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Universidade Federal da Paraíba

Hospital Universitário Lauro Wanderley


Residência Médica em Psiquiatria

Neurotransmissores e circuitos
neuronais nos transtornos de
humor

MR1- Tiago Nunes de Araújo


19 de abril de 2016
Sistema de neurotransmissores
monoamínicos

Dopamina
Serotonina

Noradrenalina
Autorregulação da Noradrenalina

A noradrenalina regula os neurônios noradrenérgicos por


meio dos receptores α2
Autorregulação da Dopamina

Os autorreceptores D2 pré-sinápticos podem estar localizados no


terminal axônico. Quando ocorre acúmulo de dopamina na sinapse (A),
ela se torna disponível para se ligar ao autorreceptor, que, então, inibe
sua liberação (B).
Autorregulação da Serotonina

Os receptores 5HT1A pré-sinápticos são autorreceptores


localizados no corpo celular e nos dendritos e denominados
autorreceptores somatodendríticos. Quando se liga a esses receptores
5HT1A, a serotonina (5HT) provoca interrupção do fluxo de impulsos
neuronais 5HT.
Autorregulação da Serotonina

Os receptores 5HT1B/D pré-sinápticos são autorreceptores localizados no


terminal axônico pré-sináptico. Atuam ao detectar a presença de
serotonina na sinapse e ao provocar a interrupção de qualquer liberação
adicional de 5HT. Quando se acumula na sinapse, a 5HT fica disponível
para se ligar ao autorreceptor, que, em seguida, inibe a liberação de
serotonina.
Autorregulação da Serotonina
Interação das Monoaminas
Principais projeções Dopaminérgicas Principais projeções Serotoninérgicas

Principais projeções Noradrenérgicas


Interação das Monoaminas
A estimulação dos receptores 5HT1A corticais
aumenta a liberação de dopamina - As
projeções serotoninérgicas do núcleo da rafe
para o córtex também fazem conexões
axoaxônicas com neurônios glutamatérgicos
piramidais. (1) A serotonina liberada nessas
sinapses pode ligar-se a receptores 5HT1A, o
que causa inibição do neurônio
glutamatérgico (indicado pelo contorno
pontilhado do neurônio glutamatérgico). (2)
Se não houver liberação de glutamato pelos
neurônios glutamatérgicos piramidais no
tronco encefálico, a liberação de GABA não é
estimulada. Assim, o GABA não pode inibir a
liberação de dopamina pela substância negra
no estriado. Por isso, a estimulação dos
receptores 5HT1A corticais é funcionalmente
análoga ao bloqueio dos receptores 5HT2A
corticais, pois ambos levam a um aumento da
liberação de dopamina no estriado.
Interação das Monoaminas
A estimulação dos receptores 5HT1A
da rafe aumenta a liberação de
dopamina - A ligação da serotonina
aos receptores 5HT1A no núcleo da
rafe inibe sua própria liberação
(indicada pelo contorno pontilhado
dos neurônios serotoninérgicos). (1)
No estriado, a liberação reduzida de
serotonina significa que os receptores
5HT2A nos neurônios gabaérgicos e
dopaminérgicos não são estimulados,
o que, por sua vez, quer dizer que a
liberação de dopamina não é inibida.
(2) De modo semelhante, no tronco
encefálico, a menor liberação de
serotonina significa que os receptores
5HT2A nos interneurônios
gabaérgicos não são estimulados, e,
portanto, não há liberação de GABA
(indicado pelo contorno pontilhado
do neurônio gabaérgico). Por fim, a
dopamina não pode ser liberada no
estriado.
Interação das Monoaminas
Os receptores 5HT2A corticais
diminuem a liberação de dopamina -
Esta figura mostra o mecanismo pelo
qual a liberação de serotonina no
córtex pode levar a uma redução da
liberação de dopamina no estriado. (1)
A serotonina é liberada no córtex e
liga-se aos receptores 5HT2A nos
neurônios piramidais glutamatérgicos,
causando ativação desses neurônios.
(2) A ativação dos neurônios
piramidais glutamatérgicos leva à
liberação de glutamato no tronco
encefálico, que, por sua vez, estimula
a liberação de GABA. O GABA liga-se
aos neurônios dopaminérgicos, que se
projetam da substância negra para o
estriado, inibindo a liberação de
dopamina (indicada pelo contorno
pontilhado do neurônio
dopaminérgico).
Interação das Monoaminas
A estimulação dos receptores 5HT2A nigrais
e estriatais diminui a liberação de dopamina.
(1) No estriado, as projeções
serotoninérgicas fazem sinapse diretamente
com neurônios dopaminérgicos e
indiretamente por meio de neurônios
gabaérgicos. Nos neurônios gabaérgicos, a
ligação da serotonina aos receptores 5HT2A
desinibe a liberação de GABA, que, por sua
vez, diminui a liberação de dopamina. De
modo semelhante, quando a serotonina une-
se a receptores 5HT2A diretamente nos
neurônios dopaminérgicos, essa ligação
provoca diminuição da liberação de
dopamina. (2) A serotonina também pode
diminuir a liberação de dopamina no estriado
por meio de sua ligação aos receptores
5HT2A no tronco encefálico. Isto é, a
serotonina liberada no núcleo da rafe liga-se
a receptores 5HT2A nos interneurônios
gabaérgicos. Isso provoca a liberação de
GABA nos neurônios dopaminérgicos da
substância negra, inibindo, assim, a liberação
de dopamina no estriado (indicado pelo
contorno pontilhado do neurônio
dopaminérgico).
Interação das Monoaminas

Vista ampliada das interações entre serotonina (5HT) e dopamina (DA) na via DA nigroestriatal nos
terminais axônicos do estriado - Normalmente, a 5HT inibe a liberação de DA. A. A DA está sendo
liberada, pois não há 5HT para interromper sua liberação. Especificamente, não há 5HT no receptor
5HT2A do neurônio DA nigroestriatal. B. Agora, a liberação de DA está sendo inibida pela 5HT na
via dopaminérgica nigroestriatal. Quando a 5HT ocupa seu receptor 5HT2A no neurônio DA (círculo
vermelho inferior), isso inibe a liberação de DA, de modo que não há DA presente na sinapse
(círculo vermelho superior).
Interação das Monoaminas

A serotonina inibe a liberação de


noradrenalina e de dopamina -
Normalmente, a ligação da
serotonina aos receptores
5HT2C nos interneurônios de
ácido γ-aminobutírico
(gabaérgicos) (círculo vermelho
na parte inferior) inibe a
liberação de noradrenalina e de
dopamina no córtex pré-frontal
(círculos vermelhos na parte
superior).
Interação das Monoaminas

Estado Basal Estímulo do receptor 5HT3 Antagonista do receptor 5HT3

Ativação do interneurônio GABA Inibição do interneurônio GABA

Inibição de neurônios Ativação dos neurônios


Noradrenérgicos e Colinérgicos Noradrenérgicos e Colinérgicos
Interação das Monoaminas

Os receptores α medeiam a
regulação da liberação de
serotonina pela noradrenalina
- A noradrenalina regula a
liberação de serotonina. Para
isso, atua como freio sobre a
liberação de serotonina nos
receptores α2 corticais dos
terminais axônicos (1) e como
acelerador da liberação de
serotonina nos receptores α1
na área somatodendrítica (2).
Referências
 Stahl, Stephen M., Psicofarmacologia: bases neurocientíficas e aplicações práticas /
Stephen M. Stahl; tradução Patricia Lydie Voeux; revisão técnica Irismar Reis de
Oliveira. – 4. ed. – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014.
 https://www.google.com.br/url?
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263642
 https://www.google.com.br/url?
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%2Fnews.asp%3Fid_news%3D755818&psig=AFQjCNFW4GZTFNBZK6bF-
qI622W2ijFKvw&ust=1461097564427851
 https://www.google.com.br/url?
sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0ahUKEwjhi-
PM75rMAhVIgJAKHdfbA0QQjRwIBw&url=http%3A%2F
%2Fneurocienciaspt.blogspot.com%2F2013%2F01%2Fcocaina.html%3Fview
%3Dclassic&psig=AFQjCNHLBOLSHp0BepN2_n0NdYHmJH2qTw&ust=146109747086
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