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Psicofarmacologia

Transtorno de déficit de atenção


e hiperatividade (TDAH)
Professora: Laise Nayana Sala Elpidio
TDAH

• Tríade de sintomas: desatenção, hiperatividade e impulsividade

Hipótese: todos esses sintomas originam-se, em parte, de


anormalidades em vários circuitos que envolvem o córtex pré-frontal

Região do cérebro responsável por


funções executivas, como planejamento,
organização e controle de comportamento.

No TDAH, essa região pode ser menos ativa ou funcionar de forma diferente.
Problemas que envolvem essa região envolvem
transtornos psiquiátricos que compartilham
sintomas de disfunção executiva, como no TDAH,
esquizofrenia, mania, ansiedade, dor, etc

Impulsividade, a área motora suplementar, ligada aos sintomas de hiperatividade motora, incluindo tendência
suicida na depressão, impulsividade e violência na esquizofrenia, impulsividade na mania e
impulsividade/compulsividade no uso abusivo de
Substâncias
*Em outros transtornos psiquiátricos essa região está relacionada transtorno de conduta, os transtornos
desafiador e de oposição, bem como o
transtorno bipolar
O sintoma dificuldade de focar, a desatenção
seletiva, estaria ligado ao processamento
ineficiente de informações no córtex cingulado
anterior dorsal

Teste de Stroop para avaliação a atenção


Neurotransmissores e TDAH

Em geral, os pacientes portadores de TDAH são incapazes de ativar


adequadamente as áreas do córtex pré-frontal em resposta a tarefas
cognitivas de atenção e função executiva

Dopamina Noradrenalina

Alguns estudos sugerem que essa dificuldade resulte da desregulação da dopamina


(DA) e da noradrenalina (NA) no TDAH, impede a “sintonização” normal dos neurônios
piramidais no córtex pré-frontal.
“Sintonização” do córtex pré-frontal pela dopamina e pela
noradrenalina
“Sintonização” ineficiente do córtex pré-frontal pela dopamina e pela noradrenalina
Nas sinapses NA e DA do
córtex pré-frontal, a
sinalização deficiente dessas
vias apresenta-se como
diminuição da
neurotransmissão e,
consequentemente, redução
da estimulação dos
receptores pós-sinápticos
• Por outro lado, o TDAH também
estaria associado à sinalização
excessiva nas vias DA e NA corticais
pré-frontais, particularmente em
adolescentes e adultos
• O estresse pode ativar os circuitos NA
e DA no córtex pré-frontal, o que
resulta em altos níveis de liberação
de DA e NA e causa excesso de
descarga de NA e DA

A neurotransmissão excessiva de NA e DA pode estar subjacente ao desenvolvimento do uso


abusivo de álcool e drogas, da impulsividade, da desatenção e da ansiedade
O córtex pré-frontal fica fora de sintonia quando a NA e a DA estão
excessivamente altas ou quando estão excessivamente baixas?

A estimulação excessiva ou deficiente pela NA ou pela DA pode causar o processamento


ineficiente de informações, pois, para que o córtex pré-frontal funcione adequadamente, é
preciso que os neurônios piramidais corticais estejam sintonizados, o que significa a
necessidade de estimulação moderada dos receptores α2A pela NA e dos receptores D1
pela DA, ou seja, nem excessivamente alta nem excessivamente baixa.
• Teoricamente, o papel da NA consiste em aumentar o sinal de entrada,
possibilitando maior conectividade das redes pré-frontais, enquanto o papel da
DA consiste em diminuir o ruído, impedindo a ocorrência de conexões
inapropriadas.

Se a estimulação nos receptores α2A e D1 Quando a estimulação é excessiva, os


for demasiado baixa, todos os sinais que sinais misturam-se conforme receptores
chegam ficam iguais, impedindo que o adicionais são recrutados, o que desfoca
indivíduo foque em determinada tarefa novamente a atenção da pessoa.
(atenção não focada).

Por isso, estimulação moderada e equilibrada dos receptores α2A e D1 é de


importância fundamental para a interpretação correta de determinado sinal.
O que acontece se os sinais NA e DA
forem excessivos?

A ativação excessiva, assim como a


deficiente, de NA e DA no córtex pré-
frontal pode levar ao TDAH, com
aumento do ruído e diminuição do sinal
Tratamento do
TDAH
Primeira linha: metilfenidato e
lisdexanfetamina
Segunda linha: atomoxetina
Metilfenidato

Inibição dos transportadores de


dopamina e de norepinefrina. Dessa
forma reduz a sua recaptação e aumenta
sua concentração nas fendas sinápticas,
logo produz os efeitos desejados

*Age alostericamente
Ele se liga no sítio diferente onde as
monoaminas se conectam com o
transportador, inibindo, assim, a recaptação
de NA e de DA
MPH: metilfenidato
• Metilfenidato de ação curta - Ritalina®, 3 a 5 horas;
• Metilfenidato de ação prolongada - Concerta®, 10 a 12 horas, e
Ritalina LA®, 6 a 8 horas – diminuem a necessidade de
administração administração
Metilfenidato

Efeito colateral
Poderá afetar o sistema cardiovascular tendo hipertensão, taquicardíaca,
arritmia e parada cardíaca. Poderá ter reação de boca seca, falta de apetite e
dores estomacais.
Os efeitos mais frequentes são: nervosismo, dores de cabeça, tontura, falta de
apetite, insônia e redução de peso
Pode causar dependência química
Anfetamina

• Bloqueia transportador de noradrenalina (NE) e dopamina (DA)


• Inibidor competitivo do transportador de NE e DA. Ela se liga ao mesmo sítio
onde as monoaminas se conectam com o transportador, inibindo, assim, a
recaptação de NA e de DA
• Aumentem a liberação de NE e DA na fenda sináptica
• Inibe a MAO
• Inibe competitivamente o transportador vesicular de monoaminas (VMAT)
• Lisdexanfetamina (Venvanse®) – pró-fármaco. Após absorção, é convertida em
dextroanfetamina.
• Efeitos colaterais incluem a insônia, irritabilidade, dor abdominal, diminuição do
apetite, entre outros
• T1/2: 12 horas
Atomoxetina

❖ Atua como um inibidor seletivo do transportador pré-sináptico de


noradrealina, por conseguinte aumenta a disponibilidade do
neurotransmissor no sistema nervoso central

❖ A inibição do NAT aumenta tanto DA quanto NA no córtex


❖ pré-frontal, pois o córtex pré-frontal carece de altas concentrações de DAT.
Assim a DA é inativada, nessa parte do cérebro, pelo NAT.

❖ O tempo que esse medicamento leva para atingir a concentração


plasmática máxima (Tmax) é,em média, de 1,5 a 2,5 horas
Exacerbação de DA

• Nas crianças, na presença de tiques, que geralmente representam


ativação excessiva de DA no estriado, pode haver necessidade de
antipsicóticos bloqueadores de DA, condição muito difícil de tratar nos
pacientes com TDAH que apresentam ativação deficiente da DA no córtex
e que necessitam de estimulantes potencializadores de DA.
• Os estimulantes podem aliviar os sintomas do TDAH, porém agravam
bastante os tiques.
• As condições envolvendo ativação excessiva da DA sugerem tratamento
com antipsicótico atípico.

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