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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 5ª VARA CÍVEL

DA COMARCA DE LONDRINA – PARANÁ.

Processo n° 0019435-62.2021.8.16.0014

DEISE FERREIRA DA SILVA e OUTROS, já devidamente


qualificado nos autos em epígrafe que lhe move ROBERT SILVA GAMBA, também já
qualificado, vem, através de seu advogado que esta subscreve, respeitosamente perante V.
Excelência, oferecer ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAIS, pelas razões à seguir
delineadas:

I – BREVE SINTESE DOS AUTOS:

O autor ajuizou a presente demanda na data de 16/04/2021 (seq.


1.1), visando a reparação de danos em virtude de acidente de trânsito.

O réu foi citado em seq. 37 e apresentou Contestação conforme seq.


42.1, sendo impugnada em seq. 46.1.

Em seq. 96.1, V. Excelência saneou o processo, determinando


prova documental, oral e pericial, sendo nomeado perito judicial.

Foi juntado o Laudo Pericial em seq. 146.

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Conforme seq. 155, foi designada audiência de instrução e
julgamento para produção de prova oral, com oitiva de testemunhas e depoimento pessoal
das partes.

Na audiência de instrução e julgamento foi tomado o depoimento


pessoal das partes e oitiva de uma testemunha, onde posteriormente, o autor apresentou
alegações finais remissivas, tudo conforme seq. 207.

Este é a breve síntese do necessário, passo a manifestar.

I – DA PROVA ORAL:

O autor, em seu depoimento pessoal, disse em juízo que estava


trabalhando com sua motocicleta, tendo sido atingido no cruzamento pela requerida que
dirigia na contramão.

A requerida assumiu que dirigia na contramão da via, onde no


cruzamento da via, ocorreu o acidente e atingiu o autor.

A testemunha Jader de Andrade Matos (seq. 207.4), confirmou que


a requerida causou o acidente em razão de ter dirigido na contramão.

Porém, mesmo que a requerida, agindo de forma culposa, a ação


não deve ser julgada totalmente procedente, senão vejamos:

DA PROVA PERICIAL:

Com base na prova pericial (seq. 146.1) foi possível concluir que ocorreu
sequela em 25% (vinte e cinco por cento) no pé esquerdo do autor.

Não houve DANO ESTÉTICO.

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Desta forma, fica demonstrado apenas a sequela no pé esquerdo em 25% e
sem dano estético.

III - DOS DANOS PATRIMONIAIS

Conforme relatado, o Autor requer prejuízos materiais:

a) uma motocicleta 0km, Honda CG 160 Fan, modelo 2021, no


valor de R$11.581,00 (onze mil quinhentos e oitenta e um reais);

b) um aparelho celular IPHONE 6, no valor de R$ 3.129,30 (três


mil cento e vinte e nove reais e trinta centavos);

Os danos materiais acima, em que pese a culpa da requerida, tal valor não
merece prosperar, em razão de que o autor requer uma motocicleta 0km, sendo que ele
mesmo juntou orçamento em seq. 1.11, no valor de R$7.624,85 (sete mil seiscentos e vinte
e quatro reais e oitenta e cinco centavos), e não deve proceder o valor de uma motocicleta
0km, assim como requer o autor.

Em relação ao pedido de ressarcimento de um aparelho celular, não foi


possível concluir nos autos que o estrago foi em razão do acidente causado pela requerida.
Porém, por uma questão de eventualidade, e não sendo este o entendimento de V.
Excelência, não deve prosperar um aparelho celular novo, sendo que o autor juntou nos
autos orçamento para conserto, no valor de R$490,00 (quatrocentos e noventa reais),
conforme seq. 1.16.

IV - DO DANO MORAL E ESTÉTICO:

O dano moral em situações como estas não merece prosperar. Afinal, o


Autor não teve dano estético, conforme Laudo Pericial de seq. 146.1.

Não ocorreu um ato ilícito que dificultou a condução normal da vida do


Autor e nem ultrapassando os meros dissabores do dia a dia, não gerando o dever de

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indenizar.

Pelos laudos e fotos que junta em anexo, o autor não teve danos estéticos,
além de não ter tido um forte impacto em sua produtividade, não afetando a auto estima de
qualquer ser humano, não configurando Dano moral devendo ser indenizado.

A Súmula 37 do Superior Tribunal de Justiça elucida o tema:

"O dano moral alcança prevalentemente valores ideais, não goza


apenas a dor física que geralmente o acompanha, nem se
descaracteriza quando simultaneamente ocorrem danos
patrimoniais, que podem até consistir numa decorrência de sorte
que as duas modalidades se acumulam e tem incidências
autônomas."

Portanto, considerando que a requerida não ultrapassou os limites razoáveis


do exercício de seu direito, não afetando seriamente a dignidade do Autor e não o expondo
ao ridículo, não é devida a indenização por danos morais.

V - ISTO POSTO, requer a requerida a IMPROCEDÊNCIA da ação, nos termos dos


fundamentos acima.

Nestes termos, em que

Pede deferimento.

Londrina, 02 de Junho de 2.023.

OTÁVIO TAKAO FUJIMOTO

OAB/PR 47.171

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