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A cidade fictícia de Warbrooke está localizada no que hoje é o estado de Maine. No entanto, durante
a década de 1760, quando ocorre a narrativa de O Corsário, essa área era parte do que hoje é
chamado Commonwealth. Mais tarde, foi separada de Massachusetts e entrou na União sob o nome
de Maine, vigésimo terceiro estado, em 15 de Março 1820. (Nota da Escritora)
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Muito tempo atrás tinha treinado suas reações faciais para que
ocultassem seus pensamentos. Nicholas conhecia em parte suas
idéias, mas Alex não permitia a ninguém apreciar a profundidade de
sua preocupação.
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com orgulho.
— E não se casou?
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— Meu primo te receberá de bom gosto. Não tem quase nada que
fazer e lhe servirá de distração.
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— Eles estão em seu direito. Se os atacar não fará mais nada não
ser se colocar em mais problemas.
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cárcere.
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pesado caldeirão que pendia sobre o fogo. Queimou suas mãos, mas
também queimou todo o ventre do homem contra o qual o arrojou.
Estava por quebrar uma cadeira contra a cabeça do quinto quando o
estalajadeiro o golpeou na cabeça com uma caneca de cerveja.
Um cântaro de água fria e suja foi jogado contra seu rosto. Alex
se levantou penosamente. Doía-lhe a cabeça e tinha muita dificuldade
para abrir os olhos. A julgar pelo aroma desse lugar, teve certeza de
estar no inferno.
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velha no chão e quem sabe o que mais nos cantos. A parede que tocou
estava fria e viscosa; aquela viscosidade ficou na sua mão.
— Detenha — pediu.
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Como de costume, Nick fez que suas palavras soassem como uma
ordem, não sugestão. Passou a vida dando ordens que todos
obedeciam.
Quando Nick partiu, Alex dispensou o criado que lhe oferecia uma
das toalhas com o monograma de seu amigo, com intenção de secá-lo.
Envolveu o tecido na cintura e se aproximou da janela. Fora já tinha
escurecido por completo, mas as luminárias já estavam acesas e se via
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— Algo assim.
Agora que estava vestido, Alex não tinha certeza do que tinha
pensado no princípio.
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— Compreendo.
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O russo continuou:
— E depois, o que faria? Precisa ajuda, mas quem quer que lhe dê
arriscará sua vida. Além disso, quantos destes norte-americanos
pobres poderão resistir à recompensa de quinhentas libras que
oferecem por sua cabeça? Não, permanecerá a bordo de meu navio,
comigo, e depois navegaremos até sua cidade. Haverá ali alguém que
te atenda?
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Olhou para seu amigo com simpatia. Alex tinha tido alta
temperatura durante toda a semana; seu aspecto era o de quem tinha
passado vários dias em estado de embriaguez: olhos fundos, pele seca
e avermelhada, músculos débeis e lentos.
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que verão.
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—Não sei por que tenho que ir espera-lo, justamente eu — alegou
Jessica Taggert pela milésima vez, com sua irmã Eleanor. — Alexander
nunca representou nada para mim... pelo menos, nada bom.
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A irmã a interrompeu:
— Não comecemos outra vez, por favor. Por que não busca você
marido? Um marido rico, que mantenha aos dois e a todos os meninos.
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Eleanor sorriu.
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— Esse velho com hálito de peixe? Oh, bom, não importa, porque
de qualquer modo vou ganhar. Esta cidade terá que vê-lo: quando
Alexander está sozinho, sem seus irmãos e seu pai, é um pirralho
preguiçoso, cheio de vaidade e condescendência...
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— Esse cais é muito estreito! Tenho certeza de que isso vai contra
os estatutos. Terá visto Pitman? Provavelmente confiscará o navio. E
então o que fará seu precioso Alexander?
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Jessica deu um passo atrás para olhá-lo dos pés a cabeça. Logo
pôs as mãos na cintura e pôs-se a rir. Momentos depois, as pessoas da
cidade começaram a imitá-la.
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— Pobre Sayer...
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— Não sei do que está falando. Não faço mais que admirar suas
roupas... e sua peruca. Faz anos que ninguém usa peruca aqui, em
Warbrooke. — Dedicou ao viajante o mais doce de seus sorrisos. — Oh,
caramba, estou te atrasando quando deve estar faminto. — Olhou
maldosamente para o ventre enorme. — Uma coisa como essa tem que
requerer um esforço constante.
— Bom, Alexander, é hora que volte para sua casa. Deixe-me ver,
você — ordenou, dirigindo-se a Nicholas — se encarregue de trazer sua
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Eleanor baixou a vista a seu prato, aonde havia agora uma porção
de torta de maçãs. Às vezes 'tomava emprestados' algumas provisões
da cozinha de Sayer Montgomery. Fazia raras vezes, sempre em
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— Talvez.
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Alexander levou bastante tempo para vestir-se. Depois de
examinar a ferida, Nick o ajudou a acolchoar as coxas até preencher as
calças de cetim; aplicaram camadas e mais camadas de tecido e
algodão a sua cintura, até que sua barriga sobressaiu em quase trinta
centímetros, e por fim cobriram seu cabelo negro com a grande peruca
coberta de pó. Quando terminaram, usava tantas camadas que a testa
estava se cobrindo de suor.
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Alex jogou uma olhar para Eleanor, que dirigia às duas mulheres
encarregadas de cozinhar na lareira aberta. O salão era uma
combinação de cozinha, salão e sala de reuniões. Devido ao fato que a
família Montgomery fosse proprietária da maior parte de Warbrooke,
também, a maior parte dos negócios corriam por conta da família.
Durante o dia, quase todos os vizinhos da cidade se apresentavam
nesse salão por um motivo ou outro. Sayer Montgomery sempre tinha
cuidado de que houvesse mantimentos e bebida preparada para todos
que vinham a sua casa.
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Sua irmã assentiu sem dizer uma palavra, ainda furiosa com Alex
por ter feito que rissem dela. O fulminou com o olhar, sem se incomodar
em saudar os que gozavam com sua humilhação, e saiu da casa sem
voltar à cabeça.
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Para ele, a cena foi quase divertida. Para seus vizinhos era
patética.
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— Em efeito.
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Não podia apressar o passo para não arruinar sua imagem diante
de quem pudesse vê-lo. E não era fácil se apressar sem estragar seu ar
lânguido. Tinha que alcançar essa criança e averiguar o que tinha
ouvido.
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Alex tentou de que seu rosto não revelasse suas emoções. Pelo
que parecia, esse pirralho tinha contado tudo. E que memória
surpreendente, para não mencionar a acuidade de seu ouvido! Voltou-
se de costas para que Jess não visse seu rosto. Devia achar o modo de
lhe impedir de falar. Se tudo isso chegasse aos ouvidos do povo...
Pensou em seu pai, que já estava inválido. Esse golpe poderia matá-lo.
— Já percebi.
Jess avançou para ele. Alex era mais alto, mas a postura
encurvada que mantinha o reduzia à estatura da moça.
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nunca os tinha ouvido na boca de uma mulher, mas ele não escutou
uma palavra. Os lábios de Jess chegaram a está muito perto dos seus.
A moça se deteve abruptamente e retrocedeu. Alex respirava quase
ofegando.
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Alex tinha visto chegar o golpe, mas não fez nada para impedi-lo.
Quem tivesse ouvido o que ele falara naquela manhã, entenderia que
ela tinha o direito de esbofeteá-lo à causa de suas dores. Afundou as
mãos no acolchoado de suas coxas para não estreitá-la entre seus
braços e lhe dar um beijo.
E se afastou dele, muito ereta com seu belo corpo, para subir pelo
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o bosque.
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— Se lembre do que te digo: Ben Sampson vai perder tudo quanto
possui — estava dizendo Eleanor.
— O que significa isso? Só disse que não come tanto como para
ser tão gordo e que foi muito cortês e respeitoso. Não nos deu nem um
pouco de trabalho a mais — afirmou a irmã mais velha, enquanto
cortava a cabeça de um peixe grande.
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— Você não sabe nada dele — disse Jess, pensando no que Nate
tinha ouvido. Se apanharem ao Ben e confiscavam sua propriedade,
Alexander sairia beneficiado. — Eu gostaria que Adam ou Kit voltassem
para casa. Eles tirariam Pitman daqui a chutes.
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— Boa noite. Vamos ter uma noite muito clara, não acha?
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— Voltem diante seu amo e lhe digam que, se voltar a fazer falsas
acusações, terá que responder diante do Corsário. — Arrojou a linha
da rede a um dos soldados e ordenou: — Leve-os.
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— Não me toque.
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Jessica levantou a vista, piscando pela água que jorrava por seu
rosto.
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Jessica, sem pensar duas vezes, deixou-se cair contra ele e chorou
como se tivesse rompido o coração.
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— Pois eu gostaria de ter cem anos agora mesmo. Não sei como
vou enfrentar amanhã as pessoas desta cidade.
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E saiu do quarto.
—Nathaniel!
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Sayer sorriu.
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— Você saiu para embriagar-se por esse Corsário, esse vilão que
só procura fama?
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— Não preciso que ria de mim — disse, com as mãos nos quadris.
— Não vim para rir de você. Só queria te dizer que não merece o
que ocorreu ontem à noite. Acredito que o Corsário fez mal.
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preciosas roupas? Por quê? O que quer de mim? Vinte e cinco por cento
do que eu ganho?
Jess ia soltar uma réplica mordaz, mas ao ver seu rosto sorridente
ela também começou a sorrir.
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te comprarei o vestido.
— Oh...
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para que Ben pudesse retirar seu chá. Sabe que todos se foram, não?
Ben, sua esposa e seus quatro filhos partiram no meio da noite. Não
acha que o Corsário lhes deu a oportunidade de escapar de Pitman?
— Não te ocorreu pensar que, se aceito vinte e cinco por cento dos
lucros de meu estimado cunhado, saberei quanto ganha? Já que somos
mais ou menos sócios, posso examinar seus livros. Quer dizer, se ele
começar a confiar em mim, poderei saber que navio pensa apreender
de imediato. - E lhe soltou o pulso.
– Pois pense.
Depois do que esse cavaleiro lhe tinha feito, custava a Jess pensar
nele se não fosse com ódio.
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—Não tem alguma idéia de quem pode ser? Depois de tudo, viu-o
muito de perto.
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— Provemos.
Alex obedeceu.
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Mutuca - Nome que se dá a um tipo de mosca que pica os cavalos, assim como alguns outros animais,
sugando o seu sangue. A denominação é comumente aplicada a uma nova mosca preta que vive próximo aos
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açudes, valas e fossos à beira das estradas, assim como cursos de água das Américas (NT).
— Nem por ser gordo sou menos homem — objetou Alex. Só usava
calças de montar que se aderia a suas coxas grandes e fibrosas. O sol
bronzeava a pele de suas largas costas.
— Não sou tão bom ator. Ela deveria perceber que eu... de que...
— De que a desejas?
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— Já me desculpei por isso. Pelo menos, fiz o que pude. Não teria
procurado uma mulher agressiva e tola como Jessica se não tivesse
motivos.
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O suor que jorrava pelo pescoço de Alexander se mesclava com o
pó da peruca, formando uma massa irritante. Teria querido tirar a
peruca para se coçar, mas manteve sua lânguida postura, escancarado
no duro sofá da sala dos Wentworth.
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belo.
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Foi um prazer ouvir que os dois homens presentes riam até mais
que antes.
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Alex grunhiu.
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Alex sorveu seu rum, pensando que talvez ela fosse das Taggert
provida de cérebro.
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ancoradouro. Nate subiu pela corda que sua irmã lhe jogou pela
amurada.
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e esperando.
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marinheiro.
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Tiraram-na aos puxões de seu navio para levá-la pelo cais e pela
prancha de Golden Hind. Depois a empurraram até fazê-la cair de
joelhos diante do capitão inglês, com George a seu lado.
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Embora não pudesse ver muito bem seu amigo, percebeu seu
aborrecimento com muita claridade.
— Mas eu...
— Por que está tão zangado? — gritou ela, para fazer-se ouvir por
sobre o ruído da carreta.
Ele a levou por um caminho de terra até deixar para trás o bosque.
Quando começaram a subir a colina, Jess compreendeu que se
encaminhavam para a encosta mais próxima.
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— Com o George?
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— Está zangada com ele, verdade? Não te ocorreu pensar que esse
beijo pôde ser uma maneira de dizer: obrigado?
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Alexander olhou a seu redor com cautela. Tinha sido difícil
resgatar George Greene do castigo do látego. Nicholas tinha ajudado
instalando seus criados atrás da multidão. No momento em que Alex,
vestido de corsário, preparava-se para sair a galope de seu esconderijo,
Nick deu a ordem de fazer fogo. Na confusão conseguinte, o cavaleiro
pôde cruzar a multidão, subir George a sua sela e escapar sem dano.
Levou muito tempo para escapar dos soldados ingleses, mas estes não
conheciam a zona; tinha sido um jogo de meninos ocultarem-se e fugir.
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— Ohhhhh!
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A moça era quente e estava bem disposta... mas nem por isso
deixava de ser a filha de Wentworth, velho amigo dos Montgomery.
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— Volte para sua casa, com sua mãe — disse, com voz um pouco
estremecida. Que castigo, ser o Corsário em sua cidade natal! Em
qualquer outro lugar se sentiria em liberdade de aproveitar-se dessa
jovem sem pensá-lo duas vezes. — Volte para sua casa, Abby, por favor.
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Por isso estava ali, fazendo trabalhos de menino. E tudo por culpa
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— Se me tocar, vai...
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Ela piscou por duas vezes. Por fim, com um movimento brusco,
afastou-o de si e se levantou. O Corsário, sorridente, olhou-a com
fixidez.
Ele levou a ponta dos dedos aos lábios para jogar um beijo.
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Era como se pela primeira vez não desse crédito a si mesma. Por
fim começou a andar para sua casa.
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— Pelo que sei, tampouco para você está muito bem. Enlameou o
chão da cozinha?
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— Riem dela por suas roupas, por seu velho navio e por esse
bando de pirralhos, mas ela faz o melhor que pode. A pequena Molly
me disse que Jess só tem aquela calça que usa para pescar e esse velho
vestido verde, tão feio. — Deixou de escovar. — E o Corsário rasgou seu
vestido.
— Sim, acredito que sim. Não era minha intenção, mas foi culpa
de Abigail. "Faça de mim o que queira", — repetiu, zombador. — e lá
estava Jessica, estendida na terra. Dormia, mas no princípio acreditava
que estava ferida e o Corsário... quero dizer, abracei-a e ela me golpeou
e...
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Nick.
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— Ah.
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— Não sei. Pareciam muito bons amigos e agora não o vê. Esteve
zombando outra vez dele?
— Não. Não ri mais dele. Não lhe ameacei com o dedo. Não me
escondi atrás das portas para assustá-lo quando passa. Você deveria
saber muito bem por que não o vejo, por que não vejo ninguém.
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— E qual foi?
— E por que não se casa com ele? É rico. Poderia lhe proporcionar
um bom lugar para você, Eleanor e a seus irmãos viverem. Também
roupas bonitas e todas as coisas que as mulheres desejam.
— A que vem tudo isto, Alex? E o que tem nessa caixa? Eleanor
disse que passou a semana cortejando. Tem algum problema?
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— Sem dúvida alguma. Além disso, seu pão é delicioso. Seu pai
gostaria. Propôs?
Iluminou o rosto dele ao redor dos olhos, que tinham uma fria
expressão de aço.
— Você gosta?
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Jess bocejou.
— Ah! Você também vai me dar ordens! Já tenho muito com seu
pai e minha irmã. Acontece que Ethan veio comprar peixe... e veio com
sua mãe, para carregar as cestas.
Alex relaxou.
Alex estava muito erguido em sua pedra, rígido como uma espada.
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Tratava de andar e falar com tato, mas era muito difícil. Olhou
significativamente o ventre e o cabelo de Alex.
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— O que acontece com meu cabelo? Ah, sim, também o perdi. Uso
peruca para cobrir a careca.
— Que mulheres?
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— Sim, e pequena, mas sem lábios. Olhe Alex, seu pai tem oitenta
hectares de terras boas para o cultivo. Está bem! Esqueçamo-nos de
Nelba. É certeza que alguma das moças tem que ambicionar seu
dinheiro.
— Mas Alex...!
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que, com o espaço de cais de seu pai e essa linda mansão, acharemos
uma jovem bonita e que não se importe com a sua barriga nem a
calvície. Talvez tenhamos que procurar pelo sul, porque entre as
mulheres que conhecem seus irmãos não haverá possibilidades. Mas
não se preocupe.
Jessica saiu de casa para esvaziar uma artesa de água suja e, por
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— Um amigo.
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— Importar-te-ia isso?
— Diz de verdade? Vim esta noite só para ver-te. Sei que está
escondida por me haver ajudado e queria te agradecer.
Ele a beijou quatro vezes. De algum modo, aquilo era mais íntimo
que um só beijo longo.
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— Jessica!
— Deve ir.
Pelo resto daquela noite, Jessica só esteve pela metade com sua
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família. Como era possível que um homem que há tão pouco conhecia
representasse tanto para ela? Como podia ela representar algo para
ele? Entretanto, o Corsário parecia interessar-se por sua sorte.
Claro que não se importava com nada dele. Só porque era mais
corajoso que cem homens juntos, só porque arriscava a vida por ajudar
a outros, só porque a beijara até deixá-la sem fôlego e a preferisse em
detrimento de outras mulheres de Warbrooke... Não, todo isso não era
motivo para pensar nele.
Mas não comia. Nathaniel passou o prato de sua irmã mais velha
para Molly e Sara, sem que ela se desse conta sequer.
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— Você tem que vir comigo – disse o jovem soldado inglês, olhando
diretamente a Jessica.
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a ela.
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aborrecido.
— Pois não vou tolerar isso — disse Alex, com voz mais e mais
aguda. — Quero que compreenda bem: não vou tolerar. Vamos,
Jessica.
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— Não sei quem é e nem como estabelecer contato com ele. Não
sei absolutamente nada. — "Só como correm suas mãos por meu corpo",
pensou, mas era algo que não diria a Alex, nem a ninguém.
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— Não dizia que esse Corsário era um covarde? E que tinha medo
de mostrar o rosto sem máscara?
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Jess lhe deu uns tapinhas no ombro. Mariana a fazia sentir muito
pequena e leve.
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— O que desejava?
— De cortesia, sim. Não tem calor com tanta roupa, Alex? Aqui
não há ninguém, poderia tirar essa peruca. Não me incomoda a careca.
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sacos.
Caminhou para trás por um trecho, até que tropeçou com uma
pedra e cambaleou. Então se deteve para olhá-la até que eles se
perderam de vista.
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— O que significa isto, Jessica? Faz dois dias que age tão
estranha, como se tivesse a mente em outra parte.
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Quando chegou a casa seu passo era quase alegre. Fez entrar a
menina e ia segui-la, mas no momento em que posava a mão no trinco
da porta, algo... não, alguém a segurou. E não cabia dúvidas sobre
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Jess tratou de libertar sua mão, mas ele a segurou com firmeza
e... Oh, céus... começou a lhe beijar a palma e a parte interior do pulso.
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— Ethan?
— Não era isso o que queria dizer, não — sussurrou ela. — Não
me diga que estou equivocada ou não. Não quero saber quem é. Não
sei por que me escolheu. — Levantou o rosto para olhá-lo nos olhos. —
Ou não? A quantas outras mulheres visita em segredo, as arrancando
de suas casas durante a noite? Assoviando quando tratam de dormir?
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O Corsário – Jude Deveraux
suficiente contigo. Claro que você não é tão leal. Você gosta de Ethan
Ledbetter, passas a metade de sua vida com Alexander Montgomery e
até incentiva o velho Clymer.
— Ah, Jessica... Para mim é muito importante saber que não quer
que me detenham. Faria-te sofrer que me enforcassem?
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O Corsário – Jude Deveraux
— Por quê? — negou ela, furiosa. — O que é você para mim? Não
sei quem é. Nunca mantivemos uma conversa. Não tem feito nada a
não ser...
— Não tenho feito nada a não ser te amar. Nenhum outro pôde
penetrar sob a carapaça da senhorita Jessica. Outros pensam que não
precisa de ninguém, mas eu sei que não é assim. Precisa de um homem
tão forte como você mesma.
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explicação.
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O Corsário – Jude Deveraux
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À manhã seguinte, as cinco em ponto, as irmãs partiram para a
casa dos Montgomery. Para Jessica foi um alívio que Eleanor não
fizesse nenhuma pergunta; ela murmurou algo sobre que precisava
falar com Mariana, mas a outra parecia preferir não estar inteirada do
que sua irmã fizesse.
— Admito que seu caráter seja muito tentador como a sua pele,
mas agradeceria que se aproximasse de me dissesse o que está
acontecendo. E fecha essa porta.
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— Por acaso descobri algo durante a tarde. Meu marido não tem
idéia de que estou sabendo. Veja: a carga de pólvora é uma armadilha.
— Uma armadilha?
Jessica se sentou.
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— Sim.
— Não acredito que seja possível. Só posso tratar de estar ali esta
noite para advertir-lhe.
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— Jessica — exclamou.
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— Quem é?
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— E você pensa que fui eu? Depois do tratamento que recebi desse
homem? Pois deveria ser a última suspeita.
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— Coloquem fogo.
— Deixar sem moradia mulheres e meninos não tem nada que ver
com o rei. Se quiser capturar seu Corsário, por que não o persegue em
vez de descarregar sua cólera contra estas indefesas crianças?
Alex não deixou de apontar com suas pistolas até que ele e seus
soldados tivessem abandonado a enseada.
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— Terá que tirar daqui aos meninos. Podem ficar em minha casa,
por enquanto.
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Jessica, sem dizer uma palavra, levantou Sam e o abraçou até que
também ele começou a chorar.
— Cerziremos.
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Alex se voltou para olhá-la nos olhos e lhe deu uma pequena
sacudida.
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Por essa vez, Pitman tinha sido frustrado, mas ninguém podia
assegurar o que faria o homem quando não estivesse ali Alex ou alguma
outra pessoa para detê-lo.
— Mas você está relacionada com ele, Jessie. Encontra-se com ele
de noite e o salvou das explosões, verdade? É a única mulher capaz de
caminhar entre pólvora. O senhor Pitman tem que sabê-lo.
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— Por que não salvou ela o Corsário? Veio te buscar porque você
é corajosa e ela não. Lorde Alex também é corajoso.
— Pois que espere — disse Alex. Já que estava em sua casa e com
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— Ah, ouvi dizer que o Corsário estava ferido. Seu cunhado está
te procurando com cães. E também a essa mulher.
— Vou lavar isto com água, para que o sangue saia. Suponho que
a mulher era a senhorita Jessica.
— Salvar Jessica. Pitman foi diretamente para sua casa, tal como
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eu esperava.
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— E agora os Montgomery parecem ter adotado os Taggert — disse
a senhora Wentworth. — Acredito que querem praticar a caridade
cristã, poderiam haver escolhido uma causa mais digna.
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— Todo mundo pensa que Jessica Taggert teve muito que ver. O
senhor Pitman tinha direito de revistar sua casa, embora eu não tenha
gostado que nos despertassem a todos no meio da noite para ver se
faltava alguém. Como se nós nos misturássemos com rufiões como esse
Corsário! — A senhora Wentworth olhou para sua filha com ferocidade.
— Em minha família ninguém se envolverá nunca com alguém assim.
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cãozinho.
E fugiu da sala.
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Claro que teria que ter alguma prova... se por acaso as pessoas
não lhe acreditassem. Sorridente, pensou nas chamas da lareira, no
térreo.
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— É obvio, Alex.
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— Disse a todo mundo que era ela quem havia salvado o Corsário.
E como prova mostrou seus cabelos chamuscados pela explosão.
— Quem pode saber o que pensou? Você mesma não disse muito
sobre essa noite. O Corsário se mostrou muito agradecido?
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— Alex, não comece outra vez com seus ciúmes. Lamento muito
que Abby esteja apaixonada pelo Corsário e sei que você a cortejou,
mas ela não te convém, me acredite. Não tem uma grama de miolo,
como demonstra este episódio. E bem o que vamos fazer?
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— Como pode dizer isso depois do que ele tem feito para ajudar à
cidade? Ao menos ele faz algo por se opor a Pitman. Tomou uma
posição, a diferença de outros.
— Eu não gosto que diga essas coisas, Alex. Tenho certeza de que
o Corsário tinha boas intensões quando foi em busca da pólvora. Só
que era uma armadilha. Dá-te conta de que neste momento poderia
está agonizando em alguma parte? Não sei se está ferido com gravidade.
E não pode procurar ajuda médica para não se delatar. Esse homem
merece mais respeito do que você lhe concede.
— Vejamo-la — disse.
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— Não pode tirar esse homem da cabeça, sequer por uns minutos?
Refiro a um homem qualquer: um marinheiro, um empregado, um
pelicano macho, pouco isso me importa, desde que saiba falar. Se
alguém se apresentar diante da corte e declarar que esteve essa noite
com Abby, sem que se inteirassem seus pais talvez a absolvessem.
Jess sorriu.
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— Quem?
— Prefiro que seja uma surpresa para você. Deixa o assunto por
minha conta. Arrumarei isto como já o fiz com seus outros problemas.
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O juiz, com sua peruca longa, pediu ao Ethan que repetisse sua
declaração.
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— Não sei por que está tão zangada. Simplesmente apelei a seu
patriotismo. Disse-lhe que assim ajudaria a seu país e sobre tudo a sua
cidade.
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— Mas Ethan terá que passar o resto de sua vida com a idiota da
Abigail!
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por essa armação que saiu barato. Se a cidade não estivesse alvoroçada
pelo Corsário teria sido muito pior. E Abigail! Me espanto que não a
tenham apedrejado.
— Arriscou a vida dos dois! Não tinha certeza de que o juiz não os
sentenciasse ambos a morte.
Alex sorriu.
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manter longe dos Taggert por um tempo, incluindo a mim, para nos
deixarem um pouco em paz?
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A chegada do almirante inglês em Warbrooke imobilizou a cidade
quase por completo.
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à voz de trovão do almirante, foi que era preciso aplicar mão firme para
que o menino não se malcriasse. Não lhe custou compreender que o
menino era a América.
Alex jogou uma olhada por sobre o ombro se por acaso o almirante
e seus homens estivessem já à vista.
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Com cara de desgosto, ela desceu pela prancha para vir ao seu
encontro.
— Mas o que você tem? Não quero conversar contigo. Nem sequer
desejo ver-te. E agora me solte. — A moça girou a cabeça. — Quem são
essas pessoas?
— Me escute bem, Jess. O que eu vou dizer pode salvar sua vida.
Somos súditos ingleses. Os ingleses nos consideram filhos deles. Os
direitos legais são deles. Talvez, algum dia, possamos mudar isso, mas
no momento eles têm todos os direitos.
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— Não! — Conseguiu uivar Jess, antes que Alex cobrisse sua boca
para sossegá-la.
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Alex se recostou contra a porta para que ela não pudesse abrir.
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—Não, não pode. Esse homem traz o ódio no olhar. Pensa matar
o seu Corsário... e se não puder fazê-lo agora mesmo, se desforrará com
qualquer um que tenha relação com ele. Tem intenções de te usar como
exemplo.
— Pois pode usar como exemplo a outra pessoa. Tira seu gordo
corpanzil dessa porta e me deixe sair.
— Me diga o que queira, mas não sairá daqui. Esse inglês adoraria
ter qualquer motivo para enforcar a alguém. Conheço seu tipo. Estaria
feliz se pudesse pendurá-la no mastro antes de colocar fogo no navio.
Só quero manter-te com vida, embora incendeiem seu navio.
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que me deixou, além de irmãos para criar. Nenhum dos moços o quis.
Eles queriam singrar o oceano em grandes navios; não quiseram se
aproximar sequer da fedorenta Mary Catherine. Mas Eleanor e eu
compreendemos que era um meio para alimentar a mamãe e os
meninos. Sabe o quanto me custou conseguir que alguém me ensinasse
a pilotá-lo, só por ser mulher?
Alex também deslizou até o chão, para apoiá-la contra seu ombro,
e entregou a garrafa de whisky.
— Disse-o, é verdade. Mas teria dado tudo quanto possuía por seu
navio ou qualquer outro. Minha mãe não queria que eu embarcasse.
Já tinha entregado ao mar seus dois filhos mais velhos e não estava
disposta a renunciar de seu filho pequeno.
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— Você e seu Corsário! É por culpa desse idiota que a cidade está
neste aperto! Se ele não tivesse metido o nariz procurando glória, seu
navio estaria inteiro e não haveria varias vidas em perigo, incluindo a
tua. Em todo caso deveria odiar esse homem em vez de elogiá-lo.
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— Não percebe que é preciso fazer alguma coisa para impedir que
os ingleses nos tratem assim? O Corsário, sim, sabe. Não temos os
mesmos direitos que os ingleses. Como é possível que esse homem
incendeie meu navio só porque deseja muito? Que defesa me cabe?
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— Nem pense. Por hoje não porá um pé fora desta casa. Seria
capaz de ir diretamente aonde esteja o almirante para desafiá-lo a um
duelo e, a murros. Penso te manter com vida dia a dia. Agora me conte
a que se referia quando falava de patriotismo.
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Ele sorriu.
— Os Taggert não...
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— Não me toque.
— Me acompanhe, Nathaniel.
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Tinha tido que levar o exausto menino nos braços até a cama.
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— Jessie.
— Jessie.
— Está aqui. Está bem — exclamou Jess, com lágrimas nos olhos
e na voz. — Deixa que te veja. Deixe-me ver a ferida.
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quadris e as coxas.
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— Mas...
Ele a beijou.
— Se acha que...
— Nem pense...
— Não, eu...
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O Corsário sorriu.
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— Da covardia.
Ela vacilou.
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— Talvez não reconheça seu rosto quando o vir, mas sim, outras
partes de você. Será melhor que, quando caminhar pela cidade,
mantenha-se vestido.
Ela desejava voltar ao tê-lo entre os braços, mas por mais que se
esmerou em seus movimentos, o Corsário não voltou a tocá-la.
Enquanto ele se vestia, sem deixar de observá-la, com toda segurança,
a moça acreditou ouvir alguns gemidos, mas esse homem parecia ter
um infinito autodomínio.
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— Não somos crianças, como bem sabe — falou ela, em voz baixa.
— Somos adultos e temos a inteligência necessária para governarmos
sozinhos.
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Ao fim recolheu suas redes e sua pesca para iniciar a volta para
casa.
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Jessica, fatigada, deixou cair uma carga de peixe e lagostas na
mesa grande do salão dos Montgomery. Eleanor reclamou secamente
para Molly por não prestar atenção ao que fazia, colocou alguns
pãezinhos de milho no forno, brigou com o cão que vigiava o assador e
olhou com mau semblante para Nathaniel por já não estar limpando o
peixe.
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— Sou eu, Alex. Jessica. Eleanor está preocupada com você. Abre
e me deixe entrar.
Jessica ia dizer algo mais, mas por fim encolheu os ombros com
um sorriso.
Não estava disposta que esse homem lhe indicasse o que fazer e o
que não. Deu a volta pela casa, cruzando entre ervas altas e matas,
para aproximar-se do dormitório de Alex.
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Não foi fácil cumprir com sua promessa. Primeiro teve que
perseguir Eleanor por quatrocentos metros de bosque. Por sorte, como
a mais velha das irmãs não estava habituada a caminhar de noite, Jess
a encontrou enrolada com um arbusto de amoras. Então teve que
escutar outra contagem das múltiplas virtudes de Alexander
Montgomery. Quando Eleanor ficou sem mais elogios, empreendeu-a
contra o servo de Nicholas.
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— Às três da manhã.
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Algo que não precisava, era que Jess visse sua juba escura, pela
qual tinha deslizado seus dedos aquela última vez.
— Se volte.
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— É tua culpa, Alex. Colocou esse touro diante de sua porta, que
não deixa entrar ninguém.
— Pescar.
— Nada mais?
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— Enlouquecido.
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— Não queria te fazer dano, mas diz coisas tão horríveis que me
esqueço de sua pouca saúde.
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Jess vacilou.
— Acredito que não. Direi a ela em casa. Tenho que passar por lá
e pegar minhas redes.
— E para quem está tão perto da morte o que importa uma hora
a mais de fome? — Alex desviou a rosto para um lado.
Jessica suspirou.
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Voltou trazendo frango frio, pão e queijo, veio com água e ovos
duros. Pôs a bandeja junto de Alex, com intenção de retirar-se
imediatamente, mas ele parecia incapaz de não levar nada à boca.
Minutos depois Jess se encontrava a seu lado, de pernas cruzada,
comendo de bom grado, tanto quanto ele. Então começou a lhe contar
suas idéias de distribuir panfletos entre as pessoas de Warbrooke.
Foi assim que Jess contou tudo quase sem dar-se conta... exceto
seus amores com ele.
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E saiu do quarto.
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Como não houvesse sinais do Corsário depois da chegada do
almirante e a cidade se mostrava acovardada com as tropas inglesas,
Westmoreland começou a relaxar. Desfrutava vendo que os habitantes
de Warbrooke passavam com a vista baixa e expressão furiosa, mas
sem atreverem-se a contradizê-lo. Até começou a se gabar. Dizia a
quem queria ouvi-lo que antes só fizera falta punhos de ferro.
Por isso não estava preparado quando o Corsário fez sua próxima
aparição.
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Assim dizendo, voltou para a casa. Por isso não viu que a senhora
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Olhou para Alex e lhe tirou a pluma, depois deslizou o dedo pelas
outras cinco colunas e escreveu o total ao pé de cada uma. Por fim
voltou a pôr o livro sob o nariz dele.
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— Quem é? — bramou.
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Jess cruzou o lugar a toda carreira. Deixou para trás Abigail, que
a olhava como se não soubesse se acreditava que ela era tola ou Santa,
recolheu seus moluscos sem deter-se e continuou a caminhar para a
casa dos Montgomery.
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— Eleanor já se foi?
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"E maldita seja esta, também, por haver-se casado com o Pitman e
iniciado todo isto".
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salvador.
— Acredito que esse homem não faz nada a não ser provocar mais
problemas. Se não aparecesse, talvez o almirante voltasse para a
Inglaterra.
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Jessica custou em descobrir o modo de pescar vestindo saias. Já
que estava sozinha na pequena enseada que tinha chegado a
considerar dela, - dela e do Corsário, pensou com um sorriso - tirou o
xale do profundo decote quadrado e a usou para atar à cintura a bainha
das saias. Ao retirar a xale tinha deixado seus seios bastante
descobertos, mas estava muito atarefada para prestar atenção ao
detalhe. Tirou os sapatos e as meias e, com as pernas descobertas até
o joelho, arrojou suas redes.
— Já havia dito a Alex que não teria idéia do que estava passando.
Não ouviu o almirante, Jessica? Disse que devia se casar, com alguém
em um prazo de quinze dias.
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— Não sei nada disto. Deixe que Alex, encarregue-se de falar com
esse homem. Parecem muito amigos – insinuou ela, com malicia.
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assunto.
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Eleanor e Alex tiveram que discutir com ela durante a maior parte
da primeira semana para convencê-la de que o almirante tinha falado
com toda seriedade ao lhe ordenar que se casasse. Havia certas
ameaças pendentes: contra sua casa, sua família e seu modo de ganhar
o sustento, para o caso de que não o obedecesse e o fizesse ficar como
tolo. O almirante tinha chegado a lhe apresentar ao homem com quem
a obrigaria a casar-se se não escolhia marido ela mesma: um idiota
corpulento, cujo grosso lábio inferior babava sem cessar.
Westmoreland tinha soltado uma gargalhada com o involuntário
estremecimento da moça.
Mas a rotina familiar, como arrojar e recolher suas redes, fez com
que Jess pensasse em quais seriam as mudanças de sua vida se
contraía matrimônio. Até esse momento, nenhum de seus pretendentes
tinha mencionado seus irmãos; alguns deles sentiam uma decidida
antipatia por Nathaniel.
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— Por que não? — ofegou ele, avançando sempre. — Vim por que
está aqui. Amo-te há anos, Jessica. Se case comigo. Darei-te o que
queira.
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— Quero que seja minha esposa. Quero te ter sempre. Quero que
seja minha, Jessica, minha por toda a eternidade.
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— Já se decidiu?
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— Carne e osso que não está aqui. Como sabe que não é nenhum
de seus muitos pretendentes?
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— Mas não pode esperar até esse dia. Restam quatro dias. Depois
terá que se casar com alguém.
— Esperarei.
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— Alex!
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Jessica, sentada no chão de sua própria casa, assava um peixe
trespassado em uma larga varinha, sobre o fogo da lareira. A casa
parecia extremamente silenciosa sem os meninos. Não havia risadas e
nem prantos, ninguém que lhe saltasse às costas e pedisse uma
cavalgada. E ela, em vez de desfrutar dessa calma, sentia falta dos
meninos. Até sentia falta de Eleanor, pelo menos, à antiga Eleanor, a
que não passava a vida lhe gritando.
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— Jessica?
— Vai.
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— Não é tão feio, Alex, sobre tudo quando não coloca essas
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Ele sorriu.
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— Ficarei com eles, — afirmou ele — faça o que fizer. Meu pai
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passa muito tempo com Nate. Mariana acabará por afeiçoar-se com ás
meninas. Assim só ficam os outros varões. Sam me segue a todas as
partes como um gordo ganso. Quanto a Philip...
Jess lhe teve muita lástima. Assim, recortado pela luz do fogo, só
via dele seus ombros largos, sua mandíbula magra e sua bondade.
Recordou todas as vezes que a tinha ajudado e todas as oportunidades
em que ela o tinha feito alvo de seu mau gênio.
— Obrigada por tudo o que tem feito por mim, Alex. Obrigada por
suportar os meninos e por tolerar meu mau caráter.
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— Amá-lo? —sussurrou.
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— Pois não quero que o veja. Se esta noite se encontrar com ele
jamais se casará comigo.
— Oh, eu não gostaria de sair com este frio. E me parece que está
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por chover outra vez. Já viu como me molhei ontem à noite. Não pode
enviar a outro? A alguém saudável, como Nick.
— Esse bruto?
— Que contou?
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— Mas você sim, pequeno espião. — Alex atraiu Nate para si. —
Deveria te dar umas palmadas no traseiro. Desde quando sabe?
— É que estava muito triste. Ela queria ver você antes de se casar
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com você.
— Bem, sua irmã verá esta noite o Corsário. Quero que volte para
casa. Eleanor está preocupada com você. Diga-lhe que fui em busca da
Jessica.
E saiu à chuva.
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— Jessie...Jessie...
Jess estava muito feliz de voltar a vê-lo para zangar-se porque rira
dela.
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Ele riu de prazer com sua exuberância e rolou com ela até tê-la
sobre seu corpo, sorriu ao observar o prazer e a surpresa em seus
olhos. Guiou-a por alguns momentos e voltou a rolar para tê-la por
baixo, mas nessa oportunidade levantou suas pernas ao redor de sua
cintura e pôs as mãos sob as nádegas de Jessica para elevá-la para si,
enquanto empurrava mais e mais.
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O Corsário – Jude Deveraux
— Alexander?
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verdade?
O que ele tentava dizer chegou, por fim, ao cérebro de Jess. Tentou
afastar-se, mas ele a retinha.
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O Corsário – Jude Deveraux
filhos próprios? O que sei de você? Devo ter parecido ser muito fácil.
Sem dúvida ri de mim com seus amigos. A quantas mulheres há...?
— Nesse caso, não deixe que me case com outro – sussurrou ela.
— Que porco! Deixa que me case com Alex porque ele não pode
me dar o único você me dá.
— Alexander tinha razão ao dizer que não era grande coisa como
Corsário. Agora percebo que tampouco é grande coisa como homem.
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O Corsário – Jude Deveraux
Ela relaxou o corpo. Assim que ele deixou de segurá-la, rolou pelo
chão para afastar-se.
— Talvez não, mas ele teve para comigo bondades que você com
toda sua bravura, jamais compreenderá. — Permaneceu muito quieta
sob a claridade de lua, com a roupa interior. — Quero que algo fique
muito em claro: esta é sua última oportunidade. Última: não haverá
mais. Se amanhã me casar com outro, o desta noite não voltará a
repetir-se.
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O Corsário – Jude Deveraux
Ele sorriu.
— Não poderá.
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O Corsário – Jude Deveraux
15
O dia das bodas amanheceu chuvoso, triste e cinza. O mundo
parecia tão desventuroso como Jessica. Ela manteria a cabeça erguida,
negando-se a pensar nas previsões do Corsário. Mas não pensava
converter-se em uma heroína trágica, que se casava com um homem
estando apaixonada por outro. Desse dia em adiante afastaria o
Corsário de seus pensamentos.
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O Corsário – Jude Deveraux
marcha.
— Alex!
— Não deveria estar aqui. Não ouviu dizer que traz má sorte ver a
noiva antes das bodas?
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Ela sorriu.
Era muito grande para Jess, mas o vermelho dava ainda mais
brilho a seu cabelo e mais cor a suas bochechas. Enquanto ela se
observava no espelho, Alex se aproximou por atrás e lhe pôs as mãos
nos ombros.
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O Corsário – Jude Deveraux
digno de minha esposa. Serei um bom marido para você, o melhor que
possa.
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— Jess...
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— Alex mandou pôr uma cama nesse outro quarto para mim.
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— Casamo-nos, recorda?
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— Vai daqui! — Ordenou ela, em voz muito alta, pois sabia que
estava a ponto de ceder. — Vou gritar até que todos me ouçam. Se lhe
apanham será a você quem enforcaram.
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O Corsário – Jude Deveraux
Ele começou a rir e Jess percebeu de que em sua voz não tinha
conseguido pôr muita convicção. Depois de acariciar apressadamente
sua bochecha, ele deslizou pela janela e desapareceu.
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O Corsário – Jude Deveraux
Mas teve que estar presente e vê-la dançar com um homem e com
outro. Era sua esposa, mas não o era. Não podia abraçá-la, não podia
tocá-la; estava obrigado a fingir que estava cansado e indiferente,
embora desejava lhe demonstrar as energias que o alagavam.
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Um ruído surdo depois dela, fê-la voltar-se. Pelo que parecia, Alex
tinha caído da cama, como se tivesse tentado dar um tapa em algo fora
de seu alcance.
— Se me tocar o lamentará.
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Por volta do meio-dia de trabalho no dia seguinte às bodas, na
casa dos Montgomery todos tinham perfeita consciência de que havia
ali uma nova ama. Jessica encarou à velha e desorganizada mansão
como se fosse um navio e tratou aos servos, gordos e preguiçosos, como
se fosse uma tripulação.
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— Não tenho idéia. — Ao olhar pela janela, Jess viu John Pitman
que descia a colina para a cidade.
— Aonde vai?
— Jess!
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Alex se sentou na borda da cama, tão longe dela como foi possível.
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— Somo melhor do que leio. Olhe isto, Alex. Aqui diz que Eleanor
comprou três pares de sapatos para cada um dos meninos. — Olhou a
seu amigo. — Por que mente assim?
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O Corsário – Jude Deveraux
deveres maritais. Isso sim: esta noite penso dormir aqui, contigo. Não
quero estar sozinha no outro quarto.
Jessica grunhiu.
— Fico contigo para poder dormir toda a noite e porque não gosto
de dormir sozinha. E agora se dispa, por favor. Se essa jaqueta segue
brilhando jamais poderei dormir.
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— Por uma vez na vida cheira bem, Sam. Quer que te leia?
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Ela sorriu.
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— Deixe-os sozinhos.
E a afastou dali. Ela lutou para liberar-se, mas Alex a retinha com
força, levando-a para o bosque.
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dançar diante do inimigo porque sabe que tem a justiça do seu lado.
Alex! Sente-se bem? Sente-se, sente-se. Está um pouco pálido.
— Não só para mim, mas também para toda a cidade. Sem ele não
temos esperança. Talvez algum dia todos nós tenhamos a coragem de
enfrentar aos ingleses, mas hoje somos só uns poucos escolhidos.
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Ela ia dizer que pensava agir como lhe desse vontade, mas a
expressão de seus olhos a impediu.
— Oh!
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Jess jogou uma olhada e viu passar Alex... pela quarta vez em
meia hora. Levantou a taça de chá e o saudou com a mão.
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— Isso será o mais difícil. Talvez tenha que pedir ajuda ao pai de
Alex.
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mais novo e se interessa muito com o que nos estão fazendo os ingleses.
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Jessica grunhiu.
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horas em convencer seu pai de que passasse mais tempo com seu
próprio filho.
Nas quatro horas passadas no quarto de seu pai, Alex não falou
muito. Limitou-se a ganhar partida após partida, se Sayer duvidava de
sua virilidade, agora pelo menos não duvidaria de sua inteligência.
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— Tire daqui essa relíquia! — Chiou o jovem soldado. Atrás dele,
cinco ou seis homens começaram a despertar.
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Abigail deixou-se ajudar pelo jovem oficial, seus seios roçaram seu
rosto quando deslizou o corpo para baixo, até tocar o chão.
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Jess rezou para que Ethan não arruinasse os planos. Ainda era
muito cedo para agir, pois a dança de Abby não concentrava ainda toda
a atenção. De qualquer modo, ela deslizou pela escuridão, atrás dos
três homens amarrados junto ao grande carvalho. Chegou sem
problemas até a árvore e, por sorte, o primeiro homem cujas cordas
tocou teve o bom tino de não afastar a vista da lasciva dança de Abigail.
Quando se viu livre, seu único sinal foi uma breve inclinação de cabeça.
O segundo resultou igualmente fácil de desatar.
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— Vão — disse, dando a sua voz o tom mais grave que pôde.
E voltou o olhar para Abigail, que saltava por sobre dois paus em
chamas, sustentados por dois soldados.
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Sentia que o sangue lhe gotejava pelo lado. Talvez fosse a ferida
que a fizesse cometer essas coisas estranhas. Nesses momentos, o
último que desejava era debater-se entre os braços do Corsário. O que
precisava era que Alexander cuidasse dela.
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— Me ajude Alex, que estou ferida — foi tudo quanto ela pôde
dizer.
Ele a deixou nua da cintura para cima, e foi a seu quarto em busca
de um abajur, faixas limpas e uma vasilha com água. Tirou a jaqueta.
Com muita suavidade, começou a limpar sua ferida.
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Depois a pôs de costas. Apesar de sua óbvia zanga agia com muita
suavidade. Por fim a ajudou a levantar-se e começou a enfaixar suas
costelas.
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então recordou como tinha mentido o Alex sobre sua conversa com
Abby e sua mãe.
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Quando Alex levantou a vista, por fim, Jessica viu nos seus olhos
a dor que lhe tinha causado. Esse homem tinha sentimentos tão
delicados como sua saúde.
— Vim para casa, voltei para você, certo? Sabia que o Corsário
não podia me ajudar e vim para você.
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— Aonde irá?
Ele não lhe permitiu terminar. Inclinado para frente, nariz contra
nariz, criticou-lhe entre dentes apertados:
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Jess baixou a vista para seu seio e notou que, comparado com os
de Abigail, era quase plano. Deitou-se na cama de Alex, com o cenho
franzido. O que importava o que Alex pensasse de seu físico? De
qualquer modo ele não podia fazer nada.
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— Jessie...
Portanto, uma vez mais Eleanor a tinha enviado para cumprir com
tarefas de menino... e a meditar sobre o que tinha feito a sua família.
Por outra parte, Eleanor preferia que Jess não se inteirasse do quanto
estavam zangados os habitantes de Warbrooke. O almirante estava
desafogando sua cólera contra os armadores. Já tinha confiscado duas
cargas.
Nesse dia Jessica tirou uns poucos minutos para visitar a senhora
Wentworth. O almirante se negava a permitir que interrogassem a
Abigail.
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A senhora empalideceu.
— Jessie...
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não tive nada que ver com o resgate de Ethan. Não era minha intenção
salvar a esses homens.
— Acha? Porque Abigail não poderia passar alguns meses sem seu
viril companheiro? Ethan não podia suportar uma temporada na
marinha?
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— Faz-te amor?
— Mas se diria que você sim, quer fazer amor com ele.
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— Não sei. Não quer me falar de sua saúde. Acha que está
dolorido?
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Mas Jessica tinha saído. Ela levou uma mão à cabeça e decidiu
arrumar-se um pouco antes da chegada do famoso Adam.
— O que aconteceu?
— Agora não tenho tempo para ciúmes. Mariana disse que acaba
de chegar um navio da Itália e que Adam poderia estar nele.
— Sim, seu irmão, é obvio. Por que não vai dizer a seu pai?
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— Alexander, quer me dizer o que você tem, por Deus? Faz vários
dias que me persegue.
— Vai se vestir de cetim para receber meu irmão. Vai descer a esse
cais sujo e fedorento vestida de cetim.
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— Talvez deva voltar para casa, para que meu pai possa chorar
sobre meu ombro — disse Alex, ao seu ouvido. — Ou talvez você
também tenha vontade de chorar?
— Alexander? É você?
— Sophy — sussurrou.
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E a afastou de si.
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Sophy sorriu.
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empilhados.
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— Eu adoro escutar.
— Ela também tem seus ardis. Diz ao Corsário que não deveria
ter chegado nunca a Warbrooke e depois fala para Alex que o Corsário
é a única esperança da cidade. Ela mesma não sabe o que quer.
— Me parece que sabe muito bem. Como ama seu país, ajuda o
Corsário; como ama sua família, casa-se com o homem que pode ajudá-
los, embora não possa lhe fazer amor, jamais. A pobrezinha tem feito
um voto de castidade para salvar a sua família. E você a condena por
isto. Pobre moça!
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— Jessica, — disse Eleanor, tratando de manter a calma — essa
mulher está te fazendo passar por tola.
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— O quê?
— Que me amava, mas talvez, isso foi antes de recordar seu amor
pela condessa.
— Por que não luta por ele, Jess? Por que não se fixa diante de
Alex e diz que o ama, que ateará fogo no cabelo dessa mulher se não
sair de sua casa em trinta segundos?
— Eu, amar Alex? Que idéia ridícula. Queixa-se todo o dia e...
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Não podia culpar à condessa por ansiar o diálogo com Alex. Depois
de tudo, ele sabia ser encantador. Lia contos de marinhos com tanta
expressividade que qualquer uma sentiria o vento no rosto. E quando
lia livros românticos qualquer uma chegava a ruborizar-se.
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lugar, Alex riria até a morte se ela fizesse semelhante estupidez. Por
outra parte, não a deixaria esquecer seu ciúmes. Gabaria-se do fato
como o fazem os homens quando acreditam ter ganhado a partida.
Não: terei que ser mais ardilosa. Devia haver um modo melhor
para livrar-se da condessa.
— Olá — saudou.
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"Ah!", pensou Jess. "Então que Alex lhe falou daquela noite." E não
deixou de sorrir.
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imediatamente.
— Enforcar-nos-iam.
Sophy sorriu.
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— Desconfio de você.
— Olhe que diz isso de sua própria esposa! Viu o vestido que
mandou costurar para mim? É de seda vermelha.
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— Você gosta?
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branco que aparecia entre dois livros. Puxou-o, deu-lhe uma olhada e
ia abrí-lo quando ouviu uma voz a suas costas.
— Entre nós não deve haver segredos. Faz tempo que me deseja.
Notei como me olha quando nos cruzamos pela rua. Vi o desejo em seus
olhos. Faz tempo que precisa de um homem, estando casada com esse
fracote!
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papel. Não deixaria que esse homem pusesse uma mão em cima dela.
Alex se colocou de lado para lhe deixar passar, sem tirar os olhos
dele.
Tratou de sair para o corredor, mas ele alargou o braço para detê-
la.
Alex levantou sua mão e tomou o cortador de papel que ela ainda
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— É atrativo, verdade?
— Jessica...
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— Estava te esperando.
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— Nenhuma palavra — murmurou ele, com uma voz grave que fez
correr um tremor pelo seu corpo. — Tire a roupa.
— Esperava Jessica.
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dirigir melhor as coisas se ela voltasse a vê-lo com seu aspecto familiar.
— Zangará-se comigo.
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— Que desapareceu?
— Não. Escondi-o.
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—Alex, não é muito tarde para estar fora? Parece-me que, pelo
bem de sua saúde, deveria estar em casa, descansando. Sophy disse
que...
Ele, sem lhe prestar atenção, continuou com sua tarefa. Temia
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— ...claro que você iniciou tudo isto, Jessica. Se não tivesse sido
por você, muitas coisas não teriam acontecido. Não é que esteja
zangado contigo, mas deve recordar que quando te digo...
— É ele — exclamou.
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— Quem?
Nunca tinha visto que Alex se movesse com tanta celeridade; nem
sequer sonhava que ele pudesse fazê-lo. O jovem correu atrás dela,
arrancou-lhe a capa negra do corpo e a jogou sobre os ombros. Logo se
aproximou dos cavalos, tirou as ataduras uma a uma e, montou o
cavalo sem sela, tudo em uma fração de segundo, enquanto Jess o
olhava, petrificada.
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Por que Alex se fazia um pouco de tolo? Por que arriscava sua
saúde para ajudar a um homem a quem o tinha por idiota?
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para tomar o chá comigo. Não permita que ele se desculpe. Traga-o.
— Mime-o esta noite, sim. Talvez amanhã não se sinta tão bem
disposta a fazê-lo.
— Sim, senhor.
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— Por que acha que a levei tão longe da cidade para dizer-lhe?
Não quero que Pitman ouça o que me diga. — Alex sorria apesar de
suas palavras. — Na verdade, será um alívio que saiba. Assim não
haverá mais segredos entre nós. — Nem mais camas separadas.
Jessica teve que esperar por duas horas antes que Alex entrasse
pela janela. Seu aspecto era horrível. Trazia a roupa molhada e
lamacenta, a peruca torcida e muito carrancudo.
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— Também você.
— Não deveria fugir desse modo, Alex. Poderia fazer mal a sua
saúde. Seu coração não suporta escapadas como a desta noite.
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Alex encolheu os ombros, como dizendo que não teria podido fazer
outra coisa. Ela se inclinou para frente, com um sorriso, e o beijou na
testa. Logo continuou lhe dando a sopa.
— Bom, Alex, talvez tenha dito algumas coisas sobre sua maneira
de vestir, sua preguiça... mas eu gosto muito de você, de verdade.
— Quanto?
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— Quero que beije sua mulher e peça desculpas por seu mau
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Sayer manteve a vista cravada em seu filho até que Alex tomou a
mão de Jess, beijou-lhe o dorso e murmurou algumas palavras
incoerentes.
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— Alexander é o Corsário.
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Eleanor sorriu.
— E você?
— E Nate?
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A noite de bodas: Alex lhe tinha ordenado que saísse de seu quarto
e o Corsário tinha entrado por sua janela. Alex, lhe dizendo que o
Corsário era incompetente; o Corsário, furioso contra ela por repetir o
que Alex dizia. Ao explodir a pólvora, quando ela estava preocupada
por ver nas mãos o sangue do Corsário, Alex tinha ido em seu resgate
e, vendo seus temores, tinha preferido deixá-la sofrer em vez de dizer a
verdade. Também tinha sido Alex quem arrumou o casamento entre
Ethan e Abigail.
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E como era possível que ela não tivesse reparado na energia com
que Alex montava a cavalo, quando ela só pensava em sua saúde?
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Já era muito tarde, quando Jess irrompeu no quarto matrimonial,
com o coração palpitante e falta de fôlego. Alex perdeu imediatamente
a expressão presumida e sapiente que usava.
— O que te aconteceu?
— O Corsário.
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— Quem te tocou?
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— Jessie...
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—Não, Alex, você é um homem bom. Por isso te amo. Sei que em
outras circunstâncias, em outro estado de saúde, teria sido tão viril
como o Corsário, mas não posso acreditar que fosse tão falso para se
apresentar no duplo papel de Alexander Montgomery e do Corsário.
Responde isso a sua pergunta?
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— Vamos, vamos, deve tomar seu remédio. Toma tudo como bom
menino. Faça-o por mamãe.
E lhe voltou às costas, embora nem tanto que não pudesse vigiá-
lo pela extremidade do olho. Quando viu que arrojava o asqueroso
líquido pela janela, fingiu se voltar distraidamente e recolheu a caneca.
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— Está crescendo outra vez seu cabelo, mas tão escasso que me
dá pena. E tem um hálito horrível, como se se estivesse apodrecendo
por dentro.
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E se afastou um passo.
O Corsário a largou.
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E abandonou a enseada.
— Jessica, deve terminar com esse jogo. Alexander está cada dia
pior. Agora passa o dia soprando seu hálito na mão para cheirar se tem
cheiro ruim. E esta manhã me perguntou se usar peruca prejudica o
cabelo natural.
Jess sorriu.
— Não estou fazendo nada não ser o que merece. Quando penso
nas coisas que me fez passar...
— Ainda não.
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— Mais ou menos.
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Jessica observou furtivamente Pitman durante dois dias e duas
noites antes de segui-lo. Cuidou bem de não dizer nada a Alex sobre o
que planejava, para que ele não se sentisse na obrigação de "salvá-la".
Ele se deteve diante da velha casa dos Taggert. Olhou a seu redor
e tirou de sob seu casaco uma rede leve, sem peso, que jogou na água
da borda da enseada.
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Ele a olhou muito de perto, com tanto ardor que Jess sentiu certa
queimação na pele.
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— Oh, maior...!
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Longe de Alex pôde pensar com mais claridade. Sabia que na parte
traseira da casa tinham ficado algumas redes podres e foi em busca da
melhor. Quando voltou, Alex estava de pé na borda da água.
Ela evitou olhá-lo para que não recebesse suas olhadas ardentes,
desejosos. Do contrário acabariam outra vez deitados na areia.
— Jessie.
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— Não estou tão doente como você acha, Jess. Em realidade, sob
a claridade da lua a vejo tão linda que bem poderia...
Alex se aproximou.
— Olhe isto.
— Acha que Pitman verá os buracos abertos nas pérolas? Com tão
pouca luz não o vejo, mas diria que o preencheram com uma massa.
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— Voltemos.
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— Poderia ser.
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Alex se limitou a sorrir. Já que seu pai não acreditava que ele
fosse covarde e efeminado, nada poderia fazê-lo se zangar. Enquanto
brincava com a renda de sua manga, perguntou:
Alex sorriu.
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— Quando vir a esses dois direi o que penso deles, por não ter
vindo quando eu precisava. Eu não gosto nada que o tenham deixado
sozinho para salvar toda a cidade. — Tomou sua mão, rindo entre
dentes. — E direi que você está fazendo um bom trabalho. Até
conquistou uma beleza como Jessica sem sequer tirar a peruca. É todo
um Montgomery, meu filho, e um dos melhores.
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Eleanor se ruborizou.
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— Jessie...
Estava certa. Era digna de confiança, não era uma tola como ele
pensava e merecia conhecer a verdade.
— Não é fácil dizer isso, mas por fim te escutei. — Ele levantou a
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— É você — sussurrou.
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Ela o abraçou.
— Não amo a outro homem que não a você, Alex. Embora seja mil
pessoas em uma, só amo a você.
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Aquela era a primeira vez que Jess podia ver seu rosto e seu corpo
ao mesmo tempo. Deslizou a mão por um ventre plano e suave e olhou
suas feições. Eram, na verdade, as de Alex.
— Alex...
Ele fez amor com suavidade, lentamente, até que a paixão chegou
a seu ponto culminante. Jess abriu os olhos por um momento e sorriu,
um pouco confundida. O único homem com quem tinha feito amor
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Ele a interrompeu.
E começou a correr.
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— Alex foi detido — disse Jessica, entrando com uma batida de
porta na sala de jantar dos Montgomery.
— É por Alex?
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E Jess respondeu como fazia cada vez que estava alterada: correu
para seus braços.
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um plano.
— A senhora Wentworth teve que lhe dar seu espelho francês para
que admirasse seu uniforme — recordou Eleanor.
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estarem devastados.
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— Então o conseguiram.
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— É o mínimo que posso fazer por Alex. Quanto lamento não ter
acreditado nele.
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— Que o enforquem.
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— Detenham-no!
— Apanhem-no!
— A qual, senhor?
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— Detivemo-lo, senhor.
— Apanhamo-lo, senhor.
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Epílogo
— Viram à senhora Farnsworth? — riu Jess. — Tem noventa anos,
no mínimo. E todos seus gatos tinham máscaras.
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está rindo!
Mas quem fez sua entrada triunfal foi Nicholas, com um uniforme
vermelho tão cheio de medalhas de ouro que as jaquetas de Alex
desapareceram de sua memória. O punho de sua espada resplandecia
de pedras preciosas.
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