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AO POLITRAUMATIZADO 1
importância/prevalência
• A: Alergias
• M: Medicamentos
• P: Passado médico/prenhez (avaliar antecedentes pessoais e risco de gestação)
• L: Líquidos e alimentos ingeridos recentemente
• A: Ambiente relacionado ao trauma e mecanismo de trauma
u No trauma, não se esqueça de saber as peculiaridades dos atendimentos de crianças. Ainda que os parâ-
metros e a ordem se mantenham, existem algumas diferenças no manejo e na correção de alterações
decorrentes do trauma.
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Foto do avião pilotado pelo dr. Styner, em 1976. u 5,8 milhões de mortes/ano
u 12% dos gastos mundiais com saúde
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Lembre-se: no caso de doentes politraumatizados, A edição mais recente do PHTLS (2018, 9ª edição)
o toque retal e vaginal faz parte do exame físico. introduziu um novo conceito, o X-ABCDE. A 10ª edi-
ção do ATLS (2018) somente menciona o X-ABCDE
Como o toque pode nos ajudar no trauma?
em um dos capítulos apêndices, quando se refere
u Sangramento: possibilidade de lesões de alças. ao ATLS-OE (U.S. Military’s Advanced Trauma Life
u Espículas ósseas: fratura de ossos pélvicos. Support for the Operational Environment). O ATLS-OE
u Tônus do esfíncter: hipotonia pode sugerir trau- é voltado para um ambiente operacional e hostil,
ma raquimedular. Em pacientes chocados, temos como a guerra.
que lembrar do choque neurogênico. Portanto, preste atenção e tome cuidado! A regra
u Altura da próstata (próstata móvel ou alta/cefa- para a prova e para a vida é o ABCDE. A VIA AÉREA
lizada): classicamente, esse achado pode signi- vem ANTES do sangramento na MAIORIA das vezes!
ficar lesão de uretra. Entretanto, a 10ª edição do
Afinal, o que é o X-ABCDE?
ATLS diz que a palpação da próstata não é um
sinal confiável de lesão prostática. u X – EXsanguinante
u A – Via aérea
O toque retal pode ser feito no C (Circulação), pois u B – Respiração
ajuda a diagnosticar possíveis causas de choque;
u C – Circulação
no D (Neurológico), visando avaliar tonalidade do
esfíncter; ou na fase final da avaliação (E). u D – Neurológico
u E – Exposição
A passagem da sonda vesical de demora pode ter
sido feita no C (avaliação da reposição volêmica),
O X refere-se a hemorragias exsanguinantes e MUITO
mas não é errado deixá-la para o E, ou até mesmo
severas, como sangramentos arteriais em jato ou
para a avaliação secundária.
maciços. Nesses casos EXCEPCIONAIS, a contenção
A passagem de sonda gástrica (nasogástrica ou da hemorragia externa grave deve ser realizada antes
orogástrica) também pode ser feita agora, tendo mesmo do manejo das vias aérea. Esse conceito
como objetivo esvaziar o estômago e prevenir a é válido para o atendimento pré-hospitalar e em
aspiração de conteúdo gástrico. cenários hostis.
Não se esqueça: nunca podemos passar sondas por
via nasal em pacientes com suspeita de fratura de
DICA
base de crânio: olhos de guaxinim, sinal de Battle, ATLS é ABCDE! Somente utilize o
rinorreia, otorreia, otorragia, rinorragia. Se fizermos conceito de XABCDE se o autor for muito
claro ao afirmar que há um sangramento
isso, podemos locar a sonda dentro do cérebro!
arterial ativo e incompatível com a vida!
6. X – XABCDE
O controle da hemorragia externa maciça pode ser
feito de duas maneiras:
Na abordagem inicial, deve ser dada ênfase à manu- u Compressão direta
tenção das vias aéreas, à estabilização da coluna u Torniquete (caso o sangramento seja em membros)
cervical, ao controle da hemorragia externa e à
imobilização do paciente para o transporte – neste
último caso, empregando uma prancha longa.
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TRAUMA PEDIÁTRICO
O trauma continua sendo a causa mais comum de Figura 4. Note que o grande occipício faz uma flexão
morte e de incapacitação na infância. passiva da cabeça e bloqueia a via aérea (a). Quando
colocamos um coxim abaixo de todo o torso da criança,
Na infância, a mortalidade por trauma é maior do permitimos o alinhamento e sua abertura (b).
que a mortalidade por todas as demais causas
juntas. A anatomia, a fisiologia e os mecanismos
de trauma causam padrões de lesões diferentes
daqueles causados nos adultos.
As principais causas de trauma na criança são:
u Acidente automobilístico
u Afogamento
u Incêndio
u Homicídio/Maus-tratos
u Queda: crianças pequenas (< de 2 meses) caem
do colo de pessoas. Já crianças acima dessa
idade tendem a cair de móveis.
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Faixa Etária
Sinal
0 – 12 meses 1 – 2 anos 3 – 5 anos 6 – 12 anos ≥ 13 anos
Frequência
< 160 < 150 < 140 < 120 < 100
Cardíaca (bpm)
Pressão Arterial
> 60 > 70 > 75 > 80 > 90
(mmHg)
Frequência
> 60 < 40 < 35 < 30 < 30
Respiratória (ipm)
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FLASHCARD
4. D – NEUROLÓGICO
4 Choro consolável
2 Inquieto e agitado
1 Não responde
Fonte: Elaborado pelo autor.
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ATLS
Atendimento inicial ao
paciente vítima de trauma
Proteção da
A – Via aérea
coluna cervical
B – Respiração
C – Circulação
D - Neurológico
E – Exposição e
controle da hipotermia
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REFERÊNCIAS
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QUESTÕES COMENTADAS
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Questão 4 Questão 5
(FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS – 2017) O (FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA UNICAMP/SP – 2017)
trauma é, atualmente, a principal causa de morte Homem de 22 anos de idade perde o controle da
entre 1-44 anos de idade, desde o início da década motocicleta e colide contra um muro. É levado ao
de 1980. As consequências epidemiológicas variam prontoatendimento por transeuntes. Ao exame físi-
desde óbito até o tratamento médico e hospitalar e co, apresenta: vias aéreas com estridor respiratório,
pacientes evoluindo com incapacidades temporá- sangue em cavidade oral e fratura de mandíbula;
rias ou permanentes. A melhor maneira de se evitar frequência respiratória (FR) de 32 irpm; oximetria
essa morbimortalidade e esse gasto relacionado de pulso (ar ambiente) de 96%; tórax com murmú-
está na prevenção do trauma. A mortalidade no rio vesicular (MV) diminuído à esquerda, enfisema
trauma está diretamente relacionada com o tempo subcutâneo e crepitação no nível do quarto, quinto
e a gravidade da lesão, podendo ser caracterizada e sexto arcos costais; pressão arterial (PA) de 130
por um fenômeno tipicamente trimodal. A esse res- × 80 mmHg; frequência cardíaca (FC) de 120 bpm;
peito, indique a alternativa INCORRETA: abdome e pelve sem alterações; Focused Asses-
ment with Sonography for Trauma (FAST) negativo;
⮦ O primeiro pico de morte abrange os óbitos pra- neurológico – Escala de Coma de Glasgow (ECG) 7
ticamente irreversíveis, ocorrendo segundos ou e pupilas isofotorreagentes. A sequência adequada
minutos depois do trauma, como em TCE grave, das condutas é:
trauma raquimedular alto, afundamento maciço
de tórax e trauma de grandes vasos. ⮦ Cânula de Guedel, colar cervical, toracocentese
de alívio, via aérea definitiva.
⮧ O segundo pico de morte acontece entre mi-
⮧ Colar cervical, suplemento de oxigênio, via aérea
nutos a horas após o trauma, sendo as causas
definitiva, drenagem torácica.
mais comuns a insuficiência respiratória aguda
por obstrução de via aérea, hemo ou pneumo- ⮨ Colar cervical, aspiração da cavidade oral, más-
tórax, TRM com instabilidade cervical e choque cara laríngea, acesso venoso central.
hipovolêmico. ⮩ Aspiração da cavidade oral, acesso venoso, colar
⮨ O terceiro pico de morte ocorre dias até meses cervical, máscara de Venturi.
após o trauma, resultante de complicações e in-
tercorrências, como broncopneumonias, síndro- Questão 6
me da resposta inflamatória sistêmica, doenças
preexistentes agravadas pelo trauma e infecções. (UNICAMP/SP – 2018) Homem, 21a, é levado à Unida-
de de Pronto Atendimento após queda de uma
⮩ O objetivo do ATLS (Advanced Trauma Life Su-
viga de concreto sobre tórax. Exame físico: PA =
port) é centrado em prevenir óbito no segundo
100x70 mmHg, FC = 110 bpm, FR = 36 irpm, oximetria
pico das mortes por trauma; no primeiro pico,
de pulso (sob máscara de O2 15Lmin) = 89%; Tórax:
considerando-se a dificuldade de manter vivo
escoriações, hematomas e crepitação à palpação
um paciente grande traumatizado, pouco pode
à direita, movimento paradoxal, murmúrio vesicular
ser feito.
diminuído em base direita. Radiograma de tórax no
⮪ No método ATLS, pode-se tratar os traumati- leito: opacificação no terço médio e inferior direito
zados por padronização do atendimento, com e fraturas em dois pontos do quinto ao oitavo arcos
avaliação inicial paralela e simultânea aos pro- costais. A HIPÓXIA É CAUSADA POR:
cedimentos de reanimação; porém, o diagnós-
tico definitivo deve ser estabelecido logo no ⮦ Movimento paradoxal pelo retalho móvel.
primeiro momento. ⮧ Contusão pulmonar e dor pelas fraturas.
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Questão 8
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GABARITO E COMENTÁRIOS
Questão 1 dificuldade: não sentem dor local no sacro e não sabem que
estão tendo necrose de pele e subcutâneo.
Alternativa A: INCORRETA. Já temos o diagnóstico
de lesão medular. O paciente tem déficit sensitivo, ✔ resposta: C
com dor e hematoma em região torácica baixa. A to-
mografia não vai alterar o manejo nesse momento:
Questão 2 dificuldade:
o paciente deve manter decúbito dorsal horizon-
tal absoluto, com movimentação em monobloco, Comentário: A mortalidade trimodal do trauma é o
quando necessário. conceito de que existem três picos de incidência
Alternativa B: INCORRETA. Não precisamos aguardar de mortalidade decorrente do trauma. O primeiro,
o retorno do reflexo bulbocavernoso para retirar a que ocorre imediatamente após o trauma, deve-se
prancha, até porque ele pode ficar ausente por se- a lesões graves, como ruptura de aorta e lacera-
manas ou meses! Esse reflexo é de grande impor- ções do SNC. O atendimento médico, mesmo que
tância na avaliação dos pacientes com TRM que imediato, não consegue salvar essas vítimas, sendo
apresentam choque medular. O choque medular indicadas medidas de prevenção, com o objetivo de
pode ocorrer imediatamente após o traumatismo evitar que os acidentes aconteçam. Exemplo: lei
da medula espinhal, mesmo que a lesão medular seca, fiscalização de rodovias, medidas para edu-
não seja completa e permanente; nessa situação, o cação no trânsito. A “hora de ouro” é utilizada para
paciente apresenta ausência total da sensibilidade, designar a primeira hora que sucede um episódio de
dos seus movimentos e do reflexo bulbocarvenoso, trauma, e é de fundamental importância para menor
que normalmente está presente. O retorno desse mortalidade no atendimento ao paciente vítima de
reflexo, que pode ser obtido por meio da estimula- trauma. A hora de ouro coincide com o 2º pico de
ção do pênis ou clitóris, provocando contração do mortalidade, geralmente secundário a hemorragias,
esfíncter anal, indica o término do choque medular, pneumotoráx e hemotórax. Já o 3º pico é aquele
permitindo a determinação do déficit neurológico no qual a morte ocorre de dias a semanas, em ge-
após a lesão. ral após complicações intra-hospitalares (sepse,
Alternativa C: CORRETA. A prancha é instrumento de disfunção multiorgânica).
TRANSPORTE, e deve ser retirada tão logo quanto ✔ resposta: A
possível.
Alternativa D: INCORRETA. Assim como foi comenta-
Questão 3 dificuldade:
do na alternativa A, não precisamos de um exame
de imagem mais fidedigno para retirar a prancha. Comentário: A questão exige o conhecimento das
Alternativa E: INCORRETA. A prancha rígida é fator de etapas da avaliação primária “ABCDE” do ATLS (o
risco importante para úlcera de pressão, especial- que representa cada letra e o que é feito em cada
mente em pacientes com déficits sensitivos, que etapa).
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Alternativa A: INCORRETA. O “D” é a etapa que abran- O primeiro, que ocorre imediatamente após o trau-
ge a avaliação neurológica (nível de consciência; ma, é devido a lesões graves, como ruptura de aorta
tamanho e reação pupilar). A Escala de Coma de e lacerações do SNC. O atendimento médico, mes-
Glasgow permite avaliar, de forma breve, o nível de mo que imediato, não consegue salvar essas víti-
consciência, tornando possível suspeitar de hipogli- mas, sendo indicadas medidas de prevenção com
cemia e intoxicação como causas de rebaixamento o objetivo de evitar que os acidentes aconteçam.
do nível de consciência. Funciona como uma escala Exemplo: Lei Seca, fiscalização de rodovias, medi-
de “triagem”, e não diagnóstica. das para educação no trânsito. Os outros dois picos
Alternativa B: INCORRETA. O “A” não se refere apenas de incidência são minutos a horas após o evento
à patência das vias aéreas. Enquanto as medidas (hemorragias, pneumotoráx e a também chamada
para estabelecer uma via aérea patente são toma- “hora de ouro” no atendimento) e dias a semanas,
das, deve-se garantir a restrição do movimento da geralmente após complicações intra-hospitalares
coluna. Além disso, se o paciente for capaz de se (sepse, disfunção multiorgânica). Após obter esse
comunicar verbalmente, presume-se que as vias conhecimento, identificamos que as opções A, B,
aéreas não estejam em risco imediato, mas é reco- C e D encontram-se corretas. Já a alternativa E traz
mendada a avaliação repetida da permeabilidade um conceito incorreto, uma vez que o diagnóstico
das vias aéreas. definitivo não é estabelecido no primeiro momen-
to. Pense comigo: Como você vai identificar uma
Alternativa C: INCORRETA. O “B” refere-se à respiração
laceração hepática no pré-hospitalar? Você pode
e à ventilação, quando são identificadas/tratadas
até suspeitar, mas o diagnóstico definitivo só vai
lesões, como pneumotórax hipertensivo, hemotó-
se realizar em um segundo momento.
rax maciço, pneumotórax aberto e lesões traqueais
ou brônquicas. A presença de corpo estranho e de ✔ resposta: E
secreções na cavidade oral relaciona-se com a pa-
tência de vias aéreas; portanto, deve ser corrigida
na 1ª etapa da avaliação primária, o “A”. Questão 5 dificuldade:
Alternativa D: CORRETA. A hemorragia é uma causa
importante de morte no contexto do trauma. Por Comentário: Paciente vítima de trauma com moto,
isso, na etapa “C” são avaliados pressão arterial, apresenta-se com estridor respiratório, sangue em
perfusão, aspecto da pele e do pulso. A 10ª edição cavidade oral e fratura de mandíbula. Além disso,
do ATLS traz que “Os fluidos são administrados cri- está dispneico, embora não hipoxêmico. À auscul-
teriosamente, pois a ressuscitação agressiva antes ta pulmonar, MV diminuído à esquerda e enfisema
do controle do sangramento demonstrou aumentar subcutâneo, sugerindo pneumotórax. Apresenta-
a mortalidade e a morbidade”. -se hemodinamicamente estável, sem alterações
no FAST de abdome e pelve. Entretanto, o ECG 7
Alternativa E: INCORRETA. No “E”, deve-se expor o pa-
(< ou = 8) sinaliza a necessidade de uma via aérea
ciente e prevenir a hipotermia. Para isso, pode-se
definitiva. Para resolver a questão, deve-se lem-
usar um micro-ondas para aquecer fluidos crista-
brar do protocolo ABCDE do Advanced Trauma
loides, mas ele nunca deve ser usado para aquecer
Life Support (ATLS). De imediato, as alternativas
hemocomponentes.
A e D seriam eliminadas, pois a primeira conduta
✔ resposta: D é inserir o COLAR CERVICAL, para a estabilização
da coluna, além da suplementação de oxigênio (“A”,
dificuldade:
de airway); esse paciente certamente precisará de
Questão 4
uma VIA AÉREA DEFINITIVA, que, neste caso, deve
Comentário: A mortalidade trimodal do trauma re- ser cirúrgica. Por fim, o seu possível pneumotórax
fere-se ao conceito de que existem três picos de precisará ser drenado, em selo d’água. A máscara
incidência de mortalidade decorrentes do trauma. laríngea deve ser introduzida somente quando não
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se conseguir intubar o paciente ou quando a ven- uma lesão com risco de morte imediata; agora,
tilação sob máscara for insatisfatória (alternativa é um diagnóstico de lesão potencialmente letal.
C incorreta). Além disso, a lesão de árvore traqueobrônquica
✔ resposta: B agora é um diagnóstico diferencial, com risco de
morte imediata.
✔ resposta: B
Questão 6 dificuldade:
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Questão 9 dificuldade:
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