ALMEIDA, Silvio. Racismo Estrutural. São Paulo, Editora Jandaíra, 2020.

RAÇA E RACISMO
Raça Modernidade/ Revolução Francesa:
“ a raça emerge como um conceito central para que a aparente contradição entre
universalidade da razão e o ciclo de morte e destruição do colonialismo e da escravidão
possam operar simultaneamente como fundamentos irremovíveis da sociedade
contemporânea”.
Racismo: forma sistemática de discriminação que tem a raça como fundamento, q que se
manifesta por meio de práticas consistentes ou inconscientes que culminam em desvantagens
ou privilégios para indivíduos, a depender do grupo racial ao qual pertençam
Preconceito: é o juízo baseado em estereótipos acerca de indivíduos que pertençam a um
determinado grupo radicalizado, e que pode ou não resultar em prática discriminatórias
Discriminação: é a atribuição de tratamento diferenciado a membros de grupos racialmente
identificados. Portanto, a discriminação tem como requisito fundamental o poder, ou seja, a
possibilidade efetiva do uso da força, sem o qual não é possível atribuir vantagens por conta
da raça.
Direta: repúdio ostensivo a indivíduos ou grupos, motivado pela condição racial, exemplo de
proibição de entrada em algum lugar, país... Indireta:

TRÊS CONCEPÇÕES DE RACISMO:

1. Individualista/racismo e a subjetiva
2. Institucional/racismo e Estado
I. Instituições moldam o comportamento humano; carrega em si as contradições da
sociedade que a atravessam; desigualdade racial é uma característica da sociedade.
A cultura, padrões estéticos e as práticas de poder são norteadoras da sociedade.
=> Politicas de ação afirmativa (nova dinâmica resultado de conflitos sociais
existentes). => Cárcere => Estratificação => Especulação imobiliária
II. Como combatê-lo: “se o racismo é inerente à ordem social, a única forma de uma
instituição combatê-lo é por meio da implementação de práticas antirracistas
efetivas”.
a) Promover a igualdade e a diversidade em suas relações internas e com o
público externo ex: publicidade
b) Remover obstáculos para ascensão de minorias em posições de direção e de
prestígio na instituição;
c) Manter espaços permanentes para debates;
d) Promover acolhimento;
III. A Política do racismo:
Dimensão institucional: regulação jurídica
Dimensão produção ideológica.
 3. Estrutural/racismo e economia: “o racismo é uma decorrência da própria estrutura
social, ou seja, do modo “normal” com que se constituem as relações políticas,
econômicas, jurídicas e até familiares, não sendo uma patológica social e nem um
desarranjo institucional. O racismo é estrutural

RACISMO E IDEOLOGIA
Produção do imaginário sobre o racismo brasileiro: Educação, indústria cultural, sistema
de justiça.
Naturalização da discriminação racial por meio a cultura popular
O racismo como ideologia molda o inconsciente [...] A ideologia, portanto não é uma
apresentação da realidade material, das relações concretas, mas a representação da relação
temos com essas relações concretas
=> Ideologia é uma prática |ex: “guerra às drogas”
E o branco tem raça?
Branquitude:
[...] uma posição em que sujeitos que ocupam esta posição foram
sistematicamente privilegiados no que diz respeito ao acesso a
recursos materiais e simbólico, gerados inicialmente pelo colonialismo
e pelo imperialismo, e que mantêm e são preservados na
contemporaneidade. P75
Maria Aparecida Bento
O silencia, a omissão, a distorção do lugar do branco na situação das
desigualdades raciais no Brasil têm um forte componentes narcísico
de autopreservação, porque vêm acompanhados de um pesado
investimento na colocação desse grupo como grupo de referência da
condição humana P 77
Guerreiro Ramos:
“Problema do negro” e a “ social do branco”
Subversão dos padrões racistas:
I. Negritude: Fanon; Cesarie; Senghor;
II. Consciência negra: Steve Biko;
III. Personalismo negro: Guerreiro Ramos;
Racismo e Meritocracia:
RACISMO E POLÍTICA:
Abolição foi uma conformação Jurídica-Estatal # Política de Ação Afirmativa
Esta é impessoal ( me tese) Todes são iguais perante a lei (em tese)
Qual o papel do Estado no Capitalismo
“ [...] a manutenção da ordem – garantida da liberdade e da
igualdade formais e proteção da propriedade privada e do
cumprimento dos contratos – e a “internalização das múltiplas
contradições, seja pela coação física, seja por meio da produção de
discurso ideológicos justificadores da dominação”. p. 93

O Estado é uma instituição de classe transpassada pelas contradições da sociedade, não

apenas a contradição a s das classes, mas, também pelas questões inerentes à raça, ao sexismo,
a religiosidade....

Raça e nação:
A ideologia nacionalista é central para a construção de um discurso em torno da unidade do
Estado a partir de um imaginário que remonte a uma origem ou a uma identidade comum p.99
O Estado Nacional e o pensamento racial brasileiro
REPRESETARIVIDADE IMPORTA?
1. Representatividade é institucional e não estrutural;
RACISMO E DIREITO:
I. O direito é uma tecnologia de controle social utilizada para a consecução de
objetivos políticos e para a correção do funcionamento institucional, como o
combate ao racismo por meio de ações afirmativas
II. Racismo é uma relação estruturada pela legalidade;
III.

RACISMO E ECONOMIA:
Relatório anual da desigualdade racial no Brasil 2009-2011
Plano econômico probabilidade de acesso; Plano dos direitos sociais acesso a justiça e à
proteção policial contra violência; Plano legal práticas discriminatórias se expressam
institucionalmente.
O racismo se manifesta no campo econômico de duas formas
1. Objetiva: tributação sobre salário e consumo;
2. Subjetiva: pobreza enquanto condição biológica/natural aos negros e indígenas
EM SUMA
Portanto, não é o racismo estranho à formação social de qualquer
Estado capitalista, mas um fator estrutural, que organiza as relações
politicas e econômicas. Seja como racismo interiorizado – dirigido
contra as populações internas – ou exteriorizado – dirigido contra
estrangeiros -, é possível dizer que países como Brasil, África do Sul e
EUA não são o que são apesar do racismo, mas são o que são graças
ao racismo. P. 181
CLASSE E RAÇA
Logo, o racismo não deve ser tratado como uma questão lateral, que
pode ser dissolvida na concepção de classes, até porque uma noção de
classe que desconsidera o modo com que esta se expressa enquanto
relação social objetiva torna o conceito uma abstração vazia de
conteúdo histórico. P 185