Márcia Braga

COLEÇÃO

Desejos entrelinhas
Educação alimentar
e nutrição

Suplemento alimentar

Volume 3
Parimpar
Belo Horizonte
2022
Projeto Editorial: PARIMPAR e Pimpa Estúdio

Capa (concepção): Geraldir E. B. (Gerar)

Revisão: Patrícia Costa

Catalogação da Publicação (CIP)

Ficha catalográfica feita pela Editora Parimpar

B813d

Desejos entrelinhas: suplemento alimentar.

(vol. 3)/ Márcia Braga. Belo Horizonte [MG]:
PARIMPAR, 2022.

3,03 MB ePUB.

ISBN 978-65-00-39282-1

1. Nutrição. 2. Comportamento humano. 3.

Alimentação. 4. Saúde/ nutrição. 5 Prevenção.
Título.
CDD: 613
CDU: 613.3

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parcial desta obra, de qualquer meio, salvo com autorização ex-
pressa e por escrito da Editora (de acordo com a Lei do Direito Au-
toral em vigor no país). Ao reproduzir este ou qualquer livro atra-
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ra, seus colaboradores e a todos aqueles que trabalham com o livro
no Brasil.
 APRESENTAÇÃO

A série Desejos entrelinhas: educação ali-

mentar e nutrição foi criada com o objetivo de
levar ao Leitor informações sobre a impor-
tância de se alimentar com consciência e de
modo saudável.

Os relatos são apresentados pelo olhar da Nu-

tricionista Márcia Braga, advindos do seu
labor na clínica, ou seja, fruto da escuta
diária.

Há, evidentemente, um cuidado ético em

preservar nomes e particularidades,
portanto, em todos os casos que farão parte
desta série, os nomes foram substituídos,
assim como alguns detalhes secundários a
história também foram modificados, para
que as identidades dos envolvidos fossem
preservados.

Espera-se que o conteúdo auxilie o Leitor em

identificar melhor os produtos que escolhe
para compor a sua dieta e a compreender que
o nosso corpo dá sinais, no comportamento,
na forma de se movimentar, na maneira de
pensar e de agir, considerando inclusive, o
que escolhemos para alimentá-lo.

Boa leitura!

Patrícia Costa
 Caso Clínico:
suplemento alimentar

Luciano, 32 anos, 1,78 m, 82 kg, atleta, dobras

cutâneas indicando baixo percentual de gordura
corporal. A medição de dobras cutâneas é um
método que estima a composição corporal por
meio de medidas antropométricas realizadas com
um adipômetro em locais específicos do corpo para
estimar o percentual de gordura corporal.

O Luciano queria orientação profissional, com dois

objetivos específicos: melhor desempenho nos
treinos; equilíbrio alimentar.
No recordatório nutricional dele registrei as
seguintes informações:

• consumo diário de 08 (oito) ovos;

• uso de suplementos pré e pós-treino;

• ingestão, pouco frequente, de shakes,

tipo de suplemento alimentar que
substitui as refeições;

• segue o aconselhamento de amigos de

treino;

• sente ansiedade;

• tem dificuldade para dormir.

Não é raro encontrar pessoas não qualificadas que

indiquem suplementos alimentares, incluindo os
suplementos à base de ervas e vitamínicos, mesmo
para indivíduos que não apresentem nenhuma
carência e que tenham uma alimentação
balanceada.
Expliquei para o Luciano sobre os riscos quanto à
utilização inadequada de suplementos alimenta-
res, que podem impactar no benefício esperado. O
mesmo ocorre com o uso concomitante de deter-
minados alimentos e medicamentos, a falta de
avaliação periódica do estado de saúde do indiví-
duo e o uso prolongado, sem acompanhamento
profissional, podem ser prejudiciais à saúde.
 APONTAMENTOS

Quem regulamenta a venda dos suplementos ali-

mentares no Brasil é a Agência Nacional de Vigi-
lância Sanitária (ANVISA) que aplica uma legisla-
ção diferente para suplementos e medicamentos.

“Suplementos alimentares não são medicamentos e,

por isso, não servem para tratar, prevenir ou curar
doenças. Os suplementos são destinados a pessoas
saudáveis. Sua finalidade é fornecer nutrientes, subs-
tâncias bioativas, enzimas ou probióticos em comple-
mento à alimentação.”

A categoria de suplemento alimentar foi criada em

2018 para garantir o acesso da população a
produtos seguros e de qualidade.
Com essa mudança, alimentos que eram enqua-
drados com ‘alimentos para atletas’, ‘alimentos para
gestantes’, ‘suplementos vitamínicos e minerais’
foram reunidos na mesma categoria.”

Suplemento só pode ser prescrito, se somente se,

houver a necessidade de complementar a dieta do
paciente ou, se ele, o paciente, apresentar carên-
cias nutricionais. Em hipótese alguma, suplemen-
to substitui alimentação saudável.

Quem PODE prescrever suplemento alimentar:

a) médicos;

b) nutricionistas.

Sempre afirmo a importância do auxílio de um

profissional habilitado, pois vivenciei inúmeras
vezes em minha pratica profissional vários proble-
mas danosos a saúde por determinação de crenças,
modismo e achismo.
Temos um exemplo clássico divulgado na mídia:

“Na tentativa de ter uma vida mais saudável, Jim

McCants, norte-americano que vive no estado do
Texas, nos Estados Unidos, passou a tomar cápsulas de
chá-verde diariamente. Depois de quase três meses, o
homem de 50 anos desenvolveu uma lesão hepática,
que exigiu o transplante do fígado e, até o momento,
precisa de cuidados redobrados com o órgão e com os
rins. A história de Jim foi contada pela BBC no fim de
outubro de 2018.” (https://www.gazetadopovo.com.br/
viver-bem/saude-e-bem-estar/capsulas-de-cha-verde-
levam-transplante-figado/ )

Ainda que naturais, há inúmeras ervas e produtos

que podem, a depender do uso e da intolerância do
paciente, se tornarem tóxicos para o fígado.
A ANVISA alerta para os cuidados ao adquirir um
suplemento:

• o texto SUPLEMENTO ALIMENTAR (em

letra maiúscula e negrito), deve estar em
evidência na embalagem, seguido da
forma farmacêutica que o produto é
apresentado;

• o que o suplemento fornece (nome

individual ou a categoria do nutriente, da
substância bioativa e da enzima) e a fonte
da qual foi extraído essa substância;

Por exemplo, um suplemento em cápsula fonte de

licopeno que usa como constituinte licopeno de
tomate pode ser designado de uma das três formas:
“SUPLEMENTO ALIMENTAR EM CÁPSULA”,
“SUPLEMENTO ALIMENTAR DE LICOPENO EM
CÁPSULA” ou “SUPLEMENTO ALIMENTAR DE
LICOPENO DE TOMATE EM CÁPSULA”.
Além do nome do produto, o rótulo dos suplemen-
tos alimentares também deve conter:

• recomendação de uso do produto com

quantidade e frequência diária de consumo
recomendadas para cada grupo
populacional e faixa etária;

• advertências gerais e outras específicas,

que variam conforme a composição ou
forma de administração do suplemento
alimentar;

• restrição de uso, quando o produto não

puder ser consumido por determinado
grupo populacional;

• tabela nutricional, com descrição das

quantidades de nutrientes, substâncias
bioativas, enzimas, probióticos;

• lista de ingredientes, com todos os

constituintes usados na formulação;
 • declaração da presença de alergênicos,
glúten e lactose.

Um suplemento não pode alegar substituir ou ser

superior a alimentos comuns como frutas,
verduras, carnes, leite, etc. Exemplo de afirmações
não permitidas: “este produto equivale a uma porção
de brócolis” ou “uma dose equivale a um copo de
leite”.

Importante observar no recipiente:

• prazo de validade;
• origem;
• lote.

Mas, fica um alerta:

Alimentação saudável é a melhor forma de obter os

nutrientes de que precisamos para suprirmos
nossa necessidade orgânica.
Quem consome alimentos naturais e tem uma ali-
mentação balanceada dificilmente precisará de su-
plementação.

Sou categórica em dizer: se precisar, procure um

médico ou um nutricionista qualificado, que privi-
legie alimentos naturais como fonte de nutrientes.

Quanto ao caso do Luciano, organizei um plano

alimentar individualizado e ajustei os nutrientes,
de forma equilibrada. Os suplementos só entrarão
na dieta, se somente se, houver necessidade física.

Resultado emergencial:

• redução significativa da ansiedade;

• melhoria na qualidade do sono;
• abriu mão dos shakes;
• equilibrou a alimentação.

E o mais importante: aprendeu que com saúde, não

se brinca!
 Márcia Braga

É graduada em Nutrição pelo Centro

Universitário UNA - BH; Pós-graduada em
Nutrição Clínica pela Faculdade São Camilo -
BH. Foi Assessora técnica Conselho Regional
de Nutricionistas da 9ª Região, Nutricionista
no Hospital Público Regional de Betim, além
de realizar Atendimento Clínico em
consultório.

SAIBA MAIS
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