Você está na página 1de 105

BOLSA TESTICULAR

DR ANTONIO REGINATO
ULTRASSONOGRAFIA BOLSA TESTICULAR
• EXAME DE PRIMEIRA ESCOLHA
• História e exame físico auxiliam.
• TECNICA:
• Transdutor LINEAR (ou convexo).
• Posição supina (ou ortostática).
ANATOMIA
ANATOMIA
• CAMADAS DA BOLSA TESTICULAR
• PELE
• TUNICA DARTOS
• Fascia de Scarpa
• FASCIA ESPERMATICA EXTERNA
• Fascia obliquo externo
• MUSCULO CREMASTER
• Fascia obliquo interno
• FASCIA ESPERMÁTICA INTERNA
• Fascia transversalis
• TUNICA VAGINAL (camada parietal e visceral)
• Peritoneo parietal e visceral
• TUNICA ALBUGÍNEA
ANATOMIA
• PELE + TUNICA DARTOS : 2 a 7 mm.
• RAFE MEDIANA: divide a bolsa em dois compartimentos.
ANATOMIA
• TESTÍCULO NORMAL
ANATOMIA
• TESTÍCULO NORMAL
• Ovoide, contornos regulares, ecotextura homogênea.
• Túnica albugínea: recobre o testículo
• visível apenas quando presença de líquido.
ANATOMIA
• TESTÍCULO NORMAL
• MEDIDAS:
• Long: 3 a 5 cm
• AP: 1,5 a 2,0 cm
• Trans: 2 a 3 cm
• VOLUME: 15 +- 8 cm3 (* x 0,71)
• Em criança: tabela
TABELA VOLUME TESTICULAR CRIANÇA
ANATOMIA
• TESTÍCULO NORMAL
• MEDIASTINO TESTICULAR
• Entrada e saída de vasos e canais seminíferos.
• Estrutura ecogênica linear (longitudinal) ou triangular (transversal).
Mediastino testicular
ECTASIA DA REDE TESTIS
• Ectasia tubular (cística) que resulta da obstrução completa ou parcial
dos ductulos eferentes.
• Ocorre na região do mediastino testicular
ECTASIA DA REDE TESTIS
• Geralmente bilateral, porém assimétrica.
• Associação com cistos da cabeça do epidídimo
• Doppler: sem fluxo
• DDX: varicocele intratesticular.
ECTASIA DA REDE TESTIS
ECTASIA DA REDE TESTIS
• Fatos obstrutivo (por ex: pós-vasectomia).
ANATOMIA
• EPIDÍDIMO:
ANATOMIA
• EPIDÍDIMO:
• Forma alongada
• Face pósterolateral do testículo
• Cabeça, corpo e cauda.
ANATOMIA
• MEDIDAS:
• Cabeça: 7 a 12 mm.
• Corpo: 2 a 4 mm
ANATOMIA
• APENDICES:
• TESTICULARES
• ‘’Hidátide de Morgagni’’
• Derivados do ducto de Muller
• EPIDIDIMAIS
• Cabeça: ‘’apêndice epididimal’’
• Cauda: ‘’apêndice de Haller’’
• Derivados dos ductos de Wolf
ANATOMIA
• VASCULARIZAÇÃO
• Arterial
• Arteria testicular
• Arteria epididimal
• Arteria capsular – centrípeta e recorrente
• Arteria mediastinal (transtesticular)
• Arteria cresmasterica
• Arteria deferencial
• Venoso
• Plexo pampiniforme.
• Extensa rede anastomótica.
ANATOMIA
• VASCULARIZAÇÃO ARTERIAL
ANATOMIA
• VASCULARIZAÇÃO ARTERIAL
• Ramos arteriais da testicular:
• Transtesticular
• Capsular
• Centripeto
• Recorrente
ANATOMIA
• VASCULARIZAÇÃO ARTERIAL
DOPPLER ARTERIAL
• BAIXA RESISTIVIDADE
• aa. testiculares, capsulares e intratesticulares
• IR
• Pré-púberes: 0,87
• Puberes e pós-púberes: 0,57

• ALTA RESISTIVIDADE
• aa. cresmasterica e deferencial

*Não se detecta fluxo no epidídimo.


• ARTERIA DEFERENCIAL ACOMPANHA O DUCTO DEFERENTE

• DUCTO DEFERENTE: estrutura hipoecogênica e homogênea.


ANATOMIA
• DRENAGEM VENOSA
• PLEXO PAMPINIFORME ! VEIA GONADAL
ANATOMIA
• DRENAGEM VENOSA
*ampla rede colateral venosa
• V. epigástrica inferior
• V. cremasterica
• V. pudenda externa
• Sistema contralateral
• Crossa da safena
• V. ilíaca externa
VARICOCELE
• Dilatação anormal venosa.
• Etiologia mal definida
• Incompetencia valvar,
• drenagem para v. renal esquerda,
• compressão retroperitoneal
• 8 a 20 % da população
• 98% à esquerda e 70% bilateral
• Infertilidade por atrofia testicular
VARICOCELE
• CLASSIFICAÇÃO CLÍNICA
VARICOCELE
• US:
• Varicosidades serpiginosas
• Plexo pampiniforme: >2 mm
• V. Espermática interna: >3 mm
• ORTOSTASE.
VARICOCELE
VARICOCELE
• US - DOPPLER:
• DEMONSTRAR REFLUXO
• ‘’turbilhonamento’’
• > 1 segundo
• Velocidade maior que 2 cm/segundo.

• * vasos normais também preenchem com a Valsalva, porém < 1 segundo.


VARICOCELE INTRATESTICULAR
• Rara, porém sempre em associação com a varicocele extratesticular
• USG: estruturas tubulares serpinginosas intratesticulares, de tamanho
variado.
VARICOCELE INTRATESTICULAR
• DOPPLER !!!
• Refluxo durante a manobra de Valsalva.
VARICOCELE INTRATESTICULAR
ALTERAÇÕES TESTICULARES CONGÊNITAS
EMBRIOLOGIA
• EMBRIOLOGIA
• Gênese intra-abdominal
• Segue gubernáculo
• Migração para a bolsa
• Terceiro tri – primeiros meses.
ALTERAÇÕES TESTICULARES CONGÊNITAS
• ANOMALIAS DE NÚMERO
• ANORQUIDIA TESTICULAR
• Ausência de testículo em fenótipo masculino
• Condição rara

• POLIORQUIDIA
• ‘’testículo supranumerário’’
• Associação com outras anomalias
• Risco aumentado de neoplasia.
• US: ‘’massa extratesticular’’
ALTERAÇÕES TESTICULARES CONGÊNITAS
• DISTOPIA TESTICULAR – ANOMALIA DE POSIÇÃO
• testículo fora do seu sitio habitual
ALTERAÇÕES TESTICULARES CONGÊNITAS
• TESTICULO ECTOPICO
• NÃO SEGUE O GUBERNÁCULO
DISTOPIA TESTICULAR
• TESTICULO ECTÓPICO
• NÃO ACOMPANHA GUBERNÁCULO

• ECTOPIA CRUZADA
• Ambos os testículos no mesmo lado.
ALTERAÇÕES TESTICULARES CONGÊNITAS
• CRIPTORQUIDIA – distopia + comum.
• Falha de descenso testicular do abdome
• 9 a 30 % prematuros
• 3 a 6% de termos
• COMPLICAÇÕES: infertilidade, torção, neoplasia (48x).
CRIPTORQUIDIA
• Testículo alongado, hipoecoico e de volume reduzido.
CRIPTORQUIDIA
• LOCALIZAÇÃO
• Abdominal
• Inguinal
• Escrotal alta
ALTERAÇÕES CÍSTICAS DA BOLSA TESTICULAR
• PROCESSO VAGINAL NORMAL
ALTERAÇÕES CÍSTICAS DA BOLSA TESTICULAR
• PERSISTENCIA DO CONDUTO PERITONEO-VAGINAL
HIDROCELE
• 10% RN e 1% adultos
• Adquirida: 20-50% pós-trauma
• Neoplasia, infecção, torsão, pós-cirúrgico.
• US: líquido no interior do escroto, as vezes rechaça o testículo.
HIDROCELE
HIDROCELE DE CORDÃO
CISTO DE CORDÃO
CISTO DE EPIDIDIMO
• Achado muito comum (40% dos homens)
• Assintomático
• Múltiplos
• Comum após vasectomia (espermatocele)
• ‘’cisto/espermatocele’’ (indiferenciados no US).
• Qualquer lugar do epidídimo
• Pode ser septado ou multiloculado (não maligno).
CISTO DE EPIDIDIMO
ESPERMATOCELE
Cisto de cordão x cisto de epididimo
DIFERENCIAIS DOS CISTOS INTRATESTICULARES

• Cisto mesotelial (vaginal/albugínea)


• Cisto complexo
• Ectasia tubular da rede testis
• Cisto simples da rede testis
• Cisto epidermoide
• Varicocele intratesticular
CISTO TESTICULAR
• Origem mesotelial
• Geralmente em adultos
• 4 década
• Geralmente solitários e próximos ao mediastino
CISTO COMPLEXO
• Diferencial do cisto mesotelial
• Septo, vegetação, conteúdo...
• Pode corresponder a neoplasia.
• Doppler baixa sensibilidade
ALTERAÇÕES CÍSTICAS DA BOLSA TESTICULAR
• CISTO EPIDERMOIDE (KERATOCISTO)
• Origem de células germinativas
• Benigno
• 2-4 décadas
• + comum à direita
• USG
• Heterogêneo
• Casca de cebola
• Sem fluxo ao Doppler
ESCROTO AGUDO
• DIFERENCIAL
• Epididimite/Orquite
• Torção de cordão espermático e testículo
• Torção de apêndice
• Hidrocele aguda
• Hérnia estrangulada
• Edema escrotal idiopático
• Púrpura de Henoch-Schonlein
• Abscesso
• Trauma
• Hemoragia
• Esteatonecrose escrotal
EPIDIDIMITE E EPIDIDIMORQUITE
• Maior causa de dor testicular aguda
• Pode progredir para abscesso e infarto
• < 35 anos: N. gonorrheae e Chlamidia tracomatis
• > 35 anos: E. coli
• Orquite isolada: Viral (caxumba) e pós-trauma
EPIDIDIMITE E EPIDIDIMORQUITE
• USG
• Focal ou difusa
• Epididimo aumentado
• Heterogêneo/hipoecogênico
• Hiperemia ao Doppler
• IR < 0,5 em 50% dos casos
EPIDIDIMITE E EPIDIDIMORQUITE
• ORQUITE FOCAL
EPIDIDIMITE E EPIDIDIMORQUITE
• OUTROS ACHADOS
• Espessamento do cordão
• Espessamento da parede do escroto
• Hiperemia de parede
• Hidrocele reacional
EPIDIDIMITE E EPIDIDIMORQUITE
• OUTROS ACHADOS
• Espessamento do cordão
• Espessamento da parede do escroto
• Hiperemia de parede
• Hidrocele reacional
EPIDIDIMITE E EPIDIDIMORQUITE
• COMPLICAÇÕES
• ISQUEMIA TESTICULAR
• Epididimo edemaciado comprime as veias locais
• Dificulta o retorno venoso
• Fluxo diastólico reverso

• INFARTO TESTICULAR
EPIDIDIMITE CRÔNICA
• Geralmente processo granulomatoso
• TB, sífilis, brucelose, fúngica ou parasitária

• USG:
• Epididimo aumentado, hipo/hiperecoico
• Massas firmes
• Calcificações grosseiras
• Multinodular
TORÇÃO TESTICULAR
• EMERGENCIA CIRÚRGICA (6h)
• Isquemia vascular
• Dor aguda, de origem repentina
• Espontânea ou pós-traumática

• Intravaginal (90%)
• Extravaginal (10%)
• Mesorquial (rara)
TORÇÃO TESTICULAR
• INTRAVAGINAL
• Deformidade em ‘’badalo de sino’’
TORÇÃO TESTICULAR
• USG:
• Ausência de fluxo (compara os lados)
• Massa paratesticulares (‘’cordão torcido’’, ‘’enovelado’’)
TORÇÃO TESTICULAR
• TORÇÃO INCOMPLETA
• USG:
• Fluxo testicular presente
• Doppler:
• IR alto com diástole vazia ou reversa

• *compara os lados
TORÇÃO TESTICULAR
• TORÇÃO TARDIA
TORÇÃO DE APENDICE
• Prepuberes (7 a 14 anos)
• Mais à esquerda
• DDX: torção testicular
• ‘’blue dot sign’’
TORÇÃO DE APENDICE
• USG
• Apêndice heterogêneo, com halo hiperecogêneo
• Ausência de fluxo
• Hidrocele reacional
• Aumento da cabeça do epidídimo
• Espessamento/hiperemia
TORÇÃO DE APENDICE
LITÍASE ESCROTAL
• Calcificação grosseira
• Móvel
• Associado a hidrocele
ABSCESSO TESTICULAR
• Geralmente secundário à Epididimorquite
• Outras: caxumba, trauma, infarto
• USG:
• Massa cística complexa intratesticular
• Paredes irregulares
• Pode ter margens hipervasculares
• Fluxo interno ausente
• DDX: tumor e infarto

Paratesticular*
GANGRENA DE FOURNIER
• Fasceíte necrotizante polimicrobiana do escroto.
• Extensão para a parede abdominal frequentemente
• USG:
• Gás (foco hiperecogênico com reverberação sonora
• Espessamento lamelar da parede com hiperemia
• Testículo e epidídimo normais.
EDEMA DE PAREDE ESCROTAL
• Causas não inflamatórias
• ICC
• Linfedema idiopático
• Ins. Hepática
• Obstrução venosa ou linfática.
• Idiopática:
• Rara
• Criança < 10 anos
• Transitória
• USG: parede do escroto espessada, em camadas intercaladas hiper e
hipo.
NEOPLASIAS TESTICULARES BENIGAS
• LIPOMA
• Neoplasia extratesticular mais comum
• 50% no cordão
NEOPLASIAS TESTICULARES BENIGAS
• TUMOR ADENOMATOIDE DE EPIDIDIMO
• Neoplasia mais comum do epidídimo, mais comum na cauda
• Origem mesotelial
• Benigno, 20-50 anos

• USG
• Arredondado
• Homogêneo
• Circunscrito
• Hipo, isso ou hiper
• De mm a 5 cm.
NEOPLASIAS TESTICULARES MALIGNAS
• CANCER DE TESTICULO
• Neoplasia mais comum entre 15-34 anos
• Nodulo indolor
• Dor leve em peso
• Nódulo extratesticular é raro

• USG: S 87-100% E 55-67%


MICROLITÍASE TESTICULAR
• 3% dos homens
• Calcificações de 2 mm no interior dos túbulos seminíferos
• Sem sombra
• 5 ou mais microlitíase em uma imagem
• 8% associação com neoplasia
• Associação com criptorquidia, infertilidade, Sd. Down, Klinefelter...
• Seguimento? R: só se houver outros fatores de risco:
• História pessoal, familiar, mal descenso, atrofia, orquidopexia.
MICROLITÍASE TESTICULAR
SEMINOMA
• Tu cel. Germinativas + comum: 40-50%
• 4-5 décadas
• Menos agressivo
• + frequente no criptorquidismo

• USG:
• Hipoecoide
• Homogêneo
• Multilobulado
SEMINOMA
TU CELS. GERMINATIVA NÃO
SEMINOMATOSOS
• USG:
• Ecotextura heterogênea
• Focos hiperecogênicos densos no seu interior
• Calcificação, cicatriz e cartilagem em 35%
NEOPLASIA COM COMPONENTE CÍSTICO
• TERATOMA
• CARCINOMA DE EPIDIDIMO
• METÁSTASES
TUMOR DE CEL. DE LEYDIG
• 1-3% dos Tumores testiculares
• Qualquer idade
• 30% produtor de androgênio/estrogênio
• USG:
• Pequeno
• Homogêneo
• Hipoecoico
• circunscrito
LINFOMA
• 5% dos TU testiculares
• > 60 anos
• USG:
• Hipoecogênico
• Homogêneo
• Pode ser multifocal
• Padrão estriado
• Fluxo exuberante
LEUCEMIA
• Infiltração leucêmica é mais comum
• Raramente primária

• USG:
• Semelhante ao linfoma
• Uni ou bilateral
• Focal ou difuso
• Hipoecoico ou hiperecoico
MIELOMA
• Padrão infiltrativo ou nodular
• Hipoecogenico e hipervascular
• Infiltração do cordão espermático
Diferenciais...
RARIDADES...
• Restos adrenais:
• Benigno, associado com hiperplasia adrenal congênita
• USG: variável – heterogêneo, hipo ou hiper

• Fusão Espleno-gonadal
• Interfere no descenso
• Criptorquidismo e hérnia inguinal
• Aumenta incidência de cancer
TRAUMA ESCROTAL
• Pico entre 10 - 30 anos
• Trauma fechado (+ comum), penetrante, térmico e por
desenluvamento
• Atividade física, acidente automobilístico e agressão
• USG exame de primeira escolha
TRAUMA ESCROTAL
• HEMATOMA TESTICULAR
• USG:
• Área avascular, irregular
• Hiperagudo/agudo: iso ou hiperecogênico
• Crônico: hipo ou anecoide, tamanho reduzido.
TRAUMA ESCROTAL
• FRATURA TESTICULAR
• Linha hipoecoica que se estende pelo parênquima
• Associação com hematoma e hematocele
TRAUMA ESCROTAL
• HEMATOCELE
• Coleção complexa separando os folhetos vaginais

• USG:
• Agudo: hiperecogênica
• Subagudo: multiloculado-hipoecoico, níveis
• Crônico: calcificação
FIBROSE TESTICULAR
• Comum em idade avançada
• Esclerose tubular ! fibrose intersticial

• USG:
• Testículo pequeno e heterogêneo.
PROTESE TESTICULAR
• CONTEÚDO
• Gel de silicone
• Soro fisiológico

• USG:
• Sombra acústica.
OBRIGADO !!!
TORÇÃO TESTICULAR
• TORÇÃO MESORQUIAL
• Muito rara
• Anomalia de fusão epidídimo-testicular
• Mesórquio longo
• Quadro clínico atípico
• Dor intermitente

• USG:
• Epididimo aumentado e com fluxo normal
• Hipofluxo testicular
• Hidrocele associada

Você também pode gostar