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Semestre: 1º
Turma: TPCCN12
Com o desenrolar da Revolução Industrial, no século XIX, foi essencial para as empresas
definirem estratégias de gestão que otimizassem os seus recursos de forma a obterem o
seu objetivo principal: Lucrar. Neste sentido, Frederick Taylor, na teoria da administração
científica, procurou implementar uma política de estandardização dos produtos que
consistia em detalhar e dividir toda a atividade dos trabalhadores, ou seja, atribuir uma
função a cada funcionário da produção. Com este redesenho dos processos, Taylor, tinha
como objetivo principal o aumento da produtividade.
Por conseguinte, surge a teoria geral da administração de Henri Fayol que embora
complete a teoria mencionada anteriormente apresenta uma noção diferente sobre a
estratégia em gestão. O autor dividiu a organização em departamentos das atividades
principais (técnica, comercial, financeira, contabilidade, segurança e administração), em
que a administração era responsável por coordenar, controlar, comandar, organizar e
prever. Para além disso, criou 14 princípios que considerou essenciais para um bom
funcionamento das instituições.
Seguidamente, a teoria da burocracia desenvolvida por Max Weber que só teve
reconhecimento nos anos 40, acrescenta às teorias anteriores que a cada trabalhador são
atribuídas tarefas específicas e de responsabilidade tendo em consideração todo o
conhecimento e capacidade do mesmo. Os colaboradores seriam coordenados e
subordinados por alguém superior hierarquicamente e regidos pelas normas da
instituição.
Na década de 60, verificou-se uma falha a nível dos resultados obtidos usando teorias
mais pragmáticas, levando a uma rutura no pensamento em gestão e a empresa passou a
ser vista como um sistema aberto. Por oposição às teorias comportamentais, que focam o
indivíduo na empresa, compreende-se que o meio envolvente da empresa é também muito
relevante para o pensamento de gestão. Desta forma, passamos a encarar a empresa como
um sistema social aberto, composto por vários subsistemas dependentes entre si, inseridos
dentro de um sistema ambiental mais amplo. Como tal, a empresa recorre ao exterior para
a obtenção de recursos (materiais, energia, trabalho, informação) essenciais para
satisfazer as necessidades dos clientes.
A abordagem sistémica propõe, assim, que a responsabilidade do gestor inclua
compatibilizar os interesses individuais dos trabalhadores com os organizacionais e a
conjuntura envolvente, implicando uma constante alteração de metas, ações e estrutura
da empresa.
3. ABORDAGEM CONTINGENCIAL
3.1 ORIGEM
A abordagem contingencial surge nos anos 60 num contexto político-cultural mais focado
nas necessidades do ser humano. Foi através de um estudo elaborado por Burns & Stalker,
em 1961, que o conceito de abordagem contingencial em gestão é abordado. Desta forma,
os autores tinham como objetivo compreender se existiria alguma associação entre as
práticas administrativas e o ambiente externo de 20 empresas industriais inglesas. Neste
sentido, definiram que existem dois tipos de estrutura organizacional (mecanicista e
orgânica) que permite identificar onde cada empresa está enquadrada. Através da figura
1 é percetível a compreensão da estrutura mecanicista e da estrutura orgânica.
Baixa intervenção nas decisões dos Alta intervenção nas decisões dos
colaboradores colaboradores
Após identificarem a estrutura das 20 empresas em estudo, Burns & Stalker concluíram
que existe uma grande evidência de relação entre os atos administrativos e o ambiente
externo, ou seja, “o ambiente determina a estrutura e o funcionamento das organizações”
(Leite., 2014, p.7).
Por sua vez, nos EUA, Chandler em 1962 deteve a sua atenção na estratégia dos negócios.
Este realizou um estudo com quatro empresas americanas: Dupont, General Motors,
Standard Oil e a Sears Roebuck. Neste contexto, também este autor comprovou que as
estratégias estão interligadas com o ambiente e a estrutura organizacional, onde concluiu
que as empresas americanas em estudo tinham mudado gradualmente o seu organograma
tendo em conta a estratégia de negócios adotada.
Logo de seguida, o autor Woodward, em 1965, também como os autores anteriores,
constatou que existe uma clara evidência entre os fatores externos e a estrutura
organizacional. Porém, estudou como a tecnologia influencia a estruturação da empresa.
Neste estudo participaram cerca de 100 empresas britânicas, onde se comprovou que o
tipo de tecnologia utilizada tem um fator decisório na composição da instituição,
acabando por direcionar para um melhor desempenho da mesma.
Por fim, os investigadores Lawrence & Lorsch no ano de 1967, com o mesmo intuito dos
estudos anteriores, verificaram algumas organizações nos três setores de atividade com o
intuito de compreender se as mesmas têm eficiência perante o ambiente externo,
nomeadamente, o mercado e as tecnologias. Os autores concluíram que as instituições
que são diferenciadas e com uma alta taxa de integração dos colaboradores nos processos
decisórios, são fatores essenciais para enfrentar as mudanças do ambiente externo.
Posto isto, conclui-se que “a Teoria da Contingência explica que não existe nada de
absoluto nos princípios da administração. Os aspetos universais e normativos devem ser
ajustados a cada organização” (Leite., 2014, p.8).
3.2 CONCEITO
Face ao exposto, conseguimos detetar que para esta abordagem existem vantagens e
desvantagens. Como vantagens é visível o seguinte:
• Organograma Flexível: permite que haja uma maior funcionalidade da empresa
onde existe uma redução de barreiras entre departamentos;
• Participação na tomada de decisão: os colaboradores são uma chave importante
para o sucesso da organização e, por isso, é importante eles fazerem parte do
processo da tomada de decisão já que leva a uma maior motivação dos
funcionários;
• Menor custo administrativo: os trabalhadores ao participarem nas decisões da
empresa têm uma maior conscientização dos custos administrativos associados,
sendo que acaba por existir um menos custo administrativo.
Por outro lado, as desvantagens da abordagem contingencial são:
• Maior competitividade entre os trabalhadores: quando existe a possibilidade
de os funcionários fazerem parte da tomada de decisão, estes acabam por gerar
uma maior competitividade o que pode causar conflitos internos;
• Maior tempo despendido em reuniões: como todos têm algo a acrescentar na
empresa é fulcral existirem reuniões que permitem a todos participarem no que
toca à melhoria contínua da instituição, no entanto, cada pessoa desperdiça o seu
tempo para realização de tarefas que são essenciais para o funcionamento da
organização;
• Descentralização do poder exagerada: em alguns casos a descentralização do
poder é exagerada uma vez que faz com que não haja líderes para manter a
coordenação da instituição.
5. CASOS REAIS DA APLICAÇÃO DA ABORDAGEM
CONTINGENCIAL
Sendo uma abordagem que se adapta à situação que a empresa atravessa, existem vários
exemplos genéricos que se podem aplicar.
Imaginemos, por exemplo, uma empresa que tenha um conjunto de regalias e excelentes
condições de trabalho, mas que devido a uma quebra nos rendimentos, seja forçada a um
controlo de custos mais rigoroso ou um aumento de produtividade. Ponderemos também,
o caso de um gestor cuja exigência varia consoante a produtividade e responsabilidade do
trabalhador, sendo ao mesmo tempo rigoroso e compreensivo. Ou até mesmo, o caso de
um hotel que se vê confrontado com uma baixa taxa de satisfação do cliente e que decide
aumentá-la através de um rigoroso processo de formação para os trabalhadores que têm
baixas classificações, e ao mesmo tempo, promover os que têm as classificações mais
altas.
Podemos também pensar numa situação real atual, como foi o caso da pandemia, que
forçou o trabalho remoto em muitas empresas. Porém, muitas delas mantiveram uma
política de trabalho remoto, total ou parcial, por notarem aumentos de produtividade
durante este período, o que revela uma clara adaptação à situação envolvente da empresa.
6. CONCLUSÃO
Livros
Ferreira, M. P., Santos, J. C., Reis, N., Marques. (2011). Gestão Empresarial (2ªed.).
Lisboa: Lidel.
Sotomayor, A. M., Rodrigues, J., & Duarte, M. (2021). Princípios de gestão das
organizações (4ª ed.). Lisboa: Rei dos Livros.
Teixeira, S. (2022). Gestão das Organizações (4ªed.). Forte da Casa: Escolar Editora
Chiavenato, I. (2021). Teoria Geral da Administração (5ed.). São Paulo: Editora Atlas.
Dissertações de Mestrado
Fontes Eletrónicas