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GENÉTICA BACTERIANA

Traz informações importantes para entender os microrganismos e suas atividades auxiliando assim
na busca de antibióticos e utilidades para e de interesse médico, biotecnológico e comercial.

GENÉTICA = é a ciência da hereditariedade, ela inclui o estudo do que são os genes, como eles
transportam informações, como são replicados e passados para as gerações subseqüentes de
células e como a expressão da sua informação dentro de um organismo determina as características
particulares daquele organismo.

CROMOSSOMOS = estruturas celulares que transportam fisicamente a


informação hereditária; os cromossomos contêm os genes.

GENES = segmentos de DNA que codificam os produtos funcionais.

DNA = macromolécula composta de unidades repetidas denominadas


nucleotídeos. O DNA é composto de duas fitas que são complementares.

NUCLEOTÍDEOS = formado por uma base nitrogenada (adenina, timina,


citosina, guanina), e uma desoxirribose (um açúcar pentose) e um grupo
fosfato. Num gene médio há cerca de 1.000 dessas 4 bases.

GENÓTIPO = composição genética de um organismo, informação que codifica todas as


características particulares do organismo. Representam as propriedades potenciais, mas não as
propriedades em si.

FENÓTIPO = refere-se às propriedades reais, expressas, como a capacidade do organismo realizar


uma reação química particular. O fenótipo é manifestação do genótipo.

DNA E CROMOSSOMOS

As bactérias tipicamente possuem um único cromossomo circular consistindo de uma única


molécula circular de DNA com proteínas associadas. O cromossomo está fixado em um ou vários
pontos da membrana plasmática.

O DNA de E. coli tem cerca de 4 milhões de pares de bases e possui cerca de 1 mm de


comprimento – 1.000 vezes maior que toda a célula. Contudo, como o DNA é muito fino e bastante
enovelado dentro da célula, esta macromolécula compõe somente cerca de 10% do volume celular.

A replicação do DNA é um processo surpreendentemente acurado. Tipicamente, os erros são


cometidos em uma taxa de 1 a cada 1010 pares de bases incorporadas. Esta acurácia é devida em
boa parte à capacitação de contraprova de DNA polimerase.

REGULAÇÃO DA EXPRESSÃO GÊNICA BACTERIANA

Muitos genes, talvez 60 a 80%, não são regulados e são chamados de constitutivos, significando
que seus produtos são constantemente produzidos em uma velocidade fixa.

A transcrição do mRNA é regulado por dois mecanismos genéticos que controlam a síntese e as
quantidades de enzimas na célula, mas não a atividade das enzimas (essas são reguladas por
outros fatores com pH, temperatura, quantidade de substrato, etc).
REPRESSÃO

Mecanismo regulador que inibe a expressão gênica e diminui a síntese das enzimas. Usualmente é
uma resposta a abundância de um produto final de uma rota metabólica; ela causa uma redução na
velocidade da síntese das enzimas que levam a formação daquele produto.

A repressão é mediada por proteínas reguladoras denominadas repressoras, que bloqueiam a


capacidade da RNA polimerase de iniciar a transcrição dos genes reprimidos.

Modelo para a repressão


Sem repressor RNA polimerase

I Promotor Operador Gene estrutural

A trasncrição começa

Com repressor
RNA polimerase

Repressor

I Promotor Gene estrutural

X Repressor

I Promotor Gene estrutural

INDUÇÃO

Processo que ativa a transcrição de um gene. Uma substância que atua induzindo a transcrição de
um gene é denominada indutora, e as enzimas que são sintetizadas na presença de indutores são
enzimas induzíveis.

Ex.: E. coli, um de seus genes codifica a enzima beta-galactosidase, que divide lactose em glicose e
galactose. Se a E. coli é colocada em um meio em que não há lactose, o organismo quase não
conterá beta-galactosidase, contudo quando a lactose é adicionada ao meio, as células bacterianas
produzem grandes quantidades da enzima.

Na célula, a lactose é convertida em alolactose, que é um indutor destes genes; assim, a presença
de lactose induz indiretamente a célula a sintetizar mais enzimas. Esta resposta que está sob
controle genético, é denominada indução enzimática.

Quando uma proteína repressora está presente, ela pode impedir a RNA polimerase de se ligar ao
promotor (P) ou bloquear seu progresso ao longo do DNA. A repressão é um mecanismo regulador
que inibe a expressão gênica e diminui a síntese das enzimas.
MODELO OPERON DE EXPRESSÃO GÊNICA

Modelo proposto por François Jacob e Jacques Monod, em 1961, explica a regulação da síntese
protéica.

Eles basearam seu modelo em estudos de indução das enzimas do catabolismo da lactose, na E.
coli. Além da beta-galactosidase, essas enzimas incluem permeases envolvidas no transporte de
lactose para dentro da célula, e a transacetilase, que metaboliza outros dissacarídeos que não a
lactose.

Os genes para as três enzimas envolvidas na captação e utilização da lactose estão em seqüência
no cromossomo bacteriano, e são regulados em conjunto. Esses genes que determinam as
estruturas de proteínas são denominados genes estruturais, para diferenciá-los de uma região de
controle adjacente no DNA.

Quando a lactose é introduzida no meio de cultura, os genes estruturais lac são todos transcritos e
traduzidos rapidamente e simultaneamente.

Na região de controle do operon lac há


dois segmentos de DNA relativamente
curtos:
- Promotor = região do DNA onde a
RNA polimerase inicia a transcrição.
- Operador = é como uma sinaleira que
sinaliza para parar ou prosseguir com a
transcrição dos genes estruturais.

Um conjunto de sítios operadores e


promotores, e os genes estruturais que
eles controlam são o que define um
operon; portanto, a combinação dos três
genes estruturais lac e as regiões de
controle adjacentes é denominada
operon lac.

Junto do operon lac do DNA bacteriano


está um gene regulador denominado
gene I, que codifica uma proteína
repressora.

Quando a lactose está ausente, a


proteína repressora liga-se fortemente
ao sítio do operador, impedindo que a
RNA polimerase de transcrever os genes
estruturais adjacentes – as enzimas não
são sintetizadas.

Porém, quando a lactose está presente,


parte dela é transportada para dentro
das células e convertida no indutor
alolatoctose, este liga-se à proteína
repressora e a altera, de modo que ela
não possa se unir ao sítio operador.
Na ausência da proteína repressora ligada ao operador, a
RNA polimerase pode transcrever os genes estruturais em
mRNA, que é então traduzido em enzimas.

É por isso que na presença de lactose as enzimas são


produzidas. Diz-se que a lactose induz a síntese de enzimas,
e o operon lac é denominado um operador indutível.

Em operons repressíveis, o repressor requer a presença de


uma molécula pequena denominada co-repressor, que
auxilia o repressor a se unir ao gene operador.

As enzimas envolvidas em várias rotas metabólicas


biossintéticas são reguladas desse modo.

A regulação do operon da lactose também


depende do nível de glicose no meio que, por
sua vez, controla o nível intracelular da molécula
pequena de AMP cíclico (AMPc), uma substância
do ATP que serve como sinal de alarme celular.

As enzimas que metabolizam a glicose são


constitutivas (constantemente produzidas em
velocidades fixas) e as células crescem em sua
velocidade máxima tendo a glicose como sua
fonte de carbono, pois podem usá-las de modo
mais eficiente.

Quando a glicose não está mais disponível, a


célula responde produzindo AMPc, e este liga-se
a uma proteína denominada proteína ativadora
de catabólitos (CAP).

Este complexo que se liga ao promotor lac é


requerido para a transcrição do operon lac, como
em presença de lactose.

A transcrição do operon requer tanto a presença


de lactose quanto a ausência de glicose.

O AMPc é um exemplo de alarmônico, um sinal


de alarme que a célula usa para responder ao
estresse ambiental ou nutricional (nesse caso o
estresse é a falta de glicose).

A inibição do metabolismo das fontes alternativas


de carbono pela glicose é denominada
repressão catabólica (ou efeito glicose).

Quando a glicose está disponível, o nível de


AMPc na célula é baixo e, conseqüentemente a
proteína ativadora de catabólitos (CAP) não está
ligada.

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