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- OBJETO JURÍDICO
- OBJETO MATERIAL.
- SUJEITO ATIVO
Por se tratar de crime comum, no delito tipificado no artigo 125 do CP, o sujeito
ativo pode ser qualquer pessoa, exceto a gestante.
- SUJEITO PASSIVO.
Obs.: O professor Júlio Fabbrini Mirabete entendia que o produto da concepção não
era titular de bem jurídico e, portanto, o sujeito passivo é o Estado ou a comunidade
nacional.
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BRASIL. DECRETO-LEI Nº 2.848, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1940.
- TIPO OBJETIVO.
O artigo 125 do CP tem como conduta nuclear (verbo núcleo do tipo), o verbo
provocar, que significa dar causa, originar o aborto.
- TIPO SUBJETIVO.
No dolo eventual o agente prevê o resultado (risco próximo) e não se importa com
a produção desse resultado, de modo que não altera a sua conduta.
- CONSUMAÇÃO.
Observação: se o agente praticar a manobra abortiva e o feto for expulso com vida,
vindo a morrer posteriormente (fora do ventre materno) em decorrência da manobra
abortiva realizada, o crime será de aborto provocado por terceiro sem consentimento da
gestante na forma consumada, já que o ataque se deu em face da vida na fase intrauterina
(art. 4º do Código Penal).
- NEXO CAUSAL.
- FORMA TENTADA.
Por se tratar de delito material, e plurissubsistente (a execução pode ser fracionada),
é possível a forma tentada, que se dará quando iniciada a execução o resultado não se
consumar por circunstância alheia à vontade do agente.
- CRIME DE ABORTO. SUJEITO PASSIVO GÊMEOS.
Da mesma maneira que no artigo 126 do Código Penal, havendo a existência de dois
ou mais fetos, a quantidade de delitos dependera do conhecimento pelo sujeito ativo da
quantidade de vítimas. Assim, se o agente tem conhecimento de que a gravidez é de
gêmeos, responderá por dois delitos em concurso formal homogêneo (uma ação e dois
resultados). Se o agente não tem conhecimento dessa circunstância e imagina se tratar de
apenas 1 (um) feto, responderá por crime único.
- FORMA MAJORADA.
Vale ressaltar que lesão corporal de natureza grave a que o artigo 127 do CP faz
menção são aqueles resultados previstos nos §§1º e 2º do artigo 129 do Código Penal.
Assim deverá existir dolo no antecedente (no aborto) e culpa no consequente (na
lesão corporal grave), vale dizer, o dolo do agente é de causação do resultado aborto, não
abrangendo a lesão corporal grave, sendo esta imputável ao agente a título de culpa, haja
vista que eram consequências previsíveis e evitáveis.
Vale ressaltar que o resultado morte a que o artigo 127 do CP faz menção, deve
decorrer de culpa, não podendo decorrer de dolo direto ou eventual, tratando-se de delito
preterdoloso.
Assim deverá existir dolo no antecedente (no aborto) e culpa no consequente (no
resultado morte), vale dizer, o dolo do agente é de causação do resultado aborto, não
abrangendo o resultado morte, sendo este resultado imputável ao agente a título de culpa,
haja vista que era consequência previsível e evitável.
Por se tratar de crime doloso contra a vida, a competência para o julgamento desse
delito é do Tribunal do Júri.