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PROPÓSITO
Apresentar os conceitos fundamentais da gestão de armazenagem, especialmente aqueles
ligados a produtos com legislações específicas, assim como os novos caminhos da
armazenagem com os sistemas integrados e a chegada da tecnologia de automação dela.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
MÓDULO 2
MÓDULO 3
INTRODUÇÃO
A armazenagem de produtos e bens patrimoniais só existe porque é impossível manter o fluxo
constante de insumos nas linhas de produção sem que isso acarrete perdas de segurança e
agilidade ao processo caso haja imprevistos ou mesmo atrasos nos pedidos.
A possibilidade de que um cliente compre o produto no concorrente por ele não estar
disponível para atendimento imediato exige a disponibilidade de uma certa quantidade de
estoque. No entanto, sua existência é dispendiosa, pois gera um custo de oportunidade ao
imobilizar um capital que poderia ser usado em outras atividades com maior retorno, ou seja,
rentabilidade.
Pretendemos nos aprofundar no estudo da gestão dos armazéns com essa perspectiva em
mente. No primeiro módulo, enfatizaremos a importância do planejamento do armazém, cuja
lógica obedece à seguinte esquematização: concepção macro, espaços externos e internos,
tipos de estantes, berços de acomodação dos produtos paletizados, sistemas de acomodação
desses produtos e seus tipos de controles.
Já no segundo módulo, trataremos do planejamento do recebimento de produtos e da
armazenagem de itens especiais. Por fim, no último módulo, discorreremos sobre os mais
modernos sistemas integrados de estocagem, os quais, em última análise, eliminam a
necessidade de estoques, transferindo sua gestão para fornecedores ou outros parceiros.
CUSTO DE OPORTUNIDADE
MÓDULO 1
EXEMPLO
O exemplo acima demonstra a importância de um bom gerenciamento dos armazéns, pois isso
pode levar a vantagens estratégicas importantes. Diversos avanços da humanidade só foram
possíveis devido ao domínio das técnicas de armazenagem.
SAIBA MAIS
Fonte: poolps27/shutterstock
Após o desenvolvimento das linhas de montagem por Henry Ford, o controle das quantidades
armazenadas começou a ganhar fórmulas específicas para sua mensuração, como, por
exemplo, a criação do lote econômico por Harris, em 1915, e outros avanços técnicos.
Everett Collection/shutterstock
Karashaev/shutterstock
No Brasil, a história da armazenagem remonta à época dos grandes engenhos, onde eram
necessários estoques das produções para posterior exportação. Na era do café, esse processo
de armazenagem continuou muito parecido, sendo modernizado apenas com o surgimento da
indústria, que passou a seguir os padrões internacionais e aplicar as técnicas desenvolvidas
pelo mundo.
ranimiro/shutterstock
Brastock/shutterstock
Alf Ribeiro/shutterstock
Processo de
Movimentação
movimentação física de
de matérias- Controle dos materiais que entram
guarda e retirada de
primas e e saem do armazém para a
materiais dentro do
produtos produção.
armazém em lotes e
acabados
embalagens específicas.
Processo de separação
Cuidados com os pesos e os
em lotes, dependendo
Movimentação volumes máximos que homens e
das necessidades da
e controle das mulheres podem suportar quando
produção em
embalagens estão em trabalho de transporte.
embalagens específicas
Segue-se a NR 17.
e adequadas.
Processo de controle da
adequação à legislação Deve haver um controle rígido de
Equipamentos
que regulamenta a quem vai operar os aparelhos,
de
condução dos averiguando se quem o faz possui
movimentação
equipamentos de as licenças para tal, pois eles
de materiais
transporte dentro do podem causar graves acidentes.
armazém.
Processo de controle do
inventário de veículos de
Administração
transporte, máquinas e Manter os equipamentos em bom
da
equipamentos com estado de manutenção para evitar
manutenção
programação de quebras indesejadas e possíveis
de veículos,
manutenção preventiva atrasos na embalagem e na
máquinas e
ou preditiva, dependendo movimentação dos materiais.
equipamentos
da necessidade de cada
armazém.
Após termos definido o que é um armazém e mostrado suas principais funções, será
importante pontuarmos que o almoxarife responsável pelo armazém deve saber desenvolver
suas tarefas com acurácia.
Essas funções são listadas como preservar, receber, armazenar, conferir e movimentar todos
os materiais utilizados pela empresa, além de gerar e manter em boa guarda as informações
que serão utilizadas por outros departamentos da organização e pela administração como base
para a tomada de decisões.
Todo gestor de armazéns deve, em seu trabalho, zelar pela ética e pela honestidade no trato
com as pessoas, os materiais e os produtos. As grandes empresas têm dedicado
departamentos inteiros tanto para o setor de compras como para o de estoques, pois eles são
dois setores bastante sensíveis dentro de uma cadeia de produção.
PLANEJAMENTO DO
ARMAZÉM/ALMOXARIFADO
Vantagens e desvantagens do tipo de estruturas dos armazéns
Quando pensamos em um armazém, nos lembramos daquelas lojinhas de bairro que vendiam
diversos produtos – normalmente, a granel – diretamente aos consumidores. Elas contavam
com uma gama de itens controlados por seus proprietários de forma visual.
Os produtos eram organizados para facilitar o controle e o acesso dos clientes a eles conforme
as diretrizes estabelecidas pelos proprietários. Essa distribuição poderia ocorrer pelos
seguintes critérios: itens mais vendidos, de maior valor agregado ou com o maior lucro.
Fonte: Sorbis/Shutterstock
O exemplo apresentado pode, em essência, ser transposto para o armazém de uma empresa
que recebe, guarda e encaminha materiais e produtos acabados a seus devidos clientes.
Inicialmente, quando as empresas eram menores e sua gama de materiais e produtos para
produção era escassa, o controle delas revelava-se meramente visual.
ATENÇÃO
Todos os setores da empresa que precisarem de peças gerenciadas pelo armazém ou mesmo
seus consumidores externos serão considerados clientes pelos gerentes dela.
Quando corretamente incorporado, esse olhar pode trazer enormes ganhos ao gerenciamento,
pois ele faz com que seu responsável se comporte de forma proativa em todos os momentos,
reconhecendo seu papel como provedor de insumos e de produtos indispensáveis à
sobrevivência da empresa.
A busca por esse equilíbrio é o objetivo principal do gerenciamento dos estoques (no qual o
gerenciamento da armazenagem está inserido). O planejamento para que isso ocorra pode
levar à otimização deles. Isso aumenta o fluxo dos materiais e dos produtos acabados, além de
evitar quebras ou obsolescências por falta de controle dos materiais armazenados.
Para que haja um bom e eficiente controle dos estoques, identificar e escolher o melhor tipo de
armazém ou centro de distribuição (CDs) disponível é muito importante. Obviamente isso deve
acontecer conforme as necessidades de cada sistema de produção ou distribuição, ou seja, o
que vai determinar a forma do local é a necessidade de cada empresa.
Como no exemplo inicial, quando o dono do armazém do seu bairro tinha de escolher como
distribuiria seus produtos, a empresa também precisa fazer o mesmo. Cada sistema de
controle de armazenagem terá sua particularidade com suas vantagens e desvantagens. Além
deste sistema, existe ainda o arranjo físico do armazém, ou seja, seu layout.
SILVA, 2019
O arranjo físico é influenciado por diversos fatores em seu planejamento. Listaremos alguns
deles a seguir: distribuição dos produtos dentro do armazém, busca pela eficiência no
deslocamento dos produtos e proximidade com os clientes do armazém.
Fazer um bom planejamento desse arranjo pode gerar economia e maior eficiência no
gerenciamento dos armazéns. Segundo Silva (2019), a metodologia geral para projetar um
layout consiste em cinco passos:
Dentro desse arranjo físico, existe a organização dos espaços macros do armazém: pátio de
manobras, docas e estocagem.
Essa separação possibilita um melhor arranjo físico do estoque, podendo aumentar a eficiência
e a segurança nos armazéns.
Fonte: Siwakorn1933/Shutterstock
Por fim, temos a estocagem em si, ou seja, a parte interna dos armazéns, onde os produtos
ficam estocados, existindo diversos tipos de arranjos físicos e estruturas de armazenagem para
organizá-los.
A estruturação dos espaços dentro de um armazém é determinada pela paletização e pelo uso
racional do local. O principal meio empregado para o alcance desse objetivo é a construção de
estruturas com perfis em “L”, “U” ou de tubos perfurados, que são ideais para formar estantes,
prateleiras e outros dispositivos com o objetivo de sustentar as cargas a serem organizadas.
Fonte: wavebreakmedia/Shutterstock
No quadro a seguir, listaremos os tipos de estruturas utilizadas nos estoques, apontando ainda
suas vantagens e suas desvantagens:
Tipo de Definição e
Vantagens Desvantagens
estrutura características
- Otimização
- Sistema de espaços
automatizado de devido à - Só existe a
carga e descarga dos redução dos possibilidade de
Porta-paletes
paletes em seus corredores; movimentação
para
berços; - Elevada das cargas pelo
transelevadores
- Melhora a gestão do capacidade de sistema de
sistema FIFO (first-in, carga; transelevadores.
first-out). - Rapidez de
movimentação.
- Menor custo
- Sistema de de construção
- Sistema
armazenagem em e investimento;
automático de
que a própria - Maior
Porta-paletes armazenagem,
estrutura serve como aproveitamento
autoportante utilizado apenas
porta para o do espaço
por grandes
fechamento lateral e vertical;
empresas.
superior. - Menor tempo
de construção.
- Sistema composto
- Maior
por estruturas
facilidade de
contrais com braços
controle e
Estrutura horizontais em - Elevado custo
armazenagem
cantiléver balanço; de confecção.
de perfis e
- Cargas carregadas
peças
pela lateral por
compridas.
empilhadeiras.
- Maior
facilidade na - Necessidade
- Sistema em que
montagem de de pouca altura
sempre existe uma
pedidos — na estrutura,
caixa à disposição do
Estrutura flow- picking; pois o usuário
usuário. Utiliza a
rack - Parte superior precisa ter
parte superior como
utilizada para a acesso
um porta-paletes
acomodação permanente às
convencional.
de paletes caixas.
diversos.
Fonte: Grigvovan/shutterstock
Porta-paletes para corredores estreitos
Fonte: APNP/shutterstock
Estrutura dinâmica
A paletização dos produtos é indispensável para a boa acomodação deles dentro dos diversos
tipos de arranjos físicos existentes. Paletizá-los significa o ato de agrupar produtos de tal forma
que eles gerem arranjos padrões em largura, profundidade e altura.
Para uma paletização eficiente, é necessário conhecer os diversos tipos de paletes existentes.
Por intermédio do Instituto Paulista de Tecnologia (IPT), a Associação dos Supermercados do
Brasil (ABRAS) desenvolveu uma padronização para o tamanho deles no Brasil.
Determinou-se que a medida padrão seria de 1m x 1,20m e que o material usado para sua
confecção seria a madeira pinus ou eucalipto. Os paletes que seguem esse padrão devem ter,
em seus dois lados, a sigla “PBR”; afinal, ela atesta que eles seguiram a padronização
predeterminada.
Os paletes podem ser de variadas formas e diversos materiais dependendo da função na qual
serão empregados. Veremos a seguir uma sequência de figuras que representa os diversos
tipos possíveis de conformação de um palete.
Fonte: vipman/Shutterstock
Palete com duas entradas. Simples face espaçada ou cheia. Pode ser movimentado por
prateleiras ou empilhadeiras.
Fonte: Colorcocktail/Shutterstock
Palete com quatro entradas. Dupla face espaçada ou cheia. Uso específico em empilhadeiras.
Fonte: Amirul Syaidi/Shutterstock
Palete com duas entradas. Simples face espaçada ou cheia. Uso específico em carrinhos
hidráulicos ou empilhadeiras.
Fonte: 3d_man/Shutterstock
Palete com duas entradas. Simples face espaçada ou cheia. Pode ser movimentado por
prateleiras ou empilhadeiras.
Fonte: flixelhouse/Shutterstock
Palete com quatro entradas. Simples face espaçada ou cheia. Pode ser movimentado por
prateleiras ou empilhadeiras.
Fonte: Konstantin Faraktinov/Shutterstock
Além dos paletes, há, como já frisamos, outras formas de agrupamento para o transporte e a
armazenagem de produtos específicos. Uma delas é a conteinerização, que normalmente é
utilizada para transportar cargas por grandes distâncias e quando existe a necessidade da
troca de modal durante o transporte.
Fonte: topae/Shutterstock
Contêiner de teto aberto — para cargas monolíticas e de peso elevado quando não é
possível a colocação dela pela porta convencional do contêiner.
Fonte: topae/Shutterstock
Contêiner térmico — para cargas perecíveis que, por conta de suas características, precisam
permanecer aquecidas ou resfriadas.
Fonte: michelmond/Shutterstock
Contêiner para produtos a granel sólidos — para transporte de grãos e derivados, como
farinhas e açúcares.
IDENTIFICAÇÃO DE MATERIAIS
A identificação padronizada dos materiais e produtos de uma empresa é de suma importância.
Com o crescimento das empresas e a diversificação dos itens produzidos (e, por
consequência, armazenados), possuir uma forma de identificação única dos produtos é
essencial.
O código de barras é formado por uma linha de barras verticais padronizadas que representa
uma sequência de números lidos de forma automática por leitores eletrônicos.
Fonte: TotemArt/Shutterstock
Atualmente, emprega-se, para isso, um sistema mais moderno: o QR code. Ele substituiu o
código de barras, já que pode abrigar mais informações.
Fonte: cosmic_pony/Shutterstock
No RFID, por sua vez, uma antena localizada estrategicamente emite um sinal captado pelo
dispositivo. Ele o replica com um conjunto de informações de volta para a antena, que envia
essa resposta identificada ao sistema eletrônico de controle. Neste tipo de tecnologia, não é
necessário haver qualquer interferência humana no processo, pois ele transcorre de forma
automática.
RFID
EXEMPLO
Joinventure da Petrobras com empresas privadas que opera dutos de combustíveis, a empresa
Logum utiliza o sistema baseado na tecnologia RFID em toda a sua cadeia de logística. Desde
o carregamento do combustível, o acompanhamento do caminhão-tanque pela estrada, a
recepção da mercadoria no pátio da empresa, a descarga do combustível, sua conferência e
liberação, tudo é controlado de forma automática.
Quando ele passa pelo pedágio, o RFID do sistema Sem Parar informa o da empresa, que
acompanha o trajeto do caminhão da refinaria até o portão da empresa, determinando quando
ele chegará ao destino.
Ao chegar à portaria da Logum, o sistema de portaria, por meio do receptor de RFID instalado
no caminhão, faz a identificação do veículo e da carga, liberando a entrada do motorista e
indicando a doca em que ele irá descarregar. Ao chegar à doca, o caminhão é pesado e o
próprio motorista executa os procedimentos de conexão dos dutos para o processo de
descarga.
Quando esse processo é terminado e identificado por meio da diferença de peso, o sistema,
após ser informado se a carga estava correta, libera o caminhão. Ele ainda deve passar por
outra portaria: também automatizada por controle RFID, ela irá liberar a sua saída se tudo
estiver correto.
Em todo esse processo, não existe a interferência de nenhum funcionário da empresa Logum.
Para que qualquer um desses sistemas funcione, os materiais e os produtos precisam estar
catalogados de forma padronizada. Todas as especificações são utilizadas tanto no instante da
compra quanto no momento da recepção desses produtos no armazém.
SAIBA MAIS
Desenvolvido pelo departamento de logística de guerra do Pentágono, ele serve para a compra
de produtos feita em todo o mundo para as Forças Armadas norte-americanas. Este sistema é
baseado em uma sequência de números e letras que podem ser incorporados por qualquer
empresa.
As etiquetas precisam ser fixadas já na recepção dos produtos, ou seja, nenhum produto sem
vistoria e etiquetação deve ser acomodado em seus devidos lugares de estocagem. A
documentação de rastreabilidade de materiais e produtos tem de ser gerada com a etiqueta,
devendo acompanhar o material ou o produto durante toda a sua vida dentro da empresa.
O produto não deve entrar na empresa sem a correspondente nota fiscal, assim como nenhum
pode sair do estoque sem que o documento de rastreabilidade seja, de alguma forma,
informado dessa saída. Esse controle é essencial para evitar desvios, roubos ou extravios de
produtos, além de outros problemas menores.
Para que um produto deixe o armazém, as pessoas responsáveis precisam ser informadas de
alguma maneira para que elas possam dar baixa no sistema de controle de estoques.
Em sistemas automatizados, essas informações são transmitidas entre os departamentos de
forma eletrônica, não necessitando de autorizações físicas. O controle das quantidades é
automático: o próprio sistema automatizado informa o momento de se fazer novas compras.
Em alguns casos, ele comunica diretamente o fornecedor sobre a necessidade da entrega dos
materiais.
Todo esse controle e toda essa geração de informações são essenciais para os demais
departamentos da empresa que utilizam tais informações para controles e tomadas de decisão.
Por isso, é importante que tudo codificado seja fidedigno e tempestivo.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
A) É a separação da carga a fim de que ela possa ser embalada para envio ao cliente.
B) É o tipo de arranjo físico do estoque, que pode ter estrutura flow-rack ou push-back.
D) É o ato de agrupar os produtos de tal forma que eles gerem arranjos-padrões em largura,
profundidade e altura.
B) Documento de rastreabilidade.
GABARITO
O código de barras foi um dos sistemas inventados para o controle de produtos, evitando a sua
fiscalização visual e possibilitando a automatização dessa vigilância. O QR code se trata de
uma evolução do código de barras, podendo conter uma gama maior de informações que seu
antecessor. O RFID, por sua vez, é um sistema que trabalha com radiofrequência e pode ser
utilizado para o rastreamento de carga em qualquer lugar que ela se encontre.
MÓDULO 2
RECEBIMENTO E CONFERÊNCIA DE
MATERIAIS
Uma das principais funções de um armazém, além de estocar os materiais e produtos, é o
recebimento deles. São verificados neste recinto todos os aspectos da carga, desde sua
conferência com as informações constantes na nota fiscal que a acompanha até a
correspondência dela em relação às especificações determinadas pelo setor de compras no
momento do pedido.
CONFERÊNCIA DE QUANTIDADE
Essa conferência pode ser feita de três formas: na visual, os produtos são grandes o
suficiente para serem contados; na automatizada, a conferência ocorre naqueles em que haja
algum sistema de identificação individualizada ou em lotes; e, por fim, na comparada,
procedimento comum quando as peças são pequenas e vêm em quantidades grandes. Elas
precisam ser pesadas em um pequeno montante para que sua quantidade seja calculada a
partir do peso total da carga.
CONFERÊNCIA DA QUALIDADE
Depende de testes mecânicos ou eletrônicos. Os mecânicos visam a apurar se os itens
recebidos estão em conformidade com as especificações de tamanho, dureza, elasticidade ou
outras propriedades mecânicas dos produtos. Já os eletrônicos mensuram – quando forem
pertinentes – as propriedades eletroeletrônicas dos produtos, verificando sua adequação às
especificações requeridas na hora da compra.
Outro procedimento é a consulta ao setor que vai utilizar o material para a aferição da
qualidade do produto recebido.
ATENÇÃO
Certos produtos têm certas características que variam de forma intrínseca, não sendo possível
seu controle absoluto; por isso, a existência de margens de erro é justificada. Um exemplo é a
compra de grandes quantidades de porca, parafusos e arruelas; afinal, a contagem de cada um
desses itens é inviável.
Dessa forma, aceita-se uma margem de erro na quantidade recebida, pois seu custo é
infinitamente menor que aquele empregado na efetuação da contagem unitária.
Quando a devolução é imprescindível, ela deve ser informada na nota fiscal do próprio
fornecedor, indicando o seu motivo, pois este é o documento necessário para o transporte de
volta ao fornecedor.
A nota fiscal é o documento hábil para embasar esses procedimentos, inclusive aqueles
relacionados a questões contábeis e de pagamentos. Mas devemos ter cuidado: ela não está
habilitada para a cobrança. Neste caso, o documento necessário é a fatura.
Fonte: Pushish Images/shutterstock
Fonte: Andrey_Popov/shutterstock
Outra função da armazenagem é a entrega dos materiais aos clientes tanto internos quanto
externos.
Aos clientes externos, nenhum produto da empresa deve ser enviado sem estar acompanhado
da nota fiscal correspondente, mesmo que o transporte seja feito entre armazéns em
localidades diferentes. Isso é muito importante, pois a falta deste documento expõe a
organização a multas e possíveis apreensões das cargas.
Já para os internos, é necessária a criação de documentação de autorização para que haja um
controle absoluto da saída de produtos dos armazéns.
Assegurar que a movimentação de materiais e produtos seja a melhor possível, tendo em
mente a eficácia dos processos;
Gerar o menor custo de armazenagem, buscando a economicidade e eficiência tanto de
espaço quanto de equipamento e mão de obra;
Obter e manter a organização do armazém para evitar erros e retrabalhos.
Devemos organizar nosso armazém para a guarda de produtos perecíveis segundo essa
perspectiva.
Diversos insumos podem ter características que os tornem especiais no seu trato de
armazenagem: vencimento determinado, necessidade de manutenção de temperaturas
controladas por refrigeração ou aquecimento, explosividade, radiação, corrosão,
inflamabilidade são alguns exemplos.
Existe ainda a utilização de frases que indicam as características especiais dos produtos e
requerem algum tipo de cuidado especial. Exemplos de frases: não vire; evitar choques etc.
CÁLICE
GUARDA-CHUVAS
Indica que o produto não pode ficar exposto ao sol, devendo ficar em local fresco.
CAVEIRA
Indica que o produto é perigoso, normalmente explosivo ou tóxico. Este símbolo também é
usado em áreas eletrificadas.
TÉCNICAS DE CONSERVAÇÃO DE
MATERIAIS ARMAZENADOS
Vale destacar ainda as técnicas existentes para uma boa conservação de produtos
armazenados. Todo produto depositado está sujeito a eventos que podem trazer modificações
a suas composições.
Essas transformações podem causar a inutilização do material ou do insumo, gerando
prejuízos à empresa. A perda do prazo de validade de um determinado insumo tem o potencial
para causar milhões em prejuízo, já que ele pode precisar, como no caso dos alimentos ou
remédios, ser descartado por completo.
COMPRESSÃO OU ACHATAMENTO
O empilhamento de grandes quantidades de material tem a capacidade para causar danos aos
materiais da base ou mesmo a prateleiras e pisos, pois pode ultrapassar a sua capacidade de
suporte. Muitos materiais vêm com especificações dessas quantidades máximas de
empilhamento;
COMBUSTÃO ESPONTÂNEA
Se não forem mantidos em condições adequadas, certos materiais poderão entrar em
combustão espontânea. O sol passando por uma lente, por exemplo, pode causar combustão
em materiais como papelão;
DECOMPOSIÇÃO
O tempo ou a umidade podem causar a decomposição de materiais e produtos específicos,
como, por exemplo, os alimentos;
EMPENAMENTO
A acomodação irregular de alguns produtos pode causar deformações irreversíveis em certos
materiais.
Por esse motivo, o maior problema a ser gerenciado em um armazém é a conservação dos
materiais e produtos estocados. Controles de temperatura e umidade podem garantir a
longevidade de diversos materiais, evitando, por exemplo, danos a produtos metálicos.
De acordo com Viana (2006, p. 348), a criação de procedimentos para o controle desses
problemas é importante e deve contemplar os seguintes tópicos:
Critérios de armazenamento;
Verificação das condições de proteção;
Com essas ações simples, é possível evitar a deterioração de materiais e produtos, fugindo,
assim, de possíveis perdas financeiras.
ARMAZENAGEM DE PRODUTOS
PERECÍVEIS
A armazenagem de produtos perecíveis deve seguir especificamente as normas emitidas pelos
governos federal, estadual e municipal. A agência federal de controle responsável pelo
monitoramento e emissão de regras para produtos alimentícios é a Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa).
Resolução Anvisa nº 216/04 — dispõe sobre regulamento técnico de boas práticas para
serviços de alimentação.
RESOLUÇÃO Nº 216/04
Link com a Resolução nº 216/04
Fonte: Adaptado de
https://www.senado.gov.br/comissoes/cas/ap/AP20120329_Dirceu_Barbano.pdf
Resolução Anvisa nº 216/04 define os diversos tipos de alimentos. Em seu item 4, ela
regulamenta as características dos ambientes e sua forma de armazenamento. Esta resolução
ainda leva em consideração os procedimentos de conservação, averiguando se os alimentos
estão in natura ou já foram industrializados.
SAIBA MAIS
Leia o item 4: boas práticas para serviços de alimentação da Resolução Anvisa nº 216/04.
Os armazéns e CDs devem seguir todas essas regras e orientações, pois eles serão
regularmente fiscalizados pelo Ministério da Saúde. Seguindo todas as regulamentações
emitidas pela Anvisa, fiscais sanitários vão inspecionar esses locais.
Para cada tipo de produto perecível a ser gerenciado em seu armazém, é necessário verificar
as regras específicas além da que já expusemos neste módulo.
ATENÇÃO
Um dos modelos mais utilizado para isso é o sistema de estrutura dinâmica. Ele proporciona
um maior controle sobre a entrada e saída de produtos, colocando-os em fila de vencimento e
evitando a perda dos prazos por descontrole.
ARMAZENAGEM DE PRODUTOS
FARMACÊUTICOS
A armazenagem de produtos farmacêuticos segue um regramento especial. Em seu primeiro
artigo, a portaria do Ministério da Saúde nº 802/98 determina a instituição do sistema de
controle e de fiscalização da produção e da distribuição de medicamentos no território nacional.
Ela está ancorada nas seguinte legislações: Lei Federal nº 5991, de 17 de dezembro de
1973; seu regulamento, o Decreto nº 74.170, de 10 de junho de 1974; Lei Federal nº 6.360,
de 23 de setembro de 1976; e seu regulamento, o Decreto nº 79.094, de 5 de janeiro de
1977.
Já o artigo 12 trata, em seus diversos incisos, dos requisitos para a obtenção dessa
autorização. Ao falar especificamente sobre a armazenagem de produtos farmacêuticos em
seus artigos 9, 10 e 11, o regulamento indica que aqueles com controle restrito devem ser
acomodados e receber uma especial atenção, já que despertam interesses difusos, como
ocorre no caso dos psicotrópicos.
SAIBA MAIS
Leia a Portaria nº 802/98. Ela versa sobre todos os aspectos relacionados a produtos
farmacêuticos.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
A) Projeção de estoques.
B) Entrada de materiais.
C) Conferência quantitativa.
D) Comparação entre as quantidades especificadas nos pedidos, nas Notas fiscais e na carga
física em recebimento.
A) Certo, pois conferir todos os dados que estão no pedido de compras e nas especificações é
extremamente importante para garantir a qualidade do produto.
B) Errado, pois, apesar de ser importante conferir os dados no pedido e na nota fiscal, sua
utilização é apenas fiscal, não sendo importante para a empresa.
D) Errado, pois todos os produtos recebidos pela empresa não precisam ser conferidos, tendo
em vista que os fornecedores são confiáveis e estão há muito tempo servindo a empresa.
GABARITO
MÓDULO 3
Obrigatoriamente anual, esse inventário é feito normalmente no último dia útil do ano, sendo
parte integrante da auditoria anual dos balanços da empresa. A atividade de auditar busca
assegurar a conformidade entre os produtos nos armazéns e os registros contábeis dela.
Ele é necessário para que o auditor emita o seu parecer. Esse procedimento é normalmente
executado pelos auditores júniores da empresa de auditoria. Os responsáveis pelo armazém
apenas os auxiliam.
Para que esse processo único não seja desgastante para a empresa (e como seu objetivo não
é identificar e corrigir problemas), inventários periódicos são recomendados.
CURVA ABC
A curva ABC está baseada na teoria de Vilfredo Pareto. Nela, os 20% dos produtos com
maior importância para a empresa devem receber a atenção principal, enquanto os outros
75%, que formam a camada B, não precisam recebê-la, pois representam um menor
ganho em sua gestão. Além disso, os 5% que concentram a menor quantidade de valor
dispendido, embora representem um grande volume de produtos, devem ter suas
compras automatizadas e receber pouca atenção, pois têm pouco potencial de causar
prejuízos à empresa.
INVENTÁRIO PERIÓDICO
Verifica todos os itens constantes em um armazém. Eles normalmente são executados no final
do ano quando há a conferência geral executada pela auditoria independente.
INVENTÁRIO ROTATIVO
Trabalha a conferência dos bens armazenados de forma contínua durante todo o ano. Dividido
em etapas, ele tem periodicidades diferentes dependendo das características dos bens,
podendo se adequar a essas peculiaridades e fornecer possibilidades de melhorias caso haja a
descoberta de problemas durante a conferência. É exatamente este o objetivo desse tipo de
inventário: descobrir problemas na armazenagem e produzir soluções que, de outra forma, não
seriam possíveis.
As origens dessas divergências entre os estoques e os registros podem ser diversas. Identificá-
las pode trazer ganhos de eficiência para a gestão do estoque.
É possível que tal atividade, tratada como rotineira, se beneficie da utilização de equipamentos
de proteção com EPIs e da boa aparência pessoal, já que ambos também são considerados
em seu escopo.
SUPPLY CHAIN
Termo que significa cadeia de suprimentos, o supply chain é aplicado quando o
fornecedor e o comprador de suprimentos para a indústria são integrados de tal forma
que os pedidos são feitos de forma semiautomática ou automática. Esse processo é
implantado para que exista o mínimo possível de estoques ou estoque zero no
comprador.
SISTEMAS DE ERP
EXEMPLO
Quando o departamento de compras faz um pedido, todos os dados dele são disponibilizados
para os armazéns, que já podem se preparar para a recepção do material. Em sua chegada, o
recebedor/conferente do material já tem todas as informações para a conferência e os testes
dele. O recebedor, se tudo estiver dentro dos parâmetros do pedido, poderá dar o aceite no
próprio sistema, que já indica onde os produtos devem ser estocados.
Além das entradas, o sistema controla as saídas dos produtos no estoque e já emite o alerta ao
setor de compras quando ele alcança os níveis predeterminados para novas compras.
Os sistemas automatizados de controle dos armazéns trouxeram enormes ganhos para toda a
cadeia produtiva, pois diminuíram os erros, aumentando a eficiência. Por consequência,
diminuíram-se os custos de gerência dos estoques e até mesmo a necessidade de emprego de
capital circulante da empresa.
Esse avanço só foi possível graças a novos conceitos e técnicas desenvolvidas nos últimos 50
anos.
CAPITAL CIRCULANTE
Parte do capital da empresa que se destina a pagar as contas de seu dia a dia, como
salários, matérias-primas etc. Ele circula o tempo todo, tornando-se dinheiro e produtos
em ciclos contínuos.
SAIBA MAIS
O JIT já estava em forma embrionária desde as décadas de 1950 e 1960, quando o excesso de
capacidade dos produtores de aço japoneses possibilitava aos estaleiros solicitar entregas dele
apenas quando eram necessárias.
Quando observamos apenas as funções dos armazéns e CDs dentro do sistema JIT,
identificamos que seu objetivo é reduzir os estoques ao nível mais baixo possível ou mesmo
eliminá-los por completo.
Para atingir esse objetivo, é necessário que todo o sistema de recepção, produção e
distribuição esteja em perfeita sincronia. Essa premissa possibilita a redução dos estoques,
pois eles não precisam mais servir como proteção e amortização dos problemas de
recebimento, produção e distribuição.
Para prevenir esse tipo de ineficiência, são criados estoques de segurança de produtos
acabados para atender ao cliente no prazo. Quando o processo de produção se torna mais
confiável, torna-se dispensável a existência dessa reserva, liberando um capital para
investimento em outras áreas.
Quando esse conceito é espraiado por toda a empresa, o ganho é enorme. Essa filosofia fez a
Toyota dominar o mercado mundial de carros durante as décadas de 1980 e 1990, quase
levando as outras montadoras à falência.
Outra mudança importante que este sistema trouxe foi a programação puxada da produção.
Com o ganho de confiança e flexibilidade gerado pelas novas formas de se coordenar a
produção, os sistemas de produção puderam mudar a sua forma de programar.
O que antes era programado de forma empurrada – ou seja, se produzia para a formação de
estoque e a venda posterior aos clientes – passou a ser feito de maneira puxada, havendo
uma produção após o recebimento do pedido.
Esses lotes podem abarcar desde um único pedido até combinação de diversos. Nessa forma
de organizar a produção, um lote somente será enviado para a próxima estação de trabalho
quando aquele à frente for concluído e quando o operador, por meio dos sistemas de cartões,
avisar o antecessor para que haja o envio do próximo lote.
Fonte: Realstockvector/Shutterstock
O sistema de cartões informa os diversos dados dos produtos em produção de forma visual e
bastante rápida, diminuindo o tempo gasto para o seu controle. Essa forma de controle torna o
sistema mais flexível, possibilitando a adoção da produção puxada, o que aumenta a
flexibilidade do sistema como um todo, principalmente em indústrias em constante
transformação, como, por exemplo, a de produtos eletrônicos.
Dentro dos sistemas integrados de supply chain, os armazéns tendem a diminuir de tamanho,
embora ganhem em importância. Por isso, práticas como a do housekeeping são fortemente
incorporadas para que os ambientes se tornem cada vez mais racionalizados e funcionais.
DICA
Todos esses processos diminuem os custos de armazenagem, pois qualquer espaço é tratado
como útil; por conta disso, o descarte de todo tipo de material ou de produtos inúteis é
essencial.
Além do sistema kanban, os sistemas mais modernos de produção utilizam outras formas de
organização. A produção nivelada (ou heijunka) procura nivelar a produção para que os
produtos sejam produzidos de forma contínua. Isso impacta a organização dos armazéns, que
devem fornecer os produtos de forma contínua para a produção.
Para que este sistema funcione e não sejam necessários grandes estoques de segurança, é
importante haver uma integração com fornecedores e, se possível, clientes.
Para empresas pequenas e médias (e até mesmo grandes), terceirizar a sua logística pode
gerar ganhos de produtividade enormes e uma redução de custos. Isso acontece, pois, além da
maior expertise dos operadores logísticos, tanto o transporte quanto as armazenagens podem
ser compartilhadas, o que facilita a distribuição e possibilita a utilização de arranjos logísticos
mais eficientes.
Os ganhos superam a perda de poder sobre certos aspectos do gerenciamento dos armazéns.
Um exemplo é o acesso a tecnologias de gestão dos armazéns que, de forma individual,
seriam financeiramente impraticáveis.
A pulverização de CDs por diversas praças é outro exemplo de ganho com a terceirização dos
armazéns e CDs da empresa, já que, dessa forma, é possível estar mais próximo do cliente,
atendendo-o com maior precisão e sem encarecer excessivamente a operação.
Outra prática muito utilizada para a redução dos custos de armazenagem é transferir a
responsabilidade da manutenção dos estoques para os fornecedores. Isso depende de um
fluxo constante de informações, sendo possível apenas com aqueles considerados confiáveis.
Para isso, é necessário o desenvolvimento de um relacionamento duradouro com os
fornecedores – e isso só é possível com alguns.
Exemplo
A empresa de computadores Dell integrou seu sistema de informações com seus fornecedores.
Quando um pedido era feito, ou seja, uma venda era realizada, as informações eram
automaticamente enviadas para seus fornecedores de componentes. Quando eles os
entregavam, o equipamento vendido era montado. Esse processo eliminava completamente a
necessidade de estoques naquela organização. No entanto, para o atendimento a tempo dos
componentes, os fornecedores precisavam manter seus estoques. Quando ocorreu uma queda
brusca das vendas após um período de altas constantes, eles ficaram com estoques ociosos, o
que quebrou muitos deles, tornando-se o exemplo de fracasso de um sistema que só estava
preparado para o crescimento.
ARMAZENAGEM EM SISTEMAS
AUTOMATIZADOS UTILIZADOS EM
GRANDES EMPRESAS DE VAREJO
Com a evolução da tecnologia de TI voltada para a armazenagem de materiais e produtos, foi
possível haver uma automatização dos armazéns. Inicialmente, apenas o controle do que
estava estocado foi possibilitado após a introdução de sistemas como o WMS.
PICKING
Processo de separação e embalagem de produtos para entrega diretamente ao cliente
final ou a um representante varejista de pequeno porte. Ele acontece nos grandes
armazéns da empresa, que normalmente recebe seus pedidos via internet ou por meio de
vendedores representantes. Feitos em pequenas quantidades, eles são usualmente
enviados por transportadoras independentes contratadas para essa entrega.
Exemplo
Hoje em dia, pode-se descarregar, de forma automática e sem nenhuma interferência humana,
uma carreta em menos de cinco minutos. Essa carga é conferida por sensores, que verificam
possíveis avarias e identificam onde cada carga irá ficar, direcionando e monitorando todo seu
trajeto e acomodação.
Todo esse sistema — tanto o da Natura quanto o da Cacau Show — é baseado em esteiras
rolantes, sensores e porta-paletes autoportante, operando sem nenhuma interferência humana.
Particularmente, o sistema da Natura está integrado a um de paletização e despaletização
automáticos, o que garante uma maior agilidade no processo de separação das caixas com
produtos e o envio para centros de distribuição e picking próximos aos clientes.
Tudo isso é projetado para se obter agilidade, aproveitamento de espaço e diminuição de mão
de obra empregada, reduzindo os custos e aumentando a competitividade da empresa em um
mercado de cosméticos cada vez mais saturado.
SAIBA MAIS
Procure vídeos dos sistemas de picking da Amazon e do picking com esteiras rolantes da
Unilever. Além disso, assista ao vídeo institucional da empresa de automatização Brint.
A automatização está apenas no começo. O futuro dos armazéns e CDs está sendo
revolucionado: isso requer dos seus gestores – e mesmo dos almoxarifes – uma atualização
constante e uma postura proativa frente aos desafios.
Essa evolução está tão acelerada que já podemos testemunhar no Brasil até mesmo
supermercados automáticos. Por não terem atendentes, o cliente entra neles e faz as compras
sem nenhuma interferência humana. Ao sair, sua cobrança é feita de forma automática por
intermédio de sistemas baseados em tecnologia RFID.
Outras empresas já fazem suas vendas exclusivamente pela internet, não possuindo mais lojas
físicas. Com isso, elas tornaram seus armazéns o ponto final do processo. Os pedidos via
internet são, muitas vezes, separados e embalados de forma automática, sem qualquer
interferência humana, sendo despachados diretamente para o consumidor.
SAIBA MAIS
VERIFICANDO O APRENDIZADO
A) Serve para verificar divergências entre o registro (contábil) e o físico (quantidade de itens na
prateleira).
B) Serve para a apuração do valor total do estoque (contábil) para efeito de balanço ou
balancetes.
A) UEPS se baseia no conceito de que as mercadorias mais antigas no estoque devem ser
vendidas como prioridade perante as mais recentes.
B) O just in time utiliza um método de gestão para reduzir os custos de produção ao mínimo
necessário a fim de manter o estoque ao menor nível capaz de suprir as demandas.
C) A PEPS é indicada apenas para empresas que não atuam no segmento de produtos
perecíveis para não haver o risco de prejuízos com perdas por prazo de validade. As últimas
unidades que entram no estoque são consideradas para o cálculo do valor total de mercadorias
armazenadas. Os gestores precisam estar atentos à rotatividade dos produtos.
GABARITO
1. (INAZ do Pará – 2018 – CRF-PE) O inventário físico é definido como a contagem física
dos itens de estoque. Para desenvolver essa atividade, uma empresa deve
periodicamente efetuar contagens físicas de seus itens de estoque e produtos em
processo. Essa contagem serve para algumas verificações serem feitas.
A respeito do inventário físico, o que não pode ser afirmado?
Sobre os conceitos acerca das ferramentas para controle de estoque, assinale a opção
correta.
O just in time é um método que busca diminuir o estoque ao máximo, o que minimiza custos de
armazenagem, de oportunidade, exigência de transparência e controle, ou seja, os custos de
produção.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
No estudo deste tema, observamos diversos aspectos da gestão de armazéns. Nesse trajeto,
compreendemos seus conceitos fundamentais, inventariando sua história, seus arranjos físicos
e seu planejamento. Identificamos ainda as questões de recebimento e os tipos de produtos
que devem receber um tratamento especial.
Ao final, vimos os novos sistemas de armazenagem e o que o futuro nos reserva. Tendo isso
em vista, pudemos compreender que essas transformações vêm acontecendo desde a
Antiguidade e que a chegada da tecnologia apenas acelerou esse processo. Por isso, é
importante estabelecer um treinamento e aprimoramento constante: estar atualizado se trata de
um imperativo em nossa área de atuação.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
ACCIOLY, F.; AYRES, A. de P. S.; SUCUPIRA, C. Gestão de estoques. Rio de Janeiro: FGV,
2008.
BÍBLIA ONLINE. Gênesis 41: 33-36. Consultado em meio eletrônico em: 3 ago. 2020.
CORRÊA, H. L.; GIANESI, G. N. Just in time, MRP II e OPT: um enfoque estratégico. São
Paulo: Atlas, 1993.
SLACK, N.; CHAMBERS, S.; JOHNSTON, R. Administração da produção. 2. ed. São Paulo:
Atlas, 2002.
VIANA, J. J. Administração de materiais: um enfoque prático. 1. ed. 6ª reimpressão. São
Paulo: Atlas, 2006.
EXPLORE+
Pesquise na internet estes vídeos para conhecer um pouco mais sobre os armazéns de:
CONTEUDISTA
Prof. Ms. Ettore de Carvalho Oriol
CURRÍCULO LATTES