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Zaqueu Naissone Simango

Sebenta de Técnicas laboratoriais

Instituto Médio Politécnico Ciência e Inovação


Chimoio
2022
Autor

Zaqueu Naissone Simango, Natural do Distrito de Machaze, Província de Manica,


Licenciado em Ensino de Química com Habilitação em Ensino de Biologia docente de
Laboratório I, II e III, Química Básica, Química Geral, Química Inorgânica I e II, Didáctica
de Química II e III na antiga Universidade Pedagógica actual Universidade Púnguè.
Docente a tempo parcial na UCM- Instituto de Educação a Distância em Chimoio nas cadeiras
de Laboratório I e Química Orgânica e no Instituto de Médio Politécnico Ciência e Inovação
na cadeira de Técnicas Laboratoriais.
Participou em muitos seminários de capacitação Pedagógica na Universidade Pedagógica
actual Universidade Púnguè.

Em 2020 participou no I a IV fórum bilateral Moçambique-Brasil: um olhar na


Química e suas Aplicações promovido pelo instituto de Química (IQUFU) da
Universidade Federal de Uberlândia vinculado ao Programa Festival de Cultura
#UFU em Casa' realizado nos períodos de 22 de Julho e 26 de Agosto de 2020
respectivamente, sob coordenação Profa . Raquel Maria Ferreira de Sousa.

Em 2021 participou e concluiu com sucessos os cursos online abertos gratuitos no


Moodle do Instituto Federal do Rio Grande de Sul entre os dias 11 de Junho a 22 de
Julho de 2021, os seguintes cursos na área de Ciências Exactas: Curso de Química, na
área de Educação: Curso de Aprendizagem Significativa, Curso de Didáctica e Curso
de Educação Profissional e Novo Ensino Médio e na área de Saúde e Ambiente:
Curso de Coronavírus.

Para a produção desta Sebenta teve como colaborador o Director Geral do Instituto de
Médio Politécnico Ciência e Inovação o Marcos Alexandre Joaquim Bande.

Elaborado por Zaqueu Naissone Simango- Sebenta de Técnicas Laboratoriais 2022


Índice
Autor...........................................................................................................................................2
Introdução...................................................................................................................................5
UNIDADE I: Introdução a disciplina 1.Conceitos fundamentais..............................................7
1.2. Roupas de Protecção (Bata Ou Avental).........................................................................8
1.3. Breve Historial sobre àFarmácia...................................................................................10
1.3.1. Os termos mais usado usados emfarmácia....................................................................10
1.4. Relação entre a Farmácia com outras ciências Biologia...............................................11
1.5. Importância daFarmácia................................................................................................11
UNIDADE II : Higiene e Segurança no Trabalho do Laboratório...........................................12
2. Regras Básicas de Higiene e Segurança-(RBHS)................................................................12
2.1. Normas de Segurança....................................................................................................12
2.2. Incêndio e fogo..............................................................................................................14
2.2.1. Classes de fogos e sua extinção.....................................................................................16
2.2.1.1. Classe de fogos............................................................................................................16
2.3. Noções de Primeiros Socorros......................................................................................19
2.4. Rotulagem para Produtos Químicos..............................................................................19
2.4.1. Simbologia Diamante de Hommel................................................................................22
2.5. Manuseio de Reagentes Químicos no Laboratório............................................................24
2.5.1. Acidentes Cortes Pequenos...........................................................................................26
2.5.2. Queimadura causada por produto químico....................................................................26
2.5.3. Queimaduras térmicas ou com fogo..............................................................................26
2.5.4. Salpicos de reagentes químicos nos olhos.....................................................................26
2.5.5. Inalação de substâncias tóxicas.....................................................................................27
2.5.6. Ingestão de reagentes (sólidos, líquidos).......................................................................27
2.5.7. Eléctrico........................................................................................................................27
2.5.8. Solventes inflamáveis....................................................................................................27
2.6. Material de Laboratório e suas Funções........................................................................27
2.7. Lavagem do material.....................................................................................................40
UNIDADE III - Sistema de Unidades......................................................................................41
3. Sistema de unidades.............................................................................................................41
3.1. Símbolo.........................................................................................................................42
3.2. Unidade composta.........................................................................................................42
3.3. Medidas de tempo.........................................................................................................42
3.4. Sistema de peso e medidas em farmácia.......................................................................43
3.4.1. Unidades de massa Múltiplos........................................................................................44
3.4.2. Unidades de comprimento Múltiplos............................................................................44
3.4.3. Unidades de capacidade Múltiplos................................................................................44
3.5. Correspondência entre unidades....................................................................................45
3.6. Importância do Sistema Internacional de Unidades......................................................45
UNIDADE IV: Medição em Química......................................................................................46
4. Medição em Química...........................................................................................................46
4.1. Medição pode ser directa ou indirecta...........................................................................46
Elaborado por Zaqueu Naissone Simango- Sebenta de Técnicas Laboratoriais 2022
4.1.2. Medição indirecta..........................................................................................................47
4.2. Material e equipamento:................................................................................................47
4.3. Unidades básicas e derivados........................................................................................47
4.3.1. Grandezaextensiva/Básica.............................................................................................48
4.4. Avaliação dos erros experimentais................................................................................49
4.4.1. Precisão e exactidão......................................................................................................50
4.4.2. Erros sistemáticos..........................................................................................................50
4.4.3. Erros randômicos ou desvio padrão..............................................................................51
4.4.4. Erros pessoais 51
4.4.5. Dígitos significativos.....................................................................................................52
4.4.6. Operações com algarismos significativos.....................................................................52
4.4.6.1.Regras para arredondamento........................................................................................52
UNIDADE V: Reagentes.........................................................................................................53
5. Reagentes………………...............................................................................................53
5.1. Manipulação e armazenamento de produtos.................................................................54
5.2. Classificação de produtos segundo a perigosidade.......................................................56
5.3. Rótulo............................................................................................................................56
UNIDADE VI: Medição de Massa..........................................................................................57
6. Medição de massa 57
6.1. Características das Balanças..........................................................................................57
6.2. Tipos debalanças...........................................................................................................57
6.4. Cuidados a Observar na Utilização de uma Balança.....................................................61
6.5. Regras de Medição da Massa com auxílio de Balança.................................................61
UNIDADE VII: Medição de Volumes.....................................................................................62
7. Medição de Volumes............................................................................................................62
7.1. Relação entre Volume eCapacidade..............................................................................62
7.2. Material de Medição deVolume....................................................................................62
UNIDADE VIII: Transferência de Sólidos e Líquidos............................................................66
8. Transferência de Sólidos e Líquidos.............................................................................66
8.1. Técnicas de transferências de reagentes sólidos e líquidos Sólidos..............................66
UNIDADE IX: Densidades dos líquidos..................................................................................67
9. Densidades dos líquidos.......................................................................................................67
9.1.Instrumentos de Medição da Densidade.............................................................................67
UNIDADE X: Aquecimento ou calor......................................................................................68
10.1. Aquecimento ou calor......................................................................................................68
10.1. Forma de transferência de calor de dois corpos em contacto..........................................68
10.2. Fonte de aquecimento......................................................................................................69
UNIDADE XI: Refrigeração 11.Refrigeração.........................................................................71
11.1. Ciclos de refrigeração.................................................................................................71
11.1.1. Ciclo de refrigeração padrão por compressão.............................................................71
11.1.2. Etapas de um Ciclo Ideal de Refrigeração..................................................................72
UNIDADE XII: Outras Operações Unitárias...........................................................................72
12. Outras Operações Unitárias...........................................................................................72

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12.1. Decantação 72
12.2. Filtração……………….................................................................................................73
12.2.1.Técnicas da filtração......................................................................................................75
12.3. Lavagem do resíduo sólido...........................................................................................77
12.3. Como utilizar correctamente algum material Como utilizar um frasco que contém um
líquido………………….......................................................................................................78
12.4. Secagem........................................................................................................................80
12.5. Excicador ou dessecador...............................................................................................82
12.6. Decantação....................................................................................................................82
12.7. Centrifugação................................................................................................................83
12.7.1.Técnicas da centrifugação.............................................................................................83
UNIDADE XIII: Soluções.......................................................................................................86
13. Soluções......................................................................................................................86
13.1. Classificação das soluções..........................................................................................87
13.2. Solubilidade nos gases................................................................................................89
13.2.1. Cossolvente………….................................................................................................89
13.2.2. Solubilização………...................................................................................................89
13.2.3. Complexação…….......................................................................................................89
13.3. Modificação química..................................................................................................90
13.4. Concentração das soluções.........................................................................................90
13.4.2. Concentração(Cm)......................................................................................................90
13.4.3. Expressões de resultados analíticos............................................................................91
13.5. Diluição de soluções...................................................................................................92
UNIDADE XIV: Ponto de Ebulição e Destilação....................................................................93
14. Ponto de Ebulição e Destilação...................................................................................93
14.1. Correspondência entre escalas termométricas............................................................94
14.2. Água doLaboratório....................................................................................................94
14.2.1. Tipos de água………..................................................................................................94
14.3. Ponto de ebulição........................................................................................................95
14.3.1. Técnicas para a determinação do ponto de ebulição...................................................96
14.3.1.2. Técnicas usando o aparelho automático...................................................................97
14.4. Destilação…………....................................................................................................97
14.4.1. Técnicas de destilação.................................................................................................98
14.4.1.1. Destilação simples a pressão normal.........................................................................98
14.4.1.2. Destilação fraccionada............................................................................................100
UNIDADE XV: Ponto de Fusão e Cristalização....................................................................101
15. O ponto de fusão............................................................................................................101
15.1. Técnicas para a determinação do ponto de fusão..........................................................102
15.2. Técnica usando aparelho automático.............................................................................104
15.3. Cristalização..................................................................................................................104
UNIDADE XVI:pH................................................................................................................105
16. pH..................................................................................................................................105
16.1. Medida depH.................................................................................................................106

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16.2. Indicadores.....................................................................................................................107
16.3. Determinação do pH......................................................................................................109
16.4. Solução-tampão.............................................................................................................110
16.4.1. Escolha do tampão......................................................................................................111
17. Bibliografias:.................................................................................................................112

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Introdução
A presente Sebenta de Técnicas Laboratoriais contém conteúdos de Laboratórios que são
muito importantes para os estudantes dos cursos Médios Profissionais em Farmácia e
Laboratório.
Sabe-se que num Laboratório, dada a sua natureza dos trabalhos aí executados, existem vários
perigos que podem ter consequências mais ou menos graves, imediatas ou a longo prazo.
Portanto, nele envolve frequentemente o contacto com materiais potencialmente perigosos e
por isso exige que se respeitem as regras ou normas da sua utilização a fim de minimizar a
probabilidade de ocorrências de acidentes e as suas nefastas consequências.
O laboratório não se trata de um local onde se deve estar permanentemente com receio mas
sim onde se deve trabalhar com responsabilidade, cuidado e atenção, por isso, quem utiliza
frequentemente um laboratório deve ser treinado para ser cuidadoso tanto no manuseamento
de equipamento como na utilização e armazenagem de produtos químicos.
A segurança no laboratório de química deve ser uma preocupação constante e prioritária dos
seus utentes, (alunos, professores e funcionários). A prevenção é a melhor forma de
minimizar os potenciais riscos e de evitar acidentes desnecessários.
O trabalho laboratorial, neste contexto, não deverá ser uma mera rotina pré-programada, onde
todos os alunos alcancem os mesmos resultados inquestionáveis. Isto seria uma metodologia
contraditória da verdadeira metodologia da ciência. Transformar este trabalho numa
verdadeira experiência, em que os alunos se envolvam, identificando e controlando variáveis,
utilizando um pensamento crítico e interpretando os resultados obtidos.
A Disciplina de técnicas Laboratoriais tem Dezasseis Unidades temáticas a saber:
 Introdução ao estudo da disciplina;
 Regras de Higiene e Segurança no Trabalho do Laboratório;
 Sistema de Unidade;
 Medição em química;
 Reagentes;
 Medição de massa;
 Medição de volume;
 Transferência de sólidos e líquidos;
 Densidade;
 Aquecimento;
 Refrigeração;
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 Outras operações;
 Soluções;
 Pontos de ebulição e destilação;
 Ponto de fusão e cristalização;
 pH.

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UNIDADE I: Introdução a disciplina
1. Conceitos fundamentais
As experiências num Laboratório, envolve o manuseamento de substâncias perigosas, bem
como o uso de corrente eléctrica e gás, cuja sua manipulação requer cuidados.
O Laboratório é um local de trabalho, onde os factores de riscos estão presentes, o
conhecimento de regras de biossegurança assim como o seu cumprimento são a melhor forma
de evitar acidentes.

Segurança em Laboratório
O termo segurança é bastante familiar, fala se de segurança contra bandidos, segurança
alimentar, segurança das nossas casas contra o vendaval em fim, cada um no seu contexto. De
acordo com Chambel (2005), um laboratório é um local de trabalho com potenciais riscos de
acidente, dado que se manipulam substâncias com perigosidade considerável, que se
indevidamente utilizadas, podem causar danos graves de grandes repercussões. Realmente
isso mostra o quão importante garantir a segurança em qualquer tipo de actividade que
representa riscos a nossa saúde, e a atividade de Laboratório de Química não esta alheia a
isso, ela oferece muitos riscos, devidos ao tipo de substâncias que são manipuladas e os
equipamentos usados. Antes de desenvolver os assuntos referentes a esta unidade torna-se
importante trazer alguns conceitos directamente relacionados com a segurança no laboratório.

Biossegurança: é um conjunto de procedimentos, acções, técnicas, metodologias,


equipamentos e dispositivos capazes de eliminar ou minimizar riscos inerentes às actividades
de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, que
podem comprometer a saúde do homem, dos animais, do meio ambiente ou a qualidade dos
trabalhos desenvolvidos. Portanto as normas de Biossegurança devem assegurar que se
minimizem os possíveis riscos.
Segurança no Trabalho: é o conjunto de medidas técnicas, administrativas, educacionais,
médicas e psicológicas que são empregadas para prevenir acidentes, eliminando condições
inseguras do ambiente, instruindo e convencendo pessoas na implantação de práticas
preventivas.
Risco é o perigo que determinado indivíduo está exposto ao entrar em contato com um agente
tóxico ou certa situação perigosa.

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Toxicidade qualquer efeito nocivo que advém da interação de uma substância química com o
organismo.
Acidentes são todas as ocorrências não programadas, estranhas ao andamento normal do
trabalho, das quais poderão resultar danos físicos ou funcionais e danos materiais e
económicos à instituição.
Prevenção de Acidentes é acto de se por em prática as regras e medidas de segurança, de
maneira a se evitar a ocorrência de acidentes.
Equipamentos de Segurança são os instrumentos que têm por finalidade evitar ou minimizar
riscos de acidentes.
A preocupação sobre a segurança no laboratório tem como o objectivo de evitar acidentes,
portanto torna-se imprescindível que durante os trabalhos realizados no laboratório, deve se
cumpra rigorosamente o uso de equipamentos de protecção individual (EPI,s) e colectivo
(EPC), que inclui todos os princípios básicos, os deveres ou responsabilidade que devem ter
tanto os estudantes bem como os docentes de modo a manter a sua integridade física dentro
do laboratório.

1.1. Equipamentos de protecção individual (EPI) e suas utilidades nos laboratórios


Equipamentos de protecção individual (EPI): São todos dispositivos de uso individual,
destinados a proteger a integridade física dos trabalhadores ou dos utentes do laboratório.
Esses equipamentos podem ser:

Roupas de protecção ou (bata ou avental); Roupas de protecção ou (bata ou avental); Luvas;


Protecção facial ou ocular (óculos, capacetes); Protecção respiratória (mascaras contra gases e
pó).

1.2. Roupas de Protecção (Bata Ou Avental)


Recomenda-se para manuseio de substâncias químicas, deve ser de material de algodão grosso
(caqui), queima mais devagar, reage com ácidos e bases de modelo com mangas compridas
com fechamento em velcro1 ou botões bem ordenados ; comprimento até os joelhos,
fechamento frontal em velcro, sem bolsos ou “detalhes soltos” e normalmente deve estar ser
usado sempre fechado. Em Laboratórios biológicos são usados os aventais descartáveis: não
protegem contra substâncias químicas e são altamente inflamáveis. Os aventais devem ser
despidos quando sair do laboratório.

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1.3. Breve Historial sobre àFarmácia
As literaturas mais antigas da Medicina, datam cerca de 3500 anos a.n.e, onde as civilizações
utilizavam o meio ambiente como a fonte de remédio, tais como folhas de plantas, raízes,
estrumes de animais,
Pressupõe – se que cerca de 3000 anos da interacção com o meio ambiente, sucederam
– se várias descobertas devido ao uso vasto de substâncias de origem mineral, vegetal e
animal, para produzir certos efeitos no organismo humano, onde na modernidade aparecem
medicamentos cientificamente bem elaborados.

Contudo, pode se dizer que o uso de remédios naturais começou a longas décadas. Na
antiguidade mais remota, onde o homem tentava aliviar e curar os males por meio destes
recursos naturais e o lugar da venda dos remédios se chamava na altura por botica e o
vendedor era designado boticário.
A partir de 1940, com os avanços tecnológicos no campo da Medicina, iniciou-se um
processo de reestruturação e modernização da área de Farmácia, por exemplo no Brasil, onde
mais tarde abrangiu todo o mundo, que até hoje é imprescindível nos serviços de saúde
pública.

1.3.1. Os termos mais usado usados em farmácia


Farmácia – é uma ciência e arte de preparar medicamentos ou estabelece as preparações
farmacêuticas e aviamento de medicamento.
Técnica – é uma arte, regra ou habilidade de fazer alguma coisa.
Laboratório – é um lugar ou local onde se realizam ensaios, experiências, investigações,
pesquisas científicas ou preparações de fórmulas farmacêuticas.
Laboratório multidisciplinar - é um lugar ou local devidamente equipado onde os diferentes
profissionais podem para realizar ensaios, experiências, investigações, pesquisas científicas
ou preparações de fórmulas farmacêuticas.
Materiais de laboratório – são equipamentos, instrumentos e reagentes que existem ou
precisos para a realização das experiências.
Fármaco – designa – se normalmente as substâncias químicas utilizadas na preparação de
medicamentos e adoptadas à vários usos.
Droga – é a substância capaz de alterar o funcionamento normal do sistema nervoso ou é qual
quer substância simples ou complexa de várias origens, quando administradas no

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organismo vivo em pequenas quantidades não actuam como alimento, antes pode produzir
alterações somáticas (SNC) – segundo à OMS.
Alimento – é toda substância que se ingere com objectivo de manter o equilíbrio no
organismo para satisfazer à fome.
Remédio – é toda substância química com fins curativos ou preventivos duma doença.
Veneno - é a droga ou preparação farmacêutica simples ou complexa, quando administrada
em doses excessivas é tóxica ou nociva.

1.4. Relação entre a Farmácia com outras ciências Biologia


Sendo a biologia ciência da vida e a farmácia ciência dos medicamentos, a sua relação centra
– se nos métodos de administração, interacção medicamentosa no organismo vivo, locais de
actuação, vias de absorção e eliminação pelo organismo.
Química – relacionam – se entre mutuamente, porque o próprio medicamento fabricado, usa
produtos e fórmulas químicas padronizadas cientificamente.
Matemática – o seu relacionamento está ao se efectuarem cálculos necessários no momento
do fabrico de medicamentos nos laboratórios a partir de fórmulas farmacêuticas padronizadas,
bem como na requisição e aviamento de medicamentos aos utilitários, tendo em conta as
doses prescritas.
Farmacognósia – possui relacionamento com esta cadeira, visto que esta estuda as plantas
medicinais e o seu efeito terapêutico no organismo humano.

1.5. Importância da Farmácia


A Farmácia se mais destaca pela importância da sua função na manipulação de receitas
magistrais preparadas aos doentes, colecção de drogas importadas e fornecimento de toda
medicação aos beneficiários, para além de insumos de meios auxiliares de diagnóstico,
incluindo o material médico – cirúrgico.

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UNIDADE II : Higiene e Segurança no Trabalho do Laboratório
2. Regras Básicas de Higiene e Segurança-(RBHS)
2.1. Normas de Segurança
Toda tarefa a ser executada deve ser cuidadosamente programada, pois, nenhum trabalho é tão
importante e urgente que não mereça ser planejado e efectuado com segurança. É
responsabilidade de cada um zelar pela própria segurança e das pessoas com quem trabalha. O
trabalho em laboratórios de ensino só deve ser permitido no horário previsto e sob a
supervisão do professor. Em todos os laboratórios, o trabalho só deve ser efetuado quando
simultâneo ao de outro pesquisador. As normas específicas fixadas para cada laboratório
devem ser rigorosamente obedecidas. Ressalta-se que devem ser renunciadas as brincadeiras
dentro do laboratório. É bom lembrar que o professor ou o técnico do laboratório é sempre a
pessoa melhor qualificada para orientar quanto aos cuidados específicos a serem tomados em
relação a cada experiência. Suas instruções devem ser cuidadosamente seguidas e respeitadas.
Todo trabalho efectuado em laboratório oferece risco. Este risco pode ser decorrente o de
produtos químicos, eletricidade ou chamas e agentes patogênicos, resultando em materiais,
ferimentos, queimaduras ou graves infecções. É evidente, no entanto, que estas são apenas
umas delas, mas, desde que sejam seguidos, muitos acidentes poderão ser evitados: abaixo
enumeradas a seguir, as regras básicas de segurança:
1. Não entrar em locais de risco desconhecido;
2. Não permitir a entrada de pessoas alheias aos trabalhos do laboratório;
3. Não fumar no laboratório;
4. Não se alimentar e nem ingerir líquidos nos laboratórios;
5. Não armazenar substâncias incompatíveis no mesmo local;
6. Não abrir qualquer recipiente antes de reconhecer seu conteúdo pelo rótulo; Informar-se
sobre os símbolos que nele aparecem (ver referências);
7. Não pipetar líquidos directamente com a boca; usar pipetadores adequados;
8. Não tentar identificar um produto químico pelo odor nem pelo sabor;
9. Não levar a mão à boca ou aos olhos quando estiver manuseando produtos químicos;
10. Não retornar reagentes aos frascos de origem;
11. Não executar reacções desconhecidas em grande escala e sem protecção;
12. Não adicionar água aos ácidos, mas sim os ácidos à água;
13. Não dirigir a abertura de frascos na sua direcção ou na de outros;

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14. Não trabalhar de sandálias ou chinelos no laboratório; os pés devem estar protegidos
com sapatos fechados;
15. Não abandonar o experimento, principalmente à noite, sem identificá-lo e encarregar
alguém qualificado pelo seu acompanhamento;
16. Não se distrair, durante o trabalho no laboratório, com conversas, jogos ou ouvindo
música alta, principalmente com fones de ouvido;
17. Evitar trabalhar sozinho no laboratório; avisar o responsável quando trabalhar tarde da
noite ou nos finais de semana para que os vigias visitem periodicamente o local;
18. Aprender a usar correctamente os EPIs e EPCs (equipamentos de protecção individual e
coletiva): luvas, máscaras, óculos, aventais, sapatos, capacetes, capelas, blindagens, etc.
19. Manter os solventes inflamáveis em recipientes adequados e longe de fontes de calor.
20. Utilizar a capela sempre que efectuar uma reacção ou manipular reagentes
que liberem vapores;
21. Conhecer o funcionamento dos equipamentos, antes de operá-los;
22. Lubrificar os tubos de vidro, termómetros, etc, antes de inseri-los em rolhas e
mangueiras;
23. Conhecer as propriedades tóxicas das substâncias químicas antes de
empregá-las pela primeira vez no laboratório;
24. Prender à parede, com correntes ou cintas, os cilindros de gases
empregados no laboratório;
25. Não trabalhar com material imperfeito. Vidrarias trincadas, lascadas ou
quebradas devem ser descartadas e o técnico ou responsável deve ser avisado;
26. Certificar-se da correcta montagem da aparelhagem antes de iniciar um experimento;
27. Informar sempre colegas quando for efectuar uma experiência
potencialmente perigosa;
28. Manter uma lista actualizada de telefones de emergência;
29. Informar-se sobre os tipos e usos de extintores de incêndio bem como a
localização dos mesmos (corredores);
30. Acondicionar em recipientes separados o lixo comum e os vidros quebrados
e outros Materiais cortantes;

31. Seguir as instruções correctas de descartar substâncias químicas, resíduos e o lixo;


informe-se dos procedimentos junto às comissões pertinentes ou técnicos de laboratório ou

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professor;
32. Frascos vazios de solventes e reagentes devem ser limpos e enviados ao contentor de
vidros, para descarte. Cada laboratório deve se encarregar deste serviço, não podendo
qualquer frasco ficar do lado de fora do laboratório;
33. Se tiver cabelos longos, leve-os presos ao realizar qualquer experiência no laboratório;
34. Não usar relógios, pulseiras, anéis ou qualquer ornamento durante o trabalho no
laboratório;
35. Lentes de contacto não devem ser usadas em laboratórios, pois podem absorver produtos
químicos e causar lesões nos olhos;
36. Evitar colocar na bancada de laboratório bolsas, agasalhos ou qualquer material estranho
ao trabalho;
37. Verificar, ao encerrar as actividades, se não foram esquecidos aparelhos ligados (bombas,
motores, mantas, chapas, gases, etc.) e reagentes ou resíduos em condições de risco;
38. Faça apenas as experiências indicadas pelo professor. Experiências não autorizadas são
proibidas. Improvisações podem causar acidentes
39. Comunicar qualquer acidente, por menor que seja, ao responsável pelo laboratório;
40. Organização do ambiente de trabalho. 41. Armazenamento dos reagentes.
42. Manutenção preventiva.

2.2. Incêndio e fogo


Incêndio é todo e qualquer fogo não controlado
O fogo é provocado por uma reacção exotérmica rápida-combustível-entre o material
comburente e o comburente, por excelência e o oxigénio-atmosférico.
Mas não basta o contacto entre combustível e comburente para haver combustão. Para que a
combustão é necessário um terceiro elemento: a energia de activação.
O fogo não pode, assim, existir sem a conjugação simultânea dos três elementos.
 Combustível
 Comburente
 Energia de activação(calor).

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Figura 1: Triângulo de fogo.
Uma vez iniciada a combustão, os gases envolvidos ‘‘ reagem em cadeia’’ alimentando a
combustão, dada a transmissão de calor de umas partículas para outras .

Figura 2: Tetraedro do fogo.

2.2.1. Classes de fogos e sua extinção


Sabe-se que o laboratório é um local de trabalhos que envolvem vários riscos. Um destes
riscos senão o maior é o perigo de incêndio, que pode ter origens muitos diferentes: curto –
circuito, negligencia, mau funcionamento de uma torneira de gás.
O conhecimento da existência destes riscos obriga a tomada de algumas medidas e precauções
para combater o incêndio de forma eficaz e no curto intervalo de tempo possível.
Para isso é necessário conhecer:
Meios de alarmes disponíveis: telefone acessível para um rápido contacto com os
bombeiros, detectores de incêndios.

Elaborado por Zaqueu Naissone Simango- Sebenta de Técnicas Laboratoriais 2022 Pá gina 15
Modo de procedimentos: deve desenvolver-se atitudes de vigilância mutua no ambiente de
trabalho e executar, periodicamente, exercícios de simulação de risco, que desenvolvam
atitudes expeditas e reflexos rápidos essenciais ao domínio de uma eventual situação concreta.

2.2.1.1. Classe de fogo


A) Classes de fogo

Tabela 1: Classes de fogos e a sua descrição.

Classes de fogo Descrição Exemplos de materiais


A (fogos secos) Fogos de superfície e Madeira, papel, tecido,
profundidade que carvão, lixo, palha.
geralmente dão origem a
brasas.
B (fogos gordos) Fogos de superfície de Petróleo, gasolina, óleos,
líquidos combustíveis e álcool, vernizes, ceras,
sólidos liquidificáveis. plásticos, alcatrão, parafina.
C (fogos de gases) Fogos em garrafas de gás Propano, butano, acetileno,
domésticos ou industriais. hidrogénio, hexano.
D (fogos de metais) Envolve reacções de Sódio, alumínio, magnésio,
combustão de alguns metais titânio, zircónio, lítio,
alcalinos ou pirofosfóricos. uranio.

Pó Químico - Age principalmente por abafamento. Há várias composições de pós, o mais


comum, do tipo BC é fabricado com 95% de bicarbonato de sódio 5% de estearato de
potássio, de magnésio e outros - para melhorar sua fluidez e torná-lo repelente à humidade e
ao empedramento. Como gás de pressurização recomenda-se o uso de nitrogénio.
Pó ABC (múltiplo uso, polivalente, para fogo em sólidos, líquidos inflamáveis e
electricidade). Seu principal componente, o fosfato monoatómico, é um produto muito
utilizado na produção de fertilizante agrícola.
Gás Carbônico (CO2) - Age por abafamento, e por resfriamento em acção secundária. É um
gás sem cheiro, sem cor e não conduz electricidade, sendo recomendado na extinção de fogo
classes B e C. Quando usado em grandes quantidades (sistemas fixos) é asfixiante.
A espuma mecânica (formada por bolhas de ar): é produzida pelo batimento mecânico de
água com extracto proteínico, uma espécie de sabão líquido concentrado. Sua razão de

Elaborado por Zaqueu Naissone Simango- Sebenta de Técnicas Laboratoriais 2022 Pá gina 16
expansão é de 1:6. A espuma mecânica de alta expansão chega a 1:1000. A espuma mecânica
é um agente extintor empregado no combate a incêndio da classe "B" (líquidos inflamáveis).
A espuma mecânica deve ser aplicada contra um anteparo, para que possa ir cobrindo
lentamente a superfície da área incendiada. Tanto a espuma química como a mecânica têm
dupla acção. Agem por resfriamento, devido a água e por abafamento, devido a própria
espuma. Portanto, são úteis nos incêndios de Classe A e B.
A espuma é condutora de electricidade. Portanto, jactos plenos de espuma não devem ser
aplicados em incêndios de equipamentos eléctricos energizados, ou seja em incêndios de
Classe C, porque contêm água. Também não é considerada agente adequado para incêndios
que envolvam gases de petróleo.

B) Processos de extinção.
Um fogo pode ser interrompido quando se impede a acção de um dos seus componentes
(triangulo do fogo) ou se rompem as reacções em cadeia (Tetraedro do fogo).
Alguns dos processos de extinção de fogos mais vulgarmente utilizados.
Abafamento: diminuição da percentagem de oxigénio para valores inferiores a 15% ( a
percentagem normal de oxigénio no ar é de 20%).
Dispersão: separação física do combustível.
Arrefecimento: diminuição da temperatura do ambiente onde esta a ocorrer o fogo por
valores inferiores a temperatura de combustão.

Inibição: alteração da composição química da chama suprimindo a sua formação (ruptura das
reacções em cadeia).
Tabela 2: Agentes extintores e modo de actuação.
Classe de fogo Agente extintores Modo de actuação Processo de intervenção
A Água Abafamento Jacto
Arrefecimento Chuveiro/nevoeiro
Choque vapor
Sopro,
encharcamento
A Areia Abafamento
B e fogos eléctricos Dióxido de carbono Abafamento Neve carbónica
(gás mais denso que Arrefecimento
o ar) Sopro

Elaborado por Zaqueu Naissone Simango- Sebenta de Técnicas Laboratoriais 2022 Pá gina 17
B (elevadas Espuma Abafamento Jacto
proporções) Mistura de líquidos Arrefecimento
espumífero, água e ar
(menos denso que
combustíveis
líquidos)
(1) A, C Pó químico Abafamento Jacto com auxílio de um
(2) A,B, C Hidrogenocarbonato Inibição gás propulsor
(3) D de sódio (1) ou geralmente CO2
fosfato de amónio
(2) com a adição de
uma substância
gordurosa ou pó de
composição variável
(3)
D Halon Inibição Jacto
Derivados de
halogenados do
metano

2.3. Noções de Primeiros Socorros


2.3.1. Primeiros Socorros
Primeiros Socorros são cuidados a prestar a um sinistrado ou acidentado ou a
uma vítima.
No laboratório existem substâncias químicas, para tal, faça a “leitura” do rótulo.
As informações presentes nos rótulos dos recipientes que contêm produtos químicos são
extremamente valiosos, e a sua leitura cuidadosa poderá evitar o uso inadequado de
substâncias que poderão causar acidentes no trabalho de laboratório.
Portanto, quando usar reagentes químicos analise detalhadamente o rótulo do frasco que o
contém.
1. Indicação de perigo:
 Consulte os pictogramas e relacione com as indicações de perigo;
2. Riscos específicos e conselhos de prudência:
 Identifique no rótulo os símbolos R (riscos específicos) e S (conselhos

Elaborado por Zaqueu Naissone Simango- Sebenta de Técnicas Laboratoriais 2022 Pá gina 18
Produto Comburente
de prudência);
Os produtos com este símbolo Evitar qualquer contacto
3. Orientações para procedimentos de primeiros socorros;
facilitam a combustão de com materiais inflamáveis.
4. Incompatibilidade com outros produtos químicos:
produtos inflamáveis
 Verifique na tabela a incompatibilidade do produto químico sob análise.

2.4. Rotulagem para Produtos Químicos


As empresas de todo o mundo que fornecem substâncias químicas, implementam o Sistema
Globalmente Harmonizado (GHS) para Classificação e Rotulagem de Produtos Químicos. A
harmonização garante maior protecção e a gestão segura de produtos químicos no comércio
mundial.
Muitos produtos Químicos podem apresentar riscos para a saúde ou ao meio ambiente. Por
esse motivo, manuseamento destes, é importante observar os avisos e símbolos de riscos para
produtos químicos nos seus rótulos iguais aos dos símbolos da tabela abaixo que ilustra sobre
as informações de periculosidade das substâncias.

Tabela 3: Simbologias de Riscos Para Produtos Químicos


SIMBOLOGIAS DE RISCOS PARA “PRODUTOS QUÍMICOS”
O.I.T. – Organização Internacional do Trabalho
C.C.E. – Comissão da Comunidade Européia
Significado do Símbolo Cuidados a ter na
Símbolo de aviso
utilização do produto
Produto Corrosivo
Os produtos com este símbolo
corroem a pele, os olhos e as
Evitar o contacto com a
mucosas do nariz e da garganta, pele, os olhos e o
quando respirados vestuário.
directamente.Também corroem os
tecidos do vestuário.

Xi Produto Irritante

Os produtos com estesímbolo Evitar o contacto com a


provocam ardência nos olhos, pele e os olhos.
nariz e pele e até queimaduras.
Xn Evitar o contacto com a
Produto Nocivo pele e os olhos e não
Os produtos com este símbolo respirar os vapores.
contêm substâncias tóxicas.

Elaborado por Zaqueu Naissone Simango- Sebenta de Técnicas Laboratoriais 2022 Pá gina 19
Produto Extremamente
Inflamável
Os produtos com este símbolo Colocar longe de
chamas ou de fontes de
inflamam-se facilmente em
calor.
presença de uma chama, mesmo a
uma temperatura inferior a 0 ºC.

F Produto Inflamável
Evitar aproximar de
Os vapores destes produtos chamas e o choque
inflamam-se em presença de uma Colocar longe de
chama ou de uma fonte de calor. chamas ou de fontes de
calor.
F+

Os produtos com este símbolo Evitar a proximidade de


explodem em presença de uma chamas e o choque.
chama ou através do choque.

T
Evitar completamente o
Produto Tóxico contacto com a pele e os
Os produtos com este símbolo olhos e nunca respirar os
actuam como venenos. vapores.
T+ Produto Muito Tóxico Os Evitar completamente o
produtos com este símbolo são
contacto com a pele e os
venenos muito perigosos que
provocam nauseas e vertigens, olhos e nunca respirar os
podendo causar a morte vapores.
Produto Comburente Evitar qualquer
Os produtos com este símbolo contacto com
facilitam a combustão de produtos materiais
inflamáveis inflamáveis.

Produto Explosivo Evitar a


Os produtos com este símbolo
proximidade de
explodem em presença de uma
chamas e o
chama ou através do choque.
choque.
Produto Perigoso para o Meio Guardar estes produtos

Elaborado por Zaqueu Naissone Simango- Sebenta de Técnicas Laboratoriais 2022 Pá gina 20
Ambiente em recipientes
adequados e nunca
Produtos com este símbolo podem derramar para o meio
contaminar o meio ambiente. ambiente.
Produto Radioactivo

Os produtos com este símbolo


Evitar a exposição a este
libertam radiação que pode levar à tipo de produtos.
morte

Simbologia Diamante de Hommel


Uma simbologia bastante aplicada em vários países, no entanto sem
obrigatoriedade. Diferentemente das placas de identificação, o Diamante de
Hommel não informa qual é a substância, mas qualifica e quantifica os riscos
envolvendo o produto químico em questão.

Elaborado por Zaqueu Naissone Simango- Sebenta de Técnicas Laboratoriais 2022 Pá gina 21
Figura 3: Aplicação do Diamante de Hommel:

a) Extintor de CO2 b) Saída de emergência

Figura: 4. Símbolos de Biossegurança

Elaborado por Zaqueu Naissone Simango- Sebenta de Técnicas Laboratoriais 2022 Pá gina 22
2.5. Manuseio de Reagentes Químicos no Laboratório
Para além dos materiais laboratoriais, também, alguns reagentes são empregados na execução
dos trabalhos práticos, pois convém abordarmos de uma forma generalizada alguns desses
reagentes químicos.
Ácidos
Ácido é uma espécie química que em solução aquosa liberta ião hidrogénio. Todavia ácidos
são substâncias usadas em laboratório.
Portanto, os ácidos usados com maior frequência no laboratório são: H 2SO4 (96%), HCl
(37%), HNO3 (68%). Em caso de ingestão de um desses ácidos é recomendado um
neutralizante via oral, como por exemplo: o leite fresco ou mesmo água de cal.
Se acidentalmente um destes ácidos cair na pele ou mucosa oral deve-se limpar de imediato
com um pano seco ou lavar abundantemente o local com solução de magnésia/solução de
sabão/bicarbonato de sódio (NaHCO3) ou até mesmo solução de amoníaco (NH4OH), sendo
estes reagentes utilizados apenas para queimadura ligeiras. Para queimaduras graves, deve-se
aplicar um desinfectante, secar a pele e cobrir com pomada à base de vaselina. No caso de
atingir os olhos, deve se lavar abundantemente com água ou com uma solução de borato de
sódio (Na3BO3) ou bicarbonato de sódio (NaHCO3) a 5%.

Bases
Base é uma espécie química que em solução aquosa liberta ião hidroxilo. Contudo, as bases
são substâncias usadas em laboratório.
As bases mais utilizadas no laboratório são: NaOH (soda caustica), Ca(OH) 2 (cal apagada), e
NH4OH (amónia).
Os estudantes ao servirem-se dos frascos que contém NaOH devem ter o cuidado de manter
fechado os frascos, porque é higroscópio ou seja, quando exposto ao ar, facilmente é atacado
com o gás carbónico existente na atmosfera, transformando-se assim em carbonato de sódio.
Tal fenómeno acontece também com o hidróxido de cálcio, diferentemente da amónia que é
uma solução de amoníaco com água.
Sais
Sal é substância obtida na reacção entre um ácido e uma base.
Portantos, Muitos sais, são geralmente feitos a 5-10% da sua concentração.

Os compostos de Mercúrio: a administração oral do leite ou clara de ovo provoca a

Elaborado por Zaqueu Naissone Simango- Sebenta de Técnicas Laboratoriais 2022 Pá gina 23
precipitação de iões Hg2+, podendo evitar a morte. Deve ser providenciada imediatamente a
assistência médica.
Compostos de Antimónio: é de suma importância provocar imediatamente o vómito, quer
por excitação directa da faringe com o dedo, quer pela administração de uma substância que
desencadeie este reflexo.
Compostos de Cobre: geralmente provocam a própria eliminação, assim como o sulfato de
cobre (CuSO4), altamente irritante para a mucosa gástrica, desencadeia o vómito que o
elimina.
Compostos de Arsénio: a vítima apresenta vómitos, diarreia. É indicado a provocação do
vómito, pela ingestão de uma colher de chá de mostarda ou uma colher das de sopa de cloreto
de sódio ou sulfato de zinco, dissolvido num copo de água quente. Não é recomendado a
administração oral do leite.
Gases
Monóxido de carbono: a sua intoxicação crescente não implica no aparecimento imediato de
dificuldade de respirar que é sinal de alarme mais comum em uma asfixia. A inalação
constante de gás, provoca a depressão crescente da consciência. A remoção da vítima para
fora do ambiente é a primeira medida, sendo esta medida na maioria dos casos suficiente. Em
graus mais altos de intoxicação é recomendado a respiração de oxigénio.
Bromo, Cloro e Iodo: em acidentes com vapores de bromo principalmente, deve ser
abandonado imediatamente o local e a inalação do bicarbonato de sódio, ou deve-se dar ao
paciente pastilhas à base de eucalipto ou essência diluída de menta, para aliviar a traqueia e os
pulmões. Se a respiração ficar suspensa, aplicar respiração artificial.
Em acidentes de bromo é eficaz a administração oral de leite. Na pele o contacto é combatido
usando amónia directamente. Nos olhos, deve-se lavar continuamente com grande quantidade
de água.

Substâncias orgânicas:
Em contacto com a pele, deve-se lavar a vontade com álcool, depois com sabão e água quente

2.5.1. Acidentes Cortes Pequenos


Deixe sangrar por alguns segundos. Verifique se há ainda fragmentos de vidro/metal. De
seguida desinfecte o local e coloque atadura.
Cortes Maiores
Primeiro desinfecte o local e procure estancar o sangue, fazendo pressão logo cima do corte,

Elaborado por Zaqueu Naissone Simango- Sebenta de Técnicas Laboratoriais 2022 Pá gina 24
no máximo 5 minutos. Se necessário, procure um médico.
Fragmentos nos Olhos
Remova os pedaços maiores se possível com uma pinça, ou lave o olho com água corrente em
abundância. De procure imediatamente um médico.

2.5.2. Queimadura causada por produto químico


Lavar abundantemente a área afectada com água corrente e sabão, o que facilita a remoção de
produtos químicos, usando o chuveiro de emergência; Remover o vestuário contaminado;
As queimaduras com ácidos ou com bromo devem ser posteriormente lavadas com uma
solução de bicarbonato de sódio a 5%;
As queimaduras com bases devem ser lavadas com ácido acético a 5% existente nos kits de
primeiros socorros de laboratório;
Cobrir a área afectada com gaze esterilizada sem apertar.

2.5.3. Queimaduras térmicas ou com fogo


Deve-se usar água ou gelo (apenas se a queimadura for superficial).
Para queimaduras térmicas aplicar uma pomada própria existente na caixa de primeiros
socorros e proteger com gaze esterilizada;
Para queimaduras com fogo é necessário abafar a chama, eventualmente fazendo o sinistrado
rolar no chão, e usar chuveiro de emergência quando possível.

2.5.4. Salpicos de reagentes químicos nos olhos


Lavar com água corrente, mantendo as pálpebras afastadas com a ajuda de dois dedos para
que o jacto de água seja tangencial ao globo ocular.

2.5.5. Inalação de substâncias tóxicas


Afastar o acidentado do local contaminado. Se ocorrer inconsciência do mesmo, deve- se
deitar o sinistrado de face virada para baixo e eventualmente tentar a reanimação boca a boca
(excepção para contaminação por venenos).

2.5.6. Ingestão de reagentes (sólidos, líquidos)


Bochechar com água, sem ingerir, se a contaminação for apenas bucal. Caso tenha havido
ingestão, beber água ou leite em abundância e deslocar-se rapidamente ao médico.

2.5.7. Eléctrico

Elaborado por Zaqueu Naissone Simango- Sebenta de Técnicas Laboratoriais 2022 Pá gina 25
Desligar a corrente/quadro de electricidade antes de socorrer o acidentado. Se não for
possível, colocar debaixo dos pés um material isolante e afaste a vítima da fonte com um cabo
de vassoura ou outro objecto de madeira. Não utilizar materiais metálicos ou húmidos.

2.5.8. Solventes inflamáveis


Na maioria dos laboratórios não é permitido o “stock” com mais de 10ℓ de solventes
inflamáveis. Os materiais inflamáveis, comumentemente designados combustíveis, possuem
um ponto de ebulição entre 37.8°C e 93°C.
Exemplos de solventes inflamáveis: acetona, álcool, éter, benzeno, acetonitrila, tolueno,
Exemplos de solventes não inflamáveis incluem clorofórmio, metileno, tetracloreto de
carbono.
NB: Em caso de acidente de qualquer natureza, é indispensável manter a calma e agir com
rapidez e precisão. É preferível evitar que os acidentes aconteçam, observando sempre as
medidas de segurança.

2.6. Material de Laboratório e suas Funções


2.6.1. Material de laboratório os instrumentos e equipamentos utilizados pelos cientistas
para manipulação específica em química, física e bioquímica para realizar uma experiência,
efectuar medições ou reunirdados.

A execução de qualquer experimento no laboratório, envolve geralmente a utilização de uma


variedade de materiais básicos de laboratório, portanto, a maioria parte deles, são muito
simples, porém com finalidades específicas. A utilização de um certo equipamento ou
material depende dos objectivos e das condições em que a experiência será executada. A
seguir veja a descrição de alguns materiais.

Bico de gás (Bunsen) − fonte de calor destinado ao aquecimento de materiais não


inflamáveis.

Figura 5 : Bico de búnsen.

Tubo de ensaio – tubos de vidros de diâmetro e comprimentos variável com uma

Elaborado por Zaqueu Naissone Simango- Sebenta de Técnicas Laboratoriais 2022 Pá gina 26
das extremidades fechadas. Tem usos diversos entre os diversos entres os quais:
Observação de reacções químicas em pequena escala. É usado nos aquecimentos
de soluções, com agitação constante directo na chama.

Figura 6: tubo de ensaio


Estante para tubos de ensaio: estante de madeira com duas prateleiras, sendo que a superior
contém diversos orifícios. Pode ser também de arame revestido, ou de plástico, possuindo
pequenas variações no formato. Utilizadas no apoio de tubos de ensaio.

Figura 7: tubo de ensaio

Pêra de sucção - usada para auxiliar nos procedimentos de pipetagem.

Microscópio: aparelho óptico utilizado para visualizar estruturas minúsculas.

Tela ou Rede de amianto: é um trançado de fios de ferro, tendo no centro um


disco de amianto que recebe calor do bico de búnsen e distribui o calor
uniformemente para todos os recipientes sobreela.

Figura 8: tela de amianto

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Tripé de ferro: serve como apoio para a tela de amianto e para equipamentos que são
colocados sobre ela.

Figura 9: tripe de ferro

Suporte Universal: um tipo de suporte que sustenta todos os tipos de materiais de


laboratório, composto por uma placa de ferro, e uma barra de ferro onde se colocam garras,
prendedores e argolas para segurar os equipamentos.

Figura 10: suporte universal

Suportes, garras e argolas de ferro: servem para a montagem e a sustenta dos aparelhos de
laboratório.

Figura 11: garra

Vidro de relógio: usado para pesar pequenas quantidades de substâncias, para evaporar
pequenas quantidades de soluções por separa cobrir béqueres e outros recipientes.

Figura 12: vidro de relógio


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Balão de fundo chato usado para aquecer e preparar soluções por realizar com
desprendimento de gases.

Balão de fundo redondo o seu uso é semelhante ao balão de fundo chato, mas
mais apropriado a aquecimentos sob refluxo.

Proveta ou cilindro graduado para medir e transferir volumes de líquidos e


solução (não é muito preciso).

Figura 13: proveta

Balão volumétrico − recipiente calibrado, de precisão, destinado a conter um determinado


volume de líquido, a uma dada temperatura (geralmente 20°C), podendo ser utilizado sem
erro apreciável. É Utilizado no preparo de soluções de concentrações definidas. Possui o traço
de aferição situado no gargalo do balão e tem fundo chato. Serve também para medir volumes
de líquidos com grande exactidão.

Figura 14: balão volumétrico


Balão de Erlenmeyer - utilizado para aquecer líquidos, fazer reacções, dissolver substâncias
e fazer titulações (uma vez que sua forma cónica evita perdas de líquidos por agitação). Pode
ser aquecido, com cuidado, directamente sobre a chama do bico de Bunsen. Serve para

Elaborado por Zaqueu Naissone Simango- Sebenta de Técnicas Laboratoriais 2022 Pá gina 29
reacções entre soluções, dissolução de substâncias, reacções de precipitação e aquecimento de
líquido. Deve ser aquecido no tripé com uma tela de amianto.

Figura 15: Balão de erlenmeyer


Pipetas − recipientes calibrados para medidas precisas de volume de líquidos. Existem dois
tipos de pipetas: pipeta graduada (utilizada para escoar volumes variáveis de líquidos. Esta
pipeta é usada para medir pequenos volumes de líquidos com elevada precisão) e pipeta
volumétrica (utilizada para escoar volumes fixos de líquidos). Não podem ser aquecidas.

Figura 16: pipeta volumétrica e graduadas


Bureta é um equipamento calibrado para medir o volume de líquidos precisamente. Ela é
graduada em décimos de milímetro e é muito utilizada em titulações.

Figura 17: Bureta

Elaborado por Zaqueu Naissone Simango- Sebenta de Técnicas Laboratoriais 2022 Pá gina 30
Trompa de vácuo aproveita-se de uma corrente de água para aspirar o ar, por uma abertura
lateral, é usada para as "filtrações a vácuo".

Cadinho ou porcelana (ou metal) usado para aquecimento e fusão de sólidos a altas
temperaturas.

Figura 18: cadinho

Triângulo de porcelana serve de suporte para cadinhos, quando aquecidos directamente na


chama de gás.

Cápsula de porcelana (ou de metal)usada para a concentração e secagem de soluções.

Almofariz com pistilo


Recipiente de pedra, porcelana, etc, de parede espessa, também chamado de gral com um
pequeno pilão chamado de pistilo. Utilizado basicamente para reduzir o granulométrica de
reagentes sólidos.

Figura 19: almofariz e pistilo

Centrífuga é um aparelho que acelera o processo de decantação. Devido ao movimento de

Elaborado por Zaqueu Naissone Simango- Sebenta de Técnicas Laboratoriais 2022 Pá gina 31
rotação, as partículas de maior densidade, por inércia, são arremessadas para o fundo do tubo.

Estufa aparelho eléctrico utilizado para dissecação ou secagem de substâncias sólidas,


evaporações lentas de líquidos, etc.

Capela ou cabine de segurança: local fechado, dotado de um exaustor onde se realizam as


reacções que liberam gases tóxicos num laboratório.

Tipos de capelas

Figura 20: tipos de capela

Banho-maria é um dispositivo que permite aquecer substâncias de forma indirecta


(banho-maria), ou seja, que não podem ser expostas a fogo directo.

Frasco lavador ou pisseta é empregada na lavagem de recipientes por meio de jactos de água
ou de outros solventes. O mais utilizado é o de plástico pois é prático e seguro.

Elaborado por Zaqueu Naissone Simango- Sebenta de Técnicas Laboratoriais 2022 Pá gina 32
Colher de deflagração se utiliza para realizar pequenas combustões de substâncias ou
observar o tipo de chama, reacção, etc.

Condensador é empregado nos processos de destilação. Sua finalidade é condensar os


vapores do líquido. É refrigerado pela água.

Figura 21: condensador

Funil de separação ou decantação recipiente de vidro em forma de pêra, que possui uma
torneira. É Utilizado para separar líquidos imiscíveis. Deixa-se decantar a mistura; a seguir
abre-se a torneira deixando escoar a fase mais densa.

Figura 22: funil de decantação

Tubos em forma de U tubo recurvado em forma de U, quando preenchido com uma solução
especial funciona como ponte salina permitindo a passagem de iões na montagem de uma
pilha de Daniell.

Cristalizador é de vidro, possuem grande superfície que faz com que o solvente evapore com
maior rapidez.

Dissecador ou exsicador é usado para guardar substâncias em ambiente com pouco teor de
humidade.

Papel de filtro papel poroso, que retém as partículas sólidas, deixando passar apenas a fase
líquida.

Mufla tipo de estufa para altas temperaturas usada em laboratórios, principalmente de


química. Consiste basicamente de uma câmara metálica com revestimento interno feito de

Elaborado por Zaqueu Naissone Simango- Sebenta de Técnicas Laboratoriais 2022 Pá gina 33
material refractário e equipada com resistências capazes de elevar a temperatura interior a
valores acima de 1000°C. As muflas mais comuns possuem faixas de trabalho que variam de
200 à 1400°C.

Colorímetro ou espectrofotómetro é um instrumento que utiliza amostras de substâncias


desconhecidas para determiná-las, através do nível de absorção, que modifica sua coloração.

Gobelé ou copo de Bequer é Copo de vidro de tamanho variado utilizado para aquecer e
cristalizar substâncias, recolher filtrados, fazer decantações, misturar reagentes, preparar
soluções, transferir soluções e pesar substâncias.

Figura 23: copo de bequer


Equipamentos são aparelhos que podem ser:
- Microscópios -Balanças
- Geleiras -Destiladores
- Estufas - Bico – de -búnsen
- Fogão - Banho –Maria
- Autoclaves -Múflas
- Centrífuga -Computadores
- Extintor de incêndios - Aparelhos de ar condicionados

Instrumentos são objectos que se usam nas práticas laboratoriais, tais como:
Vidro – O material de vidro no laboratório não deve ser tratado como qualquer outro porque:
- Tem temperaturas apropriadas para os ensaios
- Tem características da fragilidade
- Suporta certas substâncias químicas, ex; Tubos de ensaios, pipetas, seringas,

- Porcelana – é um material com boa resistência mecânica, térmica, química e tem uma
temperatura de fusão entre 1600 à1700ºC,
Ex: Almofariz e sua manga.

Elaborado por Zaqueu Naissone Simango- Sebenta de Técnicas Laboratoriais 2022 Pá gina 34
Figura 24: Almofariz e sua manga.
Papel é constituído por fibras celulosas de boa qualidade (algodão de celulose),
tratados quimicamente para reduzir a presença de substâncias minerais,
possuindo as seguintes características:
 Dimensões das partículas a reter.
 Velocidade de retenção das partículas
 Disposição de coloidais para partículas muito pequenas, ex: papel de filtro,
de caqui, envelopes, caixas para incineração, os filtros mais usados podem ser de:
Tabela 4: tipos de filtros mais usados
Cor Whatman Delta Tipo Velocidade Partículas
Preta 40 366 Rápidas 15 – 30 segundos 25
Branca 41 --------- Médias 50 – 80 segundos 5 – 10
Azul 42 365 Lentas 200 – 300 segundos 2
Vermelha ----------- 367 Lentas 200 – 300 segundos -------------

Elaborado por Zaqueu Naissone Simango- Sebenta de Técnicas Laboratoriais 2022 Pá gina 35
Figura 25: tubos de plástico

Figura 26: esguinho

Figura 27: pera/pipetador ou pompete

Os materiais de plásticos e de borrachas permitem a elasticidade e a permeabilidade dos


líquidos e gases, e um dos defeitos principais é de secar e tornar – se frágil e porosa.
Metal – Ex: pinças, agulhas.

Pinça − usada para segurar objectos aquecidos.

Figura 28: peças

Espátulas − usadas para transferir e/ou retirar substâncias sólidas. Podem ser encontradas em
porcelana, aço inoxidável e níquel.

Elaborado por Zaqueu Naissone Simango- Sebenta de Técnicas Laboratoriais 2022 Pá gina 36
Figura 29: Espatulas
Pano
Ex: Máscaras, batas.
Alguns destes materiais são descartável (mono uso ou uso único), como as seringas plásticas,
pipetas serológicas, quando contaminados devem ser destruídos por aterro ou incineração.
Enquanto os outros podem ser de vários usos, tais são também conhecidos por materiais
duráveis , como almofariz , esguichos , batas de pano.

2.7. Lavagem do material


Lava-se o material não descartável, sujo e contaminado.
1º Mergulhá-lo numa solução com detergente (ácido Clorídrico, sabão, omo, javel) durante
24 horas, no mínimo
2º Escovar o material e passar a água limpa
3º Passar a água destilada tantas vezes se for necessário 4º Enxugar com um pano limpo
5º Separar de acordo com o seu fabrico 6º Envolver num papel vegetal ou pano
7º Esterilizar, tendo em conta o tipo de material e tempo de duração e temperatura, como
ilustra o quadro a seguir:
8º Armazenar em lugares apropriados.

Tabela 5: o tipo de material e tempo de duração e temperatura


Material Pressão (atm) -autoclave Temperatura (ºc) – estufa Tempo (s)

Fio de sutura 0.5 110 10


Vidro, borracha 1.0 120 30
Ferro, roupa 1.5 125 40
Ferro, roupa 2.0 134 30

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UNIDADE III - Sistema de Unidades

3. Sistema de unidades
Sistema de unidade é um conjunto de símbolos adoptados num sistema único a nível
internacional. Este sistema foi instituído em 1971, depois da realização da Conferência Geral
de Pesos e Medidas (CGPM), decorrido em Portugal, com objectivo de padronizar o sistema
de procedimentos na medição de massa e volumes.

Unidade – é o padrão que se utiliza para expressar a quantidade medida.


Quantidade – é uma grandeza física medida, ex: altura, largura, velocidade, temperatura.

Tabela 6: tipos de sistema de unidades


Sistema / grandeza Unidade principal Símbolo internacional
Distância Metro M
Massa Quilograma Kg
Volume Metro cúbico m³
Velocidade Quilómetro Km
Tempo Segundo S
Temperatura Kelvin K
Concentração de substância Mol M

3.1. Símbolo
 Não é abreviatura
 É um sinal convencional, invariável, utilizado para universalizar a escrita e a leitura das
unidades no SI. Por isso mesmo, não é seguido de ponto.
Exemplo: Segundo
Certo:s Errado: S. ;seg
 Não é expoente ou seja não é escrito na forma deexpoente
 Não tem plural, é invariável e não é seguido de "s". Exemplo: Dois quilogramas:
Certo:2 kg Errado:2kgs
3.2. Unidade composta
Ao escrever uma unidade composta, não misture nome com símbolo. Exemplo:
Certo: quilômetro por hora ou km/h Errado: quilômetro/h ou km/hora

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O grama
O grama pertence a o género masculino. Por isso, ao escrever e pronunciar essa unidade, seus
múltiplos e submúltiplos, faça a concordância correctamente.
Exemplos:
- Dois quilogramas
- Quinhentos mili gramas
- Duzentos e dez gramas
- Oitocentos e um gramas

Prefixo quilo
O prefixo quilo (símbolo k) indica que a unidade está multiplicada por mil.
Portanto, não pode ser usado sozinho.
Exemplo:
Certo: quilograma; kg Errado: quilo; k

3.3. Medidas de tempo


Ao escrever as medidas de tempo, observe o uso correcto dos símbolos para hora,
minuto e segundo
Exemplo:

Certo 9h25min 6s Errado 9:25h :6s 0u 9h 25´6´´

A - Para formar o múltiplo ou submúltiplo de uma unidade, basta colocar o nome do prefixo
desejado na frente do nome desta unidade. O mesmo se dá com o símbolo.
Exemplo:
Para multiplicar e dividir a unidade volt por mil quilo + volt = quilovolt ; k + V = kV
mili + volt = milivolt ; m + V = mV

B - Os prefixos SI também podem ser empregados com unidades fora do SI. Exemplo:
milibar; quilo caloria; mega tonelada; hectolitro

C - Por motivos históricos, o nome da unidade SI de massa contém um prefixo: quilograma.


Por isso, os múltiplos e submúltiplos dessa unidade são formados a partir do grama.

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3.4. Sistema de peso e medidas em farmácia
Em Farmácia, geralmente usa-se a pesagem e a volumetria nas preparações de fórmulas
farmacêuticas.
A unidade peso, é aquela que serve para avaliar com auxílio da balança as massas
dos corpos.

3.4.1. Unidades de massa Múltiplos


- Tonelada (Ton.)
- Quintal (q)
- Daca kilo grama (dakg)

Unidade fundamental
- Quilograma (kg)
Submúltiplos
- Hectograma (hg)
- Decagrama (dag)
- Grama (g)
- Decigrama (dg)
- Centigrama (cg)
- Miligrama (mg)

3.4.2. Unidades de comprimento Múltiplos


- Quilómetro (Km)
- Hectómetro (hm)
- Decâmetro (dam)

Unidade fundamental
- Metro (m)
Submúltiplos
- Decímetro (dm)
- Centímetro (cm)
- Milímetro (mm)

3.4.3. Unidades de capacidade Múltiplos


- Quilolitro (kl)
- Hectolitro (hl)
- Decalitro (dal)
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Unidade fundamental Litro ( l ) Submúltiplos
- Decilitro (dl)
- Centilitro (cl)
- Mililitro (ml)

3.5. Correspondência entre unidades


Massa Capacidade Volume
1Kg 1litro 1dm³
1g 1ml 1 cm³

1 Colher de chá 5 ml 1
Colher de sopa 15ml

As medidas relacionam- se entre si, na razão de 1 para 10. Portanto as medidas de peso são
para os sólidos, enquanto os de volume são para os líquidos.
3.6. Importância do Sistema Internacional de Unidades
As ciências em geral, que se baseiam em métodos científicos, utilizam-se de medidas para
descrever um fenómeno de interesse. O sistema:
- Tem como importância nas trocas comerciais entre os povos
- Permite o uso da mesma linguagem e compreensão universal.
Esta pequena explanação possui vários conceitos de fundamental importância, que se julga
fundamental:
1. Medida - nada mais é do que comparar, quando realizamos uma medida nós estamos
fazendo uma comparação. Portanto para medirmos é necessário um padrão para podermos
realizar a comparação (unidade). E outro facto que está embutido no conceito de medida é o
que vamos medir, ou seja, temos que estar ciente da variável que queremos medir.

2. Variável - na verdade quando a variável, de alguma forma inferir dados relevantes sobre
o fenómeno que se está estudando, está variável se denominará de grandeza física( ex :massa,
capacidade, tempo, velocidade,).
3. Unidade – é os padrões que iremos escolher para efectuar nossas medidas (ex:
quilograma, litro, segundos, quilómetro)

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UNIDADE IV: Medição em Química
4. Medição em Química
Obtenção e tratamento de medições
experimentais Neste tema é fundamental:
 Conhecer e utilizar vários instrumentos de medida directa, interpretar e seleccionar
escalas e inscrições.
 Registar valores com incertezas e unidades
 Calcular médias, desvios e erros.

A química como ciência eminentemente experimental, necessita, a todo o momento de medir


propriedades ou grandezas.
Medir e comparar o valor de uma grandeza com outro predefinido a que se convencionou
chamar unidade.
A medida de uma grandeza resulta de uma operação chamada medição exprime-se através de
um número, acompanhado, geralmente, de uma unidade apropriada.

4.1. Medição pode ser directa ou indirecta


4.1.1. Medição directa
Medição directa consiste em comparar directamente a grandeza a medir com outra da mesma
espécie e cujo valor se escolher para unidade.

Exemplos
Um grande número de instrumentos que se utiliza no laboratório permite medições directas:
A régua mede a grandeza COMPRIMENTO.
A bureta, a pipeta, proveta graduada e o balão volumétrica mede a grandeza VOLUME.
O Cronometro mede a grandeza TEMPO. A Balança mede a grandeza MASSA.

4.1.2. Medição indirecta


Usa-se uma medição indirectamente quando se pretende medir uma grandeza que
é obtida por derivação matemática de outra grandeza directamente.

Exemplos
Medir a área de um rectângulo (mede-se directamente o comprimento (c) e a largura (l) e

Elaborado por Zaqueu Naissone Simango- Sebenta de Técnicas Laboratoriais 2022 Pá gina 42
aplica-se a relação matemática que relaciona as duas grandezas para obter a área:
A = c xl
Medir o volume de um sólido regular. Medir a concentração de uma solução. Medir a massa
volúmica de um corpo.
Os valores obtidos na medição são lidos e registados de acordo com o que o equipamento
permitir: número de algarismos, unidades e incerteza.
Ex : capacidade máxima de 0,85 ± 0,02 kg ; 37,0 ± 0,2 kg ; 65,8 ± 0,1 mg

4.2. Material e equipamento:


Existem vários instrumentos de medida como, por exemplo, fitas métricas graduadas em
centímetros, réguas graduadas em milímetros, provetas, pipetas, buretas, termómetros e
balanças com várias escalas e sensibilidades.
Procedimento:
Seleccionar·equipamento, observar, medir, registar, calcular média, desvio, erro) exprimir o
resultado, interpretar e concluir.

4.3. Unidades básicas e derivados


Por um acordo internacional de 1960, algumas unidades métricas e unidades delas derivadas
devem ser preferidas para uso científico. As unidades preferidas são conhecidas como
pertencentes ao Sistema Internacional de Unidades (geralmente chamado de unidades de SI).
Para melhor compreensão podemos, podemos convencionar as Unidades básicas e derivadas,
por grandezas extensivas e grandezas intensivas.
Grandeza = Valor numérico x unidade
Ex: d = 350 m;
V = 50 Km/h; t = 30 s.
NB: as grandezas são invariáveis o que varia são as unidades, dependendo da expressão que
queremos utilizar.
Ex: d = 350 m 0,35 Km 3,5x105 mm.

4.3.1. Grandeza extensiva/ Básica.


Não derivam da dedução de outras grandezas, elas existem por isso que são básicas e indicam
frequentemente a quantidade.

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Tabela 7: relação entre grandeza e unidade básica
Grandeza Símbolo da grandeza Unidade básica Símbolo da unidade
Distância D Metro M
Tempo T Segundo S
Massa M Kilo-grama Kg
Temperatura T Kelvin K
Nº de partículas N Mol Mol
Volume V Litro ℓ

4.3.2. Grandezas intensivas/derivadas.


São unidades obtidas a partir de unidades básicas, elas indicam a qualidade, nesse caso são
independente do sistema e de qualquer porção da substância, por isso que o seu valor é
diferente da porção da substância.
Ex: densidade (ρ = m/v), velocidade ( v = d/t)
NB: o volume em SI não é medido em litros (ℓ), mas sim, em comprimento elevado ao cubo,
isto é, os volumes de um cubo ou de uma caixa rectangular, podem ser determinados medindo
os comprimentos em três dimensões, consequentemente o volume será o produto desses três
comprimentos. (dm3; cm3; m3).

Elaborado por Zaqueu Naissone Simango - Sebenta de Técnicas Laboratoriais 2020 47

Elaborado por Zaqueu Naissone Simango- Sebenta de Técnicas Laboratoriais 2022 Pá gina 44
Tabela 8: conversão das unidades.
Abreviatura Factor multiplicador
Prefixo do SI
Exa E x 1018
Giga G x 109
Mega M x 106
Quilo (Kilo) K x 103
Hecto H x 102
Deca Da x 10
Centi C x 10-2
Mili M x 10-3
Micro µ x 10-6
Nano N x 10-9
Piko P -12
x 10

Exercício1: formule 5 grandezas físicas diferentes.


Exercício2: escreva os símbolos das seguintes unidades.
a) Milisegundo;
b) Micro mol;
c) Gigametro;
d) yotagrama
Exercício3: qual é a diferença entre a massa e o peso de um corpo.

4.4. Avaliação dos erros experimentais.


Toda a medição envolve algum erro ou incerteza, como todas as generalizações ou leis da
ciência exactas são baseadas em observações experimentais, envolvendo medições
quantitativas, para o efeito é necessário levar em consideração qualquer limitação de
confiabilidade dos dados a partir dos quais as conclusões são tiradas.

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4.4.1. Precisão e exactidão
Exactidão: é a concordância entre o valor obtido e o valor aceite como verdadeiro,
Observância ou cumprimento rigoroso. Também se refere a quão próximo um valor de uma
medida está do “valor real” se um padrão conhecido estiver disponível.
Precisão: é a concordância entre os valores obtidos no mesmo ensaio repetido várias vezes,
Regularidade na execução. Isto é se uma grandeza for repetida varias vezes e os valores forem
muito próximos uns dos outros então a medida é precisa.

a) Baixa precisão e b) Baixa precisão e c) Alta precisão e d) Alta precisão e alta


baixa exatidão alta exatidão baixa exatidão exatidão

As limitações tanto de precisão bem como de exactidão contribuem para a incerteza das
medições. O erro na medição é o resultado da diferença entre o valor verdadeiro da
quantidade medida e o valor medido.

Quanto menor for o erro, mais próximo estará do valor verdadeiro e mais exacto será o
resultado.
Quando não conhecemos o valor verdadeiro da quantidade medida, apenas podemos obter a
media, mediana, enfim outras medidas de dispersão, a mais fundamental destas é o desvio que
é dado pela seguinte fórmula.
δ = xi- ẍ, onde xi é o valor medido;

ẍ=
xi
n
4.4.2. Erros sistemáticos
Os erros são geralmente de dois tipos, sistemáticos (determinados) e randômicos
(indeterminado). Um erro sistemático, causa um erro na mesma direcção de cada medição.
Ex: uma escala mal calibrada (balança), ou uso inadequado do aparelho.

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Elaborado por Zaqueu Naissone Simango Sebenta de Técnicas Laboratoriais 2020 49

Elaborado por Zaqueu Naissone Simango- Sebenta de Técnicas Laboratoriais 2022 Pá gina 48
4.4.3. Erros randômicos ou desvio padrão
Se fizer as medições em grande número de vezes, obterá uma gama de resultados. Devemos
saber que quando repetimos duas ou três vezes a medição, não estamos a procura de uma
amostragem muito grande de números de medições, mas sim a confiança que podemos
depositar no número de medição. Esta amostragem deve ter em conta o desvio padrão

S=
 (x x)
i
2

. A fórmula parecer complexa mas, calcula-se da seguinte maneira:


n1
1º: Calcule a média aritmética das medições (ẍ);
2º: Subtrair o valor médio (ẍ) com amostra para obter o desvio; 3º: Eleve ao quadrado cada
desvio e some todos os quadrados 4º: Divida o total por n-1.
Tabela 9: relação entre valor médio, desvio e desvio padrão.
Valor medido Desvio Desvio ao quadrado
(xi) (xi -ẍ) (xi - ẍ)2
4,28 -0,01 0,0001
4,21 -0,08 0,0064
4,30 0,01 0,0001
4,36 0,07 0,0049
4,26 -0,03 0,0009
4,33 0,04 0,0016
∑=25,74 ∑=0,00 ∑=0,0140

O desvio-padrão S=
 (x x)
i
2
0,0140
= =0,053g
n1 6 1
O melhor valor da medição é escrito como 4,29g ± 0,053g. 4,34 ou 4,23

4.4.4. Erros pessoais


Aos tipos de erro já descritos anteriormente, podemos adicionar uma terceira categoria, a dos
erros pessoais ou graves. Tais ocorrem quando se faz uma má leitura dos números de uma
escala ou se anota incorrectamente o número, etc.

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Elaborado por Zaqueu Naissone Simango- Sebenta de Técnicas Laboratoriais 2022 Pá gina 49
4.4.5. Dígitos significativos
Os dígitos significativos, permite-nos concluir a precisão de uma medida sem ter de declarar
explicitamente, isto é, pode facilmente estimar a precisão.
Ex: uma dada substância pesa 56,78g, não temos duvida que este objecto tem peso exacto de
56,7… o numero 56,78 tem 4 dígitos significativos.
Regra dos dígitos significativos:
 Os zeros na frente de um número não são significativos (0,0864 = 3 dígitos significativos);
 Zeros terminais são significativos (1,600; 14,00= 4digitos, 250,00=
5dígitos); Os zeros entre outros dígitos significativos passam a ser significativos (12,0001= 6
dígitos);

4.4.6. Operações com algarismos significativos


Antes de se abordarem as regras para operar com algarismo
significativo, é necessário conhecer algumas regras relativas a
arredondamento em resultados obtidos em medições.

4.4.6.1. Regras para arredondamento


Escolha a casa decimal ate onde se quer fazer a aproximação
1. Desprezar o algarismo, se for inferior a5;

Exemplo
 1,953⇒1,96

2. Acrescentar uma unidade a essa casa decimal, se o algarismo


seguinte for superior a5;
Exemplo
 1,966 ⇒1,97

3. Se o algarismo seguinte a casa escolhida for 5, tem-se duas situações:


Exemplo:
 1,965 ⇒1,96 (porque 6 é par).
 1,975 ⇒ 1,98 (porque 7 é impar).

Elaborado por Zaqueu Naissone Simango - Sebenta de Técnicas Laboratoriais 2020 51

Elaborado por Zaqueu Naissone Simango- Sebenta de Técnicas Laboratoriais 2022 Pá gina 50
Nb. O número de algarismo significativo não é afectado em
operações envolvidas em definições ou por contagem de objectos.
Exemplos:
 A média de 10,24cm e 10,26é:
(10,24 + 10,26):2 =10,25
 A massa total de 6objectos iguais, tendo cada uma a
massa de 0,2543g é: 0,2543gx6=1,5258=1,526

A massa de mol de NaCl é:

x 58,41 =38,96g

 Os números 2, 6 e são designados puros.


A- Adição e subtração

O número de casas decimais da soma ou da diferença é o


mesmo do dado que tiver o menor número de casas decimais.
Exemplos
 86,144 + 1,2 = 87,344 ⇒ arredonda-se para 8,3
 2,076 - 0,11 = 1,966 ⇒arredonda-se para 1,97
B- Multiplicação e divisão

No produto final ou no quociente, o número de algarismo


significativo é determinado pelo factor que tenha menor
algarismos significativo.
Exemplos:
 2,7 x 3,55038 = 9,586026 ⇒9,6
 5,43:0,0386477 = 0,0386

UNIDADE V: Reagentes
5. Reagentes
Reagentes são substâncias capazes de produzir outras a partir de
reacções químicas, que podem ser agrupados em:
Ácidos, ex:. Ácido Sulfúrico, Clorídrico, Acético
Neutros,
ex:. Água
destilada
Elaborado por Zaqueu Naissone Simango- Sebenta de Técnicas Laboratoriais 2022 Pá gina 51
Bases, ex:.
Hidróxido
de Potássio
Sais, ex:.
Cloreto de
Sódio
Elaborado por Zaqueu Naissone Simango Sebenta de Técnicas Laboratoriais 2020 52

Elaborado por Zaqueu Naissone Simango- Sebenta de Técnicas Laboratoriais 2022 Pá gina 52
5.1. Manipulação e armazenamento de produtos
Para fins de segurança, as substâncias perigosas devem ser
manipuladas e armazenadas, seguindo normas e padrões
internacionais.
Considera-se substância perigosa, todo material que seja,
isoladamente ou não, corrosivo, tóxico, radioactivo, oxidante e que
durante o seu manejo, armazenamento, processamento, embalagem
e transporte, possa produzir efeitos prejudiciais sobre
trabalhadores, equipamentos e ambientes de trabalho.
Com isso, para proceder ao manuseamento ou armazenamento de
produtos químicos perigosos há que conhecer bem as
características dos produtos em questão. Não sendo possível
conhecer as características de perigosidade de cada produto (muito
dos quais identificados apenas com denominação comercial) os
meios práticos de aceder a esta informação é colocá-los em
embalagem que contém o produto ou disponibilizá-los por outros
meios como por exemplo as fichas de segurança.
Quer no manuseamento, quer no armazenamento, o contacto com o
produto deve ser mínimo para que a contaminação não ocorra ou
seja diminuta. Para tal, é necessário sempre providenciar os
equipamentos necessários entre os quais os equipamentos de
protecção individual (EPI). Atender a que a contaminação pode ser
através de inalação, absorção ou ingestão pelo que deve ser
cuidadosamente seleccionado de acordo com o modo de possível
contacto e a perigosidade do produto químico.

Elaborado por Zaqueu Naissone Simango- Sebenta de Técnicas Laboratoriais 2022 Pá gina 53
Elaborado por Zaqueu Naissone Simango Sebenta de Técnicas Laboratoriais 2020 53

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Os reagentes devem ser armazenados em locais próprios e
ventilados segundo as regras muito especificas que, quando não
cumpridas, podem pôr em risco toda a segurança de um
laboratório. A manipulação de determinados produtos químicos
poderá ser altamente perigosa, por isso, é necessário ter em
consideração os cuidados que se seguem:
1. A armazenagem dos produtos químicos deve ser planeada com
conhecimento de riscos associados a cada um dos produtos;

2. Nunca colocar os produtos no chão nem atrás das portas;

3. Devem ser guardados em frascos com rótulos de modo claro eduradoiro;

4. Nunca armazenar nenhum produto sem identificação, a qual


deve ser protegida com película plástica, transparente e adesiva a
fim de evitar a sua destruição;

5. Localizar os recipientes de ácidos concentrados nas prateleiras inferiores;

6. Identificar a simbologia nacional e internacional usada na


rotulagem de produtos, de forma a proporcional o conhecimento
das suas propriedades;

7. Os reagentes inflamáveis devem estar afastados de qualquer fonte de ignição;

8. Os reagentes sensíveis à água devem estar afastados dos pontos


de água e em local seco;

9. As soluções de hidróxidos inorgânicos devem ser guardadas em


recipientes de polietileno;

10. Os produtos peroxidáveis (que se alteram pela luz e pelo ar)


devem ser colocados em local escuro, seco, fresco e guardados em
recipientes escuros e à prova de ar;

11. Os reagentes explosivos devem ser localizados em local


próprio e nunca em recipientes de vidro;

12. Os produtos que prejudicam a saúde, tais como os


combustíveis, os explosivos e os tóxicos, devem ser de
Elaborado por Zaqueu Naissone Simango- Sebenta de Técnicas Laboratoriais 2022 Pá gina 55
reconhecimento imediato e ter no rótulo o respectivo distintivo;

13. Nas experiências devem ser utilizadas pequenas quantidades de


produtos, tal como é indicado nas respectivas fichas;

Elaborado por Zaqueu Naissone Simango - Sebenta de Técnicas Laboratoriais 2020 54

Elaborado por Zaqueu Naissone Simango- Sebenta de Técnicas Laboratoriais 2022 Pá gina 56
14. Depois de tirar as quantidades necessárias de produtos
químicos, os frascos que os contêm devem ser de imediato
fechados e colocados nos seus respectivos lugares;

5.2. Classificação de produtos segundo a perigosidade


5.2.1. Relativamente aos riscos, importa considerar as seguintes
classes de reagentes:
Tóxicos: oferecem um elevado risco de envenenamento por
inalação, absorção ou ingestão, por exemplo: benzeno, mercúrio,
tetracloreto de carbono. Devem ser arrumados separadamente dos
reagentes inflamáveis;

Corrosivos: destroem os tecidos vivos. Incluem-se nessa categoria


a maior parte dos ácidos e das bases;

Inflamáveis: entram facilmente em combustão – ex: acetona,


ácido acético, álcool etílico;

Explosivos: na sequência de um choque ou impacto, ou expostos


ao calor, podem explodir, ex: peróxido, perclorato de magnésio,
dicromato de amónio, etc;

Oxidantes: podem iniciar reacções de oxidação, ex: compostos


riscos em oxigénio como, óxidos, peróxidos, nitratos cloratos,
percloratos, cromatos, dicromatos e permanganatos;

Reagentes sensíveis à água: reagem facilmente com a água


libertando gases e calor – ex: metais alcalinos, hidretos metálicos.
Devem ser acondicionados ao abrigo da humidade;

Gases comprimidos: gases não liquefeitos e submetidos à pressão.


Devem ser acondicionados fora do laboratório.

5.3. Rótulo
O rótulo deve conter informações, para a perfeita caracterização
do produto: composição, símbolos de perigo, processo de
eliminação, indicações de riscos e de medidas preventivas para o

Elaborado por Zaqueu Naissone Simango- Sebenta de Técnicas Laboratoriais 2022 Pá gina 57
seu manuseamento SAFETY PHRASES (S) e RISK PHRASES
(R).

Elaborado por Zaqueu Naissone Simango - Sebenta de Técnicas Laboratoriais 2020 55

Elaborado por Zaqueu Naissone Simango- Sebenta de Técnicas Laboratoriais 2022 Pá gina 58
UNIDADE VI: Medição de Massa
6. Medição de massa
Peso – é tudo aquilo que faz ou exerce pressão ou força que actua
no corpo como consequência da atracção entre a terra e o corpo.
Expressa em quilograma força (Kgf) ou em Newton (N) e é
medido por umdinamómetro.
Massa – é a quantidade da matéria que constitui um corpo,
expressa em quilograma medida por uma balança
Balança – é um aparelho que permite medir a massa de um corpo
por comparação com uma massa padrão.
Segundo a lei fundamental da dinâmica (F = m x a), a medição da
massa é na prática uma comparação entre força – peso.
As balanças segundo a sua sensibilidade classificam-se em:
- Balança de carga - com capacidade superior à 1000 g, cuja sensibilidade é
de0,01g.
- Balança semi micro analítica – de carga que varia entre 100 –
200g, cuja sensibilidade é de0.00001g.
Balança micro analítica – de carga máxima de 100g, cuja a
sensibilidade é de 0.000001g.
6.1. Características das Balanças
Sensibilidade – é a variação do fiel sobre a escala quando se junta 1mg.
Precisão – é a soma de todas as diferenças entre os valores
medidos. Quanto menor for a quantidade a medir maior é a
precisão da balança.
Exactidão – é a diferença entre o valor medido e o real.
Prontidão - é a rapidez com que a balança se põe em equilíbrio ao
longo da medição. Intervalos de medição - são os valores da
capacidade mínima (igual à zero) e máxima que a balança suporta.
6.2. Tipos debalanças
Balança técnica – é um aparelho robusto, usado para as cargas
superiores à 1000g, de uso comum nos laboratórios.
Tendo uma sensibilidade não superior a um centésimo de grama,
pode ser usada nos laboratórios escolares, onde não se efectuam

Elaborado por Zaqueu Naissone Simango- Sebenta de Técnicas Laboratoriais 2022 Pá gina 59
operações analíticas de precisão, que podem de vários tipos :
- Com um ou dois pratos
- Mecânicas

Elaborado por Zaqueu Naissone Simango - Sebenta de Técnicas Laboratoriais 2020 56

Elaborado por Zaqueu Naissone Simango- Sebenta de Técnicas Laboratoriais 2022 Pá gina 60
- Electro- Ópticas ou digitais.

Figura 30: balança digital

As balanças mais antigas são geralmente mecânicas, com dois


pratos e com oscilações livres.
Actualmente a tendência é a de um só prato com leitura digital,
com amortecimento. Balança de dois pratos – é constituída
principalmente por uma alavanca interfixa (o travessão), que pode
oscilar em volta de um eixo de rotação, que é a resta do prisma da
secção triangular (cutelo).
Nas extremidades dos braços estão outros cutelos, constituídos
também por um sistema prismático – triangular, que suporta dois
pratos. Associado ao travessão, está o indicador rígido ( fiel) , que
se move ao longo de uma escala que está na parte baixa do
aparelho .
O travessão está constituído de maneira a ser ao mesmo tempo livre e
resistente.
É importante que as arestas dos cutelos sejam paralelas entre si e
as distâncias do eixo de rotação e do travessão dos dois cutelos
sejam iguais.
Balança analítica de um prato com amortecimento é a mais
usada, os cutelos são dois, um eixo de rotação e suporta o único
prato, os braços não são iguais.
Quando se põe uma massa no prato, para restabelecer o equilíbrio,
é preciso tirar do braço uma das massas padrão, o amortecimento
Elaborado por Zaqueu Naissone Simango- Sebenta de Técnicas Laboratoriais 2022 Pá gina 61
obtém – se através do atrito do ar que passa por um disco
associado ao travessão e que oscila num cilindro fixo. A leitura
efectua – se de maneira directa através de uma pequena escala que
vem projectada sobre um vidro esmerilado em frente da balança, é
mais rápida e segura no seu manuseamento.

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Tabela 10: tipos de balanças com sensibilidades e alcances diferentes.
Balança Figura Sensibilidade(g)
Balança de triplo braço 1-a ± 0,1
Balança de precisão 1-b ± 0,1
Balança de precisão 1-c ± 0,01
Balança sem-analítica 1-d ± 0,001
Balança analítica 1- e ± 0,0001 ou ± 0,00001

Figura 31: Tipos de balanças


6.3. Elementos
Principais da
Balança
Travessão - onde
os pratos se
apoiam.
Cutelo - é um centro da balança que proporciona a
sensibilidade. Cursor – serve de ajusto na
balança, operação necessária nas pesagens. Fiel –
onde se encontra o ponteiro para o equilíbrio na
pesagem
Escala – onde se efectua a
leitura do pesado Pratos –
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é onde são colocadas as
massas à medir Pé ou base
– é o centro de suporte da
balança

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6.4. Cuidados a Observar na Utilização de uma Balança
A balança é num laboratório o equipamento mais usado e por isso
deve respeitar-se as regras básicas de utilização de modo a manter
a sua precisão e longevidade.
1. Antes de se utilizar a balança deve ler-se cuidadosamente
as instruções do seu funcionamento e segui-las
escrupulosamente, porque a balança é um equipamento de
manutenção dispendiosa.
2. Em cada pesagem a balança deve ser utilizada por um
único operador evitando perturbação na área circundante
abalança.
3. Colocar a amostra a pesar um papel de filtro, num vidro de
relógio ou num copo de bequer, sempre secos e nunca
colocar directamente no prato da balança.
4. Não deixar cair nada no prato da balança.
5. Se a balança não tiver sido calibrado ou estiver a funcionar
de modo incorrecto deve chamar-se o professor ou técnico.
Nunca se deve tentar consertar.
6. Os recipientes que se colocam no prato da balança não
devem estar a temperatura diferente da ambiente.
7. Após a determinação da massa, levar a balança a zero ou
desligar, conforme as circunstâncias.
8. No final da pesagem deve limpar-se a balança e a área
circundante com um pano macio, se ocorreu espalhamento
de algum material.

6.5. Regras de Medição da Massa com auxílio de Balança


O princípio da pesagem é o de fazer coincidir o ponto de paragem
do fiel quando os pratos estão cheios. Nestas condições os
momentos da força e massa são iguais.
A pesagem faz – se a temperatura ambiente. Medir uma massa
quente significa alterar as suas características mecânicas do
aparelho e introduzir um erro devido a impulsão do ar quente.
Procedimentos
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1º: Tarar a balança
2º: Colocar os pesos no lado direito e esquerdo os produtos à pesar
na balança de dois pratos.
3º: Com ajuda duma espátula tirar o produto à pesar com a mão
direita, enquanto a mão esquerda assegura o recipiente que contém
a substância.
4º: Utilizar as pinças para retirar a massa – padrão (peso) e não com os dedos.

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UNIDADE VII: Medição de Volumes
7. Medição de Volumes
0 Volume de uma amostra indica o espaço que essa amostra ocupa
e a sua determinação nem sempre é simples.
A unidade de volume, no Sistema Internacional de Unidade (SI), é
metro cúbico (m3). Para expressar o volume de liquido ou gases,
usa-se com mais frequência a unidade de capacidade o litro (L), e o
seu submúltiplo o mililitro (mL), já que vulgarmente se associa o
volume de um liquido ou de uma gás a capacidade do recipiente
em que esta contido.
Por este motivo o volume de um liquido exprime-se
indiferentemente em decímetro cúbicos (dm3) ou litro (L), e
centímetros cúbicos (cm3) ou mililitros (mL).

7.1. Relação entre Volume eCapacidade


As unidades utilizadas na volumetria são as de capacidade (ml) e volume
(m³) do sistema métrico, estas destinam-se a medir a quantidade do
líquido contido no interior dum determinado recipiente. Tendo a
seguinte relação de 1 para 1000.
1litro 1dm³

7.2. Material de Medição deVolume


7.2.1. Tipos de instrumentos de
medição de volumes Pipetas
As pipetas podem ser de dois tipos: graduadas e volumétricas

Pipetas graduadas
 Tem secção uniforme e apresentam uma escala que permite
efectuar a medição de fracções do seu volume total. Esta
escala de divisões em 1,0mL, 0,1mL ou 0,01mL depende
da capacidade da pipeta.
 As capacidade mais frequentemente utilizada são 1,2, 5, 10 e25mL.
 São instrumentos EX.

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 Estão normalizados e possuem anel colorido de código,
marcado na parte superior que indica a sua capacidade.

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Pipeta volumétrica
 Apresentam uma zona mais larga na parte central.
 Podem apresentar um só traço superior (pipeta volumétrica
de um só traço) ou dois traços um superior e outro inferior
(pipeta de dois traços ou diferencial) e escoa nas mesmas
condições, o mesmo volume de líquidos.
 São instrumentos EX.
 As capacidades mais frequentes são 5,10, 20,25 e50mL.

Precauções no manuseamento de pipetas


1. Antes de qualquer utilização, lavar muito bem a pipeta com
água desionizada, passando-a em seguida com o liquido
(solução) que se pretende medir, desprezando esta Porção.
2. Mergulhar a ponta da pipeta no liquido de forma a impedir a entra de ar.
3. Aspirar o liquido (solução) para a pipeta com auxílio de
uma pompete ou de um macro controlador até liquido
ultrapassar a marca indicativa do volume pretendido.
4. Manter a pipeta na posição vertical e numa altura tal que
permita que o traço de marcação do volume fique ao nível
dos olhos.
5. Ajustar o nível do líquido a marca correspondente ao volume
pretendido.
6. Expelir o líquido apoiando a ponta na parede lateral do
receptor, aguardando alguns segundos sem sacudir.

Bureta
 São equipamento de medida exacta, tipo EX.
 Permitem medir volumes variáveis até a capacidade máxima.
 Tem na extremidade inferior uma torneira que permite a
regulação de caudal de saída (pode deixar-se cair o
liquido gota a gota ou com caudal constante).
 Utilizam-se exclusivamente em volumetrias.
 Existem buretas de diferentes capacidades, sendo as
mais vulgares as de 10, 25 e 50mL.

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Precauções no manuseamento de buretas
1. Antes de qualquer utilização, lavar muito bem com um agente
de limpeza apropriado, passa-la com água da torneira e em
seguida com água desionizada.
2. Colocar na bureta cerca de 10mL do líquido ou solução que se
vai usar e inclinando- a rodar de modo que o liquido molhe
toda a superfície interna da bureta. Despreza- se este volume.
3. Colocar a bureta no suporte e com auxílio de um funil encher
com a solução até um pouco acima da marca.
4. Deixar cair o líquido até que o seu nível se situe dentro da
escala, eliminando possíveis bolhas do ar na zona inferior da
torneira.
5. Fazer a leitura inicial evitando erros paralaxe.
6. Abrir a torneira com a mão esquerda a mão direita segura e
agita o receptor ou utilizar um agitador magnético.
7. Fazer a leitura final e por diferença dos dois valores lidos, calcular o
volume gasto.
8. Lavar a bureta com detergente e água da torneira.
9. Lubrificar a torneira depois de a desmontar em situações aconselháveis.

Balões volumétricas
 São recipientes de forma arredondada, fundo plano e colo alto com a
tampa.
 São do tipo IN.
 Apresentam um traço em todo o perímetro que limita o
volume contido, contribuindo para diminuir os erros de
paralaxe.
 As capacidades mais frequentes são de 50, 100, 250, 500 e1000mL.
 Não devem ser aquecidos, como todo o material de medida
exacta nem introduzir sólidos no seu interior.
 Utilizam-se para preparar soluções de concentração rigorosa.

Provetas
 As provetas podem ser de vidro ou plástico.

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 Apresentam uma escala graduada e utilizam-se para
medidas de volumes aproximadas.
 São do tipo IN.
 Para esvaziar deve apoiar-se o bico da proveta numa vareta
de vidro ou directamente no receptor até cair a ultima gota
que fica normalmente junto ao bico.

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 As capacidades mais vulgares são 10, 25, 50, 100, 500 e1000mL.
Conta-gotas
 É um tudo de vidro ou plástico com um Tetina em borracha
na parte superior para aspirar liquido e expeli-lo
posteriormente.
 Utilizam-se quando se pretende adicionar um líquido gota a gota.
 É um instrumento de medida aproximada uma vez que o
volume de cada gora depende da natureza do líquido.

 Como se faz a leitura do minúsculo.


 Quando se usam provetas, Buretas e Pipetas é necessário
fazer-se a leitura do nível superior de um líquido.
 Esta leitura deve fazer-se segundo um plano tangente ao
plano mais baixo ou mais alto do menisco.
 O observador deve colocar-se de modo a que os seus olhos
observem o nível superior segundo o plano tangente.

Figura 31: leitura do minúsculo


O vaso que contém o líquido deve estar num suporte ou assente
numa superfície horizontal e nunca na mão.

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UNIDADE VIII: Transferência de Sólidos e Líquidos
8. Transferência de Sólidos e Líquidos
As substâncias químicas simples, quando estão associadas podem
formar compostos ou misturas.
As misturas podem ser homogénea, aquela que não se nota as
fases de divisão dos seus componentes e por último a heterogénea,
visíveis as fases.
Em qualquer dos casos e dependendo do tipo de mistura, para a
separação dos constituintes pode se recorrer a processos como:
 Decantação
 Filtração
 Vaporização
 Destilação
 Cristalização
8.1. Técnicas de transferências de
reagentes sólidos e líquidos Sólidos
a) Se a amostra a transferir for em grande quantidades, rodar-
se o frasco nos dois sentidos deixando-se cair o reagente:
 Directamente no recipiente receptor.
 Usando um funil de pós.
 Usando um funil feito de papel.
b) Se a amostra se sólido a transferir for pequena usa-se uma
espátula limpa e seca para efectuar essa transferência.

Líquidos
a) A transferência de líquidos faz-se em quase todas as situações,
directamente de um recipiente para outro.

A para evitar que o rotulo seja manchado com alguma gota de


liquido durante a transferência, deve manusear-se o frasco com o
rotulo para cima.
b) Se o recipiente receptor é de boca larga, a operação realiza-se
como esta esquematizada na figura.

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Se o recipiente receptor é de boca estreita, a operação realiza-se
com funil ou uma conta gota (quantidades pequenas)

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UNIDADE IX: Densidades dos líquidos
9. Densidades dos líquidos
Densidade é a relação entre a massa de um corpo e o seu volume (d = m / v) .

9.1.Instrumentos de Medição da Densidade


A densidade de um líquido pode ser medida através de um aparelho chamado
Densímetro ou balança de Westphall.
A determinação da densidade de um líquido com um densímetro,
como um instrumento de massa constante (Chumbo, Mercúrio),
quando este é mergulhado no líquido flutua de peso igual a do
volume do líquido por ele deslocado.
 É constituído por uma parte inferior designada bolbo, onde
está depositado bolinhas de Chumbo ou o mercúrio.
 Na parte central há expansão cilíndrica onde desloca a
maior parte do volume do líquido.
 Na parte superior existe um cilindro de pequeno diâmetro
contendo uma escala graduada.

A leitura da densidade dos líquidos usando o


densímetro é feita da seguinte: 1º Coloca-se uma
porção de líquido em estudo numa proveta.
2º Mergulha – se o densímetro no líquido em estudo, e esperar no mínimo
5 minutos, de forma que a base do densímetro não toque no fundo da proveta
3º Lê – se o valor da densidade do líquido, no ponto de cruzamento
da escala do densímetro com a superfície do líquido (ponto de

afloxamento).

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Figura 33: Densímetro

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Por consegunte, a leitura da densidade dos líquidos com a balança
de Westphall, o volume do líquido deslocado pelo flutuante é
sempre o mesmo e no densímetro a massa do flutuante é constante.
Esta balança de Westphall possui dois braços desiguais, enche – se
o líquido no cilindro em estudo até ao nível preciso e mergulha-se
o flutuante seco e coloca-se os pesos no braço mais cumprido para
pôr a balança em equilíbrio.

UNIDADE X: Aquecimento ou calor


10.1. Aquecimento ou calor
Calor é a energia em trânsito ou transferida de um corpo para
outro, quando entre eles existem diferenças de temperaturas, este
processo de transmissão de calor ocorre espontaneamente de um
corpo com temperaturas mais elevadas para o outro de temperatura
mais baixa, provocando o equilíbrio térmico.
10.1. Forma de transferência de calor de dois corpos em contacto
Esta propagação pode – se verificar por 3 (três) processos diferentes:
1. Condução é característico dos corpos sólidos, partículas
agitadas da superfície do corpo mais quente colidem com
partículas vizinhas do corpo mais frio provocando um aumento de
energia.
2. Conversão consiste na transferência do calor de um ponto para
outro pelo deslocamento do próprio material aquecido. Se este for
forçado a deslocar – se sob acção de um ventilador ou de uma
bomba, o processo designa – se por conversão forçada e se o
material aquecido deslocar-se devido a diferença de densidades, o
processo designa – se conversão natural, ex: O caso dos ventos
das correntes oceânicas.
3. Radiação consiste na emissão de energia na superfície dos corpos.
Esta energia radiante apresenta – se sob forma de ondas electromagnéticas.
Ex: ao colocar a mão sob uma lâmpada acesa, há uma sensação de calor.

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Figura 34: formas de transmissão de calor

10.2. Fonte de aquecimento.


a) Lamparina de álcool
 Proporciona um aquecimento moderado e lento.
 Deve-se manusear com cuidado para evitar derrames de
álcool e consequente propagação de chama na bancada de
trabalho.
 Apaga-se com a tampa e nunca com soprando.
b) Bico de Bunsen
 Permitem um aquecimento mais intenso que a lamparina de álcool;
 Diminuem os riscos de incêndios;
 Tem normalmente o regulador de chama;
 O bico de Bunsen permite o espalhamento da chama e
temperaturas mais elevadas.
c) Placa de aquecimento eléctrico
 Diminui o risco de incêndio, sobretudo quando se trabalha
com, os materiais inflamáveis.
 Possui regular de temperatura, o que permite controlar de
algum modo a temperatura de aquecimento.

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d) Manta de aquecimento
 Diminui o risco de incêndio.
 Possui regular de temperatura, o que permite controlo do aquecimento.
 Favorece um aquecimento mais homogéneo por envolver
todo o material a aquecer.
e) Banho Maria
 O fluido termostático pode ser água (até 100º C) ou óleo (acima
de100ºC).
 Diminui o risco de incêndio.
 Permite o aquecimento em simultânea de vários líquidos.
 Permite um aquecimento mais homogéneo.
 Tem suportes para tubos de ensaios.
Modo de proceder
A) Quando se pretende efectuar o aquecimento de um material deve-se:

1º: Selecionar o recipiente apropriado a realização desse


aquecimento e que seja resistente as variações de temperatura (os
sólidos aquecem-se em tudos de ensaios, cadinhos. Os líquidos
aquecem-se em copos de bequer, capsulas, erlenmeyer, tudos de
ensaios.
2º: Selecionar a fonte de aquecimento.
B) A técnica de aquecimento depende do recipiente a usar.

Para se aquecer um tudo de ensaio directamente numa chama, este


deve estar seco na parte exterior e ser seguro com uma peça.
O aquecimento deve fazer-se lateralmente e não na parte inferior
do tudo, fazendo-se deslocar este sobre a chama de forma a
proporcionar um aquecimento uniforme, evitando assim projecções
de material.
NB. Não se deve direccionar o tudo para nenhum utente do Laboratório.
Quando se utiliza um bico de Bunsen a chama não deve incidir
directamente nos recipientes de vidro (excepto tudos de ensaios),
interpondo-se uma rede fina ou placa de vitrocerâmica.
Para aquecer um líquido, contido num recipiente de vidro a

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ebulição, adicionar pequenas esferas de vidro ou pedaços de
porcelana porosa para evitar que a ebulição seja tumultuosa. NB.
Para qualquer outro material de cerâmica, metálica o aquecimento
pode ser directo.

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UNIDA

DE XI:

Refriger

ação

11.Refri

geração

Refrigeração é a acção de resfriar determinado ambiente de forma


controlada, tanto para viabilizar processos, processar e conservar
produtos (refrigeração comercial e industrial) ou efectuar
climatização para conforto térmico (ar-condicionado e ventilação).

11.1. Ciclos de refrigeração


Para diminuir a temperatura é necessário retirar energia térmica de
determinado corpo ou meio. Através de um ciclo termodinâmico,
calor é extraído do ambiente a ser refrigerado e é enviado para o
ambiente externo. A refrigeração não destrói o calor, que é uma
forma de energia. Ela apenas o move de um lugar não desejado
para outro que não faz diferença. Entre os ciclos de refrigeração, os
principais são refrigeração padrão por compressão, absorção e
magnetismo.

11.1.1. Ciclo de refrigeração padrão por compressão


Em um ciclo de refrigeração padrão por compressão (refrigerador,
ar-condicionado), existem basicamente quatro componentes:

Compressor, condensador, dispositivo de expansão e evaporador.

O fluido refrigerante na forma de líquido saturado passa pelo


dispositivo de expansão (restrição), onde é submetido a uma queda
de pressão brusca, onde passa a ter dois estados, o líquido e o
gasoso. O fluido refrigerante, nesse ponto, é denominado de flash
gás. Então o fluido é conduzido pelo evaporador, onde absorverá
calor do ar do ambiente a ser refrigerado, vaporizando-se.

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Na saída do evaporador, na forma de gás ele é succionado pelo
compressor, que eleva sua pressão e temperatura para que possa ser
conduzido através do condensador, que cederá calor ao ambiente
externo, condensando o fluido e completando o ciclo. O ventilador
ou ventoinha, efectua a circulação de ar, fazendo com que o ar a
ser resfriado entre em contacto com a serpentina do evaporador.

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11.1.2. Etapas de um Ciclo Ideal de Refrigeração

A evaporação é a etapa aonde o fluido refrigerante entra na


serpentina como uma mistura predominantemente líquida, e
absorverá calor do ar forçado pelo ventilador que passa entre os
tubos. Ao receber calor, o fluido saturado vaporiza-se, utilizando-
se do calor latente para poder maximizar a troca de calor.

A função do compressor é comprimir o fluido refrigerante,


elevando a pressão do fluido.

A condensação é a etapa aonde ocorre a rejeição de calor do ciclo.


No condensador, o fluido na forma de gás saturado é condensado
ao longo do trocador de calor, que em contacto com o ar cede calor
ao meio ambiente.

UNIDADE XII: Outras Operações Unitárias


12. Outras Operações Unitárias
12.1. Decantação
É também um processo mecânico que serve para desdobrar
misturas heterogéneas de um sólido num líquido ou de dois
líquidos imiscíveis entre si.
Por exemplo, a areia que está em suspensão na água vai,
lentamente, se depositando no fundo do recipiente (processo
chamado sedimentação); no final, a água pode ser separada ou por
inclinação cuidadosa do recipiente (processo de decantação) ou,

então, por aspiração com auxílio de um sifão (processo de


sifonação).

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Figura 35: etapas de Decantação

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12.2. Filtração
A filtração consiste na separação de uma fase sólida de uma fase
fluida (liquida ou gasosa), passando esta ultima através de um meio
permeável e poroso.
Ao meio poroso e permeável chama-se filtro e retém o resíduo
sólido. Fluido que passa através do filtro do filtro designa-se
filtrado.
É um processo mecânico que serve para desdobrar misturas
heterogéneas de um sólido disperso em um líquido ou em um gás.
Na filtração a mistura é vertida sobre um meio de filtrante que
retém a fase sólida enquanto a líquida passa. O meio filtrante pode
ser papel ou placa poroso de vidro e ambos podem apresentar
diferentes porosidade, cada um sendo mais adequado para
utilização com diferentes tamanhos de partícula sólida. Em alguns
casos, também pode ser usado como meio filtrante um chumaço de
fibra de vidro ou algodão.
Em laboratório, a filtração mais simples é feita com um funil do
tipo comum, em geral de vidro, no qual é colocada uma folha de
papel de filtro convenientemente dobrada.

Figura 37: processo de dobragem do papel de filtro

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Figura 38: montagem final de processo de decantação

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A filtração por gravidade é processo em que o filtrado passa
através do filtro sob a forca de gravidade e a atracão capilar entre o
líquido e haste do funil.

No laboratório, os meios de filtração mais utilizados são: Papel de


filtro, Placas filtrantes e Lã de vidro.

Tabela12: Tipos de filtros, propriedades e utilização.


Tipos de filtros Características Utilização
Papel de filtro  Constituído por celulose  Filtrações correntes
puro. laboratório (separação
 Poros com diâmetro sólido -liquido,
compreendidos entre gravidade ou sucção.
0,5imicrometro e
5micrometro (porosidade de
grau 1 a6).
 Só pode ser usado uma vez.
Placas filtrantes  Constituído por microfibra de  Filtração apenas por suc
vidro aglomerada e porcelana  Filtração a quente.
porosa.  Usa-se quando o líqui
 Porosidade variável 0 a5 filtrar é oxidante da cel
 Pode ser usada varias vezes (ex. soluções de KMnO4
(após lavagem cuidada).  Montam-se em cadinhos
funis.
Lã de vidro Coloca-se directamente no funil, Usa-se quando o líquido a
comprimindo-se de modo a é oxidante da cel
diminuir os espaços entre fibras. (ex.soluções de KMnO4).
Filtração por gravidade.

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Elaborado por Zaqueu Naissone Simango- Sebenta de Técnicas Laboratoriais 2022 Pá gina 92
12.2.1. Técnicas da filtração
a) Filtração por gravidade

Para a realizar uma filtração por gravidade, faz-se uma montagem


como a figura, obedecendo aos seguintes requisitos:
 O nível do líquido no filtro devera ficar de 1cm do topo dopapel.
 Para se obter a máxima velocidade de filtração a
extremidade do funil deve ser encostada a parede interior
do filtrado.

O sólido residual deve ser removido com esguicho de água ou


solvente em uso se o sólido tiver Ficado aderente ao copo de
Bequer.

Figura 38: Técnica de filtração por gravidade

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Elaborado por Zaqueu Naissone Simango Sebenta de Técnicas Laboratoriais 2020 73

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Figura 39: Remoção de sólido residual.

b) Filtração por sucção ou pressão reduzida


Quando se pretende uma filtração rápida ou quando existem
quantidades de sólidos usa- se a filtração por sucção que se
consegue, por exemplo utilizando uma trompa ou usando uma
bomba de vácuo.

Quando se usa o funil de Buchner, o papel de filtro que se coloca


sobre os orifícios deve tapá-los completamente sem dobrar. O
papel deve ser molhado com o solvente para melhor aderência,
succionando o excesso de solvente por sucção com a trompa.
No caso de a trompa não ter válvula de segurança deve colocar-se
um frasco de segurança entre trompa e Kitassato.

c) Filtração a vácuo
Há casos em que a filtração é muito demorada. Para apressá-la,
usa-se a filtração a “vácuo” ou, melhor dizendo, a filtração à
pressão reduzida.

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Figura 40: Filtração a vácuo
Portanto, filtração a vácuo é o processo em que uma diferença de
é mantida através do meio filtrante pela evacuação do ar sob o
papel de filtro. A filtração a vácuo produz uma força adicional a
gravidade e, assim, aumenta a velocidade de filtração.
12.3. Lavagem do resíduo sólido
O sólido lava-se normalmente no funil, com pequenas porções de
líquidos de lavagem, adicionando-se cada um após a eliminação da
anterior.

Elaborado por Zaqueu Naissone Simango- Sebenta de Técnicas Laboratoriais 2022 Pá gina 97
Figura 41: Lavagem do resíduo sólido

Elaborado por Zaqueu Naissone Simango - Sebenta de Técnicas Laboratoriais 2020 75

Elaborado por Zaqueu Naissone Simango- Sebenta de Técnicas Laboratoriais 2022 Pá gina 98
12.3. Como utilizar

correctamente algum material

Como utilizar um frasco que

contém um líquido

Figura 42: como transvasar o stock para um recipiente

Na figura está indicada o modo de proceder quando se tira uma


rolha de um frasco (mão direita) e como se pega neste modo a
verter o líquido nele contido.

Como se introduzir uma substancia sólida num tubo de ensaio


Prepara uma calha de papel de modo a que possa entrar no tubo de
ensaio. Procede como a figura indica.

Figura 44: como se deve introduzir uma substancia sólida

A figura acima mostra como se deve introduzir uma substancia


sólida num tubo de ensaio, quando pulverizada ou em pequenos
Elaborado por Zaqueu Naissone Simango- Sebenta de Técnicas Laboratoriais 2022 Pá gina 99
fragmentos.

Como se filtra, este processo é feito mediante um funil e um


recipiente para recolher o filtrado.

Elaborado por Zaqueu Naissone Simango - Sebenta de Técnicas Laboratoriais 2020 76

Elaborado por Zaqueu Naissone Simango- Sebenta de Técnicas Laboratoriais 2022 Pá gina 100
Figura 44: Montagem para uma filtração simples

A figura abaixo, mostra como se deve vazar o líquido sobre o


papel de filtro com auxílio de umavareta.

Figura 45: tranvar de um líquido

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Elaborado por Zaqueu Naissone Simango- Sebenta de Técnicas Laboratoriais 2022 Pá gina 101
12.4. Secagem
Secagem de um material é a operação que consiste na remoção de
água ou de outro solvente desse material.
Esta operação aplica-se tanto para sólido como a líquidos e gases e tem
subjacente uma mudança de estado (a vaporização) que, pela sua
importância em muitas operações unitárias merece especial destaque.

Vaporização é um processo físico que se envolve a passagem de


moléculas do estado liquido para ao gasoso por ruptura de ligações
intermoleculares.

A vaporização pode ser:


Evaporação: se a mudança de estado se faz lentamente a superfície
do líquido e a temperatura ambiente.
Ebulição se a mudança de estado se da rápida e tumuosamente em
toda a massa líquida, quando sujeita um aquecimento intenso.
Secagem de sólidos

Como a água é solvente mais vulgar, apenas se faz referência


eliminação deste solvente. O material solido a secar pode ser:
Água retida no interior ou aderente a superfície (resultante da
precipitação em meio aquoso.)
Água resultante da absorção da humidade atmosférica.

Água de cristalização.

As técnicas de secagem de sólidos mais vulgarmente usadas no


laboratório são: Exposição ao ar do sólido finamente dividido e
espalhado numa superfície larga, em local bem seco e arejado
devidamente protegido de contaminantes.
Uso de agentes exsicantes como o gel de sílica e cloreto de cálcio anidro.
Em estufa, colocando o sólido num vidro de relógio, por exemplo e
controlando a temperatura para evaporar apenas o solvente (100 a
110º C para água), evitando a decomposição só sólido.
Arrefecimento posterior devera ser realizado em exsicador.

Elaborado por Zaqueu Naissone Simango- Sebenta de Técnicas Laboratoriais 2022 Pá gina 102
Usa-se exsicador sempre que se pretende conservar substâncias
hidroscópicas (absorvem a humidade do ar sem se dissolver nela)
ou deliquescentes (absorvem a humidade formando uma fase
liquida) ou arrefecer uma substancia sujeita a secagem em estufa
ou após calcinação.

Elaborado por Zaqueu Naissone Simango - Sebenta de Técnicas Laboratoriais 2020 78

Elaborado por Zaqueu Naissone Simango- Sebenta de Técnicas Laboratoriais 2022 Pá gina 103
A operação de secagem é dada por terminada sempre que após três
pesagens (intercalando secagem e arrefecimento), a massa se
mantiver constante.

12.5. Excicador ou dessecador


Um dessecador é instrumento de vidro e é um recipiente fechado
que contém um agente de secagem chamado dessecante. A tampa é
engraxada (normalmente com graxa de silicone) para que feche de
forma hermética. É utilizado para guardar substâncias em
ambientes com baixo teor de humidade.
Este instrumento d permite extrair o excesso de água numa amostra
de uma substância. Serve principalmente para manter uma amostra
num ambiente o menos húmido possível.

a) Excitalizadores b)Excicador c) Estufa

Figura 46: Equipamento usados na secagem.


12.6. Decantação
A decantação é uma operação unitária usada mesmo fora do
laboratório, em situações da vida corrente, como, por exemplo,
quando se serve um vinho velho com depósito (vinho do porto), na
trasfega das pipetas.
Para separar um a fase sólida de uma líquida deixa-se a mistura em
repouso para que o sólido se deposite no fundo do recipiente
sedimentação, sendo, então, o líquido sobrenadamente transferido
lenta e cuidadosamente, para outro recipiente (fig) evitando-se que
o sólido se desloque.
Deve-se realizar uma decantação antes de uma filtração sempre
que a fase sólida tenha dimensões.
Elaborado por Zaqueu Naissone Simango- Sebenta de Técnicas Laboratoriais 2022 Pá gina 104
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Elaborado por Zaqueu Naissone Simango- Sebenta de Técnicas Laboratoriais 2022 Pá gina 105
Figura 47: processo de decantação

12.7. Centrifugação
É uma operação unitária que consiste na separação de duas fases,
por acção da forca centrifuga a que fica sujeita a mistura, quando
entra em movimento de rotação.

É o processo de aceleração da sedimentação.


Utiliza-se um aparelho chamado centrífuga ou
centrifugador, que pode ser eléctrico ou manual.

Exemplo: Para separar a água com barro.

A centrifugação utiliza-se por exemplo, na separação de:

 Sólidos em suspensão num líquido.

 Constituintes de mistura coloidais.

Actualmente, existem vários modelos de centrífugas, desde a


manual ate as mais sofisticadas.

12.7.1.Técnicas da centrifugação
Uma das centrífugas mais vulgares num laboratório é semelhante a
da figura… é eléctrica possui cabeça rotatória que suporta vários
tubos e alcança alta velocidade de rotação pelo que deve seguir-se
escrupulosamente as suas instruções.
A mistura a separar é distribuída equitativamente pelos tubos que
Elaborado por Zaqueu Naissone Simango- Sebenta de Técnicas Laboratoriais 2022 Pá gina 106
se dispõem simetricamente na cabeça rotatório para que se a
centrífuga fique equilibrada. Se amostra apenas encher um tudo,
deve colocar-se em oposição na centrifugação num outro cheio de
água.

Elaborado por Zaqueu Naissone Simango - Sebenta de Técnicas Laboratoriais 2020 80

Elaborado por Zaqueu Naissone Simango- Sebenta de Técnicas Laboratoriais 2022 Pá gina 107
Para retirar os tubos, esperar-se que a centrífuga pare
completamente. A paragem não deve ser feita com a mão, pois
alem, do perigo que este gesto representa, pode voltar-se a misturar
o sólido com o líquido.

Figura 48: Tipos de centrifugadores.

Elaborado por Zaqueu Naissone Simango- Sebenta de Técnicas Laboratoriais 2022 Pá gina 108
Elaborado por Zaqueu Naissone Simango - Sebenta de Técnicas Laboratoriais 2020 81

Elaborado por Zaqueu Naissone Simango- Sebenta de Técnicas Laboratoriais 2022 Pá gina 109
UNIDADE XIII: Soluções
13. Soluções

Em Química, solução é o nome dado a dispersões cujo tamanho


das moléculas dispersas é menor que 1 nanómetro (10 Angstrons).
A solução ainda pode ser caracterizada por formar um sistema
homogéneo (a olho nu e ao microscópio), por ser impossível
separar o disperso do dispersante por processos físicos.

Solução é uma dispersão homogénea de duas ou mais espécies de


substâncias. As soluções podem ser formadas por qualquer
combinação dos três estados físicos da matéria: gases, líquidas e
sólidas; porém são sempre constituídas de uma única fase.
Soluções são misturas homogéneas de duas ou mais substâncias.

As soluções são compostas por moléculas ou iões comuns. As


soluções podem apresentar três estados da matéria, sólidos,
líquidos ou gases como dispersantes (chamados de solventes –
existentes em maior quantidade na solução) e como dispersos
(solutos).

É importante destacar que soluções gasosas são formadas apenas


por solvente e soluto gasosos.

Em farmácia, uma solução é uma forma farmacêutica líquida,


caracterizada pela formação de um sistema onde todas as
substâncias sólidas presentes na formulação devem estar
totalmente dissolvidas em um veículo adequado. Portanto a
solução deve ser líquida e transparente.

Nas soluções, o componente que está presente em menor


quantidade recebe o nome de soluto (é o disperso), enquanto o
componente predominante é chamado de solvente (é o
dispersante). Por exemplo, quando dissolvemos açúcar em água, o
açúcar é o soluto, e a água, o solvente.

Elaborado por Zaqueu Naissone Simango- Sebenta de Técnicas Laboratoriais 2022 Pá gina 110
Figura 49: preparação de Solução

Elaborado por Zaqueu Naissone Simango - Sebenta de Técnicas Laboratoriais 2020 82

Elaborado por Zaqueu Naissone Simango- Sebenta de Técnicas Laboratoriais 2022 Pá gina 111
As soluções são muito importantes em nosso dia-a-dia: o ar que
respiramos é uma solução (mistura) de gases; a água do mar (que
cobre da superfície terrestre) é uma solução que contém vários sais;
muitos produtos, como bebidas, materiais de limpeza, remédios,
etc. são soluções; muitas reacções químicas, feitas em laboratórios
e em indústrias, são realizadas em solução; em nosso corpo (que
contém cerca de 65% em massa de água), o sangue, o suco
gástrico, a urina são líquidos que contêm em solução um número
enorme de substâncias que participam de nosso metabolismo. As
soluções, enfim, têm grande importância científica, industrial e
biológica.

13.1. Classificação das soluções

1) Quanto à natureza
a) Iónica: as partículas do soluto apresentam carga eléctrica (são
iões) permitindo que a solução conduza a corrente eléctrica.
Ex.: NaCl em água.
b) Moleculares: as partículas do soluto não apresentam cargas
eléctrica (composto moleculares que não sofrem dissociação)
não permitindo que a solução conduza electricidade. Ex.:
açúcar em água.
2) Quanto à concentração
a) Saturada: quando o soluto está dissolvido no solvente a uma
certa temperatura em quantidade tal que, se for adicionado
mais soluto, esse excesso não mais se dissolve.
b) Supersaturada: quando o soluto está dissolvido no solvente
em quantidade inferior a saturação, na referida temperatura.
c) Não- saturada ou insaturadas: quando o soluto está
dissolvido no solvente, numa certa temperatura, em
quantidade maior que a saturação, mas sem precipitar, é uma
situação instável.

Elaborado por Zaqueu Naissone Simango- Sebenta de Técnicas Laboratoriais 2022 Pá gina 112
Esta classificação pode ser representada esquematicamente do seguinte modo:

Figura 50: classificação das soluções.

Elaborado por Zaqueu Naissone Simango Sebenta de Técnicas Laboratoriais 2020 83

Elaborado por Zaqueu Naissone Simango- Sebenta de Técnicas Laboratoriais 2022 Pá gina 113
Note que o ponto de saturação representa um limite de
estabilidade. Consequentemente, as soluções supersaturadas só
podem existir em condições especiais e, quando ocorrem, são
sempre instáveis.
Na prática, é muito fácil distinguir as soluções não - saturadas,
saturadas e supersaturadas. Acompanhe o esquema abaixo.

Figura 51: Tipos de soluções


Coeficiente de solubilidade um soluto e solvente e a uma
temperatura, como a concentração na solução saturada, nesta
temperatura específica. Em soluções líquidas, o efeito da pressão é
desprezível.
Mas o que ocorre entre as partículas de soluto e solvente, quando
estes são misturados a fim de formar uma solução? Três processos
possíveis:
1º Dissolução química, envolve uma reacção química entre o
soluto e solvente. Por exemplo, zinco se dissolve em ácido
clorídrico porque ocorre a seguinte reacção de oxi- redução:

Zn(s) +2HCl(aq ) H2 (g) +ZnCl2(aq)

2º Solvatação são interacções entre as partículas de solventes e de


soluto do tipo dipolo permanente - dipolo permanente ou iões
dipolo permanente. Se o solvente for água, a solvatação recebe o
Elaborado por Zaqueu Naissone Simango- Sebenta de Técnicas Laboratoriais 2022 Pá gina 114
nome de hidratação. Por exemplo, quando forem misturas de água
e álcool, ocorrem interacções do tipo ligações de hidrogénio entre
as moléculas dessas duas substâncias.

Elaborado por Zaqueu Naissone Simango Sebenta de Técnicas Laboratoriais 2020 84

Elaborado por Zaqueu Naissone Simango- Sebenta de Técnicas Laboratoriais 2022 Pá gina 115
3º Dispersão quando as interacções ocorrem entre as partículas de
solventes e soluto é, fundamentalmente, do tipo London (dipolo
instantâneos). Por exemplo, parafina de dissolve no benzeno
porque, em ambas as substâncias, ocorrem forças moleculares tão
pequenas que as moléculas de benzeno formam um meio no qual
as moléculas de parafina podem se dispersar. Se um dos
componentes for polar, poderá, haver uma dispersão muito
pequena devido a interacção do tipo Debye (dipolo permanente-
dipolo induzido).

De um modo geral, pode se generalizar afirmando o seguinte “ o


semelhante dissolve se semelhante”, isto é, substâncias polares
são mais solúveis em substâncias polares, bem como substâncias
apolares são mais solúveis em substâncias apolares.

13.2. Solubilidade nos gases

Os gases apresentam propriedades particulares para a solubilidade.


Quando aumenta-se a pressão, a solubilidade aumenta (Lei de
Henry). O mesmo não acontece quanto à temperatura.

Quando aumenta-se a temperatura, diminui a solubilidade. Assim,


a solubilidade é directamente proporcional à pressão e
inversamente proporcional à temperatura.

13.2.1. Cossolvente

Os electrólitos fracos e as moléculas pouco polares apresentam


normalmente pouca solubilidade em água. Essa pode ser
aumentada pela adição de outro solvente que seja solúvel em água
(etanol, sorbitol, propilenoglicol, etc.)

13.2.2. Solubilização

É a passagem de moléculas de um soluto, espontaneamente para


uma solução contendo um tensoactivo, detergente. O mecanismo
resultante tem a ver com a possibilidade das moléculas do soluto

Elaborado por Zaqueu Naissone Simango- Sebenta de Técnicas Laboratoriais 2022 Pá gina 116
serem solubilizadas ou adsorvidas em estruturas denominadas
micelas, formadas após a adição gradativa e continuada do
tensoativo no sistema.

13.2.3. Complexação

Compostos orgânicos em solução tendem a se unir formando


complexos de maneira
natural.Adissoluçãodedeterminadosolutopodeseradequadamenteau
mentadapela

Elaborado por Zaqueu Naissone Simango Sebenta de Técnicas Laboratoriais 2020 85

Elaborado por Zaqueu Naissone Simango- Sebenta de Técnicas Laboratoriais 2022 Pá gina 117
adição de um agente complexante. Com isto o soluto pode ser
completamente dissolvido. No entanto deve ser analisado se o
complexo resultante não irá afectar a eficácia e a segurança
terapêutica.

13.3. Modificação química

Muitas formulações pouco solúveis em água podem ser

modificadas quimicamente. Um exemplo é a betametasona,

um corticosteróide, modificado quimicamente.

Betametasona - solubilidade 5,8 mg/100 ml a 25 °C.

Éster-21 de Betametasona fosfato dissódico - solubilidade de 10 g/100 ml a 25


°C.

13.4. Concentração das soluções


13.4.1. Concentração(M)
Concentração em moles por litro ou molaridade (C) da solução é a
quantidade, em moles (n) do soluto existente em1litros (l) de
solução unidade moles

por littros.
Exemplo:
Qual é a molaridade de uma solução de iodeto de sódio que encerra
45 g do sal em 400 mL de solução? (Massas atômicas: Na = 23; I =
127),
Dados formula e resolução

Mr (NaI) =150 g/mol

m (NaI)=45g =0,3moles

n=?

C=0,075moles/l
Elaborado por Zaqueu Naissone Simango- Sebenta de Técnicas Laboratoriais 2022 Pá gina 118
C=?

13.4.2. Concentração(Cm)
Concentração (Cm): Indica a relação entre a massa de soluto (g) e o volume de
solução

(ℓ).
Exemplo:

Elaborado por Zaqueu Naissone Simango - Sebenta de Técnicas Laboratoriais 2020 86

Elaborado por Zaqueu Naissone Simango- Sebenta de Técnicas Laboratoriais 2022 Pá gina 119
Dissolvendo-se 2g de um soluto A em 400ml de agua, qual será a
concentração da solução.

Dados

m=2g

v=

400ml=0,4l C = 5g/l Cm=?

13.4.3. Expressões de resultados analíticos


Os resultados analíticos são reportados de várias maneiras, tais
como concentração (no caso da padronização da solução de
hidróxidos de Sódio) ou quantidade de analito (substância de
interesse na amostra) por unidade de massa ou volume.

Amostras sólidas são expressas em massa de analito como


percentagem da massa da amostra (% massa/massa).

m
%m ) soluto( g x100
ass
mamostra(g)
a/
mas
sa
Amostras líquidas também são expressas em percentagem de
massa da amostra por massa da solução mas podem ser expressas
em massa de analito por volume de solução. Sempre que a
concentração for expressa em %, se não estiver claro deve ser
específico que tipo está sendo usado.

%m msoluto( g
ass ) x100
a/ mamostra(g)
mas
sa
Elaborado por Zaqueu Naissone Simango- Sebenta de Técnicas Laboratoriais 2022 Pá gina 120
m
%ma soluto( g ) x100
ssa/ Vamostra(ml)
volu
me Vsoluto(ml) x100
mamostra( g
)
%vol
ume/
mass
a
V
%vol soluto(ml) x100
ume/ Vamostra(ml)
volu
me 

Elaborado por Zaqueu Naissone Simango Sebenta de Técnicas Laboratoriais 2020 87

Elaborado por Zaqueu Naissone Simango- Sebenta de Técnicas Laboratoriais 2022 Pá gina 121
13.5. Diluição de soluções
Quando uma solução contém pouco em relação ao solvente,
denomina-se solução diluída. Caso contrário, se apresentar muito
soluto em relação ao solvente, chama-se solução diluída.

C1.V1 = C2.V2 equação de dissolução das soluções

Por ex: o Cleiton preparou uma solução de 250 mℓ de ácido nítrico


a 1M, partindo da solução concentrada a 3M. Qual é o volume que
ele usou para preparar a solução?
Dados Resolução

V2=250mℓ=0,25ℓ C1.V1 =C2.V2

C2=1M V1 = C2.V2/C1 = 1M.0,25ℓ/3M

C1=3M

V1 =0,083ℓ 83mlV1=?

C1.V1 +C2.V2= C3.V3equação da mistura

Ex.: Qual a concentração da solução obtida da adição de 500ml de


solução de 0,1M de NaOH com 0,2l de solução 0,3M de NaOH.

Dados Resolução
V1 = 500ml=0,5l

C1.V1 + C2.V2 = C3.V3 C1 =0,1M

V
2

Elaborado por Zaqueu Naissone Simango- Sebenta de Técnicas Laboratoriais 2022 Pá gina 122
=

C
2

V3 =V1+V2=0,7l C3 =0,16M
C3 =?

Elaborado por Zaqueu Naissone Simango - Sebenta de Técnicas Laboratoriais 2020 88

Elaborado por Zaqueu Naissone Simango- Sebenta de Técnicas Laboratoriais 2022 Pá gina 123
UNIDADE XIV: Ponto de Ebulição e Destilação
14. Ponto de Ebulição e Destilação
A ideia de calor como temperatura foi introduzida por Rumford
em 1798, mais tarde aparecem outras pesquisas feitas pelos
cientistas como Joule, Carnot e Mayer, veio a ser descoberta a
equivalência entre o calor e a energia mecânica.
De acordo com esta teoria, a quantidade do calor contido num
corpo corresponde a energia cinética global das moléculas,
enquanto a temperatura é proporcional a energia cinética média
dessas moléculas, por isso, os termos temperaturas e calor são bem
diferentes.
Temperatura – é uma grandeza física que indica com precisão o
estado de aquecimento ou arrefecimento de um corpo, através de
termómetros, que tem como substâncias termométricas o mercúrio
e possuem escalas equivalentes a de Kelvin, Celsius eFahrenheit.

Ex: de termómetros

Elaborado por Zaqueu Naissone Simango- Sebenta de Técnicas Laboratoriais 2022 Pá gina 124
Elaborado por Zaqueu Naissone Simango - Sebenta de Técnicas Laboratoriais 2020 89

Elaborado por Zaqueu Naissone Simango- Sebenta de Técnicas Laboratoriais 2022 Pá gina 125
14.1. Correspondência entre escalas termométricas
ESCALA PONTODEFUSÃO PONTO DE
EBULIÇÃO
Celsius (ºC ) 0ºC 100ºC

Fahrenheit(ºF) 32ºF 212ºF Kelvin (º


273, 15ºK 373,15ºK
Existem vários tipos de instrumentos de aquecimentos, tais como
fogões, estufas eléctricas, autoclaves, destiladores, banho – Maria,
Múflas, lamparinas, bico de búnsen, chaminé, que a sua utilização
deve ser cuidadosa e no final do uso deve- se fazer a limpeza.

14.2.Água doLaboratório
Água é um solvente mais usado em preparações laboratoriais,
porque para além de dissolver ínumeras substâncias é um dos
constituíntes normais dos tecidos das células, é anfotérica, aplicada
por exemplo nas misturas hidroalcoólicas, hidroglicerinadas e
outras as quais requerem a obtenção de concentrações desejadas,
usando a àgua como solvente.

14.2.1. Tipos de água


Água pode ser:
a) Água suja obtida através de vários processos que de entre os
quais podemos destacar os seguintes:
 Lavagem das mãos num recepiente contendo águalimpa;
 Banho;
 Lavagem da roupa;
 Esgoto.
b) Água natural este tipo de água é proveniente da chuva e das
fontes naturais tais como poços, cascatas.
c) Água potável também designada por tratada e podemos obtê –
la através da Preparação da água natural, adicionando o cloro de
sódio como desinfectante na quantidade que varia de 0,4 à 0,6mg

Elaborado por Zaqueu Naissone Simango- Sebenta de Técnicas Laboratoriais 2022 Pá gina 126
/litro.
Esta é usada na obtenção da água purificada assim como para
vários fins, tais como: consumo humano, rega dos campos verdes.

Elaborado por Zaqueu Naissone Simango Sebenta de Técnicas Laboratoriais 2020 90

Elaborado por Zaqueu Naissone Simango- Sebenta de Técnicas Laboratoriais 2022 Pá gina 127
d) Água purificada é preparada por destilação assim como por
permutação de iões. Este tipo de água é inodoro, incolor e
insípido.
e) Água destilada é produzida por meio de um destilador, que
permite separar por acção do calor as substâncias de diferentes
pontos de ebulição.
É a mais aconselhável para as preparações de soluções
laboratoriais, por ser neutra, pH = 7.0 e sem iões livres.
14.3. Ponto de ebulição
Ponto de ebulição de uma substância na fase líquida é a
temperatura a qual a pressão do seu vapor iguala a pressão
atmosférica.
A pressão de vapor depende da temperatura e aumenta rapidamente
com ela, conforme se pode verificar graficamente…
A elevação da temperatura do líquido provoca um aumento da
pressão do vapor até igualar a pressão atmosférica dá-se a
vaporização, não somente a sua superfície mas toda a massa
líquida de forma tumultuosa denomina-se ebulição. O ponto de
ebulição (p.e) de um líquido depende assim da pressão atmosférica
do local em que é determinado.

Figura 52: ponto de ebulição da água


Tabela 13: ponto de fusão de substâncias orgânicas e inorgânicas
Substância orgânica Ponto de fusão (oC) Substância inorgânica Ponto de fusão (oC)

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Acetona 56,5 Enxofre 444,6
Ácido acético 117,9 Carbono 4830
Etanol 78,3 Ferro 3000
Canfora 209,1 Cobre 2336

Elaborado por Zaqueu Naissone Simango Sebenta de Técnicas Laboratoriais 2020 91

Elaborado por Zaqueu Naissone Simango- Sebenta de Técnicas Laboratoriais 2022 Pá gina 129
14.3.1. Técnicas para a determinação do ponto de ebulição
14.3.1.1. Técnica tradicional
Uma das técnicas mais atingas para a determinação do ponto de
ebulição é aquela que utiliza material simples de laboratório: bico
de Bunsen ou outra fonte de aquecimento, suporte universal com
nozas e garras, tripe, tubo de ensaio, rolha, termómetro, capilar e
gobelé (copo de bequer), conforme montagem da figura.

Figura 53: montagem para a determinação


do ponto de ebulição. Legenda:
1,3 Suporte e acessórios
2. Bico de Bunsen
4. Tudo deEnsaio
5. Termómetro
6. Tripe deplaca
7.Copo deBequer
8. Capilar

Elaborado por Zaqueu Naissone Simango- Sebenta de Técnicas Laboratoriais 2022 Pá gina 130
Elaborado por Zaqueu Naissone Simango - Sebenta de Técnicas Laboratoriais 2020 92

Elaborado por Zaqueu Naissone Simango- Sebenta de Técnicas Laboratoriais 2022 Pá gina 131
14.3.1.2.Técnicas usando o aparelho automático
Actualmente e a semelhança do que acontece para a determinação
do ponto de fusão, existem mo mercado aparelhos automáticos que
permitem a determinação do ponto de ebulição, em poucos
segundos, com precisão e exactidão superiores aos valores obtidos
com o método tradicional.

Figura 54: variedade de aparelhos automáticos para a


determinação do ponto de ebulição

14.4. Destilação
Tanto na indústria como no laboratório é necessário, muitas vezes,
separar constituintes de misturas líquidas ou retirar impurezas de
produtos provenientes de reagentes que não se gastaram, produtos
de reacções laterais ou até mesmo o próprio solvente de uma
solução.
Uma das técnicas mais vulgarizadas para conseguir esta separação
é a destilação. Destilação é uma operação que tem finalidade a
separação por acção de energia térmica de:
 Substâncias voláteis de outras que o não é (ou são menos voláteis).
 Constituintes de uma mistura de líquidos de ponto de ebulição
diferentes.

Algumas das destilação que vulgarmente se utilizam no laboratório são:


 Destilação simples a pressão normal.

Elaborado por Zaqueu Naissone Simango- Sebenta de Técnicas Laboratoriais 2022 Pá gina 132
 Destilação simples a pressão reduzida.
 Destilação fraccionada.
 Destilação por arrastamento devapor.

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Elaborado por Zaqueu Naissone Simango- Sebenta de Técnicas Laboratoriais 2022 Pá gina 133
14.4.1. Técnicas de destilação
Qualquer que seja o tipo de destilação, devem observar-se as seguintes
condições
 O balão de destilação deve encher-se até cerca de metade
da sua capacidade, para evitar projeções do líquido para a
tubuladura lateral.
 O aquecimento do balão pode ser feito com o bico de
Bunsen, banho ou manta de aquecimento.
 A ebulição deve ser lenta e regular. Esta regulação pode
fazer-se pela adição de alguns pedaços de material poroso
(pedra-pomes ou porcelana) ou de pequenas esferas de
vidro.
 O termómetro deve ser fixado de tal modo que o
reservatório de Mercúrio fique junto da saída de vapor para
o condensador.

14.4.1.1. Destilação simples a pressão normal.


Como é sabido que o aquecimento de um líquido num recipiente
fechado faz com que ele se vá evaporando até o seu vapor alcançar
uma determinada pressão que depende unicamente da temperatura.
Esta pressão denomina-se pressão (tensão) de vapor do líquido
(pressão exercida pelo vapor em equilíbrio com o líquido) e o seu
valor aumenta a medida que a temperatura aumenta. No momento
em que a tensão de vapor do líquido atinge o da pressão
atmosférico este começa a ferver atinge-se a temperatura de
ebulição.
Usa-se a destilação simples quando:
 A substância que se pretende separar é o único componente
volátil (baixo ponto de ebulição);
 Os componentes têm pontos de ebulição muito diferentes.

Utiliza-se um condensador a água (líquidos a destilar com ponto de


ebulição menor que 140º C) ou um condensador a ar (líquidos a
destilar com ponto de ebulição maior que 140º C) de modo a evitar

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que o condensador se quebre devido as altas temperaturas.
A fonte de aquecimento deve ser escolhida de acordo com as
características do líquido a destilar. Assim, se este for inflamável
deve usar-se aquecimento indirecto (manta de aquecimento, banho
de água ou óleo).
O vapor formado durante a ebulição da amostra é separado e
condensado de forma não voltar ao condensador nem contactar
com novas porções de vapor.

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Figura 55: destilação simples

Legenda:
1. Bico de Bunsen
2. Suporte universal com garra com nozes
3. Suporte elevatório com placaceran
4. Balão de fundo redondo
5. Termómetro
6. Condensador de tudo recto (Liebig)
7. Alonga
8. Recolha do destilado

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14.4.1.2. Destilação fraccionada
Quando se pretende separar duas ou mais substâncias voláteis, com
ponto de ebulição próximos (diferenças até cerca de 25ºC), a
utilização de uma destilação simples apenas conduzia a uma
separação parcial dos componentes e era preciso repetir o processo
com os sucessivos destilados. São estas destilações simples
sucessivos que se realizam com uma destilação fraccionada,
usando um só equipamento e com maior eficiência.
Numa montagem para uma destilação deste tipo utiliza-se, para
além do condensador normal, uma coluna de fraccionamento.
Esta tem no seu interior pratos anéis ou material inerte, que tem
como função aumentar a superfície específica melhorando assim as
trocas de calor entre o vapor e condensador. O vapor, ascender,
condensa parcialmente em contacto com a coluna fria. Este líquido,
ao descer, encontra vapor quente ascendente, o que provoca uma
nova evaporação mais acima e volta a condensar mais uma vez.
O ciclo repete-se e obtém-se na parte superior da coluna o vapor do
componente mais volátil (que passa para condensador) e na parte
inferior o ponto de ebulição mais elevado.
Uma destilação fraccionada ideal é capaz de produzir fracções de
destilado a temperatura bem definidas.
A destilação fraccionada é utilizada numa grande variedade de
industriais como: na petroquímica (separação dos diversos
componentes do crude), na indústria cervejeira, nas destilarias, etc.

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UNIDADE XV: Ponto de Fusão e Cristalização

15. O ponto de fusão

Ponto de fusão designa a temperatura à qual uma substância passa


do estado sólido ao estado líquido. Ponto de fusão é a temperatura
na qual a substância sólida está em equilíbrio com a substância que
dela se obtêm por fusão.

Ponto de fusão é a temperatura a qual uma substancia passa do


estado sólido ao líquido, nas condições normais de pressão,
coexistindo ambas as fases (líquida e sólida) em equilíbrio.
O ponto de fusão (p.f) a uma determinada pressão é um valor
constante, característico de uma substancia (pura) e por isso a sua
determinação constitui um método para calcular o grau de pureza
dessa mesma substancia.
A presença de impureza solúvel na amostra é um factor que
contribui para a diminuição do ponto de fusão.

Figura 56: ponto de fusão

A grande maioria dos compostos inorgânicos apresenta pontos de


fusão superiores aos dos compostos orgânicos, o que pode

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constituir por si só um factor importante de distinção entre eles.

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Tabela 14: ponto de ebulição de substâncias orgânicas e inorgânicas

Substância orgânica Ponto de fusão (oC) Substância Ponto de fusão (oC)


Inorgânica
Acetona -94,6 Enxofre 112,8
Ácido acético 16,6 Carbono 3652
Etanol -112 Ferro 1535
Canfora 209 Cobre 1085

15.1. Técnicas para a determinação do ponto de fusão


Uma das técnicas mais antigas e simples usadas na determinação
do ponto de fusão de uma dada substancia consiste na utilização de
material simples de laboratório.
 Um tudo capilar, um termómetro, um copo ou um tudo de
Thiele com fluido termostático e uma fonte de calor.

1º Introdução do sódio no tudo de capilar.


 Seleccionar um tudo capilar com um diâmetro
compreendido entre 1 e 2nm, aberto numa da extremidade e
fechado na outra.
 Secar e triturar finamente o sódio.
 Colocar o sódio num vidro de relógio e pressiona a
extremidade aberta do capilar sobre ele (obrigando algum
sólido a penetrar no interior do tubo).
 Inverter o tubo capilar para obrigar o sólido a descer até a
extremidade fechada e repetir esta operação tantas vezes
quantas as necessárias até o sólido atingir no interior do
tubo uma altura de aproximadamente1cm.
 Se não tiver conseguido fazer penetrar o sólido, utiliza-se
um tubo oco, com cerca de 70cm de altura e colocando-o na
vertical, deixa-se cair o capilar no seu interior.

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Figura 57: introdução do sólido no tudo capilar.

2º Montagens para a determinação do ponto de fusão


 O copo com a capacidade de aproximadamente 100mL (a)
ou o tudo de Thiele (b) são os recipientes mais vulgarmente
usados para conter o fluido termostático.
 O fluido usado no banho depende da temperatura de fusão
esperada (água para temperatura inferior a 100º C e
glicerina, óleo ou parafina líquida para a temperatura
superiores a 100ºC.
 Deve realizar-se pelo menos três ensaios para a
determinação de cada ponto de fusão, sendo o valor obtido
primeiro lugar usado comoorientação.
 Não é necessário deixar arrefecer totalmente o líquido do
banho de um tubo para outro mas apenas fazer descer a
temperatura de 20/30ºC abaixo da temperatura de fusão.

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Figura 58: copo com a capacidade de aproximadamente 100mL
(a) ou o tudo de Thiele (b)

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15.2.Técnica usando aparelho automático
Existem actualmente no mercado internacional uma grande
variedade de aparelho para determinação do ponto de fusão que
por meio de tecnologias mais ou menos sofisticadas conseguem

obter resultados rápidos e exactos.

Figura 59: variedade de aparelhos automáticos para a


determinação de ponto de fusão

15.3. Cristalização
A cristalização é o processo (natural ou artificial) da formação
de cristais sólidos de uma solução uniforme, ou seja
homogénea. Ela consiste de dois principais eventos, a
nucleação e o crescimento dos cristais.
A cristalização de um constituinte de uma fase líquida consiste na
separação por formação de uma fase solida cristalina.
Esta operação unitária constitui um processo clássico de separação
e de purificação e os cristais podem ser obtidos através de:
 Processos físicos, resultantes do arrefecimento da solução
ou evaporação do solvente (cristalização propriamente
dita).
 Processos químicos, resultantes da adição de
agentes precipitantes (precipitação).

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UNIDADE XVI:pH
16. pH
pH potencial hidrogénio e é definido como o cologaritmo da
actividade de iões hidrônio pH é uma escala numérica a
dimensional utilizada para especificar a acidez ou basicidade de
uma solução aquosa.

Figura 60: Escala de pH

Figura 61: Escala de pH algumas substâncias

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16.1. Medida depH
O pH pode ser determinado usando um medidor de pH (também
conhecido como pHmetro) que consiste em um eléctrodo acoplado
a um potenciômetro. O medidor de pH é um voltímetro com uma
escala que converte o valor de potencial eletrodo em unidades de
pH. Este tipo de elétrodo é conhecido como eletrodo de vidro, que
na verdade, é um eletrodo do tipo "iões selectivo".
O pH pode ser determinado indiretamente pela adição de um
indicador de pH na solução em análise. A cor do indicador varia
conforme o pH da solução. Indicadores comuns são a fenolftaleína,
o alaranjado de metila e o azul de bromotimol

Fórmula geral para cálculos de pH e pOH

pH = -log[H+] pOH = -log[OH-]

pH + pOH = 14

As soluções aquosas podem ser ácidas, básicas (alcalinas), ou


neutras, consoante o seu pH. O pH é medido da maior ou menor
acidez, ou da maior ou menor basicidade de uma solução.
Os indicadores de pH são substâncias que mudam de cor conforme
o pH das soluções cm que entram em contacto.
A tintura e o papel de tornesol, bem como a solução alcoólica de
fenolflaleina, são bons indicadores do carácter ácido ou básica de
uma solução.
O papel indicar universal permite com razoável aproximação
determinar a o pH de uma solução.
O pH também pode ser determinado com medidores de pH chamado pH
metro.
As soluções alcalinas podem anular a acidez das soluções ácidas e
vice-versa. Se a uma solução ácida, adicionarmos pouco a pouco

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uma solução alcalina, a acidez vai diminuindo até atingir o ponto
neutro (pH =7).

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Figura 62: pH metro
16.2. Indicadores
Indicadores são substâncias que por suas propriedades físicas e
químicas apresentam a capacidade de mudar de cor na presença de
uma solução ácida ou basca, visto que essas duas substâncias têm
comportamento químico oposto.
Os Indicadores são substâncias que mudam de cor na presença de
íons H+ e OH- livres em uma solução, e justamente por esta
propriedade são usados para indicar o pH, ou seja, como o próprio
nome já diz, os indicadores indicam se uma solução é ácida ou
básica.
Existem vários tipos de indicadores, veja abaixo a relação de
alguns e como agem em meio a soluções:
16.2.1. Classificação dos indicadores
Os indicadores podem ser classificados em dois tipos:
Convencionais e naturais Exemplos de indicadores
convencionais
Papel tornassol: Esse método é feito através do papel tornassol
vermelho ou azul, este tipo de papel ao entrar em contacto com
uma determinada solução muda de cor. Exemplo: O papel
tornassol azul em presença de uma solução ácida muda da cor azul
para a vermelha. Isso ocorre porque os iões reagem mudando o
arranjo dos átomos. O papel tornassol vermelho em contacto com

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uma base muda da cor vermelha para a azul. Indicadores universais
são aqueles que apresentam cores diferentes nas diferentes
soluções (acida, neutra e básica para cada valor de pH.
Solução de fenolftaleína: Esta solução é um indicador sintético que
ao se dissolver em água se ioniza originando iões. Os iões
liberados são H+ e OH- que estabelecem um equilíbrio em meio

aquoso.
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Quando se adiciona fenolftaleína em uma solução incolor, esta ao
entrar em contato com uma base ou ácido muda de cor. Exemplo:
se adicionarmos solução de fenolftaleína em um meio ácido ela
fica incolor, pois o aumento da concentração de H+ desloca o
equilíbrio. Por outro lado, se o meio for básico, a solução de
fenolftaleína se torna rósea (rosa claro a rosa escuro).
Os normalmente exibem cores intermédias correspondentes a
valores de pH dentro do intervalo de mudança. Por exemplo a
fenolftaleína é incolor se o pH estiver abaixo de 8,2 e muda entre
pH 8,2 e 10. O intervalo pode variar ligeiramente, dependendo da
concentração do indicador e da temperatura a que é usado.

Tabela 15: relação entre pH (baixo e alto) e intervalo de


mudança de cor aproximado

Indicador Cor a pH baixo Intervalo de pH de Cor a pH alto


mudança de cor
aproximado
Azul de tornesol Vermelho 1,0-6,9 Azul arroxeado
Azul de timol (1ª Vermelho 1,2-2,8 Amarelo
transição)
2,4 dinitrofenol Incolor 2,8-4,0 Amarelo
Azul de bromofenol Amarelo 3,0-4,6 Violeta
Vermelho do congo Azul 3,0-5,2 Vermelho
Laranja de metilo Vermelho 3,1-4,4 Amarelo
Azul de timol (2ª Amarelo 8,0-9,6 Azul
transição)
Fenolftaleína Incolor 8,2-10,0 Rosa-carmim

Exemplos de indicadores naturais


Alguma solução de substâncias naturais, especialmente as
originárias de plantas, comporta-se como soluções de indicadores
de pH.

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Solução aquosa de chá preto: a sua solução aquosa é
avermelhada/amarelada, adquirindo cor amarelo-pálida em
contacto com soluções ácidas e cor acastanhada em contacto com
soluções básicas.
Solução aquosa de beterraba: solução aquosa é
avermelhada/amarelada, adquire cor vermelha em contacto com
soluções ácidas e cor roxa em contacto com soluções básicas.
Solução aquosa repolho-roxo: a sua solução aquosa é cor roxa,
adquirindo cores diferentes de acordo com o carácter a solução
(ácida, neutra ou básica).
Solução aquosa dos rabanetes: solução aquosa é
avermelhada/amarelada, adquire cor vermelha em contacto com
soluções ácidas e cor acastanhada em contacto com soluções
básicas.
Solução aquosa da pêra: solução aquosa é
avermelhada/amarelada, adquire cor vermelha em contacto com
soluções ácidas e cor verde-seco em contacto com soluções
básicas.
Solução aquosa dos rabanetes: solução aquosa é
avermelhada/amarelada, adquire cor vermelha em contacto com
soluções ácidas e cor verde ou azul em contacto com soluções
básicas.

Figura 63: Papel do indicador

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16.3. Determinação do pH
Passos para fazer a determinação do pH:
 Colocar com vareta limpa, uma gota de vinagre branco num
pequeno pedaço de papel indicadoruniversal.
 Comparar a cor que o papel adquire com as cores da escala que
acompanha o papel.

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 Lavar a vareta com água corrente e água destilada antes de se voltar a
utilizar.
 Determinar o pH de outras soluções de que se possa dispor.
 Dispor por ordem crescente de pH as soluções utilizadas.
 Se se dispuser de um medidor de pH, comparar o valor de
pH obtido com o medidor com o obtido com o papel
indicador.

Grande número de fármacos usados actualmente são ácidos ou


bases fracas e as dificuldades para sua solubilização podem ser
influenciadas pelo pH do meio. Essas equações baseadas na lei de
acção das massas, da físico-química, podem prever a dissolução de
ácidos ou bases, em função do pH, com uma precisão alta. Ao
solucionar o pH, no entanto outros factores devem ser
considerados.

O pH ideal da solução não deve ser mais importante que os


requisitos de estabilidade e compatibilidade fisiológicos da
formulação.

Quando houver necessidade de ajuste do pH, usar um alcalinizante


ou acidificante, ou seja, fazer o tamponamento do sistema.

16.4. Solução-tampão

Solução-tampão é uma mistura formada por um ácido ou por uma


base fracos inorgânicos e por um sal inorgânico que apresente o
mesmo ião do ácido ou o mesmo cátion da base.

Fórmula geral para cálculos de pH de uma solução tampão

A principal característica de uma solução-tampão é o facto de seu


pH = pKa + log [acido] / [sal]
pH manter-se praticamente inalterado, mesmo que acrescido de
uma certa quantidade de solução contendo um ácido ou uma base
fortes.

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Uma solução tamponada resiste a uma mudança de pH quando
ácidos ou bases são adicionados ou quando ocorre uma diluição. O
tampão consiste numa mistura de ácido

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Elaborado por Zaqueu Naissone Simango- Sebenta de Técnicas Laboratoriais 2022 Pá gina 159
e da sua base conjugada. É preciso ter quantidades comparáveis de
ácido e base conjugados (digamos com um factor 100.

A importância dos tampões em todas as áreas da ciência e imensa.


Os bioquímicos estão particularmente interessados nos tampões
porque o funcionamento apropriado de qualquer sistema biológico
depende do pH.

O sangue é exemplo de solução regulada.

O pH normal do sangue humano é 7.4. a experiencia mostra com


clareza que a adição de pequenas quantidades de ácido forte ou
base forte, ao sangue , por exemplo 0,01unidades de pH. Para se ter
uma comparação, se adicionarmos 0,01mol de HCl a 1,0 litro de
água eleva o pH de 7 a12.

O sangue e muitos outros líquidos corporais estão tamponados, isto


é, tem o pH que resiste a modificações pela adição de ácido ou
base.

Em geral, para se ter uma solução tampão são necessárias duas


espécies químicas, uma dela (um ácido) capaz de reagir com os
iões adicionados, e outra (base) capaz de consumir iões H3O+
adicionados. A exigência extra é a de o ácido e a base não reagirem
entre si. Por isso, prepara-se comummente um tampão pela mistura
de quantidades aproximadas iguais de um par ácido-base
conjugado:

Um ácido fraco e a sua base conjugada por exemplo ácido

acética e ião acetato. Uma base fraca e o seu ácido

conjugado por exemplo amónio e ião amónio.

16.4.1. Escolha do tampão


A escolha do tampão adequado deve estar de acordo com os seguintes critérios:

 Deve ter a capacidade desejada na faixa de pH adequados;

 Deve será tóxico;

 Não deve interferir na estabilidade do produto;

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 Deve permitir sabor e coloração aceitáveis.

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17. Bibliografias:

1. BARROS, J. A .P, et all. Manual de Química-8ª e 10ª classe-


Método Experimental. Centro de Recursos da UP-
STTP.Maputo.2010.
2. CHAMBEL, Silvia, Segurança no Laboratório, idéias
ambientais, acessado em Agosto de2020.
3. DOS SANTOS,D,A.M.N e Raposa, F.L.Q. Colaborador (SIMANGO, Z.N.)
Sebenta do Laboratório I. Universidade Pedagógica Delegação de
Manica.2015.
4. FELTRE, Ricardo. Química Geral volume 1. 6ª Edição. Editora
Moderna São Paulo. 2004.
5. FELTRE, Ricardo. Química Geral volume 2, Físico- Química.
6ª Edição. Editora Moderna São Paulo.2004.
6. LOURENÇO, Maria da Graça & TADEU, Virgília. Trabalhos
Práticos de Química, 10º ano de Escolaridade. Porto Editora
LDA. Lisboa.s/a
SIMÕES, José et all. Guia do Laboratório de Química e
Bioquímica. Lisboa. Fundação Coloust Guldbenkian, 2000.
7. SIMÕES, T.S, et all. Técnicas Laboratoriais de Química -
Bloco1. Porto Editora.S/a.
8. Universidade Federal da Paraíba Centro de Ciências Exactas e
da Natureza Departamento de Laboratório de Química
Inorgânica. Química Geral e Inorgânica, 2008.

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