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Instituto Superior Mutasa

Delegação de Maputo

Trabalho da disciplina deTeoria geral da Administracao

Tema: Teoria burocratica e Teoria da contigencia em administracao

Discente: Ivone Pedro Gungulo

Docente: drª Cristina Siriro

Maputo, Novembro de 2023


Índice
1.Introdução ..................................................................................................................................... 3

1.2.Objetivo Geral ........................................................................................................................... 3

1.3.Objetivos Específicos ................................................................................................................ 3

1.4.Metodologia ............................................................................................................................... 3

2.Teoria da Burocracia e seus Fundamentos ................................................................................... 4

2.1.Teoria da Contingência: Ambiente e Adaptação Organizacional ............................................. 5

2.2.Comparação e Contraste: Burocracia versus Contingência na Gestão Empresarial ................. 5

2.3.Conclusão .................................................................................................................................. 7

2.4.Referências bibliográficas ......................................................................................................... 8


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1.Introdução

O estudo das teorias organizacionais desempenha um papel crucial na compreensão da gestão


empresarial, oferecendo visões distintas sobre estrutura, adaptação e eficácia organizacional.
Neste contexto, a Teoria da Burocracia, destacando a estrutura hierárquica e regras formais, e a
Teoria da Contingência, enfatizando a adaptação das organizações ao ambiente, emergem como
abordagens fundamentais. Além disso, a análise comparativa entre essas teorias proporciona
insights valiosos sobre diferentes paradigmas de gestão.

1.2.Objetivo Geral

 Este estudo visa analisar, comparar e compreender as abordagens da Teoria da Burocracia


e da Teoria da Contingência na gestão empresarial, considerando sua estrutura, princípios
e aplicabilidade prática.

1.3.Objetivos Específicos

 Explorar os Fundamentos da Teoria da Burocracia: Analisar a estrutura hierárquica,


princípios e características essenciais propostos por Max Weber, destacando a eficiência e
racionalidade na organização.

 Analisar os Elementos-Chave da Teoria da Contingência: Investigar a importância da


adaptação das organizações ao ambiente, examinando os princípios e estratégias
contingenciais para eficácia organizacional.

 Comparar e Contrastar Abordagens de Gestão: Contrastar a rigidez estrutural da


Burocracia com a flexibilidade contingencial, identificando suas aplicações e limitações
na gestão empresarial.

1.4.Metodologia

A revisão bibliográfica será conduzida de forma sistemática, explorando fontes acadêmicas,


artigos científicos, livros e outras publicações pertinentes que abordem as teorias da Burocracia e
da Contingência na gestão empresarial.
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2.Teoria da Burocracia e seus Fundamentos

A teoria da burocracia é uma abordagem da teoria das organizações que se concentra na estrutura
e nos princípios da burocracia como uma forma de organizar e gerenciar as atividades dentro de
uma organização. Esta teoria foi desenvolvida por Max Weber no início do século XX e tem sido
influente na compreensão da administração e da gestão desde então. A estrutura da burocracia é
baseada em uma hierarquia clara de autoridade, com regras e regulamentos formais para governar
o comportamento dos membros da organização. As tarefas e responsabilidades são definidas com
precisão e há uma divisão clara do trabalho entre os funcionários. Além disso, as decisões são
tomadas com base em regras e procedimentos estabelecidos, em vez de decisões arbitrárias.

De acordo com a teoria da burocracia, existem vários princípios que são considerados essenciais
para uma organização burocrática eficaz. Estes princípios incluem:

1. Especialização: os funcionários são especializados em determinadas tarefas de acordo com as


suas habilidades e competências. Cada tarefa é atribuída a um indivíduo específico que é
qualificado para realizá-la.

2. Hierarquia: a organização burocrática é caracterizada por uma hierarquia clara de autoridade,


com níveis de gerenciamento e supervisão bem definidos. Cada nível é responsável por
supervisionar o nível inferior.

3. Regras e regulamentos: as decisões e ações dentro da organização burocrática são baseadas


em regras e regulamentos estabelecidos. Isso promove a consistência, a previsibilidade e a
igualdade de tratamento entre os membros da organização.

4. Imparcialidade: os critérios de tomada de decisão na organização burocrática são neutros e


objetivos. As decisões são baseadas em mérito e competência, em vez de favoritismo pessoal.

5. Cadeia de comando: cada nível na hierarquia da organização burocrática tem autoridade e


prestação de contas claramente definidas. A cadeia de comando é a estrutura pela qual as
informações e as decisões fluem na organização.

Alguns dos autores mais influentes na teoria da burocracia incluem:


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- Max Weber: sociólogo alemão que desenvolveu a teoria da burocracia em seu livro "A Ética
Protestante e o Espírito do Capitalismo" (1904-1905). Weber descreveu a burocracia como um
sistema racional-legal que se baseia na aplicação de regras e regulamentos racionais.

- Michel Crozier: sociólogo francês que escreveu o livro "A sociedade burocrática" (1963), onde
criticou a excessiva rigidez e falta de flexibilidade das organizações burocráticas.

2.1.Teoria da Contingência: Ambiente e Adaptação Organizacional

A Teoria da Contingência enfatiza a adaptação das organizações ao ambiente em que estão


inseridas. Ela argumenta que não há uma única melhor forma de organizar uma empresa, mas que
a eficácia de uma estrutura ou prática administrativa depende das circunstâncias contingentes,
como o ambiente externo e as demandas específicas da situação. A abordagem contingencial foi
proposta por vários teóricos, entre eles, Lawrence e Lorsch (1967), que sugeriram que as
organizações são sistemas abertos e devem se adaptar às mudanças ambientais para sobreviver e
prosperar. Eles enfatizaram a necessidade de diferentes formas de estrutura organizacional para
lidar com diferentes ambientes. Um dos principais conceitos da Teoria da Contingência é o da
interdependência entre a estrutura organizacional e o ambiente externo. Burns e Stalker (1961)
propuseram a diferença entre estruturas mecânicas e orgânicas. As estruturas mecânicas são mais
rígidas e adequadas para ambientes estáveis, enquanto as orgânicas são mais flexíveis e se
adaptam melhor a ambientes turbulentos e em constante mudança. Outro aspecto crucial é a
liderança contingencial. Fiedler (1967) desenvolveu a teoria da liderança contingencial,
argumentando que o estilo de liderança mais eficaz depende da situação específica em que um
líder se encontra. Ele introduziu o conceito de "grau de favorabilidade da situação" como um
elemento-chave na eficácia do líder. Além disso, a Teoria da Contingência influenciou a gestão
estratégica. Autores como Chandler (1962) destacaram a necessidade de alinhar a estratégia
organizacional com o ambiente externo, adaptando-a às contingências ambientais para garantir a
eficácia organizacional.

2.2.Comparação e Contraste: Burocracia versus Contingência na Gestão Empresarial

A Teoria da Burocracia, proposta por Max Weber, destaca uma estrutura organizacional
hierárquica e formal, baseada em regras e procedimentos, visando à eficiência e à racionalidade.
Segundo Weber (1904-1905), a burocracia é caracterizada por uma divisão de trabalho clara, uma
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cadeia de comando formal e regras impessoais. Em contraste, a Teoria da Contingência enfatiza a


adaptação das organizações ao ambiente externo. Autores como Lawrence e Lorsch (1967)
argumentam que as estruturas organizacionais devem se ajustar às contingências ambientais para
serem eficazes. Isso contrasta com a rigidez da burocracia, já que a contingência valoriza a
flexibilidade e a capacidade de se adaptar a ambientes em mudança. Na burocracia, a autoridade é
hierárquica e formalmente estabelecida, seguindo uma cadeia de comando clara, como defendido
por Weber. Em contrapartida, na Teoria da Contingência, a liderança é vista como contingencial,
variando de acordo com as situações específicas, conforme Fiedler (1967). Enquanto a Teoria da
Burocracia busca uniformidade e consistência por meio de regras e regulamentos estabelecidos, a
Teoria da Contingência reconhece a necessidade de adaptação e flexibilidade devido às mudanças
ambientais, como ressaltado por Burns e Stalker (1961). Essencialmente, a burocracia se
concentra na eficiência por meio de estruturas estáveis e regras formais, enquanto a Teoria da
Contingência preconiza a adaptação e flexibilidade para lidar com as mudanças do ambiente
externo, mantendo a eficácia organizacional.
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2.3.Conclusão

A análise dos fundamentos da Teoria da Burocracia e da Teoria da Contingência revelou


abordagens distintas na gestão empresarial. A Teoria da Burocracia, enfocando estruturas
hierárquicas, regras formais e racionalidade, busca estabelecer eficiência e previsibilidade. Em
contrapartida, a Teoria da Contingência ressalta a necessidade de adaptação das organizações ao
ambiente em constante mudança, priorizando a flexibilidade e a capacidade de resposta a
contingências externas. Ao comparar essas abordagens, fica evidente que a Burocracia busca
estabilidade e eficiência por meio de estruturas formais, enquanto a Contingência destaca a
importância da adaptação e flexibilidade. Ambas oferecem perspectivas valiosas para a gestão
empresarial, e a combinação equilibrada de seus elementos pode ser crucial para a eficácia
organizacional em um ambiente empresarial dinâmico. Essa análise comparativa salienta a
importância de considerar as particularidades de cada teoria na gestão empresarial. Ambas
oferecem perspectivas valiosas e a integração harmoniosa de elementos da Burocracia e da
Contingência pode ser vital para a eficácia organizacional em um mundo empresarial em
constante mudança. Assim, a compreensão dessas teorias proporciona um arcabouço conceitual
multifacetado para enfrentar os desafios contemporâneos da gestão empresarial, permitindo uma
adaptação estratégica às demandas variáveis do ambiente organizacional.
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2.4. Referências bibliográficas

1. Burns, T., & Stalker, G. M. (1961). The management of innovation. University of Illinois at
Urbana-Champaign's Academy for Entrepreneurial Leadership Historical Research
Reference in Entrepreneurship.

2. Fiedler, F. E. (1967). A theory of leadership effectiveness. McGraw-Hill.

3. Lawrence, P. R., & Lorsch, J. W. (1967). Differentiation and integration in complex


organizations. Administrative Science Quarterly, 12(1), 1-47.

4. Weber, M. (1904-1905). Die protestantische Ethik und der 'Geist' des Kapitalismus. Archiv für
sozialwissenschaft und sozialpolitik, 20(1), 1-54.

5. Burns, T., & Stalker, G. M. (1961). The management of innovation. University of Illinois at
Urbana-Champaign's Academy for Entrepreneurial Leadership Historical Research
Reference in Entrepreneurship.

5. Chandler, A. D. (1962). Strategy and structure: Chapters in the history of the industrial
enterprise. MIT Press.

6. Fiedler, F. E. (1967). A theory of leadership effectiveness. McGraw-Hill.

7. Lawrence, P. R., & Lorsch, J. W. (1967). Differentiation and integration in complex


organizations. Administrative Science Quarterly, 12(1), 1-47.

8. Weber, M. (1904-1905). Die protestantische Ethik und der 'Geist' des Kapitalismus. Archiv für
sozialwissenschaft und sozialpolitik, 20(1), 1-54.

9. Crozier, M. (1963). Le phénomène bureaucratique. Seuil.

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