educação enquanto libertação, ou seja, sua prática reflete que está
empenhada em formar cidadãos críticos acerca do meio que vivem; do mesmo modo, de
acordo com Piaget “O principal objetivo da educação é criar homens que sejam capazes de
fazer coisas novas, não simplesmente repetir o que as outras gerações fizeram”, contrapondo o
ensino tradicionalista.

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2. RELATÓRIO DAS ATIVIDADES DO PLANO DE AULA
2.1 PLANO DE AULAS
Sequência didática
Tema: Gênero Narrativo

Conteúdo(s): ● Gênero Narrativo

● Narrativas icônico-verbais: mangá, HQ e Graphic Novel.

● Educação alimentar e nutricional

Objetivos gerais: ● (EF69LP44) Inferir a presença de valores sociais, culturais e


humanos e de diferentes visões de mundo, em textos literários,
reconhecendo nesses textos formas de estabelecer múltiplos
olhares sobre as identidades, sociedades e culturas e considerando
a autoria e o contexto social e histórico de sua produção.
● (EF69LP47) Analisar, em textos narrativos ficcionais, as
diferentes formas de composição próprias de cada gênero, os
recursos coesivos que constroem a passagem do tempo e
articulam suas partes, a escolha lexical típica de cada gênero para
a caracterização dos cenários e dos personagens e os efeitos de
sentido decorrentes dos tempos verbais, dos tipos de discurso,
dos verbos de enunciação e das variedades linguísticas (no
discurso direto, se houver) empregados, identificando o enredo e
o foco narrativo e percebendo como se estrutura a narrativa nos
diferentes gêneros e os efeitos de sentido decorrentes do foco
narrativo típico de cada gênero, da caracterização dos espaços
físico e psicológico e dos tempos cronológico e psicológico, das
diferentes vozes no texto (do narrador, de personagens em
discurso direto e indireto), do uso de pontuação expressiva,
palavras e expressões conotativas e processos figurativos e do
uso de recursos linguístico-gramaticais próprios a cada gênero
narrativo.
● (EF69LP49) Mostrar-se interessado e envolvido pela leitura de
livros de literatura e por outras produções culturais do campo e
receptivo a textos que rompam com seu universo de expectativas,
que representem um desafio em relação às suas possibilidades
atuais e suas experiências anteriores de leitura, apoiando-se nas
marcas linguísticas, em seu conhecimento sobre os gêneros e a
temática e nas orientações dadas pelo professor.
● (EF69LP51) Engajar-se ativamente nos processos de
planejamento, textualização, revisão/ edição e reescrita, tendo em
vista as restrições temáticas, composicionais e estilísticas dos

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textos pretendidos e as configurações da situação de produção – o
leitor pretendido, o suporte, o contexto de circulação do texto, as
finalidades etc. – e considerando a imaginação, a estesia e a
verossimilhança próprias ao texto literário.
Turma: 9º ano (902)

Período 2 aulas

Introdução - 1h/aula

Objetivos:

● Introduzir e reforçar aos alunos as características do gênero literário narrativo.

Desenvolvimento: Ao iniciar, faremos um levantamento prévio sobre o tema que será


abordado para os alunos, utilizando os recursos: Datashow e/ou quadro branco.
Posteriormente, apresentaremos os elementos do gênero narrativo e suas características.
Após a apresentação, iremos propor um exercício em que os alunos serão desafiados a
distinguir e identificar de maneira simplificada os elementos do gênero narrativo, a partir de
uma pequena obra narrativa.

Módulo 1: - 1h/aula
Objetivos:

● Apresentar as narrativas icônico-verbais: mangá, HQ e Graphic Novel.

Desenvolvimento: Após a introdução do gênero narrativo daremos continuidade ao estudo


desse gênero, utilizando como base a BNCC (Base Nacional Comum Curricular). Nesse
contexto, exploraremos a temática da Educação Alimentar e Nutricional, que é abordada
como um dos temas transversais na Lei nº 11.947/2009.
A partir da narrativa icônico-verbal, os alunos serão conduzidos à leitura de uma apostila
que será disponibilizada, contendo atividades relacionadas aos elementos icônico-verbais
estudados. Em seguida, faremos a correção da apostila, analisando se os alunos foram
capazes de alcançar a compreensão da tarefa. Durante essa tarefa, será possível identificar
quaisquer dúvidas que os alunos possam ter encontrado na aplicação do que foi estudado.
Tal abordagem, com base na BNCC e no gênero narrativo, proporcionará aos alunos uma
compreensão mais aprofundada no tema da Educação Alimentar e Nutricional, ao mesmo
tempo em que desenvolvem suas habilidades de identificação, leitura, interpretação e
aplicação prática dos elementos icônico-verbais dentro do contexto narrativo, e também ao
momento que façam reflexões acerca do tema proposto, de acordo com a habilidade
EF69LP44 da BNCC.
Referências
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2018.

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LAMAS, L. Qual é a diferença entre HQ, graphic novel e mangá?, 2021. Disponível em:
https://www.promobit.com.br/blog/diferenca-entre-hq-graphic-novel-e-manga/. Acesso em:
20 set. 2023.

2.2 ANÁLISE E DISCUSSÃO


No dia 26 de setembro de 2023, às 16:15h foi realizada a aplicação da sequência
didática exposta. Entretanto, momentos antes do início da condução da aula, a docente Hilda
optou por retirar-se do recinto, deixando-nos sozinhos com os discentes e não retornando até o
fim da aplicação.
As graduandas Jennifer Quintanilha e Maria Glafira Rodrigues recapitulam aos alunos
as características do gênero narrativo. No segundo momento da aula, estava planejado realizar
um exercício individual que correspondia ao que havia sido explicado pelas graduandas, no
entanto, a turma estava completamente agitada e não houve respostas quando foi pedido que
prestassem atenção, assim, as regentes precisaram elaborar de última hora uma atividade
interativa, dividindo a turma em dois grupos: Grupo A e Grupo B. A atividade consistia em
perguntas e respostas, da apostila entregue previamente, onde cada aluno deveria responder às
questões em seu papel, para depois chegar a um consenso com seu grupo e, em seguida,
responder na frente da turma. O primeiro grupo a responder corretamente (Grupo A ou Grupo
B) ganharia o ponto da questão.
É importante ressaltar que a professora regente da turma nos concedeu apenas uma
aula para realizar a prática pedagógica, o que nos deixou com pouco tempo para executar a
atividade, além de lidar com a agitação da turma. Sendo assim, a intervenção não planejada
foi necessária para manter a atenção dos discentes e conseguir dar seguimento na aplicação.
Durante a condução da aula, as alunas-regentes adotaram as abordagens pedagógicas
de ensino interacionista e comunicativa, promovendo a leitura dos comandos das questões aos
alunos e estimulando a reflexão sobre os erros e acertos das respostas. Notadamente, o
público feminino demonstrou um interesse particular em ler o mangá, entretanto, uma parcela
de alunos (especificamente o público masculino) demonstrou uma interação mais contida.
A professora titular de l retornou apenas para informar que o professor da próxima
aula havia faltado e, caso desejássemos, poderíamos utilizar o tempo disponível. Entretanto,
não foi possível terminar a atividade, pois tínhamos que justificar as resoluções e sempre
havia a necessidade de trazer a atenção dos alunos de volta para o exercício.
Tivemos o resultado de que a atividade pedagógica trouxe bons resultados, apesar dos
dilemas que foram encontrados, as graduandas conseguiram o objetivo principal, que era
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explicar a educação alimentar e nutricional, relacionando com o que os alunos estavam
estudando. Sobre as respostas, foi analisado que a turma compreendeu o assunto de maneira
muito significativa, principalmente o Grupo A, pois conseguiram resolver com bastante êxito.
O Grupo B teve um rendimento menor, porém percebemos que tivemos um erro no
uso das palavras na prova, tivemos a percepção que havia algumas palavras que não estavam
certas no vocabulário dos alunos.
O devido trabalho trouxe algumas pontuações positivas, que são:
● A turma é muito participativa em alguns momentos;
● Os alunos conseguem colaborar entre si;
E pontos negativos, como:
● A ausência da professora Hilda Rosário durante a regência pode ser considerada uma
lacuna no suporte proporcionado às graduandas Jennifer e Maria. A presença da
docente titular poderia oferecer um respaldo adicional na gestão da disciplina e no
controle do ambiente, especialmente considerando a agitação inicial dos alunos.
● Não foi possível seguir fielmente a sequência didática
● O uso de palavras da prova não condizia com a realidade dos alunos, visto que tiveram
dificuldade em compreendê-las;
● A turma se desconcentra da aula muito rápido, ocasionando em várias interrupções das
regentes sobre o comportamento deles;
● Os alunos fazem muito barulho;
● O fato de a atividade ter ficado incompleta devido à agitação dos alunos pode ser
considerado um ponto de atenção negativa. Isso sugere a importância de considerar a
gestão do tempo de forma mais assertiva assegurando que os objetivos da aula sejam
atingidos.

IMAGEM 3 – APLICAÇÃO DA SEQUÊNCIA IMAGEM 4 – DISTRIBUIÇÃO DA


DIDÁTICA ATIVIDADE

Fonte: Arquivo pessoal, 2023

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Fonte: Arquivo pessoal, 2023 Fonte: Arquivo pessoal, 2023

As imagens 3 e 4 materializam o momento em que as integrantes Jennifer Quintanilha


e Maria Glafira Rodrigues realizam a aplicação da sequência didática planejada, entretanto,
destaca-se que, inicialmente, foram pensadas duas atividades (conforme anexos), porém,
devido ao tempo e aos motivos destacados ao longo desse trabalho, se tornou possível apenas
a aplicação da atividade 1.
Acerca da prática adotada durante a aplicação, optou-se por adotar a prática de
linguagem enquanto instrumento de comunicação, na atividade proposta, visto que os alunos
precisavam ler o texto para buscar as respostas e não poderiam ser alheios a ele, seguindo a
classificação de Geraldi (2001), que diz:
(...) essa concepção está ligada à teoria da comunicação e vê a língua como
código (conjunto de signos que se combinam segundo regras) capaz de
transmitir ao receptor certa mensagem. Em livros didáticos, é a concepção
confessada nas instruções ao professor, nas introduções, nos títulos, embora
em geral seja abandonada nos exercícios gramaticais.

Seguindo o referido autor, optou-se por utilizar também a concepção de linguagem


enquanto forma de interação:
(...) mais do que possibilitar uma transmissão de informações de um emissor
a um receptor, a linguagem é vista como um lugar de interação humana. Por
meio dela, o sujeito que fala pratica ações que não conseguiria levar a cabo, a
não ser falando; com ela o falante age sobre o ouvinte, constituindo
compromissos e vínculos que não preexistiam à fala. (GERALDI, 2001)

Seguindo tal concepção, durante a aplicação, buscou-se realizar a atividade seguindo o


ponto de vista de cada aluno que se propôs a responder as perguntas, bem como, democratizar
o espaço em que os alunos se encontravam, sem fazer distinção na forma em que os discentes
respondiam as perguntas, ou seja, sem impor a norma padrão da língua.
Parece-me que simplesmente valorizar as formas dialetais consideradas não
cultas, mas lingüisticamente válidas, tomando-as como o objeto do processo
de ensino (...) (GERALDI, 2001)

Assim, durante a resolução das questões, os alunos puderam sentir-se parte daquele
momento de ensino-aprendizagem e responder as questões, de forma oral, da maneira que
preferissem. Sendo assim, considerou-se o resultado da prática como satisfatório, dentro das
condições apresentadas.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesse contexto, é pertinente ressaltar que obtivemos um discernimento mais
aprofundado da realidade dos alunos ao longo das observações realizadas com eles, e
conseguimos transmitir todos os elementos que havíamos meticulosamente planejado.
Entretanto, houve certa necessidade de adaptar o plano de aula que concebemos. No entanto,
mesmo com esses desafios, percebemos que nossa prática funcionou para aquela aula
específica, durante os diálogos, compreendemos a importância de pensar nos dilemas que
envolvem a criação do método didático.
Ademais, acerca do trabalho exigido pela disciplina, houve um grande
desentendimento em relação à sincronia do que havia sido planejado, é de consenso que, as
referidas orientadoras Liliane de Afonso Oliveira e Hilda Freitas Rosário, realizaram a
transposição de uma falta de comunicação, visto que, enquanto a primeira estava orientando
de uma forma, a segunda orientou de outra maneira. Sob esse viés, solicitamos às professoras
citadas que, na próxima vez que realizarem um trabalho em eixo, se comuniquem mais e
passem mais confiança naquilo que está sendo dito, pois, houve a promessa que “esse eixo
seria diferente dos outros”, porém não foi. Mas, compreendemos que a falta de tempo, devido
ao semestre, prejudicou a execução e orientação do trabalho.
Em suma, durante a execução do trabalho prático e teórico, o grupo conseguiu
absorver os conhecimentos e vivenciar a prática docente no contexto escolar público, além de
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realizar reflexões acerca das práticas de ensino e dos resultados dela. Assim sendo, mesmo
com todas as dificuldades citadas, levaremos esse tempo de aprendizado adquirido, que
permeará todo o curso.

REFERÊNCIAS
ARAUJO, Denise Lino de. O que é (como faz) sequência didática? Entrepalavras, Fortaleza - ano 3,
v.3, n.1, p. 322-334, jan/jul 2013. Disponível em:
https://repositorio.ufc.br/bitstream/riufc/23796/1/2013_art_dlaraujo.pdf

FUZA, Ângela Francine; Ohuschi, Márcia Cristina Greco; Menegassi, Renilson José. Concepções de
linguagem e o ensino da leitura em língua materna. Revista Linguagem & Ensino. Pelotas, v.14, n.2,
p. 479-501, jul./dez. 2011. Disponível em:
https://periodicos.ufpel.edu.br/ojs2/index.php/rle/article/view/15401

GERALDI, João Wanderlei. Concepções de linguagem e ensino de português. In: GERALDI, João
Wanderlei (org.). O texto na sala de aula. São Paulo/SP: Editora Ática, 2001.

PIAGET, 1970. In: PASCUAL, Jesus Garcia. Autonomia intelectual e moral como finalidade da educação
contemporânea. Psicol. cienc. prof. [online]. 1999, vol.19, n.3]. Disponível em:
<http://pepsic.bvsalud.org/pdf/pcp/v19n3/02.pdf>

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ANEXOS
ATIVIDADE 1

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ATIVIDADE 2

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