Conceitos base da Psicopatologia do Desenvolvimento
Como nasce?
O que é?
Quais as suas premissas, metas e implicações?
A Psicopatologia do Desenvolvimento Humano “É o
estudo das origens e do curso dos padrões individuais
de inadaptação, independentemente da idade, do
início e das causas… Da complexidade do curso do
desenvolvimento” (Sroufe & Rutter, 1984).
Consiste em primeira e última instância no estudo do
desenvolvimento (Rutter).
Estuda “o que corre mal”, o que foge dentro da norma
(ao contrário da Psicologia do Desenvolvimento
Humano). É quando um indivíduo começa a desviar-se
do que “era esperado”.
Como identificar uma criança que apresente défices a
nível da saúde mental? Nas suas atitudes, como, por
exemplo, a falta de sorriso social, o atraso em
começar a falar, etc… Ou mudanças repentinas no
comportamento, alguma coisa teve de acontecer para
a criança ter mudado. Há padrões que existem
tendencialmente desde sempre e depois há outros
que surgem.
Temos que perceber as origens, mas também o que
correu mal numa determinada altura.
Contextualização
Aparecimento da PD:
• Contexto epistemológico – integração
hierarquizada de pequenos domínios
científicos;
• Maturidade de psicologia do desenvolvimento
e alargamento a domínios não-cognitivos;
• Desenvolvimento de meta-teorias (ex.:
Princípios da Equifinalidade e Multifinalidade
de Bertalanffy);
• Modificação da concetualização da etiologia
da doença;
• Limitações das principais teorias e
abordagens sobre a psicologia do
desenvolvimento.
Foco nos processos universais de desenvolvimento;
Falhas na explicação de diferenças individuais;
Dificuldade em explicar a mudança de dimensões que
eram consideradas traços de personalidade.
Contextualização
• A abordagem tradicional da psicopatologia ocupa-
se das descontinuidades entre o normal e
patológico;
• Baseia-se em categorias de diagnóstico pouco
sensíveis à dinâmica e mutação sistemática,
características do processo de desenvolvimento.
A maior parte das condições médicas e psicológicas
são multifatoriais na sua origem.
Os fatores de risco para uma doença envolvem
fatores de riscos que atuam nos padrões normais e
psicológicos.
Segundo Sameroff (1989), existem três hipóteses
etiológicas de base no campo da abordagem
tradicional da psicopatologia:
• A mesma causa pode dar origem à mesma
estrutura patológica, tanto no adulto como na
criança;
• A mesma causa pode dar origem aos mesmos
sintomas, tanto no adulto como na criança (ou
não, nem sempre podem ter os mesmos
sintomas porque têm idades diferentes);
• Os distúrbios específicos da infância podem
levar a distúrbios semelhantes no adulto;
Falha em considerar o indivíduo como:
• Um sistema biológico, psicológico e social de
funcionamento integrado;
• Alguém que se desenvolve ao longo de
sequências de desenvolvimento que têm lugar
em diferentes contextos;
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 • Alguém que é influenciado, mas também que
tem capacidade de resiliência e remodelação.
Questões que definem a pd
Como se define a psicopatologia?
• A avaliação quantitativa ou qualitativa?
• Os pontos de continuidade são entre
indivíduos diferentes ou na mesma pessoa em
épocas diferentes? (À norma, tem que se ter
noção da média, porém é preciso também
conhecer a pessoa em si e compará-la com
ela própria E com os outros).
Como compreender os indivíduos e o seu
desenvolvimento?
• Através de um conjunto de características
estáveis independentes do contexto ou
procurando conhecer padrões de
funcionamento em contextos específicos? (O
comportamento da pessoa pode mudar de
acordo com o contexto. Ex.: ser extrovertido
nas redes sociais, mas introvertido
pessoalmente);
• A modificação dessas características ao longo
do tempo deve-se a questões de maturação
ou como respostas a novas exigências que
surgem na interação com o ambiente?
Como concetualizar o ambiente/contexto?
• É um conjunto de experiências passivas que
maximizam ou minimizam o potencial inato do
indivíduo ou como um conjunto de
experiências que se transformam à medida
que interagem com o processo dinâmico de
desenvolvimento do indivíduo?
O que é a Psicopatologia do Desenvolvimento?
• Abordagem ou área de estudo que procura
compreender a complexidade do
desenvolvimento humano;
• Domínio recente na Psicologia que assenta em
contribuições de várias disciplinas científicas
e que enfatiza a diversidade das trajetórias
(in)adaptativas ao longo do desenvolvimento
humano.
O que pretende?
Identificar e compreender as principais trajetórias do
desenvolvimento que poderão estar associadas a
dificuldades psicológicas (ex.: violência, depressão, uso
de substância) ou a potenciar uma saúde mental
adaptada ou estável (ex.: auto-estima, sucesso,
desenvolvimento moral).
Questões Orientadoras
1) De que forma é que as pessoas se assemelham ou
diferenciam nas suas trajetórias adaptadas ou
inadaptadas ao longo do desenvolvimento?
2) O que contribui para que diferentes pessoas
tenham funcionamentos psicológicos distintos ou
semelhantes ao longo do desenvolvimento?
• Fatores internos (ex.: fatores genéticos,
personalidade, perceção das relações
interpessoais);
• Fatores externos (ex.: rede social, contexto
habitacional).
3) Quais as consequências de experiências,
mecanismos de adaptação e ajustamento em fases
precoces na saúde mental subsequente do indivíduo?
Psicopatologia do
desenvolvimento
1º) Integração multidisciplinar e adoção de uma
perspetiva organizacional do desenvolvimento:
• Psicologia do Desenvolvimento;
• Psiquiatria;
• Psicopatologia;
• Embriologia;
• Neurociências;
• Psicologia experimental;
• Etologia.
Visão diferente de Psicopatologia:
• Probabilística;
• Integra continuidade e descontinuidade;
• Perspetiva de multicausalidade.
Visão diferente de desenvolvimento:
• Integra continuidade e descontinuidade.
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2º) Macroparadigma: 5º) Foco de atenção nos mecanismos e processos moderadores
entre fatores de risco e resultado final:

→ Integração de modelos diversos modelos

concetuais;
→ Foca as relações entre fenómenos que de outra
forma poderiam parecer desligados.
3º) Abordagem MULTI:

4º) O desenvolvimento normal e patológico são

complementares e estão inter-relacionados:

• A PD procura analisar os mecanismos básicos

que geram trajetórias desenvolvimentais
divergentes (típicas e/ou atípicas);
• Que caminhos possíveis podem existir à
medida que a Sara crescer?
• Adaptação e inadaptação.