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Funções da educação

1. Adaptação
▪ Integração Social – Mas como é que a escola operacionaliza a integração /
socialização?
• Formalmente através do
currículo;

• Informalmente via clubes /


associações / redes.
▪ Valores Sociais;
▪ Valores Culturais.
2. Conservação
▪ Cultura;
▪ Língua;
▪ Cidadania.
3. Desenvolvimento Individual
▪ Curiosidade;
▪ Empreendedorismo;
▪ Criatividade / sentido estético;
▪ Comunicação;
▪ Pesquisa / tratamento de informação;
▪ Autonomia – “Que bem que aquele soube cuidar de si”, José de Almada
Negreiros

4. Formação Cívica.
5. Controlo e Seleção Social - Reis, 2015
▪ Um país onde a escola contribui para aumentar a desigualdade de
oportunidades inicial está associada a um sistema em que:
• A seleção dos alunos entre diferentes programas curriculares é
realizada mais cedo – tracking mais precoce;
• Existe uma menor autonomia das escolas;
• As escolas são mais seletivas no processo de admissão dos seus
alunos;
• Existe uma maior propensão para os alunos repetirem o ano –
retenção escolar.
6. Qualificação / Capacitação Profissional:
o Factores que explicam o ‘gender gap’ no desempenho académico:
▪ desvalorização da autoridade, trabalho e desempenho académico
(Harris et al., 1993; Rudduck et al., 1996) e a formação de conceitos
de masculinidade que estão em conflito direto com o ethos da escola;
▪ diferenças nas atitudes dos alunos em relação ao trabalho, objetivos e
aspirações (Warrington e Younger, 1999; Younger e Warrington,
1996) e factores ligados a um mercado de trabalho em mudança,
desindustrialização e desemprego masculino (Arnot et al., 1998);
▪ maior maturidade e estratégias de aprendizagem mais eficazes por
parte das estudantes do género feminino (Boaler, 1997; Gipps, 1996),
com ênfase na colaboração e comunicação (Askew e Ross, 1988;
Fennema, 1996),Progresso e Desenvolvimento – Efeitos
7. Progresso e desenvolvimento (efeitos)
▪ Education can positively influence economic and social outcomes.
▪ Sousa (2014) conclui que as alterações à legislação sobre a escolaridade
obrigatória foram eficazes no aumento da educação, e por esta via tiveram
um efeito positivo nos salários;
▪ A evidência disponível mostra que, por um lado, embora a taxa de
desemprego entre os diplomados do ensino superior tenha vindo a aumentar,
a incidência média de desemprego entre os diplomados é substancialmente
mais baixa do que a que se regista entre os jovens com um nível de educação
mais baixo (Portela, 2015);
▪ Os indivíduos com maior qualificação são preferidos pelos empregadores
para permanecer na empresa quando esta tem de fazer reduções na força de
trabalho (Oliveira, 2014);
▪ A investigação mostra também que em relação aos trabalhadores que ficaram
desempregados, ou estão à procura do primeiro emprego, uma formação ao
nível do ensino superior aumenta de forma significativa a probabilidade de
encontrar emprego (Oliveira, 2014).
SISTEMA EDUCATIVO DA FINLÂNDIA

Explicações para o sucesso do sistema educativo Finlandês


• Equidade e bem-estar
• Qualificação, autonomia e valorização social do corpo docente
• Aprendizagem baseada em fenómenos (phenomenon-based learning)
• Aprendizagem através da brincadeira
• Aprendizagem personalizada
• Avaliação criterial
• Minimização TPCs
• Integração TIC
Certamente, vou aprofundar mais em alguns aspectos específicos do sistema educacional
finlandês:

1. Formação de Professores:
A formação de professores na Finlândia é um dos pilares do sucesso do sistema
educacional. Os professores são altamente qualificados, passando por um processo de
seleção rigoroso. A formação é baseada em programas acadêmicos sólidos e inclui uma
ênfase significativa na prática em sala de aula.
2. Autonomia dos Professores:
Os professores na Finlândia desfrutam de uma grande autonomia em suas salas de aula.
Eles têm a liberdade de adaptar o currículo às necessidades específicas de seus alunos,
promovendo métodos de ensino inovadores e personalizados.
3. Menos Testes, Mais Avaliação Formativa:
Em contraste com sistemas que se baseiam fortemente em testes padronizados, o sistema
finlandês utiliza uma abordagem mais centrada na avaliação formativa. Os professores
avaliam continuamente o progresso dos alunos por meio de feedback construtivo, em vez
de dependerem exclusivamente de avaliações finais.
4. Ênfase na Educação Pré-Escolar:
A educação pré-escolar é altamente valorizada na Finlândia. Ela é projetada para ser
lúdica, focando no desenvolvimento social e emocional das crianças. O sistema presta
atenção especial à transição suave da pré-escola para o ensino fundamental.
5. Recursos Adequados para Todas as Escolas:
O financiamento da educação na Finlândia é distribuído de maneira equitativa, garantindo
que todas as escolas, independentemente de sua localização ou contexto socioeconômico,
tenham recursos adequados. Isso contribui para a redução das disparidades educacionais.
6. Tempo de Aula e Lições Menos Formais:
O tempo de aula na Finlândia é frequentemente menor do que em muitos outros países.
Além disso, as aulas são frequentemente menos formais, com uma ênfase na participação
ativa dos alunos, discussões e projetos práticos.
7. Aprendizado Baseado em Projetos:
O ensino na Finlândia é frequentemente baseado em projetos, nos quais os alunos aplicam
conceitos aprendidos em situações do mundo real. Isso promove uma compreensão mais
profunda dos tópicos e incentiva a aplicação prática do conhecimento.
8. Suporte à Saúde Mental:
O sistema educacional finlandês está atento à saúde mental dos alunos. A abordagem
inclusiva e de apoio busca garantir que os alunos recebam suporte emocional quando
necessário, reconhecendo a importância do bem-estar no processo de aprendizagem.
9. Envolvimento dos Pais:
Existe uma forte cultura de envolvimento dos pais no sistema educacional finlandês. A
parceria entre escola e família é valorizada, criando um ambiente de apoio ao
desenvolvimento educacional e social das crianças.
10. Ênfase na Igualdade de Gênero:
O sistema educacional finlandês promove a igualdade de gênero, buscando eliminar
estereótipos e garantir oportunidades iguais para meninas e meninos em todas as áreas do
currículo.
A combinação desses elementos cria um ambiente educacional que valoriza a
individualidade, a criatividade e a igualdade, contribuindo para o sucesso geral do sistema
educacional finlandês. Essa abordagem tem sido objeto de estudo e inspiração para outros
sistemas educacionais em todo o mundo.
Métodos pedagógicos
Pestalozzi
Considerado inovador e revolucionário no pós-25 de Abril, o Jardim Infantil Pestalozzi,
em Lisboa, foi fundado em 1955 por Lucinda Atalaya.
Princípios pedagógicos:
• Pedagogia ativa, assente no reconhecimento e no
respeito pela individualidade e expressão livre da
criança;
• Primazia à vivência das crianças, em contacto direto
com o meio ambiente;
• Relação com os pais baseada no diálogo e reflexão
conjunta sobre as questões do desenvolvimento.
• Aprendizagens significativas (tem sentido para a
criança, que promova a autonomia, a importância)
• Escola aberta à vida, que estimula a criatividade,
curiosidade e cooperação.

O método pedagógico de Johann Heinrich Pestalozzi foi desenvolvido no final do século


XVIII e é conhecido por sua abordagem centrada na criança e no desenvolvimento
holístico. Pestalozzi, um educador suíço, acreditava que a educação deveria ser adaptada
às necessidades naturais da criança e que o aprendizado significativo ocorre através da
experiência prática. Aqui estão alguns dos princípios chave do método pedagógico
Pestalozzi:

1. Observação e Respeito pela Natureza da Criança:


Pestalozzi enfatizava a importância de observar e compreender a natureza única de cada
criança. Ele acreditava que os educadores deveriam respeitar o desenvolvimento natural
e as inclinações individuais de cada criança.
2. Educação para a Vida Prática:
O método Pestalozzi promovia a educação prática e útil para a vida cotidiana. Ele
acreditava que os alunos deveriam aprender habilidades que pudessem ser aplicadas em
suas vidas diárias, integrando o conhecimento com a experiência prática.
3. Aprendizado pela Experiência e Intuição:
Pestalozzi defendia a aprendizagem pela experiência direta e intuição. Ele acreditava que
os alunos deveriam estar envolvidos em atividades práticas que permitissem a descoberta
de conceitos por meio da experiência direta, em vez de apenas memorizar informações.
4. Desenvolvimento Passo a Passo:
O método Pestalozzi preconizava um desenvolvimento passo a passo do conhecimento.
Ele propunha que os educadores introduzissem conceitos de maneira gradual e
progressiva, levando em consideração o estágio de desenvolvimento de cada aluno.
5. Ênfase nas Habilidades Básicas:
Pestalozzi destacava a importância do ensino das habilidades básicas, como leitura,
escrita e aritmética. Ele acreditava que essas habilidades eram fundamentais para o
desenvolvimento cognitivo e para a participação efetiva na sociedade.
6. Trabalho em Grupo e Colaboração:
O método Pestalozzi encorajava o trabalho em grupo e a colaboração entre os alunos. Ele
via a interação social como uma parte fundamental do processo educacional, promovendo
o desenvolvimento social e emocional.
7. Uso de Materiais Didáticos Concretos:
Pestalozzi defendia o uso de materiais didáticos concretos, como objetos manipuláveis,
para facilitar a compreensão dos conceitos pelos alunos. Esses materiais serviam como
auxílios tangíveis para a aprendizagem.
8. Ênfase na Educação Moral e Social:
Além do desenvolvimento acadêmico, o método Pestalozzi valorizava a educação moral
e social. Ele acreditava que a educação deveria contribuir para a formação de cidadãos
responsáveis, éticos e socialmente conscientes.
9. Ambiente de Aprendizagem Positivo:
Pestalozzi enfatizava a importância de criar um ambiente de aprendizagem positivo e
acolhedor. Ele reconhecia a influência do ambiente na educação e defendia espaços que
inspirassem os alunos e promovessem uma atitude positiva em relação ao aprendizado.
Papel ativo do educador:
O papel do educador no método Pestalozzi é ativo e envolvente. Os professores devem
adaptar suas abordagens de ensino às necessidades individuais dos alunos, fornecendo
orientação e estímulo adequados.

Montessori

É um método destinado a crianças em idade préescolar, pelo que se recorre aos


estímulos sensoriais através de materiais especialmente criados por Montessori.

Princípios pedagógicos:
• A criança é protagonista do seu caminho, escolhe os temas que lhe interessam, decide
o tempo que quer dedicar a cada assunto, as vezes que quer repetir cada atividade.
• Aprende e entende como pode enfrentar dificuldades e gerir frustrações.
• Os adultos acompanham as aprendizagens e interferem o mínimo possível, observam,
estão atentos, preparam os ambientes.
• A criança está sempre no centro da sua própria aprendizagem.

O método Montessori é uma abordagem educacional desenvolvida pela médica e


educadora italiana Maria Montessori no início do século XX. Essa abordagem é centrada
no aluno e enfatiza o desenvolvimento holístico da criança, incorporando princípios de
liberdade, independência, respeito pelo ritmo individual e aprendizado prático. Aqui estão
alguns dos elementos-chave do método de aprendizagem Montessori:

1. Ambiente Preparado:
As salas de aula Montessori são cuidadosamente preparadas para promover a
independência e a exploração. Os materiais são dispostos de maneira organizada e
acessível, incentivando os alunos a fazerem escolhas e a se envolverem em atividades
autodirigidas.
2. Material Didático Sensorial:
Os materiais Montessori são projetados para estimular os sentidos e promover a
aprendizagem prática. Cada material tem um propósito educacional específico e é
introduzido à criança quando ela está pronta para absorver determinado conhecimento ou
habilidade.
3. Desenvolvimento Autodirigido:
O método Montessori enfatiza a autodireção na aprendizagem. Os alunos têm liberdade
para escolher atividades dentro de parâmetros estabelecidos pelo educador. Isso promove
a responsabilidade e a autonomia na tomada de decisões.
4. Ciclos de Trabalho Prolongados:
Os alunos Montessori têm períodos de trabalho prolongados, permitindo que se
concentrem em uma tarefa por um período estendido, se assim desejarem. Isso apoia o
desenvolvimento da concentração e da atenção.
5. Avaliação Contínua:
O método Montessori enfatiza a observação contínua dos alunos pelo educador, em vez
de avaliações tradicionais baseadas em testes. O progresso é medido de maneira mais
qualitativa, considerando o desenvolvimento social, emocional e acadêmico.
6. Desenvolvimento Socioemocional:
A abordagem Montessori reconhece a importância do desenvolvimento socioemocional.
Os alunos aprendem a trabalhar em grupo, respeitar os outros, resolver conflitos e
desenvolver habilidades interpessoais essenciais.
7. Currículo Integrado e Global:
O currículo Montessori é integrado e projetado para abranger todas as áreas do
desenvolvimento humano. Inclui linguagem, matemática, ciências, geografia, arte e
música. A interconexão entre as disciplinas é enfatizada.
8. Preparação para a Vida Cotidiana:
Além do currículo acadêmico, o método Montessori valoriza a preparação para a vida
cotidiana. Os alunos aprendem habilidades práticas, como cuidar de si mesmos, preparar
alimentos e manter um ambiente limpo.
9. Respeito pelo Ritmo Individual:
Cada criança é única, e o método Montessori respeita o ritmo individual de aprendizagem.
Os educadores observam as necessidades e interesses de cada criança, adaptando a
instrução conforme necessário.

Método Waldorf

A pedagogia Waldorf (Rudolf Steiner) surgiu em 1919 na Alemanha.


É um método alternativo com mais de 700 escolas em todo o mundo que valorizam os
trabalhos manuais, o contacto com a natureza, as experiências sensoriais.

Princípios pedagógicos:
• Integrar de modo holístico o desenvolvimento físico, espiritual,
intelectual e artístico dos alunos;
• Desenvolver indivíduos livres, integrados, socialmente
competentes e moralmente responsáveis;
• Criatividade, responsabilidade, independência.
• A autoconsciência, a flexibilidade cognitiva, o espírito crítico,
a capacidade para preservar a própria identidade.
Forrest schools

“São escolas na floresta e Portugal existem alguns exemplos. Aprender em contacto


constante com a natureza, não em salas fechadas, valorizando-se o ambiente natural para
que as crianças corram riscos, desenvolvam atitudes positivas para que, no futuro, sejam
adultos confiantes, ativos, independentes.” “Corre-se, brinca-se, sobe-se às árvores,
escavam-se buracos na terra, enchem-se os pulmões de ar puro. Respeita-se a
individualidade, exploram-se as componentes sociais, emocionais e físicas. As atividades
são planeadas em conjunto com os mais pequenos num trajeto que coloca na linha da
frente o pensamento criativo, as emoções, a comunicação, a resiliência.”

MEM

“A experiência de socialização democrática dos estudantes constitui o sustentáculo do


trabalho do currículo nas turmas, entendidas como comunidades de aprendizagem, num
envolvimento cultural motivador.”
“Os educandos responsabilizam-se por colaborarem com os professores no planeamento
das atividades curriculares, por se interajudarem nas aprendizagens que decorrem de
projetos de estudo, de investigação e de intervenção e por participarem na sua avaliação.”
“A experiência de socialização democrática dos estudantes constitui o sustentáculo do
trabalho do currículo nas turmas, entendidas como comunidades de aprendizagem.”

Escola Da Ponte

“A Escola da Ponte, em Santo Tirso, fundada pelo professor José Pacheco, coloca em
prática uma filosofia inclusiva.
A escola parte da premissa de que todos temos que aprender e todos podemos fazê-lo
uns com os outros, à maneira de cada um e garantindo a igualdade de oportunidades
educacionais e de realização pessoal a todos os cidadãos.
Os planos curriculares são, nesta escola, organizados por equipas e por projetos. E as
atividades privilegiam o debate de ideias e a troca de experiências entre alunos,
professores e encarregados de educação.”

“A Escola Básica da Ponte é uma escola com práticas educativas que se afastam do
modelo tradicional. Está organizada segundo uma lógica de projeto e de equipa,
estruturando-se a partir das interações entre os seus membros.
A sua estrutura organizativa, desde o espaço, ao tempo e ao modo de aprender exige uma
maior participação dos alunos tendo como intencionalidade a participação efetiva destes
em conjunto com os orientadores educativos, no planeamento das atividades, na sua
aprendizagem e na avaliação. Não existem salas de aula, no sentido tradicional, mas sim
espaços de trabalho, onde são disponibilizados diversos recursos, como: livros,
dicionários, gramáticas, internet, vídeos… ou seja, várias fontes de conhecimento.
Este projeto, assente em valores como a Solidariedade e a Democraticidade, orienta-se
por vários princípios que levaram à criação de uma grande diversidade de dispositivos
pedagógicos que, no seu conjunto, comportam uma dinâmica de trabalho e promovem
uma autonomia responsável e solidária, exercitando permanentemente o uso da palavra
como instrumento autónomo da cidadania.”

REFERÊNCIAS:

Álvares, J., Amante, L.; & Ramos, D. (1987). Na Escola de ontem, na escola de hoje, que
leituras? Breve análise dos manuais de leitura da I República, do Estado Novo e
do Pós 25 de Abril. Análise Psicológica, 3, V, 441-471.
Portela, M. (2015). Retornos privados e socias da educação em Portugal. In L. C. Nunes
(Org.), A Escola e Desempenho dos Alunos (pp. 105-127). Lisboa: Fundação
Francisco Manuel dos Santos.
Reis, H. (2015). Determinantes da desigualdade no desempenho escolar em países da
OCDE. In L. C. Nunes (Org.), A Escola e Desempenho dos Alunos (pp. 15-70).
Lisboa: Fundação Francisco Manuel dos Santos.
Sousa, S. (2014). Characterization of the returns to education in Portugal: 1986–2009.
Universidade do Minho: mimeo.
Oliveira, C. (2014). Labour market transitions: a survival analysis using Portuguese data.
Universidade do Minho: mimeo.
Lobrot, M. (1992). Para que serve a escola? Lisboa: Terramar.

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