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Cuidados de saúde e prolongamento de vida

A Morte desde sempre foi uma figura sombria, que nenhum homem tem coragem de
enfrentar. É a única certeza que temos na vida, não há modo de a esquecer ou ignorar.
Tentamos a controlar com as inovações na ciência e na medicina, na esperança que as
contribuições nestes meios, possam tirar um pouco desta ansiedade que nos persegue desde o
dia que chegámos a este mundo.
A melhoria das condições de vida, graças aos rápidos avanços tecnológicos, permitiu retardar
cada vez mais o processo da morte. Portanto, esta possibilidade proporcionou uma grande
discussão ética sobre temas como eutanásia, distanásia, entre outros.
Embora o local onde na maioria das vezes a morte ocorre, atualmente, seja no hospital,
quando se é descoberto que uma doença levará o paciente à morte, a medicina paliativa
procura assegurar que a morte aconteça de uma forma digna, cuidadosa e o menos dolorosa
possível.
A sociedade não está preparada para enfrentar a morte. O consumismo, o culto ao corpo, a
valorização da juventude, a negação da velhice, entre outros levam-nos a esquecer que a
morte exista. Não há espaço para falar sobre o fim da vida.
Sabemos que morrer faz parte do nosso ciclo vital. A morte é algo que todos os seres
humanos têm direito. Mas ela não é aceita nem entendida pelas pessoas, a sociedade rejeita a
porque não estamos habituados, nem fomos educados com a ideia de um dia iremos morrer.
Não fomos preparados para conviver com a morte.
A morte, com os avanços atualmente, tem sido prolongada. A medicina quer estender a vida,
garantir a longevidade e a imortalidade. Pode ser um dos maiores desafios atuais, mas ao
mesmo tempo quer decidir pelo meio de um grupo até quando a pessoa deverá viver.
Os profissionais de saúde acreditam que têm a obrigação de prolongar eternamente uma vida,
e isto cria um clima de tensão e ressentimento muito grande em várias ocasiões quando não
conseguem evitar a morte.
Embora a tecnologia e a medicina tenham proporcionado melhores condições de vida para o
Homem, também deu asas a questões éticas sobre o retardamento do processo de morrer,
mesmo não tendo qualidade de vida.
Morrer com os melhores recursos tecnológicos nem sempre é o que o paciente mais precisa.
A compreensão familiar, apoio dos amigos, a solidariedade são os sentimentos que não
devem faltar nos últimos momentos do paciente.
Mas porque é que a morte nos causa tanto medo? Será que gostaríamos de ser imortais? Com
tantas inovações, métodos de prevenção, novas técnicas e curas, tudo isto nos leva a esquecer
que a morte seja possível.

O que é a Eutanásia?
O significado de Eutanásia é antecipar a morte. Este método é utilizado quando um
indivíduo tem uma doença que não tem cura. (menos dias de vida, menos sofrimento)
O que é a Ortonásia?
O significado de Ortonásia é morrer naturalmente. Isto consiste em não fazer
procedimentos invasivos para prolongar os dias de vida. (morrer na hora certa)

O que é a Distanásia?
O significado de Distanásia é prolongar a morte, que consiste em uma morte lenta com
sofrimento e dor. (mais dias de vida, mais sofrimento)

Conclusão:
Somos a favor de evitar os prolongamentos abusivos. Evitar a distanásia não significa
abandonar o paciente, mas sim cuidar com o mínimo possível de sofrimento, que não é
proporcionado pela mesma. Não só temos o direito de viver com dignidade, temos também o
direito de morrer com dignidade, sem sofrer ou morrer artificialmente.
Com isto, concluímos que é preciso ter coragem de reconhecer que, em determinadas
situações, chegamos a um limite e que devemos então proporcionar mais conforto e evitar a
dor e sofrimento desnecessários dos pacientes.

"Se vale a pena viver e se a morte faz parte da vida, então, morrer também vale a pena... "
Immanuel Kant

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