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Luana da Costa Lisbôa

CONSTRUÇÃO E VALIDAÇÃO DE INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO PARA O


ACOMPANHAMENTO DA PRÁTICA DOCENTE DA CASA FIRJAN

Dissertação apresentada ao Programa de


Pós-Graduação da Faculdade Cesgranrio
como requisito para a obtenção do título de
Mestra em Avaliação.

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Suely da Silva Rodrigues

Rio de Janeiro
2021
L769c Lisbôa, Luana da Costa.
Construção e validação de instrumento da avaliação
para o acompanhamento da prática docente da Casa
Firjan / Luana da Costa Lisbôa. - 2021.
101 f.; 30 cm.

Orientadora: Profª. Drª. Suely da Silva Rodrigues.


Dissertação (Mestrado Profissional em Avaliação) -
Faculdade Cesgranrio, Fundação Cesgranrio, Rio de
Janeiro, 2021.
Bibliografia: f. 80-83.

1. Avaliação. 2. Ambiente pedagógica. 3. Prática


docente. 4. Lab de educação. 5. Casa Firjan. I.
Rodrigues, Suely da Silva.

CDD 371.26
Ficha catalográfica elaborada por Wander Samuel (CRB7/6548)

Autorizo, apenas para fins acadêmicos e científicos, a reprodução total ou parcial


desta dissertação.

Assinatura Data
Dedico esta dissertação aos meus pais e
irmã, por acreditarem no meu potencial.
AGRADECIMENTOS

À minha orientadora, Prof.ª Dr.ª Suely da Silva Rodrigues, por ter acreditado no objeto
de meu estudo. Pela sua dedicação, sabedoria, competência e paciência durante a
construção deste estudo avaliativo.

À Prof.ª Dr.ª Marcella da Silva Estevez Pacheco Guedes pela sua valorosa
participação na banca examinadora.

À Prof.ª Dr.ª Ligia Gomes Elliot, Coordenadora do Mestrado Profissional em Avaliação,


da Faculdade Cesgranrio, pela sua admirável dedicação ao curso e aos alunos e pelas
valiosas contribuições para o aperfeiçoamento deste trabalho.

Ao corpo docente do Mestrado Profissional em Avaliação, pelos conhecimentos


compartilhados, que contribuíram na minha formação. Em especial, aos Professores
Doutores Ovidio Orlando Filho, Lucí Hildenbrand e Lúcia Regina Goulart Vilarinho
pelas contribuições para a validação deste instrumento.

Aos funcionários da Faculdade Cesgranrio, pelo apoio, presteza e simpatia, em


especial à Nilma Gonçalves Cavalcante e ao Valmir Marques de Paiva sempre
atenciosos às solicitações.

Aos colegas da turma, companheiros na aprendizagem e nas dificuldades.

À Casa Firjan, por oportunizar o desenvolvimento do projeto e aos colegas que


colaboraram de forma efetiva com o meu estudo. Em especial, ao Elias Santos de
Oliveira Junior pela sua disponibilidade em ajudar no processo de avaliação do estudo.

À minha família, minha mãe, minha irmã e minha sobrinha que são minhas fontes de
inspiração, apoio, segurança e amor.

E, por fim, agradeço a Deus, por me oportunizar mais esse aperfeiçoamento e


aprendizagem.

Muito obrigada!
RESUMO

O presente estudo avaliativo teve por objetivo a construção e validação do instrumento


de avaliação para o acompanhamento da prática docente nos cursos, oficinas e
masterclass oferecidos pela Casa Firjan. O referido instrumento foi construído para
atender a duas dimensões que norteiam o trabalho da equipe técnica e pedagógica
da Casa Firjan: a construção do produto educacional e o acompanhamento da prática
pedagógica. A partir dos objetivos definidos para o processo de acompanhamento da
prática docente, foi construído o quadro de categorias, indicadores e padrões que
embasou o instrumento avaliativo utilizado no estudo. Foram adotadas, neste estudo,
as abordagens avaliativas centradas em especialistas e nos consumidores, uma vez
que a validação técnica do instrumento foi realizada por uma banca de quatro
especialistas com larga experiência docente e em construção e validação de
instrumentos avaliativos e, também, com a realização de pré-teste do instrumento com
sua utilização por membro da equipe técnica e pedagógica que conduz a ambientação
pedagógica e o acompanhamento da prática docente na Casa Firjan. A aplicação do
pré-teste do instrumento com 54 itens ocorreu em dois produtos educacionais, oficina
Scrum para Equipes Remotas e o curso Fundamentos do Marketing Digital. A análise
dos dados coletados foi realizada de acordo com as categorias apresentadas no
instrumento e, no que tange aos aspectos utilizados para a validação, adotou-se a
linguagem, a clareza, a relevância, a abrangência, os padrões de desempenho, a
organização e a disposição gráfica como critérios. As informações obtidas
possibilitaram responder as duas questões avaliativas que direcionaram o estudo, e
assim, foi confirmada a validade do instrumento, que mostrou possuir características
imprescindíveis para que seja efetivada uma avaliação eficaz, coerente e de acordo
com as peculiaridades das diretrizes metodológicas e operacionais do Laboratório de
Educação da Casa Firjan.
Palavras-chave: Avaliação. Ambientação Pedagógica. Prática Docente. Lab de
Educação. Casa Firjan.
ABSTRACT

The purpose of this evaluative study was to build and validate the assessment
instrument for monitoring teaching practice in the courses, workshops and master
classes offered by Casa Firjan. This instrument was built to meet two dimensions that
guide the work of Casa Firjan's technical and pedagogical team: the construction of
the educational product and the monitoring of the pedagogical practice. From the
objectives defined for the process of monitoring the teaching practice, the framework
of categories, indicators and standards was built, which was the basis for the
evaluation instrument used in the study. In this study, evaluative approaches centered
on specialists and consumers were adopted, since the technical validation of the
instrument was carried out by a panel of four specialists with extensive teaching
experience and in the construction and validation of evaluation instruments and, also,
with the pre-test of the instrument with its use by a member of the technical and
pedagogical team that conducts the pedagogical setting and the monitoring of teaching
practice at Casa Firjan. The application of the pre-test of the instrument with 54 items
occurred in two educational products, a Scrum workshop for Remote Teams and the
Fundamentals of Digital Marketing course. The analysis of the collected data was
carried out according to the categories presented in the instrument and, with regard to
the aspects used for validation, the language, clarity, relevance, comprehensiveness,
performance standards, organization and graphic layout as criteria. The information
obtained made it possible to answer the two evaluative questions that guided the study,
and thus, the validity of the instrument was confirmed, which showed to have essential
characteristics for an effective, coherent evaluation to be carried out, in accordance
with the peculiarities of the methodological and operational guidelines of the Casa
Firjan Education Lab.
Keywords: Assessment. Pedagogical Setting. Teaching Practice. Education Lab.
Firjan House.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 Cronologia das entidades que deram origem à FIRJAN.......... 13


Quadro 1 Cursos oferecidos pelo Lab Educação da Casa Firjan........... 17
Quadro 2 Opinião sobre a dinâmica e os recursos utilizados no
processo de construção pedagógica e/ou oficina................... 19
Quadro 3 Lacunas identificadas durante o processo.............................. 20
Quadro 4 Exemplo de uma rubrica para avaliar a participação em uma
atividade de colaboração on-line............................................. 45
Quadro 5 Quadro de Categorias, Indicadores e Padrões)...................... 50
Quadro 6 Critérios para validação técnica e de conteúdo do
instrumento e respostas dos quatro especialistas.................... 53
Quadro 7 Critério de avaliação dos itens da lista de verificação.............. 56
Quadro 8 Análise – Ambientação Pedagógica........................................ 61
Quadro 9 Análise – Planejamento do Curso............................................ 62
Quadro 10 Análise – Recursos Tecnológicos............................................ 64
Quadro 11 Análise – Metodologia de Ensino............................................ 67
Quadro 12 Análise – Avaliação da Aprendizagem..................................... 69
Quadro 13 Análise – Pesquisa de Satisfação........................................... 71
Quadro 14 Análise – Reunião de Debriefing............................................ 73
Quadro 15 Critérios para validação técnica e de conteúdo do
instrumento.............................................................................. 75
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Opinião sobre a proposta da Equipe de Educação relativa às


metodologias ativas e ao desenvolvimento de competências
dos alunos durante os cursos/oficinas.................................... 20
Tabela 2 Opinião sobre a reunião de Alinhamento Metodológico
(Objetivo de Aprendizagem e Conhecimentos)....................... 21
Tabela 3 Opinião sobre os documentos que norteiam o processo de
construção metodológica do produto educacional.................. 22
LISTA DE SIGLAS

CIRJ Centro Industrial do Rio de Janeiro


FIEGA Federação das Indústrias do Estado da Guanabara
FIERJ Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro
FIRJ Federação Industrial do Rio de Janeiro
FIRJAN Federação das Indústrias do Rio de Janeiro
FSIDF Federação dos Sindicatos Industriais do Distrito Federal
IEL Instituto Euvaldo Lodi
ONGs Organizações Não Governamentais
SAIN Sociedade Auxiliadora da Indústria Nacional
SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
SESI Serviço Social da Indústria
SUMÁRIO

1 BREVE HISTÓRICO DA FIRJAN E CASA FIRJAN................... 12


1.1 LAB DE EDUCAÇÃO DA CASA FIRJAN.................................... 15
1.2 PONTO DE PARTIDA: O QUE OS DOCENTES PENSAM DA
AMBIENTAÇÃO METODOLÓGICA............................................ 18
1.3 NECESSIDADE........................................................................... 24
1.4 OBJETIVO, JUSTIFICATIVA E QUESTÕES DO ESTUDO......... 26
2 CONSTRUÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO DO PRODUTO
EDUCACIONAL.......................................................................... 28
2.1 AMBIENTAÇÃO PEDAGÓGICA................................................. 28
2.2 PLANEJAMENTO DO CURSO................................................... 31
2.2.1 Guia para a Construção de Curso da Casa Firjan.................. 33
2.3 ACOMPANHAMENTO DA PRÁTICA PEDAGÓGICA................. 36
2.3.1 Metodologia de Ensino do Lab de Educação da Casa Firjan 38
2.3.2 Recursos Tecnológicos............................................................ 41
2.3.3 Avaliação da Aprendizagem..................................................... 42
2.3.4 Pesquisa de Satisfação............................................................. 46
2.3.5 Reunião de Debriefing............................................................... 47
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS.................................... 48
3.1 ABORDAGEM AVALIATIVA........................................................ 48
3.2 O INSTRUMENTO....................................................................... 51
3.3 VALIDAÇÃO DO INSTRUMENTO............................................... 52
3.4 CRITÉRIO DE AVALIAÇÃO......................................................... 55
3.5 COLETA DOS DADOS................................................................ 56
3.6 ANÁLISE DOS DADOS............................................................... 58
4 RESULTADOS, CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES.......... 59
4.1 PRÉ-TESTE DO INSTRUMENTO............................................... 59
4.2 DIMENSÕES............................................................................... 60
4.2.1 Categoria – Ambientação Pedagógica.................................... 61
4.2.2 Categoria – Planejamento do Curso........................................ 62
4.2.3 Categoria – Recurso Tecnológico............................................ 64
4.2.4 Categoria – Metodologia de Ensino......................................... 66
4.2.5 Categoria – Avaliação da Aprendizagem................................ 69
4.2.6 Categoria – Pesquisa de Satisfação........................................ 70
4.2.7 Categoria – Reunião de Debriefing........................................... 72
4.3 VALIDAÇÃO FINAL TÉCNICA E DE CONTEÚDO...................... 74
4.4 CONCLUSÕES............................................................................ 77
4.5 RECOMENDAÇÕES................................................................... 78
REFERÊNCIAS……………………………………………………… 80
APÊNDICE A - Ficha de Avaliação para o Acompanhamento
da Prática Docente.................................................................... 85
APÊNDICE B – Carta aos Avaliadores..................................... 91
12

1 BREVE HISTÓRICO DA FIRJAN E CASA FIRJAN

A Firjan origina-se da Sociedade Auxiliadora da Indústria Nacional – SAIN,


criada em 1816, mas somente em maio de 1820 foi criada a primeira associação
empresarial do país. Autorizada a funcionar em 1825 por Dom Pedro I, a SAIN só
pôde se instalar em 1827, por de alguns eventos como a Independência e a
Assembleia Constituinte (CARNEIRO; BELOCH; FAGUNDES, 1997).
Em dezembro de 1931, o Centro Industrial do Brasil passa a ser a Federação
Industrial do Rio de Janeiro (FIRJ), devido à criação da sindicalização patronal e
operária, atendendo aos anseios do Distrito Federal e da Confederação no que
compete em aglutinar nacionalmente o setor industrial. Com o crescente número de
leis trabalhistas na década de 1930, intervenções do Estado na área econômica e o
Golpe de 1937, marcado como o Estado Novo, surge a necessidade dos trabalhadores
se unirem (CARNEIRO; BELOCH; FAGUNDES, 1997).
Em meados de 1941, a Federação Industrial do Rio de Janeiro transforma-se
em Centro Industrial do Rio de Janeiro. No mesmo ano, a Federação dos Sindicatos
Industriais do Distrito Federal (FSIDF) denominou-se Federação das Indústrias do Rio
de Janeiro. Já em 1949, surge a Federação das Indústrias do Estado do Rio de
Janeiro, a FIERJ, que trabalhava articulada com a Confederação Nacional da Indústria
realizando assistência a sindicatos filiados e fazendo interface entre as empresas e
os trabalhadores (CARNEIRO; BELOCH; FAGUNDES, 1997).
Em 1958 e 1960, a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro torna-se
Federação das Indústrias do Distrito Federal e posteriormente Federação das
Indústrias do Estado da Guanabara. Em 1974 ocorre a fusão entre os Estado da
Guanabara e do Rio de Janeiro, dando origem ao novo Estado do Rio de Janeiro,
ocasionando a fusão da Federação das Indústrias do Estado da Guanabara (FIEGA)
e Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (FIERJ), que deu origem à
Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan).
A Figura 1 sintetiza as datas de criação de entidades relacionadas à origem da
Firjan (CARNEIRO; BELOCH; FAGUNDES, 1997).
13

Figura 1 - Cronologia das entidades que deram origem à FIRJAN

Fonte: FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ([2014]).

Diante de tantas mudanças de nomenclatura, eventos cronológicos e fusões, a


Firjan, no cenário atual, busca desenvolver de forma sustentável os diversos setores
da indústria. A Firjan, junto com as instituições Serviço Nacional de Aprendizagem
Industrial (SENAI), do Serviço Social da Indústria (SESI), do Instituto Euvaldo Lodi
(IEL) e do Centro Industrial do Rio de Janeiro (CIRJ), é protagonista na transformação
da indústria e do ambiente de negócios do Estado do Rio de Janeiro. A Firjan objetiva
oferecer soluções tecnológicas, inovação, educação profissional, educação
fundamental e básica, saúde, segurança para o trabalhador e capacitação empresarial
para os líderes, visando o fortalecimento do encadeamento produtivo da indústria.
“Com o olhar no futuro, a Firjan segue firme com a missão de continuar desenvolvendo
a indústria. Um legado para a sociedade, o Estado do Rio de Janeiro e todo o país”
(FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, [2020]).
É com o olhar nesse futuro, que a Firjan inaugurou no dia 6 de julho de 2018 a
Casa Firjan, com o propósito de “refletir e criar propostas e soluções para os desafios
da nova economia numa sociedade em transformação.” (FEDERAÇÃO DAS
INDÚSTRIAS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, [2020]). Situada em um terreno no
bairro de Botafogo, no Rio de Janeiro, de 10 mil metros quadrados, integra um novo
14

prédio, de arquitetura contemporânea premiada, além de um jardim, um casarão


antigo e duas casas geminadas que são patrimônios históricos do início do século XX,
restaurados pela Firjan.
O espaço funciona como um núcleo de inovação, empreendedorismo e
educação, com um Fab Lab (Laboratório de experimentação e alta tecnologia que
fomenta a criatividade, colaboração e inovação para makers, empresas e instituições
de ensino) e cursos alinhados às novas exigências do mercado de trabalho e às
competências exigidas para os profissionais e líderes do futuro. Configura-se também
como um ambiente que promove debate e reflexão por meio de palestras, aquários,
fóruns empresariais, além de desenvolvimento de projetos inovadores, estudos sobre
o futuro do laboratório de tendências, exposições, mostra de documentários e
atividades culturais (FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DO RIO DE
JANEIRO, [2020]).
A Casa Firjan é dividida em cinco programas que visam fortalecer o
direcionamento e os modelos de atuação dos espaços. O programa Pensamento,
estimula a reflexão sobre os diversos temas que envolvem a nova economia, inovação
e o futuro do trabalho, além de incentivar o diálogo entre segmentos da sociedade
para a construção de propostas legítimas, capazes de transformar a realidade. O Lab
de Tendências alerta sobre tendências inovadoras com impacto em negócios,
profissões e na sociedade, identificando movimentos emergentes que têm grande
potencial de transformação no futuro e considerando tendências que já estão
influenciando o cenário atual. O programa Lab de Educação capacita, desenvolve e
forma profissionais, em temas inovadores, por meio de metodologias ativas, imersivas
e aprendizado por competência. O programa Cocriação aplica ferramentas e métodos
para solucionar desafios e materializar projetos, tendo por objetivo colaborar para
desenvolver e cocriar um futuro desejável. O Cocriação alerta e prepara empresas e
profissionais para os desafios da inovação e da nova economia. E o programa da
Casa Aberta promove uma programação variada, composta por exposições, mostras
de vídeos, experiências imersivas e atividades culturais, criando um ambiente
estimulante que sensibiliza e convida para a reflexão sobre temas relacionados à
inovação, futuro e nova economia (FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO
DO RIO DE JANEIRO, [2020]). Este estudo vai-se ater ao Lab de Educação.
15

1.1 LAB DE EDUCAÇÃO DA CASA FIRJAN

O mundo tem vivido transformações significativas em função das inovações


tecnológicas que surgem com uma rapidez vertiginosa. As empresas que não
acompanham esse ritmo acelerado tendem a ficar obsoletas, assim como os
profissionais não podem, também, ficar alheios às inovações e transformações do
mercado. Novas competências são exigidas e é papel das instituições de ensino
auxiliar no desenvolvimento e aperfeiçoamento dessas habilidades.
Atenta às necessidades do mercado futuro, a Casa Firjan tem a educação como
um dos pilares de sua essência e o programa intitulado Lab de Educação funciona
como um laboratório de experimentação, comprometido em identificar as tendências,
os desafios e as oportunidades do mercado, especialmente da indústria, e oferecer
experiências educacionais orientadas para as competências socioemocionais e
técnicas utilizando metodologias ativas que serão exigidas do profissional do futuro
(FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, [2020]).
O Lab de Educação propõe uma metodologia que leve em consideração não
somente a capacitação técnica que visa atender às demandas do mercado de
trabalho, mas principalmente a efetiva participação do aluno, utilizando situações reais
e aplicando os conteúdos estudados durante as aulas. Dentre as principais vantagens
se destacam a possibilidade de desenvolvimento de competências, o estímulo de
diferentes formas de aprendizagem, aulas mais dinâmicas e uma atuação docente
personalizada, capaz de atender às necessidades específicas de cada aluno.
Com o seu propósito de capacitar e desenvolver profissionais em competências
inerentes aos desafios da nova economia, busca-se atualizá-los com relação às
exigências do mercado e prepará-los para o futuro do trabalho. Assim, segundo a
Casa Firjan, a construção desses cursos tem foco nas competências do futuro e é
desenvolvida de forma conjunta e contínua com a sociedade e as empresas, tendo
por objetivo impactar e ser impactado por novas profissões, demandas de mercado e
formas de trabalho.
O Lab de Educação oferece diferentes conteúdos e produtos educacionais, que
são desenhados e desenvolvidos para atender um grupo de “personas” que foram
mapeadas de acordo com o propósito da Casa Firjan. “As personas são personagens
fictícios, baseados em pesquisas, que representam um cliente ideal.” (NOGUEIRA,
2019, não paginado). Ao mapeá-los é possível desenvolver conteúdo mais
16

direcionado e de modo eficiente para os clientes.


Neste mapeamento foi identificado nove perfis diferentes, a saber:
Empresários e executivos; Líder empresarial; Autoridades do terceiro setor, que
são representados por ONGs e instituições; Autoridade do setor público,
representados por pessoas em posição de poder em órgãos do setor público,
consulados ou embaixadas e instituições de fomento; Profissional especialista que
representa pessoas com carreira bem estabelecida no seu campo de conhecimento;
Profissional Júnior que está no início de carreira e que busca atualização constante
para melhor se posicionar no seu campo de atuação; Universitário, que representa
estudantes em busca de experiências práticas e contato com o mercado;
Empreendedor, que é aquele que tem uma ideia e/ou está abrindo um negócio ou
uma startup; Maker e Desenvolvedor são pessoas que estão sempre realizando
projetos e colocando a “mão na massa”; Pesquisador Acadêmico, que representa
pesquisadores mestrandos e doutorandos que, em geral, ministram aulas, sobretudo
no ensino superior, e, ou, desenvolvem pesquisas científicas; Jovem de 12 a 17 anos,
estudante da geração z que está decidindo o que "quer ser quando crescer", refletindo
sobre o seu futuro profissional; Educadores são professores ou profissionais ligado à
área de ensino; Influenciadores são pessoas expoentes em suas áreas de atuação
e que por isso influenciam seus pares; Curiosos Culturais são pessoas que chegam
sem um objetivo específico, mas podem sair interessados em produtos e serviços
específicos; Comunidade de Botafogo, integra pessoas que passam boa parte do
seu tempo em Botafogo: são moradores, estudantes, pais que buscam filhos, ou
trabalhadores do bairro (FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DO RIO DE
JANEIRO, 2019).
No intuito de atender ao perfil do público mapeado, O Lab de Educação oferece
cursos livres, de iniciação profissional, qualificação profissional e oficinas, como pode
ser visto no Quadro 1.
17

Quadro 1 - Cursos oferecidos pelo Lab Educação da Casa Firjan


 Design Thinking;
 Pensamento Visual;
 Storytelling para Negócios;
Cursos livres
 Visualização de Dados para Negócios;
 Gamificação para Educadores;
 Marketing Digital.
 Iniciação Profissional em Jogos Digitais;
 Iniciação Profissional em Empreendedorismo e Inovação;
Iniciação Profissional
 Iniciação Profissional em Mídias Sociais e Digitais;
 Iniciação Profissional em Engenhosidade.
 Assistente de Marketing Digital;
Qualificação  Desenvolvedor de Aplicativo;
Profissional  Desenvolvedor de Conteúdo YouTube;
 Desenvolvedor FabLab.
 Oficina de Financiamento Coletivo;
 Oficina Scrum;
 Oficina Design de Dashboard;
Oficinas  Oficina Design Circular para Designers;
 Oficina Tech: Programação para Não Programadores;
 Oficina Tech: Scratch para Educadores;
 Oficina Maker: Meu Primeiro Robô.
Fonte: FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO (2019).

Os cursos livres, que abordam temas ligados à inovação, são desenhados por
especialistas da Firjan IEL, da Firjan SENAI e do mercado. São direcionados para
quem deseja conhecer e vivenciar novas experiências, deseja ampliar conhecimentos,
fazer networking e experimentar novas técnicas, enquanto os de Iniciação Profissional
visam despertar o interesse pelo trabalho e preparar para o desempenho de funções
básicas e de baixa complexidade e permitem, também, uma inserção inicial no mundo
do trabalho, além de estabelecerem uma base que permite o posterior
desenvolvimento da formação específica de uma qualificação. Já os cursos de
qualificação profissional preparam para uma determinada ocupação no mercado de
trabalho, com o objetivo de promover a inserção e reinserção do trabalhador. Também
são oferecidas oficinas educacionais que são cursos pontuais de curta duração,
focados em conhecimentos práticos (FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO
DO RIO DE JANEIRO, [2020]; SENAI, 2019).
Além dos conteúdos listados acima, são oferecidos outros produtos
educacionais como Masterclass, que são aulas imersivas apresentadas por
especialistas que tenham relevante experiência profissional nos temas das classes.
Como, por exemplo, “Como ser resiliente” e “É possível fazer negócios na Economia
18

Donut?”. Outro exemplo são as práticas de meditação, atividades essas que


estimulam habilidades socioemocionais, como criatividade, pensamento crítico,
autocontrole e colaboração, visando o Mindfulness (atenção ou consciência plena),
entendido como um estado de atenção que existiria em todas as pessoas
(FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, [2020]).
Tendo como premissa a excelência e qualidade dos produtos educacionais
oferecidos citados anteriormente, a equipe técnica e pedagógica protagoniza um
papel essencial na condução dos processos educacionais, pois são as responsáveis
por orientar e acompanhar a prática docente nos diferentes momentos da sua atuação.
Considerando a importância de um acompanhamento pedagógico consultivo e
ativo, a equipe técnico/pedagógica do Lab de Educação criou uma “jornada” onde o
docente passa por um processo de ambientação metodológica e sistêmica, antes de
iniciar sua prática docente. Nessa ambientação, as etapas do processo são
conduzidas por meios de reuniões de alinhamento que trazem o conceito sobre a
metodologia de ensino aplicada pela instituição, desenvolvimento e construção
estratégica de produtos educacionais (curso, oficina, masterclass), construção de
plano de aula, materiais para condução da aula e todo o conteúdo inerente e relevante
sobre o que será ministrado.

1.2 PONTO DE PARTIDA: O QUE OS DOCENTES PENSAM DA AMBIENTAÇÃO


METODOLÓGICA

Com o objetivo de avaliar e coletar dados qualitativos e quantitativos sobre o


processo de ambientação metodológica realizada na jornada docente, foi construído
e aplicado um instrumento direcionado aos dez docentes da Casa Firjan.
O questionário foi dividido em seis perguntas, sendo cinco fechadas e uma aberta, e
foi disponibilizado aos docentes por meio de e-mail e mensagens via WhatsApp com
a indicação do link a ser acessado. O link os direcionou ao questionário, inserido no
aplicativo Forms da Microsoft, que é uma ferramenta que permite a criação de
formulários. Dez docentes que já haviam passado pela Jornada foram selecionados e
convidados a participar da pesquisa. Ao final do prazo estipulado, seis respondentes
devolveram o formulário de forma anônima, e forneceram insumos e evidências sobre
o processo. Embora não se tenha alcançado um número expressivo de respondentes,
a análise foi bastante positiva.
A seguir, os dados obtidos nas respostas dos questionários serão apresentados
19

e discutidos.

Quadro 2 – Opinião sobre a dinâmica e os recursos utilizados no processo de construção


pedagógica e/ou oficina
Número de
Item Observação
Respondentes
Achou confuso, com muitos documentos para
preencher, pouco explicativos e muito trabalhosos.
0
Prefere ler um Manual Docente explicando todo o
processo de construção metodológica do curso/oficina.
Achou muito mais criativo do que ler um Manual. Os
5
No que diz arquivos disponibilizados foram muito úteis.
respeito a
Gostou da maneira como a equipe lhe apresentou a
dinâmica e os
1 proposta, mas achou o cronograma "curto". Gostaria de
recursos
ter mais tempo para as "entregas docentes".
utilizados
durante todo o Considera muito burocrático, pois já tem o curso/oficina
processo de 0
pronto.
construção
pedagógica do Achei a equipe muito colaborativa, paciente para
curso e/ou explicar todo o processo e os documentos. A equipe
oficina você: mostra conhecimento sobre o assunto de elaboração de
conteúdo, e são zelosas com a qualidade do curso que
1 será oferecido aos alunos. Alguns documentos foram
úteis. Todos muito bem organizados. A planilha achei
confusa e não fez diferença no meu planejamento.
Talvez por eu já ter cursos prontos, os objetivos de
aprendizagem já estavam claros para mim.
Fonte: A autora (2020).

Nesse quesito, os resultados obtidos foram que 5 respondentes assinalaram a


alternativa “Achou muito mais criativo do que ler um Manual. Os arquivos
disponibilizados foram muito úteis”. E um respondente comentou:

Achei a equipe muito comprometida e paciente para explicar todo o


processo e os documentos. A equipe mostra conhecimento sobre o
assunto de elaboração de conteúdo e são zelosas com a qualidade do
curso que será oferecido aos alunos. Alguns documentos foram úteis.
Todos muito bem organizados. A planilha achei confusa e não fez
diferença no meu planejamento. Talvez por eu já ter cursos prontos,
os objetivos de aprendizagem já estavam claros para mim. (D1)
20

Tabela 1 – Opinião sobre a proposta da Equipe de Educação relativa às metodologias ativas


e ao desenvolvimento de competências dos alunos durante os cursos/oficinas
Não
Concordo Concordo Discordo Discordo
Item sei
totalmente parcialmente parcialmente totalmente
opinar
Já estou familiarizado(a)
com as metodologias 4 2 0 0 0
ativas e vou aplicar
Não conhecia, mas vou
0 0 2 4 0
utilizar durante as aulas
Acredito que o
aprendizado deve ser 3 0 3 0 0
focado nos conteúdos
Gosto de um método mais
tradicional e pretendo
0 0 3 3 0
utilizar somente aulas
expositivas
Preciso de mais
capacitação com relação 2 2 0 0 2
as metodologias ativas
Sou favorável ao
desenvolvimento de
competências e
habilidades, mas tenho 2 1 2 1 0
dúvidas sobrei como
aplicar durante minhas
aulas
Fonte: A autora (2020).

Na Tabela 1, foi possível observar que quatro respondentes estão


familiarizados com as metodologias ativas, enquanto um alega não conhecer, mas irá
utilizar. Metade dos respondentes informaram que discordam parcialmente do método
mais tradicional no qual se usaria somente aulas expositivas. Por outro lado, quatro
dos respondentes concordam (totalmente e parcialmente) que precisam de mais
capacitação com relação as metodologias ativas. Metade dos respondentes concorda
(totalmente e parcialmente) que são favoráveis ao desenvolvimento de competências
e habilidades, mas possuem dúvida de como realizar isso em suas aulas.

Quadro 3 – Lacunas identificadas durante o processo


Número de
Item Observação
Respondentes
0 Sim, fiquei com muitas dúvidas no final do processo
Você identificou Um pouco, pois algumas etapas foram pouco
2
lacunas durante detalhadas e por isso tive que recorrer ao Manual.
o processo? 4 Não. Todo o processo foi bem detalhado
0 Outra
Fonte: A autora (2020).
21

Nesse quesito pode-se verificar a resposta de quatro respondentes que


informaram que todo o processo foi bem detalhado, porém dois docentes assinalaram
que algumas etapas foram pouco detalhadas e por isso tiveram que recorrer ao
manual de instruções, que objetiva orientar os docentes sobre o processo
metodológico. Contudo, o manual foi atualizado para uma versão, onde o docente
recebe tais orientações metodológicas por meio da ambientação pedagógica da Casa
Firjan.

Tabela 2 – Opinião sobre a reunião de Alinhamento Metodológico (Objetivo de


Aprendizagem e Conhecimentos)
Não
Concordo Concordo Discordo Discordo
Item sei
totalmente parcialmente parcialmente totalmente
opinar
Considero uma etapa
necessária para
esclarecer as
metodologias e as 5 1 0 0 0
estratégias que deverão
ser utilizadas durante o
curso/oficina.
Possui um conteúdo muito
complexo e extenso e
somente
1 1 3 1 0
1 encontro não foi
suficiente para esclarecer
todas as minhas dúvidas.
Entendo ser uma etapa
dispensável pois o
docente é quem deve
decidir como estruturar
0 0 1 5 0
seu curso/oficina e
somente apresentar o
planejamento à equipe de
educação.
Poderia ser mais breve
pois já tenho o curso bem
estruturado, e todo esse 0 2 1 2 1
processo é muito
burocrático.
Fonte: A autora (2020).

Nesse quesito, 5 respondentes consideram a etapa importante para


alinhamento da metodologia e estratégias que irão utilizar em aula. Metade dos
docentes discorda parcialmente de que um encontro não foi o suficiente para
esclarecimentos. Também cinco discordaram totalmente de que essa etapa é
indispensável. A última pergunta divide a opinião dos respondentes, onde dois
22

concordam e dois discordam totalmente que esse ponto apresentado pelos docentes
merece atenção, pois diz respeito ao tempo dedicado à ambientação metodológica,
onde pode-se avaliar a necessidade de reduzir a carga horária dos encontros.

Tabela 3 – Opinião sobre os documentos que norteiam o processo de construção


metodológica do produto educacional
Não
Não
Concordo Concordo concordo Discordo Discordo
Item sei
totalmente parcialmente nem parcialmente totalmente
opinar
discordo
O PLANO DE
AULA resume
bem toda a
1 4 0 1 0 0
estrutura do curso
e dispensa os
demais
O GUIA DE
CONSTRUÇÃO
DE CURSO é
completo e auxilia 1 4 1 0 0 0
bastante na
composição do
curso/oficina
O EDC é muito
complicado e
repete as
1 5 0 0 0 0
informações já
fornecidas em
outro documento
São bem
detalhados e
autoexplicativos.
0 3 2 1 0 0
Achei seu
preenchimento
fácil.
O toolkit de
Metodologias
Ativas me
proporcionou 1 3 1 1 0 0
novas ideias para
as atividades e
dinâmicas
São excessivos e
poderiam ser
1 3 0 2 0 0
simplificados num
único documento
(Continua)
23

(Conclusão)
Não
Não
Concordo Concordo concordo Discordo Discordo
Item sei
totalmente parcialmente nem parcialmente totalmente
opinar
discordo
A apresentação
em PPT deveria
ser escolhida pelo
0 2 1 3 0 0
docente ao invés
de um modelo
pré-definido
Acho ótimo já
existirem
templates pré-
definidos.
2 2 1 1 0 0
Somente
preencher os
modelos simplifica
todo o processo.
Fonte: A autora (2020).

Nesse quesito, os documentos foram destacados como pontos positivos e que


auxiliam o processo de desenvolvimento e planejamento dos produtos educacionais.
Sendo estes: o plano de aula, que conduz o docente no processo de detalhamento do
conteúdo aula a aula; o guia de construção de curso que auxilia no processo de
formulação do conteúdo e estratégias do curso; o EDC é um formulário que estrutura
o curso, sendo um documento interno e institucional para cadastro do curso no
sistema de ensino; o toolkit de metodologias ativas foi construído pela equipe do Lab
de Educação, contendo um número selecionado de estratégias de aprendizagens
ativas, com o objetivo de proporcionar novas ideias para atividades ao docente; os
slides utilizados nas apresentações adotam um template modelo, no qual, o docente
insere a apresentação de todas as aulas que será ministrada no curso.
Diante do exposto, os docentes concordaram que a instituição possui
documentos excessivos e que poderiam ser configurados em um único modelo.
A sexta e última questão, questionou como foi a experiência com a construção
do curso/oficina. Todos os professores responderam de forma positiva por
considerarem que a experiência da jornada docente é de suma importância para o
processo de construção do produto educacional.
“O uso do Canvas (ferramenta da Educação Profissional da Casa Firjan
orientada à construção estratégica de cursos com foco no aluno e nas competências
necessárias ao profissional do futuro) foi muito bom e facilitou a visão geral do
processo.” (D1).
24

“Bastante pertinente. A equipe pedagógica foi extremamente cuidadosa e


permitiu que eu me sentisse à vontade para desenvolver o curso, sabendo que teria
todo suporte necessário para traduzir o conteúdo em aulas pertinentes e interessantes
aos alunos.” (D2).

No geral achei bastante enriquecedor. No meu curso em específico,


devido ao grande volume de informação tive dificuldade em relação à
aplicação de algumas técnicas como a sala de aula invertida, embora
o tenha usado pontualmente. Os métodos que mais usei foi o de
aprendizagem em pares e o de aprendizado por problema (D3).

Me senti apoiada. Percebi que a equipe lida com vários níveis de


docentes diferentes. Alguns mais organizados e outros menos.
Visando a qualidade de aprendizado do aluno eu compreendo a
necessidade em trazer estrutura para todos os cursos, visto que não
podem saber se antemão o perfil de cada um. O único documento que
achei excessivo e sem um benefício real foi a planilha. Já que os
objetivos de aprendizagem estavam no plano de aula. Achei repetitivo
e senti preguiça, por não compreender bem como iria me ajudar... e
de fato não me trouxe clareza para elaborar os planos. A conversa
com a equipe para pensar os objetivos foi mais norteadora. Bastava
escrevê-los no plano de aula mesmo. Assim ficariam concentrados no
mesmo local de onde o conteúdo seria desenvolvido. No geral, achei
a equipe presente, solícita, educada e prestativa. (D4)

“Já conhecia a estrutura de cursos da Firjan SENAI, foi mais uma construção.
Aparentemente, o processo está mais claro, com mais informações”. (D5)
“Foi bem tranquilo, tive ajuda para organizar e reorganizar os tópicos para
melhor aproveitar o tempo”. (D6)
A análise dos dados foi bastante positiva pois legitimou a importância da
condução da ambientação metodológica realizada com os docentes antes que iniciem
sua prática em sala de aula. Além de ajudá-los no desenvolvimento dos cursos e
planejamento das aulas sem que tenham dúvidas da aplicabilidade dos conceitos, a
ambientação possibilita que os docentes criem estratégias de aprendizagem ativas e
inovadoras para a condução de aulas amparadas pelas metodologias ativas, tornando
o aluno protagonista de seu processo de aprendizado.

1.3 NECESSIDADE DO ESTUDO

Em um mundo em constante evolução, parar de aprender não é opção. Mais


que diplomas, o profissional de hoje deve buscar desenvolver novas habilidades, de
25

modo que faça um movimento inverso, desaprender para reaprender, buscando novas
formas de aprendizado para se desenvolver. Por isso, a educação continuada se
tornou um imperativo dos novos tempos, aprender a aprender é uma competência
importante na formação profissional. Dessa forma é necessário que exista uma cultura
institucional em que todos sejam aprendizes e, ao mesmo tempo, capazes de gerar
novos conhecimentos.
Inovar a prática pedagógica possibilita que docentes se tornem mediadores da
educação, estimulando aprendizagens disruptivas, como o blended learning, que
combina as interações do ensino presencial e a tecnologia a distância para melhorar
a experiência dos alunos, e o learning by doing, que prioriza a educação através da
vivência e experimentação. A inovação é uma aliada para esta, que é uma das mais
importantes profissões: à docência.
Com base na pesquisa realizada sobre a ambientação metodológica, percebeu-
se que essa ferramenta é uma potente forma de manter a qualidade do ensino, de
modo que o corpo docente da Casa Firjan, responsável por ministrar os cursos
anteriormente apresentados, possa se capacitar para melhor atuar no processo de
ensino e aprendizagem dos alunos.
A ambientação metodológica foi desenvolvida com o objetivo de auxiliar os
docentes a construírem experiências de aprendizagem criativas e inovadoras, ajudá-
los a planejarem novos produtos educacionais e a organizarem seus planos de aulas
de modo simples, ativo, estratégico e objetivo. Ao término da ambientação, o docente
terá mais clareza do objetivo das suas aulas e de quais estratégias e recursos
didáticos e tecnológicos que precisará utilizar para estimular a aquisição do
conhecimento pelo aluno.
É importante salientar que realizar a ambientação metodologia é uma das
premissas para ministrar qualquer conteúdo no Lab de Educação, visto que o corpo
docente não faz parte do quadro de funcionários contratados pela instituição. Sendo
assim, os docentes são prestadores de serviço selecionados para atuarem
pontualmente em turmas ou projetos e precisam ter clareza de todo o processo e
etapas que deverão cumprir como docentes da Casa Firjan.
Nesse contexto, a equipe técnica e pedagógica do Lab de Educação precisa
avaliar o trabalho desenvolvido pelo docente prestador de serviço desde a sua
ambientação metodológica. Essa equipe é responsável por acompanhar todas as
etapas inerentes a prática docente com o propósito de avaliar a qualidade do trabalho
26

docente e, também, avaliar se a ambientação metodológica atendeu aos objetivos de


capacitar os docentes para trabalharem de forma autônoma no planejamento e
condução dos cursos de acordo com as metodologias ativas de aprendizagem.
Cabe ressaltar que os docentes que são funcionários da Instituição SENAI são
avaliados por meio de um instrumento próprio que é preenchido pela equipe técnica e
pedagógica durante o acompanhamento da prática docente. No entanto, as
características do trabalho docente verificadas por meio desse instrumento são
diferentes das que se deseja observar e avaliar na prática dos docentes prestadores
de serviço da Casa Firjan e, portanto, o mesmo instrumento não pode ser utilizado.
Assim, faz-se necessária a construção de um instrumento que seja próprio para
o acompanhamento e avaliação da prática docente desses profissionais que não
estão habituados com a filosofia da Casa Firjan.

1.4 OBJETIVO, JUSTIFICATIVA E QUESTÕES DO ESTUDO

Com base na situação exposta sobre o trabalho do docente prestador de


serviços, o objetivo desse estudo é a construção e validação de instrumento de
avaliação para o acompanhamento da prática docente da Casa Firjan.
As instituições de ensino estão passando por profundas transformações com
relevantes impactos no processo de formação dos alunos. Este cenário é reflexo de
uma economia em transformação moldada por novos parâmetros que desafiam a
desenvolver novos comportamentos, novos valores e a usar novas tecnologias e
novas formas de aprender.
As instituições de ensino estão ressignificando o processo de aprendizagem
dos alunos que serão os futuros trabalhadores. Essa mudança de mindset, modelo
mental, se dá através da compreensão de que o profissional que terá destaque no
futuro, não será somente aquele que possui um vasto conhecimento técnico, sobre
determinado assunto, mas aquele que somado ao conhecimento técnico possa
também desenvolver competências e habilidades inovadoras (WORD ECONOMIC
FORUM, [2018]).
É pensando nessas transformações e no processo de formação dos alunos que
a Casa Firjan elaborou a ambientação metodológica visando capacitar de forma inicial
seus docentes.
Assim, o estudo também atende a necessidade de avaliar se a ambientação
27

metodológica, promovida pela Casa Firjan, proporciona ao seu corpo docente o


desenvolvimento de práticas pedagógicas amparadas por metodologias ativas.
O instrumento em questão deve atender a duas dimensões que norteiam o
trabalho da equipe técnica e pedagógica da Casa Firjan: a construção do produto
educacional e o acompanhamento da prática pedagógica. Portanto, o instrumento
será preenchido de forma contínua, considerando desde o início do processo de
organização do curso até a reunião final com o docente, conhecida como Debriefing
(reunião de alinhamento dos pós curso). Destaca-se, também, que a Casa Firjan exige
além de uma prática docente pautada em metodologias ativas de aprendizagem, a
utilização de uma ferramenta chamada Canvas, voltada para a construção do curso,
que é preenchida pelo docente, como auxílio da equipe técnica e pedagógica. Essa
ferramenta tem por objetivo orientar a construção estratégica de cursos com foco no
aluno e nas competências necessárias ao profissional do futuro. Por meio dessa
ferramenta o docente detalha desde os objetivos de aprendizagem até os resultados
esperados com o curso, sendo um dos pilares da construção do produto educacional.
Por sua utilização ser peça chave no planejamento do curso, a ação docente nesse
processo também é acompanhada e avaliada pela equipe técnica e pedagógica.
Considerando o exposto, foram propostas as seguintes questões avaliativas
para o presente estudo:
1) Em quem medida o instrumento permite avaliar se a ambientação
metodológica da Casa Firjan capacita o docente para ministrar conteúdos inovadores
e pautados em estratégias ativas de aprendizagem?
2) Em que medida o instrumento atende às necessidades da equipe técnica e
pedagógica do Lab de Educação para avaliar se os docentes efetivamente planejaram
aulas criativas e ativas, conforme exigido pela Casa Firjan?
O próximo capítulo descreve as etapas e características do processo de
preparação/capacitação do professor contratado como prestador de serviço,
detalhando o modelo de prática docente exigido pela Casa Firjan e que deve ser
observado pela equipe pedagógica durante o acompanhamento e avaliação dos
docentes. O Capítulo 3 apresenta a metodologia de pesquisa adotada no estudo para
a elaboração e validação do instrumento avaliativo, enquanto o Capítulo 4 descreve
os resultados obtidos no processo de implementação do instrumento em campo para
validação do mesmo.
28

2 CONSTRUÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO DO PRODUTO EDUCACIONAL

Este capítulo descreve como o processo de ambientação dos docentes é


estruturado e quais premissas devem ser seguidas pelos professores de modo a
atenderem às expectativas da Casa Firjan.
O texto apresenta e discute as duas dimensões que norteiam o trabalho da
equipe técnica e pedagógica da Casa Firjan: a construção do produto educacional e
o acompanhamento da prática pedagógica. As subseções detalham as etapas de
construção e implementação do produto educacional, desde o processo de
contratação do docente até o fechamento do curso, evidenciando quais aspectos e
características devem ser observados e registrados pela equipe técnica e pedagógica
para que se possa avaliar se o mesmo foi bem-sucedido.

2.1 AMBIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

A Casa Firjan, por se identificar como um espaço de inovação, comprometida


com a reflexão e a criação de propostas e soluções para os desafios da nova
economia, busca identificar as tendências, os desafios e as oportunidades do mercado
e oferecer experiências educacionais, por meios de produtos desenvolvidos por
docentes especialistas com o foco no profissional do futuro.
É importante assinalar que os docentes especialistas que desenvolvem e
ministram os conteúdos dos produtos educacionais ofertados pela Casa, não são
funcionários contratados para atuar no quadro de funcionários da instituição, sendo
então, contratados pelo regime de prestação de serviço. Por ser uma forma de
contratação sem vínculos empregatícios, é preciso eleger algumas prioridades e
tomar certas precauções, para que a qualidade da prestação do serviço seja
satisfatória, tanto para a contratante, como para o consumidor final.
Kotler (2000, p. 79) define qualidade como sendo “a totalidade de atributos e
características de um produto ou serviço que afeta sua capacidade de satisfazer
necessidades declaradas ou implícitas”.
Amparada pela busca da excelência na qualidade dos produtos educacionais
que são desenvolvidos e ofertados ao público, o Lab de Educação da Casa Firjan tem
como um dos seus pilares a capacitação contínua de seus docentes. Na Educação
Profissional, a prática pedagógica exige permanente aperfeiçoamento e atualização,
devido à rápida transformação nos setores produtivos. Kuenzer (2011) traz a reflexão
29

de que o docente da Educação Profissional, mais do que qualquer outro, necessita


estar antenado às novas demandas do mercado, para que possa abordar conteúdo
inerentes as expectativas em relação às novas tecnologias que estão cada vez mais
inovadoras e complexas.
Para Urbanetz (2012), a capacitação de docentes na Educação Profissional e
Tecnológica ainda é uma ilustre desconhecida. Embora os docentes possuam
conhecimento tácito, ou seja, adquirido pela experiência de vida e profissional, muitos
não possuem um curso superior em licenciatura para atuar na docência.

[...] A qualificação desses profissionais ocorreu historicamente na


prática, caracterizando seu fazer pedagógico com um fazer
desenvolvido com a experiência profissional específica da área não
vinculada aos conhecimentos pedagógicos propriamente ditos [...]
(URBANETZ, 2012, p. 866).

Para que o processo de aprendizagem seja adequado, é imprescindível que o


docente tenha feito, não só a graduação na área que atua, mas também a licenciatura,
que se configura em um grau universitário que lhe dá direito de exercer o magistério
na área de conhecimento que se formou. Contudo, essa realidade não se faz presente.
Em suma, os docentes especialistas que são contratados pela instituição não
possuem formação didático-pedagógica e dependendo do conteúdo que será
abordado, na maior parte das vezes, nunca nem deram aula. O domínio pedagógico
é de suma importância no exercício da prática docente, pois os professores precisam
ser capazes de mediar situações de aprendizagem.

A formação dos alunos na educação profissional exige que o professor


acompanhe a mudança paradigmática da ciência e da educação e as
possíveis decorrências das inovações técnicas e tecnológicas,
trabalhando de maneira a integrar conhecimentos sociais complexos
de tecnologias cada vez mais sofisticadas, além de acompanhar as
mudanças do mundo do trabalho. (BEHRENS; CARPIM, 2013, p. 109).

Nesse sentido, é imprescindível uma capacitação que atenda às necessidades


dos docentes para que possam desenvolver produtos educacionais atendendo as
exigências institucionais.
A partir de dos pontos citados, o Lab de Educação da Casa Firjan desenvolveu
uma proposta de capacitação para os docentes que fossem contratados para
desenvolver e ministrar produtos educacionais. A ambientação Metodológica foi
30

elaborada com o objetivo de orientá-lo em relação aos procedimentos pedagógicos e


operacionais adotados, além de repassar informações importantes que irão auxiliá-lo
no exercício de suas atividades enquanto docentes.
A ambientação tem como pressuposto assegurar que os docentes tenham a
possibilidade de se apropriar de forma eficaz da Metodologia SENAI de Educação
Profissional, pautada no desenvolvimento de competências e que se apropria de
modelos de atuação baseados em metodologias ativas de aprendizagem. Sendo
assim, os docentes são conduzidos a usufruírem de estratégias de aprendizagem
ativas, como ferramentas de trabalho essenciais em sua prática pedagógica.
Essa capacitação pela qual o docente é submetido é ministrada pela equipe
técnica e pedagógica que exerce um papel essencial na condução dos processos
educacionais, pois eles são os responsáveis por orientar e acompanhar a prática
docente nos diferentes momentos da atuação dos professores.
Cabe ao técnico de educação e ao pedagogo as seguintes atribuições (SENAI,
2019, p. 104-105):

Apoiar o Docente no entendimento dos princípios e fundamentos da


Metodologia SENAI de Educação Profissional e Metodologia Ativa de
Aprendizagem;
Orientar o Docente em relação ao planejamento de ensino do produto
educacional;
Orientar o Docente quanto à adequação das estratégias de ensino,
ambientes, recursos didáticos e instrumentos de avaliação;
Orientar o Docente quanto ao seu papel como protagonista do
processo de ensino e como mediador da aprendizagem;
Auxiliar no replanejamento da Prática Pedagógica, sempre que
necessário;
Acompanhar as atividades docentes, por meio de
avaliações/observações de aula, que permitam intervir nos processos
de ensino e de aprendizagem com ações de melhoria;
Acompanhar a aprendizagem dos Alunos, fazendo as intervenções
necessárias e realizando encaminhamentos, conforme diferentes
situações e contextos.

Dado o exposto, para melhor orientar os docentes em relação aos


procedimentos pedagógicos e operacionais, a capacitação foi desenvolvida por meio
de etapas, ou seja, encontros guiados (presencial/on-line).
Na primeira etapa, o docente é convidado para uma reunião inicial, presencial
ou on-line, com a seguinte pauta: apresentação da Casa Firjan, alinhamento do
produto educacional e o processo de contratação. Após os acertos e apresentações,
31

a equipe técnico/pedagógica encaminha por e-mail o Termo de Aceite, documento


que contém informações sobre os acordos realizados na reunião.
No que tange à etapa de contratação, é enviado ao docente todos os trâmites
de contratação do serviço educacional e o passo a passo do processo. A etapa de
reunião de alinhamento metodológico configura-se em encontros semanais para a
construção e desenvolvimento do produto educacional (que pode ser um curso, oficina
ou masterclass) e do plano de aula, que tem o propósito de auxiliá-lo em seu
planejamento durante todo o curso, guiando-o em cada passo do processo
pedagógico.
Posteriormente, o docente passa por uma ambientação das ferramentas
utilizadas/disponíveis, como o Sistema de Gestão Escolar, que é uma plataforma de
registros escolares como faltas, registro dos conteúdos formativos, atividades
realizadas durante as aulas e o conceito final do aluno, e a plataforma Microsoft
Teams, ambiente virtual de aprendizagem no qual ocorre os encontros e aulas ao vivo
dos produtos educacionais. Ao final, o docente é convidado para uma reunião de
lições aprendidas para alinhamento dos pontos chaves e análise dos resultados,
gerados pelos feedbacks dos alunos na pesquisa de satisfação. O objetivo é verificar
o que deu certo e errado, visando melhorar a experiência dos alunos que adquirem os
produtos da Casa Firjan.
Ao final da ambientação metodológica os profissionais devem estar aptos a
planejar, desenvolver e avaliar processos de ensino e de aprendizagem, conforme
princípios éticos, normas, diretrizes, metodologias e procedimentos da Casa Firjan,
fortalecendo a cultura da inovação e interagindo com os distintos agentes sociais
presentes no contexto educacional.

2.2 PLANEJAMENTO DO CURSO

O primeiro passo para abordar o planejamento no campo da educação é


destacar a sua importância para o alcance dos propósitos educacionais. Durante
muito tempo, o planejamento foi concebido como uma prática meramente burocrática,
voltada basicamente para os registros exigidos pelas instituições de ensino. Porém,
planejar se configura como o elemento fundamental para o processo de ensino e de
aprendizagem.
Os processos de ensino e de aprendizagem representam os caminhos a serem
32

percorridos pelos docentes, como responsáveis pela organização de distintos espaços


e tempos de aprendizagem; e pelos alunos, que buscam no ambiente escolar
subsídios para se desenvolverem como pessoas e como profissionais.
Ademais, verifica-se que o planejamento é basicamente o ato de refletir sobre
suas escolhas e atitudes, de modo que seja capaz de definir o rumo a ser dado à sua
prática pedagógica. Portanto, “não se reduz ao simples preenchimento de formulários
para controles administrativos; é, antes, a atividade consciente de previsão das ações
docentes [...]” (LIBÂNEO, 1994, p. 222).
A legislação ratifica a importância do planejamento na efetivação dos processos
de ensino e de aprendizagem. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) dispõe
sobre a elaboração e execução da proposta pedagógica e sobre a participação do
corpo docente nesse processo. Além disso, a LDB também trata da necessidade de
as instituições de ensino preverem períodos reservados para a realização do
planejamento pelos docentes (BRASIL, 1996).
Em virtude dessas premissas, a ambientação metodológica tem como um de
seus pilares a condução do planejamento de cada produto educacional, que é
desenvolvido em parceria com a equipe técnica e pedagógica e os docentes
especialistas. Visando garantir um planejamento que seja coerente com a proposta da
aprendizagem ativa, é importante que no processo de ideação, a trajetória educativa
seja observada como um ecossistema, no qual os docentes se colocam como
provocadores de aprendizagem desde a construção do planejamento até a avaliação.
Ao analisar o desafio de construir planejamentos que tenham como elemento
norteador experiências e estratégias de aprendizagem ativas e inovadoras, percebe-
se, a necessidade de aplicar um modelo difundido pelos educadores Wiggins e
Mctighe (2019), conhecida como Planejamento Reverso (“Backward Design”).
Pelos aspectos já evidenciados, utiliza-se na Casa Firjan o método de
planejamento reverso. Mas qual é a diferença entre um planejamento padrão e o
reverso? O planejamento padrão é como a maioria das instituições de ensino e
docentes constroem suas aulas e cursos. Primeiro é feita a seleção de um livro-base,
depois cria-se uma ementa com conteúdo; revisões e resumos são produzidos; o
docente desenvolve as suas aulas expositivas e ao final aplica uma prova ou teste
para avaliar se o aluno aprendeu os conteúdos passados.
No planejamento reverso, como o próprio nome diz, o desenvolvimento do
curso, assim como, a criação das aulas não começa pelos conteúdos, e sim, pelo
33

objetivo final do curso. O docente precisar refletir sobre o que quer que o aluno saiba
fazer ao completar o curso. Depois são elencados os conteúdos e habilidades, ou
seja, os conhecimentos e competências necessários para o aluno chegar no objetivo
final. A seguir são traçados os objetivos específicos, que podem ser traduzidos como
as microetapas que os alunos terão que passar para chegar ao objetivo final. Por fim,
define-se, então, quais metodologias, atividades e práticas serão realizadas para que
o aluno alcance o resultado esperado. Ao longo do processo, são estabelecidos os
critérios de avaliação a serem usados e não apenas ao final do curso.
Levando-se em consideração as etapas mencionadas, é esperado que, após
passarem pelo processo de planejamento do curso, os docentes possam iniciar
efetivamente a construção do curso.

2.2.1 Guia para a Construção de Curso da Casa Firjan

Conforme descrito no capítulo anterior, a Casa Firjan oferta cursos estruturados


a partir de um perfil profissional, os quais estão vinculados a modalidades de
aperfeiçoamento profissional e têm o objetivo de proporcionar uma formação mais
rápida e direcionada a demandas específicas.
A construção de um produto educacional origina-se por meio do preenchimento
de um documento de referência próprio, em que o docente se ampara nos
fundamentos e princípios da Metodologia SENAI de Educação profissional e
metodologias ativas de aprendizagem. Esse documento tem por finalidade
estabelecer as condições e os critérios para o desenvolvimento do curso, oficina ou
masterclass, considerando as especificidades institucionais e o contexto do mundo do
trabalho.
O Guia para a Construção de Cursos da Casa Firjan foi desenvolvido visando
auxiliar os docentes a planejarem novos cursos e a organizarem seus planos de aulas
de modo simples, estratégico e objetivo. Ao término do preenchimento do documento,
o docente terá mais clareza do objetivo das suas aulas e de quais estratégias e
recursos didáticos e tecnológicos precisará utilizar para estimular a aquisição do
conhecimento pelo aluno. O documento funciona como um norteador para a condução
das aulas e pode ser remodelado de acordo com as necessidades identificadas ao
longo do processo de ensino e aprendizagem.
O Guia de Construção de Cursos é dividido em três grandes partes: Construção
34

de Objetivos Educacionais, Canvas para Construção de Cursos e Plano de Aulas.


Tendo em vista aspectos observados, os objetivos educacionais devem
relacionar tudo o que os alunos deverão saber ou serem capazes de fazer ao final do
curso. Para apoiar a construção dos objetivos e torná-los mais claros, utiliza-se a
“Taxonomia de Bloom”, que estabelece uma estrutura de organização hierárquica dos
objetivos educacionais (BLOOM; ENGELHART; FURST; HILL; KRATHWOHL, 1974).
Inicialmente, a hierarquia era apenas para o domínio cognitivo, sendo os domínios
psicomotor e afetivo posteriormente estabelecidos por outros autores, dentre os quais
se destacam Anderson e Krathwohl (2001).
Os objetivos educacionais podem se desenvolver por meio de três domínios:

Cognitivo: relacionado ao modo como os indivíduos aprendem o


“saber” de um determinado conteúdo, como os compreendem e
analisam, isto é, o raciocínio e processo intelectual percorrido pelo
aluno na aquisição dos novos conhecimentos.
Psicomotor: associado às habilidades do “saber fazer”, envolvendo os
órgãos do sentido e a ativação neuromuscular para a realização de
atividades específicas, passando pela percepção, pelos movimentos e
pela comunicação não verbal;
Afetivo: ligado à área emocional e, portanto, ao “saber ser”,
representando atitudes, crenças, valores e juízos sobre os sujeitos e
objetos que orientam o aluno em comportamentos específicos durante
a realização das tarefas. (SENAI, 2019, p. 53).

Os objetivos educacionais devem ser descritos de forma que as ações


convirjam e assegurem o atendimento do objetivo de aprendizagem do curso.
O Business Model Canvas, mais conhecido como Canvas, é uma ferramenta
de planejamento estratégico, que permite desenvolver e esboçar modelos de negócio
novos ou existentes (GONÇALVES, 2019). Contudo, o Canvas de construção de
Curso desenvolvido pela Casa Firjan foi pensado a luz do modelo de Canvas original.
O Canvas para Construção de Cursos é uma ferramenta utilizada pelo Lab de
Educação Profissional da Casa Firjan orientada para a construção estratégica de
cursos, oficinas e Masterclass com foco no aluno e nas competências necessárias ao
profissional do futuro. Essa ferramenta é constituída por seis etapas que auxiliam o
docente em seu preenchimento, descritas a seguir.
A primeira é o estabelecimento do objetivo de aprendizagem que orientará
toda a construção do curso e que precisará ser considerado em todas as etapas do
planejamento. Precisa-se responder a seguinte pergunta: O que o aluno precisa
35

saber/entregar ao final do curso? Ao criar o objetivo, o docente deve considerar se


existe algum conhecimento prévio que o aluno precisa dominar antes de entrar no
curso. Essa informação é importante, pois se for uma condicionante para o
aprendizado do conteúdo é necessário ser inserida no pré-requisito do curso.
A etapa conhecimento corresponde às competências técnicas que o aluno
precisará desenvolver ou aprimorar para que o objetivo de aprendizagem seja
alcançado.
Os objetivos específicos são pequenos marcos de aprendizagem do aluno
até o alcance do objetivo central. O docente deve refletir sobre o porquê o aluno
precisa adquirir determinado conhecimento e de que forma essa aquisição o aproxima
do objetivo final do curso.
A etapa estratégias de ensino é onde se define como o conhecimento será
ministrado, se as aulas serão expositivas ou práticas, quais estratégias serão
elencadas para que o aluno tenha mais autonomia no processo de aprendizagem e
quais estratégias da metodologia ativa serão utilizadas na condução do processo de
ensino e aprendizagem.
Os recursos didáticos e tecnológicos dão suporte as estratégias de ensino
e podem ser utilizados como meio de promovê-las.
Por último, a etapa de resultados esperados corresponde aos sistemas de
avaliação. Nela, o docente precisa refletir sobre quais evidências no processo de
aprendizagem podem indicar que os objetivos foram cumpridos e o conhecimento
adquirido pelos alunos.
A última parte do Guia de construção de curso é realizada após a construção
do Canvas, pois é à luz dessa ferramenta que o plano de aula é pensado e construído.
Levando-se em conta esse ponto, o plano de aula tem por objetivo auxiliar o docente
em seu planejamento durante todo o curso, guiando-o em cada passo do processo
pedagógico. É importante ressaltar que este plano é flexível e pode ser alterado
conforme as demandas e o perfil de cada turma.
Segundo Libâneo (1993), o plano de aula é um instrumento que sistematiza
todos os conhecimentos, atividades e procedimentos que se pretende realizar numa
determinada aula, tendo em vista o que se espera alcançar como objetivos junto aos
alunos.
É no plano de aula que se definem todas as atividades e dinâmicas que serão
aplicadas aos alunos. É de extrema importância que o docente descreva com riqueza
36

de detalhes, aula a aula, como será a atividade, que resultado se espera, quais
materiais serão utilizados, quais recursos tecnológicos irão subsidiar a atividade, se
vai ser uma atividade assíncrona ou síncrona, além de sistematizar o tempo previsto
para cada dinâmica e definir se será em grupo, em pares ou individual.
Em face do exposto, estando o plano de aula pronto e validado pela equipe
técnica e pedagógica, o docente deve apresentar aos alunos, no primeiro dia de aula,
o objetivo de cada aula, assim como as situações de aprendizagem a serem
realizadas para o desenvolvimento da aprendizagem, e os critérios e instrumentos
para a avaliação ao longo desse processo.
Para isso, é necessário (SENAI, 2019, p.150):

Estabelecer relação entre o que o aluno aprenderá e os objetivos de a


aprendizagem descritas no planejamento do curso;
Estabelecer relação entre o conhecimento que será adquirido e o
objetivo central do curso;
Evidenciar o papel da avaliação como ferramenta que permite ao
docente acompanhar os progressos do aluno e os possíveis desvios
de aprendizagem, de modo que possam ser corrigidos a tempo,
visando o alcance dos resultados esperados.

O objetivo dessa ação é engajar o aluno no processo formativo, de modo a


entender o sentido daquilo que será estudado para o seu aperfeiçoamento
profissional, bem como tomar consciência da sua parcela de responsabilidade nessa
trajetória.
Por todos esses aspectos, é importante que a equipe técnica e pedagógica
observe se, ao final do processo de construção do curso, o docente utilizou o Canvas
no desenvolvimento de cada etapa, apresentou o plano de aula juntamente com o
apresentação em PowerPoint do conteúdo e se o Canvas de construção do curso
possui coerência com o plano de aula.

2.3 ACOMPANHAMENTO DA PRÁTICA PEDAGÓGICA

O Lab de Educação se ampara na metodologia SENAI de Educação


Profissional, que preconiza uma prática pedagógica numa abordagem ampliada,
considerando uma docência articulada a atuação da equipe técnica e pedagógica para
além do planejar e ministrar aulas (SENAI, 2019). O entendimento dessa atuação é
de que ela se inicia, na ambientação pedagógica, passa pela etapa de planejamento
37

e pelo processo de execução, culminando na avaliação do curso.


O processo de execução acontece na medida em que o docente inicia a
condução das aulas e assume o papel de mediador/facilitador do processo de ensino
aprendizagem, iniciando assim, a jornada da prática pedagógica.
O acompanhamento da prática pedagógica foi adotado pela Metodologia
SENAI de Educação Profissional, com o objetivo de potencializar o processo de ensino
aprendizagem e consequentemente os resultados educacionais (SENAI, 2019). Esse
acompanhamento ocorre, por meio de observações das aulas, realizada pela equipe
técnica e pedagógica com o objetivo de garantir que todo o processo de capacitação
realizado por meio da ambientação pedagógica, seja aplicado na prática docente,
além de ser uma estratégia que visa a capacitação contínua do professor.
O acompanhamento das aulas é “um processo de observação, reflexão e ação
sobre a prática, centrada na resolução de problemas concretos, que implica uma
colaboração estreita entre o observador e o observado.” (REIS, 2011, p. 8).
Em virtude disso, o acompanhamento da prática por meio de observações das
aulas é realizado em todas as turmas dos cursos, oficinas e masterclass da Casa
Firjan. O observador (equipe técnica e pedagógica) deverá escolher duas aulas –
preferencialmente a primeira e a última – para acompanhar a prática pedagógica e a
evolução do processo de aprendizagem do aluno.
Faz-se necessário destacar que protocolos fundamentais para esse processo
são: antes de iniciar a observação, deve-se articular uma data com o docente e
explicar qual é o seu objetivo e como ela será conduzida. Ter em mãos o plano de
aula do curso, para que se possa identificar se todas as estratégias pedagógicas
traçadas estão sendo aplicadas em aula. O membro da equipe técnica e pedagógica
que acompanha as aulas, que costumam ter aproximadamente duas horas de
duração, deve sempre estar ciente de seu papel de mero observador e, sendo assim,
manter uma postura discreta e evitar interrupções desnecessárias.
No ato da observação, a equipe deve se ater aos indicadores que irá nortear o
roteiro de observação, ou seja, deve aguçar o olhar e focar em questões como:
utilização de recursos tecnológicos e se estes são eficientes; uso da metodologia
ativa, atividades realizadas e interação com e entre os alunos; processo de avaliação
da aprendizagem; condução da pesquisa de satisfação, aplicada ao final do curso; e
registrar todos os detalhes e evidencias para a reunião de debriefing.
Após o processo de observação a equipe deverá agendar a reunião de
38

debriefing, um momento para o feedback junto ao docente. Nessa reunião, o


observador deverá explicar suas anotações detalhadamente, sempre deixando que o
docente opine e esclareça os pontos que considerar necessários. Deverá, também,
destacar os pontos positivos da aula e caso haja algum ponto de melhoria, propor que
as soluções sejam construídas em conjunto. Essa ação contribui exponencialmente
no processo de reflexão do docente sobre a sua prática, de modo que, amplie o olhar
para novas possibilidades e melhorias do processo de ensino e aprendizagem do
aluno.

2.3.1 Metodologia de Ensino do Lab de Educação da Casa Firjan

A Metodologia SENAI de Educação Profissional tem como foco o


desenvolvimento de competências, para que os alunos se tornem capazes de somar
conhecimentos e habilidades para desempenhar funções com qualidade (SENAI,
2019). No futuro, as funções desaparecerão em detrimento de profissionais híbridos
e polivalentes com múltiplas competências. Diante isso, o Lab de Educação da Casa
Firjan tem como base a metodologia SENAI de Educação Profissional que utiliza
modelos de atuação pautados em metodologias ativas.
Em face a essa realidade, o Lab de Educação da Casa Firjan compreende que
as metodologias ativas são um conjunto de estratégias de aprendizagem que têm por
objetivo promover a participação efetiva dos alunos na construção de todo o processo
de aprendizagem dando ênfase à ação, colaboração, aproximação com situações
reais e aplicabilidade do conteúdo estudado, conforme detalhado a seguir.
Para Bacich e Moran (2018) a metodologia ativa se caracteriza pela inter-
relação entre, educação, cultura, sociedade, política escola, sendo desenvolvida por
meio de métodos ativos e criativos centrados no aluno propiciando a aprendizagem.
No atual cenário educacional, diante de todo o avanço tecnológico e científico,
ainda se percebe uma educação pautada no quadro, giz, caderno e caneta. Embora,
exista uma grande massa de profissionais que buscam performar, inserindo em suas
aulas recursos audiovisuais, filmes, vídeos e projeções multimídia de apresentação
em PowerPoint, tudo ainda é produzido e transmitido passivamente para o aluno. Ou
seja, de nada adianta, escolher metodologias ou estratégias diferenciadas para
despertar o interesse e engajar o aluno, se o processo ainda está centrado no docente
e pautado em conteúdos extensos e muitas vezes sem sentindo, aos olhos dos alunos.
39

Diante do exposto, vê-se claramente que os resultados insatisfatórios desde a


educação básica, como os que foram divulgados pela Organização para a
Cooperação e Desenvolvimento Econômico (2015) em sua avaliação trienal,
Programme for International Student Assessment (PISA), onde jovens estudantes
passam por avaliações de conhecimento e competências nas áreas de leitura,
matemática e ciências. Dos 76 países, no quais foram submetidos a avaliação, o Brasil
ocupa a 60ª posição.
Torna-se cada vez mais latente a necessidade de ressignificar o modelo
educacional brasileiro, que por ser pautado no método tradicional de ensino, não
permite que os alunos se apropriem dos conhecimentos historicamente acumulados
e nem consigam realizar a correlação com o cotidiano, além de não serem motivados
a se engajar nas atividades propostas para que de forma ativa consigam atingir
resultados positivos na aprendizagem.
Carbonell (2002, p. 16), diz:

[...] não se pode olhar para trás em direção à escola ancorada no


passado em que se limitava ler, escrever, contar e receber
passivamente um banho de cultura geral. A nova cidadania que é
preciso formar exige, desde os primeiros anos de escolarização, outro
tipo de conhecimento e uma participação mais ativa.

O ensino transmitido essencialmente pelo docente é motivo de grande


insatisfação, não só dos alunos, que questionam o modelo unilateral de
aprendizagem, principalmente pelo fato de que muitas das vezes o conteúdo não tem
relação com o dia a dia, mas também é questionado pelo corpo docente que
nitidamente percebe o desinteresse dos estudantes.
Concorda-se com Carbonell (2002) quando se refere que no processo de
escolarização é necessária uma participação ativa do aluno, mas para isso é preciso
que ocorra integralmente uma mudança da prática e desenvolvimento de estratégias
que garantam a organização de um processo de aprendizagem interativo e
relacionado com situações reais, fomentando o aprendizado ativo, por meio de
metodologias ativas de aprendizagem em sala de aula, buscando dessa forma, a
inovação pedagógica (CAMARGO; DAROS, 2018).
Apesar de muitos educadores acreditarem que não, pode-se afirmar que a
necessidade de inovar no âmbito educacional está cada vez mais latente, visto que o
grande desafio do atual cenário é a prática de metodologias ativas que possibilite
40

formar um sujeito, criativo, crítico, reflexivo, colaborativo e que ainda seja capaz de
resolver problemas reis, sociais e profissionais em diferentes contextos.
Carbonell (2002, p. 19), em seus estudos, diz que a inovação no âmbito
educacional é compreendida como:

[...] um conjunto de intervenções, decisões e processos, com certo


grau de intencionalidade e sistematização, que tratam de modificar
atitudes, ideias, culturas, conteúdos, modelos e práticas pedagógicas.
E, por sua vez, introduzir, em uma linha renovadora, novos projetos e
programas, materiais curriculares, estratégias de ensino-
aprendizagem, modelos didáticos e outra forma de organizar e gerir o
currículo, a escola e a dinâmica da classe.

Para inovar é preciso que se tenha uma prática educacional bem estabelecida
e que parta de uma reflexão da própria finalidade da experiência educacional, como
propositora da reflexão/ação docente. A proposta é que a inovação tenha como base
o processo, e que não seja um fim em si mesma.
Segundo Bacich e Moran (2018, p. x-xi) em seus estudos sobre metodologias
ativas para uma educação inovadora:

[...] aponta para a possibilidade de transformar aulas em experiencias


de aprendizagem mais vivas e significativas para os estudantes da
cultura digital, cujas expectativas em relação ao ensino, à
aprendizagem e ao próprio desenvolvimento e formação são
diferentes do que expressavam as gerações anteriores. Os estudantes
que estão, hoje, inseridos nos sistemas de educação formal requerem
de seus professores habilidades, competências didáticas e
metodológicas para as quais eles não foram e não estão sendo
preparados.

Para Christensen, Horn e Johnson (2012), a condução do ensino e


aprendizagem deve ter como tema central, a motivação como gerador de
engajamento para o aluno, oportunizando o protagonismo do seu próprio
desenvolvimento e responsabilidade pela aprendizagem. Ou seja, a inovação
estimula práticas que conduzem o aprendizado ativo, permitindo a criação de espaços
seguros, onde os alunos possam ter confiança de se expor, de criar debates sobre
temáticas importantes, além de estimular a criatividade de forma holística. Espaços
como estes rompem a centralidade do docente diante do processo de detentor único
do conhecimento que acaba intimidando e limitando a participação e o protagonismo
dos alunos.
41

A ambientação metodológica proporciona aos docentes um olhar atento para o


desenvolvimento de competências, pautado na ruptura de conceitos e práticas
tradicionais e a efetivação de uma nova compreensão do propósito educacional, que
viabilize um modelo de ensino comprometido com as demandas da indústria e da
sociedade como um todo.
Nessa perspectiva, o aluno assume o papel de protagonista da sua
aprendizagem, apoiado pelo docente, que atuando como curador de conteúdo,
mediador e facilitador, tem a responsabilidade de conduzir o processo de ensino por
meio de experiências significativas, de modo a incentivar o aluno a construir seu
próprio conhecimento.

2.3.2 Recursos Tecnológicos

O mundo vem sendo transformado de forma acelerada e profunda pelas


tecnologias digitais, provocando mudanças que afetam todas as esferas da educação
(MORAN, 2018). O acesso rápido e fácil possibilita que as tecnologias sejam uma
grande aliada no processo de aprendizagem dos alunos, principalmente pelo fato de
que é possível aprender de qualquer lugar, tempo e de múltiplas formas.
Para MORAN (2018), o que faz a diferença não são os recursos tecnológicos
em si, mas que estes estejam nas mãos de educadores, gestores e estudantes com
mente aberta e criativa e, assim, sejam capazes de encantar, de fazer sonhar, de
inspirar. É imperativo, tendo em vista um mundo cada vez mais digital e conectado,
que o docente tenha clareza de que a utilização das novas tecnologias de informação
e comunicação são ferramentas facilitadoras da aprendizagem.
No processo de ambientação pedagógica, os docentes são orientados a
pensarem experiências que conectem as tecnologias aos objetivos de aprendizagem
do curso, de modo a promover novas experiências educacionais, como as práticas
colaborativas, que valorizam o diálogo e a participação. Além disso, tais tecnologias
são suporte essencial para a oferta na modalidade a distância.
São muitos os recursos disponíveis e com o rápido desenvolvimento da
tecnologia, os docentes possuem um arcabouço de recursos/aplicativos que podem
ser utilizados nas aulas (MORAN, 2018). Porém, é imprescindível que o docente na
construção do curso e consequentemente do plano de aula, faça uma análise profunda
de quais recursos tecnológicos dão suporte as estratégias de ensino e podem ser
42

utilizadas como meio para promovê-las. Ou seja, é necessário que o docente tenha o
conhecimento prático sobre a tecnologia que será utilizada para que possa fazer
combinações entre recursos e estratégias de ensino.
Visando ajudar os docentes nesse processo de reconhecimento de qual
recurso utilizar, onde e como, o Lab de Educação da Casa Firjan, desenvolveu um
Toolkit (um conjunto de ferramentas que auxilia na antecipação daquilo que será
tendência) sobre recursos tecnológicos, contento alguns exemplos e suas
aplicabilidades. Antes de iniciar o curso, oficina ou masterclass, o docente é convidado
para uma ambientação junto às plataformas tecnológicas utilizadas para a
transmissão ao vivo das aulas e onde será armazenado os conteúdos, materiais,
bibliografias entre outros.
Dentre eles, o Zoom é uma plataforma virtual que permite a realização de
chamadas por videoconferência e possui diversas funcionalidades que auxiliam na
condução de aula, reuniões e afins. Já o Google Classroom é um sistema de
gerenciamento de conteúdo, uma sala de aula on-line, criado especificamente para o
âmbito educacional. É possível gerenciar atividades, avaliações e aulas interativas,
porém, na Casa Firjan, o Classroom é utilizado como repositório de conteúdo do curso,
sendo uma fonte de pesquisa para o aluno ao longo do curso.
É necessário observar, sobretudo, que no acompanhamento da prática
pedagógica a equipe deve constatar, in loco, se o docente faz uso de recursos
tecnológicos, se estes estão adequados a cada atividade e/ou aos objetivos de
aprendizagem e se o recurso utilizado foi eficiente no processo de ensino e
aprendizagem dos alunos.

2.3.3 Avaliação da Aprendizagem

Perrenoud (1993, p.173) define a avaliação como o processo que:

[...] ajuda o aluno a aprender e o professor a ensinar. A ideia base é


bastante simples: a aprendizagem nunca é linear, procede por
ensaios, por tentativas e erros, hipóteses, recuos e avanços: um
indivíduo aprenderá melhor se o meio envolvente for capaz de lhe dar
respostas e regulações sob diversas formas [...].

A avaliação educacional possui algumas vertentes, usos e funcionalidades,


porém a avaliação que acorre especificamente em sala de aula é chamada de
43

avaliação da aprendizagem. De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação


Nacional - LDB, n° 9.394 de 20 de dezembro de 1996, art .24, no parágrafo V:

A educação básica, nos níveis fundamentais e médio, será organizada


de acordo com as seguintes regras comuns:
V – A verificação do rendimento escolar observará os seguintes
critérios:
Avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com
prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos
resultados ao longo do período sobre os de eventuais provas finais
(BRASIL, 1996, não paginado).

Sendo assim, a avaliação da aprendizagem desde a educação básica


considera a importância de acompanhar o processo formativo do aluno e, de refletir
sobre uma determinada realidade educacional e de julgar a pertinência de
redirecionamentos das estratégias utilizadas nos processos de ensino e
aprendizagem.

Avaliar não é apenas coletar dados ou informações sobre a


aprendizagem dos alunos, pois a simples verificação se encerraria
quando sua obtenção fosse concretizada. Ao atribuir qualidade aos
resultados obtidos, o docente interpreta e associa significados (sejam
conceituais ou numéricos) que permitem identificar em que nível de
desempenho o aluno se encontra. Todavia, a avaliação deve, ainda, ir
além da necessidade de atribuir qualidade aos resultados alcançados,
objetivando que o docente tome decisões para direcionar o
desenvolvimento do aluno (SENAI, 2019, p. 153).

Ao pensar no processo de avaliação como uma prática que visa favorecer o


aprendizado de todos os alunos e não somente um processo classificatório, deve-se
contemplar três funções avaliativas: a diagnóstica, que deve ser aplicada no início do
processo para estabelecer o nível dos alunos; a formativa, que ocorre por meio de um
processo contínuo e etapas distintas; e a somativa, que pode ser aplicado ao final do
processo para identificar se o objetivo de aprendizagem foi alcançado.
Nos produtos educacionais ofertados pelo Lab de Educação da Casa Firjan, a
avaliação é planejada e aplicada ao logo do processo formativo, a fim de que o
docente tenha um indicador de aprendizagem que possa orientar o seu trabalho e o
do aluno. Por meio da avaliação é possível analisar objetivamente os resultados de
cada aluno, comparando-os aos objetivos de aprendizagem propostos e possibilitando
a identificação dos progressos e das dificuldades.
44

Esse processo se consolida por meio do registro avaliativo, importante


instrumento metodológico para a sistematização das informações obtidas durante a
execução dessa fase. Por esse motivo, a utilização dos critérios de avaliação é
fundamental para estabelecer esse vínculo, visto que a partir deles será possível
converter os dados em informações relevantes que qualifiquem o desempenho do
aluno.
Visando criar critérios de avaliação mais objetivos e explícitos, o Lab de
Educação adotou o método de rubricas de avaliação como importante ferramenta na
avaliação formativa. Segundo Fernandes (2008), a avaliação formativa destina-se a
fornecer dados para subsidiar o regime de desenvolvimento no processo de
aprendizagem do aluno, sendo assim, a rubrica, por se tratar de uma lista de critérios
claros e objetivos, possibilita que o aluno tenha o entendimento desde o início do
processo de ensino e aprendizagem do que será exigido nos marcos avaliativos.
Segundo Brookhart (2013), rubrica é um instrumento que possibilita ao docente
o desenvolvimento e sistematização de critérios de avaliação em relação aos objetivos
de aprendizagem delineados no curso. De acordo com a autora, por meio do seu uso
é possível reduzir a subjetividade do processo avaliativo.
A construção da rubrica é realizada com o auxílio da equipe técnica e
pedagógica do Lab de Educação, visando garantir que seu desenvolvimento será
pautado no objetivo de aprendizagem e se as especificações contidas, serão
necessárias para o atingimento de diferentes níveis de desempenho do aluno.
O planejamento e desenvolvimento da rubrica é realizada por meio de uma
tabela, construída e alterada com base nos critérios específicos, que podem ser
relacionadas a uma avaliação específica ou qualquer atividade que tenha um viés
avaliativo. Nesse processo, é de suma importância que o docente especifique de
forma clara, os critérios que julga serem importantes para avaliar o aluno. Além disso,
é preciso categorizar em ordem de importância de cada um desses critérios, para que
sejam atribuídos pesos diferentes a cada um, caso necessário.
Após concluída essa lista de critérios é importante que haja o entendimento
pelo aluno do que será exigido e quais são os níveis intermediários em relação ao
objetivo esperado. Dessa forma, o docente é orientado a apresentar uma descrição
detalhada do percurso avaliativo em sua rubrica. Além disso, o docente deve
apresentar e explicar aos alunos antes de aplicar a rubrica em um determinado
contexto para que eles tenham a clareza de quais serão os critérios de avaliação
45

delineados e traçar estratégia de como direcionar sua aprendizagem para cumpri-los.

Quadro 4 - Exemplo de uma rubrica para avaliar a participação em uma atividade de


colaboração on-line
Critério de
4 pontos 3 pontos 2 pontos 0 pontos
Pontuação
Respondeu de forma
Respondeu à Respondeu
colaborativa a
questão com questão com
questão com
conteúdo e/ou conteúdo e/ou
conteúdo e/ou
argumentos argumentos
argumentos Não realizou a
Interação coerentes e coerentes e
coerentes e atividade
(peso:100%) articulados articulados
articulados com o proposta.
com o tema com o tema
tema proposto e
proposto e proposto e não
interagiu com mais
interagiu com 1 interagiu com
de um colega na
dos colegas. os colegas.
discussão on-line.
Fonte: A autora (2021).

O docente é orientado pela equipe, na ambientação, que é essencial informar


aos alunos seus resultados após uma atividade ou avaliação, independentemente do
conceito ou da nota alcançados, apontando as vulnerabilidades identificadas e pontos
de melhorias.
Fernandes (2008) enfatiza a importância da comunicação (feedback) em seus
estudos, pois ela facilita ao aluno envolver-se no próprio processo de aprendizagem
e responsabilizar-se seu desenvolvimento. O feedback traz clareza para o aluno sobre
a sua jornada e o ajuda a perceber quais esforços necessita para alcançar o objetivo
de aprendizagem delineado no curso.
Esse processo poderá ocorrer por meio da devolutiva de uma atividade após
sua apresentação; na autoavaliação por pares; em conversas individuais, explorando
cada dificuldade e como superá-las; ou outra estratégia que leve o aluno à reflexão e
à autopercepção para seu aprimoramento.
Como ponto crucial do processo de ensino e aprendizagem, a condução da
avaliação da aprendizagem deve ser observada e analisada bem de perto. Nesse
sentido, a equipe do Lab de Educação deve, em seu acompanhamento, verificar se o
docente construiu as rubricas de avaliação de acordo com o objetivo de aprendizagem
e se os critérios estão coerentes e claros para os alunos, se as avaliações são
amparadas pelas metodologias ativas de aprendizagem e se estas de fato evidenciam
o processo de aprendizagem dos alunos.
46

É importante destacar que em produtos educacionais como oficina e


masterclass não há obrigatoriedade da criação de rubricas de avaliação, embora seja
desejável.
Como mencionado no Capítulo 1, as oficinas são aulas pontuais de curta
duração, focadas em conhecimentos práticos e a masterclass são aulas imersivas,
ambas com o propósito de serem conteúdo rápidos e pontuais. Sendo assim, o Lab
de Educação entende que para aprovação dos alunos é necessário obter uma
frequência mínima de 75%.

2.3.4 Pesquisa de Satisfação

A pesquisa de Satisfação é uma ferramenta potente para mensurar satisfação


dos alunos. Toda instituição que deseja se manter relevante no mercado precisa
avaliar a qualidade dos produtos e serviços prestados.
A educação é um fenômeno que se caracteriza mediante o comprometimento
do docente e o aluno, em que a atuação de um está diretamente relacionada à
performance do outro. Porém, para que a satisfação do aluno esteja em consonância
com o que é esperado pela instituição, outros aspectos são de extrema importância e
precisam estar funcionando sem impedimentos. Dessa forma, engloba-se a educação
como um todo, buscando avaliar todos os pontos de contato do aluno com a
instituição.
Em virtude disso, a pesquisa de satisfação é aplicada pelo docente ao término
de cada curso, oficina ou masterclass. O aluno irá avaliar a metodologia utilizada pela
instituição e a forma como é conduzida em sala de aula, o suporte burocrático e
administrativo, o material didático (templates e materiais complementares), a
relevância do conteúdo e dinamização das aulas, a infraestrutura da Casa Firjan,
sendo esta, tanto virtual quanto física, e os recursos tecnológicos utilizados para
potencializar a aprendizagem. Enfim, toda experiência vivenciada com o Lab de
Educação.
Essa pesquisa é respondida, pelo aluno, por meio de um link de questionário,
hospedado em uma plataforma própria da Casa Firjan. Após a conclusão da pesquisa,
uma equipe especializada realiza a análise das respostas e gera um dashboard de
acompanhamento dos resultados com as respostas dos respondentes.
Levando-se em consideração esses aspectos, nesta etapa, a equipe técnica e
47

pedagógica irá analisar os dados gerados pela pesquisa de satisfação do aluno,


visando mapear pontos de melhorias que serão trabalhados juntamente com o
docente na reunião de debriefing.

2.3.5 Reunião de Debriefing

A Reunião de Debriefing tem como objetivo potencializar a aprendizagem por


meio da experiência, ou seja, avaliar a experiência do docente e toda a sua jornada,
desde o desenvolvimento até a condução do curso. Como um instrumento de
aprendizagem e melhoria contínua, a reunião funciona como um alinhamento de
expectativas, de modo a revisitar e refletir sobre o pós-curso. A proposta é aprender
com o que ocorreu, de forma a planejar (docente e equipe técnica e pedagógica)
melhorias no processo de preparação e execução do próximo produto.
A reunião é realizada logo após o término do curso, juntamente com o docente,
com o objetivo de analisar questões como os resultados da pesquisa de satisfação
dos alunos, feedback sobre a performance e prática docente, desenvolvimento do
processo de aprendizagem dos alunos, pontos de melhoria e autoanalise do docente
em relação ao curso como um todo.
Em vista dos argumentos apresentados, a equipe deve apresentar o parecer
em relação à performance do docente ao longo da prática pedagógica, buscando
evidenciar se a ambientação pedagógica potencializou, ou não, essa performance,
além de identificar os pontos de destaque, sejam eles positivos ou negativos, visando
mapear estratégias a serem traçadas para a implementação das melhorias do próximo
curso, oficina ou masterclass.
Por fim, após a apresentação e discussão do modelo de construção e
implementação dos produtos educacionais ofertados pela Casa Firjan, ressalta-se que
um instrumento voltado para o suporte da equipe técnica e pedagógica para a
avaliação da construção do produto educacional e acompanhamento do trabalho
docente dos cursos, oficinas e masterclass deve considerar as características exigidas
pela instituição e delineadas ao longo deste capítulo. As questões pertinentes a
metodologia adotada para a elaboração e validação do instrumento avaliativo serão
discutidas no próximo capítulo.
48

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Apresentam-se aqui os procedimentos metodológicos desenvolvidos nesse


estudo avaliativo, relatando, inicialmente, as abordagens avaliativas utilizadas e a
construção do quadro de categorias com seus respectivos indicadores e padrões que
basearam a construção do instrumento. Apresenta-se, também, a descrição da
metodologia utilizada para a validação do instrumento pelos especialistas e pela
equipe técnica e pedagógica do Lab de Educação da Casa Firjan, público-alvo do
instrumento, incluindo a forma de coleta e do tratamento dos dados, e os critérios de
julgamento dos resultados.

3.1 ABORDAGEM AVALIATIVA

Como delineado no Capítulo 1, o objetivo do estudo foi a construção de um


instrumento que permita avaliar se a ambientação metodológica, promovida pela Casa
Firjan, proporciona ao seu corpo docente o desenvolvimento de práticas docentes
amparadas por metodologias ativas. Nesse sentido, a validação do instrumento exige
a análise por parte de atores que, além de terem o conhecimento sobre o processo
de construção metodológica de instrumentos avaliativos, possuam também
experiência em docência.
Posto isto, a abordagem avaliativa centrada em especialistas se mostrou
adequada ao estudo avaliativo pois “depende basicamente dos conhecimentos
específicos de um profissional para julgar uma instituição, um programa, um produto
ou uma atividade.” (WORTHEN; SANDERS; FITZPATRICK, 2004, p. 179).
Nessa abordagem, o especialista, em sua experiência e conhecimento vasto
na área, atua no julgamento técnico de projetos, programas, serviços, produtos ou
atividades, como diz Chianca, Marino e Schiesari (2001). Destaca-se nessa
abordagem, segundo Worthen, Sanders e Fitzpatrick (2004) que uma equipe de
especialistas, ao se complementar com seus diferentes saberes, tem maior
probabilidade de realizar avaliações mais consistentes e completas.
Nesse estudo adotou-se, também, a abordagem avaliativa centrada nos
consumidores, que para os autores Chianca, Marino e Schiesari (2001) é uma
abordagem que visa produzir informações que ajudem a potenciais consumidores no
momento de escolher qual produto atende melhor a suas necessidades. De acordo
com os autores, consumidor é aquele que faz uso de determinado produto, programa
49

ou serviço, tendo em vista satisfazer as próprias necessidades. No caso desse estudo


avaliativo, estão sendo considerados como consumidores os técnicos e pedagogos
que conduzem a ambientação pedagógica e o acompanhamento da prática docente.
Segundo Scriven (1967 apud WORTHEN; SANDERS; FITZPATRICK, 2004), a
abordagem centrada no consumidor é predominantemente uma avaliação somativa,
auxiliando no processo de tomada de decisões quanto à continuidade ou não de
programas e projetos, na medida em que possibilita o julgamento de importância do
projeto analisado.
Diante do exposto, entendeu-se então, que ambas as abordagens avaliativas
seriam adequadas a esse estudo.
Uma avaliação para ser clara e objetiva, precisa estar amparada por critérios
previamente estabelecidos, de modo que, identificar e definir esses critérios são
passos essenciais para a realização de um estudo avaliativo (WORTHEN; SANDERS;
FITZPATRICK, 2004). Nessa perspectiva, os critérios foram indicados de modo que,
respondesse as duas questões avaliativas.
O quadro teve como base as dimensões que norteiam o trabalho da equipe
técnica e pedagógica da Casa Firjan: a construção do produto educacional e o
acompanhamento da prática pedagógica. A partir dessas duas dimensões, elegeram-
se as sete categorias consideradas na elaboração do instrumento: ambientação
pedagógica, planejamento do curso, recursos tecnológicos, metodologia de ensino,
avaliação da aprendizagem, pesquisa de satisfação e reunião de debriefing. Essas
categorias foram selecionadas por entender-se que elas representam as etapas
envolvidas na atuação dessa equipe junto aos docentes, conforme explicitado
detalhadamente no Capítulo 2.
As categorias apresentadas foram desdobradas em indicadores que permitem
avaliar, acompanhar, analisar e gerar feedbacks referentes ao acompanhamento da
prática docente nos cursos ofertados pela Casa Firjan.
Segundo Worthen, Sanders e Fitzpatrick (2004, p. 695), os critérios (também
denominados indicadores) são:

Indicadores de mérito que definem as características de um programa


ou de uma implementação bem-sucedidos. Embora, às vezes,
implícitos nas próprias perguntas da avaliação, os critérios a serem
usados para julgar o valor do programa em geral devem ser
explicitados.
50

Os itens que compõem o instrumento foram originados à luz dos indicadores e


cada item avaliado de acordo com os padrões, sim e não.

Quadro 5 - Quadro de Categorias, Indicadores e Padrões


Dimensão Categoria Indicador Itens Padrões
1.1 Participação do
docente nos processos
1.1.1
de Ambientação
1. Ambientação pedagógica.
Pedagógica 1.2 Uso de metodologias
1.2.1
(1,2,3,4,5) ativas de aprendizagem
1.3 Interação com a
Equipe técnica e 1.3.1
pedagógica
Construções dos
2.1 Construção da
Produtos 2.1.1 a
proposta do curso
Educacionais 2.1.3
utilizando o Canvas
2.2 Apresentação do 2.2.1 a
2.
plano de aula 2.2.5
Planejamento
2.3 Apresentação do
do curso 2.3.1
Power Point - aula/aula
(5,6,7,8, 9)
2.4 Coerência entre o
Canvas de construção
2.4.1
do Curso e o plano de
aula Sim/Não
3.1 Utilização de
ferramentas
tecnológicas 3.1.1 a
disponibilizadas para a 3.1.2
3. Recursos apresentação/utilização
tecnológicos nas aulas
(5) 3.2 Adequação da 3.2.1 a
ferramenta utilizada 3.2.2
Acompanhamento 3.3 Aplicação e
3.3.1 a
da prática eficiência da ferramenta
3.3.2
pedagógica utilizada
4.1 Uso da metodologia 4.1.1 a
ativa de aprendizagem 4.1.3
4.2 Implementação de 4.2.2 a
4. Metodologia
atividades ativas 4.2.4
de Ensino
4.3 Condução da prática 4.3.1 a
(5, 6,7,9
pedagógica 4.3.9
4.4 Interação com os 4.4.1 a
alunos 4.4.3
(Continua)
51

(Conclusão)
Dimensão Categoria Indicador Itens Padrões
5.1 Utilizações de 5.1.1 a
rubrica de Avaliação 5.1.2
5. Avaliação da
5.2 Aplicação de
aprendizagem 5.2.1 a
avaliações afins às
5.2.3
metodologias ativas
6.1 Engajamento na 6.1.1 a
Pesquisa de Satisfação 6.1.2
6.2 Aplicação do
questionário pelo 6.2.1
Acompanhamento 6. Pesquisa de docente
da prática Satisfação 6.3 Preenchimento do Sim/Não
pedagógica questionário pelos 6.3.1
alunos
6.4 Nível de satisfação
6.4.1
do aluno
7.1 Autoavaliação do
7.1.1
docente
7. Reunião de 7.2 Percepções do
Debriefing docente sobre a 7.2.1 a
dinâmica e estrutura do 7.2.2
curso
Fonte: A autora (2021).

A construção do quadro de critérios foi de suma importância na elaboração do


instrumento. O quadro em questão foi submetido a análise e validação de doutores
especialista atuantes no Mestrado em Avaliação da Faculdade Cesgranrio, conforme
será explicitado mais à frente, que fizeram considerações de cunho técnico. As
modificações já foram incorporadas no Quadro 5.

3.2 O INSTRUMENTO

O instrumento foi elaborado com base no Quadro de Categorias, Indicadores e


Padrões construído pela autora, com a finalidade de atender ao objetivo do estudo e
responder às questões avaliativas propostas.
De acordo com Elliot (2012, p. 13): “um instrumento de pesquisa ou avaliação
consiste no recurso usado para coletar a informação de interesse sobre uma variável,
característica, categoria ou dimensão do objeto, ou ainda evidências de indicadores”.
Pretende-se que este instrumento tenha a função de acompanhar, analisar e
gerar feedbacks referentes ao acompanhamento da prática docente nos cursos
ofertados pela Casa Firjan. Ele tem por objetivo, também, avaliar se a ambientação
metodológica promovida pela Casa Firjan proporciona ao corpo docente o
52

desenvolvimento de práticas docentes amparadas por metodologias ativas, de modo


que possam desenvolver e ministrar cursos, oficinas e masterclass que atendam às
transformações do mercado de trabalho.
Buscou-se construir um instrumento simples, que abordasse todos as etapas
percorridas pelo docente no curso, iniciando na ambientação pedagógica e finalizando
com a reunião de alinhamento final, evidenciando pontos de atenção e melhoria na
prática docente.
O instrumento em questão foi construído por meio de uma lista de verificação,
que por ser uma relação de itens que devem ser observados pelo respondente
“determinam a presença ou ausência de algum atributo” (COLTON; COVERT, 2007
apud LEITE, 2012, p. 102). As vantagens de se fazer uma lista é a facilidade de
elaboração, da rápida aplicação, da objetividade do instrumento, sensibilidade e
confiabilidade (AIKEN, 2003).
A lista é composta por 7 categorias, 22 indicadores e 54 itens correspondentes
a uma escala de atendimento que compreendem as opções de respostas binárias,
sim e não. O instrumento foi elaborado contendo apenas questões fechadas e ainda
um campo aberto para comentários ao final do instrumento.
Em seguida, a lista de verificação foi submetida a validação técnica e de
conteúdo, conforme descrito a seguir.

3.3 VALIDAÇÃO DO INSTRUMENTO

A construção de um instrumento se debruça em aspetos como validade e


confiança. De acordo com Elliot e Vilarinho (2018, p. 19), a validade de um instrumento
“refere-se à garantia de que outro pesquisador poderá realizar uma pesquisa
semelhante e chegará a resultados aproximados. Um instrumento é válido na
extensão em que mede aquilo que se propõe a medir”. No que se refere à
confiabilidade de um instrumento as autoras afirmam que

Refere-se ao grau em que sua repetida aplicação ao mesmo sujeito,


ou objeto, produz resultados iguais. A confiabilidade refere-se à
consistência ou estabilidade de uma medida. Um instrumento
confiável produzirá os mesmos resultados em sucessivas aplicações
sobre o mesmo sujeito ou objeto. (ELLIOT; VILARINHO, 2018, p. 15).

Deste modo, visando garantir que o instrumento construído nesse estudo,


53

pudesse obter características de validade e confiabilidade, a validação técnica e de


conteúdo dividiu-se em duas fases, descritas a seguir.
Na primeira fase buscou-se o respaldo de especialistas com larga experiência
docente e em construção e validação de instrumentos avaliativos. Para tanto, foram
convidados quatro professores doutores da área de avaliação.
Inicialmente, os especialistas foram contatados por e-mail e a eles foi
encaminhada uma carta especificando os objetivos e perguntas avaliativas do estudo,
o Quadro de Categorias, Indicadores e Padrões e o instrumento propriamente dito. Os
quatro especialistas contatados aceitaram o convite e enviaram suas considerações
iniciais, entendidas como bastante positivas.
Os quatro especialistas fizeram recomendações de ajustes tanto na carta
encaminhada (APÊNDICE B) como na redação do instrumento avaliativo, de modo a
tornar a leitura mais clara e compreensível, visando evitar qualquer tipo de dupla
interpretação ou equívoco por parte dos respondentes. Houve, também, indicação de
ajuste na primeira questão avaliativa, para melhor adequação e coleta informações.
Logo após, analisou-se as ponderações apresentadas por cada um dos
especialistas e realizou-se os ajustes solicitados. Após consolidado, o instrumento foi
novamente encaminhado aos quatro especialistas com a adição de um quadro
abordando os aspectos considerados mais relevantes para a sua validação.
Esse quadro foi inspirado no trabalho realizado por Silva e Elliot (2018, p. 124-
125) e contempla os seguintes critérios:

Quadro 6 - Critérios para validação técnica e de conteúdo do instrumento e respostas dos


quatro especialistas
Critério /Item Sim Não Observações
Observar os comentários feitos
1. Linguagem
anteriormente, deve tornar
A linguagem adotada no instrumento é 3 1
mais simples e clara a
adequada ao público-alvo?
linguagem de alguns itens (E3).
2. Clareza
Os indicadores e instruções contidos no
instrumento possibilitam a total
4
compreensão do que deve ser observado
pela equipe técnica e pedagógica durante o
seu preenchimento?
(Continua)
54

(Conclusão)
Critério /Item Sim Não Observações
3. Relevância
Todos os indicadores são importantes na 4
respectiva categoria?
4. Abrangência
Os indicadores são suficientes para
4
atender os objetivos do instrumento e
responder às questões avaliativas?
É importante se observar que é
solicitado uma justificativa para
5. Padrões de desempenho
alguns dos itens abordados.
Os padrões de desempenho utilizados
4 Portanto, quando há
(sim/não) são adequados ao objetivo do
necessidade, as respostas não
instrumento?
ficam limitadas em um caráter
dicotômico (E2).
6. Organização
A organização dos indicadores nas
4
categorias se encontra
ordenada de forma adequada ou lógica?
7. Disposição gráfica
A disposição dos indicadores e das 4
categorias no instrumento é harmoniosa?
Fonte: A autora (2021).

Os especialistas responderam prontamente, avaliando positivamente o


instrumento, com poucas solicitações de ajuste ou ressalvas, validando assim o
instrumento:

O instrumento atende aos critérios de pertinência e abrangência dos


itens aos indicadores, possui clareza de linguagem, e se mostra útil ao
que o estudo pretende (E1).

Considerando as alterações realizadas, no meu parecer o instrumento


apresenta-se com a necessária qualidade para ser aplicado no
processo de investigação do estudo avaliativo (E2).

Em seguida foram processadas as devidas modificações, julgadas pertinentes,


a versão final validada do instrumento pelos especialistas encontra-se disponível no
Apêndice A.
A segunda fase do processo de validação técnica e de conteúdo do instrumento
está centrada em sua utilização in loco pelos próprios membros da equipe técnica e
pedagógica da Casa Firjan. Inicialmente, previa-se a aplicação do instrumento em
pelo menos dois cursos, duas oficinas e dois masterclasses.
No entanto, essa metodologia de validação do instrumento por meio de um pré-
55

teste em campo depende exclusivamente da oferta e realização dos produtos


educacionais pela Casa Firjan. Assim, a implementação dessa fase foi profundamente
afetada pelo cenário pandêmico que assola o mundo desde março do ano de 2020.
A doença do Coronavírus (COVID-19) é uma doença infecciosa causada por
um vírus recém-descoberto. O vírus que causa a COVID-19 é transmitido
principalmente por meio de gotículas geradas quando uma pessoa infectada tosse,
espirra ou exala (WORLD HEALTH ORGANIZATION, [2021]). Por causa do alto índice
de pessoas infectadas, o Brasil adotou o regime de lockdown, confinamento, para
evitar o contágio e a alta proliferação do vírus.
Esse cenário gerou impactos irreversíveis na educação do Brasil e do mundo,
afetando não só o processo de ensino e aprendizagem dos alunos, mas toda a
dinâmica de operação das escolas. Na Casa Firjan, não foi diferente, a equipe do Lab
de Educação realizou uma manobra para reverter todo o portifólio presencial para o
on-line, no intuito de mitigar os impactos e amparar os alunos que buscavam por curso
de aperfeiçoamento.
Mesmo diante de uma manobra, vista como um sucesso pela equipe, os índices
dos cursos ofertados ficaram abaixo do que havia sido planejado. Sendo assim, alguns
cursos planejados para o início de 2021 tiveram que ser replanejados pelo baixo
quórum de alunos, impactando diretamente no pré-teste do referido instrumento.
A solução adotada foi se contentar em realizar a aplicação do instrumento em
apenas uma oficina e um curso, únicos oferecidos no ano de 2021 e, mesmo assim,
o curso teve de ser interrompido devido aos “feriados” decretados pelos governos
estadual e municipal do Rio de Janeiro. Diante dessa situação, não foi possível
acompanhar o final do curso e as atividades desenvolvidas após seu término.

3.4 CRITÉRIO DE AVALIAÇÃO

A construção de um padrão de avaliação requer clareza e objetividade, para


que os interessados possam compreender os resultados alcançados. De acordo com
Worthen, Sanders e Fitzpatrick (2004, p. 342):

Mesmo que as perguntas avaliatórias sejam mal articuladas, em geral


são respondidas, ainda que de forma superficial. Isso não acontece
com os critérios ou padrões de avaliação, que às vezes nem sequer
são articulados. É sempre desconcertante ler o relatório de uma
avaliação e não conseguir encontrar em parte alguma uma declaração
56

dos critérios ou padrões usados para determinar se um programa foi


um sucesso ou um fracasso. No entanto, sem essas especificações,
as mensurações e observações não podem ser traduzidas em juízo de
valor.

Sendo assim, no presente estudo avaliativo, foram determinados padrões de


avaliação que pudessem amparar a realização da análise e coleta de dados. Assim,
estipulou-se que o critério de julgamento das respostas adotaria a classificação
binária, sim e não, conforme o Quadro 6. Conforme destacado no Capítulo 2, as
oficinas e masterclass não exigem a implementação de uma rubrica de avaliação e,
portanto, a pontuação máxima desses dois modelos de produtos educacionais é
diferente da adotada para os cursos.

Quadro 7 - Critério de avaliação dos itens da lista de verificação


Pontuação para Cursos com rubrica de Pontuação para Oficinas e Masterclass
avaliação: sem rubrica de avaliação:
Sim – 1 ponto Sim – 1 ponto
Não – 0 ponto Não – 0 ponto

Muito satisfatório – de 54 a 49 pontos Muito satisfatório – de 49 a 44 pontos


Satisfatório – de 48 a 33 pontos Satisfatório – de 43 a 29 pontos
Insatisfatório – até 32 pontos Insatisfatório – até 28 pontos
Fonte: A autora (2021).

Após o preenchimento da lista de verificação, o respondente deve realizar o


enquadramento em uma das três faixas de pontuação, muito satisfatório,
satisfatório ou insatisfatório, por meio da soma do total de pontos obtidos pelo
docente em relação à pontuação máxima possível a ser atingida em cada item.

3.5 COLETA DOS DADOS

Em decorrência da validação do instrumento pelos os quatro especialistas da


área de avaliação, iniciaram-se os procedimentos para coleta dos dados, por meio da
etapa pré-teste.
Para realizar a avaliação do instrumento, foi convidado um respondente que
atua como pedagogo da Casa Firjan, profissional que atua diretamente no
acompanhamento da prática docente, podendo assim, verificar a relevância do
instrumento no referido acompanhamento. A autora também irá avaliar o instrumento,
por meio de pré-teste que será aplicado em uma oficina e um curso, uma vez que
57

também integrava até fevereiro de 2021 a equipe técnica e pedagógica.


No ato do convite foi informado ao respondente o objetivo da avaliação e que
sua contribuição seria de grande valia para o presente estudo. Este contato foi
realizado via e-mail, no qual foi encaminhada a versão validada pelos especialistas,
contemplando as considerações e alterações solicitadas, e foi solicitado ao
respondente que preenchesse o quadro de critérios para validação técnica e de
conteúdo do instrumento após o término da oficina e do curso.
A aplicação da lista junto ao público-alvo da equipe técnica e pedagógica, os
docentes, compreendeu a submissão do instrumento, na integra, ao processo de
acompanhamento pedagógico da oficina de Scrum para Equipes Remotas que teve
início em 08/03/2021 e terminou em 17/03/2021, tendo a carga horária total de sete
horas. O instrumento também foi utilizado no acompanhamento do curso de
Fundamentos do Marketing Digital, com início em 23/03/2021 e término previsto
inicialmente para 29/04/2021, com carga horária de 23 horas. É importante destacar
que o referido acompanhamento ocorre desde o momento em que o docente inicia a
ambientação pedagógica, culminando na reunião de alinhamento final.
Sendo assim, a lista de avaliação para acompanhamento da prática docente foi
preenchida ao longo da “jornada” de atuação do docente tanto na oficina como no
curso, para que os dados pudessem ser coletados de forma holística.
A carta elaborada pela autora apresentava um guia de como deveria ser
realizado o registro. Sendo assim, o primeiro momento observado foram as etapas da
construção do produto educacional. Após os respondentes, autora e pedagogo,
escolheram duas aulas, sendo estas a primeira e a última, para a referida oficina e a
primeira e segunda em relação ao curso, para acompanhar a prática pedagógica e a
evolução do processo de aprendizagem do aluno.
Ressalta-se que a escolha da primeira e segunda aula para observação da
prática docente no curso ocorreu devido à pandemia de COVID-19, pois conforme
mencionado anteriormente, houve um segundo lockdown em meio ao curso em
andamento. Isso implicou no confinamento por um período de 10 dias a contar do dia
26/03/2021, impossibilitando o acompanhamento do curso em todas as suas
instancias.
Ao final do prazo para o preenchimento e avaliação do instrumento, que no
caso da oficina, foi possível observar todas as etapas do processo, observou-se o
correto preenchimento do instrumento. O respondente teve total liberdade para propor
58

pontos de melhoria, inclusão de indicador e/ou item para melhor uso e aplicação do
instrumento.

3.6 ANÁLISE DOS DADOS

Segundo Worthen, Sanders e Fitzpatrick (2004), a análise de dados se


caracteriza como a organização e verificação de dados, interpretação na qual se
atribui significado às informações organizadas, permitindo estabelecer conclusões.
Assim, no presente estudo avaliativo, a análise de dados do pré-teste foi realizada em
função dos respondentes, autora e pedagogo, dando início a coleta de dados
extraídos do instrumento.
Os dados coletados no pré-teste foram analisados baseando-se nas respostas
dadas pelos observadores aos itens apresentados no instrumento em todas as etapas
de realização do curso e oficina. Também foram consideradas nas análises, as
respostas desses observadores às categorias de validação colocadas após a
finalização do uso do instrumento. As informações prestadas no espaço destinado à
inclusão de registros referentes a questionamentos, pontos de destaque, bem como
melhorias do processo, poderão ser analisadas qualitativamente, pois de acordo
Worthen, Sanders e Fitzpatrick (2004, p. 509), “poucos estudos de avaliação - ou
nenhum - seriam completos sem a inclusão de algumas informações qualitativas”.
A análise dos dados possibilitará que sejam respondidas as duas questões
avaliativas do estudo, permitindo também, recomendações à equipe gestora do Lab
de Educação, pois concorda-se com McCain (2016), quando diz que os resultados de
uma avaliação devem fornecer informações úteis a todos os interessados e aos
participantes individualmente.
A apresentação e discussão dos dados coletados no pré-teste realizado em
uma oficina e em um curso serão descritos no capítulo a seguir.
59

4 RESULTADOS, CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

Neste capítulo são descritos os resultados da análise de dados coletados, por


meio do processo de aplicação da lista de verificação em pré-teste realizado em dois
produtos educacionais do Lab de Educação da Casa Firjan.
Os resultados estão organizados de acordo com as categorias apresentadas
no instrumento: ambientação pedagógica, planejamento do curso, recursos
tecnológicos, metodologia de ensino, avaliação da aprendizagem, pesquisa de
satisfação e reunião de debriefing.
Em seguida, apresenta-se a validação final técnica e de conteúdo do
instrumento e, por fim, as conclusões tecidas para o estudo e as recomendações,
amparada pela a análise dos dados.

4.1 PRÉ-TESTE DO INSTRUMENTO

O pré-teste foi realizado com objetivo de avaliar se a lista de verificação,


construída pela autora e validada pelos quatro especialistas em avaliação,
apresentava linguagem, clareza, relevância, abrangência, padrões de desempenho,
organização, disposição gráfica adequada ao uso e, também, se o instrumento
avaliava aquilo que se propõem avaliar.
Segundo Widenfelt, Treffers, Beurs, Siebelink e Koudijis (2005) é de
fundamental importância que se faça o pré-teste antes da aplicação final de um
instrumento, pois é nesse momento que a público-alvo entra em contato com o
instrumento e possibilita ao pesquisador verificar se a tradução da escala pode ser
entendida e interpretada corretamente pelos respondentes. O pré-teste, além de
possibilitar ajustes e detecção de incoerências, pode aumentar a validade do
instrumento (WIDENFELT; TREFFERS; BEURS; SIEBELINK; KOUDIJIS, 2005).
Os procedimentos utilizados para a realização do pré-teste foram amparados
pela necessidade de os respondentes compreenderem e analisarem cada item do
instrumento, considerando as dificuldades de preenchimento, layout, instruções,
linearidade e principalmente o ambiente, no qual, o pré-teste será realizado. Sendo
assim, o respondente percorreu por toda a “jornada” de aplicação e validação da lista
de verificação.
A aplicação teste foi realizada no processo de acompanhamento pedagógico
de dois produtos educacionais, ofertados pelo Lab da Casa Firjan, sendo este:
60

 oficina de Scrum para Equipes Remotas que teve início em 08/03/2021 e


terminou em 17/03/2021 tendo a carga horária total de sete horas.
 curso de Fundamentos do Marketing Digital com início em 23/03/2021 e
término atualmente previsto para 06/05/2021, a depender das circunstâncias impostas
pela pandemia da COVID-19, com carga horária de 23 horas.
Para realizar o pré-teste foi convidado o pedagogo responsável pelo processo
de acompanhamento pedagógico do Lab de Educação da Casa Firjan. Buscando
manter o anonimato do respondente, este é identificado no decorrer do capítulo com
a sigla P2. Participou também da aplicação do instrumento a autora, sendo está
também pedagoga responsável pelo acompanhamento pedagógico do Lab de
Educação, identificada com a sigla P1.
Os docentes que passaram pelo processo de acompanhamento pedagógico
em suas turmas, serão reconhecidos no estudo a seguir, por D1, docente responsável
por ministrar a oficina e D2, responsável pelo curso.
A aplicação do pré-teste foi dividida em dois momentos, centrando-se nas
dimensões que norteiam o trabalho da equipe técnica e pedagógica: a construção do
produto educacional e o acompanhamento da prática pedagógica.

4.2 DIMENSÕES

A dimensão construção do produto educacional, foi composta por duas


categorias, sendo estas, ambientação pedagógica e planejamento do curso. Os
observadores (P1 e P2), realizaram a avaliação e os registros dessas etapas ao longo
dos encontros ocorridos na ambientação pedagógica.
Na dimensão acompanhamento da prática pedagógica, compostas por
categorias como, recursos tecnológicos, metodologia de ensino, avaliação da
aprendizagem, pesquisa de satisfação e reunião de debriefing, os respondentes,
realizaram as observações, in loco, ou seja, assistindo a prática pedagógica realizada
pelo docente em sala de aula.
Portanto, para consolidar essa etapa, o pré-teste foi conduzido de modo em
que o instrumento fosse preenchido de forma contínua, considerando desde o início
do processo de organização da oficina e do curso até a reunião final com o docente,
conhecida como Debriefing (reunião de alinhamento dos pós curso).
A seguir, para melhor explanação das análises dos dados coletados com a
61

aplicação do pré-teste, as subseções foram divididas de acordo com cada uma das
categorias do referido instrumento.

4.2.1 Categoria – Ambientação Pedagógica

Nessa categoria os observadores P1 e P2 analisaram aspectos inerentes ao


processo de ambientação pedagógica, que na oficina ocorreu ao longo do mês de
fevereiro e o curso no decorrer de março. Ambos docentes compareceram e
participaram de todos os encontros orquestrados pela equipe técnica e pedagógica,
mostrando-se abertos aos conhecimentos e procedimentos da instituição.
Observou-se que no decorrer do processo o D2 solicitou esclarecimentos
quanto a quesitos do planejamento do curso, buscando sanar dúvidas e inquietações:
“[...] recebi o planejamento (Canvas de construção do curso) e fiquei na dúvida se já
posso preencher ou se aguardo para construir coletivamente com a equipe?” (D2).
Tal questionamento faz com que se perceba, que embora o docente tenha
participado dos encontros iniciais que antecedem o de construção do curso, não houve
plena atenção aos avisos e orientações. Contudo registrou-se no campo aberto do
instrumento, pontos de melhorias no processo de comunicação da equipe com o
docente, evitando, assim, equívocos sobre o que é orientado.

Quadro 8 - Análise – Ambientação Pedagógica


Oficina Curso
Indicador Itens Padrões Padrões
Sim Não Sim Não
1.1 Participação do docente 1.1.1 O (a) Docente participou da
P1 P1
nos processos de ambientação pedagógica da Casa
P2 P2
Ambientação pedagógica Firjan?
1.2.1 Durante a ambientação
metodológica, o (a) docente se
1.2 Uso de metodologias P1 P1
mostrou aberto (deu evidências)
ativas de aprendizagem P2 P2
para o uso das metodologias
ativas em suas aulas?
1.3.1 O (a) docente tirou dúvidas,
apresentou sugestões ou solicitou
1.3 Interação com a Equipe P1 P1
orientação sobre os processos
técnica e pedagógica P2 P2
implementados por meio da
Ambientação Pedagógica?
Fonte: A autora (2021).
62

4.2.2 Categoria – Planejamento do Curso

A etapa do planejamento do curso é construída coletivamente entre docente e


equipe e normalmente ocorre a partir do segundo encontro, dividindo-se em dois
momentos. No primeiro momento são passadas orientações teóricas sobre o
planejamento que, de acordo com (LIBÂNEO, 1994, p. 222), “não se reduz ao simples
preenchimento de formulários para controles administrativos; é, antes, a atividade
consciente de previsão das ações docentes [...]”. No segundo momento inicia-se a o
processo de construção do curso onde o docente começa a definir, os conteúdos,
conhecimentos que serão abordados no curso e o rumo a ser dado à sua prática
pedagógica.

Quadro 9 - Análise – Planejamento do Curso


Oficina Curso
Indicador Itens Padrões Padrões
Sim Não Sim Não
2.1.1 O (a) docente elaborou o
P1 P1
curso utilizando o Canvas de
P2 P2
Construção do Curso?
2.1.2 O (a) docente preencheu
2.1 Construção da todas as etapas que compõem P1 P1
proposta do curso o desenvolvimento e P2 P2
utilizando o Canvas construção do Curso?
2.1.3 O (a) docente entregou o
Canvas preenchido dentro do P1 P1
prazo estipulado pela equipe P2 P2
técnica e pedagógica?
2.2.1 O (a) Docente
apresentou o plano de aula P1 P1
para a equipe técnica e P2 P2
pedagógica?
2.2.2 O conteúdo e a
metodologia utilizados estão de P1 P1
acordo com o objetivo de P2 P2
2.2 Apresentação do
aprendizagem?
plano de aula
2.2.3 O Plano de aula foi
desenvolvido em consonância
com os critérios de
P1 P1
detalhamento das atividades,
P2 P2
dos resultados esperados, dos
materiais e recursos
tecnológicos utilizados?
(Continua)
63

(Conclusão)
Oficina Curso
Indicador Itens Padrões Padrões
Sim Não Sim Não
2.2.4 Após a construção do
plano de aula o docente enviou
as tarefas semanais com
P1 P1
antecedência para que a
P2 P2
equipe técnica e pedagógica
pudesse inseri-las no ambiente
2.2 Apresentação do virtual de aprendizagem?
plano de aula 2.2.5 O plano de aula
P1 P1
contempla a avaliação de
P2 P2
aprendizagem?
2.2.6 O plano de aula
atualizado foi enviado para a P1 P1
equipe técnica e pedagógica P2 P2
antes do início do curso?
2.3.1 O (a) docente enviou
2.3 Apresentação em para análise a apresentação P1 P1
PowerPoint em PowerPoint das aulas do P2 P2
curso?
2.4 Coerência do
2.4.1 O Plano de aula é
Canvas de Construção P1 P1
coerente com o Canvas de
do Curso com o Plano P2 P2
construção do Curso?
de aula
Fonte: A autora (2021).

Nesse processo, foi possível perceber que o docente D1, responsável por
ministrar a oficina, não encontrou dificuldades para realizar todas as etapas inerentes
ao planejamento, realizando as entregas no prazo e em consonância com a
metodologia proposta e orientações recebidas. Porém, observou-se que o docente
D2, responsável por ministrar o curso, apresentou dificuldades na construção do
mesmo, visto que não conseguiu preencher de forma clara e concisa as algumas das
etapas do Canvas, que culminou no atraso da entrega do referido documento,
impactando no cronograma do planejamento e nas demais entregas como a do plano
de aula, por exemplo.
Importante destacar nesse ponto que o P2, ao longo do preenchimento do
instrumento, vislumbrou a oportunidade de centralizar todas as informações inerentes
ao curso e oficina em um só documento. Sendo assim, o avaliador ampliou a finalidade
do instrumento, de modo a não só incluir comentários sobre o observado por ele nos
itens constantes na lista de verificação, mas também o que foi registrando no
acompanhamento das aulas, opiniões de alunos relatados na Pesquisa de Satisfação
e dos professores na reunião final.
64

Desse modo, esse instrumento único nortearia toda a trajetória do curso e


oficina e serviria não somente para o acompanhamento da ambientação pedagógica
e das aulas, mas também como fonte de análise qualitativa para as próximas turmas
e para fins de auditorias futuras.
Em síntese, o instrumento cumpre o seu papel, mas também permite que se
acrescente mais informações por meio de seu campo aberto. Pelo fato de que seu
preenchimento ocorreu de forma on-line, permitiu-se então que informações fossem
adicionadas, copiadas e coladas, de outras fontes como a pesquisa de satisfação, por
exemplo.
Sendo assim, no decorrer do planejamento foi possível registrar no campo
aberto do instrumento relatos da reunião de debriefing como:
“O processo de construção do curso é demorado, porém válido, mas acho muito
longo, com muitas reuniões, de 2h, 1h30min.” (D2)
“[...] Muitos documentos a serem preenchidos.” (D2)
“Os dois materiais são iguais – Canvas e plano de aula, ou um ou outro.” (D2)

4.2.3 Categoria – Recurso Tecnológico

Na presente categoria, os observadores puderam registrar no decorrer do


acompanhamento da prática pedagógica realizado in loco, ou seja, no processo de
observação das aulas, que os docentes D1 e D2 fizeram o uso de diferentes recursos
tecnológicos, adequando seus usos a cada atividade e/ou aos objetivos de
aprendizagem.

Quadro 10 - Análise – Recursos Tecnológicos


Oficina Curso
Indicador Itens Padrões Padrões
Sim Não Sim Não
3.1.1 O (a) docente apresentou
alguma dificuldade de acesso P1 P1
3.1 Utilização de
ou de utilização de recursos P2 P2
ferramentas
tecnológicos?
tecnológicas
3.1.2 O (a) docente utilizou
disponibilizadas para a
recursos tecnológicos com o
apresentação/utilização P1 P1
objetivo de amparar o processo
nas aulas P2 P2
de ensino aprendizagem dos
alunos?
(Continua)
65

(Conclusão)
Oficina Curso
Indicador Itens Padrões Padrões
Sim Não Sim Não
3.2.1 Os recursos tecnológicos
P1 P1
utilizados pelo docente foram
3.2 Adequação da P2 P2
adequados à cada atividade?
ferramenta utilizada
3.2.2 A ferramenta utilizada P1 P1
cumpriu o seu propósito? P2 P2
3.3.1 O (a) Docente explicou
ou disponibilizou um tutorial P1 P1
3.3 Aplicação e antes de utilizar as ferramentas P2 P2
eficiência da na aula?
ferramenta utilizada 3.3.2 Os alunos conseguiram
P1 P1
se apropriar e utilizar as
P2 P2
ferramentas com facilidade?
Fonte: A autora (2021).

Os dados coletados por meio do campo aberto ao final do instrumento


evidenciaram a qualidade do uso das ferramentas tecnológicas. Os docentes
mostraram domínio, diversidade, recursos inovadores, deixando transparente o
impacto desses no processo de ensino e aprendizagem dos alunos.
Alguns dos registros são reproduzidos a seguir:
“O Docente (D2) demonstrou ter domínio do conteúdo, além disso, utilizou
ferramentas tecnológicas tendo por objetivo dinamizar o processo de ensino e
aprendizagem dos alunos.” (P2)
“Docente (D1) disponibilizou tutorial de todas as ferramentas utilizadas
previamente, para que os alunos pudessem se apropriar antes do uso.” (P2)
“O Docente (D1) trouxe para oficina uma ferramenta de extrema relevância para
medir o nível de engajamento da turma, chamada funretro, ferramenta de perguntas
e respostas anônimas” (P1)
“Criou dinâmicas com uso do Mural (mural virtual colaborativo) para engajar e
criar senso de colaboração entre os alunos.” (P1)
Após a análise dos dados da Pesquisa de Satisfação referente à oficina,
percebe-se que mesmo com a disponibilização de tutorias para que os alunos possam
se ambientar com os recursos tecnológicos utilizados em aula, surgem dúvidas e
questionamentos sobre seus usos. O relato a seguir foi registrado no instrumento
como forma de evidenciar pontos de atenção no processo pelo pedagogo (P1) vindo
de alunos no momento de feedback:
66

No curso são usados Trello, Miro e Easy Retro, mas em momento


algum é dito que isso é um pré-requisito. Os tutoriais disponibilizados
não habilitam o aluno a participar ativamente dos exercícios. A carga
horária é insuficiente para que se possa realmente treinar a
metodologia. Poderiam ser usados outros exemplos que não
aplicativo, pois isso não é a realidade da maioria dos alunos. Essas
metodologias partiram de TI, o professor é de TI, mas os alunos
precisam de outros exemplos. Professor bastante disponível e
atencioso. (A1)

“[...] Também deveria ter um suporte maior para uso das ferramentas digitais
propostas.” (A2)

4.2.4 Categoria – Metodologia de Ensino

Essa etapa consistiu na análise de dados referentes ao processo de


incorporação da metodologia de ensino utilizada pela Casa Firjan, conforme descrito
no Capítulo 2.
Os observadores puderam avaliar por meio do processo de observação em sala
de aula, que as atividades, dinâmicas e avaliações, colocaram o aluno como
protagonista da sua aprendizagem e que o docente exerceu o papel de apoiador,
atuando como curador de conteúdo, mediando e facilitando a jornada de
aprendizagem dos alunos.
É importante destacar nesse processo que, embora tenha ocorrido dificuldades
na condução do planejamento do curso, o docente D2 conduziu com maestria o
processo de ensino por meio de experiências significativas, incentivando o aluno a
construir seu próprio conhecimento.
Pode-se observar que o docente D1 fez uso de diversas estratégias de
aprendizagem, que amparadas por recursos tecnológicos, foi o diferencial para a
condução e percurso da aprendizagem. Destaca-se, então, estratégias ativas, como
atividades entre pares, projetos com foco na metodologia ágil e momentos
colaborativos mediados por aquários online (método de fala colaborativa).
67

Quadro 11 - Análise – Metodologia de Ensino


Oficina Curso
Indicador Itens Padrões Padrões
Sim Não Sim Não
4.1.1 O (a) docente demonstrou ter
P1 P1
assimilado o que são metodologias
P2 P2
ativas de aprendizagem?
4.1.2 O (a) docente propôs
4.1 Uso da P1 P1
estratégias de ensino
metodologia ativa de P2 P2
diversificadas, ativas e criativas?
aprendizagem
4.1.3 As metodologias utilizadas
pelo (a) docente, colocam o aluno P1 P1
como protagonista do processo de P2 P2
aprendizagem?
4.2.2 As atividades e dinâmicas
propostas em sala de aula
P1 P1
privilegiam a autonomia e
P2 P2
participação (iniciativa e
proatividade) do aluno?
4.2.3 O (a) docente correlaciona as
atividades de aprendizagem com
4.2 Implementação P1 P1
situações cotidianas/casos reais,
de atividades ativas P2 P2
potencializando a aprendizagem
significativa e ativa?
4.2.4 As tarefas e atividades são
adequadas às necessidades
P1 P1
individuais dos alunos, permitindo
P2 P2
uma aprendizagem mais
personalizada para todos?
4.3.1 O (a) docente é pontual, ou
seja, respeita o acordo de chegar P1 P1
com 15 minutos de antecedência à P2 P2
sala (on-line/presencial)?
4.3.2 O (a) apresenta aos alunos
P1 P1
de forma clara o objetivo de
P2 P2
aprendizagem do curso?
4.3.3 O (a) Docente apresenta aos
4.3 Condução da alunos de forma clara os
P1 P1
prática pedagógica conteúdos que serão abordados ao
P2 P2
longo do processo de
aprendizagem?
4.3.4 O (a) inicia a aula realizando
um resumo ou debate sobre o
conteúdo previamente P1 P1
disponibilizado no ambiente virtual P2 P2
de aprendizagem com o intuito de
potencializar o aprendizado ativo?
(Continua)
68

(Conclusão)
Oficina Curso
Indicador Itens Padrões Padrões
Sim Não Sim Não
4.3.5 O (a) Docente estabelece
integração entre o que foi
P1 P1
planejado no plano de aula e com
P2 P2
o que está sendo trabalhado com
os alunos?
4.3.6 O (a) Docente promove a
mediação da aprendizagem,
P1 P1
auxiliando o aluno no
P2 P2
desenvolvimento e na construção
de conhecimentos?
4.3.7 O (a) Docente apresenta P1 P1
domínio do conteúdo? P2 P2
4.3.8 O (a) Docente busca
P1 P1
informações sobre o conteúdo
P2 P2
caso não o domine?
4.3.9 Ao final das atividades o (a)
4.3 Condução da docente realiza feedbacks
prática pedagógica coletivos estimulando os alunos a P1 P1
discutirem a atividade, os pontos P2 P2
de atenção e melhoria e a avaliar o
que acharam das mesmas?
4.3.10 O (a) Docente respeita o
tempo de aprendizagem dos
P1 P1
alunos, em relação às atividades
P2 P2
realizadas em aula e explanação
do conteúdo?
4.3.11 No final da aula, o (a)
docente recapitula os principais
aspectos apresentados na aula,
fala sobre pontos que serão
P1 P1
abordados na próxima aula e/ou
P2 P2
sobre o conteúdo que será
disponibilizado previamente no
ambiente virtual de aprendizagem
para ser estudado?
4.4.1 O (a) Docente promove clima
de acolhimento adequadamente P1 P1
afetivo e de leveza nas interações P2 P2
como os alunos?
4.4 Interação com os 4.4.2 O (a) Docente estimula os
P1 P1
alunos alunos a se posicionarem de forma
P2 P2
ativa, crítica e reflexiva?
4.4.3 O (a) Docente possui escuta
P1 P1
ativa diante das dúvidas e
P2 P2
sugestões dos alunos?
Fonte: A autora (2021).
69

4.2.5 Categoria – Avaliação da Aprendizagem

A interpretação dos dados contidos na lista de verificação, referente ao


processo de avaliação da aprendizagem, permite afirmar que todas os itens foram
atendidos satisfatoriamente.
Contudo, ressalta-se ainda que em casos específicos como oficina e
masteclass, o indicador pode ser desconsiderado da pontuação final do instrumento.
Porém, observa-se pelo registro feito que o docente D1, responsável por ministrar a
oficina, não adotou a metodologia de rubricas de avaliação para as atividades, mas
considerou o processo de avaliação como meio de evidenciar processo formativo do
aluno. Sendo assim, utilizou-se da atividade como meio de avaliar a jornada do aluno
na oficina, ou seja, as dinâmicas e atividades foram pensadas com o objetivo de
avaliar se o aluno atingiu o objetivo de aprendizagem, de modo a coletar evidências
do percurso.
A seguir, relatos do registro de acompanhamento:
“O docente (D2) realizou avaliações ativas e criativas de forma bastante
orgânica, potencializando o protagonismo dos alunos, de forma a se sentirem
estimulados a se posicionarem de forma crítica e reflexiva. (P2)
“O docente (D1) conduziu o processo avaliativo da turma, por meio de
atividades e dinâmicas que somava pontos ao final.” (P1)

Quadro 12 - Análise – Avaliação da Aprendizagem


Oficina Curso
Indicador Itens Padrões Padrões
Sim Não Sim Não
5.1.1 O (a) docente construiu uma
rubrica de avaliação para cada
avaliação ou atividade que tivesse
como objetivo a pontuação do
P1 P1
aluno no curso?
P2 P2
(Em caso de acompanhamento de
oficina e masterclass,
5.1 Utilização da desconsiderar esse indicador para
Rubrica de pontuação)
Avaliação 5.1.2 O (a) Docente Estabelece
critérios de avaliação coerentes,
claros e justificados para os
alunos? P1 P1
(Em caso de acompanhamento de P2 P2
oficina e masterclass,
desconsiderar esse indicador para
pontuação)
70

Oficina Curso
Indicador Itens Padrões Padrões
Sim Não Sim Não
5.2.1 O (a) Docente realiza
avaliações ativas e criativas, de
acordo com as orientações
pedagógicas? P1 P1
(Em caso de acompanhamento de P2 P2
oficina e masterclass,
desconsiderar esse indicador para
pontuação)
5.2.2 O (a) Docente desenvolve a
5.2 Aplicação de avaliação com o objetivo de avaliar
Avaliações se o aluno atingiu o objetivo de
inerentes a aprendizagem? P1 P1
proposta da (Em caso de acompanhamento de P2 P2
metodologia Ativa oficina e masterclass,
desconsiderar esse indicador para
pontuação)
5.2.3 A avaliação proposta, ajuda o
docente a coletar evidências sobre
a aprendizagem dos alunos?
P1 P1
(Em caso de acompanhamento de
P2 P2
oficina e masterclass,
desconsiderar esse indicador para
pontuação)
Fonte: A autora (2021).

4.2.6 Categoria – Pesquisa de Satisfação

A análise do instrumento permitiu observar que os itens foram atendidos de


forma satisfatória.
É importante informar que devido à pandemia do coronavírus, não foi possível
acompanhar essa etapa referente ao curso. O lockdown ou regime de confinamento
que ocorreu durante 10 dias a partir de 26/03/2021, comprometeu drasticamente o
cronograma de término do curso. Esse evento impactou diretamente o
acompanhamento pedagógico em razão da necessidade de conclusão deste estudo
avaliativo.
71

Quadro 13 - Análise – Pesquisa de Satisfação


Oficina Curso
Indicador Itens Padrões Padrões
Sim Não Sim Não
6.1.1 O (a) Docente estimulou
6.1 Engajamento da P1
os alunos a responderem a
Pesquisa de Satisfação P2
pesquisa de satisfação?
6.1.2 O (a) Docente aplicou a
pesquisa de Satisfação do P1
6.2
Aluno no último dia de aula do P2
Realização de
curso/oficina/masterclass?
aplicação do
6.2.1 O (a) Docente forneceu
questionário pelo
tempo suficiente (desejável de P1
docente
15 minutos) para que os alunos P2
respondessem a pesquisa?
6.3 Preenchimento do
6.3.1 Todos os alunos P1
questionário pelos
responderam à pesquisa? P2
alunos
6.4.1 O nível de satisfação dos
alunos com o curso foi alto ou
mediano? Indique no campo
aberto ao final do instrumento
6.4 Nível de satisfação P1
se o nível de satisfação foi
do aluno P2
abaixo de 60% se os alunos
apontaram algum motivo
específico para justificar tal
avaliação.
Fonte: A autora (2021).

A equipe técnica e pedagógica, com base nos dados analisados pela pesquisa
de satisfação do aluno, mapeou o índice de satisfação em relação à oficina. Foram
registrados 15 respondentes sendo seis homens e oito mulheres. De acordo com os
critérios de qualidade, a oficina atingiu 0,89 de satisfação.
Seguem registros de comentários de alunos sobre a oficina:
“Excelente curso. O professor é sensacional. Seria perfeito se tivesse mais um
dia de duração”. (A3)
“O curso foi curso foi muito bom e ficou perfeito no formato on-line. A interação
dos times no Zoom foi muito boa”. (A4)
“Não informaram que era necessário tempo além das aulas ao vivo, o que
prejudicou um bocado o meu desempenho. Poderia ter me preparado melhor se
soubesse que o curso necessitava de dedicação on-line e off-line”. (A5)
“Minha principal sugestão é que seja informado desde o início que a oficina
pede disponibilidade para além do horário das aulas. E que informem corretamente o
canal de comunicação prioritário (que acabou sendo o whatsapp; não o google
72

classroom)”. (A6)
“Poderia ter pelo menos mais um dia para estudo de casos e outras abordagens
pedagógicas”. (A7)

No curso são usados Trello, Miro e Easy Retro, mas em momento


algum é dito que isso é um pré-requisito. Os tutoriais disponibilizados
não habilitam o aluno a participar ativamente dos exercícios. A carga
horária é insuficiente para que se possa realmente treinar a
metodologia. Poderiam ser usados outros exemplos que não
aplicativo, pois isso não é a realidade da maioria dos alunos. Essas
metodologias partiram de TI, o professor é de TI, mas os alunos
precisam de outros exemplos. Professor bastante disponível e
atencioso. (A8)

Com base nessas opiniões e demais dados analisados na pesquisa, observou-


se pontos de melhorias que foram trabalhados juntamente com o docente na reunião
de debriefing.
Em virtude do que foi evidenciado, percebe-se que o instrumento cumpriu com
o que se propõe, sendo capaz de coletar informações importantes sobre o processo
de pesquisa de satisfação do aluno. Pode-se analisar que o docente D1 compreendeu
a importância desse processo e realizou todo o protocolo solicitado pela equipe, ou
seja, engajando os alunos para o preenchimento, disponibilizando o tempo ao final da
oficina para que todos pudessem responder ao questionário. Em consequência disso,
vê-se que este movimento gerou impacto diretamente no resultado final, pois foi
possível identificar que os 15 alunos matriculados na oficina responderam à pesquisa.
Ademais, convém destacar que a lista de verificação possibilitou o registro dos
relatos dos alunos oriundos da pesquisa de satisfação, de modo que, os observadores
P1 e P2 utilizaram o campo aberto ao final do instrumento para evidenciar os registros
em destaque sobre a oficina. Ambos não indicaram dificuldades quanto ao
preenchimento e ainda ampliaram o lastro de possibilidade de uso do instrumento.

4.2.7 Categoria – Reunião de Debriefing

Nessa categoria apresenta-se a última etapa de preenchimento do instrumento,


que ocorre após o término da oficina e análise de dados da pesquisa de satisfação do
aluno.
Tendo em vista os aspectos observados, por meio do registro no instrumento,
a seguir, percebe-se que todos os itens foram atendidos satisfatoriamente, atendendo
73

todas as etapas inerentes a reunião de Debriefing.


Os observadores registraram no campo aberto do instrumento pontos
importantes para revisão, coletados por meio da autoanalise realizada pelo docente
D1 e a pesquisa de satisfação, de modo a identificar pontos de destaque na
performance do docente e da turma, que serão incorporadas como estratégias de
melhorias na próxima oficina.

Quadro 14 - Análise – Reunião de Debriefing


Oficina Curso
Indicador Itens Padrões Padrões
Sim Não Sim Não
7.1.1 O (a) Docente realizou a
7.1 Autoavaliação do autoavaliação sobre a P1
docente condução e performance de P2
sua prática pedagógica?
7.2.1 O (a) Docente se sentiu
mais capacitado para a
P1
docência, após ter participado
7.2 Percepções do P2
da Ambientação Metodológica
docente sobre a
da Casa Firjan?
dinâmica e estrutura do
7.2.2 O (A) Docente apontou
curso
pontos positivos, negativos e P1
sugestões de melhorias para a P2
próxima turma?
Fonte: A autora (2021).

A seguir apresentam-se as considerações e feedbacks registrados na reunião


de debriefing pelo docente (D1) e incorporadas ao instrumento de avaliação:
“A carga horária da oficina deve ser revisada, devido a reclamação de alunos
quanto ao tempo curto para condução do conteúdo”.
“Organizar o tempo, para não extrapolar no horário de término das aulas”.
“Utilizar o aplicativo timebox para gestão do tempo da turma e dos grupos de
trabalho”.
“Trabalhar aspectos relacionados a estratégias ativas, como sala de aula
invertida no intuito de disponibilizar previamente os tutoriais dos aplicativos e recursos
tecnológicos”.

Percebi que a turma estava bastante interessada no conteúdo, e se


manteve participativa e colaborativa, responderam positivamente aos
estímulos e desenvolveram autonomia na gestão das “sprints”
(reunião de pessoas envolvidas no projeto).
74

“Pensei em modificar a dinâmica dos grupos. Cada grupo irá em um produto


para resolver o problema, assim fica mais fácil o engajamento”
“Percebi que tenho que transitar mais nos grupos. No on-line eles se perdem
um pouco e demoram nas entregas”.
Diante de tais relatos a equipe apresentou o parecer pedagógico em relação a
performance do docente ao longo da prática pedagógica da oficina e questionou se a
ambientação pedagógica, na qual participou ativamente, potencializou ou não essa
performance. Segundo o docente (D1):

A ambientação pedagógica foi de fundamental importância para o


aprimoramento da minha prática pedagógica. Embora eu já fosse
docente, senti na prática que as considerações emitidas pela equipe,
potencializou a minha performance em sala de aula, além de me
ajudar a pensar estratégias ativas inovadoras e que fizessem sentido
para os alunos.

“Sempre tive dificuldades em fazer um plano de aula objetivo e coeso e pude


aprender aqui, um passo a passo que servirá para aplicar em outras instituições”.
“Só destaco a questão do tempo, que ao mesmo tempo é bastante por conta
das reuniões de mais de 1h, mas senti falta de mais conteúdo sobre a metodologia
ativa. Conhecer mais estratégias de engajamento”.
Levando-se em consideração os aspectos observados acima, o instrumento foi
preenchido em todas as etapas não havendo dificuldade por parte dos observadores.
Ao se examinarem alguns itens, verificou-se a necessidade de registrar os relatos
expostos pelo docente e dos alunos que fizeram parte da oficina, com o objetivo de
gerar um relatório completo da “jornada” de atuação do docente.
O instrumento permitiu que não somente fosse avaliada a atuação do docente
em todas as etapas do debriefing, como também o registro formal de evidências que
caracterizaram a lista de verificação como um relatório único que se faz necessário
para a condução finalística da turma.

4.3 VALIDAÇÃO FINAL TÉCNICA E DE CONTEÚDO

Conforme descrito no capítulo anterior, para que o instrumento construído


nesse estudo fosse considerado válido e confiável, o mesmo foi submetido à validação
técnica e de conteúdo de quatro especialistas, que com larga experiência docente e
75

em construção e validação de instrumentos avaliativos, aprovaram o referido


instrumento, após a realização de alguns ajustes.
Em um segundo momento, o instrumento foi novamente submetido ao processo
de validação técnica e de conteúdo por meio de pré-teste realizado in loco pelos
próprios membros da equipe técnica e pedagógica da Casa Firjan. A análise das
informações apresentadas nas seções anteriores desse capítulo permite constatar a
adequação do instrumento construído, visto que os observadores (P1 e P2) avaliaram
positivamente em relação aos aspectos inerentes à linguagem, clareza, relevância,
abrangência, padrões de desempenho, organização e disposição gráfica.
A aplicação do pré-teste resultou na consolidação final do instrumento de
avaliação e conclusão do processo de validação previsto para o estudo avaliativo. Não
havendo mudanças significativas no instrumento, mas sim, pequenas sugestões que
foram acatadas.
A seguir, o Quadro 15 apresenta as respostas dos observadores (P1 e P2) aos
critérios no qual se embasam a validação técnica e de conteúdo do instrumento neste
estudo avaliativo e, também, os comentários por eles realizados no espaço destinado
às suas observações.

Quadro 15 - Critérios para validação técnica e de conteúdo do instrumento


Critério/ Item Sim Não Observações
1. Linguagem
A linguagem adotada no P1
instrumento é adequada ao P2
público-alvo?
2. Clareza P2 - O instrumento em questão se
Os indicadores e instruções mostra inteligível, fácil de ser
contidos no instrumento compreendido e acessível.
P1
possibilitam a total compreensão
P2
do que deve ser observado pela P2 - As etapas percorridas, trazem
equipe técnica e pedagógica fluidez ao processo de preenchimento.
durante o seu preenchimento?
(Continua)
76

(Conclusão)
Critério/ Item Sim Não Observações
P2 – O instrumente se faz de extrema
relevância para o processo de
acompanhamento pedagógico, tanto
do docente como para se ter um olhar
holístico dos alunos e do processo de
3. Relevância aprendizagem.
Todos os indicadores são P1
importantes na respectiva P2 P2 - O preenchimento do instrumento,
categoria? funciona como uma espécie de guia, no
qual, é possível verificar todas as
etapas inerentes ao acompanhamento
pedagógico, sem que se esqueça de
identificar questões de suma
importância no ato da observação.
P1 – Inserir cabeçalho com os dados
básicos sobre o curso e a turma.
4. Abrangência P2 – Sugestão, inserir dados iniciais no
Os indicadores são suficientes instrumento, como por exemplo: nome
P1
para atender os objetivos do do produto educacional, nome do
P2
instrumento e responder às docente, quantitativo de alunos na
questões avaliativas? turma... ou seja, informações básicas
para manuseio do instrumento pós
término do curso/oficina.
5. Padrões de Desempenho P1 – Sim, pois caso haja a
Os padrões de desempenho necessidade de especificar, detalhar
P1
utilizados (sim/não) são ou pontuar alguma questão, é possível
P2
adequados ao objetivo do fazer no campo aberto, disponível ao
instrumento? final do instrumento.
6. Organização
A organização dos indicadores nas
P1
categorias se encontra
P2
ordenada de forma adequada ou
lógica?
P1 – Ao aplicar o instrumento
percebeu-se a linearidade dos
indicadores.
7. Disposição gráfica P2 - A disposição dos indicadores,
A disposição dos indicadores e das P1 funcionam como um storytelling, ou
categorias no instrumento é P2 seja, conforme realiza-se o
harmoniosa? preenchimento do instrumento,
percebe-se a narrativa dos eventos, a
linearidade que os fatos deverão
ocorrer.
Fonte: A autora (2021).

Em vista dos argumentos evidenciados, é possível afirmar que o instrumento


de avaliação construído foi aprovado e que agrupa as características adequadas e
necessárias para que seja efetivada uma avaliação eficaz, coerente e de acordo com
as peculiaridades das diretrizes metodológicas e operacionais do Lab de Educação
77

da Casa Firjan.
Ademais, conclui-se que a finalidade do referido instrumento, que inicialmente
se ateve ao acompanhamento da prática docente, foi ampliada sob a perspectiva de
ser também um relatório único que reunisse registros e relatos dos docentes e alunos
para que, assim, pudessem ser consolidados, consultados e analisados em um único
instrumento. Em consequência disso, gera-se a facilidade e agilidade na coleta de
dados futuros para que a equipe gestora possa avaliar aspectos somente da qualidade
do processo pedagógica em uma turma, mas também, por exemplo, a permanência
do produto educacional ao não em seu portfólio.

4.4 CONCLUSÕES

Os resultados obtidos no processo de validação por especialistas e


consumidores do instrumento proposto para avaliação da construção do produto
educacional e do acompanhamento da prática docente, evidenciaram que o
instrumento é adequado para avaliar o processo de ambientação pedagógica
ministrada aos docentes da Casa Firjan.
Tendo em vista aspectos observados, o presente estudo também evidenciou
que o instrumento atende às necessidades dos consumidores, equipe técnica e
pedagógica, por sua aderência ao processo metodológico e por apresentar
características que lhe conferem qualidade técnica, relevância e praticidade de
preenchimento.
Dado o exposto, é possível responder de forma positiva às duas questões
avaliativas apresentadas no Capítulo 1 e concluir que a ambientação pedagógica é
uma estratégia que atinge os objetivos delineados no que se refere a capacitação do
corpo docente para ministrar conteúdo inovadores e pautados em estratégias ativas.
Além disso, reuniu-se evidências de que o instrumento de avaliação elaborado possui
a qualidade almejada para ser uma excelente ferramenta de avaliação na identificação
do planejamento de aulas criativas e ativas.
Em decorrência do que foi apresentado, conclui-se, então, que o instrumento
permitiu observar que:
 Considerando a metodologia proposta pelo Lab de Educação da Casa Firjan,
o processo de ambientação pedagógica contribuiu satisfatoriamente no
desenvolvimento e aplicação da mesma pelo corpo docente.
78

 Tendo em vista a necessidade de construção de produtos educacionais e


planejamento dos mesmos, o processo de ambientação pedagógica contribuiu
satisfatoriamente para o desenvolvimento dessa etapa pelo corpo docente.
 O processo de ambientação pedagógica contribuiu satisfatoriamente para
que o docente pudesse lançar mão de ferramentas e recurso tecnológicos para
potenciar as aulas. Além de construir avaliação com critérios claros e assertivos,
possibilitando ao aluno clareza do caminho que deverá percorrer.
 O processo de ambientação pedagógica contribuiu satisfatoriamente para
que os docentes observados se percebessem, mais preparados para a docência e
pudesse fazer uma autoavaliação de toda a jornada percorrida enquanto docente do
curso ou oficina.
 Em face dos dados apresentados, foi possível observar que o instrumento
expandiu sua finalidade inicial, se caracterizando também como um relatório único de
registro e análise sobre a turma.
Em seguida, após concretizar as análises deste estudo avaliativo, cabe
apresentar recomendações para equipe de gestores do Lab de Educação da Casa
Firjan.

4.5 RECOMENDAÇÕES

Embora os resultados obtidos no estudo tenham mostrado a contribuição


satisfatória do instrumento no processo de avaliação da ambientação pedagógica e
capacitação do corpo docente, cabe apresentar as seguintes recomendações para
equipe de gestores do Lab de educação da Casa Firjan:
 Visando possibilitar uma adequada aplicação do instrumento, recomenda-se
a adoção da lista de verificação para avaliação do acompanhamento da prática
pedagógica em todos os produtos educacionais ofertados pelo Lab de Educação da
Firjan.
 Recomenda-se que a equipe técnica e pedagógica tenha como praxe
evidenciar no campo aberto de forma descritiva, toda e qualquer questão que julgue
importante para que se tenha base qualitativa no momento de dar feedback ao
docente.
 Após o preenchimento do instrumento, recomenda-se que a equipe técnica e
pedagógica elabore um relatório com evidências do progresso e performance do
79

docente e da turma para que se possa atuar diretamente nos pontos de melhorias.
 Recomenda-se que a equipe técnica e pedagógica possa atualizar de tempos
em tempos os itens do instrumento de acordo com a evolução das demandas,
inovações, tecnologias, metodologias e diretrizes da instituição.
 Recomenda-se aos gestores responsáveis pelo Lab de Educação, que
reflitam sobre a possibilidade de elaborar um curso de metodologias ativas visando a
qualificação continua e permanente dos docentes. O curso visaria promover o
desenvolvimento de uma formação amparada pelas metodologias ativas para que os
docentes que possam desenvolver e ministrar cursos e oficinas que atendam cada
vez mais às inovações e transformações do mercado de trabalho. A proposta é que
ao término do curso de metodologias ativas, o docente tenha mais clareza no
planejamento das aulas e de quais estratégias, recursos didáticos e tecnológicos
precisarão utilizar para estimular a aquisição do conhecimento pelo aluno.
80

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APÊNDICES
85

APÊNDICE A - Ficha de Avaliação para o Acompanhamento da Prática Docente

Prezadas Equipes Técnica e Pedagógica,

A ficha de avaliação para acompanhamento da prática docente deve ser preenchida


ao longo da “jornada” de atuação do docente na Casa Firjan. O primeiro momento que
você deverá analisar são as etapas da construção do produto educacional.
Em seguida, deverá escolher duas aulas – preferencialmente a primeira e a última –
para acompanhar a prática pedagógica e a evolução do processo de aprendizagem
do aluno.
Abaixo seguem orientações fundamentais para o processo de acompanhamento da
prática docente:
Antes Durante Depois
 Agende um momento para
 Leve a ficha de
o feedback junto ao
 Antes de realizar a avaliação para melhor
docente.
observação, conduzir a
 Explique suas anotações
combine com o observação.
detalhadamente, deixando
docente e  Anote pontos cruciais
que ele opine e esclareça
explique qual é o da observação.
os pontos que considerar
objetivo da  Lembre-se que o seu
necessários.
avaliação e como papel é o de
 Destaque os pontos
será conduzida. observador e, sendo
positivos da aula e caso
 Tenha em mãos o assim, deve-se
haja algum ponto de
Plano de Aula do manter discreto e
melhoria, proponha que as
curso. evitar interrupções
soluções sejam construídas
desnecessárias.
em conjunto.
Com base no acompanhamento da prática docente, assinale sim ou não. Em seguida,
relate todas as suas considerações no espaço indicado ao final da ficha.
Se sua resposta for NÃO, especifique o porquê no campo aberto para comentários ao
final do instrumento.

Produto Educacional:
(ex: Curso de oratória)
Docente:
(ex: José da Silva)
Quantidade de alunos na turma:
(ex: 20 alunos)
Data do 1º acompanhamento:
(ex: 20/02/2021)
Data do 2º acompanhamento:
(ex: 30/02/2021)
Nome do respondente responsável:
(ex: Maria da Silva)
Pontuação final:
(Ex: 50 pontos - Muito satisfatótio)
86

Padrões
Categoria indicador Itens
Sim Não
1.1 Participação do docente
nos processos de 1.1.1 O (a) Docente participou da ambientação pedagógica da Casa Firjan?
1. Ambientação pedagógica
Ambientação 1.2 Uso de metodologias 1.2.1 Durante a ambientação metodológica, o (a) docente se mostrou aberto (deu
Pedagógica ativas de aprendizagem evidências) para o uso das metodologias ativas em suas aulas?
1.3 Interação com a Equipe1.3.1 O (a) docente tirou dúvidas, apresentou sugestões ou solicitou orientação
técnica e pedagógica sobre os processos implementados por meio da Ambientação Pedagógica?
2.1.1 O (a) docente elaborou o curso utilizando o Canvas de Construção do Curso?
2.1 Construção da proposta 2.1.2 O (a) docente preencheu todas as etapas que compõem o desenvolvimento
do curso utilizando o e construção do Curso?
Canvas 2.1.3 O (a) docente entregou o Canvas preenchido dentro do prazo estipulado pela
equipe técnica e pedagógica?
2.2.1 O (a) Docente apresentou o plano de aula para a equipe técnica e
pedagógica?
2.2.2 O conteúdo e a metodologia utilizados estão de acordo com o objetivo de
aprendizagem?
2.2.3 O Plano de aula foi desenvolvido em consonância com os critérios de
2. detalhamento das atividades, dos resultados esperados, dos materiais e recursos
2.2 Apresentação do plano tecnológicos utilizados?
Planejamento
de aula
do curso 2.2.4 Após a construção do plano de aula o docente enviou as tarefas semanais
com antecedência para que a equipe técnica e pedagógica pudesse inseri-las no
ambiente virtual de aprendizagem?
2.2.5 O plano de aula contempla a avaliação de aprendizagem?
2.2.6 O plano de aula atualizado foi enviado para a equipe técnica e pedagógica
antes do início do curso?
2.3 Apresentação em 2.3.1 O (a) docente enviou para análise a apresentação em PowerPoint das aulas
PowerPoint do curso?
2.4 Coerência do Canvas
de Construção do Curso 2.4.1 O Plano de aula é coerente com o Canvas de construção do Curso?
com o Plano de aula
87

Padrões
Categoria indicador Itens
Sim Não
3.1 Utilização de 3.1.1 O (a) docente apresentou alguma dificuldade de acesso ou de utilização de
ferramentas tecnológicas recursos tecnológicos?
disponibilizadas para a
3.1.2 O (a) docente utilizou recursos tecnológicos com o objetivo de amparar o
apresentação/utilização nas
processo de ensino aprendizagem dos alunos?
aulas
3. Recursos
3.2.1 Os recursos tecnológicos utilizados pelo docente foram adequados à cada
tecnológicos 3.2 Adequação da
atividade?
ferramenta utilizada
3.2.2 A ferramenta utilizada cumpriu o seu propósito?
3.3.1 O (a) Docente explicou ou disponibilizou um tutorial antes de utilizar as
3.3 Aplicação e eficiência
ferramentas na aula?
da ferramenta utilizada
3.3.2 Os alunos conseguiram se apropriar e utilizar as ferramentas com facilidade?
4.1.1 O (a) docente demonstrou ter assimilado o que são metodologias ativas de
aprendizagem?
4.1 Uso da metodologia
4.1.2 O (a) docente propôs estratégias de ensino diversificadas, ativas e criativas?
ativa de aprendizagem
4.1.3 As metodologias utilizadas pelo (a) docente, colocam o aluno como
protagonista do processo de aprendizagem?
4.2.2 As atividades e dinâmicas propostas em sala de aula privilegiam a autonomia
e participação (iniciativa e proatividade) do aluno?
4.2 Implementação de 4.2.3 O (a) docente correlaciona as atividades de aprendizagem com situações
atividades ativas cotidianas/casos reais, potencializando a aprendizagem significativa e ativa?
4.
4.2.4 As tarefas e atividades são adequadas às necessidades individuais dos
Metodologia
alunos, permitindo uma aprendizagem mais personalizada para todos?
de Ensino
4.3.1 O (a) docente é pontual, ou seja, respeita o acordo de chegar com 15 minutos
de antecedência à sala (on-line/presencial)?
4.3.2 O (a) apresenta aos alunos de forma clara o objetivo de aprendizagem do
curso?
4.3 Condução da prática
4.3.3 O (a) Docente apresenta aos alunos de forma clara os conteúdos que serão
pedagógica
abordados ao longo do processo de aprendizagem?
4.3.4 O (a) inicia a aula realizando um resumo ou debate sobre o conteúdo
previamente disponibilizado no ambiente virtual de aprendizagem com o intuito de
potencializar o aprendizado ativo?
88

Padrões
Categoria indicador Itens
Sim Não
4.3.5 O (a) Docente estabelece integração entre o que foi planejado no plano de
aula e com o que está sendo trabalhado com os alunos?
4.3.6 O (a) Docente promove a mediação da aprendizagem, auxiliando o aluno no
desenvolvimento e na construção de conhecimentos?
4.3.7 O (a) Docente apresenta domínio do conteúdo?
4.3.8 O (a) Docente busca informações sobre o conteúdo caso não o domine?
4.3.9 Ao final das atividades o (a) docente realiza feedbacks coletivos estimulando
4.3 Condução da prática
os alunos a discutirem a atividade, os pontos de atenção e melhoria e a avaliar o
pedagógica
que acharam das mesmas?
4. 4.3.10 O (a) Docente respeita o tempo de aprendizagem dos alunos, em relação
Metodologia às atividades realizadas em aula e explanação do conteúdo?
de Ensino 4.3.11 No final da aula, o (a) docente recapitula os principais aspectos
apresentados na aula, fala sobre pontos que serão abordados na próxima aula
e/ou sobre o conteúdo que será disponibilizado previamente no ambiente virtual
de aprendizagem para ser estudado?
4.4.1 O (a) Docente promove clima de acolhimento adequadamente afetivo e de
leveza nas interações como os alunos?
4.4 Interação com os 4.4.2 O (a) Docente estimula os alunos a se posicionarem de forma ativa, crítica e
alunos reflexiva?
4.4.3 O (a) Docente possui escuta ativa diante das dúvidas e sugestões dos
alunos?
5.1.1 O (a) docente construiu uma rubrica de avaliação para cada avaliação ou
atividade que tivesse como objetivo a pontuação do aluno no curso?
(Em caso de acompanhamento de oficina e masterclass, desconsiderar esse
5.1 Utilização da Rubrica indicador para pontuação)
de Avaliação 5.1.2 O (a) Docente Estabelece critérios de avaliação coerentes, claros e
5. Avaliação
justificados para os alunos?
da
(Em caso de acompanhamento de oficina e masterclass, desconsiderar esse
aprendizagem
indicador para pontuação)
5.2 Aplicação de 5.2.1 O (a) Docente realiza avaliações ativas e criativas, de acordo com as
Avaliações inerentes a orientações pedagógicas?
proposta da metodologia (Em caso de acompanhamento de oficina e masterclass, desconsiderar esse
Ativa indicador para pontuação)
89

Padrões
Categoria indicador Itens
Sim Não
5.2.2 O (a) Docente desenvolve a avaliação com o objetivo de avaliar se o aluno
atingiu o objetivo de aprendizagem?
5.2 Aplicação de (Em caso de acompanhamento de oficina e masterclass, desconsiderar esse
5. Avaliação
Avaliações inerentes a indicador para pontuação)
da
proposta da metodologia 5.2.3 A avaliação proposta, ajuda o docente a coletar evidências sobre a
aprendizagem
Ativa aprendizagem dos alunos?
(Em caso de acompanhamento de oficina e masterclass, desconsiderar esse
indicador para pontuação)
6.1 Engajamento da
6.1.1 O (a) Docente estimulou os alunos a responderem a pesquisa de satisfação?
Pesquisa de Satisfação
6.1.2 O (a) Docente aplicou a pesquisa de Satisfação do Aluno no último dia de
6.2
aula do curso/oficina/masterclass?
Realização de aplicação do
6.2.1 O (a) Docente forneceu tempo suficiente (desejável de 15 minutos) para que
6. Pesquisa questionário pelo docente
os alunos respondessem a pesquisa?
de Satisfação
6.3 Preenchimento do
6.3.1 Todos os alunos responderam à pesquisa?
questionário pelos alunos
6.4.1 O nível de satisfação dos alunos com o curso foi alto ou mediano? Indique
6.4 Nível de satisfação do
no campo aberto ao final do instrumento se o nível de satisfação foi abaixo de 60%
aluno
se os alunos apontaram algum motivo específico para justificar tal avaliação.
7.1 Autoavaliação do 7.1.1 O (a) Docente realizou a autoavaliação sobre a condução e performance de
docente sua prática pedagógica?
7. Reunião de 7.2.1 O (a) Docente se sentiu mais capacitado para a docência, após ter
7.2 Percepções do docente
Debriefing participado da Ambientação Metodológica da Casa Firjan?
sobre a dinâmica e
7.2.2 O (A) Docente apontou pontos positivos, negativos e sugestões de melhorias
estrutura do curso
para a próxima turma?
Pontuação para Cursos com rubrica de avaliação: Pontuação Oficinas e Masterclass sem rubrica de avaliação:
Sim – 1 ponto Sim – 1 ponto
Não – 0 ponto Não – 0 ponto
Muito satisfatório – de 54 a 49 pontos Muito satisfatório – de 49 a 44 pontos
Satisfatório – de 48 a 33 pontos Satisfatório – de 43 a 29 pontos
Insatisfatório – até 32 pontos Insatisfatório – até 28 pontos
90

Registre aqui seus comentários sobre o apontado em suas respostas ou outros pontos de observação
91

APÊNDICE B – Carta aos Avaliadores

Rio de Janeiro, 25 de fevereiro de 2021

Prezado(a) Professor(a),

Estou realizando um estudo avaliativo, com o objetivo de construir e validar um


instrumento de avaliação para o acompanhamento da prática docente da Casa Firjan.
O estudo faz parte da dissertação de Mestrado em Avaliação da Faculdade
Cesgranrio, sob orientação da Professora Dra. Suely Rodrigues.
Com base em sua experiência e conhecimento vasto na área, gostaria de convidá-
lo(a) para validar tecnicamente o instrumento que será utilizado pela Equipe técnica e
pedagógica da Casa Firjan em seu trabalho de acompanhamento dos docentes
prestadores de serviço contratados para ministrar cursos, oficinas e outros.
O instrumento foi elaborado com base no Quadro de Categorias, Indicadores e
Padrões construído pela autora, com a finalidade de atender ao objetivo do estudo e
responder às questões avaliativas propostas. A seguir apresenta-se os objetivos e
questões avaliativas do estudo, o quadro de categorias, indicadores e padrões e a
ficha de avaliação para o acompanhamento da prática docente.
Após consolidar e realizar as alterações sugeridas pela banca de especialistas,
solicito, por gentileza, o preenchimento do quadro de categorias, apresentado ao final
do documento para atestar a validação técnica do instrumento.
Devido a necessidade de aplicação do instrumento no mês de março, dado o
cronograma de aulas dos cursos em meio a pandemia da COVID -19, solicito, se
possível for, o seu parecer inicial com suas sugestões até o dia 05/03/2021 e o parecer
final para validação técnica até 15/03/2021.
Agradeço, antecipadamente, a atenção dispensada e coloco-me à disposição para
quaisquer esclarecimentos.

Atenciosamente,

Luana da Costa Lisboa


92

1. OBJETIVO E QUESTÕES AVALIATIVAS DO ESTUDO

O objetivo desse estudo é a construção e validação de instrumento de avaliação para


o acompanhamento da prática docente da Casa Firjan.
As instituições de ensino estão passando por profundas transformações com
relevantes impactos no processo de formação dos alunos. Este cenário é reflexo de
uma economia em transformação moldada por novos parâmetros que desafiam a
desenvolver novos comportamentos, novos valores e a usar novas tecnologias e
novas formas de aprender.
As instituições de ensino estão ressignificando o processo de aprendizagem dos
alunos que serão os futuros trabalhadores. Essa mudança de mindset, modelo mental,
se dá através da compreensão de que o profissional que terá destaque no futuro, não
será somente aquele que possui um vasto conhecimento técnico, sobre determinado
assunto, mas aquele que somado ao conhecimento técnico possa também
desenvolver competências e habilidades inovadoras (WORD ECONOMIC FORUM,
[2018]).
É pensando nessas transformações e no processo de formação dos alunos que a
Casa Firjan elaborou a ambientação metodológica visando capacitar de forma inicial
seus docentes.
Assim, o estudo se justifica pela necessidade de construção de um instrumento que
permita avaliar se a ambientação metodológica, promovida pela Casa Firjan,
proporciona ao seu corpo docente o desenvolvimento de práticas docentes
amparadas por metodologias ativas.
O instrumento em questão foi construído para atender a duas dimensões que norteiam
o trabalho da equipe técnica e pedagógica da Casa Firjan: a construção do produto
educacional e o acompanhamento da prática pedagógica. Portanto, o instrumento
será preenchido de forma contínua, considerando desde o início do processo de
organização do curso até a reunião final com o docente, conhecida como Debriefing
(reunião de alinhamento dos pós curso). Destaca-se, também, que a Casa Firjan exige
além de uma prática docente pautada em metodologias ativas de aprendizagem, a
utilização de uma ferramenta chamada Canvas, voltada para a construção do curso,
que é preenchida pelo docente, como auxílio da equipe técnica e pedagógica. Essa
ferramenta tem por objetivo orientar à construção estratégica de cursos com foco no
aluno e nas competências necessárias ao profissional do futuro. Por meio dessa
ferramenta o docente detalha desde os objetivos de aprendizagem até os resultados
esperados com o curso, sendo um dos pilares da construção do produto educacional.
Por sua utilização ser peça chave no planejamento do curso, a ação docente nesse
processo também é acompanhada e avaliada pela equipe técnico e pedagógica.
Considerando o exposto, foram propostas as seguintes questões avaliativas para o
presente estudo:
1) Em quem medida o instrumento permite avaliar se a ambientação metodológica
da Casa Firjan capacita o corpo docente para ministrar conteúdos inovadores e
pautados em estratégias ativas de aprendizagem?
2) Em que medida o instrumento atende às necessidades da equipe técnica e
pedagógica do Lab de Educação para avaliar se os docentes efetivamente
planejaram aulas criativas e ativas, conforme exigido pela Casa Firjan?
93

2. QUADRO DE CRITÉRIOS PARA A CONSTRUÇÃO DO INSTRUMENTO

Quadro 1 – Quadro de Categorias, Indicadores e Padrões


Categoria indicador Itens Itens Padrões
1.1 Participação do docente nos processos de Ambientação
1. Ambientação 1.1.1
pedagógica.
Pedagógica
1.2 Uso de metodologias ativas de aprendizagem 1.2.1
(1,2,3,4,5)
1.3 Interação com a Equipe técnica e pedagógica 1.3.1
2.1.1 a
Construções dos 2.1 Construção da proposta do curso utilizando o Canvas
2.1.3
Produtos Educacionais
2. Planejamento do 2.2.1 a
2.2 Apresentação do plano de aula
curso 2.2.5
(5,6,7,8, 9) 2.3 Apresentação do Power Point - aula/aula 2.3.1
2.4 Coerência entre o Canvas de construção do Curso e o plano
2.4.1
de aula
3.1 Utilização de ferramentas tecnológicas disponibilizadas para a 3.1.1 a
apresentação/ utilização nas aulas 3.1.2 Sim/Não
3. Recursos
3.2.1 a
tecnológicos 3.2 Adequação da ferramenta utilizada
3.2.2
(5)
3.3.1 a
3.3 Aplicação e eficiência da ferramenta utilizada
3.3.2
Acompanhamento da 4.1.1 a
4.1 Uso da metodologia ativa de aprendizagem
prática pedagógica 4.1.3
4.2.2 a
4. Metodologia de 4.2 Implementação de atividades ativas
4.2.4
Ensino
4.3.1 a
(5, 6,7,9) 4.3 Condução da prática pedagógica
4.3.9
4.4.1 a
4.4 Interação com os alunos
4.4.3
94

Dimensão Categoria Indicador Itens Padrões


5. Avaliação da 5.1 Utilizações de rubrica de Avaliação 5.1.1 a 5.1.2
aprendizagem 5.2 Aplicação de avaliações afins às metodologias ativas 5.2.1 a 5.2.3
6.1 Engajamento na Pesquisa de Satisfação 6.1.1 a 6.1.2
Acompanhamento da 6. Pesquisa de 6.2 Aplicação do questionário pelo docente 6.2.1
Sim/Não
prática pedagógica Satisfação 6.3 Preenchimento do questionário pelos alunos 6.3.1
6.4 Nível de satisfação do aluno 6.4.1
7. Reunião de 7.1 Autoavaliação do docente 7.1.1
Debriefing 7.2 Percepções do docente sobre a dinâmica e estrutura do curso 7.2.1 a 7.2.2
Legenda - Base Teórica
1 - Kuenzer (2011)
2 - Urbanetz (2012)
3 - BEHRENS; CARPIM (2013)
4 - SENAI (2014)
5 - SENAI (2019)
6 - Carbonnell (2002)
7 – Christensen; Horn; Johnson (2012)
8 - LIBÂNEO (1994)
9 - LIBÂNEO (1993)
Fonte: A autora (2019).
95

3. FICHA DE AVALIAÇÃO PARA O ACOMPANHAMENTO DA PRÁTICA DOCENTE

Prezadas Equipes Técnica e Pedagógica,

Este instrumento visa acompanhar, analisar e gerar feedbacks referentes ao


acompanhamento da prática docente nos cursos ofertados pela Casa Firjan. Ele tem,
também, por objetivo avaliar se a ambientação metodológica promovida pela Casa
Firjan proporciona ao corpo docente o desenvolvimento de prática docentes
amparadas por metodologias ativas, de modo que possam desenvolver e ministrar
cursos e oficinas que atendam às transformações do mercado de trabalho.
A ficha de avaliação para acompanhamento da prática docente deve ser preenchida
ao longo da “jornada” de atuação do docente na Casa Firjan. O primeiro momento que
você deverá analisar são as etapas da construção do produto educacional. Em
seguida, deverá escolher duas aulas – preferencialmente a primeira e a última – para
acompanhar a prática pedagógica e a evolução do processo de aprendizagem do
aluno. Abaixo seguem orientações fundamentais para o processo de
acompanhamento da prática docente:

Antes Durante Depois


 Antes de realizar a  Leve a ficha de  Agende um momento
observação, combine avaliação para para o feedback junto ao
com o docente e melhor conduzir a docente.
explique qual é o observação.  Explique suas anotações
objetivo da avaliação  Anote pontos cruciais detalhadamente,
e como será da observação. deixando que ele opine e
conduzida.  Lembre-se que o seu esclareça os pontos que
 Tenha em mãos o papel é o de considerar necessários.
Plano de Aula do observador e, sendo  Destaque os pontos
curso. assim, deve-se positivos da aula e caso
manter discreto e haja algum ponto de
evitar interrupções melhoria, proponha que
desnecessárias. as soluções sejam
construídas em conjunto.

Com base no acompanhamento da prática docente, assinale sim ou não. Em seguida,


relate todas as suas considerações no espaço indicado ao final da ficha.
Se sua resposta for NÃO, especifique o porquê no campo aberto para comentários ao
final do instrumento.
96

Padrões
Categoria Indicador Itens
Sim Não
1.1 Participação do docente nos
1.1.1 O (a) Docente participou da ambientação pedagógica da Casa
processos de Ambientação
Firjan?
pedagógica
1. 1.2.1 Durante a ambientação metodológica, o (a) docente se mostrou
1.2 Uso de metodologias ativas de
Ambientação aberto (deu evidências) para o uso das metodologias ativas em suas
aprendizagem
Pedag ógica aulas?
1.3.1 O (a) docente tirou dúvidas, apresentou sugestões ou solicitou
1.3 Interação com a Equipe técnica e
orientação sobre os processos implementados por meio da
pedagógica
Ambientação Pedagógica?
2.1.1 O (a) docente elaborou o curso utilizando o Canvas de Construção
do Curso?
2.1 Construção da proposta do curso 2.1.2 O (a) docente preencheu todas as etapas que compõem o
utilizando o Canvas desenvolvimento e construção do Curso?
2.1.3 O (a) docente entregou o Canvas preenchido dentro do prazo
estipulado pela equipe técnica e pedagógica?
2.2.1 O (a) Docente apresentou o plano de aula para a equipe técnica
e pedagógica?
2. 2.2.2 O conteúdo e a metodologia utilizados estão de acordo com o
Planejamento objetivo de aprendizagem?
do curso 2.2.3 O Plano de aula foi desenvolvido em consonância com os critérios
de detalhamento das atividades, dos resultados esperados, dos
2.2 Apresentação do plano de aula materiais e recursos tecnológicos utilizados?
2.2.4 Após a construção do plano de aula o docente enviou as tarefas
semanais com antecedência para que a equipe técnica e pedagógica
pudesse inseri-las no ambiente virtual de aprendizagem?
2.2.5 O plano de aula contempla a avaliação de aprendizagem?
2.2.6 O plano de aula atualizado foi enviado para a equipe técnica e
pedagógica antes do início do curso?
97

Padrões
Categoria Indicador Itens
Sim Não
2.3.1 O (a) docente enviou para análise a apresentação em PowerPoint
2.3 Apresentação em PowerPoint
2. das aulas do curso?
Planejamento 2.4 Coerência do Canvas de
2.4.1 O Plano de aula é coerente com o Canvas de construção do
do curso Construção do Curso com o Plano de
Curso?
aula
3. Recursos 3.1.1 O (a) docente apresentou alguma dificuldade de acesso ou de
3.1 Utilização de ferramentas
tecnológicos utilização de recursos tecnológicos?
tecnológicas disponibilizadas para a
3.1.2 O (a) docente utilizou recursos tecnológicos com o objetivo de
apresentação/utilização nas aulas
amparar o processo de ensino aprendizagem dos alunos?
3.2.1 Os recursos tecnológicos utilizados pelo docente foram
3.2 Adequação da ferramenta
adequados à cada atividade?
utilizada
3.2.2 A ferramenta utilizada cumpriu o seu propósito?
3.3.1 O (a) Docente explicou ou disponibilizou um tutorial antes de
3.3 Aplicação e eficiência da utilizar as ferramentas na aula?
ferramenta utilizada 3.3.2 Os alunos conseguiram se apropriar e utilizar as ferramentas com
facilidade?
4.1.1 O (a) docente demonstrou ter assimilado o que são metodologias
ativas de aprendizagem?
4.1 Uso da metodologia ativa de 4.1.2 O (a) docente propôs estratégias de ensino diversificadas, ativas
aprendizagem e criativas?
4.1.3 As metodologias utilizadas pelo (a) docente, colocam o aluno
como protagonista do processo de aprendizagem?
4.
4.2.2 As atividades e dinâmicas propostas em sala de aula privilegiam
Metodologia
a autonomia e participação (iniciativa e proatividade) do aluno?
de Ensino
4.2.3 O (a) docente correlaciona as atividades de aprendizagem com
4.2 Implementação de atividades situações cotidianas/casos reais, potencializando a aprendizagem
ativas significativa e ativa?
4.2.4 As tarefas e atividades são adequadas às necessidades
individuais dos alunos, permitindo uma aprendizagem mais
personalizada para todos?
98

Padrões
Categoria Indicador Itens
Sim Não
4.3.1 O (a) docente é pontual, ou seja, respeita o acordo de chegar com 15
minutos de antecedência à sala (on-line/presencial)?
4.3.2 O (a) apresenta aos alunos de forma clara o objetivo de aprendizagem
do curso?

4.3.3 O (a) Docente apresenta aos alunos de forma clara os conteúdos que
serão abordados ao longo do processo de aprendizagem?
4.3.4 O (a) inicia a aula realizando um resumo ou debate sobre o conteúdo
previamente disponibilizado no ambiente virtual de aprendizagem com o
intuito de potencializar o aprendizado ativo?
4.3.5 O (a) Docente estabelece integração entre o que foi planejado no
plano de aula e com o que está sendo trabalhado com os alunos?
4.3 Condução da prática 4.3.6 O (a) Docente promove a mediação da aprendizagem, auxiliando o
pedagógica aluno no desenvolvimento e na construção de conhecimentos?
4.3.7 O (a) Docente apresenta domínio do conteúdo?
4.
Metodologia 4.3.8 O (a) Docente busca informações sobre o conteúdo caso não o
de Ensino domine?
4.3.9 Ao final das atividades o (a) docente realiza feedbacks coletivos
estimulando os alunos a discutirem a atividade, os pontos de atenção e
melhoria e a avaliar o que acharam das mesmas?
4.3.10 O (a) Docente respeita o tempo de aprendizagem dos alunos, em
relação às atividades realizadas em aula e explanação do conteúdo?
4.3.11 No final da aula, o (a) docente recapitula os principais aspectos
apresentados na aula, fala sobre pontos que serão abordados na próxima
aula e/ou sobre o conteúdo que será disponibilizado previamente no
ambiente virtual de aprendizagem para ser estudado?
4.4.1 O (a) Docente promove clima de acolhimento adequadamente afetivo
e de leveza nas interações como os alunos?
4.4.2 O (a) Docente estimula os alunos a se posicionarem de forma ativa,
4.4 Interação com os alunos
crítica e reflexiva?
4.4.3 O (a) Docente possui escuta ativa diante das dúvidas e sugestões dos
alunos?
99

Padrões
Categoria Indicador Itens
Sim Não
5.1.1 O (a) docente construiu uma rubrica de avaliação para cada
avaliação ou atividade que tivesse como objetivo a pontuação do aluno no
curso?
(Em caso de acompanhamento de oficina e masterclass, desconsiderar
5.1 Utilização da Rubrica de
esse indicador para pontuação)
Avaliação
5.1.2 O (a) Docente Estabelece critérios de avaliação coerentes, claros e
justificados para os alunos?
(Em caso de acompanhamento de oficina e masterclass, desconsiderar
esse indicador para pontuação)
5. Avaliação 5.2.1 O (a) Docente realiza avaliações ativas e criativas, de acordo com as
da orientações pedagógicas?
aprendizagem (Em caso de acompanhamento de oficina e masterclass, desconsiderar
esse indicador para pontuação)
5.2.2 O (a) Docente desenvolve a avaliação com o objetivo de avaliar se o
5.2 Aplicação de Avaliações
aluno atingiu o objetivo de aprendizagem?
inerentes a proposta da
(Em caso de acompanhamento de oficina e masterclass, desconsiderar
metodologia Ativa
esse indicador para pontuação)
5.2.3 A avaliação proposta, ajuda o docente a coletar evidências sobre a
aprendizagem dos alunos?
(Em caso de acompanhamento de oficina e masterclass, desconsiderar
esse indicador para pontuação)
6.1 Engajamento da Pesquisa 6.1.1 O (a) Docente estimulou os alunos a responderem a pesquisa de
de Satisfação satisfação?
6.1.2 O (a) Docente aplicou a pesquisa de Satisfação do Aluno no último dia
6.2
de aula do curso/oficina/masterclass?
Realização de aplicação do
6.2.1 O (a) Docente forneceu tempo suficiente (desejável de 15 minutos)
questionário pelo docente
6. Pesquisa para que os alunos respondessem a pesquisa?
de Satisfação 6.3 Preenchimento do
6.3.1 Todos os alunos responderam à pesquisa?
questionário pelos alunos
6.4.1 O nível de satisfação dos alunos com o curso foi alto ou mediano?
Indique no campo aberto ao final do instrumento se o nível de satisfação foi
6.4 Nível de satisfação do aluno
abaixo de 60% se os alunos apontaram algum motivo específico para
justificar tal avaliação.
100

Padrões
Categoria Indicador Itens
Sim Não
7.1.1 O (a) Docente realizou a autoavaliação sobre a condução e
7.1 Autoavaliação do docente
performance de sua prática pedagógica?
7. Reunião de 7.2.1 O (a) Docente se sentiu mais capacitado para a docência, após ter
7.2 Percepções do docente
Debriefing participado da Ambientação Metodológica da Casa Firjan?
sobre a dinâmica e estrutura do
7.2.2 O (A) Docente apontou pontos positivos, negativos e sugestões de
curso
melhorias para a próxima turma?

Pontuação para Cursos com rubrica de avaliação: Pontuação para Oficinas e Masterclass sem rubrica de avaliação:
Sim – 1 ponto Sim – 1 ponto
Não – 0 ponto Não – 0 ponto
Muito satisfatório – de 54 a 49 pontos Muito satisfatório – de 49 a 44 pontos
Satisfatório – de 48 a 33 pontos Satisfatório – de 43 a 29 pontos
Insatisfatório – até 32 pontos Insatisfatório – até 28 pontos
Registre aqui seus comentários sobre o apontado em suas respostas ou outros pontos de observação
101

Validação Técnica do Instrumento

Critérios Itens Sim Não Observações


A linguagem adotada no instrumento é
1. Linguagem
adequada ao público-alvo?
Os indicadores e instruções contidos no
instrumento possibilitam a total compreensão
2. Clareza do que deve ser observado pela equipe
técnica e pedagógica durante o seu
preenchimento?
Todos os indicadores são importantes na
3. Relevância
respectiva categoria?
Os indicadores são suficientes para atender
4. Abrangência os objetivos do instrumento e responder às
questões avaliativas?
Os padrões de desempenho utilizados
5. Padrões de Desempenho (sim/não) são adequados ao objetivo do
instrumento?
A organização dos indicadores nas
5. Organização categorias se encontra
ordenada de forma adequada ou lógica?
A disposição dos indicadores e das
6. Disposição gráfica
categorias no instrumento é harmoniosa?

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