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RELATÓRIO
institucional.
O Ministério Público terminou pedindo que fosse declarada aberta
a instrução e, desde já, se aplicasse a favor da menor, a título
provisório, a medida de acolhimento em instituição, emitindo-se os
competentes mandados.
Procedeu-se à inquirição dos progenitores, de técnicos e de
testemunhas indicadas pelos progenitores. A equipa de
acompanhamento a crianças e jovens (ECJ) de L... elaborou dois
relatórios sociais e procedeu-se à avaliação psicológica da mãe da
menor.
Entretanto, em 27.02.2008, foi determinada a desapensação do
processo daquele que se reportava aos três supra referidos irmãos
da “A”, em virtude de nele ter sido identificado candidato à adoção
de dois dos menores.
Em 23.10.2008, na sequência de conferência realizada no tribunal,
foi obtido acordo para a aplicação da medida de promoção e
proteção de apoio junto dos pais, o qual foi homologado por
sentença nessa mesma data.
Em 25.3.2009 determinou-se a continuação/prorrogação da aludida
medida por mais seis meses.
Em 15.4.2010 foi proferido despacho que determinou a cessação da
aludida medida, por ter sido atingido o tempo máximo de duração
admitida na lei (art.º 60.º n.º 2 da Lei de Proteção de Crianças e
Jovens em Perigo -LPCJP).
Na mesma data, por se considerar que se mantinha uma situação
de perigo para a menor e a fim de se proceder a um diagnóstico
preciso da situação da criança e se definir o seu encaminhamento
em termos de futuro, determinou-se a aplicação, a título provisório,
da medida de promoção e proteção de apoio junto dos pais, por seis
meses.
Em 24.6.2010 foi decidido alterar a medida aplicada, aplicando-se a
medida provisória de acolhimento em instituição.
Em cumprimento dessa determinação em 02.7.2010 a menor “A”
foi internada no Centro de Acolhimento Temporário (CAT) “Casa
...” sito em L....
A aludida medida provisória foi excecionalmente prorrogada, por
períodos de três meses, por despachos de 13.01.2011, 10.3.2011,
09.6.2011, 14.7.2011, 20.10.2011.
Entretanto, em 08.4.2011, o CAT Casa ... e a ECJ de L... enviaram
relatórios de acompanhamento nos quais indicaram, para
concretização do projeto de vida da “A”, a aplicação da medida
prevista no art.º 35.º n.º 1 alínea g) da LPCJP (confiança a pessoa
selecionada para a adoção ou a instituição com vista a futura
adoção).
Na sequência do que:
Ouviu-se em declarações, em 19.5.2011, a Diretora e a Diretora
Adjunta da Casa ..., que também aí são educadoras sociais, duas
psicólogas da Casa ... e uma técnica da ECJ de L...; em 07.07.2011
foram ouvidos em declarações os progenitores da menor, o
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n.º 303/2007, de 24.8, pois teve o seu início antes de 01.01.2008 (cfr.
artigos 11.º n.º 1 e 12.º do Dec.-Lei n.º 303/2007). Quando nada se
diga em contrário, será tida em conta a redação do Código de
Processo Civil anterior à introduzida por aquele diploma.
Nos termos do n.º 2 do art.º 690.º do CPC, quando o recurso verse
sobre matéria de direito, as conclusões devem indicar as normas
jurídicas violadas, o sentido com que, no entender do recorrente, as
normas que constituem fundamento jurídico da decisão deviam ter
sido interpretadas e aplicadas e, invocando-se erro na
determinação da norma aplicável, a norma jurídica que, no
entendimento do recorrente, devia ter sido aplicada. Nos termos do
n.º 4 do art.º 690.º do CPC, se nas conclusões não se tiver procedido
às supra referidas especificações, o relator deve convidar o
recorrente a apresentá-las, sob pena de não se conhecer do objeto
do recurso, na parte afetada.
Afigura-se-nos que, embora de forma imperfeita, o recurso é de
direito e cumpre, de forma tácita, os requisitos mínimos delineados
pela lei. Para o efeito, atente-se no teor das conclusões 3.ª, 4.ª, 5.ª,
6.ª, 7.ª, 37.ª e 39.ª. Aí os apelantes enunciam as normas legais tidas
por pertinentes e que, no seu entender, impunham decisão diversa
da recorrida.
Entendemos, pois, que não existe a referida omissão apontada pelo
apelado.
No que diz respeito a eventual impugnação da matéria de facto, a
modificabilidade da decisão de facto pela Relação está regulada no
art.º 712.º do Código de Processo Civil. Nos termos desse artigo, a
Relação pode alterar a decisão do tribunal de 1.ª instância sobre a
matéria de facto:
a) Se do processo constarem todos os elementos de prova que
serviram de base à decisão sobre os pontos da matéria de facto em
causa ou se, tendo ocorrido gravação dos depoimentos prestados,
tiver sido impugnada, nos termos do artigo 690.º-A, a decisão com
base neles proferida;
b) Se os elementos fornecidos pelo processo impuserem decisão
diversa, insuscetível de ser destruída por quaisquer outras provas;
c) Se o recorrente apresentar documento novo superveniente e que,
por si só, seja suficiente para destruir a prova em que a decisão
assentou.
Nos termos do art.º 690.º-A do Código de Processo Civil, quando se
impugne a decisão proferida sobre a matéria de facto, deve o
recorrente obrigatoriamente especificar, sob pena de rejeição, os
concretos pontos de facto que considera incorretamente julgados e
os concretos meios probatórios, constantes do processo ou de
registo ou gravação nele realizada, que impunham decisão sobre os
pontos da matéria de facto impugnados diversa da recorrida.
Tratando-se de depoimentos gravados, incumbe ainda ao
recorrente, sob pena de rejeição do recurso, indicar os depoimentos
em que se funda, por referência ao assinalado na ata (art.º 690.º-A
n.º 2).
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e) Acolhimento familiar;
f) Acolhimento em instituição;
g) Confiança a pessoa selecionada para a adoção ou a instituição
com vista a futura adoção.
As medidas referidas nas alíneas a) a d) consideram-se medidas a
executar “no meio natural de vida” e as medidas referidas nas
alíneas e) e f) consideram-se “medidas de colocação”; quanto à
medida prevista na alínea g), é considerada a executar no meio
natural de vida no primeiro caso e de colocação no segundo (n.º 3
do art.º 35.º da LPCJP).
Estas medidas podem ser decididas a título provisório, nas
situações de emergência ou enquanto se procede ao diagnóstico da
situação da criança e à definição do seu encaminhamento
subsequente, não podendo a sua duração, nesse caso, exceder seis
meses (art.º 35.º n.º 2 e 37.º da LPCJP). As medidas previstas nas
alíneas a) a d) não poderão ter duração superior a um ano,
podendo tão só ser prorrogadas até 18 meses (art.º 60.º da LPCJP).
As medidas previstas nas alíneas e) e f) terão a duração
estabelecida no acordo ou na decisão judicial (art.º 61.º). Porém,
também em relação a estas duas está subjacente a ideia de uma
forma de vida com limitação temporal (quanto ao acolhimento
familiar, cfr. art.º 48.º, no qual se menciona expressamente, como
pressuposto da sua aplicação, que é previsível o retorno da criança
ou jovem à família natural; no que concerne ao acolhimento em
instituição, pode ser de curta duração – nos termos expressos nos
números dois e três do art.º 50.º da LCPJP – ou de duração
prolongada, ou seja, por prazo superior a seis meses – n.º 4 do art.º
50.º -, mas em todo o caso é sujeito a revisão pelo menos de seis em
seis meses - art.º 62.º n.º 1 da LPCJP; neste sentido, v.g., Rosa
Clemente, “Inovação e Modernidade no Direito de Menores, a
perspectiva da Lei de Protecção de Crianças e Jovens em Perigo”,
Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, Centro de
Direito da Família, Coimbra Editora, 2009, páginas 81 a 85).
Mais adiante se falará no apadrinhamento civil, instituto cujo
regime está previsto na Lei n.º 103/2009, de 11 de setembro,
regulamentada pelo Dec.-Lei n.º 121/2010, de 27.10, e que se
assume como uma medida tutelar cível com características
próprias, tendencialmente de caráter permanente e que cede
perante a adoção, pois não pode aplicar-se quando se verifiquem os
pressupostos da confiança com vista à adoção.
Quanto à medida de confiança de menor a outrem com vista a
adoção.
O art.º 1974.º do Código Civil, com a redação introduzida pela Lei
nº 31/2003, de 22.8, enuncia os requisitos gerais da adoção: “a
adopção visa realizar o superior interesse da criança e será decretada
quando apresente reais vantagens para o adoptando, se funde em
motivos legítimos, não envolva sacrifício injusto para os outros filhos
do adoptante e seja razoável supor que entre o adoptante e o
adoptando se estabelecerá um vínculo semelhante ao da filiação.”
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DECISÃO
Pelo exposto, julga-se a apelação parcialmente procedente e
consequentemente revoga-se a decisão recorrida e em sua
substituição aplica-se a medida de acolhimento da “A” em
instituição, pelo prazo de um ano, sujeita a revisão nos termos
legais, de preferência a ser executada na “Casa ...”, onde a criança
já se encontra.
Sem custas, por isenção (art.º 4.º n.º 2 alínea f) do RCP).
Lisboa, 22 de Novembro de 2012
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