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Introdução Farmacocinética

 Farmacologia é a ciência a ação dos  Estudo do destino do fármaco após sua


fármacos em sistemas biológicos. Ela administração
abrange o conhecimento das fontes,  "O que o organismo faz com o farmaco"
propriedades químicas, efeitos biológicos  Rege a relação entre dose e concentração
e uso terapêutico dos fármacos do fármaco no organismo. Essa relação
(=substância que vai gerar efeito biológico, não poderá ser muito baixa para não fazer
ou seja, princípio ativo). Medicações efeito mas também não poderá ser muito
diferentes podem conter o mesmo alta para causar efeito tóxico.
fármaco.  Efeitos colaterais são efeitos que não são
os objetivos terapêuticos. Podem gerar
Divisão da farmacologia reações boas ou ruins. Exemplo: anti-
histaminicos que geram sonolência e
 Farmacocinética: "o que o organismo faz sedação.
com um fármaco". Do momento que se  Divisões ds farmacocinética
administra a substância até o momento  Vias de administração
que se excreta.  Absorção
 Farmacodinâmica: "o que o fármaco faz  Distribuição
com o organismo.  Biotransformação e excreção = eliminação
 Farmacologia dos sistemas: farmacologia de fármaco
processo inflamatório, doenças  Caminho do fármaco
degenerativas, doenças cardiovascular etc.
 Terapêutica: emprego de fármacos e seu
método de administração no tratamento
de doenças. Não é o foco da disciplina
farmacologia para FT.
 Objetivo terapêutico: atingir a
concentração adequada do fármaco no
sítio de ação. Para um medicamento
chegue, por exemplo, no sistema nervoso
central é necessário que passe por uma
série de barreiras biologocas e chegue ao
sitio de ação com uma concentração
adequada.
 Dose (absorção, distribuição, eliminação)  Vias de administração: oral, retal,
→ concentração plasmática = Fase percutânea, intravenosa, intramuscular,
farmacocinética → concentração do sítio inalação etc
de ação (biofase) → efeito farmacológico  Absorção x distribuição
→ resposta clínica (terapêutica) = Fase → Absorção: objetivo de sair de um
farmacodinâmica determinado órgão e chegar ao
compartimento central (plasma sg),
depois também pode ter o sentido reverso.
Ex: fígado, pele, músculo, rins, pulmão etc.  Administração na pele (epiderme, derme e
→ Saída do farmaco do plasma para os tecido subcutâneo*) ou mucosas
tecidos= distribuição.  Lipossolubilidade (quanto maior a
→ Durante esse processo ocorre a lipossolubilidade, mais probabilidade do
biotransformação, principalmente no farmaco penetrar na pele devido o limite
fígado, mas outros órgãos também são da célula, a membrana plasmática,
importantes. Depois são gerados bicamada lipídica).
metabolitos (produto de transformação  Pequenos volumes e baixas
dos fármacos principais) que vão ser concentrações**
direcionados aos rins para ser eliminado  Formulações farmacêuticas em pomadas,
principalmente no sistema urinário. creme, gel, aerossol
 Excreção: urina, fezes, ar expirado, suor.  Possíveis efeitos sistemicos
→ *Pele: Derme é queratinosa e avascular.
Vias de administração e absorção Derme é vascular. Subcutâneo é adiposo e
 As vias de administração podem ser: abaixo dele está o tecido visceral
 Via tópica: adm o farmaco na mucosa ou (muscular, por exemplo). Na parte
na pele na maioria das vezes; o objetivo é queratinosa, as células não possuem
que o farmaco não seja totalmente citoplasma, são só agregados de
absorvido, ou seja, que permaneça no membrana plasmática.
local que foi administrado)  Quando existe a penetração da substância,
 Via sistêmica: administração em qualquer ela vai entrar em algum momento em
parte do organismo, inclusive pele e contato com os vasos sg, principalmente
mucosa, mas o objetivo terapêutico é que pela derme (muito irrigado) em um local
a substância seja absorvida, ou seja, atinja do vaso conhecido como capilar (possui
a circulação plasmática. Por atingir o uma propriedade de possibilidade de livre
plasma a substância vai ser distribuída pra passagem de substâncias por fenestras,
praticamente todos os órgãos porém no pois contêm poros grandes o suficiente
órgão alvo terá receptores específicos de para passagem de dentro para fora do
ação vaso e o contrário também). Nesse
→ A via sistêmica ainda se subdivide em momento do contato com o vaso sg
enteral (aquelas que a adm ocorre da começa o processo de absorção (saída do
boca ao ânus - enteral vem de local que a substância foi administrada
gastrointestinal. Exemplos de vias assim para a circulação sg). Apesar de ser uma
são via oral, sublingual, retal etc) e via tópica, com o objetivo de não ir em
parenteral ("ao lado do intestino"; adm direção ao vaso sg, a grande maioria das
que não ocorrem por vias enteral. Ex: via substâncias se direcionam em parte para o
endovenosa, intramuscular, subcutânea sg, mesmo não sendo o objetivo
etc). terapêutico.

Via tópica
→ **Como diminui os efeitos adversos? Iontoforese
Diminuindo a quantidade de substância
 Existem técnicas em que se pode
que vai ser absorvida. Por isso nessa via
aumentar a forma de uma substância
tópica é administrado pequenos volumes
penetrar por via tópica, principalmente
e baixas concentrações.
pele. Uma delas é a iontoforese. O
 Penetração x absorção fisioterapeuta pode utilizar essa técnica.
 Penetrar → adentrar camadas  A iontoforese é uma técnica de corrente
 Absorver → entrar nos vasos sg elétrica de 40-60mA/min de 20-25min.
 Deve-se ter cuidado com o aquecimento
 Efeitos sistemicos da via tópica
para não lesionar a pele. Utiliza-se
 Efeitos não principais, na maioria das
substâncias carregadas, anions ou cátions,
vezes indesejados, nos órgãos sistemicos.
ou seja, hidrossolúveis. Apesar de serem
A substância vai da região de aplicação
hidrossolúveis, a técnica força a passagem
(mais concentrada) para regiões
da substância por meios intracelulares. Ex
adjacentes (menos concentrada), devido a
de fármacos com carga: dexametasona (-),
Lei de Ação das Massas. Ex: algumas
lidocaína (+).
pessoas colocam plástico no pós aplicação
tópica para forçar a substância a adentrar
a pele e segurar o suor que se torna
hidratante.
 Uma das vias tópicas que é interessante
para falar sobre os efeitos sistemicos é a
via inalatória - pretendemos que seja
administrado por via aérea, alcance os
pulmões de forma abundante porém
grande parte acaba sendo deglutido (90%)
e chegando ao trato gastrointestinal
sendo absorvido e gerando efeitos  Técnica: administra a substância na pele,
sistemicos. Ex: pessoa com asma que coloca um eletrodo ativo em cima da
administra broncodilatador ter palpitação, substância e para fechar a corrente coloca
tremor, ansiedade - esses são efeitos um eletrodo passivo numa região com
sistemicos. uma certa distância da administração
inicial. Assim, o eletrodo com carga
positiva inicial vai em direção ao eletrodo
com carga negativa e vice versa gerando
penetração maior da substância.

Fonoforese
 Outra técnica que pode aumentar a forma
de uma substância penetrar por via tópica,
principalmente pele, é a fonoforese. Ex: organismo por lavagem gástrica ou
pessoa com artrite reumatóide que utiliza emese), custo (custo de fabricação e
anti-inflamatório. formulação farmacêutica é menor)
 É um ultrassom com efeito mecânico e  Desvantagens: hidrossolubilidade (uma
efeito térmico (esse hidrata a região e substância lipossolúvel tem mais facilidade
aumenta a circulação, assim, aumentando de atravessar a membrana plasmatica),
a capacidade de penetração). decomposição/irritação enteral, absorção
irregular (caso tenha problemas
gastrointestinais), efeito de "primeira
passagem", é necessário a cooperação do
paciente.
 A via retal é utilizada quando a
mobilização do paciente é reduzida e
geralmente é feito início ou final da vida
como crianças e idosos.
→ Absorção: passagem do fármaco do local
de administração para a circulação sg.
Essa passagem depende do local que foi
adm a substância e das características
desse local.
 Absorção da via enteral
 Na via oral ocorre através do trato
gastrointestinal, mais especificamente no
intestino delgado, passando por processos
onde é solubilizado sendo capaz de ser
absorvido.
 Uma característica interessante da região
intestinal é que os enterócitos são células
Via sistemica enteral justapostas porém com pequenos espaços
 Via oral, sublingual e retal entre as células. Para a substância
atravessar a membrana precisa de
características especiais: para a substância
atravessar a membrana pode ser através
de canais; mas fármacos são grandes e
não há a possibilidade de atravessar
canais ionicos ou de água. Substâncias
também podem passar por carregadores,
o que chamamos de difusão facilitada,
porém quem passa por essas vias são aa,
substâncias energéticas como glicose,
substâncias importantes para via em geral,
e a possibilidade de um farmaco
atravessar através desse mecanismo
também é menor pois o fármaco
geralmente não é reconhecido por
 Vantagens: praticidade (pode tomar altas
carregadores para atravessarem. Portanto,
doses e vários comprimidos ao mesmo
o mecanismo mais usual para um fármaco
tempo), segurança (fácil de tirar do
atravessar a membrana plasmática é
através da difusão simples (=difusão
passiva), que ocorre através da bicamada
lipídica da membrana plasmatica e para
isso o fármaco precisa de um certo grau
de liposolubilidade. A lipossolubilidade
não é um conceito absoluto e sim um
gradiente. Assim, existem substâncias mais
lipossoluveis ou menos lipossoluveis a
uma membrana.

→ Na via tópica, a carga elétrica confere


hidrossolubilidade a uma substância,
assim, tendo menor capacidade de
atravessar a membrana plasmática.
Assim, para um ácido fraco a configuração
 Algumas características são importantes HA (sem carga e lipossolúvel) é a melhor
para influenciar a difusão passiva e assim configuração para passar pela membrana
o grau de absorção. Primeira característica plasmática.
é o grau de ionização da substância, que
está relacionado ao pH do meio que está  Mas como a forma se modifica (com carga
contido. A maioria dos fármacos são ou não)?
ácidos ou bases fracas.  Modifica-se através do pH do meio.
 Quanto mais ácido o meio, ou seja,
→ Os ácidos fortes se dissociam
muito próton, a substância tende a ficar
completamente quando colocados em
na opção sem carga (lipossolúvel).
água. Ex: HCl →←H+ + Cl-
→ IMPORTANTE: Então o ácido acetilsalicílico
→ Já bases e ácidos fracos são diferentes
no estômago (estômago é ácido, tem mais
porque se dissociam parcialmente,
proton) se apresenta mais na configuração
existindo reversibilidade na reação.
HA do que a configuração A- + H+.
→ Um ácido fraco em um determinado meio
Portanto esse ácido tem mais moléculas
é capaz de ter parte dissociada (próton
lipossoluveis do que hidrossolúveis e
mais molécula do acido) quanto associada.
teoricamente mais capacidade de
Ex: acido acetilsalicílico (aspirina), quando
atravessar a membrana plasmática e ser
colocado no meio aquoso (ingere/deglute
absorvido no intestino. Já no intestino,
o comprimento) quando ele alcança o
com pH mais básico, em torno de 8, há
estômago e depois o intestino não se
menos prótons no meio e essa reação
dissocia completamente então parte está
tende a apresentar mais carregadas A- +
na forma HA e parte na forma A- + H+.
H+ (mais protonadas) e menos moléculas
Ou seja, uma parte sem carga elétrica e
não carregadas (HA) assim tem mais
outra parte com carga eletrica
moléculas hidrossoluveis e é mais difícil a
substância atravessar a membrana.
→ O inverso acontece com as bases porque maioria das substâncias, independente da
os ácidos doam protons. Já as bases se área, conseguem ser absorvidas pelo
associam ao proton, tendo carga. intestino; ao menos que ocorra uma
→ Assim, as bases no meio ácido, meio com hidrossolubilidade muito grande.
muito H+, a reação tende a ir para direita
tendo mais substância protonadas (com → A maioria dos farmacos são ácidos e bases
carga), ou seja, mais hidrossoluveis fracas e então têm duas conformações,
gerando maior dificuldades para uma hidrossoluvel e uma lipossoluvel.
atravessar a membrana. Quanto mais a parte lipossoluvel é
→ B + H →← BH+ absorvida mais a parte hidrossoluvel se
→ Para bases, quanto mais ácido o meio, dissocia em lipossoluvel e tudo passa a ser
mais H+ e ela fica com carga, sendo absorvido.
mais hidrossolúvel!

 Ácidos fracos tendem a ser mais Via oral (enteral)


lipossoluveis em ambiente acido e bases
em ambientes básicos (alcalinos)

 Entretanto, o organismo funciona de


forma que o estômago não é a melhor
região para a passagem de farmácos por
características físicas ou morfológicas.
Assim, independente de áreas mais lipo ou
hidrossoluveis a principal absorção se dá  Formulação farmacêutica
pelo intestino porque o intestino delgado  Dependendo da formulação farmacêutica
especificamente tem uma forma que a (fase farmacêutica), há uma maior
substância consegue atravessar melhor a facilitação da absorção por via oral.
membrana devido a grande área de → Formulações sólidas: cápsulas e
superfície absortiva (maior superfície de comprimidos
contato). A maior quantidade de → Formulações líquidas: suspensão e
substâncias ácidas ou básicas são mais soluções
absorvidas pelo intestino.  Quando um fármaco é administrado como
medicamento sólido, como comprimido,
primeiro precisa ser desintegrado e depois
ser dissolvido. Lembrando que para a
absorção a substância precisa estar
dissolvida completamente no líquido que
foi administrado.
→ Suspensão só passa por dissolução, não
por desintegração.
→ Já medicamentos solução já estão
dissolvidos, não precisa ser dissolvido ou
 As vilosidades do intestino aumentam em
desentegrado, então a solução tem
até 30x a área de contato absortiva do
absorção mais rápida possível. Uma
intestinp, que já é 3,3m2 gerando 3,3x10.
solução verdadeira é quando cada
Ainda temos as microvilosidades. Quando
molécula de farmaco está dispersa no
contamos as microvilosidades, há um
liquido que está contida dentro do
aumento de 600x na capacidade absortiva,
organismo.
gerando 2000m2 de área final. Assim, a
→ Mas por que todos os farmacos não estão
em solução? Praticidade de ter 30  Efeito da primeira passagem
comprimidos em um blister, ou seja, maior  O efeito da primeira passagem se dá
capacidade para guardar sendo mais através da adm do medicamento que se
satisfatório do que um vidro de solução; encontra no intestino.
além disso, o motivo mais importante é o  O intestino é irrigado pela circulação
custo - é menos custoso fazer mesenterica, então todos os farmacos
comprimidos do que soluções e também precisam passar por essa circulação. Ela
o tempo de prateleira (tempo que o tem uma característica interessante que os
medicamento pode ficar na farmácia até vasos mesentericos se anastomosam, ou
ser vendido) - a validade de comprimidos seja, vão se fundindo ao longo da
é muito maior porque não sofre hidrólise. circulação e portanto formam a veia porta
→ O tempo de uma solução gera em torno hepática. Então qualquer fármaco que
de 3 meses e de um comprimido 2 anos. atravesse o trato gastrointestinal, mais
especificamente intestino e estômago,
 A velocidade de absorção e a acabam penetrando no fígado, principal
concentração do Tylenol líquido é mais órgão de metabolização e
rápida do que a absorção do Tylenol biotransformação do organismo. A
comprimido. Mas ambas têm efeitos biotransformação gera transformação
terapeuticos, a diferença entre as duas integralmente ou de parte do farmaco e
administrações se faz mais importante em só a partir da saída do fígado que o
casos emergenciais apenas. farmaco é distribuído pelo organismo
gerando seu efeito. Só apenas parte do
farmaco, assim, vai alcançar a circulação
sistêmica gerando seu efeito. Esse
processo é o efeito de primeira passagem.
 Então o fármaco obrigatoriamente tem
que passar pelos enterócitos do intestino,
alcançar a circulação mesenterica que se
transforma em veia porta, passar pelo
fígado e só depois ser distribuído pelo
 Impacto da desintegração na absorção de
organismo. Isso é importante porque
um fármaco - para vários tipos de farmaco
órgãos de biotransformação como
com um volume menor de água, o tempo
fígado e epitélio geram metabólitos do
que demora para a absorção é maior e a
fármaco.
concentração que chega ao corpo é
 O efeito de primeira passagem pode ser
menor. Por isso é importante administrar
completo (a substância não pode ser
farmácos orais com bastante líquido - por
administrada por via oral como adrenalina,
volta de 250ml, ou seja, um copo, junto ao
noradrenalina, catecolaminas em geral
medicamento.
pois são completamente
biotransformáveis por esse efeito de
primeira passagem e então nenhuma
molécula dessas substâncias conseguem
chegar pela circulação sistemica e gerar
ação farmacologica).
 A maioria dos farmacos não são
totalmente biotransformados por essa via
e por isso existem muitos farmacos por via atinja pico mais rápido ou que seja
oral. absorvida de forma mais rápida
→ Ex de efeito de primeira passagem:  Válida para substâncias específicas
substância felodipina (anti hipertensivo) (lipossolubilidade alta para que num curto
passam pelos enterocitos sendo 70% espaço de tempo seja absorvido pela art
biotransformada pela enzima sublingual)
citocromoP4503A (CYP3A4), só 30% chega  Rápido efeito sistêmico (não há efeito de
a circulação mesenterica e depois de primeira passagem)
penetrar no fígado (hepatocito) sofre  Difícil manutenção oral (manter abaixo da
biotransformação novamente e só 15% língua e depois de uns minutos o paciente
sobra devido a ação da CYP3A4 também. começa a deglutir gerando efeito oral e
Passa para veia cava inferior, vai pro não mais sublingual)
coração. Mesmo com o efeito de primeira  Fica abaixo da língua, atinge a artéria
passagem é indicada para hipertensão sublingual, a art carótida, chegue a veia
mas a concentração administrada cava superior e ao coração. Nesse tipo de
inicialmente precisa ser maior. administração não há efeito de primeira
passagem, que ocorre no estômago e
intestino

 Um outro fator importante na → Ex: Nitroglicerina sublingual: Tlag (tempo


administração de medicamentos é que os para gerar efeito) = 2 a 5min; tempo
farmácos alcançam pela via oral uma máximo de ação= 4 a 8min; duração= 10
concentração plasmática instavel. A a 30min // Nitroglicerina oral: Tlag = 20 a
concentração vai aumentando, chega no 45min; tempo máximo de ação= 45 a
ápice e diminuindo. 120min; duração= 2 a 6h
 Falando de administração aguda ou
crônica, nota-se que precisa administrar
uma vez ou algumas vezes ao dia porque
o medicamento entra no organismo mas
sai com uma velocidade então para
manter uma concentração plasmática tem


que ser administrada frequentemente.
Uma forma de diminuir o pico e aumentar
Via retal (enteral)
a duração do farmaco é com formulações  Quando há impossibilidade pela via oral,
especiais, as substâncias de formulação não precisa do paciente consciente
prolongada. Porém o custo é maior  Pouco prático, não é utilizado em rotina
 Absorção/biodisponibilidade errática pois
depende da integridade da mucosa e
Via sublingual (enteral) ainda existem dois sistemas de irrigação
 Tratamento em emergência, quando sg no reto: na parte inferior/distal temos a
precisa com concentração plasmática que veia retal inferior (em azul) e a veia retal
superior (região proximal do reto, em
vermelho). A veia inferior retal se conecta  Na adm subcutanea, o farmaco chega a
com a veia iliaca, veia cava inferior e circulação por esses poros (fenestras).
através disso chega ao coração e assim  Na administração intramuscular há locais
não há efeito de primeira passagem. potenciais de adm. São eles: deltoide,
Diferentemente, a veia retal superior é gluteo, reto femural e reto lateral
ligada ao sistema mesenterico, cai na veia
porta hepática e gera efeito de primeira
passagem. Então, dependendo da
localização do fármaco - proximal ou
distal - no ânus há ou não efeito de
primeira passagem.

 Na via subcutânea (adm principalmente


insulina): braço, lateral da coxa, lateral do
abdômen, costas acima do gluteo. Deve
fazer rodízio para não ocorrer necrose
asseptica por lesão no mesmo local
sempre

 Pode gerar irritação da mucosa

Vias Parenterais
 Geralmente se usa injeções porém ainda  Na via intravenosa (=endovenosa) a
existem adesivos transdérmicos na pele característica físico-química do fármaco
 Vantagens: absorção previsível (não há tem menor importância pois não há
efeito de primeira passagem), dose correta, absorção. O fármaco é administrado
pacientes impossibilitados (pacientes diretamente na circulação plasmática. O
inconscientes) capilar tem células endoteliais e possui
 Desvantagens: assepsia, difícil auto fenestras (poros) entre as células e são
administração, dor/necrose, custo feitas pra que haja livre circulação. A
 São elas: intramuscular (90°), subcutânea administração intravenosa pode ser em
(45°), intravenosa (25°) e intradermica (10- boulos (com seringa direto) e infusão
15°). venosa (com soro)

 Diferença das vias


pode sentir dor com a variação do pH já
que na subcutânea tem pH neutro.
Aguenta 1-2ml mas com uso de
hialuronidase (enz q degrada o ácido
hialuronico e colágeno) ou realizar fricção
pode ampliar o armazenamento por via
subcutânea.

→ Intravenosa não tem absorção


→ Subcutanea região com maior intensidade
de nociceptores, receptores de dor, e

 Distribuição é saída do fármaco do plasma


para os tecidos do organismo. Sentido
contrário ao da absorção, no qual a
substância parte do local administrado
para o plasma.
 Como que chega até os tecidos? Todos os
tecidos do organismo são irrigados pela
circulação sanguinea e assim o farmaco
chega.
 Mas como é distribuído de fato?
 Algumas características que podem
 O capilar, por suas fenestras, é o local de
influenciar na distribuição de farmácos:
troca e livre passagem de substâncias.
 Permeabilidade do capilar - alguns
Praticamente todos os farmácos passam. É
capilares restringem a livre passagem de
mais fácil passar por esse poro do que
substâncias de dentro para fora do vaso e
pela membrana plasmática da célula
vice versa. A esses locais nos capilares que
endotelial. Substâncias lipossoluveis
a livre passagem não ocorre chamamos de
atravessam de maneira mais simples. O
barreiras. Ex: barreira hematoencefálica,
limitante se vai passar ou não é o
barreira placentária. São locais em que
tamanho - o tamanho impede que, por
não se deseja a livre passagem de
exemplo a albumina, com 40 kgdaltons
substâncias então há seletividade de
consiga passar. Os farmacos com 100-200
passagem de substâncias, é o caso do
kgdaltons ou mais napt passar livremente
SNC e placenta.
ou seja proteinas plasmáticas, células, não
são capazes de passar por esses poros.
Substratos energeticos, metabolitos,
farmacos são capazes de passar por esses
poros.
 A distribuição de farmácos é pelos
capilares, com permeabilidade importante.

 Qual a diferença de um capilar normal


(com fenestras) e os capilares com
barreiras?
 Os capilares de barreiras não contêm
fenestras. As células endoteliais (dos vasos)
se comportam em locais de barreira como
células epiteliais (junções muito estreitas,
células fortemente ligadas uma a outtas
sendo muito difícil as substâncias
passarem entre as células. Assim, a única
forma da substância passar é pela célula já
que não há fenestras. Uma segunda fonte
de barreira, na barreira hematoencefálica,
são prolongamento de astrocitos, que são
células da glia com a capacidade de
impedir ou dificultar ainda mais porque
esses prolongamentos envolvem os
capilares então para a substância passar
para o sistema nervoso central precisa
passar pela celula endotelial, dps
prolongamento de astrocitos.
 Como a substância pode passar? → Em verde mostra a concentração de
 O fármaco consegue passar apenas penicilina no plasma que ao longo do
através do endotélio e desses tempo vai sendo distribuída e eliminada e
prolongamentos. Devido a bicamada por isso diminuindo a concentração.
lipídica as substâncias que passam de Quando verificada a concentração no
forma eficaz através dessas barreiras são liquido cefalorraquidiano (CRF - meninges,
as substâncias lipossoluveis. Então a em roxo) a concentração de penicilina,
lipossolubilidade é muito importante para em uma pessoa normal, é bem baixa pois
que a substância passe da parede do vaso a penicilina é uma substância
para o sistema nervoso central devido a hidrossoluvel tendo dificuldade de passar
barreira hematoencefálica, através de pela barreira hematoencefálica devido a
carreadores também mas poucos são os falta de fenestras, falta de prolongamento
farmacos que passam por carreadores. de astrocitos e hidrossolubilidade.
Geralmente os carreadores são para → Mas a penecilina é administrada num caso
substratos energéticos já conhecidos ou de meningite porque quando observamos
substratos estruturais como aa, glicose etc. no paciente com meningite a
Mas farmácos, que são substâncias não concentração de penicilina no líquido
identificadas e de difícil identificação pelo cefalorraquidiano é muito próxima a
organismo, exógena, conseguem passar concentração plasmática. Então quando se
de forma mais eficaz através das administra penicilina por via intravenosa
membranas e por isso deve haver no paciente com meningite essa penicilina
hipossolubilidade. Substâncias e chega rapidamente ao SNC. Esse
medicamentos para o SNC devem ser fenômeno acontece em pacientes com
mais lipossoluveis. meningite e não em pacientes normais
→ Um exemplo do efeito da barreira porque o processo inflamatório tende a
hematoencefálica e como uma barreira destruir a barreira hematoencefálica.
rompida pode gerar livre passagem de
farmácos pelo sistema nervoso central.  Líquido sanguíneo tecidual
 Outra característica importante para a
distribuição de farmácos é o líquido sg
tecidual. Quanto maior o fluxo sg em
determinado tecido maior é a distribuição
de farmácos nesse tecido e maior
quantidade chega nele.
 Podemos dividir os tecidos em altamente
perfundidos (SNC, rins, fígado, coração,
pulmão e tecido muscular esqueletico em  Se temos uma concentração x numa
atividade física) - serve como comparação velocidade relativamente rápida que um
aos tecidos de baixa perfusão), fármaco alcance num tecido de baixa
intermediariamente perfundidos (tecido perfusão a principal estratégia é usar uma
muscular esqueletico em repouso) e outra via de adm. Então a mudança de
baixamente perfundidos (pele, tecido vias de administração pode ser
cartilaginoso, tecido adiposo, tecido interessante para tecidos de baixa
ósseo). perfusão. Assim de fizermos uma atividade
 Sempre comparamos os dois extremos: terapeutica farmacologica na pele seria
tecido de alta perfusão com tecidos de muito mais interessante administrar por
baixa perfusão. via tópica do que por via oral.
 Em um tecido de alta perfusão, como no  No tecido cartilaginoso, por exemplo, o
coração, os farmacos chegam em um uso terapêutico não é tão relevante mas
tempo de 10min, com concentração de 10, pode ser administrado por via tópica ou
enquanto nos tecidos de baixa perfusão, injetável. Mas para pessoas com doenças
como o tecido ósseo, o fármaco ainda não cartilaginosas crônicas importantes como
alcançou o tecido, ou seja, não há artrite reumatóide, pode usar anti-
quantidade detectável. Então em tecidos inflamatórios em uma determinada
de alta perfusão o fármaco chega mais cartilagem por via tópica (não quer que
rápido e a concentração máxima que seja absorvida e sim permaneça no local).
ele chega é maior que a concentração Assim, o uso de injeções de anti-
máxima que o mesmo farmaco chegou em inflamatórios no tecido cartilaginoso é
um tecido de baixa perfusão. Por outro importante para evitar a degradação do
lado, esse fármaco também sai do tecido.
tecido de alta perfusão de forma mais  Outra coisa importante no caso de
rápida pelos processos de distribuição ligada ao fluxo sg é que como
biotransformação e excreção, eliminação há uma dificuldade de saída, o farmaco
de fármaco, então a concentração vai pode permanecer por mais tempo nos
baixando de forma mais rápida nesse tecidos e assim os tecidos podem ser
tecido de alta perfusão. Enquanto isso, no considerados tecidos armazenadores ou
tecido de baixa perfusão há uma "sequestradores de substâncias". Assim,
dificuldade na saída do farmaco do podem ser considerados reservatórios de
tecido então ele permanece por mais farmácos - o principal exemplo é o tecido
tempo concentrado no tecido em adiposo. Nesse sentido, a
relação a um tecido de alta perfusão. lipossolubilidade é um fator importante
para a farmacocinética. Substâncias
administradas por via oral, por exemplo,
precisam de um certo grau de solubilidade
para que sejam absorvidas de forma eficaz.
E substâncias lipossoluveis, obviamente,
têm afinidade por lipídios e o tecido com
mais rico em lipídios é o tecido adiposo. plasmática e os farmácos têm capacidade
Portanto, quando o fármaco lipossoluvel de interagir/ se ligarem a essas proteínas
chega ao tecido adiposo ele pode, além plasmáticas. Essas proteínas plasmáticas
de não ter uma dificuldade de sair desse são conhecidss como aceptores (aceptor
tecido pela baixa perfusão tem uma porque é uma ligação inerte que não gera
dificuldade adicional devido afinidade aos nenhum tipo de consequência
lipidios do tecido adiposo em detrimento farmacodinâmica mas pode ter uma
da circulação plasmática, liquido consequência farmacocinética na
extracelular (que são hidrossoluveis). distribuição do fármaco).
Então substâncias com maior grau de
liposolubilidade tem também maior
afinidade ao tecido adiposo e tendem a
permanecer por muito mais tempo no
nosso organismo.
 Em geral, a permanência no organismo
não é tão alta mas determinadas
substâncias que são muito lipossoluveis,
como substâncias administradas no SNC e
que se tomam de forma crônica, quando
se para de adm essa substância de forma
abrupta é possível que a concentração
desse farmaco seja tão alta no tecido
adiposo que os dias seguintes após a
 Fármacos ligados a ptns
parada de administração do fármaco
 Então dando um exemplo em relação a
ainda encontremos concentrações no
albumina: a albumina, que está dentro do
organismo e com efeitos farmacologicos
vaso, se liga ao fármaco que foi
(sedação, sonolência, agitação) e até com
administrado. Nesse sentido podemos
ações não previstas. Também pode
considerar dois momentos: fármaco livre
ocorrer essa situação na armazenagem no
(não livre) e farmaco ligado a proteínas.
tecido ósseo com substâncias com
Existem farmácos que encontramos muito
interação com o cálcio, que tendem a
mais ligados a proteínas plasmáticas do
permanecer ainda mais no tecido ósseo
que livres e outros mais livres do que
 Então são duas características importantes
ligados a ptn plasmática.
no fluxo sg.
 Na albumina se ligam farmácos com
1. A mudança de via de administração caso
características mais ácidas porque a
haja necessidade de concentrações
albumina é básica. Já na proteína alfa-1-
maiores em um tempo menor.
ácida se ligam farmácos com
2. Tecidos de baixa perfusão podem ser
características mais básicas porque alfa-1-
considerados armazenadores
ácida é ácida.
(=sequestradores de substâncias) onde a
 O fármaco é capaz de atravessar
substância permanece por maior tempo
fenestras dos capilares porém proteínas
em maior concentração.
plasmáticas, como a albumina, são
3. O terceiro fator que pode influenciar a
incapazes de atravessar (só atravessam
distribuição de fármacos é a ligação a
em situações especiais como inflamação
proteínas plasmáticas. Duas delas são
local e edema). Então farmacos livres
importantes: albumina (ptn alcalina básica)
passam por fenestras; já farmacos ligados
e glicoproteína "alfa-1-ácida". Então as
a proteínas plasmáticas não, então não
proteínas são abundantes na circulação
são distribuídos. Assim, a distribuição de o início do efeito acaba sendo mais lento
farmácos é alterada quanto maior sua para substâncias que são muito ligadas a
afinidade com a albumina. proteínas plasmáticas, já que a
 Espera-se que farmácos com maior distribuição vai ser mais lenta pois vai
capacidade de se ligar com proteínas haver menos farmácos livres pra ser
plasmáticas, como albumina, não sejam distribuído
distribuídos rapidamente - a distribuição é  Por outro lado, a permanência nesse
lenta! organismo vai ser maior quanto maior a
 Espera-se que farmácos com menor capacidade do fármaco se ligar a
capacidade de se ligar com proteínas proteína plasmática.
plasmáticas, como albumina, sejam  O fármaco ligado a proteína plasmática é
distribuídos rapidamente - a distribuição é distribuído em algum momento mas
rápida! Essa reação é reversível, ou seja, o depende que um fármaco livre seja
farmaco pode ligar-se ou desligar-se do primeiro distribuído. Uma concentração
fármaco. Nesse sentido, a ligação a livre x concentração ligada. Quanto mais
proteína plasmática leva a um tempo os livres passam pelos poros (fenestras)
maior da substância no organismo pois a saem do vaso) mais os ligados são
distribuição acaba sendo mais lenta. desligados da proteína para serem
 O início do efeito acaba sendo mais utilizados pelo organismo (Lei de Ação das
rápido pra substâncias que são menos Massas).
ligadas a proteínas plasmáticas. Enquanto

 Também chamado de metabolização de semelhantes a capilares. As células que


farmácos margeiam esses sinusoides são as células
 É a geração de metabolitos, ou seja, de "Kuffer", que tem característica
produtos da biotransformação parecida com a célula endotelial porém
(=metabolização) de farmácos. com maior capacidade de transporte de
 O fígado é o principal local de substâncias que passam pelos sinusoides
biotransformação pois apresenta maior para um contato direto com as células
quantidade enzimas de biotransformação. hepaticas.
Isso não quer dizer que outros tecidos não
tenham essa capacidade.  O primeiro ponto importante da
biotransformação de farmácos é saber o
Fígado e a biotransformação objetivo da biotransformação.
 Leigamente achamos que a
 Apresenta uma veia porta hepática e
biotransformação é um processo que a
através dela todos os farmácos chegam
substância é degradada e inativada. Isso
por via oral. Possui trabéculas.
acontece pois o fígado é conhecido como
 Possui veia central, com uma rede de
órgão desintoxicante, que "inativa
pequenos vasos que vão ser distribuídos
proteínas". Isso não é verdade. Na
por esse tecido, que é altamente ligado,
realidade, o objetivo da biotransformação
com células hepáticas altamente irrigadas
é tornar substâncias mais lipossoluveis ou
pelo tecido sg.
hidrossoluveis, para que a substância mais
 Através dessa veia central vai haver a
hidrossoluvel seja mais excretada.
ramificação dos vasos até que chegam nos
 O principal tipo de excreção no nosso
sinusoides hepáticos, com características
organismo é por urina (hidrossoluvel).
Assim, quanto maior a capacidade da  Essa fase altera os fármacos e
substância ser excretada pela urina, geralmente eles se tornam inativos.
melhor para o organismo será. O fígado Porém existem farmacos, como a morfina,
tem a função de acelerar a saída da que mesmo passando pela fase 2
substância do organismo, não continuam ativos. A reação faz com que a
necessariamente desintoxicar ou inativar a molécula se torne mais hidrossolúvel,
substância. melhorando o processo de excreção.
 A função da biotransformação é tornar
substâncias mais hidrossoluveis para
serem melhor excretadas!

Fases da biotransformação
 Podemos considerar duas fases da
biotransformação.
 Fase 1 da biotransformação
(=funcionalização):
 Reações químicas que modificam a  Outro exemplo de reação de fase 2: ácido
molécula de forma mais simples e são glicoronico (=UDP-alfa-glicuronideo) →
reações de oxidação (como hidroxilação, beta-glucoronideo conjugado - feito pela
desalcoolação, desaminação), redução em enzima UDP glucoronyl transferase.
menor grau e hidrólise.
 Ex de reação de fase 1: aspirina (=ácido
acetilsalicílico) → ácido salicílico. Esse tipo
de reação é de biotransformação e o
ácido salicílico ainda mantem a
capacidade anti-inflamatória como o seu
sucessor ácido acetilsalicílico. Ou seja, a
biotransformação ocorreu mas a
substância não perdeu sua função, a
substância não foi inativada então
mantém sua atividade farmacologica.
 Esse tipo de reação, de fase 1, ocorre no  Gráfico: contribuição das isoformas da
citoplasma da célula hepática, mais P450. O principal subtipo de P450 é o
especificamente no retículo citocromo3A (=CYP3A), responsável por
endoplasmático, por enzimas chamadas biotransformar cerca de 55% dos farmácos
microssomais - principalmente uma que existem atualmente. Então é a enzima
família de enzimas de biotransformação mais importante na biotransformação de
chamadas de citocromo P450. fase 1.

 Fase 2 (=conjugação)
 Há a complexação de uma molécula
endógena a uma substância mãe que está
sendo biotransformada. Substância de
origem nesse exemplo é o ácido salicílico.
A mudança através da conjugação é uma
mudança quase completa na molécula.
 Ex: ácido salicílico → ácido glicoronico.
 Gráficos pré-fármacos, ativos, metabólitos
ativo e tóxico

 Pró-farmacos são inativos e só se tornam


ativos farmacologicamente quando
passam pelo processo de
biotransformação. Exemplo: predinisona
→ predinisolona
 Ainda existem farmacos ativos
farmacologicamente (ativos) que quando → Fase 1 e fase 2 não ocorrem,
passam pela biotransformação continuam necessariamente, uma seguida da outra.
ativos farmacologicamente (metabolitos Pode ocorrer só fase 1, só fase 2, pode
ativos). Ex: diazepam → nodiazepam não existir nenhuma fase, fase 2 antes da
oxazepam. Ex2: morfina → morfina-6- fase 1. O mais comum é acontecer fase 1 e
glicuronideo depois fase 2.
 Por fim, existem substâncias que são
ativas farmacologicamente mas depois da  Interação medicamentosa
biotransformação se tornam tóxicas. Ex:  A última característica da
paracetamol → n-acetil-p- biotransformação é a possibilidade de
benzoquinonimina. indução e inibição enzimática, ou seja, a
→ O paracetamol é transformado por fase 1 possibilidade de interação medicamentosa.
em uma molécula de radical livre Então quando se administra dois ou mais
(substâncias muito reativas quimicamente fármacos simultaneamente pode se
que podem gerar danos quando em esperar anulação ou potenciação de um
excesso). O fígado metaboliza a glutationa, sobre o efeito do outro.
que neutraliza radicais livres e faz esse ser  Gráfico ex: concentração plasmatica do
excretado na urina. Assim, não há midazolam (benzodiazepinico - utilizado
problemas na administração de para insônia, causar sonolência) em
paracetamol. Entretanto, caso se relação ao tempo.
administre uma dose muito maior do que
a recomendada ocorre acúmulo de
radicais livres, a quantidade de glutationa
não vai suprir a demanda para neutralizar
isso e o farmaco pode gerar morte celular.
Assim, o paracetamol é conhecido como
um analgésico que se administrado em
grande quantidade pode gerar
insuficiência hepática e até morte no
paciente.
 Midazolam sozinho → O uso concomitante de vários
 Midazolam + itraconazol (para micose): medicamentos podem gerar sim efeitos
efeitos de sonolência extrema. O deletérios de um sobre o outro.
paciente começa a apresentar problemas
na tarefa de casa, trabalho etc. A  Tabela de indutores e inibidores
concentração de midazolam aumenta com enzimáticos
a interação com esse farmaco. Assim, o
itraconazol é um inibidor enzimático que
age inibindo a biotransformação do
midazolam - inibindo a cito450 a
concentração do midazolam é aumentada.
Potencializa o midazolam.
 Midazolam + rifampicina (tuberculose): o
paciente, apesar de tomar midazolam,
permanece com insônia. A concentração
plasmatica de midazolam era quase
nenhuma. Assim, a rifampicina é um
indutor enzimático, ou seja, acelera o
processo de biotransformação do  Cetoconazol + lidocaína e cetoconazol +
midazolam aumentando a atividade da omeprazol - essa combinação gera
enzima cito450 que biotransforma o inibição da enzima pela cetoconazol e
midazolam. Inibe o midazolam. potencializa o efeito das substâncias
lidocaína e omeprazol
→ Essas substâncias também podem ser
capazes de aumentar ou reduzir a própria
biotransformação.

uma região chamada de glomerulo, onde


 Excreção ≠ eliminação pois eliminação ocorre a principal filtração de substâncias
é o conjunto de biotransformação e e passagem de substâncias do sg para os
excreção. tubulos renais.
 A biotransformação auxilia no processo de  O tubulo contorcido proximal, alça de
excreção. Tanto a biotransformação Henle, tubulos contorcido distal e ducto
quanto excreção são consideradas fases coletor são partes do nefrons. Do ducto
da eliminação de fármacos coletor a urina vai para bexiga.
 A excreção ocorre por várias vias: fezes,
leite, suor, ar expirado mas a principal via
é a urina.

Rins
 O rim contem milhões unidades filtradoras
chamadas de nefrons e através dessa
estrutura renal ocorre a síntese do
ultrafiltrado glomerular, que é eliminado  No caso de excreção de farmácos
pelo ureter. Essa unidade filtradora tem acontecem três processos: filtração
glomerular, reabsorção tubular e secreção possuem transportadores de ácidos ou
tubular. bases orgânicas tanto na região basal
 A filtração glomerular acontece no quanto na região apical.
glomerulo, secreção tubular acontece  O vaso passa paralelamente ao tubulo
no tubulo proximal e reabsorção proximal e quando a substância que não
tubular acontece ao longo do nefron, filtrada se encontra no vaso pode interagir
particularmente nos tubulos com esse carreador, que vai levar até o
contorcidos distais e proximais. citoplasma da célula e do citoplasma para
o tubulo. Então é um processo ativo de
Filtração glomerular transporte da substância da circulação
 Ocorre no glomerulo porque quando o plasmática até o tubulo proximal - por
sg entra pela arteriola aferente entra isso é chamado de secreção tubular
numa série de capilares dentro desse  Tanto a forma livre quanto a forma ligada
glomerulo (farmácos ligados a ptn plasmática) são
 Como vimos anteriormente o capilar são capazes de sofrer esse tipo de transporte.
compostos por fenestras que filtra Ou seja, o transporte é mais eficiente
substâncias nesse caso uma vez que tanto a
 É um processo passivo que depende da substância livre quanto a ligada é capaz
lei de ação das massas, onde a substância de ser transportada para o tubulo.
vai do local mais concentrado para o → Tanto o processo de filtração glomerular
menos concentrado como o de secreção tubular são processos
 A substância passa então por uma rede de pró-excreção, ou seja, defendem a saída
capilares até sair pela arteriola eferente do fármaco do organismo. Entretanto,
 Por passar por fenestras, quando o existe um outro processo, anti-excreção,
fármaco ta dentro do capilar do glomerulo, que ocorre basicamente em substâncias
substâncias ligadas a proteínas não lipossoluveis chamados de reabsorção.
conseguem passar então apenas
substâncias livres são filtradas Reabsorção tubular
→ Apesar de, leigamente, achar-se que esse
 A reabsorção tubular ocorre tanto no
é o principal processo de filtração não é. O
tubulo proximal quanto no distal e é um
segundo processo é mais importante na
processo passivo
maioria dos casos. Então se o fármaco não
consegue ser filtrado por algum motivo, → Assim, a substância foi filtrada, foi
ele continua no vaso peritubular, ao longo secretada e, portanto, a concentração do
e paralelamente ao tubulo contornado fármaco dentro do tubulo começa a
proximal e é nessa região do tubulo que aumentar dramaticamente pela filtração e
ocorre a secreção tubular secreção. Ao longo do tubulo sai muita
água então é retirada água do tubulo ao
Secreção tubular longo do nefron porque os rins são
 Ocorre no tubulo proximal órgãos concentradores já que eliminam só
 A secreção tubular, ao contrário da a quantidade suficiente para homeostase.
filtração glomerular, é um processo ativo Quando vai se tirando água e
e depende de carreadores - carreadores aumentando a substância de farmaco, a
de bases e ácidos orgânicos, que estão na concentração aumenta muito e ocorre lei
cápsula de Bowman glomerular. de ação das massas - substância vai da
 As células do tubulo proximal são ligadas mais concentrada para a menos
firmemente e são células epiteliais que concentrada - e assim a substância tem a
formam o pavimento do tubulo e
tendência de sair do tubulo (concentrado) fenobarvital é um ácido fraco e temos um
e voltar para o sg. gráfico de depuração da substância em
→ As junções do tipo TAT deixam as células relação ao fluxo de urina. Temos um
que pavimentam o tubulo muito aderidas aumento de excreção ou diminuição da
entre si excreção. A urina pode ser ph 7,8 (alcalina)
→ Só existe carreadores em uma direção: ou ph menor que 7 (ácido). A alcalinização
para o fármaco fazer o movimento da urina, torna-la mais básica, serviu para
contrário é atravessando a membrana aumentar o grau de excreção do fármaco.
plasmatica, que é uma bicamada lipidica, Assim, se aumentamos o pH, diminuimos
podendo ser reabsorvida a concentração de protons, a reação vai
→ Assim, podemos analisar o efeito da para direita e temos mais fármacos
biotransformação sobre a excreção. carregados negativamente, ou seja, temos
Quanto menos tenho substâncias mais hidrossolubilidade, menos absorvida
lipossoluveis (ou seja, mais substâncias essa substância é e mais excretada.
hidrossoluveis) maior vai ser a capacidade → Para bases, o caso da anfetamina com
da substância ser excretada e menor a experimentos em humanos. Considerou-
capacidade de ser absorvida. se dois graus de pH - em torno de 5
→ O processo de biotransformação é (ácido) e em torno de 7 (considerou o
importante, então, porque gera a normal urinário). Observa-se excreção
capacidade de transformar substâncias em urinária, concentração plasmática e
hidrossoluveis e serem menos passíveis resposta psicologica da anfetamina
desse processo de reabsorção tubular. (estimulante do sistema nervoso central).
Assim, quanto maior a lipossolubilidade, Pela reação que estudamos, espera-se que
maior a capacidade da substância voltar quanto mais ácido o meio, uma base
ao organismo (reabsorção), menor a tende a reação para direita e ela se torna
capacidade de excreção e maior tempo da carregada e mais hidrossoluvel. Quanto
substância no organismo. Quanto maior a menor o pH (meio ácido e mais protons
hidrossolubilidade, maior a capacidade de no meio) mais hidrossoluvel é a base. Se é
excreção, menor o tempo da substância mais hidrossoluvel, menos absorção e
no organismo porque tem maior mais excreção.
facilidade para reabsorção tubular. → Em um ph acido maior quantidade de
→ Aumentando o ph urinário tenho a protons no meio, o tempo da resposta
capacidade ou não de aumentar ou não a psicologica é diminuído. A concentração
excreção de farmácos. Geralmente plasmatica é menor e a excreção urinária
modulamos o ph urinário no caso de maior. No ph acido, com menor
intoxicação de farmácos com o objetivo reabsorção tubular, há maior excreção e
de aumentar a excreção de fármacos. portanto diminui os efeitos
→ Temos um experimento no fenobarvital, farmacologicos como a concentração
experimento num cachorro o que nos faz plasmática da anfetamina.
ter a noção que o fármaco pode → Em um ph alcalino vemos uma resposta
influenciar na absorção tubular e psicologica mais acentuada.
influenciar a excreção de fármacos. O

 Farmacodinâmica (=interação fármaco- organismo" - mecanismo de ação do


receptor): "o que o fármaco faz no fármaco.
 Primeiros conceitos descritos para  São localizados na membrana plasmática,
receptor na maioria das vezes, ou no citosol. No
 Langley (1898) - considera que deve existir caso de receptores citosolicos a substância
uma substância receptiva no nosso precisa adentrar a célula para fazer a
organismo para que substâncias ingeridas ligação com o receptor.
possam agir.  Qualquer entidade molecular dentro da
 Ehrlich (1909) - "corpora non agunt nisi célula é capaz de interagir com
fixata" (=o corpo que não se fixa não tem substâncias. Ex: canais ionicos e enzimas
efeito). Para ter efeito a substância precisa são capazes de interagir com substâncias
se fixar. Considerado o marco do que é e gerar efeito farmacológico.
receptor na farmacodinamica. Desenhou o  Os receptores podem ser considerados
que seria um receptor. fisiológicos ou farmacológicos
 Qualquer tipo de proteína é um potencial
receptor farmacologico, ou seja, unidades
que o farmaco vai interagir

 Receptores farmacológicos
 Proteínas específicas que só tem ativada
sua função de receptor através da
interação com determinada substância.
 Receptor farmacológico inclui uma
abrangência de receptores

 Receptores fisiológicos
 São entidades moleculares, proteínas em
 Proteínas geral, que estão dentro do organismo e
funcionam como receptores - fazem o
reconhecimento de uma determinada
substância e a partir da interação com
essa substância geram efeito biológico.
 O receptor fisiológico,
simplificadamente, é um grupo
específico de proteínas que apenas
servem como receptores e não tem uma
função além dessa.
→ Todo receptor fisiológico é farmacológico!
 Receptores fisiológicos vão interagir com
uma substância agonista ou antagonista.
→ Substância agonista são substâncias que
vão gerar uma modificação molecular do
receptor protéico fisiológico produzindo
efeitos. Esses efeitos podem ser diretos
(como abertura ou fechamento do canal
iônico) ou de transdução de sinal (que
 Características de um receptor gera efeitos mais elaborados como
 Em geral são proteínas apesar de alguns modulação do canal ionico, ativação ou
ácidos nucleicos serem considerados inibição de enzima e transcrição de DNA).
receptores.
→ Já antagonista é qualquer substância que portanto a capacidade dessa enzima ser
interage com o receptor e não gera estimulada
nenhum tipo de efeito. → Cinases são enzimas capazes de fosforilar
outras proteínas. Com a fosfosrilação de
 Podem ser divididos em quatro tipos:
proteínas intracelulares pode haver
transcrição gênica (ação nuclear) ou
alteração de proteínas citozólicas (ação no
citosol) gerando efeitos celulares. Gera
síntese de proteinas. Esse tipo de reação é
considerada rápida, em torno de
segundos, quando a ação é em proteínas
não nucleares ou age em horas quando há
ação no núcleo realizando transcrição
gênica. Ex: receptores de cinases
1. Canais ionicos abertos por ligantes (geralmente ligados a hormônios;
(=canais ionicos dependentes de citosinas que são hormônios ligados ao
ligantes= receptores ionotropicos). A sistema imune).
alteração ionica causando pelo influxo e 4. Receptores nucleares: está localizado
efluxo de ions no canal ionico pode gerar numa região intracelular - alterna entre
uma hiperpolarização ou despolarização e ser receptor citosólico (no citosol) ou
consequentemente gerar efeitos celulares, receptor nuclear (no núcleo) dependo do
que podem ser alcançados em momento. A substância tem que passar
milissegundos, ou seja, uma resposta pela substância plasmática para atingir o
super rápida. Ex: receptor nicotínico é um receptor, ou seja, a substância tem que ser
exemplo de receptor do tipo ionotropico. lipossoluvel o suficiente para passar pela
2. Receptor acoplados a proteína G membrana plasmática. Em geral as
(=metabotropico). A proteína G é uma substâncias que se acoplam são
proteína adaptadora que consegue corticóides (esteroides, hormônios sexuais
intermediar o efeito gerado pelo receptor masculinos ou femininos, esteroides
em canais ionicos ou em moléculas ligados ao metabolismo intermediário
efetoras. Então a proteína G é essencial como glicocorticóides,
para que haja interação entre o receptor e mineralocorticóides etc). Realizam
a molécula/proteina efetora que gera transcrição gênica no núcleo, realizam
metabolitos, chamados de segundos síntese de proteínas e geram efeitos
mensageiros numa cascata de sinalização celulares. Esse tipo de reação gera ação
que gera efeitos celulares. Como esse tipo em torno de horas. Ex: receptor de
de reação é complexa, a escala de tempo estrogênio.
é em segundos (reação rápida mas não
tão rápida como receptores ionotropicos,
quando apenas é necessário abertura do
canal ionico). Ex: receptores muscarinicos.
3. Receptores ligados a cinases: não há
necessidade de proteína intermediária na
função do receptor, como a proteina G,
pois o próprio receptor é uma enzima. A
partir da interação com um farmaco ou
com uma substância endógena existiria
transmembranar é a região efetora onde
vai ocorrer uma mudança conformacional
que vai gerar a abertura do canal. Porém,
em geral, nos receptores é na região
intracelular que ocorre a ação efetora
(receptores ligados a proteina G e
receptores de cinases)
 No receptor nuclear também há na região
intermediária dele o domínio de ligação
do DNA, que só é propiciada por causa de
uma mudança de conformação
→ Região efetora: mudança conformacional
que gera o efeito farmacológico
→ Canais ionicos: região transmembrana
→ Receptores ligados a proteina G: região
intracelular
→ Receptor de cinases: região intracelular
→ Receptor nuclear: região de ligação do
DNA
→ Em geral há 3 domínios (alguns casos 2):
dominios extracelular, transmembranar e
intracelular.
 Características de receptores
 Na maioria das vezes quando há  Outra característica importante do
receptores também temos um sítio de receptor é a especificidade. Existem
ligação. Essa região também é chamada caracteristicas específicas do fármaco que
de domínio de ligação e está fora da interagem com o domínio gerando efeito
membrana (meio extracelular) para máximo. Se a molécula é modificada na
receptores de membrana celular. Algumas biotransformação de moléculas pode
regiões próximas a membrana podem ser gerar diminuição do efeito ou não efeito
envolvidas nesse domínio de ligação mas farmacologico pois a especificidade
a maior parte é extracelular. também muda. A especificidade, então, é
 O sítio de ligação de um receptor nuclear, gerada através da característica da
obviamente, não pode ser extracelular já estrutura molecular - consideramos
que esse tipo de receptor está dentro da importante mas é difícil usar em
célula. farmacologia. Em farmacologia usamos
 A segunda região que o receptor pode mais o conceito de seletividade
estar é a região transmembrana - há um
domínio de ligação transmembranar onde  Especificidade x seletividade
ocorre uma modificação da conformação  Especificidade é a interação com apenas
molecular do receptor (torção, movimento) um tipo de receptor.
gerando o efeito farmacologico.  A seletividade é com há a interação com
 Na região intracelular tem o domínio mais de um receptor. A seletividade pode
efetor, onde vai haver uma mudança gerar efeitos tóxicos. Porém, algumas
conformacional que vai afetar a doenças a interação com diferentes
comunicação do receptor com o meio receptores (=multialvo), ou seja,
intracelular e portanto gerar o efeito seletividade pode ser a chave do sucesso
farmacologico. Em canais ionicos a região terapêutico.
→ GABA: principal receptor inibitório em ionico e efeito farmacologico com a
mamíferos. Um certo receptor de GABA passagem de ions
tem vários sítios de ligação em seu  Cada subunidade é composta por
dominio. O mesmo receptor pode ser diferentes dominios.
receptor para GABA, benzodiazepinicos
etc.

 Receptor de GABA: quando abre para


entrada de calcio gera hiperpolarização da
membrana (por cálcio ser muito negativo)
tornando a célula mais negativa

 Principais alvos farmacologicos

Receptor metabotrópicos
 Não são receptores que são canais ionicos
e não são formados por várias
subunidades. São apenas uma proteina
que passa 7 vezes pela membrana. Têm
Receptor ionotropico região C terminal (capaz de interagir com
a proteína G, proteina formada por 3
 Localizados na membrana. Geralmente
subunidadez: alfa, beta e gama. Proteina G
tem uma região extracelular maior do que
pq pode se ligar tanto ao GDP quanto ao
a região intracelular. Mas a região efetora
GTP e N terminal).
de fato é a região transmembranar, que
 Nesse caso, o ligante interage com a
gera abertura do canal e fluxo de ions.
região extracelular dos receptores
 Não podemos considerar canais ionicos
metabotrópicos, muda conformação e a
como via de transporte e absorção de
proteína G, ligada inicialmente ao GDP
fármacos já que os pontos são pequenos
numa situação de repouso pela unidade
para impedir a passagem de qualquer
alfa, se dissocia. Assim a unidade alfa se
farmáco. Apenas substâncias muito
dissocia da unidade beta e gama. A
pequenas (como sódio, calcio, potássio,
unidade alfa (com interação do ligante
átomos) são capazes de passar por esses
com receptor) muda sua ligação inicial
canais.
com GDP e local. Agora a alfa se liga a
 O receptor nicotínico (ionotropico) tem 5
GTP!!! E a partir dessa ligação a alfa se
sitios de ligação e a partir do farmaco,
dissocia de beta e gama, e caminha pela
neurotransmissor etc, há abertura do canal
membrana para um novo efetor como
adenylyl ciclase (enzima capaz de formar
AMP ciclico). Essa interação demora um  Alfa s e alfa i atuam sobre a
certo tempo, depois há hidrolise do GTP, adenilatociclase, (=adenylate cyclase)
que volta a ser GDP e novamente a estimulando ou inibindo.
subunidade alfa se liga as outras duas  A adenylate cyclase transforma o ATP em
subunidades, beta e gama. AMP ciclico!!!! Então a alfa s estimula a
 Efetor é por exemplo a adenylyl ciclase formação de AMP ciclico e a alfa i inibe a
formação de AMP ciclico, deixando o ATP
em sua forma.
 O AMP ciclico é considerada o segundo
mensageiro, ou seja, interage com
proteínas celulares e gerar o efeito
farmacologico.
 A fosfolipase C é uma lipase, enzima que
degrada lipídios. O lipidios que ela
preferencialmente degrada é
fosfatidilinositol difosfsto (=PIP 2)
formando PIP 3 e diacilglicerol, esses dois
também são considerados segundo
mensageiros clássicos, como o AMP,
então também geram ação farmacologica
e aumento de cálcio intracelular

Receptores ligados a cinase


 Conjunto receptor + proteina G +  Os receptores ligados a cinase são ao
proteína efetora mesmo tempo receptores e enzimas e, ao
contrário dos receptores metabotropicos,
passam uma vez através da membrana e
não 7.
 São receptores mais simples na estrutura e
mais complexos na função. São
considerados receptores para vários tipos
de hormônios (GH, insulina).
 O receptor, que passa uma vez pela
membrana, modifica sua conformação
estrutural e a partir disso passa a interagir
com uma segunda cinase (cinases
interagindo entre si) formando dímeros.
Depois as cinases começam a interagir
 Não existe apenas um tipo de proteína G
entre si podem se autofosforilar ou
ou apenas um tipo de subunidade alfa.
fosforilar de forma cruzada. Quando há a
Consideramos principalmente 3 tipos:
fosfosrilação existe um aumento absurdo
subunidade alfa s (s vem de estimulátorio
(+- 1000x) de estímulo dessa enzima a
em inglês; estimula a adenylate cyclase),
fosforilar outras proteínas. No slide mostra
alfa i (vem de inibitório; inibe a adenylate
a enzima GRb2. Isso se chama cascata de
cyclase) e alfa q (estimula a phospholipase
fosfosrilação (=cascata de sinalização).
c = fosfolipase C.
Pode ser feita uma ação nuclear que inibe
ou estimula a sintese de proteínas - esse
efeito demora horas; ou as proteinas (=proteínas que protegem a região de
fosforiladas podem agir em outras ligação dificultando a interação do
proteinas citosolicas gerando efeito mais receptor nuclear com o núcleo),
rápido. permitindo a interação depois de
 Os receptores ligados a cinase são mais acontecer a chegada do farmaco.
pra hormônios - hormonios ligados a  Então quando o complexo está formado
parte anabolica (GH) e hormônios ligados sem essa cadeia de proteção há a
ao sistema imune interação do receptor com o
hormônio/fármaco numa região especifica
do DNA. A partir dai acontece a
transcrição de RNA mensageiro, tradução
para proteínas, novas proteinas se formam
e o efeito farmacologico é gerado. Então o
efeito farmacologico vem, basicamente, da
sintese de proteínas.
 Hoje se considera que os farmacos ou
hormonios que interagem com receptores
citosolicos podem também interagir com
receptores de membrana e gera efeitos
mais rápido. Mas em princípio esses
Receptores nucleares receptores nucleares tendem a alterar a
quantidade de proteínas na célula e isso
gera o efeito farmacologico esperado.

Sinal intracelular
 Duas características mostram a
importância do receptor: complexidade do
sinal intracelular e amplificação do sinal
intracelular

 Podem interagir com receptores


localizados no citosol ou no núcleo. De
qualquer forma, a substância ou farmaco
tem que atravessar a membrana
plasmatica (ser muito lipossoluvel) para
interagir com receptor porque são
interações intracelulares (citosol ou
núcleo).
 Os receptores nucleares são proteinas que
ficam em repouso (inertes) e a partir da
interação com a substância ocorre a
liberação da região de ligação ao DNA,
que é a "chave do processo de
estimulação farmacologica". Então quando
há interação, há a liberação de chaperonas
molecula de farmaco/ hormonio/
neurotransmissor é capaz de gerar um
efeito farmacologico de resposta muito
proeminente.

Teoria da interação fármaco-receptor


 Parte quantitativa dos receptores - como
posso descrever a resposta farmacologica
através da farmacodinamica.

 A complexidade do sinal intracelular


 Os receptores ionotropicos ficarem a parte
disso mas se concentrando nos receptores
metabotropicos e receptores ligados a
cinases  Receptor + farmaco (nesse caso o farmaco
 A complexidade do sinal intracelular que é um agonista, substância que interage e
leva a uma flexibilidade da ação de gera uma resposta através do receptor.
receptores e substâncias que agem sobre Então o farmaco agonista interage com o
esses receptores. Os segundos receptor, forma o complexo farmaco-
mensageiros podem ter uma ação maior receptor (AR), o receptor é ativado (sendo
ou menor dependendo da substância que ao desprender a subunidade alfa ou
vai agir no receptor gerando uma série de aumentar a capacidade da cinase de
possíveis efeitos observados na célula sob fosforilar outras proteinas e gera uma
ajuste fino. resposta farmacologica)
 A outra característica importante é a  O primeiro ponto é se interage (se o
amplificação do sinal intracelular. farmaco agonista vai interagir com o
 Para os receptores que estudamos a receptor; para interagir com o receptor o
cascata de sinalização gera efeitos farmaco precisa ter afinidade. Mas só
farmacologicos ou fisiológicos com interação com o receptor não basta, o
baixissimas concentrações do hormonio, fármaco precisa gerar uma mudança
do farmaco, do neurotransmissor. conformacional e gerar resposta
→ Ex: a adrenalina (=epinefrina) através da intracelular. Quando o farmaco consegue
interação com o receptor metabotropico é fazer isso, gerar resposta, ele é eficaz.
capaz de gerar uma série de reações em Então eficácia é a capacidade do fármaco
cascata. Por exemplo uma unica molecula em gerar uma alteração intracelular e
de adrenalina é capaz de formar 10 mil portanto resposta celular. Ocupação
moléculas de AMPciclico através da reação precisa de afinidade e ativação precisa de
em cascata. E se fomos observarmos o eficacia. A essas substancias chamamos
final da reação, que é a formação de de agonistas. Todas as substâncias
glicose-1-fosfato através do glicogenio, é endógenas (neurotransmissor, hormonios)
10⁸ moléculas. Ou seja, o efeito de são agonistas, ou seja, ocupam e ativam.
amplificação de sinal obtido por essa  Mas na farmacologia temos outras
cascata gera então uma economia no substâncias chamados de antagonistas.
processo importante porque uma única
Eles precisam interagir com o receptor, ao eficácia máxima. Para melhor visualização
interagir precisam de afinidade e formar o mudamos a escala para uma escala
complexo farmaco-receptor. Mas, ao logaritmica - assim a curva deixa de ser
contrário dos agonistas, quando eles uma hiperbole para ser sigmóide. Ai sim
formam esse complexo farmaco receptor podemos ver um aumento do efeito em
eles não geram mudança conformacional relação a aumento da dose. Geralmente, a
e resposta celulas então tem eficácia 0. Pra maior parte do incremento do efeito é
que serve um antagonista então?para que observado em duas faixas log, ou seja,
não tenha resposta celular. Se há uma 100x o aumento de concentração. Então
exarbeção de uma substância agonista, de 0.1 para 1 para 10mg observamos o
precisaria de uma substância com efeito efeito que vai de 10% até quase 90%.
de bloquear esse agonista, ou seja, Então quase todo o efeito podemos
impedir um dano que o agonista em observar numa escala de 1 a 100.
exagero poderia causar.
 Então o antagonista serve para bloquear
ou reduzir o efeito do agonista. O
antagonista não gera efeito e impede o
agonista de gerar!

 Quem tem efeito máximo tem maior


eficácia. Então além de comparar farmacos
pelos efeitos máximos podemos comparar
eficácia
 Temos outro parametro também
considerado a partir da dose ou
Curva dose-resposta concentração, chamado potência. A
 (=curva concentração-resposta) potencia é alcançada em farmacologia a
partir de 50% do efeito maximo.
 Eficácia x potência Verificamos que concentração a partir
 A medida que aumento a concentração de desse 50% efeito maximo. Potência é dose
farmaco, o efeito cresce e o efeito (concentração necessária para se alcançar
encontra um platô numa determinada 50% do efeito máximo. O símbolo da
concentração e esse efeito permanece potencia é CE50 ou DE50 (=concentração
com 100% do efeito a medida que a eficaz de 50%/dose eficaz de 50%)
concentração aumenta. O platô (efeito  Se formos comparar duas substâncias com
máximo alcançado) ocorre porque há uma mesmo efeito maximo mas a curva tem
quantidade finita de receptores na célula um DE50 menor, ou seja, uma
que gerarão uma resposta máxima sem concentração por exemplo de de 0,1 essa
poder aumentar mais independente de substância hipotetica tem uma maior
quanto aumenta a dose do fármaco. Gera potência do que outra substância que o
o efeito maximo, que é o parametro para DE=1.
verificar eficácia. O fármaco tem uma
Introdução parassimpático é um sistema de duas
fibras. Uma primeira fibra (fibra pré
 Sistema nervoso se divide em: ganglionar) que sai do SNC, da região
→ periférico se subdivide em aferente e tanto medular e chega até o gânglio
eferente. O eferente se subdivide em autônomo onde há a ligação com a
somático (inerva os mm esqueletico de segunda fibra (fibra pós ganglionar), que
forma voluntária) e autônomo (inerva os vai inervar os tecidos viscerais de maneira
tecidos vicerais, sem controle consciente geral. Então existe dois tipos de fibra: uma
portanto). E o autônomo se divide em pré ganglionar e uma pós ganglionar.
simpático e parassimpático  No sistema nervoso parassimpático
→ sn central geralmente a fibra pré ganglionar é mais
longa do que a fibra pós ganglionar. É
uma outra diferença entre o sistema
simpático e parassimpático.
 Geralmente no sn simpático a fibra pré
ganglionar inerva muito poucas fibras pós
ganglionares. Ao contrário do
parassimpatico que geralmente uma fibra
pre ganglionar pode inervar várias fibras
pós ganglionares.
 Um dos principais fibras de inervacao
parassimpatica é o n vago (sistemas
pulmonar, cardíaco, digestório - estômago,
pâncreas, intestino delgado).
 Sobre o aspecto funcional, esses dois
sistemas, simpatico e parassimpatico,
fazem antagonismo. Se um contrai, o
outro estimula o relaxamento, por
exemplo. As ações fisiológicas são opostas.
 Para aspectos farmacologicos o
neurotransmissor é importante para que
saiba qual ação vai existir em determinado
tecido alvo com inervação da fibra pós
ganglionar do sistema nervoso
parassimpatico.
Parassimpático x simpático  Tanto a fibra pré quanto a pós ganglionar
 No sn parassimpático as fibras eferentes o neurotransmissor responsável é a
saem tanto ta região bulbar (cranio) e da acetilcolina. Os receptores, que são
região do sacro. Então ele é craniossacral. responsáveis por interagir com acetil
Ao contrário do sistema nervoso somatico, colina, são nicotínicos (na área do gânglio
aquele que inerva a musculatura autônomo de conexão entre as duas fibras)
esquelética, o sistema nervoso autônomo
e os receptores muscarinicos (nos tecidos  O sistema parassimpatico é um sistema de
inervados pelo sistema nervoso conservação de energia e manutenção da
parassimpatico) atividade basal
 Que tecidos são esses? Tecido cardíaco, m  Efeitos fisiológicos
esquelética, glândulas e terminações  Coração: diminuição da frequência
nervosas. Todos esses são inervados pelo cardíaca e a pressão arterial
parassimpatico. E são inervados pelo  Trato genitourinario: aumento do m
simpático também, mas nesse caso o detrusor da bexiga e relaxamento dos
neurotransmissor importante é a esfictlers urinarios - aumenta a micção),
noradrenalina. O neurotransmissor acetil  Trato gastrointestinal: aumenta o
colina também é importante para o sn peristaltismo, as secreções digestorias -
somático. ativado durante a alimentação para o
alimento ser digerido; relaxa os esfincteres
excretorios
 Pulmões: aumenta a constrição
bronqueolar, redução do volume
respiratório e aumento de secreções
bronquiolares
 Globo ocular: acomodação da visão para
perto - "miopia fisiológica" - ver melhor o
alimento que está muito próximo - e
 Miose - redução do diâmetro pupilar
 Glândulas: aumento da secreção
sudoripera (suor) e secreção salivar mais
Função parassimpatica copiosa/volumosa (ajudar início da
digestão).

Neurotransmissão colinérgica

 Como a neurotransmissao colinérgica


onde a acetilcolina é um neurotransmissor
importante vamos analisar como se
 "Rest e digest" (=descansar e digerir) é a produz a acetilcolina dentro do organismo
função parassimpatica para neurônios parassimpaticos
→ Obs: "Luta ou fuga" é a função simpática colinergicos. No botão terminal desses
neuronios, que estão associados a um
tecido alvo qualquer, ocorre a produção
de acetilcolina, que é produzida através da (=autorreceptores, servem para modular a
colina (um ester largamente encontrado atividade colinérgica)
em liquidos extracelulares). Essa colina,
portanto, que está fora da célula é
Tipos de receptores
colocada para dentro do citoplasma
através de um transportador que tende a
colocar a colina dentro do botão terminal
que em associação com a acetil coa
(produzida pela mitocondria) através da
da enzima chAT (colinaacetiltransferase)
faz a produção de acetilcolina.
 A acetilcolina no citoplasma quando é
produzida é colocada em vesículas, em
regiões do botão terminal, e pode ser
armazenada. E o armazenamento tanto da
acetilcolina tanto de outros fatores como
o ATP. Atraves de estimulação vai ocorrer  Sabe-se hoje que não existe apenas um
a fusão dessa vesicula com a membrana receptor
plasmatica e portanto a liberação da acetil  1907: Dixon observou que existia uma
colina para o meio extracelular numa ação da acetilcolina que era mimetizada
região chamada fenda juncional. Se fosse pela muscarina, que vem do cogumelo
entre dois neurônios chamaríamos o amanita muscarina. Dale em 1914
processo de sinapse mas como é entre um conseguiu distinguir mais um tipo de
neurônio e uma célula não neuronal, de atividade, a atividade nicotinica, que pode
órgãos viscerais, a acetilcolina cai na fenda ser mimetizada pela nicotiana tabacum
juncional e é capaz de interagir com os (tabaco)
receptores, localizados na célula pós  Então existe dois tipos de atividade para
juncional como uma cel cardiaca, muscular mimetizar a acetilcolina.
lisa, epitelial etc  Tempos depois se entendeu que existem
dois receptores para acetilcolina:
 Como qualquer neurotransmissao, a
nicotinico e muscarinico. Ambos podem
acetilcolina que caiu na fenda juncional
ser ativados pela acetilcolina.
tem que ser logo degradada. Não pode
permanecer muito tempo nesse local -
essa é uma característica de toda Receptores nicotinico
neurotransmissao. Quem termina essa
ação é a enzima acetilcolinesterase, que
está localiza na região da fenda juncional,
na região de celulas inervadas na pós
juncional ou solúvel no tecido extracelular.
Acetilcolinesterase degrada a acetilcolina
em colina e acetato. A colina pode ser
recaptada para o botão terminal para
voltar a formar acetilcolina. O acetato "se
perde" no liquido extracelular.
 Existe receptores tanto na região pós
juncional quanto na região pré juncional
 Localizados no sn central e nos gânglios principalmente em todos os m liso e todas
autônomos as glândulas)
 São receptores ionotropicos.
 Interessa menos nessa aula porque
estamos estudando inervação de órgãos
alvo.
 Acetil colina se liga nesse receptor em
dois sitios de ligação para o receptor se
abra e entre sódio na célula
 Existe um outro tipo de receptor nicotinico,
muito importante para a prática
fisioterapeutica, que é o receptor
nicotinico da placa motora (do m
esqueletico). Principal ativador da
contração muscular esqueletica.
 Os receptores metabotropicos são ligados
a proteina G e proteinas G diferente.
Receptores muscarinicos  O receptor M1 e M3 estão associados a
proteína Gq (estimula a fosfolipase c e
essa vai transformar o fosfatidilinositol
difosfato em diacilglicerol). Os segundos
mensageiros dessa via geram um aumento
de cálcio intracelular estimulando por
exemplo a contração de m liso (M3), o
aumento de calcio nas células parietais do
estômago geram aumento da secreção
gastrica (M1).
 Já o receptor M2 é o receptor associado a
 O que mais importa nessa aula são os proteina a Gi (G inibitória). Ela diminui a
receptores muscarinicos pois eles estão atividade da adenylate cyclase (adenilato
localizados no órgãos alvo. ciclase) diminuindo a quantidade de AMP
 São receptores metabotropicos, ligados a ciclico e essa diminuição gera redução da
proteina G e passam 7x pela membrana. frequência cardiaca.
Gera metabólicos, que são segundos
mensageiros importantes para a ação  Ações muscarinicas da acetilcolina
celular.  Coração: redução da frequência cardíaca.
 Tem 5 tipos: M1, M2, M3, M4 e M5. O n vago, nervo parassimpatico que inerva
 O importante para os aspectos o coração nos marcapassos cardiacos, a
farmacologicos são M1 (receptor liberação de acetil colina nessa região com
localizado em ganglios autônomos - interação com M2, que reduz o AMP
localização parecida com receptor ciclico e essa redução reduz a frequência
nicotinico- e nas células parietais do cardíaca (distanciamento entre os
estômago então quando ativados são potenciais de ação)
capazes de aumentar a secreção gastrica),  Musculatura lisa no trato respiratório:
M2 (localizado no coração - por isso pulmão → aumento da secreção, aumento
também chamado de cardiaco) e M3 da concentração e broncoconstrição
(mais amplo em localização mas está através do receptor M3.
 Aparelho gastrointestinal: peristaltismo
(receptor M3), relaxamento de esfinctler e
secreção ácida (receptor M1)
 Musculatura lisa do aparelho urinário:
contração da bexiga e relaxamento de
esfinctler (receptor M3 gera ação por Gq,
aumenta cálcio intracelular, gera
contração e micção)
 Glandulas sudoriperas, lacrimais,
nasofaringes, salivares: aumento da
secreção por receptor M3.
 Musculatura lisa ocular: acomodação para
visão de perto, miose (contração da  Exemplos:
musculatura ciliar, diminui o diâmetro  Acetilcolina: utilizado na deficiência de
pupilar), aumento da drenagem do humor acetilcolina, porém a estrutura dessa
aquoso (diminuição da pressão substância é muito degradada
intraocular). Receptor M3. rapidamente pela acetilcolinesterase
(AChE). Logo quando é administrada é
rapidamente degradada não só pela
Fármacos acetilcolinesterase mas por uma outra
parassimpáticomiméticos colinesterase, presente no plasma
chamada de butirilcolinesterase
(=pseudocolinisterase). Ela também age
tanto no receptor muscarinico (RM)
quanto no receptor nicotinico (RN) assim
não há seletividade. Pela ação nos dois
receptores, não é utilizada
terapeuticamente.
 Metacolina: não é comercializada no Brasil.
Tem uma sensibilidade menor a
acetilcolinesterase e tem seletividade
maior para receptor muscarinico. Mas
 Agonistas diretos (agem nos receptores
mesmo assim existe ação da
muscarinicos)→ agonistas muscarínicos
acetilcolinesterase então duração de ação
 Agonistas indiretos (inibem a degradação no organismo baixa.
de acetil colina)→ inibidores de  Carbacol e betanecol: são utilizados
acetilcolinesterase (AChE) comercialmente sendo o betanecol o mais
seletivo deles com ação nos receptores
1) Agonistas muscarínicos muscarinicos, não tem nos receptores
nicotinicos e não é degradado pela
acetilcolinesterase. Já o carbacol também
não é degradado pela acetilcolinesterase
mas tem ação nicotinica e muscarinica,
tanto que só é adm em gotas oftalmicas
 Pilocarpina: substância natural que age
basicamente nos receptores muscarinicos,
é comercializada e não tem interação com
receptores nicotinicos ou  Pilocarpina, carbacol: glaucoma
acetilcolinesterase. (=aumento da pressão intraocular) - a
→ Todas as substâncias acima têm carga contração promovida pela acetilcolina do
positiva, o que reduz a absorção por via m ciliar pode aumentar a drenagem de
oral humor aquoso gerando uma redução da
→ Esteres da colina = acetilcolina, metacolina, pressão intraocular. Assim, fármacos
carbacol e betanecol. miméticos da acetilcolina reproduzem
esse mesmo efeito. Nome comercial do
 Farmacocinética dessas substâncias carbacol: Ophtcol
 Ésteres de colina: aminas quartenárias
→ Absorção por via oral pequena  Efeitos adversos
→ Distribuição restrita  Ativação de úlcera peptica (porque
→ Sofrem hidrolise no TGI (trato aumenta secreção gástrica), cólica
gastrointestinal), metabolismo por abdominal (aumenta o peristaltismo),
esterases (betamecol e carbacol em sudorese, hipotensão arterial e
menos quantidade porque são menos broncoespasmo (não é indicado para
sensíveis a esterases) pacientes com asma).
→ Excreção renal
→ Vias: oral (apesar da absorção menor) e 2) Inibidores da acetilcolinesterase
subcutânea
 Pilocarpina: amina terciária
→ Boa absorção em todas as vias, sem carga
→ Excreção renal
→ Uso tópico
 Usos clínicos
 Betanecol: Hipotonia do gastrointestinal
ou urinário = condição clínica em que há
redução do peritaltismo gerando uma
constipação intestinal e continência
urinária. Ex: cirurgias da região abdominal,
parturientes (pós parto) etc. Não são  =(anti-AChE) = agonistas indiretos
utilizados em toda pessoa com esses  Tem dois modos: modo reversível
sintomas pois existem farmacos mais (=carbamatos; inibem reversivelmente a
seguros com a mesma ação. É utilizado acetilcolinesterase; são utilizados
com mais frequência em crianças com clinicamente) e modo irreversível
refluxo esofágico. Nome comercial: (=organofosforados; inibem
Liberan irreversivelmente a acetilcolinesterase; não
 Pilocarpina: xerostomia, ou seja, são utilizados clinicamente mas podem ser
ocorrência de redução da secreção salivar. utilizados como agrotóxicos ou gases de
Ocorre em doenças como na síndrome de guerra; vistos na clínica em condições de
Sjogren (síndrome autoimune que atinge intoxicação)
mais mulheres e ocorre destruição  Carbamatos
progressiva de células glandulares pelo  Neostigmina e Piridostigmina:
sistema imunológico do indivíduo), em encontradas no Brasil; ação sobre a junção
pacientes que fazem radioterapia na neuromuscular; ação intermediária (até 2h)
região facial devido a destruição de  Fisistigmina: ação sobre ganglios
células grandulares. autônomos; ação intermediária também
 Organofosforados liberar. Então os carbamatos tendem a
 Paration: ação longa inibir a acetilcolinesterase. Porém depois
 Ecotiopato: ação longa (até 100h) e age de um tempo essa enzima volta a
sobre os ganglios funcionar quebrando acetilcolina

 Como acontece a ação da  Inibidores irreversíveis


acetilcolinesterase?  Ex: dyflos - organofosforado com
características lipossoluvel extrema e seu
radical fosfato se liga de forma muito
intensa ao sítio esterático, sendo
irreversível, então impede a interação da
acetilcolina nesse local e não ocorre
hidrolise dela pela enzima
acetilcolinesterase. Se essa reação for
impedida por um antídoto (ex:
pralidoxime) que vai desfazer essa
interação em até 1h e reativar o sistema
da acetilcolina. Ou seja, ela torna reversível
uma ligação que era irreversível. Depois
de 1h é muito difícil reverter - chamamos
isso de enzima envelhecida.
 A acetilcolina se liga em dois sítios
principais chamados sítio anionico (carga  Desativação da acetilcolinesterase→ com
negativa) e sítio esterásico (presença de o gás sarin, organofosforado utilizado por
hidroxila). No ciclo catalitico da exemplo no Líbano e em Tóquio para
acetilcolinesterase, que quebra acetil morte em massa. Diminui a ação da
colina, a acetil colina se liga a parte dos acetilcolinesterase. Um antidoto a esse gás
dois sitios, ocorre quebra de ligação é a pralidoxime, utilizada até 40min a 1h a
gerando uma colina (produto de intoxicação
degradação da acetilcolinesterase). Quem
vai permanecer no sítio de ligação é o
acetato (no sitio esterático) e depois é
liberado e a enzima volta a sua condição
inicial podendo gerar nova
hidrolise/quebra de acetilcolina. Todo esse
processo demora 80 mseg (milissegundos)
para acontecer.
 Cada molécula de acetilcolinesterase
hidrolisa 10⁵ moléculas de acetilcolina por
minuto.

 Inibidores da acetilcolinesterase
 Farmacocinética
 Vão inibir o processo da
 Fisistigmina: carbamato, boa absorção via
acetilcolinesterase
oral, subcutânea e mucosas, atravessa a
 Os sítios anionicos e esteráticos recebem a
barreira hematoencefálica, metabolismo
substância (ex: neostigmina), ocorre
de enterases plasmáticas, eliminação renal
liberação da parte do sitio anionico mas a
ligação com sítio esterático demora para
 Neo/Piridostigmina: carbamato, amina neotigmina (aumenta a disponibilidade de
quartenária, menos absorção via oral, acetilcolina na placa motora) até o ponto
menor chegada ao SNC devido que isso não ocorre mais pois o corpo do
características de lipossolubilidade, paciente gerou uma diminuição dramática
metabolismo de enterases plasmáticas e dos receptores nicotinicos.
eliminação renal
 Organofosforados: boa absorção por  Efeitos adversos
todas as vias. Metabolismo hepatico  Salivação, ativação da úlcera gástrica,
(CYP450), esterases plasmáticas e teciduais cólica abdominal, hipotensão,
broncoespasmo
 Usos clínicos
 São bem parecidos com o uso clínico dos → Obs: Alguns fármacos inibidores de
agonistas diretos acetilcolinesterase no sistema nervoso
 Fisostigmina: glaucoma, intoxicação com central tem ação sobre a doença de
antagonistas muscarinicos Alzheimer, como a galamina. São
 Neostigmina: glaucoma, hipotonia do importantes nessa doença porque o início
trato gastrointestinal ou urinário, da redução do processo cognitivo é por
miastenia grave, reversão do bloqueio morte de neurônios colinergicos. Logo na
neuromuscular competitivo primeira parte da doença farmacos
 Piridostigmina: miastenia grave conseguem atuar aumentando a atividade
 Galamina, donepezil: doença de Alzheimer da acetilcolina no SNC melhorando a
qualidade de vida do paciente.
→ Obs: algumas funções não são observadas
em agonistas diretos pois esses só agem  Intoxicação por organofosforados
em receptor muscarinico. Portanto o  Muito parecidos com agonistas
agonista direto não vai agir na placa muscarinicos, podemos adicionar
motora, rica em receptor nicotinico. Porém, espasmos da musculatura.
pelo modo de ação desses inibidores da  A reação depende de qual via foi
acetilcolinesterase, eles inibem a administrada. Bastantes vias se tornam
acetilcolinesterase que está presente na fáceis devido a solubilidade deles
placa. Portanto, são farmácos muito  Podem ser utilizado antigenos como
importantes no caso de miastenia grave antagonistas muscarinicos para evitar
(condição clínica autoimune que agem efeitos muscarinicos. Até 1h pode ser
estimulando os receptores nicotinicos administrado regenerador da
neuronais da placa motora. Ao longo do acetilcolinesterase, anticonvulsivantes para
tempo vá existindo uma fraqueza os efeitos centrais mas nenhum antidoto
muscular e isso acontece de forma crônica reverte completamente nos
até o momento que o individuo pode ter organofosforados. Assim, um coquetel de
uma parada respiratória). O aumento de substâncias é administrado para
acetilcolina na placa motora desses recuperação
pacientes ajuda na doença devido a  Broncoconstrição
geração de potencial de ação muscular  Sudorese
que gera uma tensão muscular. Mas o  Miose
potencial de ação muscular nesses  Bradicardia
pacientes vai diminuindo ao longo do  Incontinência urinária
tempo - por exemplo: o paciente  Ações nicotinicas perifericas
consegue pegar um copo mas não  Fasciculações
consegue levar até a boca. Ex de farmacos:  Taquicardia
 Hipertensão → Fazem quebra e impedem a ação do
parassimpatico
 Ações centrais → Ex: atropina (vem da planta atropa
 Inquietação belladona; comercializado com o nome
 Insônia vagostesyl) e escopolamina (vem da
 Convulsão planta hyoscyamus niger; comercializado
 Depressão respiratória e colapso como buscopan), homatropina
cardiovascular (comercializada com o nome novatropina;
 Tratamento farmacologico adm por via oftálmica para que haja
aumento do diâmetro pupilar pós
cirurgias oftálmicas); ipratropium (adm
com o nome de atrovent, adm para
diminuir do espasmo bronquiolar, usado
na asma e DPOC)
→ São agonistas competitivos reversíveis
mas não são seletivos. Como os agonistas
muscarinicos tem uma seletividade entre
os receptores muscarinicos (M1, M2 e M3)?

 Ações farmacologicas
 São antagônicas as reações
parassimpaticas
 Diminuição de secreção (salivar, brônquica,
sudorese)
 Midriase
 Broncodilatação
 Constipação intestinal e retenção urinária
 Taquicardia
 Sedação (escopolamina)

 Usos clínicos
 Asma, DPOC
→ Cicloplegico (se foca melhor para longe) -
existe uma certa miopia quando o
 Antagonista muscarinico (ex: atropina) parassimpatico está ativado então quando
→ Regenerador de acetilcolinesterase (ex: o antagonisa ocorre melhor enxergar pra
pralidoxima) longe.
→ Anticonvulsivante (ex: diazepam)
→ Antagonistas muscarinicos =fármacos
parassimpatolíticos)

Introdução  Sistema nervoso → sistema nervoso


periférico → SN eferente → sn autônomo
 O sistema nervoso simpático também é → sn simpático
conhecido como adrenérgico.  As fibras pré ganglionares saem da região
toraco-lombar (ao contrário do
parassimpatico que sai cranio-sacral). As funciona como um ganglio - existe uma
fibras pré ganglionares em geral fibra pré ganglionar que inerva essas
interagem com as fibras pós ganglionares células cromafins e a partir da liberação de
em ganglios mais próximos a medula do acetilcolina (como toda fibra pré
que ao órgão alvo então as fibras pré ganglionar) é liberado o hormônio
ganglionares são mais curtas do que as adrenalina através da medula adrenal. Esse
fibras pós ganglionares e isso leva a uma hormônio também define o tipo de
maior difusão das fibras pós ganglionares função do sistema simpático no
nos tecidos. Então uma fibra pré organismo, porque chega em locais
ganglionar interage com diversas fibras poucos inervados pelo sn simpático,
pós ganglionares, o que reflete o efeito porque esse sistema é ativado em
"luta e fuga" do sistema nervoso momentos em que a sobrevivência é
autônomo simpático. preponderante.
 O sistema nervoso simpático vai inervar
vários órgãos, particularmente viscerais, e
gerar efeitos fisiológicos contrários ao
Função simpática
sistema nervoso parassimpatico. Esse
sistema, de forma geral, é controlado de
forma inconsciente, involuntária, de forma
a manter a homeostase do organismo.
 No sistema nervoso autônomo simpático
as fibras pré ganglionares são fibras
colinérgicas, como no sn parassimpatico e
sn somático, ou seja, têm como
neurotransmissor a acetilcolina. A
diferença desse sistema simpático é que a
fibra pós ganglionar em geral tem como
neurotransmissor a noradrenalina.
 Então o sistema nervoso autônomo tem
uma fibra pré ganglionar colinérgica e
uma fibra pós ganglionar adrenergica.
 O parassimpatico não contem nenhum
hormônio e sim só o neurotransmissor
que gera a inervação. O sistema nervoso
simpático tem como neurotransmissor a
noradrenalina e também associada a ele
um hormônio chamado de adrenalina.  "Luta ou fuga" ("fight ou flight)
 Mas no sistema simpático existem  Gera enorme gasto de energia - utiliza
exceções, como glândulas sudoriperas em muitos substratos energéticos*
que a fibra pós ganglionar é colinérgica; e  Observado em todos os mamíferos
leito vascular renal há liberação de  Efeitos contrários ao parassimpatico
dopamina.  Coração: aumento da frequência cardíaca
 A adrenalina (=epinefrina) é produzida e (taquicardia - efeito cronotrópico positivo),
liberada pela medula da supra-adrenal aumento da força de contração cardíaca
através de células cromafins. A (efeito inotrópico), aumento da pressão
noradrenalina também é liberada por sanguínea, para regiões que precisa de
essas células porém em quantidade menor mais oxigenação e nutrição
que a adrenalina. Essa medula adrenal principalmente
 Tecido adiposo - estímulo da lipólise  Saliva: diminuição da secreção glandular,
(quebra de triglicerídeos em ácidos graxos, xerostomia (redução de saliva). Assim
que vão para o fígado e formam nova como diminuição de todas as secreções
glicólise → gliconeogênese)* endógenas em geral (noradrenalina),
 Fígado: gliconeogênese e glicogenolise menos com as glândulas sudoriperas (que
(quebra de glicogenio) liberando glicose são aumentadas por ação da acetilcolina)
para o organismo  SNC: aumenta a atividade do SNC
 Músculo esquelético: também ocorre principalmente o sistema de alerta
glicogenolise (quebra de glicogenio) e  Olhos: dilatação da pupila (midríase -
aumento do fluxo sg aumento do diâmetro pupilar para
 Pulmão: broncodilatação, para aumentar o aumentar a chance de entrar mais luz e
volume de oxigênio inspirado e aumento ver melhor em qualquer condição) e
da saturação acomodação para longe (melhora do foco
 Musculatura lisa: relaxamento para que para longe)
permita a broncodilatação
 Trato gastrointestinal: relaxamento da Farmacologia da neurotransmissão
musculatura lisa, gerando diminuição do adrenérgica
peristaltismo e contração dos esfinctleres
(mantem as excretas armazenadas) e
redução do fluxo sanguíneo
→ Obs: Para tecidos viscerais como TGI, pele,
e tecidos não importantes no processo de
luta ou fuga existe redução do fluxo
sanguíneo. Um exemplo é quando
estamos em situação de ansiedade (luta
ou fuga ativado) ocorre palidez devido a
vasoconstrição. Em contrapartida, em
tecidos importantes, ou seja, aqueles que
tendem a aumentar seu fluxo sg com o
 O aa tirosina é captada para dentro do
sistema nervoso simpático são: SNC,
botão terminal (assim como a acetilcolina,
coração, musculatura esquelética. Assim,
a tirosina também é sintetizada no botão
há vasoconstrição em alguns locais, em
terminal). A tirosina se transforma em
que não há tanta importância de
DOPA, que se transforma em dopamina -
oxigenação, e vasodilatação em locais
esse processo ocorre no citoplasma. A
importantes.
dopamina é sequestrada para vesículas,
 Sistema urinário: relaxamento do tonus do onde ocorre a transformação em
detrusor (m da bexiga) e aumento da noradrenalina através da enzima
contração dos esfinctleres gerando pouca dopamina-beta-hidroxilase. A
liberação de urina noradrenalina vai ser liberada e interagir
 Pele: por ação de acetilcolina nas com os receptores adrenérgicos na fenda
glândulas sudoriperas ocorre transpiração juncional. Além disso, interagem com
(o corpo necessita da diminuição de receptores pré sinapticos (=pré
temperatura porque está sendo utilizado juncionais= auto receptores).
energia e a temperatura do organismo  Nesse sentido, a tirosina, a DOPA e a
aumenta, assim, o sn simpático diminui a dopamina são percursores da
temperatura para controlar) noradrenalina.
→ Obs: Se não fosse um botão terminal → OBS: MAO e COMT estão muito presentes
noradrenergico e sim uma medula adrenal nos enterócitos (intestino) e nas células
(célula cromafim) ainda ocorreria uma hepáticas (fígado) porque DOPA,
nova etapa que é transformar dopamina, noradrenalina, adrenalina - ou
noradrenalina em adrenalina. Assim, na seja, catecolaminas em geral - então não
medula adrenal o que ocorre é uma nova podem ser administradas por via oral (e
reação para síntese da adrenalina. quando administradas tem que ser em
altíssimas doses) porque o efeito de
 Neurotransmissores tem que ter função
primeira passagem é muito alto
rápida, fugaz, e ser retirado rápido da
degradando toda a catecolamina que
fenda. No caso da acetilcolina, a enzima
atravessa o enterócito e célula hepática
acetilcolinesterase rapidamente degrada a
acetilcolina e no caso da noradrenalina
não existe uma enzima que degrada a Captação das catecolaminas
noradrenalina na fenda juncional. Então o  =retirada da fenda
principal sistema de término da  Captação do tipo 1 (=captação neuronal):
neurotransmissão de noradrenalina é tem como substrato a noradrenalina -
através dos transportadores (NET) por como inibidores há a imipramina e a
captação neuronal, que retira cocaína
noradrenalina da fenda a fazendo retornar  Captação do tipo 2: no tecido inervado
para o botão terminal e talvez recolocada (=tecido extraneuronal) - não é
nas vesículas e liberada. Então a principal importante porque o principal substrato é
função do transportar é retirar a a adrenalina. Então não é o principal
noradrenalina da fenda juncional. A partir mecanismo de término para
da captação dos transportadores, a neurotransmissão noradrenalina
noradrenalina se encontra no citoplasma,
pode ser degradada por uma enzima  Metabolismo
chamada monoaminoxidase (=MAO),  MAO (mitocondrial; possui subtipo A e B)
localizada na mitocôndria, que é capaz de e COMT (citosólica): fazem degradação da
degradar a noradrenalina dentro da célula. noradrenalina e diminuem a ação
Por isso, a célula logo coloca a farmacêutica das catecolaminas se
noradrenalina dentro das vesículas, para administradas por via oral já que essas
evitar esse processo. enzimas estão muito presentes nos
 Algumas substâncias são conhecidas por hepatócitos e nos enterócitos (efeito de
reduzir a função desses transportadores primeira passagem que gera baixa
(NET), ou seja, aumentando a atividade da biodisponibilidade das catecolaminas na
noradrenalina na fenda, como a cocaína, região)
antidepressivos triciclicos.
 Se a noradrenalina da fenda juncional  Localização
conseguir passar pela membrana e chegar  MAO: pré sinaptica, plaquetas, rins, TGI,
ao citoplasma da célula vizinha pode células hepáticas
também ser alvo da enzima COMT,  COMT: pós sinaptica, rins, TGI e células
também capaz de degradar a hepáticas
noradrenalina. Mas a principal fonte de
degradação da noradrenalina são os  Inibidores
transportadores que retiram da fenda  Inibidor não seletivo da MAO=
(NET). tranilcipromina. Inibidor seletivo da
COMT= entacapona. Não são tão usados e aumento da atividade de quebra de
devido seus efeitos não seletivos. substratos energéticos
 Beta 3: associado a lipolise - estuda-se
Adrenoceptores substâncias que diminuem a gordura
corporal por ativar esse sistema

 Na musculatura lisa, há duas vertentes:


→ Se for ativado o receptor alfa 1
adrenérgico, como na musculatura ciliar,
da íris dos olhos, e no músculo liso
vascular, causa-se contração porque esse
receptor é associado a proteina Gq, que
aumenta a quantidade de cálcio
intracelular. Em alguns casos, isso ocorre
através de alfa 2 mas o alfa 1 é o principal!
 São todos metabotropicos, ou seja, → Se ocorrer ativação beta 2, ocorre
associados a proteína G. Dividem-se em relaxamento da musculatura lisa gerando
duas classes: alfa (alfa 1 e alfa 2) e beta vasodilatação particularmente no músculo
(beta 1, beta 2 e beta 3 - sendo o 1 e 2 esquelético gerando aumento do fluxo sg
mais alvos de fármacos) nessa região essencial para a reação de
 Ao contrário do sistema parassimpatico, luta ou fuga. Em outras musculaturas lisas
no sistema simpático não há receptores existem mais beta 2 como nos bronquios,
ionotropicos TGI, trato genitourinario causando
 Todos os receptores beta são ligados a relaxamento também.
proteína Gs (que estimula a adenilato  O alfa 2, localizado em alguns vasos
ciclase e aumenta a disponibilidade de causando vasoconstrição está mais pra
AMPc)*. Já os receptores Alfa 2 são autoreceptor localizado no botão terminal.
associados a proteína Gi (diminui a Quando é ativado, gera uma redução da
adenilato ciclase porque diminui a noradrenalina ("botão de emergência para
disponibilidade de AMPc). Por fim, os diminuir a noradrenalina"). Assim, esse
receptores Alfa 1 são associados a ptn Gq receptor inibe a liberação do transmissor.
(que ativa a fosfolipase c e cálcio
 Temos basicamente duas substâncias
intracelular).
importantes no sistema simpático: a
→ * O coração contém o receptor beta 1
noradrenalina (=NOR), principal
cardíaco adrenérgico, associado a ptn Gs,
neurotransmissor liberado, e adrenalina,
que aumenta a quantidade de AMPc
que é um hormônio que gera efeito
aumentando a frequência e a força
adicional a da NOR. Então em regiões em
cardíaca. No caso do sistema
que a inervação é menor, ou seja, a
parassimpatico, em que o receptor do
noradrenalina tem maior dificuldade de
coração é M2, ele inibe a adenilatociclase,
chegar, a adrenalina por ativação
reduz a quantidade de AMP c e reduz a
sistêmica é capaz de ser distribuida por
frequência cardíaca.
todo organismo e gerar efeito.
 Receptores beta 1 ou beta 2: são
associados a gliconeogênese, Seletividade
glicogenolise muscular e hepática, e  Os receptores alfa adrenergicos e beta 1
lipolise. Aumentam a quantidade de AMPc funcionam da mesma forma
→ Alfa 1: adrenalina = noradrenalina
→ Alfa 2: adrenalina = noradrenalina  Pode ser associada ao uso de anestesicos
→ Beta 1: adrenalina = noradrenalina locais para prolongar o efeito destes e
 No receptor beta 2, a adrenalina tem uma reduzir efeitos adversos para se manter o
ação mais importante que a noradrenalina. anestesico onde foi aplicado pois a
Então a seletividade da adrenalina pelo adrenalina age como vasoconstritor nesse
receptor beta 2 adrenergico é bem maior caso
do que a noradrenalina  O caso mais utilizado da adrenalina é o
→ Beta2: adrenalina > noradrenalina caso da hiperssensibilidade, no choque,
 Já em beta 3, a noradrenalina tem ação ou seja, redução abrupta e grande da
maior pressão arterial. No choque cardiogenico
→ Beta 3: adrenalina < noradrenalina há parada cardíaca e redução da força
contrátil diminuindo a PA. No choque
1) Aminas simpatomiméticas hemorrágico ha uma redução da
quantidade de sg devido perda de sg e
 (=aminas simpaticomiméticas; agonistas redução da PA. No caso da adrenalina, é
adrenergicos; agonistas noradrenergicos) utilizada para o choque anafilático (pessoa
com hiperssensibilidade para algum tipo
Adrenalina de substância que gera alergia e
hiperativação do sistema imune gerando
falta de ar, edema de glote,
desfalecimento, gerando diminuição da
pressão arterial - o tratamento imediato
para essa situação é administração de
adrenalina.
 Também chamada de epinefrina
 No coração (receptor beta 1 cardíaco), a
 A seletividade única para um receptor
adrenalina aumenta o batimento cardíaco
tende a gerar menos efeitos adversos.
e a pressão arterial (faz vasoconstrição e
Porém, em alguns casos, necessitamos
por isso aumenta a P.A. A pressão arterial
que uma substância que aja em vários
(receptor alfa 1 no vaso sg) é composta
receptores, o caso da adrenalina.
por resistência do vaso - resistência
 Pode ser utilizada como broncodilatador
vascular periférica, que é aumentada nesse
pois é um agonista beta 2 adrenergico,
caso devido a vasoconstrição - e por
localizado nos bronquios. Utilizado por via
aumento do débito cardiaco, quantidade
subcutânea e intravenosa, de forma
de sg que é ejetada por unidade de
emergencial (é uma alternativa se não
tempo). Com aumento de frequência e
houver um agonista seletivo do beta 2).
força, mais sg é ejetado pelo coração e
Não é utilizada atualmente no uso crônico,
ocorre aumento da P.A.
como na asma, porque gera efeitos
 Redução do edema de glote (adrenalina
cardíacos, efeitos na pressão arterial, no
faz vasoconstrição), gera melhora na
sistema nervoso central porque não age
respiração (causa broncodilatação - beta
apenas no beta 2 mas também em outros
2),
receptores adrenergicos.
 É ineficaz por via oral devido o efeito de
 Utilizada no bloqueio cardíaco, como no
primeira passagem.
caso de parada cardíaca, é utilizada junto
 Efeitos adversos: taquicardia, isquemia,
com o aparelho elétrico de parada para
arritmias, hiperglicemia (sn simpático gera
reativar a musculatura cardíaca - via
aumento da glicogenolise), agitação
intravenosa
psicomotora (ansiedade, agitação devido
ação central da adrenalina), aumento da
pressão arterial (crise hipertensiva),  São broncodilatadores pois o beta 2 está
midriase com fotofobia (porque entra localizado nos bronquios causando
mais luz na retina) relaxamento da musculatura lisa e assim
 Farmacos mais seletivos causando expansão do volume inspirado.
Também pode ser utilizado no TGI e trato
Agonistas beta 1 genitourinario mas não tem muita
repercussão terapêutica - as principais
 Dobutamina (=dobutrex) ações terapêuticas e sucesso
 Agonista beta 1, esse receptor está no mercadologicos são como
coração e então esse fármaco age broncodilatadores.
aumentando o débito cardíaco. Ao  Esses agonistas também evitam
contrário da adrenalina, a dobutamina não degranulação de mastócitos:
age sobre outros receptores adrenergicos  A asma geralmente é encontrada em
então outros efeitos não são observados. pacientes atópicos (alérgicos, com
Além da dobutamina, existe a ibopamina, hiperssensibilidade) e portanto esse
porque a dobutamina como uma paciente gera uma resposta imune mais
catecolaminas não pode ser administrada intensa que o normal. É importante
por via oral - mas a ibopamina pode ser lembrar que o antigeno se liga ao
adm VO. anticorpo, que interage com células do
 A dobutamina e a ibopamina são sistema imune como os mastócitos -
utilizadas como inotropicos positivos, ou localizados no pulmão, tem a capacidade
seja, aumenta a força de contração e são de quando ativados desgranular (secretar)
utilizadas só em uso agudo de substâncias broncoconstritoras como a
insuficiência cardíaca congestiva (ICC), histamina, citocinas - assim os agonistas
choque e bloqueio cardiaco. Em uso agem gerando broncodilatação. Já que
crônicos podem causar problemas e não evita desgranulação de mastócitos, evita a
são utilizados. secreção de substâncias
 A dobutamina tem um tempo de meia broncoconstritoras.
vida curto, por volta de 2 min, pois ela é  Além disso, os agonistas ainda realizam
metabolizada pela COMT e então deve ser relaxamento do músculo miometrial
administrada por via parenteral (por (=ação tocolítica): Lembre-se que o
infusão intravenosa). agonista beta 2 é relaxante da
 A ibopamina já pode ser administrada por musculatura lisa. Existe um fármaco dessa
via oral classr chamado de ritodrina que causa
 Efeitos adversos são relacionadas ao relaxamento da musculatura lisa uterina
receptor beta: taquicardia, isquemia, (=miométrio), é utilizado em partos
arritmias, ansiedade, palpitação, cefaleia, prematuros onde há contração antes da
hiperglicemia (porque beta 1 está hora da musculatura uterina é necessário
associado a glicólise e aumento da que haja o relaxamento para reduzir a
liberação de glicose na circulação) probabilidade do trabalho de parto.
 Pode ser administrado por via oral (caso
Agonistas beta 2 mais grave), subcutânea e intravenosa (em
emergência, como broncoespasmo) mas
 Muito utilizados principalmente em
normalmente a administração de
pacientes com asma ou DPOC
broncodilatadores é por via tópica (via
 Exemplos: fenoterol (berotec), salbutamol
inalatória).
(aerolin), salmeterol (serevent), formoterol
 O salmeterol e formoterol tem meia vida
(foradil), ritodrina (miodrina)
longa então a duração de ação também é
longa, de 12h, são interessantes para circulação, que gera aumento de edema).
pacientes de asma noturna em que o O fármaco então faz vasoconstrição,
paciente precisa de proteção durante a reduzindo o fluxo sg e o edema e a
noite para evitar que o paciente acorde pessoa respira com maior facilidade. O
com algum tipo de broncoespasmo. Ao grande problema da utilização de
contrário do fenoterol e salbutamol tem descongestionante nasal é que já que não
duração de 3-6h, e é o que normalmente precisa de receita é utilizado de forma
os pacientes começam utilizando. irresponsável.
 Após meses e anos geram efeitos
 Efeitos adversos
adversos como: hipertensão (pessoa que
 Taquicardia, isquemia, arritmias (serem
administra por muito tempo e de forma
seletivos para beta 2 mas não são
abusiva pode gerar crise hipertensiva),
específicos, ou seja, não agem apenas no
isquemia local (a redução do fluxo sg na
beta 2 e uma dose maior pode gerar
região nasal passa a ser tão intensa que
efeito sobre beta 1 também, principal
gera isquemia local e até efeito
receptor que está localizado no coração,
necrosante - diminui a capacidade de
causando taquicardia e arritmias). Além
sentir cheiro, sentir odores, o que
disso, há uma pequena população de
chamamos de anosmia - morte de células
receptores beta 2 no coração também,
olfativas por isquemia), efeito rebote (se
que podem ser atingidos.
utiliza cronicamente, quando não utiliza
 Ansiedade, palpitação
ocorre congestão muito intensa). Então
 Hiperglicemia
para ser retirado deve ser retirado de
 Hiperreatividade brônquica
forma gradual para evitar o efeito rebote
(bronconstrição/broncoespasmo depois
de aumentar a congestão
de parar o tratamento de forma muito
 Também são utilizados como midriático
intensa e essa hiperatividade tenta ser
(contração da musculatura da iris),
evitada pelo desmame do paciente -
vasoconstritor em concomitância a
retirar a substância de forma gradual e
anestesicos locais, assim como a
não abrupta)
adrenalina
 Administrado por via oral e parenteral (via
Agonistas alfa 1 adrenérgicos nasal)
 Alfa 1 é um vasoconstritor de vaso que
pode está associada a ação de hipertensor Agonistas alfa 2
arterial. Mas a ação terapêutica dele como
 Exemplos: clonidina (atensina), metildopa
hipertensor arterial é pequena uma vez
(aldomet), guanabenzo (lisapres)
que existem uma população maior de
 Sua principal localização é no botão
hipertensos do que hipotensos que
terminal, é um receptor pré sinaptico (pre
necessitem de uma medicação
juncional) que inibe a liberação de
hipertensora.
noradrenalina
 Exemplos: metoxamina, fenilefrina,
 Ao contrário de um agonista alfa 1, que é
nafazolina (sorine, neosoro), fenoxazolina
hipertensor e aumenta a pressão arterial, o
(aturgyl)
agonista alfa 2 é hipotensor.
 A principal ação dos agonistas alfa 1 é
 São anti-hipertensivos (ação central numa
como descongestionante nasal.
região chamada de centro vasomotor.
Principalmente em casos de efeito alergico,
Essas substâncias chegam no SNC na
com edema na mucosa nasal (via aerea
região bulbar, o snc estimula o receptor
superior) capaz de obstruir fisicamente já
alfa 2, que bloqueia a liberação de
que ocorre hiperemia (aumento da
noradrenalina e o efeito simpatico. Com a  Além dessa ação sobre a PA tem um uso
supressão da ação simpática, o centro clínico importante como hiperplasia
vasomotor acaba reduzindo então os prostática benigna (observada
processos de aumento da pressão arterial principalmente em homens acima de 70
atraves da diminuição débito cardíaco e anos por uma alteração na próstata - ao
resistência vascular periférica) longo do tempo com a sintese de
 Pode ser administrado por via oral e tem hormônios sexuais masculinos,
meia vida longa, de 12h principalmente testosterona, ocorre um
 Apesar de serem hipotensivos, não são a aumento no tamanho da próstata que se
primeira escolha para essa função porque alarga e a musculatura lisa se torna mais
os efeitos adversos são fortes: sedação, "forte" e estrangula a uretra, esse canal
fadiga (50% dos pacientes), hipotensão afetado gera uma dificuldade progressiva
ortostática (hipotensao quando o paciente de micção urinária. Em casos graves
sai de deitado para em pé - existem precisa retirar a próstata - tempo pós
funções para regular a pressão arterial na cirúrgico grande, o que pode diminuir
mudança de posição mas como no caso esse tempo é inibidores da síntese de
de utilização desses farmacos o sistema testosterona e relaxar a musculatura lisa
nervoso está bloqueado a pessoa não prostática (quem faz essa ação são os
possui essa regulação), impotência e antagonistas alfa 1 adrenergicos, como
ginecomastia (formação de seios no doxazosina e tenazosina).
homem).  Fentolamina, fenoxibenzamina (alfa 1 e
alfa 2): usadas para um tumor benigno
Contra indicações de dos farmacos chamado de felcromocitoma, tumor nas
simpatomiméticos células cromafins da medula adrenal, que
 Hipertensão arterial (com exceção do aumentam muito a capacidade de gerar
agonista alfa 2, já que é utilizado para adrenalina e noradrenalina causando
tratamento da hipertensão arterial) diabetes niatrogenica (causada por
 Arritmia farmacos ou liberação de hormônios),
 IAM (infarto agudo do miocárdio; ansiedade - causado através de cirurgias
contraindicação absoluta!) mas até a operação o tratamento é com
 Diabetes mellitus (devido aumento da substâncias que bloqueiam os receptores
glicemia) adrenergicos como essas duas substâncias
 Retenção urinária e constipação intestinal que não são exclusivas para alfa 1 e a
(os farmácos potencializam esses sintomas) fenoxibenzamina é bloqueador irreversível
com tempo de ação e eficácia maior
 Antagonistas adrenergicos são utilizados  Ação de antagonistas alfa 1 adrenergicos:
para tratamento da hipertensão arterial hipertensão moderada ou grave
em sua maioria. (associação), feocromocitoma
(fentolamina e fenoxibenzamina) e
hiperplasia prostatica benigna
Antagonistas alfa 1 adrenergicos  Via oral, boa disponibilidade (50 a 70%)
 Prazosina (minipress), alfuzosina (xantral),  Meia vida de 3-5h ou mais de 12h
indoramina (wypress), doxazosina (doxazosina , terazosina)
(carduran), terazosina (hytrin), fentolamina,  Reações adversas: hipotensão ortostática,
fenoxibenzamina (alfa 1 e alfa 2) edema, ejaculação retardada, tontura,
 Promovem vasodilatação, relaxamento da nauseas, diarréia
musculatura lisa do vaso, gerando
diminuição da pressão arterial.
Antagonistas beta  Não seletivos (agem em beta 1 e beta 2):
propanolol (inderal), timolol (timoptol),
 Tanto beta 1 quanto beta 2 podem ser pindolol (visken), nadolol
utilizados na hipertensão arterial  Cardiosseletivos (agem mais no beta 1,
 Ex: propanolol (antagonista beta 1 e beta principal receptor do coração): atenolol
2), foi o primeiro sucesso em 1965 (angipress), metoprolol (seloken). Usa-se
 São primeira escolha para uso de para pacientes com asma pq não pode
hipertensão arterial, ao contrário do bloquear o beta 2 principalmente. Gera
antagonista alfa 1 e antagonista alfa 2 menos efeitos adversos.
 Agem com uma ação no miocárdio,  Agonistas parciais (=ASI; atividade
diminuindo a PA porque diminuem força e simpatomimética intrinseca, ou seja, são
frequência pela ação do antagonista beta. agonistas parciais): pindolol, oxprenolol,
Tem outras ações associadas a esse efeito acebutolol
hipertensivo, uma dessas ações é o  Utilizados para:
bloqueio do receptor beta 1 adrenergico  Hipertensão leve ou moderada
renal, que estão localizados em células (monoterapia= apenas o fármaco) ou
Justaglomerulares (próximo ao glomerulo, grave (associação)
são responsáveis por produzir renina, que  Angina pectoris (dor devido isquemia
vai gerar a angiotensina II e aldosterona - produzida porque há menor fluxo sg para
responsável por aumentar a pressão o coração demanda de oxigênio e
arterial, liberando renina pelo sistema recebimento de oxigenio). O farmaco
sinaptico e ativando beta 1 quando utilizado para isso pode reduzir a chance
bloqueia esse receptor, ou seja, de infarto agudo do miocárdio
antagoniza da noradrenalina sobre beta 1  Taquiarritmias
diminui renina e angiotensina II ao longo  Glaucoma (reduz produção do humor
prazo gerando redução da pressão arterial aquoso, liberado pelo músculo ciliar
 Outro motivo é a readaptação do através do sistema nervoso simpático
baroreceptor (no seio carotideo, aorta), atraves do receptor beta 1 adrenergico
que servem para detectar alterações na então se reduzo a produção de humor
pressao arterial. Quando a redução do aquoso pelo antagonista beta 1 diminuo a
estiramento do vaso, significa baixa pressão intraocular)
pressão, estimula o simpatico ser ativado  Ansiedade (sintomático, com causa
e faz vasoconstrição para aumentar a aparente= ansiedade situacional)
pressão arterial. Os barorreceptores em
pacientes com hipertensão estão  Efeitos adversos: bradicardia excessiva,
adaptados a pressao elevada então insuficiência cardíaca congestiva, bloqueio
mesmo que diminua a pressão nesses atrioventricular, piora do perfil lipidico
pacientes esses receptores fazem (aumento de triglicerideos e LDL - em
aumentar novamente. Nesse sentido os pacientes com hipertensao já tem esse
antagonistas beta adrenergicos perfil lipidico ruim - praticamente
transformam esses barorreceptores para inexistente nos cardiosseletivos entao os
detectar e manter pressão arterial normal farmacos cardiosseletivos sao
 Sem efeitos em normotensos recomendados nesse caso), hipoglicemia
 Menor efeito hipertensor para idosos mas (atenção aos diabéticos que são tratados
pode ser utilizado para diminuir com insulina), broncoespasmos (contra-
frequencia cardíaca indicados a asmaticos), hipertensão rebote.
 Podem ser:  ASI: insônia, espasmos musculares
 Inflamação é a resposta dos organismos decorrentes do bloqueio da biossíntese de
vivos a estímulos lesivos, independente de um grupo de mediadores lipídicos
sua natureza (químico, físico ou biológico), (prostaglandinas e tromboxanos),
desencadeando uma série de alterações derivados de um ácido graxo
funcionais e morfológicas da célula. (ácidoaraquidônico), via inibição da
 Possui 4 sinais (=sinais cardinais da enzima ciclooxigenase. Assim, a primeira
inflamação) que são: calor, rubor etapa da síntese das PGs é catalisada pela
(vermelhidão), turgor (edema) e dor. COX que converte o ácidoaraquidônico
→ O calor ocorre porque há maior liberação (AA) em prostaglandina G2 (PGG2). Outras
de mediadores inflamatórios no local pesquisas sucederam-se e hoje é
inflamado, o que gera um aumento de atualmente aceito que a síntese dos
temperatura no local. O rubor também prostanoides é resultante da ação
ocorre porque a liberação desses enzimática de duas isoformas homólogas
mediadores podem causar vasodilatação, daciclooxigenase, então denominadas de
passando mais sg nessa região e fazendo COX1 e COX2 as quais apresentam
com que fique mais vermelho. padrões diferentes de expressão.
→ O turgor/edema é o inchado devido
aumento de permeabilidade vascular na
região, extravasamento de líquido e dor é
Via dos eicosanoides
devido ativação de receptores de dor
(nociceptores). Isso causa uma diminuição
de excitabilidade desses nociceptores e
eles quando ativados vão causar um caso
de dor.
 Quando o processo inflamatório é muito
intenso ou permanece por muito tempo
podemos ter um quinto sinal - a perda de
função.
 Vamos falar da via do ácido araquidonico,
mais especificamente a via dos
eicosanoides.
 Essa via é ativada quando temos um
estímulo inflamatório qualquer que vai
clivar fosfolipideos da membrana celular,
que vão sofrer ação de uma enzima
chamada fosfolipase A2 dando origem a
moléculas de ácido araquidonico, que vão
ficar livres no citosol da célula. Essas
moléculas de ácido araquidonico podem
sofrer ação de várias enzimas diferentes
Introdução como as lipoxigenases 12, 15 e 5 ou as
 A partir da década de 70, estabeleceu-se cicloxigenases. A ação das cicloxigenases
que os principais efeitos terapêuticos da em cima do ácido aracdonico faz com que
aspirina e compostos similares são ele seja quebrado no que chamamos de
endoperóxidos ciclicos. Dependendo do farmacêutica não conseguisse identificar a
tecido onde ocorre essa clivagem do ácido diferença entre elas e todos os inibidores/
aracdonico pode ocorrer a produção de anti-inflamatórios que existiam não
diversos ecosanóides, por exemplo, a esteroidais inibiam especificamente tanto
prostaciclina (=PGI 2), tromboxana 2 COX1 quanto COX2. A presença de valina
(=TXA2), PGE2, PGD2e PGF2alfa na COX2 faz com que haja a formação de
 Por exemplo: a TXA2 é sintetizada uma bolsa lateral hidrofílica devido o
exclusivamente em plaquetas. A PGI2 é tamanho desse aa. A indústria
sintetizada como nas células endoteliais farmacêutica conseguiu sintetizar
como na musculatura lisa e é sintetizada inibidores que se ligavam especificamente
prioritariamente nas células que revestem nessa região, o que chamamos de COX 2
a mucosa do estômago e em musculatura seletivos.
lisa de vasos.
 A grande características dos eicosanoides
é que são sintetizados no organismo tanto
em situações fisiológicas normais quanto
em situações patológicas, como em um
processo inflamatório. Por isso a
importância deles na inflamação e durante
os efeitos colaterais quando ocorre o
tratamento dos anti-inflamatórios não
esteroidais.

Cicloxigenases (COX)
 As cicloxigenases tem um papel
importante tanto em eventos
inflamatórios como em eventos
fisiológicos. Na inflamação, elas possuem
 Sabemos hoje que existem dois tipos uma ação vasodilatadora importante,
muito bem caracterizados de ciclo- causam aumento da permeabilidade
oxigenases, que são as enzimas que vascular e isso permite que ocorra
clivam o ácido aracdonico dando origem extravasamento do vaso para o tecido de
aos eicosanoides, são elas: COX1 sangue/células/plasma causando edema.
(=constitutiva - expressa na maioria dos Elas também tem capacidade de ativar e
tecidos do corpo e em plaquetas; em sensibilizar os receptores para dor
condições fisiológicas sempre temos ela (nociceptores perifericos) gerando dor.
presente produzindo eicosanoides ) e Isso caracteriza a triade importante da
COX2 (=inflamatória=induzida; inflamação dor, vasodilatação e edema.
normalmente é induzida e expressa após  Além disso, a ativação da cicloxigenase vai
um estímulo inflamatório; em algumas fazer com que ocorra o aumento na
situações específicas também é produção de prostaglandina do tipo E2 e
encontrada de forma isso vai ser fundamental no caso de febre
constitutiva/biológica). inflamatória. Isso desregula o termostato
 A diferença entre COX1 e COX2 reside na hipotalamico fazendo com que o
posição de apenas um aa (na cox 1 há hipotalamo comece a gerar calor e quadro
isoleucina e cox 2 há valina). Isso fez com de dor.
que por muitos anos a indústria
 Fisiologicamente, a importância das COXs  Músculo vascular liso: As COXs também
são, por exemplo: participam no relaxamento da
 Bronquios: Relaxamento da musculatura musculatura lisa vascular, feito pelo PGE2,
lisa dos bronquios (causado pela PGE2 e PGF2alfa e PGI2, fazendo com o que o sg
PGI2), isso é importante para manter a flua de maneira homogênea
árvore pulmonar no estágio de  Estômago: PGE2 e PGI2 protegem a
relaxamento. mucosa gástrica. Regulam aumentando a
 Plaquetas: PGI2 (=prostaciclina 2) também produção de muco que recobre o
causa inibição na agregação plaquetária estômago e inibindo a produção de HCl.
enquanto a tromboxano A 2 (TXA2) causa  Rins: PGE2 e PGI2 aumentam o fluxo
agregação plaquetária. TXA2 e PGI2 se sanguíneo renal
mantem em equilíbrio.

 Também chamados AINes Mas, de qualquer forma, inibindo as


 Fármacos que apresentam propriedades cicloxigenases, toda via de produção dos
analgésicas, antipiréticas e anti- eicosanoides fica bloqueada. Então o
inflamatórias, usados no tratamento dos ácido aracdonico é liberado no citosol mas
sintomas da inflamação. A diferença entre não é clivado pela cicloxigenases. Com
eles é a potência e características isso, sem a COX ativa não há mais
particulares que faz com que um tenha produção de PGE2 no hipotalamo, o
mais efeito antipirético e analgesico, por termoestato hipotalamico volta a
exemplo, e menos capacidade anti- funcionar sem desequilibrio e há melhora
inflamatória. É importante lembrar que os do quadro de febre.
AINEs tratam os sintomas da inflamação,
não a causa.
 Estratégia terapêutica
 Aliviar a dor
 Retardar ou interromper o processo
responsável pela lesão tecidual

 Mecanismo de ação

→ Febre: produção de PGE2 no hipotalamo


→ aumento do AMPc → aumento da
temperatura corporal
 A ação analgésica também é decorrente
porque não há mais síntese de PGE2,
principal eicosanoide que ativa os
 O mecanismo é inibir as cicloxigenases nociceptores (receptores de dor), assim a
(PGI2, TXA2, PGF2alfa, PGD2, PGE2). dor é reduzida
 Os COXs não seletivos que inibem COX 1
e 2. E temos COXs seletivos para COX2.
 Farmácos anti-inflamatórios não  Inibidores preferenciais da COX2 (mas
esteroidais ainda sim inibem a COX1):
 Nimesulida, meloxicam, nabumetona

 Inibidores seletivos COX2 (coxibes; não


tem ação em COX1, só em COX 2):
 Celexoxibe, rofecoxibe, valdecoxibe,
iumiracoxibe

 Analgésicos-antipiréticos de baixa ação


anti-inflamatória:
 Paracetamol (=acetominofem= tylenol) e
dipirona

 Ácidos carboxílicos: Farmacocinética


→ Ácido salicílico: AAS, diflunisal
→ Ácido acético: ac fenilacético (diclofenaco),  A grande maioria desses anti-
indolacético (indometacina e sulindaco) inflamatórios pode ser utilizado por todas
→ Ácido propiônico: flurbiprofeno, as vias de administração.
cetoprofeno, ibuprofeno, fenoprofeno,  Sempre destacamos o ácido acetilsalicílico
naproxeno (AAS) porque dentre todos os anti-
→ Ácido fenâmico: mefanâmico, flufenâmico, inflamatórios não esteroidais é o único
meclofenâmico que tem a capacidade de inibir de forma
irreversível as cicloxigenases, tanto COX1
 Ácidos fenólicos como COX2 e isso confere a ele uma
→ Pirazolônicos: oxifem, butazona, gama maior de efeitos colaterais e
fenilbutazona e dipirona prolongados.
→ Oxicans: piroxicam, meloxicam, tenoxicam
→ Sulfamídicos: nimesulida e coxibes
Salicilatos
 Compostos não ácidos  Ácido acetilsalicílico (=aspirina)
→ Butanona (nabunetona)  Não pode ser utilizado em caso de
dengue. Em caso de dengue pode utilizar-
Seletividade de anti-inflamatórios não se o paracetamol, por exemplo
esteroidais  Anti-inflamatório, analgésico (dor de baixa
intensidade) e antipirético mais prescrito
 Inibidores não seletivos da COX
 Inibição irreversível da COX - essa ação faz
 Salicilatos: aspirina, diflunisal
com que essa enzima em contato com o
 Derivados de pirazolona: fenilbutazona,
AAS perda a atividade. Para que volte a ter
oxifenilbutazona
síntese de icosanoides de forma fisiológica
 Derivados indólicos: indometacina,
é necessário que o organismo sintetize
sulindaco
uma nova COX (COX1 ou COX2). Dessa
 Derivados do ácido arilacético: diclofenaco
forma, o efeito do AAS permanece no
 Derivados do ácido propiônico:
organismo mesmo após sua
ibrupofeno, naproxeno, cetoprofeno,
metabolização e eliminação porque
flurbiprofeno
aquela enzima foi bloqueada de forma
 Derivados do oxicam: piroxicam,
irreversível. Isso pode ser um efeito
tenoxicam
colateral mas também pode ser uma
vantagem se utilizamos esse medicamento produção de HCl tornando o meio
como efeito anti-plaquetário gástrico mais ácido do que o normal.
 Como efeito anti-plaquetário, o AAS → Intoxicação por salicismo (doses elevadas
dobra o tempo de sangramento em 4 a 7 - de 15 a 30g - ou por muito tempo):
dias devido acetilação irreversível da COX cefaléia, tonteira, ruídos, dificuldade
plaquetária e consequente redução da auditiva, redução da visão, confusão
formação de TXA2 até produção de novas mental, sonolência, sudorese, sede,
plaquetas. Faz com que as plaquetas não hiperventilação, náuseas, vômitos e
sintetizem mais os icosanoides gerando diarréia. Em casos graves, pode causar
um efeito anti-plaquetário por bastante convulsões, coma, erupções cutâneas e
tempo. alterações acentuadas do equilíbrio ácido-
→ Obs: as plaquetas quando são produzidas básico. O tratamento nesses casos inclui
pela medula óssea e são liberadas na suspender o uso do fármaco, suporte
circulação, elas já são liberadas com cardiovascular, respiratório e correção das
enzimas e proteínas que necessitam, ou anormalidades do equilíbrio ácido-básico.
seja, não fazem síntese protéica. Então,
especificamente aquela plaqueta que Fenamatos
entrou em contato com o AAS durante o
 O outro grupo de anti-inflamatórios não
seu tempo de vida não vai ter mais
esteroidais são os fenamatos, como o
capacidade de sintetizar tromboxano A2,
ácido mefenâmico.
então sua capacidade de agregação estará
 São utilizados para dores mais fortes em
muito inibida. Para voltar a ocorrer
casos em que o AAS não é eficaz. São
agregação plaquetária de forma fisiológica
indicados ainda para lesões de tecidos
é necessário que o organismo produza
moles, dismenorreia, artrite reumatóide e
mais plaqueta e libere na circulação
osteoartrites (curto prazo).
 É muito utilizado numa formação de
 Não é recomendado para o uso em
100mg, chamada de cardioaspirina, para
gestantes e crianças. Tem como efeitos
profilaxia de doenças tromboembólicas
adversos diarréia e elevação de
 Possui como efeitos colaterais distúrbios
transmissões hepáticas.
gastrointestinais e inibição da agregação
 No grupo dos fenamatos, no subgrupo do
plaquetária
ácido propiônico estão o ibrupofeno,
 Interações medicamentosas: diminui
naproxeno, cetoprofeno e flurbiprofeno.
concentrações de warfarina (anti-
Eles são inibidores não seletivos das
coagulante oral - diminui a ação desse
cicloxigenases (COX 1 e 2) e possuem
farmaco pq o AAS torna o tempo de
efeitos inibitórios sobre a função
sangramento aumentado devido a
leucocitária.
alteração do tempo da plaqueta agregar),
 Interação medicamentosa: como inibem
indometacina, naproxeno, cetoprofeno,
COX 1 podem ter problema de interação
fenoprofeno devido deslocamento das
medicamentosa com qualquer anti
proteínas plasmáticas.
coagulante e, nesse sentido, aumentam o
 Efeitos adversos: lesão da mucosa gástrica
risco de sangramento com a warfarina
e ulceração péptica - além de ser um
 Interfere na ação de anti-hipertensivos e
inibidor irreversível de COX 1 e 2, também
diuréticos
é uma substância extremamente ácida
 Supressão da medula óssea com
então em uma situação em que há
metotrexato
inibição irreversível de PGE2 pelo AAS
 Interfere no efeito anti-plaquetário do
ocorre uma redução da produção de
AAS - porque inibe a COX plaquetária
muco e consequentemente a liberação da
 Tempo de meia vida: essa toxicidade só ocorre quando o uso é
 Ibrupofeno- 2-4h e potencia de 300mg; a feito em doses elevadas e no uso crônico,
dose máxima diária pode ser maior do causando uma agronulocitose, ou seja, a
que outros com uma potência muito medula óssea reduz ou para a produção
elevada de células o que pode causar um quadro
 Naproxeno- 14h e potencia de 250mg semelhante a leucemia.
 Cetoprofeno- 2h (é o mais potente pois  Indicação terapêutica: artrite reumatóide,
uma necessita apenas de 25g para causar gota e febre reumática entretanto na
efeito analgésico, antipirético e anti- prescrição tem que tomar cuidado com
inflamatório mas tem meia vida curta; uma doses elevadas por muito tempo devido
potência muita elevada tem um risco de ao risco de mielotoxicidade.
toxidade maior também!)
 Flurbiprofeno- 6h e potencia de 200-  Dipirona
300mg  Excelente analgésico e anti térmico
 O seu mecanismos de ação é que esse
 Meloxicam fármaco consegue passar pela barreira
 Fármaco indicado para osteoartrite e hematoencefálica, atuando diretamente
artrite reumatóide no centro termorregulador (hipotalamo) e
 Mais potente do que farmacos fenamatos consegue agir na substância cinzenta
 Maior seletividade para COX 2 periaquedutal (PAG) tendo uma ação
 Menor incidência de lesão gástrica analgésica central fazendo com que não
comparada ao piroxicam porque é mais ocorra a transdução do sinal de dor
seletivo para COX 2
 Molécula grande que possui o radical SO2,
que confere a ele possibilidade de
interação com a bolsa lateral hidrofílica da
COX 2 e bloqueia parte do sítio ativo da
COX 1
 É bastante potente - a dose diária dele é
de 7,5 a 15g por dia

Derivados da pirazolona
 Ex: fenilbutazona (=butazolidina),
oxifembutazona (=tandrex A), apazona e
dipirona
 Obs: A dipirona é muito utilizada no Brasil
mas não existe no mercado estadunidense Derivado do para-aminofenol
e europeu  Grupo do paracetamol
 Possuem baixo efeito anti pirético e  Também chamado de acetaminofeno
analgésico, com exceção da dipirona  Efeito anti pirético satisfatório
 A dipirona possui alto poder anti pirético  Fraco efeito anti-inflamatório - ocorre
e analgésico mas possui baixa potência porque em um tecido inflamado o pH está
anti-inflamatória mais ácido, o que ioniza o paracetamol
 A fenilbutazona e oxifembutazona são retirando seus efeitos
anti-inflamatórios muito potentes  Boa absorção via oral
 O uso prolongado fica limitado por sua
alta toxicidade na medula óssea - mas
 Efeitos colaterais: nauseas, dor abdominal,  A oxidação do SO2 é muito importante
anorexia, dor subcostal, hepatomegalia para a seletividade porque faz com que
dolorosa, icterícia, coagulopatia interajam o com o ciclo ativo da COX2 e
 Dose convencional: 325 a 1000mg (não inibam especificamente ela.
deve exceder 4000mg)  Sulfonas e sulfonamidas são seletivos para
 Dose em crianças: 40 a 480mg (máximo 5x) COX2
 Dose que causa hepatotoxidade: 10 a 15g  Propriedades farmacológicas: inibidores
(150 a 250mg/dia) COX2 seletivos, anti-inflamatório e
 Doses fatais: 20 a 25g analgésico
 No fígado, quando vai ser metabolizado,  Indicações para osteoartrite e dor de pós
em doses baixas, normais, dá origem a um operatório
metabolito intermediário que é reativo (n-  Dentre os fármacos COX2 seletivos o que
acetil-p-benzoquinonimina), que sofre é mais potente é o rofecoxib
conjugação com a glutationa e dá origem → Exemplos: lumiracoxibe, etoricoxibe,
a um metabolito inativo e não reativo que valdecoxibe, rofecoxibe, celecoxibe.
é excretado na urina. Lumiracoxibe e rofecoxibe foram retirados
 Em situações de doses elevadas ou do mercado devido seu efeito colateral
continuas a quantidade do intermediário cardiovascular grave.
reativo (n-acetil-p-benzoquinonimina=
NAPQI) é tão alto que a quantidade de  Efeitos colaterais
glutationa existente no fígado não é  A grande parte dos anti-inflamatórios não
suficiente para reagir com esse esteroidais tem efeitos colaterais comuns
intermediário por completo. Então uma  Como os icosanoides são importantes
parte é conjugada com a glutationa e para manter a árvore vascular bronquica
eliminado e uma outra quantidade em estado de dilatação, se bloqueamos as
considerável do metabolito reativo não é COXs não ocorre mais isso e gera um
conjugada porque a glutationa foi estado de broncoconstrição - por isso os
consumida então esse metabolito reativo anti-inflamatórios não esteroidais são
começa a se acumular nos hepatocitos contraindicados em caso de asma.
causando lesão e até morte hepatocito e  Nas plaquetas, a prostaciclina inibe a
isso evolui para uma hepatotoxidade agregação plaquetária e a tromboxana 2
gerando hepatite medicamentosa. causa agregação plaquetária então se
bloqueamos a produção de tromboxana 2
COX 2 Seletivos nas plaquetas aumentamos o tempo de
sangramento - isso causa um risco de
 Antigamente quando se acreditava que a
hemorragia então é contra-indicado para
COX2 só estaria envolvida em processos
pacientes que usam anti-coagulante
inflamatórios, a indústria farmacêutica
 No sistema digestório, PGE2,
esforçou-se para achar compostos que
principalmente, e também PGI 2 são
inibissem seletivamente esta enzima e um
importantes para diminuir a produção de
grupo grande de anti-inflamatórios não
HCl e aumentar a produção de muco, isso
esteroidais COX2 seletivos foram
protege a mucosa do estômago. Se
descobertos e eram vendidos como os
bloqueamos a síntese de PGE2 há uma
melhores anti-inflamatórios do mercado.
maior produção de HCl e menor produção
Porém ao apresentarem efeitos
de muco - isso confere um risco
cardiovasculares em casos de
aumentado de úlcera porque a mucosa do
complicações graves diminuiu seu uso
estômago está desprotegida e ainda se
torna contra indicado para pacientes com (vasoconstrição renal). Isso causa um
úlceras pré existentes prejuízo na vascularização renal tornando
 No caso do aparelho renal, PGI 2 e PGE 2 os AINEs contraindicados para pacientes
causam uma vasodilatação renal, com nefropatias.
melhorando o fluxo sg renal, e se são
inibidos há redução do fluxo sg renal

 Os anti-inflamatórios esteroidais são


também chamados de corticoides e sua
característica é que não são armazenados
no organismo, são sintetizados e liberados
direto na circulação.
 A produção dos glicocorticóides é feita
pela medula da glândula suprarrenal e é
dependente da síntese do ACTH
(=hormônio adrenocorticotrofico), que é
produzido pela hipófise. Esse sistema
hipotalamo-hipófise-adrenal está sempre
em equilíbrio fisiológico. O hipotalamo e
hipófise liberam hormônios que vão ativar
a suprarrenal. Isso é fisiológico, normal, e  Há uma retroalimentação positiva e
nós temos sempre um corticóide negativa da sintese de cortisol e ACTH e
circulante. essas alças de feedback sofrem
interferência do estresse. Em uma
condição normal, fisiológica, o hipotalamo
vai estimular a hipófise a liberar o ACTH. O
ACTH vai cair na circulação e vai ativar a
medula adrenal, que tem várias zonas
(zona glomerulosa, onde existe a síntese
dos mineralocorticóides; a zona
fasciculada, onde existe a síntese dos
glicorticoides; zona reticulada, onde existe
a sintese dos hormônios sexuais e
 O cortisol é o anti-inflamatório esteroidal anabolizantes). O ACTH tem grande
fisiológico do organismo. Como um influência na zona fasciculada e quando
corticóide, não é armazenado na medula ele interage com essa região estimula a
da suprarrenal mas são sintetizados sob síntese do cortisol. O cortisol quando cai
influencia do ACTH circulante, secretado na circulação interage com uma proteína
na adeno-hipófise, e ativa a glândula carreadora, uma transcurtina, e vai fazer
suprarrenal para liberar o cortisoide de uma alça de feedback negativo
forma pulsátil para a corrente sg. (=retroalimentação negativa) inibindo
tanto o hipotalamo a produzir o CRH
quanto a hipofise de produzir ACTH. Então
Forma de regulação da síntese do cortisol os níveis de ACTH produzidos são
pelo o ACTH reduzidos tendo menos ACTH na corrente
sg reduzindo a síntese de cortisol. Esse  Promoção da quebra de gordura no
sistema fica em looping em uma situação tecido adiposo
normal  Aumento de liberação de insulina pelo
 Em uma situação de estresse há grande pâncreas
produção, pela medula da adrenal, de
adrenalina e noradrenalina, que ativam de  Mecanismos de ação
forma muito acentuada a síntese de ACTH.  Como o cortisol como os corticóides
Temos nessa situação uma quantidade de exógenas vão agir?
ACTH extremamente elevada na circulação → Os corticóides são fármacos que precisam
ativando a produção de cortisol de tal de interação com um receptor intracelular.
ordem que numa situação de estresse O corticoide vai interagir com uma
constante e elevado a quantidade de proteína localizada na membrana da
adrenalina e noradrenalina que cai na célula, essa estrutura receptor-corticoide
circulação para estimular a hipofise a vai ser translocada para o citoplasma da
produzir ACTH é um estímulo mais alto do célula e vai ser carreada para dentro do
que a capacidade do cortisol na circulação núcleo da célula. Ao chegar no núcleo vai
de inibir o ACTH. Então numa situação de afetar a síntese protéica de todas as
estresse muita adrenalina sempre vai proteínas que se tem conhecimento. No
aumentar a sintese de ACTH e cortisol. caso de anti-inflamatórios vai ocorrer a
inibição de COX 1 e de COX 2, de forma
não seletiva. Então qualquer proteina eles
Ação dos corticóides tem capacidade de inibir a sintese. A única
 Tem efeito em quase todos os órgãos. É proteína que tem a síntese aumentada é
bom se considerado fisiologicamente mas uma ptn chamada de anexina A1
se pensarmos no uso de um cortisol (=lipocortina), que vai ser sintetizada no
exógeno, ou seja, um anti-inflamatório núcleo, transportada para o citoplasma e
esteroidal ocorre efeitos deletérios no tem efeito importante na fisiologia celular
organismo que se tornam limitadores no
 Transporte dos glicocorticóides
uso desses fármacos.
 Os corticoides quando forem
 Os corticóides têm ação de forma
administrados, a grande parte deles ficam
fisiológica:
ligados a uma proteina plasmatica
chamada de globulina ligadora de
corticoide (=CBG), cerca se 70%. 22% está
ligado a albumina e 8% livre na corrente
sg.

 Ação dos glicocorticóides


 Devido uma ação em quase todos os
tecidos têm uma ação importante no
metabolismo intermediário, no
metabolismo do cálcio, ação
imunossupressora, ação
 Inibição do sistema imune mineralocorticóide, ação permissiva para
 Redução na formação de osso outros hormônios e ação anti-inflamatória.
 Redução na captação de aa e aumento da → "Se não fossem os efeitos dos corticóides
proteólise no músculo nos outros órgãos, que causam efeitos
 Redução da captação de glicose e colaterais importantes, eles seriam o anti-
aumento da gliconeogênese no fígado inflamatório ideal"
Efeitos colaterais acumulo de líquido, ocorre maior sintese e
aumento na expressão de receptores
 O que faz com que os corticoides tenham
adrenergicos na parede vascular (+
tanto efeitos colaterais que limitem o uso
adrenalina causa maior pressão sg) e
deles?
intensificação da reatividade vascular a
 Aumento da glicemia no sg (diminuem
substâncias vasoativas.
utilização de glicose na periferia,
 No sistema nervoso central há efeitos mais
aumentam degradação de proteínas,
genéricos como excitabilidade cerebral e
aumentam lipólise, aumentam a
caso psicótico e ansiedade. Mudanças de
gliconeogênese). Pode ser de forma
humor e no comportamento
temporária, ou seja, durante o tratamento
com corticoides mas algumas vezes se
torna irreversível Efeito anti-inflamatório
 No fígado, há aumento da proteólise,  Tem uma ação inibitória da sintese
diminuição da síntese protéica e proteica no núcleo com exceção da
diminuição na reabsorção de aa. proteína anexina A1 (=lipocortina), que vai
 No metabolismo de lipideos realiza o ter sua síntese aumentada. Essa proteina
acúmulo de tecido adiposo em quando tem sua sintese aumentada
determinadas regiões do organismo devido uso de corticoide, ela vai interagir
causando uma redistribuição da gordura com a enzima fosfolipase A2.
corporal por um mecanismo não tão bem  O aumento na expressão da anexina A1
explicado. Assim, observamos um causa diminuição na produção de vários
acúmulo de tecido adiposo no dorso do mediadores inflamatórios (citocinas,
pescoço (nuca), no rosto e na região do leucotrienos, eicosanoides, IGg, fatores de
ombro. complemento) e isso faz com que ocorra
→ Obs: esse acúmulo de gordura no dorso uma redução na resposta imunológica
do pescoço chamamos de corcova de (IGg) e interfere na cicatrização (inibição
búfala de síntese de ptns da cascata de
 No equilíbrio eletrolitico causam um coagulação). E o efeito anti-inflamatório
aumento na reabsorção de sódio, com da anexina por interagir diretamente com
isso, pra se manter o equilíbrio eletrolitico a fosfolipase A2 não vamos ter a sintese e
e a osmolaridade do plasma o organismo a liberação de ácido araquidonico na
retém água então a eliminação renal de circulação sendo assim não ocorre a via
água reduz e aumenta a excreção de das cicloxigenases e das lipoxigenases.
hidrogênio e de potássio. O acúmulo de
água faz com que o paciente fique → Relembrando...
edemaciado, o que pode sobrecarregar o → Os anti-inflamatórios não esteroidais
coração (AINEs) inibem as cicloxigenases e os anti-
 Quanto ao metabolismo de cálcio há uma inflamatórios esteroidais estimulam a
redução na absorção intestinal de cálcio, síntese da lipoxina (=anexina, lipocortina),
que pode causar diminuição significativa que vão interagir com a fosfolipase A2 e
nos níveis desse mineral no organismo vão inibir a fosfolipase A2. Sem a
causando um desequilibrio entre a fosfolipase A2 não temos ácido
produção de osteoclastos e osteoblastos. aracdonico e toda cascata desse ácido
Ainda ocorre uma redução da excreção aracdonico, quer seja das cicloxigenases,
renal. quer seja das lipoxigenases, vai ta inibida.
 No sistema cardiovascular, há um efeito
mineralocorticóide com o aumento do Ações sobre as células inflamatórias
 Se temos inibição na síntese protéica de (na faixa de 25) e retenção de sódio
uma forma geral ocorre uma redução da inexistente. Isso confere com que esse
capacidade migratória das células fármaco tenha uma indicação de uso para
(neutrofilos, macrofagos), menor processos inflamatórios ótima. Na clínica
produção de moléculas de adesão na só não se usa caso necessite-se de um
superfície das células endoteliais o que tempo de duração de ação menor
diminui a capacidade migratória da célula. (dexametasona tem duração longa e mais
Como todas as proteínas e enzimas são risco de efeitos colaterais).
inibidas a capacidade de células do
sistema imune produzir mediadores para  Composto: cortisol*
diminuir a inflamação vai ta inibida. Ou  Potência anti-inflamatória: 1
seja, a atividade de neutrofilos e  Potência de retenção de Na+: 1
macrófagos assim como a produção de  Duração de ação: curta
citosina estão inibidas.  Dose equivalente (mg): 20

 Composto: Cortisona*
Farmacocinética  Potência anti-inflamatória: 0,8
 Potência de retenção de Na+: 0,8
 Via de administração: oral, parenteral (IV,
 Duração de ação: curta
IM e intrasinovial)
 Dose equivalente (mg): 25
 Preparações farmacêuticas: cremes,
pomadas, loções, soluções oftálmicas,
→ * O cortisol e a cortisona são usados
aerossol
somente em terapias de reposição. Não
 Penetram nas células por difusão passiva
possuem boas propriedades anti-
tendo solubilidade boa
inflamatórias e têm grande atividade
 90% ligação as proteínas plasmáticas
mineralocorticóide
 Metabolismo envolve adição de oxigênio
ou de hidrogênio, seguido de conjugação
para formar compostos hidrossolúveis
 Metabolização hepática com excreção
renal

 Potência relativa dos corticosteróides


 O primeiro corticóide descoberto foi um
endógeno, o cortisol, com potência anti-
inflamatória e potência de retenção de
sódio de 1, duração curta de ação e a
dose usada na clínica é de 20mg/kg
 Composto: Prednisona
 Com base na estrutura química do cortisol
 Potência anti-inflamatória: 4
tentou-se sintetizar outras moléculas que
 Potência de retenção de Na+: 0,8
tivessem maior potência, duração de ação
 Duração de ação: Intermediária
e efeito anti-inflamatório, com preferência
 Dose equivalente (mg): 5
com pouca capacidade de retenção de
 A prednisona é a primeira escolha para
sódio
tratamentos anti-inflamatórios de longo
 A dexametasona é o anti-inflamatório
prazo. Tem meia vida plasmática
esteroidal com maior potência e
intermediária e baixa atividade
apresenta-se numa dose de 0,75mg/kg,
mineralocorticóide
com duração de ação longa e potência
anti-inflamatória extremamente elevada  Composto: Prednisolona


Potência anti-inflamatória: 4
Potência de retenção de Na+: 0,8
Efeitos indesejáveis
 Duração de ação: Intermediária
 Dose equivalente (mg): 5

 Composto: Triancinolona
 Potência anti-inflamatória: 5
 Potência de retenção de Na+: 0
 Duração de ação: Intermediária
 Dose equivalente (mg): 4
 Composto: Fludrocortisona
 Potência anti-inflamatória: 10
 Potência de retenção de Na+: 125
 Duração de ação: Curta
 Dose equivalente (mg): -  Os efeitos colaterais dos corticóides
sempre vão aparecer, a diferença de um
 Composto: Betametasona** fármaco para outro é o tempo e a dose
 Potência anti-inflamatória: 10 para isso
 Potência de retenção de Na+: 0  Interrupção da terapia com
 Duração de ação: longa glicocorticóides (insuficiência da
 Dose equivalente (mg): 0,75 suprarrenal decorrente da supressão do
eixo HHSR) - com o uso crônico de
 Composto: Dexametasona**
farmácos corticóides, o metabolismo para
 Potência anti-inflamatória: 25
de produzir o cortisol, pois o eixo
 Potência de retenção de Na+: 0
hipotalamo-hipófise-suprarrenal para de
 Duração de ação: longa
funcionar fisiologicamente. Então o
 Dose equivalente (mg): 0,75
paciente que usa esse tipo de fármaco
→ **A dexametasona e a betametasona são precisa ter um desmame ao longo de
utilizados como anti-inflamatórios para semanas ou meses, se diminui
respostas agudas máximas (choque gradativamente a dose de corticoide até
séptico e edema cerebral). Possuem meia que a dose seja muito baixa e a
vida plasmática longa e baixa atividade suprarrenal volte a produzir o cortisol
mineralocorticóide. Possuem atividade fisiológico
supressora do crescimento e da  O uso continuo de altas doses de
cicatrização. glicocorticóides pode causar complicações
sistêmicas, insuficiência suprarrenal e, em
Indicações clínicas casos mais graves, causar a síndrome
iatrogênica de cushing
 Terapia de reposição para insuficiência
suprarrenal, que pode ocorrer, por → Síndrome iatrogênica de Cushing:
exemplo, no caso de tumor de suprarrenal conjunto de efeitos colaterais devido
ou a glândula não produz corticoides inibição da produção das COXs e efeito do
 Terapia anti-inflamatória que não podem corticoide em tecidos específicos. Esses
ser tratadas com anti-inflamatórios não efeitos são: equimose (roxos pela pele
esteroidais: asma, afecções anti- devido extravasamento de líquido no
inflamatórias, conjutivite alérgica, rinite processo inflamatório), corcova de bufalo
 Estados de hiperssensibilidade (alergia) (=gordura acumulada na parte dorsal do
pescoço), gordura abdominal, pele fina
(menor produção de proteínas como o
colágeno), braços e pernas finas (perda de  Cuidados na prescrição de corticóides
massa muscular), osteoporose (deficiência  Sempre utilizar a menor dose possível
na absorção de cálcio - a condição se  Monitorar o paciente quanto a
torna mais grave em mulheres que estão hiperglicemia, glicosúria, retenção de
na menopausa e então já apresentam sódio e edema, hipertensão, hipocalemia,
deficiência na absorção de cálcio), úlcera peptica, osteoporose e infecções
dificuldade de cicatrização, tendência a ocultas
hiperglicemia (menor absorção de glicose
na periferia - torna-se necessário ter Contraindicações
cuidado com pacientes diabéticos),  Evitar o uso em pacientes com ulceras,
balanço nitrogenado negativo, aumento infecções, osteoporose, glaucoma,
do apetite, aumento da suscetibilidade a infecções por vírus da herpes (corticoides
infecções (devido o efeito anti- inibem o sistema imune), hipertensão e
inflamatório forte dos corticoides, o diabetes.
sistema imune está inibido), obesidade
(aumento do acumulo de gordura)

 Considerado o quinto sinal vital por  Quando há uma lesão tecidual, há


alguns autores, é o sintoma mais comum liberação de vários mediadores, como
que leva as pessoas a buscarem cuidados prostaglandinas, bradicinina, histamina,
médicos, a ao mesmo tempo, um dos que são liberadas iniciando os impulsos
maiores desafios na clínica. neurais que vão ser interpretados como
 É uma experiência sensorial e emocional dor. Esse primeiro momento se chama
desagradável (com componentes tradução do sinal nociceptivo da dor.
sensoriais e componentes emocionais).  Essas substâncias químicas interagem com
 Além do componente objetivo (lesão terminações nervosas livres - receptores
tecidual, por exemplo), a dor tem B2 recebem bradicinina, por exemplo. As
componente subjetivo (experiência substâncias ao interagirem com essas
emocional, por exemplo). Portanto o substâncias iniciam uma despolarização na
médico deve basear-se na percepção e na membrana do neurônio.
descrição do paciente.  Estas substâncias modulam a atividade de
 A dor depende de experiências individuais, receptores nociceptivos ou nociceptores,
e pode ser modulada por raça, cultura, localizados nas terminações nervosas
religião, aspectos sociais e filosóficos, livres de fibras Aδ (Adelta, são
experiências passadas, estado mental mielinizadas, então mais rápidas porém
(estresse, meso, ansiedade) também levam, além da informação de
 Como ocorre a dor nociceptiva? dor, a de tato e temperatura) e C
 A dor é consequência de processos (principalmente fibras C, diâmetro fino e
neuroquímicos complexos nos sistemas não mielinizadas, tendo velocidade de
nervosos central (SNC) e periférico. condução menor)
 Os nociceptores são receptores
Transdução de sinais nociceptivos na especializados que detectam o estimulo e
transformam em sinais elétricos.
periferia
 Essa informação vai ser transferida da  Fibra A delta (=Aδ)
periferia para a medula. As fibras aferentes  São mielinizadas, então mais rápidas
primárias conduzem a informação do local porém também levam, além da
do estímulo, periferia, até a medula informação de dor, a de tato e
espinhal. temperatura. São mais calibrosas que as
 A primeira sinapse no sentido da fibras C
transmissão dos sinais de dor para a  Dor conduzida por fibras A delta:
medula ocorre no corno dorsal da medula → Dor de espetar ou alfinetar (causada por
espinhal (principal neurotransmissor é o agulha, corte de pele etc), aguda,
glutamato e a principal mediadora é a conduzida rapidamente, bem localizada e
substância P). de duração curta
→ Também chamada de dor rápida, primeira
→ Obs: A dor nociceptiva pode não envolver dor ou dor sensorial
inflamação também. Pode ser causada por → Permite boa discriminação do local da dor
calor intenso (queimadura), estímulo
químico (ácido, por exemplo), estímulo  Fibra C
mecânico (armas brancas ou não), frio  Diâmetro fino e não mielinizadas, tendo
intenso. Nesse caso é importante os velocidade de condução menor
receptores TRVP, que são ativados com o → Dor de queimadura (causada pela
calor acima de 43°, então estimulam a dor inflamação, queimaduras etc) e dor
por calor. visceral (vísceras ou áreas somaticas
profundas)
Informação de dor → Dor mais difícil de tolerar e mais difícil de
localizar
 Terminação nervosa livre
 Geram informação de dor e temperatura.
 Existem outras terminações que levam
outros tipos de informação, como os
corpúsculos de Meissner, de Merkel, de
Pacini e de Ruffini.

 Transmissão de sinais nociceptivos para o


cérebro
 O neurônio do corno dorsal da medula
cujo axônio cruza a medula e conduz a
informação para áreas superiores, regiões
corticais e sub corticais, até chegar ao
 Diferenças das fibras C e fibras A delta na córtex somatossensorial
condução do sinal de dor  A principal via ascendente de dor é a via
espinotalamica (medula espinhal →
tálamo → cortex somatossensorial)
 Outras também podem ser citadas como a
via espinorreticular, via espinomesencefalo,
via espinocervical, trato pós sinaptico do
funínculo posterior e trato pós sinaptico  Existe uma outra modulação que ocorre
do núcleo intracornal no próprio corno dorsal da medula
→ Obs: De acordo com a teoria do espinhal e que vai envolver interneuronios
homúnculo de Penfild, a mão possui inibitórios. Existem neurônios que estão
muito mais sensibilidade a dor do que o localizados na medula e quando ativado é
tronco por representar uma área maior no capaz de liberar substâncias que vão inibir
cortex somatossensorial. o neurônio que está com informações da
periferia inibindo, assim, também o
neurônio do corno dorsal da medula. Uma
substância muito importante liberada por
esses interneuronios são opióides
endógenos, que são capazes de ligar-se a
receptores endogenos tanto no terminal
de membrana pré sinaptica ou na
membrana pós sinaptica, como encefalina.
Os opioides exogenos também podem se
ligar a receptores inibindo a transmissão
Modulação da dor de dor.

 Esquema da teoria do controle da


comporta (Melzack e Wall, 1965)
 As fibras aferentes (Adelta e C) estimulam
o neurônio do corno dorsal da medula e
encaminham a informação de dor ao
talamo. Mas também são capazes de inibir
os neurônios da substância gelatinosa (SG),
que é um interneuronio. Quando ele é
ativado libera uma substância, opioides
 A dor pode ser gerada, ainda, por excesso endogenos, que vai inibir o sinal de dor
de estímulos nociceptivos mas também para o corno dorsal da medula. Mas como
por uma hipoatividade do sistema está inativado isso não ocorre e a dor se
supressor, que faz a modulação da propaga.
nocicepção  Se ao mesmo tempo que ativo fibras
aferentes (Adelta e C, de dor) também
 Modulação I ativo mecanorreceptores (Abeta, levam
 O principal mecanismo de modulação é a informação de pressão), esses
ativação das vias descendentes, sendo a mecanorreceptores vão ocasionar um
principal delas a via corticoespinhal que estímulo a substância gelatinosa que vai
vão mandar a informação das regiões inibir a medula e impedir o sinal da dor.
superiores para a medula espinhal Isso explica porque ao pressionar uma
inibindo o neurônio do corno dorsal da lesão consigo diminuir bastante a
medula espinhal que inicia o processo de percepção de dor do indivíduo.
repasse de dor. Outras vias que podemos
citar como importantes é o trato  Via inibitória descendente
rubroespinhal e trato vestibuloespinhal.  Ao mesmo tempo que essa via inibe os
neurônios do corno dorsal da medula
 Modulação II
espinhal, que levam dor, essa via ativa a
substância gelatinosa, que é contra a dor como uma abertura de canais de potássio.
por serem neurônios inibitórios da medula. O potássio está mais concentrado no
interior do neurônio, com essa abertura de
Opioides endogenos canais há um efluxo maior do potássio
(maior saída de potássio do neurônio) e
 Foram descritos entre 1980 e 1990, depois como ele tem carga positiva isso leva a
da descoberta dos receptores para uma hiperpolarização do neurônio, o que
opioides, que foi entre os anos 70 e 80. representa menor probabilidade de
 São eles: encefalinas, endofirnas, estímulos dolorosos ou de respostas a
dinorfinas, neoendofirnas e endomorfinas. estímulos dolorosos. A lesão continua no
local, os opioides só diminuem a
 Receptores para opioides - classificação percepção da dor.
 Mu (u): São os mais importantes pois
todos os opióides endogenos têm ação  Dor
nesses receptores. Também tem ações  Pode ser aguda (=dor rápida) ou dor
para opióides exógenos. São ativados por crônica (dor lenta; duração superior de 90
opioides endogenos como endorfina, dias).
endomorfina > encefalina, dinorfina >  Os estudos sobre a prevalência de dor
neoendorfina. Nessa ordem de ativação. crônica (DC) no Brasil demonstram um
Ou seja, endorfinas e endomorfinas têm número significativamente maior do que a
ligações mais fortes. média mundial, sendo que
 Kappa (K): dinorfina, neoendorfina aproximadamente 41% da população é
 Delta (d): encefalina, endorfina > dinorfina, portadora desse tipo de dor (Revista de
neoendorfina Saúde Pública, 2009)
 A dor pode ser constante ou intermitente
 Sendo que a dor do câncer possui
características de dor aguda ou crônica e
pode ser constante ou intermitente
 A dor pode ser visceral, tem origem em
órgãos internos e conduzida por fibras C,
portanto é mal localizada. Dor referida
pode ser percebida.
 Além da dor nociceptiva, existe um outro
tipo de dor chamado de dor neuropática,
 Ao se ligar a receptores opioides que ocorre devido lesão em fibras nos
endogenos (o exemplo da imagem é um sistemas nervosos central ou periférico.
receptor metabotropico acoplado a Esse tipo de dor não envolve uma lesão
proteína G inibitória com 7 domínios tecidual mas os nervos que conduzem a
transmembrana. informação para o corno dorsal da medula
 Toda vez que um opióide endógeno está e para áreas superiores são lesionados. É
presente, endorfina ou morfina por uma dor por hiperssensibilidade de
exemplo, a proteína inibitória vai ser ativação das vias da dor mesmo sem lesão
ativada, vai haver diminuição da atividade tecidual. É uma dor com sensação de
da adenilato ciclase e do AMPc intracelular. queimação ou choques elétricos.
Essa diminuição do AMPc está relacionada
com a diminuição de cálcio intracelular e
essa diminuição de cálcio leva uma menor
liberação de neurotransmissores assim
esteroidais (corticoides) e anestesicos
locais
 Atuam no SNC: analgésicos opioides

 Opioides
 Agem no SNC, na medula e cérebro
principalmente
 Anticonvulsivantes e antidepressivos são
utilizados em dor neuropática mas não
→ Obs: Opióides são utilizados na dor
são analgésicos opioides
nociceptiva moderada a severa. Não na
 São utilizados para dor moderada ou
dor neuropática ou na dor devido
intensa
hiperssensibilidade e sensorial (=dor sem
lesão identificável de tecido ou nervo).  Escada analgésica da OMS:
 Dor leve: analgésico AINE
 Exemplos de dor nociceptiva primária
 Dor moderada (degrau 2): opióides fracos
 Osteoartrose
+ analgésicos AINE
 Dor visceral
 Dor intensa (degrau 3): opióides fortes +
 Cefaleias
analgésicos AINE
 Dor isquemica
 Dor refratária a farmacoterapia:
 Dor oncológica (sem lesão do nervo)
peocedimentos intervencionista +
 Dor nas costas (sem lesão do nervo)
opioides fortes + analgésicos AINE
 Dor que inclui tanto uma componente
nociceptiva como neuropática
 Dor de costas (lesão/disfunção de nervo +
ativação nociceptiva de ligamentos,
articulações, músculos, tendões)
 Dor oncológica (sem infiltração de nervo)
 CRPS I (sem lesão do nervo)

 Neuropática primária
 Periférica: dor de costas (devido a
lesão/disfunção de nervo), PHN (nevralgia
pós herpética), nevralgia do trigêmeo, HIV,
CRPS II (=síndrome da dor regional
complexa), dor fantasma
 Central: pós acidente vascular cerebral,
esclerose múltipla, lesão da medula
espinhal

Farmacologia da dor
 Vários farmacos modulam as vias de
transmissão nervosa da dor e reduzem a
percepção de dor
 Atuam no SNP: analgésicos não opióides
[analgésicos anti-inflamatórios não
esteroidais (AINEs) e analgésicos

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