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do Marketing
PROFESSORES
Me. Marcelo Cristian Vieira
Me. Thiago Henrique Martinez Blanco
FICHA CATALOGRÁFICA
http://lattes.cnpq.br/0605326273400323
Me. Thiago Henrique Martinez Blanco
http://lattes.cnpq.br/7922702906736473
FUNDAMENTOS DO MARKETING
Nossa missão, ao longo deste livro, é simples, embora não seja trivial, caro(a) aluno(a),
uma vez que, ao final dessa leitura, você deve compreender os Fundamentos do
Marketing, desde a visão clássica até as teorias, práticas e ferramentas mais atuais.
E se disséssemos que você só poderia avançar na leitura do livro, se responder
corretamente à pergunta: o que é marketing? Podemos até ajudar e deixar que você
responda com suas palavras, sem a necessidade de apresentar referências sobre
o conhecimento prévio.
Com certo grau de confiança, acreditamos que você diria que marketing é pro-
paganda, venda, divulgação, comunicação, entre outras disciplinas relacionadas ao
marketing, contudo teria dificuldade em definir a razão do marketing existir para os
produtos, marcas e empresas.
Baseado nessa premissa, começaremos a primeira unidade traçando uma linha
evolutiva do marketing tradicional ao digital, ressaltando as transformações ao
longo do tempo, de forma que fique evidente os conceitos centrais do marketing, as
oportunidades e transformações no tempo, o impacto da conexão e das tecnologias
e, certamente, do poder do consumidor na relação da marca, produto e empresa com
o mercado.
É provável, caro(a) aluno(a), que você já tenha ouvido falar sobre os 4Ps do Marke-
ting, ou até que saiba quais são cada um deles, contudo há mais de 50 anos de história,
desde a primeira versão desse conceito até os dias atuais, baseado nas evoluções ob-
servadas na primeira unidade, somado às suas experiências pessoais e profissionais,
você conseguiria nos afirmar quais transformações a conectividade causou em termos
de comportamento de consumo?
Na segunda unidade, abordaremos o composto de marketing e como as transfor-
mações nos elementos do composto mercadológico podem afetar a relação da marca
com seu mercado. Aliás, veremos como a convergência digital vai afetar a maneira
como as marcas vão conectar as tecnologias de interação com o consumo.
Como bons brasileiros que somos, caro(a) aluno(a), somos criativos e desbrava-
dores, certo? Isso, também, reflete no empreendedorismo, em grande maioria, por
necessidade. Quando no cenário de necessidade, buscamos adaptar o conhecimento
prévio de alguma área em uma oportunidade de negócio, mas você já ouviu dizer que
“nem tudo que reluz é ouro”?
Pois bem, caro(a) aluno(a), veremos na terceira unidade que é essencial termos
acesso e capacidade de analisar, interpretar e tomar decisões a partir de dados captura-
dos nas pesquisas de marketing e sistema de informações. Veremos qual o processo
correto para se realizar uma pesquisa, as modalidades e técnicas de pesquisa e, acima
de tudo, como organizar esses dados em um sistema de informação para tomada
de decisões; afinal de contas, dados por si só não contam nenhuma história, é nesse
contexto que surge o marketing orientado a dados.
A pesquisa de marketing irá pavimentar toda a estrada, que, no marketing, cha-
mamos de jornada do consumidor. A partir do contato com a realidade, será possível
traçar estratégias e ofertas que façam jus aos desejos e necessidades do consumidor;
que por sinal, caro(a) aluno(a), por mais que possamos ser um dos seres mais evoluí-
dos da natureza, nós somos limitados em nossa capacidade de pensamento e, por
conseguinte, em nossas escolhas.
Portanto, é nosso papel, enquanto executivos(as) de marketing, saber direcionar
nossos esforços de marketing para os olhos e ouvidos certos; em outras palavras, na
quarta unidade, vamos compreender como realizar a gestão estratégica do marke-
ting, por meio de uma segmentação de mercado, um posicionamento adequado, um
branding envolvente e que gere engajamento.
Vale ressaltar que, com o cenário de hiperconectividade, surgiu um novo paradig-
ma: ao mesmo tempo que amplia e reduz as barreiras para os mercados potenciais,
a hiperconexão dificulta a retenção da atenção do mercado consumidor, que está
ocupado “a todo momento”.
Por essa razão que, na quinta unidade, vamos nos concentrar em estudar o mar-
keting estratégico cujas ações, métricas e indicadores de desempenho ressaltam a
importância da construção de valor e cultivo do relacionamento com o cliente, funda-
mentando o planejamento e o gerenciamento das ações mercadológicas.
Veremos, também, um conjunto de indicadores de desempenho, que vão ajudá-
-lo(a), como executivo(a) de marketing, a olhar para sua operação e tomar decisões
assertivas, direcionando seus esforços para uma gestão responsável no longo prazo e
atendendo às expectativas e tendências do mercado de consumo.
RECURSOS DE
IMERSÃO
REALIDADE AUMENTADA PENSANDO JUNTOS
Sempre que encontrar esse ícone, Ao longo do livro, você será convida-
esteja conectado à internet e inicie do(a) a refletir, questionar e trans-
o aplicativo Unicesumar Experien- formar. Aproveite este momento.
ce. Aproxime seu dispositivo móvel
da página indicada e veja os recur-
sos em Realidade Aumentada. Ex- EXPLORANDO IDEIAS
plore as ferramentas do App para
saber das possibilidades de intera- Com este elemento, você terá a
ção de cada objeto. oportunidade de explorar termos
e palavras-chave do assunto discu-
tido, de forma mais objetiva.
RODA DE CONVERSA
1
11 2
41
AMBIENTE DE COMPOSTO DE
MARKETING DIGITAL MARKETING
EM TRANSFORMAÇÃO:
DO TRADICIONAL AO
DIGITAL
3
83 4 125
PESQUISA DE GESTÃO ESTRATÉGICA:
MARKETING E SEGMENTAÇÃO,
SISTEMA DE POSICIONAMENTO,
INFORMAÇÕES BRANDING E
NOVOS MERCADOS
CONSUMIDORES
5
161
MARKETING
ESTRATÉGICO:
AÇÕES, MÉTRICAS
E INDICADORES DE
DESEMPENHO
1
Ambiente de
Marketing Digital
em Transformação:
do Tradicional ao
Digital
Me. Marcelo Cristian Vieira
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UNICESUMAR
do. Ele responde algumas perguntas do porquê tinha parado, se ele tinha interesse
em voltar e quais outros instrumentos ele gostaria de aprender a tocar.
Ao chegar em casa, ele coloca suas roupas na máquina para lavar e volta a me-
xer em seu smartphone. Em sua caixa de e-mails, tem alguns e-mails oferecendo
produtos e serviços, mas o que chamou sua atenção foi uma oferta de notebook,
algo que ele precisava muito para ajudá-lo no estudo e que na noite anterior ele
havia feito algumas pesquisas pela internet. Como o preço estava muito atrativo,
decidiu pela compra do modelo anunciado.
O uso da tecnologia no dia a dia pelo nosso personagem e a influência dela
nas decisões de compra são fatores que fazem parte do cotidiano do consumidor.
Em pesquisas feitas pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e
pelo Serviço de Proteção ao Crédito, 86% dos consumidores conectados realiza-
ram, ao menos, uma compra em lojas online nos últimos 12 meses (CNDL Brasil,
2019). Nesta pequena trajetória de um dia comum na vida de nosso personagem,
pôde-se identificar diversas ações de marketing. Você saberia dizer quais são
elas? Analise as informações trazidas e identifique essas ações. Você pode utilizar
o diário de bordo para anotá-las.
Além das ações de marketing contidas na história (propaganda, merchandi-
sing no ponto de venda, newsletter ou e-mail marketing, anúncios direcionados...)
quais outras você consegue lembrar? Você já deve ter sido “alvo” de várias ações
dessas que Luan vivenciou. Pense no seu dia a dia e tente se lembrar de alguma
situação que você efetuou uma compra por ter sido direcionado ao produto ou si-
tuações semelhantes. Para facilitar essa reflexão, utilize o seu Diário de Bordo para
fazer as anotações, tente descrever como aconteceu e quais foram os resultados.
DIÁRIO DE BORDO
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UNIDADE 1
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UNICESUMAR
Cada parte tem algo que pode ser de valor para a outra.
Algo de valor
Dinheiro, crédito, trabalho, bens
Troca entre
comprador e Comprador Vendedor
vendedor
Algo de valor
Bens, serviços, ideias
Figura 1 - Troca entre comprador e vendedor / Fonte: Pride e Ferrell (2015, p. 22).
Descrição da Imagem: na imagem, temos a ilustração de um circuito com dois blocos, um do lado es-
querdo da imagem com a palavra (comprador) dentro, e o outro do lado direito com a palavra (vendedor).
Esses blocos estão ligados na parte de cima por uma seta diretiva no sentido (esquerda para direita); em
cima da seta, temos o texto (Algo de valor) e logo abaixo o texto (dinheiro, crédito, trabalho, bens). Na
parte de baixo, os blocos se ligam com outra seta diretiva que vai da direita para a esquerda; em cima da
seta, temos o texto (Algo de valor) e logo abaixo (Bens, serviços, ideias). À esquerda deste circuito, temos
o texto (Troca entre comprador e vendedor).
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UNIDADE 1
PENSANDO JUNTOS
Voltando ao Luan, um belo dia ele foi a um restaurante. O ambiente era bonito, aconche-
gante e o serviço prestado pelo garçom foi muito bom. Porém, ao receber seu pedido,
Luan não gostou da comida, ela veio fria e salgada. Estava abaixo da qualidade apresenta-
da pelo ambiente e pelo atendimento. Luan teve a sensação de que pagou caro e não teve
a qualidade recebida. Qual a chance de ele retornar a esse restaurante? Compreendeu a
importância de proporcionar a sensação de benefício ao cliente?
A equação do valor
Descrição da Imagem: a imagem é uma ilustração que apresenta, em três quadrados, a fórmula da
equação do valor. Seguindo da esquerda para a direita, temos o valor para o cliente (primeiro quadrado
em laranja), depois símbolo de igualdade, benefícios percebidos (segundo quadrado em cinza), seguido de
um símbolo de subtração, os custos percebidos (terceiro quadrado em cinza). (Valor = Benefício – Custo).
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UNIDADE 1
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PENSANDO JUNTOS
Você consegue imaginar ou citar um exemplo de um produto em que você esperou por
muito tempo para adquiri-lo, talvez dias ou meses, e de um outro produto em que desistiu
por saber que teria que esperar por mais de cinco minutos? A espera em uma fila de caixa
pode ser considerada uma perda de tempo, um custo que o cliente não está disposto a
pagar, mas esperar por mais de um ano a entrega de um apartamento que foi comprado
na planta é considerado um sonho realizado.
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UNIDADE 1
energia para analisar, avaliar e mensurar riscos. Vamos supor que você se
encontre na seguinte situação: contratar um fotógrafo com pouca expe-
riência, mas por um preço baixo, para registrar o seu casamento (ou outro
momento especial) ou um fotógrafo experiente, mas pelo dobro do preço.
Qual seria a sua decisão? O fotógrafo pouco experiente exige do cliente
um custo psicológico maior do que um outro com mais experiência, por
isso ele precisa compensar essa diferença no custo monetário.
4. Custo Comportamental: é a energia física despendida pelos clientes para
comprar produtos e serviços. Geralmente, precisamos nos locomover até uma
loja para fazer a compra. Andar algumas quadras, que pode ser debaixo do
sol ou no ar condicionado de um shopping, visitar várias lojas e carregar as
sacolas. Para alguns, esse processo é considerado prazeroso, mas para outros
é algo negativo, um custo que gostaria de evitar. Nesse caso, o e-commerce
elimina o custo comportamental, pois no conforto do seu lar, você pode visitar
várias lojas e comprar diversos produtos, sem gastar energia física.
MONETÁRIOS
TEMPORAIS
Criando valor PSICOLÓGICOS
para os clientes COMPORTAMENTAIS
FUNCIONAIS
SOCIAIS
PESSOAIS
EXPERIMENTAIS
Valor Valor
Superior Inferior
Descrição da Imagem: a imagem é uma ilustração, em que temos uma balança de dois pratos e um
ponteiro no meio. O prato do lado esquerdo está nomeado como (Benefícios) e está mais pesado, em
cima dele temos as palavras (Funcionais, Sociais, Pessoais e Experimentais). O prato do lado direito,
nomeado como (Custos) está mais leve e apresenta as palavras (Monetários, Temporais, Psicológicos
e Comportamentais) em cima. Entre os pratos, temos um ponteiro que está inclinado para a esquerda,
mais pesado, no qual temos o texto (Valor superior) do lado direito do ponteiro, mais leve, temos o texto
(Valor inferior). Na base da balança temos o texto (Marketing voltado para o valor).
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UNICESUMAR
“
Valor é o grau de benefício obtido como resultado da utilização e
das experiências vividas com um produto. As organizações buscam
criar e entregar algum valor para todas as partes interessadas. Isso
requer um balanceamento do valor na percepção dos clientes, dos
acionistas, da força de trabalho e da sociedade.
“
O ambiente de marketing pressupõe a compreensão e o desenvol-
vimento de ações que possam atender às necessidades e aos desejos
dos clientes, além de definir os objetivos que a organização busca,
uma vez que todas as ações de marketing de uma empresa são in-
fluenciadas pelo ambiente de marketing.
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UNIDADE 1
Para entendermos melhor sobre o ambiente de marketing, imagine uma empresa que
atua no mercado, há algum tempo. Além de interagir com os concorrentes, com os
fornecedores e clientes, ela também sofre influências de fatores ou forças externas,
contidas neste ambiente, que podem trazer mudanças, gerando oportunidades de
negócios ou ameaças. Dessa forma,“a análise do ambiente de marketing compreende
estudar alguns aspectos do ambiente geral, vinculando-os ao marketing, para depois
definir estratégias para alcançar os objetivos” (LAS CASAS, 2019, p.183).
Quando buscam identificar quais são os fatores ou forças existentes no am-
biente de marketing, alguns autores se divergem, excluindo alguns e acrescen-
tando outros. Mas, para facilitar o entendimento, vamos considerar seis fatores e
forças ambientais mais comuns descritos pelos autores Churchill (2012); Kotler
(2021); Las Casas (2019); Pride; Ferrell (2015) e Gioia et al. (2013).
Econômico
Político e
Competitivo Legal
(regulatório)
Empresa
Natural Tecnológico
Sociocultural
Figura 4 - Fatores e forças do
ambiente de marketing / Fon-
te: o autor.
Descrição da Imagem: a imagem é uma ilustração de um esquema apresentado por um círculo central
com a palavra (empresa), rodeado por outros seis círculos na cor azul. Em sentido anti-horário, os seis
círculos que são ligados ao círculo central, estão nomeados como: Econômico; Competitivo; Natural;
Sociocultural; “Tecnológico” e “Político e Legal (regulamentário)”.
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UNICESUMAR
No centro da imagem, encontra-se a empresa, que está rodeada pelos seis ambien-
tes. Em cada um deles, há fatores e forças que influenciarão a empresa com suas
devidas características, e cabe ao gestor monitorar e analisar tais influências, pois
oportunidades podem surgir bem como sérias ameaças. Vamos entender quais
são as características e os fatores e forças existentes em cada um dos ambientes.
O Ambiente Econômico refere-se a fatores que estão presentes nos estudos da
economia e que irão influenciar na renda e no consumo dos clientes. Podemos citar
como exemplo: a inflação, o Produto Interno Bruto (PIB), a taxa de desemprego, a
taxa de juros, a oferta de crédito no mercado, distribuição de renda, entre outros.
PENSANDO JUNTOS
Imagine que você seja gestor de uma grande marca de chocolates nobres e que atende
consumidores de alto padrão. Pensando nos ambientes econômicos, em qual das cidades
brasileiras você instalaria uma nova filial da marca?
“
[...] há vários países que podem ser atraentes por apresentar menos
leis e regulamentações restritivas. [...] enquanto alguns países per-
mitem e até incentivam alegações relativas à saúde, outros limitam
rigidamente o que os profissionais de marketing podem dizer a res-
peito dos alimentos que comercializam (CHURCHILL, 2012, p. 38).
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UNIDADE 1
PENSANDO JUNTOS
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UNICESUMAR
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UNIDADE 1
EXPLORANDO IDEIAS
Muitas organizações que praticam o marketing verde usam materiais reciclados em seus
produtos. A Ford foi a primeira a utilizar 25% de material reciclado em todos os seus
produtos de plástico. Materiais como garrafas, plásticos e fardos de algodão produzem,
depois de reciclados, cerca de 70 peças diferentes (CHURCHILL, 2013).
As novas estrelas do marketing são os inspetores verdes. Engenheiros, geólogos ou quími-
cos, fazem auditorias ambientais que mostram quais produtos são amigos da natureza e
quais os seus inimigos. É uma diferença que conta muito nos dias de hoje. Seus relatórios
podem abrir portas nos países desenvolvidos ou fechá-las (LAS CASAS, 2019).
Portanto, marketing verde é uma forma de trabalhar com o marketing com cons-
ciência ambiental, ajudando as empresas a conquistar mercado, ser competitiva,
criar novos produtos, mas sempre com o viés do ecologicamente correto.
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UNICESUMAR
PENSANDO JUNTOS
Você já notou o quanto os serviços ofertados pelas empresas, como Uber, Netflix e Ifood,
por exemplo, influenciam na forma como as empresas locais oferecem seus serviços?
Você acha possível que alguma empresa da sua região, que compete diretamente com
alguma destas empresas mencionadas, possa sobreviver se ofertar algo inferior ou dife-
rente? E como ofertar algo superior?
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UNIDADE 1
Atualmente, o modelo de negócio exercido por essas marcas traz grandes desafios
para as outras empresas, além de definir ou ditar a dinâmica de mercado. Como
vimos, o marketing começou a ser estudado no início do século XX e, ao longo
das últimas décadas, muitas alterações ocorreram. Para compreender melhor,
falaremos agora sobre estas mudanças ocorridas no marketing sob o olhar
do autor Philip Kotler, que divide o marketing em cinco eras, são elas 1.0, 2.0,
3.0, 4.0 e 5.0.
Após 1900, devido aos impactos causados pela Revolução Industrial, o mercado
passou a ser abastecido por um grande volume de produtos acabados. Muitas fábri-
cas surgiram, e o comércio, assim como as cidades, começaram a se expandir. Nesta
época, o foco era a produção em larga escala, ou seja, produzir o máximo possível
para reduzir os custos de produção. A estratégia adotada por diversas fábricas foi a
de padronizar seus produtos, sendo que muitas delas produziam apenas um único
produto. Como exemplo, pode-se verificar a estratégia de Henry Ford, em que ele
produzia apenas o carro Modelo T da cor preta (LAS CASAS, 2019).
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UNICESUMAR
Por um determinado tempo, a estratégia funcionou, pois, nessa época, não ha-
via concorrência, e por isso o foco passou a ser apenas no produto e sua venda,
buscando-se evidenciar os aspectos tangíveis e as características, pois os consu-
midores não tinham muitas escolhas.
PENSANDO JUNTOS
Imagine uma marca de confecção que produz apenas camiseta, do tamanho M e da cor
preta. Em quanto tempo você acredita que ela sairia do mercado? Por que isso aconteceria?
Proposta por Kotler, a partir de 2010, a consolidação da internet fez com que as
pessoas se tornassem protagonistas, obtendo o poder de voz no mundo digital. Isso
trouxe uma mudança de paradigma para as empresas, pois as pessoas, que até então
eram vistas como apenas consumidores, passaram a ser vistas como pessoas. Ha-
ddad, Marangoni e Kuazaqui (2019, p. 4) acrescentam “[...] que as pessoas não são
simplesmente consumidoras, mas seres humanos norteados por crenças, valores e
com vontade de transformar a realidade de suas vidas, bem como da sociedade [...]”.
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UNIDADE 1
Dessa forma, entende-se que as pessoas, além de estar bem informadas, estão
atentas ao comportamento das empresas. Torna-se necessária a adaptação das
estratégias organizacionais, humanizando seus discursos e engajado em causas
sociais e ambientais, demonstrando preocupações com o desenvolvimento sus-
tentável, por exemplo. Nessa Era, saber produzir e diversificar seus produtos já
não é suficiente, as pessoas precisam se sentir representadas e ter seus valores
respeitados. As empresas precisam buscar balancear seus lucros com suas respon-
sabilidades sociais e ambientais, cumprindo um novo papel no mercado. Como
exemplo de organização que representa bem esta forma de atuar no mercado,
podemos citar a Natura, que traz no seu discurso que um produto só é bom para
as pessoas se for bom para o planeta.
“
Só é beleza para mim se for beleza para o mundo. Essa ideia está
mais forte do que nunca. Ekos agora é BIOBELEZA. Novas fórmulas
com maior concentração de bioativos amazônicos, transformando a
força bruta dos bioativos em biocosmética da mais alta performance
para tratar as diferentes necessidades da pele. Vamos muito além da
hidratação. Biobeleza é mais potência. É mais vida para o seu corpo
e para a Amazônia (NATURA, [2022], on-line).
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UNICESUMAR
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UNIDADE 1
Foi desenvolvida por Kotler, Kartajaya, Setiawan (2021) em meados de 2020. Esta Era,
se podemos chamar assim, pois se trata do atual momento, é marcada pelas adapta-
ções aos avanços e inovações tecnológicas e, também, pelos fatores e impactos que
transformaram a realidade do mundo, como no caso da pandemia do coronavírus.
Neste novo cenário, as empresas precisam alinhar as estratégias de marketing com a
transformação digital para superar os desafios trazidos pela pandemia.
Conforme vimos, na Era do marketing 4.0, as empresas buscavam criar e
manter conexões e relações com os clientes por meio das ferramentas digitai. Na
Era do marketing 5.0, Kotler, Kartajaya, Setiawan (2021) buscaram trazer a im-
portância da tecnologia e de como a sociedade está conectada e alertaram sobre
o quanto é imprescindível o uso da tecnologia, não só de maneira externa, como
internamente, para garantir dados e informações instantâneas e precisas para
tomar decisões precisas e se comunicar em tempo real com seus consumidores.
Dessa forma, os profissionais deverão fazer muito mais do que a gestão
tecnológica, ou seja, aquela que se baseava em buscar dados e na inteligência
artificial e automações, as empresas e profissionais precisarão se adequar,
criar, comunicar e entregar valor ao cliente por meio de ofertas ao bem-estar
humano. Nesse novo cenário, o uso da inteligência artificial se demonstra de
suma importância para potencializar as conexões com o público. Os autores
falam da combinação, da união entre a inteligência humana e a artificial,
criatividade com análise de dados, como forma de enriquecer a experiência,
de atrair, conquistar e ganhar a lealdade dos clientes.
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UNICESUMAR
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UNIDADE 1
TOPO DO FUNIL
Visitante: Chatbot captura dados do lead
por meio de conversas qualificadas
MEIO DO FUNIL
Lead: Chatbot nutre lead com
mensagens educacionais
FUNDO DO FUNIL
Oportunidade: Força de venda convence
leads qualificados com venda consultiva
FECHAMENTO DA VENDA
Cliente: Força de venda realiza
negociação final e faz o fechamento
Descrição da Imagem: a imagem é uma ilustração que mostra uma espécie de funil com quatro níveis,
sendo que cada um tem uma cor e representa uma etapa do marketing aumentado. De cima para bai-
xo, temos: o primeiro nível na cor laranja, o Topo do funil com a seguinte descrição: “Chatbot captura
dados do lead por meio de conversas qualificadas”; o segundo nível na cor vermelha é o Meio do funil
e tem a seguinte descrição: “Chatbot nutre lead com mensagens educacionais”; o terceiro nível na cor
verde é o Fundo do funil e tem a seguinte descrição: “Força de venda convence leads qualificados com
venda consultiva”; por fim, aparece o quarto nível na cor azul, Fechamento da venda, que tem a seguinte
descrição: “Força de venda realiza negociação final e faz o fechamento”.
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UNICESUMAR
5. Marketing ágil (agile marketing): a busca por uma metodologia ágil que
permita resultados e respostas em tempo real. Para se alcançar eficiên-
cia de um fluxo ágil, Kotler, Kartajaya, Setiawan (2021) dão destaque aos
profissionais que atuam na empresa. Para ter agilidade organizacional, é
preciso construir equipes descentralizadas e multifuncionais que consi-
gam projetar, desenvolver e validar produtos e campanhas de marketing
e que promovam a diminuição da burocracia e uma maior aproximação
e satisfação de clientes. Um exemplo é o Mercado Livre, que, durante a
pandemia, para conscientizar sobre o coronavírus, mudou o logo. No
lugar onde ficavam as tradicionais mãos dadas, passaram a ficar dois co-
tovelos, um tocando o outro. A postura do Mercado Livre foi um sinal
de sensibilidade com o seu público (CATRACA LIVRE, 2020, on-line).
Descrição da Imagem: na imagem, temos dois logos do mercado livre, à esquerda o logo antigo, em
que temos uma figura geométrica em forma de elipse em cor amarela e dentro duas mãos se cumpri-
mentando em cor branca; abaixo da figura, o texto (mercado livre) em azul e as letras em minúsculo.
À direita, temos o logo novo, uma figura geométrica em forma de elipse em cor amarela e dentro dois
cotovelos se tocando, os braços estão erguidos e as mãos fechadas, em cor branca; abaixo da figura, o
texto (mercado livre) também em azul e letras minúsculas.
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UNIDADE 1
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UNICESUMAR
“
A adoção do CGM é um caminho sem volta, uma vez
que mais de 80% dos consumidores hoje buscam in-
formações on-line antes de consolidar compras que
são importantes para eles. O desafio das empresas é
guiar o CGM para que ele possa seguir sendo espon-
tâneo, honesto e contínuo, de forma a contribuir com
o plano de marketing (OLIVAL, 2021, on-line).
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UNIDADE 1
NOVAS DESCOBERTAS
Lembre-se de que o consumidor não precisa do aval da empresa para criar materiais
digitais e falar sobre o produto, a empresa ou a marca. O principal é oferecer uma
boa experiência e ser o condutor das interações, pois “as redes sociais democratizam
nossas relações, mas o poder hoje é do consumidor” (OLIVAL, 2021, on-line).
NOVAS DESCOBERTAS
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UNICESUMAR
39
1. A busca por benefícios e recompensas no processo de compra é algo sempre desejá-
vel pelos clientes, e criar ações e estratégias nas quais os clientes se sintam beneficia-
dos — ao comprar e usar o produto ou serviço — fará com que a empresa mantenha
um relacionamento duradouro. Diante dos tipos de benefícios apresentados sobre
o valor para o cliente, explique o que é um benefício social para ele.
2. Las Casas (2019, p.183) comenta que “[... ] o ambiente de marketing pressupõe a
compreensão e o desenvolvimento de ações que possam atender às necessidades
e aos desejos dos clientes, além de definir os objetivos que a organização busca,
uma vez que todas as ações de marketing de uma empresa são influenciadas pelo
ambiente de marketing”.
LAS CASAS, A. L. Administração de marketing. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2019. p. 183.
a) II, apenas.
b) III, apenas.
c) I e II, apenas.
d) I e III, apenas.
e) II e III, apenas.
40
2
Composto de
Marketing
Me. Thiago Henrique Martinez Blanco
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UNICESUMAR
DIÁRIO DE BORDO
43
UNIDADE 2
“
A verdade batalha é travada no campo das ideias, no campo das infor-
mações. A batalha é travada quando o consumidor está procurando
informações (promoção) sobre você ou seu produto e está compa-
rando-as com as informações de seus concorrentes (produto). Quem
tiver as melhores informações, convence (ADOLPHO, 2011, p. 42).
“
A informação aumenta o valor de um produto ou serviço. Quanto
mais informação o consumidor tem sobre o que é vendido, mais
seguro ele fica, maior valor ele dá ao produto e maior a probabili-
dade de ele efetuar a compra. O valor aumenta juntamente com a
margem de lucro (ADOLPHO, 2011, p. 67).
O consumidor passa a ter um papel cada vez mais ativo na economia e, em mui-
tas ocasiões, passa a ditar as regras. Para Adolpho (2011), o consumidor deixa
de lado a passividade que imperou nos anos 80 e passa a exercer um nível de
atividade sem precedentes. A economia do século 21 é a do compartilhamen-
to e da geração de informação. O poder está na criação e na propagação, não
mais na informação pura e simples. Para Adolpho (2011, p. 185), é mandatório
compreender que “[...] o comportamento do consumidor mudou como um
todo, esteja ele conectado ou não à internet”. Eu imagino que já tenha ficado
evidente que a conectividade, como temos hoje em dia, transformou a forma
como todos nós consumimos, digitalmente ou não, afinal:
44
UNICESUMAR
“
O consumidor sabe que manda no mercado e quer que as empresas
entendam isso. Ele participa e dá sua relevante opinião na produ-
ção, afinal é ele quem utilizará o produto. Já que o valor percebido
é definido pelo comprador, portanto, ninguém melhor do que ele
mesmo para avaliar se o preço é justo e condizente com a oferta.
Com relação à praça, muitas vezes sua empresa está dentro da casa
do consumidor ou em suas mãos, já que atualmente, seu ponto de
venda pode ser um site ou aplicativo. A conexão entre consumidores
produz uma rede poderosa de promoção, seja para o bem ou não,
os consumidores tendem a confiar mais na palavra de outra pessoa
que na sua empresa (ADOLPHO, 2011, p. 186-187, grifo nosso).
Sendo assim, o composto de marketing (ou 4Ps) se resume a: quem sou eu, qual é meu
produto, onde estou e onde quero chegar. Se você pensar de uma forma bem lógica, os
4Ps buscam: definir o produto, onde achar o produto, quanto custará e como chegará
aos ouvidos da minha persona. Isso você aprenderá ao longo deste livro.
O pilar central de qualquer estratégia de marketing começa aqui, caro(a)
aluno(a), eu sei, você será seduzido a pensar nos aspectos promocionais, em como
vender mais vezes e para mais pessoas, como aumentar a margem do produto
ou serviço, e por aí vai, contudo, sem um produto, realmente bom e que o cliente
valide, você não terá a menor chance de se posicionar com eficiência no mercado.
Segundo Urdan e Urdan (2013, p. 52), “ [...] produto é algo que satisfaz necessi-
dades e desejos do cliente”. Kotler e Keller (2013, p. 347) complementam que o
“[...] produto é um elemento essencial na oferta de mercado e que no coração de
uma grande marca está um grande produto”.
45
UNIDADE 2
EXPLORANDO IDEIAS
1. Bens duráveis: são bens tangíveis normalmente usados por longos pe-
ríodos, geralmente três anos ou mais, nesse tipo de produto, é normal
que o consumidor fique mais preocupado com a confiabilidade do pro-
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UNICESUMAR
2. Bens não duráveis: ao contrário dos bens duráveis, desses não se es-
peram tanta vida útil, portanto, os bens não duráveis normalmente
são consumidos rapidamente ou usados uma ou poucas vezes, por
exemplo shampoo, refeições, combustível, bebidas, creme dental etc.
Como são consumidos rapidamente e comprados com frequência,
os compradores de bens não duráveis, em geral, dão mais importân-
cia a conveniência, variedade e acesso ao produto (disponibilidade)
(CHURCHILL; PETER, 2014; KOTLER; KELLER, 2013).
Podemos admitir que a distinção entre bens e serviços nem sempre é perfeitamente
absoluta e clara. Embora essa não seja uma tarefa trivial, os autores Hoffman e Bateson
(2003) apresentam um sólido ponto de partida para a compreensão das diferenças
entre bens e serviços. No caso, bens podem ser definidos como objetos, dispositivos
ou coisas; já os serviços podem ser definidos como ações, esforços ou desempenho.
Portanto, é notável que a principal diferença entre bens e serviços é a propriedade da
intangibilidade, isto é, a ausência de substância física. Conforme ilustrado na Figura
1, temos a escala de tangibilidade proposta por Hoffman e Bateson (2003).
47
UNIDADE 2
Descrição da Imagem: no centro, temos uma linha, com retas paralelas e um círculo em sua extremidade,
da esquerda ao centro, predominantemente tangíveis, temos o sal, refrigerantes, detergentes, automó-
veis e cosméticos cujo o tamanho das retas paralelas diminuem conforme se aproximam do centro; no
centro da linha, temos as lojas de fast-food como um exemplo de equilíbrio entre produto (superior) e
serviço (inferior), agora da direita ao centro, predominantemente intangíveis, temos o serviço de ensino,
consultoria, gerência de investimentos, linhas aéreas e agência de propaganda cujas retas paralelas di-
minuem até chegar ao centro.
48
UNICESUMAR
Quadro 1 - Propriedades que distinguem serviços e bens / Fonte: adaptado de Churchill e Peter
(2014, p. 300).
PENSANDO JUNTOS
Não venda produtos, venda “experiências de compra”. É a emoção que diferencia a com-
pra. Por isso Philip Kotler diz que, independentemente do negócio que você tenha, você
tem uma empresa de serviços. Você pode trabalhar a experiência desde a tecnologia,
atendimento, suporte ou ainda, adicionando pacotes de serviços em conjunto ao produto
adquirido.
(Conrado Adolpho)
Para Urdan e Urdan (2013, p. 53-57), “[...] os produtos ainda poderiam ser clas-
sificados em algumas tipologias”, como: tangíveis e intangíveis; de consumo e
organizacionais; padrão superior, intermediário e básico; utilitários e hedônicos.
É sobre essa última tipologia, caro(a) aluno(a), que eu quero explorar um pouco
mais, vejamos. Segundo Urdan e Urdan (2013, p. 57), um produto hedônico
“corresponde à emoção e ao prazer” e o produto utilitário “corresponde à razão,
49
UNIDADE 2
Figura 2 - Hierarquia dos bens de consumo e industriais / Fonte: adaptada de Churchill e Peter (2014);
Kotler e Keller (2013).
Descrição da Imagem: se trata de uma ilustração, um esquema em blocos, sentido de cima para baixo
e um esquema hierárquico dos produtos, dividido em dois grupos, primeiro bloco são os “Produtos de
consumo”, subdivididos em “Conveniência”, “Compra comparada”, “Especialidade” e “Não procurados”; e
o segundo bloco os “Produtos Industriais” subdivididos em “Materiais e componentes”, “Bens de capital”
e “Suprimentos e serviços”.
50
UNICESUMAR
51
UNIDADE 2
Os produtos industriais, por sua vez, são aqueles adquiridos por compra-
dores organizacionais, segundo seu custo relativo e o modo como entram no
processo de produção, como: matérias-primas, peças, máquinas, serviços e
equipamentos para fabricar seus produtos de consumo. Sendo assim, os pro-
dutos industriais podem ser classificados em:
Assim como os seres humanos, os produtos passam por diferentes etapas em suas
“vidas”, chamamos de Ciclo de vida (LAS CASAS, 2013), com as “fases de introdu-
ção, crescimento, maturidade e declínio”. Urdan e Urdan (2013) adicionam, ainda, a
“fase de pós-morte afirmando que mesmo após a retirada do produto do mercado”,
ele poderá gerar prejuízos marginais, devendo ser considerados no seu ciclo de vida.
Para nos tranquilizar, caro(a) aluno(a), os autores Urdan e Urdan (2013, p.131-
132) dizem que somos diferente dos produtos, uma vez que “o ciclo de vida dos
produtos vem se abreviando em decorrência da evolução tecnológica e da glo-
52
UNICESUMAR
■ Introdução: período de baixo crescimento nas vendas, uma vez que o pro-
duto está sendo introduzido no mercado, em geral, não há lucros nesse
estágio, devido às pesadas despesas com o desenvolvimento e lançamento
do produto (KOTLER; KELLER, 2013). Como o produto, ainda, é desco-
nhecido, deve-se enfatizar na propaganda as características e não a marca
específica (LAS CASAS, 2013). O foco da promoção é formar a consciência
sobre o bem ou serviço, estimular a experimentação e firmar, gradualmente,
a sua imagem junto aos consumidores (URDAN; URDAN, 2013).
■ Crescimento: após criar uma demanda primária pela classe de produtos
na fase de introdução, agora as vendas na medida que mais consumidores
começam a experimentar o produto, o foco do marketing deve ser de-
manda secundária, focalizando a construção da marca (CHURCHILL;
PETER, 2014). A distribuição precisa ser expandida e reforçada; a con-
corrência é mais por diferenciação do que por preço (URDAN; URDAN,
2013). É esperado que novos concorrentes sejam atraídos para competir
pelo mesmo mercado, portanto, é essencial que a empresa dirija os es-
forços de marketing para garantir a divulgação e o posicionamento no
mercado (LAS CASAS, 2013).
■ Maturidade: naturalmente, é um período de baixa nas vendas, já que o
produto alcançou a aceitação da maioria dos compradores potenciais,
além dos efeitos da concorrência (KOTLER; KELLER, 2013). Os
lucros tendem a cair na medida que os preços são reduzidos pela força
da concorrência, enquanto o custo de adquirir um novo cliente pode
aumentar; é comum procurar novos mercados para os produtos nesse
estágio, o que exige novos investimentos (CHURCHILL; PETER, 2014).
As propagandas são mais intensas e frequentes, também, é notável uma
busca de nichos de mercado e mudanças de posicionamento a fim de
renovar a força de vendas (LAS CASAS, 2013).
53
UNIDADE 2
■ Declínio: caracteriza-se por uma queda contínua nas vendas, com o espa-
ço do produto sendo apropriado por concorrentes, uma drástica redução
de preços é comum, e retirar o produto de linha é uma opção à medida
que dá prejuízo na operação da empresa (URDAN; URDAN, 2013). É
possível que a empresa mantenha o produto no mercado, mesmo com
prejuízos, apenas para atender a necessidade de clientes fiéis (LAS CASAS,
2013). Nesse caso, o objetivo é realizar um Cross Selling com o cliente,
isto é, quando alguém compra um item de um conjunto de produtos (ali-
mentação), você pode fazer uma “venda cruzada” dos itens relacionados
de outro conjunto de produtos (bebidas), por exemplo.
Descrição da Imagem: ilustração de um gráfico de linhas, da direita para esquerda, o eixo X representa a
escala de “Tempo” com as fases de “Introdução”, “Crescimento”, “Maturidade” e “Declínio”. O eixo Y é uma
escala quantitativa de “Vendas e Lucros”. Existem duas categorias (ou linhas) sendo o volume de “Vendas”
e “Lucro”, representando de forma ilustrativa cada fase do ciclo de vida do produto, sendo que o lucro
é menor que as vendas em todos os ciclos, e as vendas começam na escala zero de Y, e o lucro começa
abaixo de zero, ou seja, apresentado prejuízos para a empresa. Ambas as linhas apresentam crescimento
ao longo do tempo, tendo seu maior resultado na fase da maturidade e decrescendo na fase de declínio.
54
UNICESUMAR
Agora, eu quero que você reflita sobre os produtos que você tem na sala de sua
casa, escolha pelo menos três produtos, e baseado no modelo e quando você o
comprou, faça uma análise, da possível, fase do ciclo de vida que esses produtos
estão. Registre suas impressões e análises no seu Diário de Bordo.
PENSANDO JUNTOS
Pense nos produtos que você possui em sua casa, se baseando no modelo e quando você os
comprou, qual seria a fase do ciclo de vida que esses produtos estão? Você conseguiria dizer?
NOVAS DESCOBERTAS
55
UNIDADE 2
Figura 4 - Componentes do preço na concepção do marketing / Fonte: adaptada de Urdan e Urdan (2013).
Sendo assim, o preço tem dois componentes: monetário e não monetário. Por-
tanto, o preço definido dessa maneira pode ter diversas implicações práticas, uma
que compramos um produto quando percebemos que o “preço percebido total” é
compatível com os benefícios gerados (KOTLER; KELLER, 2013). Ainda, segun-
56
UNICESUMAR
do Churchill e Peter (2014, p. 349), algumas empresas podem “não seguir uma
abordagem reflexiva e analítica para definir preços, e sim, guiam-se simplesmente
pela intuição ou pela atitude dos concorrentes”, adotando uma postura reativa ao
ambiente. Contudo eles argumentam que, para atingir os objetivos de marketing,
é necessário seguir um processo lógico como ilustrado na Figura 5.
Descrição da Imagem: ilustração do processo de precificação, da esquerda para a direita, com blocos
assimétricos em uma sequência linear, a primeira etapa é a definição dos objetivos da precificação, seguido
por avaliação da resposta do mercado-alvo, depois, análise do potencial de lucros, por consequência a
definição do preço inicial e, por fim, o ajuste dos preços conforme o ambiente.
57
UNIDADE 2
58
UNICESUMAR
“
O consumidor estabelece em sua mente, um limite mínimo de pre-
ço, no qual ele acredita representar qualidade inferior ou até inacei-
tável, assim como um limite máximo acima do qual os preços serão
vistos como proibitivos e não compensadores. Entender como os
consumidores chegam a suas percepções de preço é uma prioridade
de marketing (KOTLER; KELLER, 2013, p. 415).
Agora, caro(a) aluno(a), veremos as diferenças entre precificar seus produtos basea-
do nos custos ou valor projetado e, ainda, quando falamos de novos produtos ou
produtos já existentes. Adolpho (2011, p. 72) nos provoca para repensar a precifica-
ção do seu produto ou serviço frente a um novo comportamento do consumidor.
O autor questiona se “a velha fórmula: lucro = preço - custo, ainda, é válida em um
mercado em que o custo marginal tende a zero”. Com essa provocação, vejamos a
Figura 6 para entender a dinâmica da precificação baseada nos custos e no valor.
Descrição da Imagem: ilustração com dois fluxos de precificação um sobre o outro, o primeiro, acima, é
baseado nos custos, atendendo a sequência linear de: produto, custos, preço, valor e clientes; o segundo
fluxo, abaixo, é baseado no valor, atendendo à sequência linear de: clientes, valor, preço, custos e produto.
A palavra “preço” está destacada em negrito no centro, em ambos os fluxos, para representar que o preço
é o meio da oferta, independente do modelo de precificação.
59
UNIDADE 2
60
UNICESUMAR
PENSANDO JUNTOS
Quando uma pessoa compra uma bolsa da Louis Vuitton, certamente, não está compran-
do pano, linha e tinta. Está comprando uma marca, uma representação da realidade, um
estilo de vida, um rótulo. O papel do marketing é aumentar o valor percebido pelo con-
sumidor, afinal, ele compra o benefício, não um produto. Benefícios têm valor, produtos
têm preço. (Conrado Adolpho)
61
UNIDADE 2
NOVAS DESCOBERTAS
Vamos fazer uma aposta, caro(a) aluno(a)? Se você já teve algum contato com mar-
keting, eu aposto que você aprendeu que a praça determina a localização e o ponto
de venda da sua empresa. Acertei? Pois bem, o avanço da conectividade expandiu
esse conceito para duas palavras mais amplas: distribuição e acesso. Portanto,
como veremos, a seguir, para falar de praça, precisamos nos aproximar da Logística.
62
UNICESUMAR
“
Os tipos de canais pelos quais um produto é oferecido também in-
fluenciam a percepção dos consumidores sobre a imagem do produto.
[...]. Profissionais de marketing bem-sucedidos selecionam canais com
características que combinem com seus produtos e com o tipo de con-
sumidor que eles procuram atender (CHURCHILL; PETER, 2014).
“
A praça hoje, para muitas empresas, é o contexto e a própria rede.
Ela estará no lugar que mais convier ao consumidor, que pode ser
em uma fila de banco, no estacionamento de um shopping ou no
computador de seu quarto. O negócio de algumas empresas, es-
pecialmente varejistas e restaurantes, sempre foram pautados pela
localização, e conseguir os melhores pontos é parte intrínseca do su-
cesso de sua estratégia. O que mudou nos dias atuais, é que o melhor
ponto para seu negócio está nas mãos do seu cliente, dentro da casa
dele, tudo isso viabilizado pela internet (ADOLPHO, 2011, p. 91).
63
UNIDADE 2
64
UNICESUMAR
CONSUMIDOR-ALVO
CANAL DE DISTRIBUIÇÃO
PRODUTOR
Intermediários
Figura 7 - Visão geral da Gestão de Canais de Distribuição / Fonte: Urdan e Urdan (2013, p. 260).
65
UNIDADE 2
Distribuidores
Varejista Varejista Varejista industriais
Figura 8 - Canais de Marketing de bens de consumo e bens industriais / Fonte: Kotler e Keller (2013, p. 453).
Descrição da Imagem: a figura é a ilustração de dois fluxogramas que apresentam em (a) Canais de mar-
keting de bens de consumo e em (b) Canais de marketing industriais. Em (a) lado esquerdo, temos os níveis
da esquerda para direita, sendo primeiro o nível zero, onde temos fabricante e uma flecha diretiva para
baixo que se liga diretamente ao consumidor; nível um, temos o fabricante que por meio de uma flecha
diretiva para baixo se liga ao varejista, outra flecha e o consumidor abaixo; nível dois, temos fabricante e
uma flecha para baixo, atacadista, outra fecha, varejista e, por fim, uma flecha indicando o consumidor;
nível três, temos o fabricante, flecha para baixo, o atacadista, outra flecha ligando ao atacadista especiali-
zado, flecha ligando ao varejista e, por fim, uma flecha ligando ao consumidor. Em (b) lado direito, temos
os níveis da esquerda para direita, sendo primeiro o nível zero, onde temos fabricante e uma flecha
diretiva para baixo que se liga diretamente ao cliente industrial; nível um, temos o fabricante que por
meio de uma flecha diretiva para baixo se liga ao distribuidores industriais e, por fim, uma flecha ligando
ao consumidor ao cliente industrial; nível dois, temos fabricante uma flecha para baixo, representante do
fabricante, outra fecha, distribuidores industriais e, por fim, uma flecha ligando ao consumidor ao cliente
industrial; nível três, temos o fabricante, flecha para baixo, divisão de vendas do fabricante, outra flecha
ligando ao distribuidores industriais e, por fim, uma flecha ligando ao consumidor ao cliente industrial.
É importante frisar, caro(a) aluno(a), que é mais usual que o fabricante escoe
os produtos numa estrutura em que os participantes do canal dividem tarefas
entre si. Esta solução tem vantagens importantes, mas o desempenho do sistema
depende da qualidade do trabalho de cada membro e da integração entre todos.
Você pode estar se perguntando: mas se meu negócio não tiver intermediários,
eu vou aumentar minha margem, quais são os benefícios disso? Essa pergunta
é justa, e a resposta está ilustrada na Figura 9, vejamos.
66
UNICESUMAR
Produtor 1
Cliente A
Produtor 2
Cliente B
Produtor 3
Cliente C
Produtor 4
Cliente D
Produtor 5
20 contatos
Produtor 2
Cliente B
Produtor 3 Intermediário
Cliente C
Produtor 4
Cliente D
Produtor 5
9 contatos
Figura 9 - Esquema de transações sem e com intermediários / Fonte: Urdan e Urdan (2013, p. 263).
Descrição da Imagem: são dois esquemas, a figura superior ilustra um esquema sem intermediários com
cinco produtores alinhados no lado esquerdo, interagindo com quatro clientes, alinhados no lado direito,
isto é, criando uma rede de esforço com no mínimo vinte contatos cruzados de interações. A figura abaixo
ilustra um esquema com intermediários, com cinco produtores alinhados no lado esquerdo, e por meio
de um intermediário ao centro do esquema, este interagindo com os quatro clientes, alinhados no lado
direito, isso representa uma redução no esforço e números de interações para nove contatos cruzados.
67
UNIDADE 2
68
UNICESUMAR
Alto
Força de
vendas
Valor agregado da venda
Parceiros de
valor agregado
Canais de
Distribuidores vendas diretas
Lojas de varejo
Internet
Canais de
marketing direto
Baixo
Baixo Alto
Custo por transação
Figura 10 - Custos de transação e valor agregado por tipo de canal / Fonte: Kotler e Keller (2012, p. 478).
Descrição da Imagem: Ilustração gráfica representando a relação dos custos de canais diferentes e valo-
res agregados. No eixo x, temos custo por transação e, no eixo y, o valor agregado da venda. Da esquerda
para a direita no eixo x e, de baixo para cima, no eixo y, temos a escala de baixo a alto. O primeiro canal é
a internet sendo o de mais baixo custo e valor, seguido por telemarketing e depois lojas de varejo, esses
três possuem uma seta diretiva dupla abaixo e o texto (canais de marketing direto). Seguindo a escala,
temos os distribuidores que também possui uma seta abaixo com o texto (“canais indiretos”). No topo, os
canais, parceiros de valor agregado e depois força de vendas, estes sendo os de mais alto custo e valor,
possuem uma seta diretiva dupla abaixo e o texto (canais de vendas diretas).
Você deve imaginar, caro(a) aluno(a), que as empresas tentarão alinhar clientes e
os canais, de modo a maximizar a demanda ao menor custo geral, não é? Certa-
mente, as empresas devem buscar substituir canais de alto custo por canais mais
baratos, contanto que o valor agregado por venda seja suficiente. Kotler e Keller
(2013, p. 459) apontam três passos para que as empresas possam avaliar as alter-
nativas de canais, sendo: “determinar o que geraria mais vendas; estimar os cus-
69
UNIDADE 2
70
UNICESUMAR
“
A fórmula é simples: riqueza de dados causa pobreza
de atenção. Pobreza de dados causa riqueza de aten-
ção. Convivemos com essas três crises: tempo, cre-
dibilidade e atenção. Elas (as crises) invadem nosso
dia a dia e fazem com que os nossos hábitos mudem
(ADOLPHO, 2011, p. 95).
71
UNIDADE 2
Descrição da Imagem: ilustração de um funil, cujo cada elo do funil tem uma letra representando o
modelo AIDA, são eles: atenção (onde o primeiro passo é descobrir como atrair a atenção dos potenciais
clientes), interesse (para aumentar o nível de interesse do cliente para que ele tome consciência do sua
oferta), desejo (para aumentar a prioridade de compra do seu produto, buscando mover o potencial
cliente do “eu gostei” para “eu quero”) e ação (onde seu objetivo final é convencer o potencial cliente a
tomar uma ação, seja assinar, contratar, comprar, baixar e etc), sendo à esquerda a parte maior do funil
representando a atenção, na sequência o interesse com um elo menor, seguido do desejo, ainda mais
afunilado e por fim, o último e menor elo funil a ação, representando que nem todos os potenciais clien-
tes que te derem atenção, não chegarão ao final do processo para agir; ao final do funil existe uma seta
indicando os ganhos, seja de receita, vendas ou atenção do seu público de interesse.
Esses princípios são praticados por todos os comunicadores que querem ter bons
resultados nos seus esforços, podendo ser aplicado em todas as ferramentas de
comunicação, por exemplo: publicidade, venda pessoal, promoção de vendas, pro-
paganda, relações públicas, entre outros canais. Vamos explorar melhor, a seguir.
72
UNICESUMAR
EXPLORANDO IDEIAS
Se você nasceu até meados de 1990, lembra que antes da internet e globalização,
tínhamos poucas opções de produtos e serviços, era fácil escolher, hoje não é mais
assim. A “dor da perda” de não escolher um produto pode ser maior que o prazer
de (escolher) comprar um deles.
“
Por isso, cada produto tem que dispor de informações, listar as van-
tagens e desvantagens sobre produtos similares, exibir um quadro
comparativo e tudo o mais que informe e aumente a segurança do
consumidor na compra que está fazendo (ADOLPHO, 2011, p. 93).
73
UNIDADE 2
Como exploramos até aqui, o marketing é organizado a partir do mix dos 4Ps.
Para efeitos da comunicação, eu quero que você mantenha a mesma lógica para
compreender o mix de comunicação, no caso, aqui, os pilares são: publicidade,
propaganda, venda pessoal e promoção de vendas e, mais recentemente, relações
públicas e influenciadores.
74
UNICESUMAR
PENSANDO JUNTOS
A melhor propaganda é a não propaganda. O ideal é investir intensamente naquilo que real-
mente gera valor para a sua marca, na qualidade do produto, no atendimento ao cliente, no
serviço adicional, para que seus próprios clientes falem bem de sua empresa. Propaganda
incrível com produto ruim, não gerará resultados satisfatórios. (Conrado Adolpho)
75
UNIDADE 2
NOVAS DESCOBERTAS
PENSANDO JUNTOS
Como o próprio nome sugere, essas pessoas influenciam seus seguidores na web, a ponto
de serem considerados como referência. Em contrapartida, recebem propostas comer-
ciais de empresas para divulgação de produtos e serviços. Portanto, um influenciador é
alguém que recebe atenção por parte de uma parcela do mercado, vale destacar, que um
grande influenciador não é aquele que tem mais seguidores, mas quem tem um relacio-
namento intenso e duradouro com sua audiência em determinados nichos. (Neil Patel)
76
UNICESUMAR
A verdade, caro(a) aluno(a), é que quanto mais nos esforçamos para que o con-
sumidor nos enxergue, mais geramos ruídos na comunicação e tornamos cada
vez mais difícil nos fazer notar. A solução, porém, pode ser mais simples do que
parece. O princípio para driblar a “crise de atenção” reside em veicular aos con-
sumidores a mensagem certa, exclusivamente confeccionada para seus desejos e
suas necessidades, no momento e no lugar certo. A palavra-chave é “relevância”,
isso é, a empresa precisa ser acessível, disponível e criar relacionamento com o
consumidor para driblar a crise de atenção (ADOLPHO, 2011).
Certamente, o consumidor prefere acreditar na palavra dos outros con-
sumidores que já usaram o produto em vez de acreditar no que a empresa
tem a dizer sobre ela própria, em uma opinião extremamente comprometida
com seus acionistas, de simples propaganda. Conforme exposto por Adolpho
(2011, p. 122), você pode acreditar que “os consumidores pesquisam sua mar-
ca, produtos, serviços e avaliações de outros consumidores, antes de decidir
pela compra”. Por esse motivo, vamos concluir as discussões sobre o “P” pro-
moção com a comunicação integrada de marketing e omnichannel.
A comunicação integrada de marketing (CIM) começa quando a organi-
zação estabelece, inicialmente, seus objetivos de marketing e decide como cada
elemento do composto de comunicação pode sustentar esses objetivos. Portanto,
quando a organização considera como os clientes entram em contato com ela,
com seus produtos ou serviços e com suas mensagens, perguntando-se, por exem-
plo: “que mídia utilizam meus clientes atuais e potenciais e quando eles estão mais
77
UNIDADE 2
Figura 12 - Esquema da CIM com oito canais hipotéticos / Fonte: adaptada de Churchill e Peter (2014).
Descrição da Imagem: a figura é uma ilustração em forma de esquema, com um bloco central e outros oito
ao redor, todos com texto. Iniciando na parte superior central e no sentido horário, temos os seguintes blo-
cos: propaganda, relações públicas, venda pessoal, promoção de vendas, marketing direto, influenciadores,
anúncios, XYZ (representando qualquer outro canal de comunicação). Todos os canais estão interconectados
por setas diretivas. No centro da imagem, temos o bloco central com o texto (mensagens consistentes, claras e
atraentes sobre a empresa e seus produtos). Esse bloco, também, está conectado com todos os canais citados,
criando um sistema fechado, no qual todos os canais e bloco central estão interconectados.
78
UNICESUMAR
Pensando nesses canais interconectados, aposto que você já comprou algum pro-
duto na internet e teve que acionar o suporte pelo chat do site e, por conveniência,
pediu que a conversa continuasse pelo WhatsApp, sim ou não, caro(a) aluno(a)?
Adolpho (2011, p. 233) defende que a empresa “crie a maior quantidade de pontos
de contato com seu consumidor”. As conversas e contatos vêm de todos os lugares.
Nós devemos monitorar e conversar com o consumidor pelo meio que ele desejar.
É nesse contexto que surge a palavra omnichannel, que provém de omni, que
significa tudo, e channel, que significa canal. Para as autoras Geber e Luz (2020, p.
11) o omnichannel torna-se fundamental, por “melhorar a experiência de compra
do cliente, já que essa estratégia oferece mais canais e uma integração entre os
canais, o que faz toda diferença na jornada e na entrega da compra”.
“
O conceito de omnichannel, que, de forma simples, pode ser com-
preendido como um canal único por meio do qual o consumidor
encontra o que está buscando, é considerando por diferentes autores
como uma evolução do conceito multicanal, tendo o processo omni-
channel o objetivo de ligar todos os canais de distribuição em um úni-
co sentido para satisfazer o consumidor (GEBER; LUZ, 2020, p. 12).
79
UNIDADE 2
Espero que você tenha curtido nossa jornada de estudo e trabalho, caro(a) alu-
no(a), espero, ainda, que você tenha condições de aplicar, com eficiência e efetivi-
dade, todos conteúdos discutidos, até aqui, vamos começar a agir agora. A partir
do entendimento das transformações, no composto mercadológico, fica simples
compreender que a aplicação de cada composto (produto, preço, praça e pro-
moção), de fato, deve ser misturada para que possamos “dar vida ao marketing”.
Eu quero que você continue com pensamento crítico ativo, e baseado no case
de transformação digital da gigante varejista Magazine Luiza, leia atentamente
o excerto a seguir:
“
A estratégia de crescimento da Magazine Luiza para se tornar um
negócio digital (produto) passou por reforçar a equipe comercial
(promoção), mudar processos de venda e investir em marketing
digital com foco em promoções. Dessa forma, a companhia visou
atingir os consumidores que passaram a adotar o comércio eletrô-
nico (praça), além de oferecer melhor experiência nas lojas físicas
com o auxílio de tecnologia. Para se tornar, efetivamente, multica-
nal, a Magazine Luiza conectou todos os pontos de contato da loja
(ANDRADE, 2020, on-line).
80
Para contribuir com seu entendimento, eu quero compartilhar com você uma
estruturada inicial de um mapa conceitual com os tópicos que discutimos du-
rante essa unidade, eu preciso que você preencha, corretamente, os balões que
se ligam aos “P’s” (produto, preço, praça, promoção) e que correspondem a cada
uma das ramificações no mapa.
Produto Preço
COMPOSTO DE MARKETING
Praça Promoção
3
Pesquisa de
Marketing e
Sistema de
Informações
Me. Marcelo Cristian Vieira
84
UNICESUMAR
DIÁRIO DE BORDO
85
UNIDADE 3
“
Uma estrutura contínua e em interação de pessoas, equipamentos e
procedimentos para juntar, classificar, avaliar e distribuir informa-
ções pertinentes, oportunas e precisas para o uso por tomadores de
decisão de marketing para melhorar o planejamento, execução e o
controle de marketing.
86
UNICESUMAR
“
Uma série coordenada de dados, ferramentas de sistema e técnicas
com software e hardware de apoio, com os quais a organização reú-
ne e interpreta informações relevantes de empresas e do ambiente
e as transforma numa base para a tomada de decisões gerenciais.
FONTE =EXEMPLOS
87
UNIDADE 3
Relatórios do gover-
Publicações do IBGE.
no
88
UNICESUMAR
Pesquisa de marketing
Repare que a pesquisa de marketing se subdivide em duas partes, sendo uma pesquisa
para identificação de problemas e outra pesquisa para a solução de problemas. Conse-
guiu perceber a importância da pesquisa de marketing para gestão de uma organização?
Em qualquer área da organização, haverá problemas que precisam ser solucionados e
o gestor precisa se atentar para saber lidar com eles. Se as áreas funcionassem perfeita-
mente e não dessem problemas, não haveria a necessidade da existência do gestor. Dessa
forma, o gestor é a pessoa que precisa estar capacitada e qualificada para solucionar
os problemas da organização. É neste contexto que conseguimos ver a importância da
pesquisa de marketing, pois ela poderá ser utilizada para identificar ou buscar soluções
para os problemas. No olhar conceitual, temos alguns exemplos de tipos de pesquisa de
acordo com as especificidades dos problemas que queremos solucionar.
89
UNIDADE 3
OLHAR CONCEITUAL
“
A pesquisa de marketing é um órgão de assessoria e não de tomada
de decisão. Portanto, ela não substitui o executivo quando esse toma
suas decisões, mas apenas orienta e, quando muito, dá recomen-
dações de marketing (o que fazer com os resultados da pesquisa
realizada) (ZANOTTA, 2018, p. 4).
90
UNICESUMAR
“
Atualmente, a pesquisa de marketing pode ser entendida como o
processo que visa à obtenção, à coleta, ao processamento e à análise
das informações para a tomada de decisão no marketing. Além desse
conceito central, a pesquisa ainda procura disseminar essas informa-
ções de forma programada, auxiliando na resolução dos problemas
gerenciais das organizações (NIQUE; LADEIRA, 2017, p. 5).
Sendo assim, ter as informações precisas para as tomadas de decisões é algo que
toda empresa busca. Uma vez que a empresa esteja em posse das informações,
ela conseguirá ofertar aos seus consumidores produtos ou serviços que, realmen-
te, atenda às necessidades e expectativas, conseguirá proporcionar experiências
positivas e o preço cobrado será condizente com a percepção e o bolso de seus
clientes, será capaz de escolher o melhor fornecedor de matéria-prima, entre ou-
tras ações e estratégias que tornarão a empresa mais competitividade no mercado.
91
UNIDADE 3
Olha o que aconteceu com a Google, quando ela lançou o seu óculos virtual
(Google Glass), um acessório que permite tirar fotos, filmar e acessar a internet,
enviar mensagens, entre outros, tudo por comando de voz. O produto era bom,
com alta tecnologia e se apresentava muito promissor, porém os engenheiros e
idealizadores ignoraram o fator humano, ou seja, esqueceram de verificar e pes-
quisar as pessoas que realmente iriam consumir o produto, o consumidor. Alguns
dos problemas foram a estética dos óculos, muitos acharam feio ou fora de moda,
além do desconforto das outras pessoas em se sentir que poderiam estar sendo
filmadas sem a permissão ou consentimento.
NOVAS DESCOBERTAS
92
UNICESUMAR
Etapa 1:
Definição do
tema, problema
e objetivo
Etapa 2:
Definição da
abordagem
metodológica
Etapa 3:
Coleta
de dados
Etapa 4:
Processamento
e análise dos
dados
Etapa 5:
Elaboração e
apresentação
do relatório
93
UNIDADE 3
PENSANDO JUNTOS
O problema de pesquisa deve sintetizar e englobar todos os assuntos que serão explora-
dos na pesquisa. Uma maneira de deixar mais claro o problema de pesquisa é pensá-lo
juntamente com objetivos gerais e específicos.
94
UNICESUMAR
Análise do produ-
Composto de produtos etc.
to/marca:
Quadro 3 - Análise dos 4 P’s: marketing mix / Fonte: adaptado de Zanotta (2018).
95
UNIDADE 3
Tipos de dados
Primário Secundário
Abordagem da pesquisa
Métodos de Pesquisa
Quantitativo Qualitativo
Descrição da Imagem: na figura, temos um fluxograma que apresenta as possíveis abordagens me-
todológicas, de cima para baixo, o primeiro quadro, temos a descrição “Tipos de Dados”, na sequência
abaixo, no quadro, à esquerda, a descrição “Primário” e, no quadro, à direita, a descrição “Secundário”;
na sequência uma seta apontando para baixo com um outro quadro com a descrição “Abordagem da
Pesquisa”; na sequência abaixo no quadro, à esquerda, a descrição “Exploratória”, no quadro do meio a
descrição “Descritiva” e no quadro à direita a descrição “Experimental”; na sequência, uma seta apontando
para baixo com um outro quadro com a descrição “Métodos de Pesquisa”, na sequência abaixo, no quadro,
à esquerda, a descrição “Quantitativo” e no quadro à direita a descrição “Qualitativo”.
96
UNICESUMAR
97
UNIDADE 3
98
UNICESUMAR
99
UNIDADE 3
Como vimos na etapa anterior, os dados precisam ser coletados, podendo ser de
maneira primária (dados inéditos) ou secundária (dados já publicados); sendo
assim, nesta etapa do projeto de pesquisa, deve-se definir qual ou quais as ferra-
mentas serão utilizadas para coletar os dados. Zanotta (2011, p. 49) explica que
“esta é uma das etapas do projeto de pesquisa que exige muita atenção, tendo
em vista sua complexidade e os erros que derivam de sua escolha e aplicação”.
Desta forma, “os pesquisadores têm duas opções principais para a coleta dos
100
UNICESUMAR
101
UNIDADE 3
Conhecida, também, como Grupo Focal ou Grupos de Foco, pode ser entendida
como um grande debate em grupo, em que o pesquisador atuará como moderador e
terá a oportunidade de ter uma visão mais aprofundada do tema, conforme as reações
individuais dos participantes em uma situação grupal. Yasuda (2012, p. 19) descreve
que “durante a realização da discussão em grupo, o moderador tem que estar atento
a todos os movimentos grupais, além do que as pessoas estão falando sobre o tema”.
“
Essa técnica pode ser utilizada para: geração de ideias para o de-
senvolvimento de um novo produto ou serviço; criação de uma
nova marca ou logotipo; desenvolvimento de uma nova campanha
publicitária e de diferentes formas de distribuição e vendas, como
para gerar ideias e discutir diversos aspectos referentes às estratégias
mercadológicas de serviços ou produtos (VIRGILLITO, 2018, p.19).
C. Técnicas projetivas
102
UNICESUMAR
“uma forma não estruturada e indireta de entrevista em que os pesquisados são in-
centivados a projetar motivações, crenças, emoções e sensações” Dentre as técnicas
mais utilizadas, podemos citar: testes de figuras, testes de associação de palavras,
complementação de sentenças ou histórias, desenho de um tema, contar histórias,
associação de fotografias e técnica da terceira pessoa. Confira no Quadro 5.
Apresentação de uma
tira semelhante à de uma
revista em quadrinhos, na
qual dois personagens são Entender o que o sujeito
colocados e apenas um entrevistado pensa ou sente
Testes de
deles faz um comentário; entre dois produtos dife-
figuras
o outro personagem, que rentes ou duas empresas
é o sujeito avaliado, deve concorrentes.
completar uma frase de
acordo com seu sentimen-
to e percepção.
Coloca em um texto
sentenças incompletas ou
Complementa-
uma história incompleta Saber o que o entrevistado
ção de senten-
e pede-se que o sujeito pensa sobre algum tema.
ças ou histórias
complete de acordo com
sua vontade e percepção.
103
UNIDADE 3
ROTEIRO DE ENTREVISTA
1. Nome da Empresa
2. Endereço
3. Telefone
4. Homepage
5. Tempo de atuação
6. Entrevistado
7. Cargo
104
UNICESUMAR
Percebe-se que, no método qualitativo, diversas são as ferramentas que podem ser
utilizadas. No método quantitativo, por sua vez, basicamente, utilizamos apenas
uma ferramenta, o questionário. Vamos a algumas definições:
Desse modo, podemos entender o questionário como uma ferramenta mais di-
recionada, já que o foco está na quantificação dos dados. Para a elaboração de
um questionário, deve-se levar em consideração os tipos de perguntas que se
pretende utilizar e devem ser elaboradas de forma clara e objetiva. Dessa forma,
os tipos de perguntas mais utilizadas podem ser classificados como:
No caso das perguntas abertas, devemos nos atentar, pois “pergunta dei-
xada totalmente aberta pode gerar excesso de categorias de respostas, o
105
UNIDADE 3
que dificulta o seu estabelecimento, bem como sua tabulação e não atende
ao objetivo visado” (ZANOTTA, 2018, p.70).
Perguntas que envolvem duas respostas, mas que uma exclui a outra.
a) PERGUNTA: Você costuma comprar roupas em lojas de shopping?
( ) sim ( ) não
Pode-se utilizar alternativas como:
( ) Certo ( ) Errado
( ) Verdadeiro ( ) Falso
Cria a possibilidade de assinalar mais do que uma alternativa, ela permite que
o respondente do questionário escolha uma ou mais opções em uma lista de
respostas definidas. Deve-se utilizar perguntas de múltipla escolha, quando
houver um número fixo de opções.
a) PERGUNTA: Qual(is) das marcas abaixo você conhece do produto P?
Assinale até 3 opções.
( ) marca 1; ( ) marca 2; ( ) marca 3; ( ) marca 4; ( ) marca 5; ( ) Outras.
b) PERGUNTA: Qual operadora de crédito você mais gosta? Assinale apenas
uma.
( ) Operadora 1; ( ) Operadora 2; ( ) Operadora 3; ( ) Operadora 4; ( )
Outras.
São usadas para que o entrevistado dê uma nota, utilizando uma escala, que
pode variar, normalmente, de 0 a 10.
a) PERGUNTA: Você está satisfeito com o atendimento prestado pelos gar-
çons? Dê uma nota de 1 a 5 onde:
106
UNICESUMAR
5 – Muito satisfeito.
4 – Satisfeito.
3 – Indiferente.
2 – Insatisfeito.
1 – Muito insatisfeito.
107
UNIDADE 3
A. ( ) Próxima à residência
2. Por que frequenta esta B. ( ) Próxima ao trabalho
padaria? (marcar apenas uma C. ( ) Qualidade dos produtos
alternativa) D. ( ) Preço
E. ( ) Outros______________________________
A. ( ) Pães
3. Que tipos de produtos costu-
B. ( ) Roscas e bolos
ma comprar? (marcar até três
C. ( ) Laticínios
alternativas)
D. ( ) Outros______________________________
108
UNICESUMAR
NOVAS DESCOBERTAS
Pré-teste
“
O pré-teste serve também para verificar se o questionário apresenta
três importantes elementos:
109
UNIDADE 3
Universo e Amostra
NOVAS DESCOBERTAS
Neste livro, não irei me aprofundar em como fazer o cálculo amostral, mas,
sim, em apresentar o que é uma amostragem e sua importância. Caso queira
saber mais sobre como calcular uma amostra, você pode acessar este QR
Code para ler um artigo que explica detalhadamente o assunto.
110
UNICESUMAR
111
UNIDADE 3
100 92 87 80 71 49 38
112
UNICESUMAR
EXPLORANDO IDEIAS
NOVAS DESCOBERTAS
113
UNIDADE 3
114
UNICESUMAR
Viúvo
5% Separado
Casado
18%
Solteiro
47%
30%
01 02 03 04 05 0
Descrição da Imagem: a figura é um gráfico no formato de barra que representa o estado civil dos
pesquisados e apresenta em porcentagem a quantidade de viúvos, separados, casados e solteiros. A
primeira barra (viúvo) é na cor azul e representa 5%, a segunda (separado) é na cor laranja e representa
18%, a terceira (casado) é na cor rosa sendo 47% e a quarta (solteiro) é na cor verde e representa 30%.
115
UNIDADE 3
30%
35% Preço
Variedade
Qualidade
Outros
Dias de funcionamento
5%
17%
13%
Figura 5 - Gráfico Pontos mais Insatisfatórios em Relação a Padaria / Fonte: Gomes et al (2013, p.58).
Descrição da Imagem: a figura é um gráfico no formato de pizza que representa os pontos mais insatis-
fatórios em relação a padaria. Na cor laranja aparece o preço, com 30%; em rosa a variedade, com 17%;
em verde a qualidade, com 13%; em azul escuro, o outros, com 5% e em azul claro os dias de funciona-
mento, com 35%.
18 a 25 a 35 a 45 a A+
Total Masculino Feminino C1 C2
24 34 44 64 B
116
UNICESUMAR
Base:
Total
amos-
tra
100 100 100 100 100 100 100 100 100 100
Tabela 3 - Separação de lixo / Fonte: Millward Brown Brasil Sustentabilidade (2011 apud Yasuda e
Oliveira, 2012, p. 201).
Zanotta (2018, p. 143) apresenta alguns pontos essenciais que não devemos es-
quecer ao fazer a análise:
1. Ela deve levar em consideração os objetivos detalhados na investi-
gação e, como sabemos, são indagações que devem ser respondidas
pela pesquisa.
117
UNIDADE 3
118
UNICESUMAR
Modelo de Relatório
119
UNIDADE 3
NOVAS DESCOBERTAS
120
UNICESUMAR
121
1. Leia o texto a seguir:
CHURCHILL, G. A. Marketing: criando valor para os clientes. 3. ed. São Paulo: Saraiva,
2012.
a) V, F, F, V.
b) F, F, F, V.
c) F, V, F, V.
d) V, F, V, F.
e) V, V, V, F.
CHURCHILL, Gilbert A. Marketing: criando valor para os clientes. 3. ed. São Paulo:
Saraiva, 2012.
122
Dessa forma, com relação às abordagens metodológicas de uma pesquisa, assinale
a alternativa correta.
CHURCHILL, G. A. Marketing: criando valor para os clientes. 3. ed. São Paulo: Saraiva,
2012.
a) Amostragem.
b) Questionário.
c) Técnicas projetivas.
d) Grupo de discussão.
e) Entrevista em profundidade.
123
4
Gestão Estratégica:
Segmentação,
Posicionamento,
Branding e
Novos Mercados
Consumidores
Me. Thiago Henrique Martinez Blanco
Por mais que possamos ser um dos seres mais evoluídos da natureza, nós somos
limitados em nossa capacidade de pensamento e, por sua vez, escolhas. Quero
que você pense no seguinte: haveria necessidade de um vendedor, uma marca, um
anúncio, seja o que for, para vender a você uma camiseta de linho na cor bran-
ca, se não existisse outra opção, que não uma camiseta de linho na cor branca?
Mas, talvez, você ainda não esteja convencido(a), meu caro(a) aluno(a), então,
vou lhe fazer só mais uma pergunta: você saberia me dizer quantos modelos de
automóveis temos em comercialização no Brasil? Pasme, esse número passa da
casa de centenas de modelos diferentes, aliás, em uma combinação “semi-infinita”,
quando consideramos os modelos das marcas e seus respectivos opcionais. Com
segurança, eu lhe afirmo que você teria milhares de opções no mercado para
escolher o que comprar. Novamente, como um potencial consumidor de carros,
qual seria o seu fluxo para escolher um modelo dentre milhares de opções?
Portanto, caro(a) aluno(a), ao ponto de que a abundância de oferta no merca-
do é uma conquista da civilização moderna e que gera oportunidades ao consu-
midor, ela também gera problemas para a seleção e escolha (decisão). Evidente-
mente, essa realidade, cada vez mais conectada, líquida e digital, gera um imenso
problema para os profissionais de marketing em termos de seleção, posiciona-
mento e comunicação com os segmentos e mercados-alvo. Uma vez que, en-
quanto consumidor, temos um leque de opções que podem, de forma excludente,
resolver o nosso problema. Imagine o seguinte: se você já comprou um sabão em
pó que “lava mais branco”, porque compraria um segundo produto, que promete
deixar suas roupas com “cheiro de novo”, se você só lavará as roupas uma vez?
Nós vivemos uma constante dicotomia de escolhas, muitas vezes, somos
obrigados a definir um fator para selecionar e excluir ofertas, seja pelo preço,
forma de pagamento, formato, prazo de entrega, seja qualquer outro fator que
possamos avaliar para formar uma opinião. E sobre essa tal opinião, caro(a)
aluno(a), como profissional de marketing, é sua obrigação entender a jornada
de avaliação e decisão de compra do seu potencial consumidor para que sua
marca esteja presente em todos os possíveis contatos e buscas relacionadas
ao seu produto ou mercado. Quero que você busque, agora, encontrar um
novo televisor para sua sala de estar, veja na prática, sem sair da sua casa, pelo
computador ou celular, a abundância de opções para sua decisão.
126
UNICESUMAR
Reflita comigo, caro(a) aluno(a), imagine que sua empresa está precisando
de uma consultoria para elaborar ou mesmo revisar a sua estratégia de Bran-
ding e, para tanto, você começa a pesquisar por empresas que prestam esse
tipo de serviço; em uma breve pesquisa na Google, você encontrará mais de
300.000.000 (trezentos milhões) de resultados. Eu não digitei errado, é isso
mesmo, sua empresa, seu serviço, é uma entre milhões de alternativas para seu
potencial cliente, e sua missão é chegar primeiro e manter-se relevante para
a escolha do seu consumidor-alvo. Lembra da sua jornada de compra de um
novo televisor, coloque-se no lugar de um cliente-alvo, imagine como essa
mesma jornada aconteceria em sua empresa, pense em como seria a jornada
de compra e os pontos de posicionamento do produto da sua empresa.
DIÁRIO DE BORDO
127
UNIDADE 4
Sabe aquele ditado que diz “você não pode agradar a todos”? Em poucas palavras,
é isso que a segmentação de mercado pode oferecer para as empresas, um dire-
cionamento para concentrar esforços de marketing aos grupos de consumidores
que podem, efetivamente, se interessar pela oferta. Segundo Kotler e Keller (2013,
p. 227), as empresas “não podem atender a todos os clientes em mercados amplos e
diversificados, mas podem dividir tais mercados em grupos de consumidores com
diferentes desejos e necessidades”. Para Urdan e Urdan (2010, p. 338), as “empresas
quase sempre têm diante de si mercados heterogêneos no que toca à gestão de mar-
keting, embora elas nem sempre se deem conta disso”. Os autores reforçam que isso
é verdade tanto para a demanda dos consumidores finais (indivíduos e famílias)
quanto de organizações (empresas, governo ou organizações sem fins lucrativos).
“
Não sendo os clientes iguais e tendo as empresas recursos limitados,
hoje raramente um fornecedor consegue atender com superiori-
dade todo o mercado ou mesmo uma proporção ampla demais. A
segmentação do mercado leva a empresa a focalizar seus ativos e
suas capacidades. Proporcionar maior valor percebido a uma de-
terminada gama de clientes é requisito para o desempenho finan-
ceiro expressivo em qualquer negócio concorrido. Ao satisfazer os
clientes que adequadamente escolheu atender, a empresa se destaca
da concorrência. O caminho oposto é tentar servir a todo mundo,
o que tem grande probabilidade de deixar a empresa no meio do
caminho, sem atender praticamente ninguém muito bem (URDAN;
URDAN, 2010, p. 338-339).
128
UNICESUMAR
“
Segmentar nada mais é que
identificar, em um mercado
heterogêneo, grupos homo-
gêneos com características
semelhantes. Essa identifi-
cação é realizada segundo
critérios estabelecidos pelo
profissional de marketing.
Os critérios — ou mesmo na
linguagem mercadológica, as
bases — mais comuns de seg-
mentação são: características
geográficas, demográficas e/
ou socioeconômicas, psico-
gráficas, comportamentais
e os benefícios procurados
(YANAZE, 2011, p. 187).
129
UNIDADE 4
Descrição da Imagem: representação circular de um fluxograma com cinco estágios que são interconec-
tados e complementares, formando um ciclo perpétuo, iniciando na parte central superior da imagem por
“ser especificamente identificado e medido”; depois de uma seta direcional seguindo o sentido horário,
temos “evidenciar um potencial adequado de consumo”, depois “ser economicamente acessível e viável”,
na sequência, “reagir aos esforços do marketing” e, por fim, “ser estável e perene durante os ciclos eco-
nômicos”, o quinto elemento volta a se conectar com o primeiro estágio..
Kotler e Keller (2013, p. 246) corroboram, afirmando que a tarefa dos “profis-
sionais de marketing consiste em identificar o número apropriado e a natureza
dos segmentos [...] já que nem toda segmentação é útil”, e para serem efetivas,
devem atender, preferencialmente, aos critérios apresentados por Cobra (2012).
PENSANDO JUNTOS
Quero que você pense na própria UniCesumar, coloque-se no lugar do gestor(a) de mar-
keting da instituição e reflita: existe diferença no aluno que busca a educação presencial
e o EAD? Quais seriam as bases para segmentar os mercados-alvo? Qual o potencial e as
barreiras de expansão em cada modalidade de ensino?
130
UNICESUMAR
Para tanto, caro(a) aluno(a), Kotler e Keller (2013) afirmam que há basicamente
dois caminhos para segmentar o mercado, pelas: características descritivas
(pelos fatores demográficos, socioeconômicos e/ou geográficos) e/ou pelas ca-
racterísticas comportamentais (pelos fatores psicográficos, comportamentais
e/ou sentimentos) do consumidor.
Churchill e Peter (2014, p. 214) defendem que, ao escolher a base para a segmen-
tação, que “o profissional de marketing apoie-se em seu conhecimento do mercado,
nas tendências de compra, na pesquisa de marketing e no bom senso”. Como já
exposto anteriormente, há várias formas de segmentar o mercado, caro(a) aluno(a),
segue uma breve definição de cada base viável, a qual você pode combinar, usar de
forma isolada, ou mesmo criar novos formatos de agrupamento:
131
UNIDADE 4
Segundo Kotler e Keller (2013, p. 246),“os profissionais de marketing estão cada vez
mais combinando diversas variáveis para identificar mercados-alvo menores e mais
definidos”. Isso posto, os autores propõem uma abordagem linear com sete etapas
para determinar um segmento de mercado, conforme apresentado no Quadro 1.
Etapas Descrição
132
UNICESUMAR
Ciclo Descrição
133
UNIDADE 4
“
De forma que representa o ato de planejar a oferta e a imagem da
empresa, de modo que ela ocupe um lugar distinto e valorizado, na
mente de um grupo de consumidores ou segmento de mercado,
de modo que eles pensem em um produto ou serviço do modo
desejado. Um bom posicionamento de marca ajuda a orientar a es-
tratégia de marketing, esclarecendo o significado da marca, como
ela é exclusiva ou similar às marcas concorrentes e por que os con-
sumidores devem preferi-la (KELLER; MACHADO, 2006, p. 70).
“
Como a capacidade de processamento de informações do indivíduo
é limitada, fica impossível compreender, aceitar e memorizar tantos
estímulos. Aí cresce a chance de marcas, produtos e empresas não
serem notados, terem apenas um registro frágil, logo desaparecem
da memória. [...]. No trabalho de posicionamento, o profissional
persegue um registro sólido, diferenciado e valorizado de um ob-
jeto na mente do consumidor-alvo. Quando ele é bem-sucedido, as
pessoas que interessam lembrar-se-ão facilmente do objeto, gravado
134
UNICESUMAR
“
Ademais, o posicionamento não é uma questão só do marketing, mas
que afeta o todo da empresa. Assim é que se consegue, ao longo do
tempo, demonstrar que a empresa ou produto está firme e coerente
naquilo a que se propõe na mente dos consumidores visados. Por fim,
depois que se conquista um posicionamento sólido, é difícil mudá-lo,
ainda que o lugar atual se torne inadequado. Por tudo isso, o posicio-
namento tem um caráter estratégico (URDAN; URDAN, 2010, p. 403).
Kotler e Keller (2013, p. 293) são categóricos em afirmar que “nenhuma empresa pode
vencer se seus produtos se assemelham a qualquer outro no mercado”. E, para tanto,
como parte do processo de gestão estratégica da marca, cada oferta deve representar
os tipos certos de associação na mente dos consumidores no mercado-alvo.
“
Certamente uma empresa pode colher os benefícios de estabelecer
para si uma posição singular no mercado. A criação de um posi-
cionamento de marca que seja persuasivo e bastante diferenciado
exige uma profunda compreensão das necessidades e desejos dos
consumidores, das competências organizacionais e das ações com-
petitivas. Também exige um modo de pensar disciplinado, porém
criativo (KOTLER; KELLER, 2013, p. 293).
135
UNIDADE 4
PENSANDO JUNTOS
Uma pergunta justa, caro(a) aluno(a), é: para posicionar minha marca, eu devo me proje-
tar baseado em quem sou, ou também considerar o futuro?
Segundo Kotler e Keller (2013, p. 294), “um posicionamento eficaz tem um ‘pé no
presente’ e um ‘pé no futuro’, de forma que, seja um tanto ambicioso para que a
marca tenha espaço para crescer e melhorar”. Portanto, caro(a) aluno(a), devemos
compreender que o posicionamento é a ação de projetar a oferta e a imagem da
empresa para que ela ocupe um lugar diferenciado na mente do público-alvo. O
objetivo é posicionar a marca na mente dos consumidores a fim de maximizar a
vantagem competitiva da empresa no mercado. Segundo a Wheeler (2014), as em-
presas precisam determinar sua posição na mente dos consumidores, considerando
suas necessidades, os pontos fortes e fracos das empresas e o cenário competitivo.
EXPLORANDO IDEIAS
Posicionar sua marca é basicamente escolher como você vai se mostrar ao mercado: com
quem seus clientes devem compará-lo(a) para saber se eles precisam do seu produto ou
não? Toda a sua comunicação e o seu produto devem dar as pistas corretas para que o
consumidor coloque sua marca na “caixinha mental” que é mais vantajosa para sua em-
presa. Fonte: adaptado de Congo (2021).
136
UNICESUMAR
Interno Externo
O que você pode controlar O que você não pode controlar
Posicionamento
Visão Cliente
História
de marca
Descrição da Imagem: são três grupos que ilustram a formação do posicionamento de uma marca; no
lado esquerdo, há quatro fatores internos que você pode controlar, sendo: visão, missão e valores, per-
sonalidade, voz e estilo e, por fim, produto, processos e cultura; no centro, há três círculos de cima para
baixo temos o posicionamento, seguido por essência da marca e, depois, história da marca; do lado direito,
há quatro fatores externos, que você não pode controlar, sendo: o cliente, a concorrência, o mercado e
as tendências e forças externas.
137
UNIDADE 4
Estrutura
de refe- Descrição das semelhanças e diferenças
rência
Quadro 3 - Estrutura de referência competitiva / Fonte: adaptado de Keller e Machado (2006); Kotler
e Keller (2013).
138
UNICESUMAR
“
No entanto, para uma marca ser posicionada eficazmente, os clien-
tes devem considerar qualquer vantagem competitiva como uma
vantagem do cliente. Por exemplo, se uma empresa afirma que seu
produto funciona mais rápido do que o da concorrência, isso não
será uma vantagem para o cliente se ele não valorizar a velocidade
(KOTLER; KELLER, 2013, p. 306).
“
Uma marca forte se destaca em um mercado saturado.As pessoas se apai-
xonam pelas marcas, confiam nelas e acreditam em sua superioridade.
O modo como a marca é percebida afeta seu sucesso, não importando
se você é uma startup, uma organização sem fins lucrativos, uma grande
indústria, uma personalidade ou um produto (WHEELER, 2014, p.12).
139
UNIDADE 4
Para Wheeler (2014), as marcas têm três funções principais: navegação, segurança
e envolvimento — preste atenção como há uma forte relação com a diferenciação,
que você acabou de estudar nessa unidade. Com relação à navegação, a autora
afirma que as marcas ajudam os consumidores a escolher, dentre uma enorme
quantidade de opções. O fator segurança comunica a qualidade intrínseca do
produto ou serviço, e dão segurança ao cliente de que ele está tomando a decisão
certa. Já o envolvimento serve para que as marcas consigam estimular os clientes
a se identificarem com elas por meio de imagens, linguagem e associações.
Kotler e Keller (2013, p. 257) afirmam que “um dos ativos intangíveis mais valio-
sos de uma empresa é sua marca, e compete ao marketing gerenciar adequadamente
seu valor”. Isso posto, cabe o entendimento que desenvolver uma marca requer pla-
nejamento cuidadoso e profundo comprometimento no longo prazo, além de um
marketing planejado e executado com criatividade. E já que estamos falando que as
marcas ajudam no posicionamento e diferenciação, vamos entender qual a impor-
tância de uma identidade forte e única; para a Wheeler (2014, p. 14), “a identidade
da marca alimenta o reconhecimento, amplia a diferenciação e torna grandes ideias
e significados acessíveis, unificando elementos díspares em um sistema integrado”.
“
O design desempenha um papel essencial na criação e na construção
das marcas. Ele diferencia e incorpora os elementos intangíveis — como
emoção, contexto e essência — que mais importam para os consumi-
dores. [...]. Em média, os consumidores são expostos a 6 mil anúncios
por dia e a mais de 25 mil novos produtos por ano. As marcas ajudam
os consumidores a atravessar esse mar de escolhas disponíveis em cada
categoria de produto ou serviço (WHEELER, 2014, p.14-15).
140
UNICESUMAR
“
Uma marca é uma promessa de satisfação. É um sinal, uma me-
táfora que age como um contrato não escrito entre um produtor
e um consumidor, um vendedor e um comprador, um ator e um
público, um ambiente e os que os habitam, um evento e os que
o experimentam (HEALEY, 2009, p. 6).
Kotler e Keller (2013, p. 258) afirmam que a marca identifica a origem ou o fabri-
cante de um produto e “permite que os consumidores atribuam a responsabilida-
de pelo desempenho de um produto a determinado fabricante ou distribuidor”.
Com isso, os autores dizem que os consumidores podem avaliar um produto
idêntico de forma diferente, dependendo de como sua marca é estabelecida.
Wheeler (2014, p. 20) corrobora afirmando que a marca vai além de iden-
tificar um produto ou serviço, já que “a identidade da marca se expressa em
cada ponto de contato do cliente com a marca”, isso significa que a marca se
torna fator intrínseco para a cultura da empresa, um símbolo de seus valores
e de sua tradição, conforme descrito no Quadro 4.
141
UNIDADE 4
Quadro 4 - Razões principais para se investir na identidade de marca / Fonte: adaptada de Wheeler
(2014, p. 21).
Segundo Keller e Machado (2006) e Kotler e Keller (2013), existem seis critérios
para escolher os elementos da marca, são eles: memorabilidade, significância, atra-
tividade, transferibilidade, adaptabilidade e proteção, conforme apresentado no
Quadro 5. Keller e Machado (2006, p. 92) destacam que os três primeiros critérios
podem ser caracterizados como de natureza de “construção de marca e referem-se
ao modo como a gestão de marca pode ser construída”, já os três últimos elementos
são de “natureza mais defensiva e estão relacionados como um elemento de marca
pode ser protegido”, dada a competição no ambiente mercadológico.
142
UNICESUMAR
Quadro 5 - Os elementos de marca / Fonte: adaptada de Keller e Machado (2006) e Kotler e Keller (2013).
143
UNIDADE 4
“
A gestão de marcas é uma mistura dinâmica de antropologia, ima-
ginação, experiências sensoriais e uma abordagem visionária à
mudança. Os fundamentos da construção de marcas, de ouvir e
aprender como os clientes a atender a suas necessidades de modo
relevante, são ampliados em um mundo de comunicações digitais
e consumidores fortalecidos. O desejo de liderar, de superar a con-
corrência e de dar aos colaboradores as melhores ferramentas para
se comunicarem com os clientes é o motivo pelo qual as empresas
utilizam a gestão de marcas (branding) (WHEELER, 2014, p. 18).
Para Healey (2009, p. 6), o branding é o processo de luta contínua entre produtores
e clientes na definição dessa promessa e significado, isto é, “as pessoas tomam as
suas próprias decisões sobre quem ser, como viver e o que comprar, mas em certas
circunstâncias, são modeladas pela publicidade e comercialização da marca”.
“
Muito do comportamento de quem compra é motivado pelas his-
tórias e emoções, que são exploradas pelas marcas. [...]. A prática
moderna de branding arrancou com a Revolução Industrial, o que
deu origem à produção de excedentes e à capacidade de distribuir
bens a nível global. As empresas criaram marcas para aumentar as
vendas fora do seu local imediato de produção. [...] William Procter,
um fabricante de velas, e James Gamble, de sabão, foram os primei-
ros pioneiros do branding. Iniciaram juntos o negócio em 1837 e
durante a Guerra Civil americana forneceram as tropas nortenhas
com produtos de primeira necessidade, como sabão. Os veteranos
divulgaram nas suas terras os produtos de Procter e Gamble. Os
sabonetes Ivory lançaram a sua primeira campanha publicitária nos
Estados Unidos em 1882 (HEALEY, 2009, p. 8).
144
UNICESUMAR
Para Kotler e Keller (2013, p. 259), branding significa “dotar bens e serviços com o
poder de uma marca, e tem tudo a ver com criar diferenças”. Para eles, é necessário
criar estruturas mentais e ajudar o consumidor a organizar seu conhecimento
sobre os produtos, de modo a tornar sua tomada de decisão mais clara e, nesse
processo, gerar valor à empresa.
Healey (2009, p. 9) defende que “o branding envolve cinco componentes: pos-
cionamento; história; design; preço; atendimento ao cliente”.
“
Posicionamento significa definir na mente de um cliente o que
representa uma marca e de que modo se compara com as marcas
rivais, portanto, é importante que os produtores entendam no que
os clientes pensam para responder suas necessidades e desejos.
145
UNIDADE 4
EXPLORANDO IDEIAS
Para Healey (2009, p. 13), a tarefa de um gestor de marca é “criar a imagem que
reforça a reputação, estimula a lealdade, assegura a qualidade, veicula valor e
garante afirmação”. Já Kotler e Keller (2013, p. 259) reforçam dizendo que para as
estratégias serem bem-sucedidas e o valor da marca seja criado,“os consumidores
devem ser convencidos de que existem diferenças significativas entre as marcas
que pertencem a uma categoria de produto”.
“
Uma marca reside principalmente na mente dos consumidores e
é em geral sinônimo de reputação, ou seja, a marca é aquilo que o
consumidor pensa que é, o trabalho do gestor de marca é certifi-
car-se que os clientes estejam a pensar como deve ser. O branding
é sempre um processo bidirecional, um diálogo entre produtores e
consumidores para definirem a promessa de uma marca de forma
credível. Se as empresas quiserem que as suas marcas tenham su-
cesso, devem prestar-lhes atenção e saber geri-las apenas do ponto
de vista do cliente, mesmo à custa de ignorarem temporariamente
os seus próprios interesses noutras áreas (HEALEY, 2009, p. 14-15).
146
UNICESUMAR
Portanto, caro(a) aluno(a), espero que tenha ficado claro pra você que o branding
pode promover o sucesso do produto ou serviços, por exemplo: reforçar uma boa
reputação; estimular a lealdade; garantir a qualidade; veicular uma percepção
de maior valor; garantir ao comprador uma sensação de afirmação e de entrada
numa comunidade imaginária de valores partilhados, entre outros benefícios
diretos e indiretos para o comportamento do consumo associado àquela marca.
Assim como o consumo é essencial para o sucesso do marketing, você vai concor-
dar comigo que o conhecimento do consumidor é essencial para a efetivação do con-
sumo, certo? Urdan e Urdan (2010) contribuem afirmando que o comportamento
do consumidor é uma vertente particular do comportamento humano, sendo este
as maneiras de ele agir nas diversas situações da vida, associadas ao pensar e sentir.
“
Ele [o comportamento do consumidor] representa os pensamentos,
os sentimentos e as ações do indivíduo ou de grupos relacionados
à busca, análise, seleção, compra, consumo e pós-consumo de um
produto ou outro elemento do mix de marketing, visando a satisfa-
zer necessidades e desejos (URDAN; URDAN, 2010, p. 232).
147
UNIDADE 4
“
O comportamento do consumidor é o estudo
de como indivíduos, grupos e organizações
selecionam, compram, usam e descartam
bens, serviços, ideias ou experiências para
satisfazer suas necessidades e desejos. Os
profissionais de marketing devem conhecer
plenamente o comportamento de compra do
consumidor tanto na teoria como na prática
(KOTLER; KELLER, 2013, p. 164).
148
UNICESUMAR
Figura 3 - Inter-relação dos papéis de compra / Fonte: Urdan e Urdan (2010, p. 232-233).
Descrição da Imagem: ilustração de cinco retângulos, cada qual com um papel que o consumidor pode
assumir durante a compra, sendo que esses retângulos estão interconectados e não existe uma ordem
exata para ocorrer, tão pouco sequencial, os papéis ilustrados na figura são: o iniciador, o influenciador,
o decisor, o comprador e o usuário.
149
UNIDADE 4
Fatores Descrição
Quadro 6 - Variáveis que influenciam o comportamento / Fonte: adaptado de Kotler e Keller (2013).
Cobra (2012) diz que é importante entender que a motivação pode ser definida
como uma força que move um indivíduo a optar por caminhos de satisfação e
necessidades. Em suas palavras, “a motivação advém dos drives, ou forças pro-
pulsoras conscientes e inconscientes que levam as pessoas, sob algumas circuns-
tâncias, à ação, inclusive à ação de compra” (COBRA, 2012, p. 38).
NOVAS DESCOBERTAS
Título: Jobs
Ano: 2013.
Sinopse: em 1976, Steve Jobs abandonou a faculdade e — junto com
seu amigo, o gênio da tecnologia, Steve Wozniak — iniciou uma revo-
lução nos computadores com a invenção do Apple 1, o primeiro com-
putador pessoal. Construído na garagem dos pais de Jobs, o Apple 1
e a formação da empresa Apple mudaram o mundo para sempre.
Comentário: Jobs teve a habilidade de não só mudar o curso da humanidade, populari-
zando o computador, como também foi um gênio no marketing para identificar as dores,
necessidades e desejos dos consumidores, ele tinha clareza do seu mercado-alvo e do
posicionamento que a Apple deveria aproveitar no mercado
150
UNICESUMAR
FATORES INTERNOS
FATORES EXTERNOS E PROCESSAMENTO RESPOSTAS
(a mente do consumidor)
Fatores Fatores
Ambientais Internos Atitudes
• Econômico • Motivação,
• Legal necessidade • Cognitiva (crenças)
Entrada e desejos
• Social (estímulos • Atitudes Saídas • Afetiva (sentimentos)
• Demográfico externos) • Valores pessoais • Conativa (intenções)
• Situacional • Estilo de vida
Descrição da Imagem: a ilustração representa um modelo que perpassa por três grupos, sendo: o estímu-
lo, o processamento e a resposta. À esquerda, há uma relação de três caixas, começando pelo topo, temos
os fatores externos, este está conectado com os fatores ambientais (econômico, legal, social, demográfico
e situacional) e mais abaixo, conectado com as informações sobre o mix de marketing (produto, preço,
praça e promoção); logo, à direita, há uma seta que ilustra todos os fatores externos como entradas ou
estímulos externos; conectando a mais três caixas, ao centro da imagem, no topo temos: os fatores in-
ternos e processamento, representando a mente do consumidor, conectado logo abaixo com os fatores
internos (motivação, necessidade, desejos, atitudes, valores pessoais e estilo de vida), que por sua vez se
conecta com uma caixa que representa o processamento (percepção, aprendizado e conhecimento); logo,
há uma seta que ilustra as respostas; conectando logo ao lado direito, com mais três caixas à direita da
imagem, no topo temos: as respostas, logo abaixo uma caixa das atitudes (cognitiva, afetiva e conativa),
conectando-se com uma caixa de comportamentos (experimentação e recompra).
151
UNIDADE 4
152
UNICESUMAR
3. Avaliação de Alternativas
Influência de
Fatores Sociais 4. Decisão de Compra
(Cultura, Classe Social,
Amigos, Família,
Influenciadores)
Influência de 5. Consumo e Avaliação
Fatores Ambientais Pós-Consumo
(Econômica, Legal,
Social, Demográfico,
Situacional)
6. Descarte do Produto
Descrição da Imagem: a imagem ilustra um fluxograma com as etapas da jornada de compra na perspec-
tiva do consumidor, em visão geral, há quatro caixas que são interligadas, sem um sentido único de rela-
ção, sendo posicionadas ao lado esquerdo, correspondendo aos fatores externos do marketing (Produto,
Preço, Praça e Promoção) e aos fatores ambientais (Econômica, Legal, Social, Demográfico, Situacional), e
do lado direito temos as influências relativos aos fatores internos (hedônicos e sociais); todos os quatro
grupos de fatores são conectados com as seis etapas do processo decisório, conexão sem um sentido
único de relação, ilustrado ao lado direito de forma sequencial, de cima para baixo, temos a primeira etapa:
reconhecimento de problema ou necessidade, o segundo é a busca de informações, depois avaliação de
alternativas, a quarta etapa é de decisão de compra, a quinta é o consumo e avaliação pós-consumo, já
a última etapa na extremidade inferior temos o descarte do produto.
153
UNIDADE 4
“
A cultura pode ser entendida como um complexo de valores e com-
portamentos aprendidos que são compartilhados por uma sociedade
e destinam-se a aumentar sua probabilidade de sobrevivência. Essa
definição de cultura enfatiza os valores básicos, ou seja, aqueles que
são difundidos e duradouros (CHURCHILL; PETER, 2014, p. 158).
154
UNICESUMAR
PENSANDO JUNTOS
A Jornada de Compra é todo caminho que o potencial cliente percorre antes de se tornar
um. São etapas pelas quais todos os compradores passam, na maioria das vezes sem nem
mesmo saber que estão passando por elas. Em suma, independente da complexidade do
seu mercado, todos os seus clientes poderão ser agrupados em três estágios: awareness
(conhecimento), consideration (consideração) e decision (decisão). A pergunta que fica é:
como articular as etapas dessa jornada, de modo que acompanhe cada cliente em espe-
cífico, no tempo dele?
155
UNIDADE 4
Kotler e Keller (2013, p.190) destacam que “os consumidores são tomadores de
decisão construtivos e estão sujeitos a muitas influências contextuais”. Ou seja, é
comum, caro(a) aluno(a), que um amigo, um familiar ou colega de trabalho possa
influenciar sua decisão de compra; assim como, dependendo dos fatores externos
(ambientais ou situacionais), você escolha pela opção mais segura, nem sempre a
mais econômica. Em resumo, em cada etapa do processo decisório, há muito que
pode ser realizado pela empresa, em cada produto e respectivo mercado, para
firmar transações e manter relacionamentos com os clientes atuais e potenciais.
Espero que tenha ficado evidente, caro(a) aluno(a), que não basta lançar um
novo produto ou serviço, sem que antes, seja estudado, discutido e definido um
mercado-alvo para o consumo, afinal, o objetivo final do marketing é produzir
riqueza a partir do consumo. Como executivos(as) de marketing, é nossa respon-
sabilidade observar e entender os comportamentos de consumo e, a partir desse
entendimento, propor ações práticas para posicionar o portfólio da empresa no
mercado, buscando um espaço de distinção único na mente dos consumidores.
Claro, uma tarefa que não é trivial e, tão pouco, absoluta como uma ciência exata.
156
UNICESUMAR
Espero que você tenha curtido nossa jornada de estudo e trabalho, caro(a)
aluno(a); espero, ainda, que você tenha condições de aplicar, com eficiência
e efetividade, todos conteúdos discutidos até aqui, vamos começar a agir. A
partir do entendimento da importância da segmentação e posicionamento,
é notório o quanto as marcas participam do nosso dia a dia, nas rotinas mais
triviais e até os momentos mais especiais de nossas vidas. Portanto, é vital para
seu sucesso, como gestor(a) de Marketing, compreender como seu produto
“participa e contribui” com os desejos e necessidades do seu mercado-alvo, só
assim será possível, de fato, você ter condições de posicionar-se com destaque
e distanciar-se das pressões de competição no mercado.
Afinal de contas, você aprendeu que somos limitados em nossa capacidade
de pensamento decisório e, como executivo(a) de marketing, é sua missão ajudar
seu cliente a decidir por sua marca em tempo recorde. Lembre-se que, além de
sua oferta, existem milhares de alternativas no mercado, e já que existem essas
opções, é necessário que exista uma forma de diferenciação; caso contrário, seu
produto estará lutando contra uma enxurrada de ofertas iguais, e o que é igual
não chama atenção, não se destaca.
157
1. Para Churchill e Peter (2014), ao escolher a base para a segmentação, o profissional
de marketing deve apoiar sua decisão no seu conhecimento do mercado, tendências
ou mesmo nas pesquisas de marketing. Sabendo que existem vários modelos para
decidir pela segmentação de mercado, avalie as alternativas, a seguir, e assinale
aquela que corresponde à segmentação psicográfica.
158
3. Leia atentamente o excerto a seguir: “depois de considerar as opções possíveis, os
consumidores podem fazer uma compra; durante a efetivação da compra, incluirá
decidir como fazê-la, o que, onde, quando comprar e como pagar”. Avalie as alter-
nativas seguintes e assinale a alternativa correspondente ao excerto apresentado.
159
5
Marketing
Estratégico:
Ações, Métricas
e Indicadores de
Desempenho
Me. Thiago Henrique Martinez Blanco
162
UNICESUMAR
Agora, imagine que você é gestor(a) de marketing de uma grande rede de varejo
no Brasil, e utilizando as tecnologias disponíveis no mercado e em sua empresa,
sua missão é lançar o e-commerce da marca. Para tanto, precisará rever e planejar
toda a jornada de compra dos seus clientes, avaliar a integração dos canais de
interação, compra, distribuição e suporte. Como você planejaria tudo isso? Utilize
o diário de bordo e descreva os passos que você seguiria.
Coloque-se no lugar desse gestor(a), reflita sobre o processo de decisão
durante essa jornada de transformação digital e lembre-se de que você possui
um orçamento finito diante das infinitas possibilidades de investimentos, tec-
nologias e abordagens de marketing e comunicação para decidir. Certamente,
essa não é uma jornada trivial e, como veremos, a seguir, o marketing está
passando por uma profunda transformação no modo como interage com os
clientes e potenciais compradores.
DIÁRIO DE BORDO
163
UNIDADE 5
Embora, caro(a) aluno(a), esse livro não seja para tratarmos dos princípios de
gestão estratégica, eu seria no mínimo leviano, se não apresentasse a você, ao
menos, uma base, para que seja possível compreender o encaixe do marketing
no composto estratégico da empresa. Antes de tudo, eu lhe peço bom senso.
Sim, pois é comum vermos empresas que se prendem ao planejamento e não
executam o plano na realidade; ou, mesmo que o cenário tenha mudado, não
altera as premissas do plano e segue cegamente o plano original; temos, ainda,
empresas que se quer planejam e executam qualquer ação sem nem avaliar os
prós e contras. Portanto, não seja nenhum dos extremos, tenha bom senso em
todos os planos que você se envolver. Para os autores Churchill e Peter (2014,
p. 87), o planejamento diminui as chances de cometer erros dispendiosos, já
que “um plano de marketing cuidadosamente estudado tem maiores proba-
bilidades de alcançar os resultados desejados”.
“
Num mundo que muda tão rápido, os profissionais de marketing
precisam pensar ininterruptamente no futuro se quiserem con-
tinuar criando valor para os seus clientes. Para que possam estar
prontos para agir quando as mudanças criarem problemas e opor-
tunidades, eles devem decidir quais estratégias deverão ser adotadas
caso determinado fato ocorra. Em outras palavras, os profissionais
de marketing precisam planejar, precisam definir metas e determi-
nar como alcançá-las (CHURCHILL; PETER, 2014, p. 87).
164
UNICESUMAR
Descrição da Imagem: figura em formato quadrilátero; no topo, tem a definição do nível estratégico
com o texto “Atividades que levam ao desenvolvimento de uma missão organizacional clara, bem como
de objetivos e de estratégias que possibilitem o alcance desses objetivos”; abaixo, no nível intermediário,
a definição de tático, com o texto “Criação de objetivos e estratégias destinados a alcançar metas de
departamentos ao longo de um intervalo de tempo médio”; por fim, na base da pirâmide a definição de
operacional e o texto “Criação de objetivos e estratégias para unidades operacionais individuais ao longo
de um curto intervalo de tempo”.
165
UNIDADE 5
Informação Implementação
O ambiente
166
UNICESUMAR
“
Desenvolver a estratégia certa de marketing ao longo do tempo requer
uma combinação de disciplina e flexibilidade. As empresas devem se
ater a uma estratégia sem deixar, porém, de aprimorá-la constantemen-
te. Devem, também, desenvolver estratégias para uma gama de pro-
dutos e serviços dentro da empresa (KOTLER; KELLER, 2013, p. 35).
“
A missão de uma organização é seu propósito, sua razão de ser.
Quando a administração sentir a necessidade de um senso de dire-
ção e estiver pronta para beneficiar-se do planejamento estratégi-
co, ela precisará refletir sobre o propósito da organização (CHUR-
CHILL; PETER, 2014, p. 88).
PENSANDO JUNTOS
Pense comigo, caro(a) aluno(a), e responda com base na sua empresa: por que ela existe?
Qual é o seu propósito? Qual deveria ser sua visão de futuro? Por que os colaboradores
escolhem trabalhar nela? Se ela não existisse, que falta faria no mercado e para os clientes?
167
UNIDADE 5
“
O plano de marketing é o instrumento central para direcionar e
coordenar o esforço de marketing. Ele funciona em dois níveis: es-
tratégico e tático. O plano de marketing estratégico estabelece os
mercados-alvo e a proposta de valor a ser oferecida com base em
uma análise das melhores oportunidades de mercado. O plano de
marketing tático especifica as táticas de marketing, incluindo carac-
terísticas do produto, promoção, merchandising, determinação de
preço, canais de vendas e serviços (KOTLER; KELLER, 2013, p. 39).
168
UNICESUMAR
“
O potencial da empresa para servir os clientes e enfrentar a concor-
rência com vantagem, alcançando resultados superiores, é função da
quantidade e qualidade dos ativos, das capacidades e competências
essenciais. São necessárias adequação externa e compatibilidade
interna entre eles. Os ativos são os meios de que a empresa dispõe e
precisa como entradas para a execução de seus diversos processos.
Há ativos tangíveis, que podem ser vistos e quantificáveis; e os intan-
gíveis, que incluem propriedades intelectuais (marcas e patentes),
reputação e reconhecimento da marca e da empresa no mercado
(URDAN; URDAN, 2010, p. 58).
169
UNIDADE 5
Intermediários Concorrentes
de marketing
Pl
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Fornecedores Público
170
UNICESUMAR
171
UNIDADE 5
ALTA BAIXA
ALTO
Crescimento de mercado
Descrição da Imagem: matriz com quatro partes, o eixo horizontal refere-se à participação relativa de mer-
cado, da esquerda para direita é alto e baixo, e o eixo vertical refere-se ao crescimento de mercado de cima
para baixo é alto e baixo; o quadrante superior esquerdo é o ponto alto-alto, são os produtos categorizados
como estrela que geram boa rentalidade, mas exigem investimentos altos; no quadrante superior direito,
é o ponto baixo-alto, são os produtos interrogação que estão em fase de aprendizagem mercadológica; no
quadrante inferior esquerdo, é o ponto alto-baixo, são os produtos vaca leiteira, que possuem desempenho
e lucratividade estáveis sem grandes investimentos; por fim, no quadrante inferior direito, é o ponto bai-
xo-baixo, são os produtos abacaxis, que por objetivo devem ser liquidados ou reduzidos os investimentos
ou, ainda, tentar reposicionar o produto.
172
UNICESUMAR
173
UNIDADE 5
Descrição da Imagem: a imagem ilustra uma matriz três por três, somando nove campos, com duas escalas;
na horizontal, temos a força comercial, da esquerda para a direita é forte, média e fraca; na escala vertical
temos a atividade do setor, de cima para baixo é alta, média e baixa. Há três combinações possíveis na matriz,
sendo forte-alta, forte-média e média-alta para aumentar a participação no setor; o segundo resultado possí-
vel é fraca-alta, média-média e forte-baixa para manter a participação no setor e, por fim, o último resultado
possível é fraca-média, fraca-baixa e média-baixa para colher ou abandonar o setor de respectiva atuação.
Para Urdan e Urdan (2010, p. 70), a Matriz GE proporciona uma “clara visua-
lização da posição relativa de diversas unidades de negócios, no presente e no
futuro, alicerce para eventuais reorientações estratégicas”. É um instrumento útil
para rever um portfólio de unidades e examinar opções para melhorar sua ren-
tabilidade mediante adequação da abordagem para negócio.
As empresas cujos objetivos incluem crescimento das vendas e lucros podem
usar uma das estratégias da Matriz Ansoff ilustradas na Figura 6. Segundo Chur-
chill e Peter (2014), essa matriz produto/mercado mostra que a empresa pode
crescer, vendendo para novos clientes, vendendo mais para seus clientes atuais,
vendendo novos produtos ou vendendo mais de seus produtos atuais.
174
UNICESUMAR
Descrição da Imagem: a figura ilustra uma matriz dois por dois, somando quatro posições possíveis, com
duas escalas; na horizontal da esquerda para a direita, temos os produtos existentes e produtos novos;
na escala vertical de cima para baixo, temos os mercados existentes e mercados novos; no quadrante
superior esquerdo, temos a combinação de produtos existentes com mercados existentes, resultando na
estratégia de penetração de mercado; no quadrante superior direito, temos a combinação de produtos
novos e mercados existentes, resultando na estratégia de desenvolvimento de produtos; no quadrante
inferior esquerdo, temos a combinação de produtos existentes e mercados novos, resultando na estratégia
de desenvolvimento de mercado; no quadrante inferior direito temos a combinação de produtos novos e
mercados novos, resultando na estratégia de diversificação.
Como podemos observar na Matriz Ansoff, temos quatro estratégias possíveis, sendo:
175
UNIDADE 5
“
Buscar a satisfação dos consumidores é um conceito muito amplo.
Os grupos apresentam diferentes necessidades e desejos. Mesmo
em determinado grupo as pessoas têm valores diferentes, ou seja,
os consumidores de um segmento ou nicho podem valorizar as-
pectos diferentes de um produto. [...]. Portanto, como se percebe, o
marketing voltado para o valor é uma proposta de comercialização
a partir da filosofia do conceito de marketing com orientação ao
consumidor, e se baseia no princípio de criar um valor superior
aos clientes, de modo a otimizar a relação valor total e custo total
ao consumidor (LAS CASAS, 2013, p. 21).
Para criar valor, as empresas necessitam buscar interatividade com os clientes para
obter um conhecimento adequado a fim de elaborar as suas ofertas comerciais.
Segundo Las Casas (2013, p. 22), “na entrega de valor há necessidade também de
haver interatividade com os clientes para que sejam feitas as devidas adaptações
e aperfeiçoamentos”. Dessa forma, o processo completo apresenta-se interativo
e aumentam as chances de atender os requisitos de valores na visão dos clientes.
176
UNICESUMAR
177
UNIDADE 5
Para Churchill e Peter (2014, p. 15), o marketing voltado para o valor é baseado
em uma visão simples do “motivo que leva clientes a comprar produtos e servi-
ços”. E para que a ação de compra ocorra, a todo momento, o cálculo de valor
está sendo atualizado na cabeça dos clientes, uma vez que a equação de valor
para o cliente é resultado da soma dos benefícios, subtraído os custos percebidos.
Churchill e Peter (2014) afirmam que há quatro tipos comuns de benefícios que
os clientes podem receber da compra e do uso de produtos e serviços e quatro
tipos de custos que reduzem o valor para o cliente, como descrito no Quadro 1.
Vale destacar, caro(a) aluno(a), que esse processo não é linear e tão pouco matemático;
como destacado por Churchill e Peter (2014), os clientes variam em suas percepções
de valor, e diferentes clientes podem avaliar o mesmo produto de maneiras diferentes.
178
UNICESUMAR
“
O marketing voltado para o valor não vê os clientes como máquinas
que calculam precisamente a soma de todos os benefícios e subtraem
desse número a soma de todos os custos de uma transação. A equa-
ção de valor é simplesmente uma representação útil da ideia de que
benefícios têm efeitos positivos e custos têm efeitos negativos sobre
o valor. O marketing voltado para o valor sugere que os clientes mui-
tas vezes consideram vários benefícios e custos ao tomar decisões de
compra, provavelmente de uma maneira pouco estruturada. Em al-
gumas situações, como as compras importantes ou as organizacionais,
os clientes podem avaliar atentamente uma série de benefícios e custos
em suas decisões (CHURCHILL; PETER, 2014, p. 15).
Kotler e Keller (2013, p. 129) são categóricos em afirmar que “as empresas têm
enfrentado uma concorrência jamais vista”. E para conseguir se destacar no mer-
cado, os profissionais de marketing devem se conectar com os clientes.
“
O único valor que sua empresa sempre criará é o valor que vem
dos clientes — os que você já tem e os que terá no futuro. O sucesso
das empresas está em obter, manter e expandir a clientela. Os clien-
tes são a única razão para construir fábricas, contratar funcioná-
rios, agendar reuniões, instalar cabos de fibra óptica ou se engajar
em qualquer atividade empresarial. Sem clientes, não há negócio
(KOTLER; KELLER, 2013, p. 129).
Para Kotler e Keller (2013), as empresas que são centradas nos clientes conseguem
desenvolver relacionamentos, e não apenas produtos. Tais empresas acreditam
que o cliente é o único e verdadeiro “centro de lucro” da empresa; por isso, con-
sideram obsoleto o organograma tradicional, conforme ilustrado na Figura 7.
179
UNIDADE 5
CLIENTES
Alta
gerência
S
E
L
T
I
Pessoal da linha de frente Média gerência
N
N
E
T
I
Alta
L
E
gerência
C
S
CLIENTES
Descrição da Imagem: a figura ilustra duas pirâmides; à esquerda, um organograma tradicional, formado
por uma pirâmide com quatro fases, referenciando na base os “clientes”, acima está o “pessoal da linha de
frente”; na sequência, a “média gerência” e, por fim, a “alta gerência”; na direita, temos a ilustração de um
organograma de empresa moderna orientada ao cliente; aqui, a pirâmide é invertida, ou seja, a parte maior
está no topo, partindo dos “clientes”, abaixo o “pessoal da linha de frente”; na sequência, a “média gerência”
e, por fim, a “alta gerência” na base da pirâmide; nas duas laterais da pirâmide da direita, temos os clientes,
englobando todos os níveis da pirâmide, representando a proximidade da empresa moderna com os clientes.
Para Kotler e Keller (2013), as empresas que dominam bem o marketing cen-
trado no cliente invertem o organograma, colocando no topo os clientes; toda
a estrutura da organização — como o pessoal da linha de frente, a média e alta
gerência — vem na sequência, ao olhar para o cliente, de forma que a empresa
funcione direcionada para o cliente, e não o contrário.
“
Com a ascensão das tecnologias digitais como a Internet, os con-
sumidores de hoje em dia, cada vez mais informados, esperam que
as empresas façam mais do que se conectar com eles, mais do que
satisfazê-los e até mais do que encantá-los. Eles esperam que as em-
presas os ouçam e os atendam (KOTLER; KELLER, 2013, p. 130).
180
UNICESUMAR
“
Negócios que se declaram centrados no cliente precisam centra-
lizar seu planejamento de estratégias na experiência e no sucesso
do cliente. A atuação deve ter como enfoque trazer satisfação ao
cliente sua consequente fidelização, gerando a eles a melhor expe-
riência possível. Nas empresas centradas no cliente, tudo é realiza-
do pensando nas características, expectativas e necessidades dos
consumidores para ofertar as melhores soluções, ou seja, aquelas
que melhor se encaixam ao que eles esperam e precisam da marca
(LIPINSKI, 2021, on-line).
Para Meir (2018, p. 5), “os vínculos com os consumidores são criados a partir da
percepção de que a empresa realmente coloca o cliente como foco principal”.
“
O consumidor mudou e o mercado precisa entender e enfrentar
isso. Ao mesmo tempo em que a ascensão tecnológica possibilita
a criação dos mais variados modelos de negócio e impulsiona a
performance das organizações, é a personagem principal da histó-
ria de empoderamento dos indivíduos. Isso porque as estratégias
181
UNIDADE 5
“
Hoje o cliente está no controle. Empresas que só oferecem uma
venda estão perdendo espaço para aquelas que pensam em toda a
experiência de compra. Pensar nisso é entender como esse cliente
quer comprar, por onde, em que momento, se ele precisa de um con-
sultor ou não. Oferecer uma experiência de compra personalizada
é o objetivo (LOPES, 2021, on-line).
Quero que você se lembre, caro(a) aluno(a), dos seis princípios do marketing de
valor apresentado por Churchill e Peter (2014) e observe que, a luz desses princí-
pios, a inversão da pirâmide (Figura 7) e a disciplina de Customer Centric fazem,
ainda, mais sentido para gerar valor e construir relacionamento com o cliente.
Meir (2018) apresenta seis pilares fundamentais para que a empresa tenha uma
relação de excelência com os consumidores, vejamos:
182
UNICESUMAR
“
Ajudar o consumidor a comprar significa fazê-lo se sentir seguro
para gastar o seu suado dinheiro no produto que você vende. Vou
dizer isso várias vezes: consumidor informado é consumidor se-
guro. Vender é ajudar o consumidor a comprar. Lembre-se disso.
A velha economia funcionava de uma maneira completamente
diferente porque não havia ferramentas fazer o contrário, hoje a
ferramenta se chama internet e, a partir do momento que o pri-
meiro concorrente utilizá-la corretamente, você estará lençóis com
uma imagem de empresa da velha economia frente em maus a um
concorrente de vanguarda (ADOLPHO, 2011, p. 219).
Para Adolpho (2011), vender cada vez mais se torna uma consequência dos re-
lacionamentos que sua empresa criou ao longo do tempo, e a palavra “relaciona-
mento” nos remete diretamente à palavra “pessoas”, que tem relação direta com
“redes sociais”; portanto, entender de relacionamentos significa entender de redes
sociais (de pessoas). Segundo Longo (2014, p. 31), “estamos num ponto de infle-
xão para uma nova era de total revolução em tudo o que fazemos”, contudo, ainda,
presos em paradigmas e certezas que nos seguram no passado.
“
Antes, ser grande implicava em segurança e poder. Na era pós-digi-
tal isso mudou ou até se inverteu. [...] Na verdade, a era pós-digital
trouxe a inversão dessa premissa: a capacidade das empresas de
adaptar processos para os novos tempos é tão maior quanto menor
for sua estrutura. [...] A explicação para isso tem a ver com o fato de
que, em uma empresa pequena, quem decide está mais próximo dos
clientes e da área de pesquisa e desenvolvimento. Há menos níveis
hierárquicos, e o núcleo da empresa está mais próximo das suas
bordas. Conforme a empresa vai se expandindo e inchando, o centro
decisório vai se afastando dos clientes (LONGO, 2014, p. 86-88).
183
UNIDADE 5
“
Dados não significam informações, que, por sua vez, não denotam
conhecimento. [...]. A informação é derivada de uma conversão
dos dados em algo passível de ser lido por um humano. Quando
alguém tem acesso a essas informações e as compreende, torna-se
um conhecimento, aí surge o conceito de business intelligence (BI),
que, em tradução livre, significa “inteligência de negócios”. Portanto,
dados que são simplesmente coletados e armazenados não auxiliam
na tomada de decisão. É preciso que um profissional analise as infor-
mações e as transforme em conhecimento, a fim de que esse conhe-
cimento se torne um resultado (AVIS, 2021, p. 39, grifos da autora).
184
UNICESUMAR
“
O marketing orientado a dados é centrado no cliente porque é basea-
do em dados do cliente, o que também inclui o engajamento digital,
envolvimento, comportamentos e atitudes de compromisso do clien-
te. Os canais digitais permitem que as empresas coletem uma grande
quantidade de dados sobre as interações do cliente com a empresa,
seus agentes e produtos, bem como interações entre clientes e outros
clientes potenciais ou clientes (MICHEAUX; BOSIO, 2019, p. 129).
Jeffery (2010), por sua vez, autor do livro Data-driven marketing: the 15 metrics
everyone in marketing should know, ressalta a importância dos dados para a
vantagem competitiva sustentável da empresa.
“
A vantagem competitiva sustentável é criada pela coordenação de
atividades que não são facilmente duplicadas pela concorrência, e
há uma divisão na estratégia de marketing entre os líderes e os retar-
datários. Argumento, no entanto, que os líderes seguem um padrão
semelhante e possuem um pequeno conjunto de capacidades que
lhes proporcionam ganhos substanciais de desempenho superior
em marketing. Portanto, compreender e implementar esses recursos
pode dar à sua organização uma vantagem semelhante; o truque é
se concentrar nas coisas certas (JEFFERY, 2010, p. 22).
185
UNIDADE 5
186
UNICESUMAR
187
UNIDADE 5
EXPLORANDO IDEIAS
188
UNICESUMAR
“
Os profissionais de marketing e os empresários muitas vezes têm
dificuldade para encontrar soluções para problemas éticos, prin-
cipalmente porque os padrões éticos variam de acordo com cada
pessoa e cada cultura. Assim, a operação num mercado global torna
as questões éticas ainda mais complicadas. Além disso, os cursos de
ação disponíveis muitas vezes contêm atividades que podem preju-
dicar alguns stakeholders e ajudar outros. Mesmo quando as pessoas
concordam sobre qual é o curso de ação mais ético, essa alternativa
pode ter um custo excessivo, ou para um funcionário que esteja
tentando se manter no emprego — situações onde, claramente, há
conflitos de interesses (CHURCHILL; PETER, 2014, p. 42).
Para Yanaze (2011, p. 550), “os padrões éticos são conjuntos de valores que variam
de acordo com a época e a região em que as relações sociais acontecem”. Em outras
palavras, um comportamento que, nos anos 1950, poderia ser eticamente aceitável,
hoje pode não ser mais. Churchill e Peter (2014) destacam que, ao obedecer a lei, os
189
UNIDADE 5
profissionais de marketing buscam evitar ações legais, mas isso não é suficiente para
escapar de ações antiéticas, promovidas por suas empresas, por exemplo, ao favorecer
vendas rápidas em detrimento de relacionamentos de longo prazo, esses profissionais
estariam trocando um lucro momentâneo em prejuízos incalculáveis no futuro.
Nesse contexto de leis e normas, Yanaze (2011, p. 552) destaca um grande
marco no Brasil, na década de 90, com o “lançamento de um grande influenciador
da relação das empresas com os consumidores: o Código de Proteção e Defesa
do Consumidor”, por meio da Lei nº 8.078, promulgada no dia 11 de setembro de
1990”. Já sabemos, portanto, que o campo da ética de negócios é, particularmente,
intrigante. Por um lado, os negócios precisam gerar lucros para sobreviver; por
outro lado, os lucros dos negócios não devem ser obtidos por quaisquer meios.
Segundo Churchill e Peter (2014, p. 43), as questões éticas surgem ao longo de
todo o processo de marketing, da pesquisa ao controle das estratégias.
“
Em relação à pesquisa de marketing, é particularmente necessário
que as organizações evitem situações enganosas. Táticas antiéticas
incluem disfarçar tentativas de venda como pesquisas e não proteger
a privacidade das pessoas que participam de um estudo. Questões
éticas também podem surgir em relação a todos os elementos do
composto de marketing: o produto em si, seu preço, sua distribuição
e sua promoção (CHURCHILL; PETER, 2014, p. 43).
Para Kotler e Keller (2013, p. 685), uma gestão responsável vai além da ética,
assumindo um papel estratégico e ativo, uma posição de responsabilidade social
corporativa: “o modo como as empresas devem tratar seus clientes, funcionários,
concorrentes, a comunidade e o meio ambiente”.
“
Um benefício adicional de ser considerado socialmente responsável
é a capacidade de atrair funcionários, especialmente os mais jovens
que preferem trabalhar para empresas que admirem. Para elevar o
nível do marketing socialmente responsável, é preciso atacar em três
frentes, comportando-se de maneira apropriada nos âmbitos jurídico,
ético e da responsabilidade social (KOTLER; KELLER, 2013, p. 686).
190
UNICESUMAR
Para Yanaze (2011), a ética no marketing, então, é influenciada pela ética em-
presarial, ou seja, pelo conjunto de princípios e padrões de comportamento
no mundo dos negócios, na relação entre os indivíduos dentro da empresa, na
relação com os concorrentes, com os públicos consumidores e influenciadores,
além dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Churchill e Peter (2014)
destacam que a propaganda, a publicidade, a promoção de vendas e venda pes-
soal devem ser observadas com rigor para não ferir os pressupostos de ética e
gestão responsável para com os clientes e mercado.
Uma vez que a propaganda pode influenciar os clientes, os profissionais de
marketing têm responsabilidades legais e éticas por seu uso adequado. Churchill
e Peter (2014, p. 497) destacam que “a jurisdição brasileira abrange a vigilância
contra propaganda antiética, discriminatória, parcial ou enganosa, além do con-
trole de propaganda dirigida às crianças”. Para Churchill e Peter (2014, p. 507), os
profissionais de marketing devem recorrer à publicidade positiva e responder
com sinceridade à publicidade negativa. Assim, tal como na propaganda, os pres-
s-releases e os porta-vozes nas entrevistas coletivas não devem declarar nada que
seja enganoso, parcial ou prejudicial ao público consumidor.
Com relação à promoção de vendas, além de garantir que sorteios e con-
cursos sejam honestos e legítimos, há a questão ética. Em se tratando da venda
pessoal, Churchill e Peter (2014, p. 538) preocupam-se com as interações e rela-
ções entre as pessoas envolvidas, “não é de admirar que essa área do marketing
suscite muitas questões éticas e legais; não obstante a tentação exercida pelas
recompensas imediatas de táticas antiéticas nas vendas”. Na mesma linha de
Kotler e Keller (2013), caro(a) aluno(a), para Yanaze (2011) ter uma postura ética
não é apenas uma obrigação moral, mas sim uma estratégia de gestão responsável
com benefícios de longo prazo para a empresa.
Para Yanaze (2011, p. 552), ser uma empresa com responsabilidade e ética é
um atributo de posicionamento e diferencial competitivo, já que hoje, em grande
parte dos segmentos de mercado desenvolvidos, “existe uma percepção clara de
que a preocupação com a ética concorrencial e na relação com os consumidores
é algo que dá credibilidade às marcas”. Essa credibilidade, caro(a) aluno(a), resulta
em conquista de participação de mercado e, mais importante, na captura de valor
191
UNIDADE 5
para as marcas. Por isso, todo o planejamento estratégico deve ter, entre as suas
preocupações, o objetivo de desenvolver com ética todos os processos presentes
no seu mix de marketing (produto, preço, distribuição e comunicação).
Atualmente, em grande parte dos mercados, os consumidores se sentem bem
quando compram um bem ou solicitam um serviço que tem, reconhecidamente,
compromisso com os preceitos éticos. Como veremos no próximo tópico sobre
as novas realidades do marketing, esse olhar holístico para o consumidor é
preponderante para a sustentação da marca no mercado.
Lançar um olhar para o futuro do marketing, caro(a) aluno(a), é uma tarefa desa-
fiadora e ,ao mesmo tempo, divertida e empolgante. Jamais tivemos tantos recursos
para fazer o nosso trabalho como gestores (as) de marketing, seja na análise de com-
portamento do consumidor, no dimensionamento do mercado, seja na mensuração
dos dados de resultado das campanhas mercadológicas. Jamais tivemos tantos meios
de controle e mensuração, até em tempo real, das campanhas mercadológicas.
Assim como eu, você também irá reparar, que a tecnologia é indissociável das
tendências do marketing, como declararam no livro Marketing 5.0 os autores
Kotler, Kartajaya e Setiawan (2021, p. 25): “é hora das empresas liberarem todo
o poder das tecnologias avançadas em suas estratégias, táticas e operações de
marketing para criar uma sociedade sustentável”. Para Longo (2014), o que se
reconhece como verdade, nesse novo período do mundo, é que agora o digital é
fundamental e não apenas experimental.
“
Quando afirmamos que o mundo agora não é mais on ou off, e sim
onoff, é exatamente isso que queremos dizer: a conjunção simbiótica do
digital com o experiencial, do online com o onlife, num só sistema de
inter-relações biunívocas, ou seja, o equilíbrio perfeito entre high-tech
e o high-touch envolvendo cada um de nós (LONGO, 2014, p. 29).
Giacometti (2020) ressalta que o marketing digital não existe para substituir o
tradicional, mas para ser outro ponto de interação entre a empresa e seu públi-
co-alvo, conforme descrito no Quadro 2:
192
UNICESUMAR
“
O Marketing 5.0 se materializa em três grandes desafios: diferença
de gerações, polarização da prosperidade e divisão digital. É a pri-
meira vez na história que cinco gerações com atitudes, preferências
e comportamentos contrastantes estão vivendo juntas: os Baby Boo-
mers (nascidos entre 1946 e 1964); a Geração X (nascidos entre 1965
e 1980); a Geração Y ou Millennials (nascidos entre 1981 e 1996); a
Geração Z (nascidos entre 1997 e 2009) e a Geração Alpha (nascidos
a partir de 2010) (KOTLER; KARTAJAYA; SETIAWAN, 2021, p. 26).
193
UNIDADE 5
Essa mistura entre gerações já era observada por Adolpho (2011, p.178): “per-
ceberemos as oportunidades que estão latentes em cada uma dessas gerações,
já que todas essas gerações se misturam e se influenciam umas sobre as outras”.
Longo (2014) afirma que nunca o mundo mudou tanto quanto agora, alterando o
cenário competitivo, as relações pessoais, o ambiente tecnológico e os paradigmas
de gestão, tudo em alta velocidade e com características exponenciais.
“
Isso nos ensina que durante períodos revolucionários fica mais
difícil perceber que fazemos parte deles. É como se estivéssemos
no epicentro de um furacão onde tudo está calmo e silencioso e,
por isso, não é possível perceber toda a devastação que ocorre ao
redor. Na era digital, em apenas uma década, segmentos inteiros de
atividade desapareceram, enquanto outros surgiram e dominaram
o mercado (LONGO, 2014, p. 36).
Adolpho (2011, p.173) já havia percebido que o consumidor não tem tempo para
nada, dada a quantidade de novas tarefas e interesses que se impuseram ao longo
de seu dia, nas mesmas 24 horas de que ele sempre dispôs, “o consumidor vive
uma crise de tempo, vivendo um mundo em rede, cercado de pessoas e intera-
gindo com elas, ao mesmo tempo em que passa mais tempo sozinho”.
“
O consumidor não confia mais tão facilmente nas marcas que lhe
são apresentadas pela propaganda e prefere a opinião isenta de seus
amigos, o consumidor vive uma crise de credibilidade. A compra
ainda é prioritariamente emocional, porém está muito mais racional
do que antes. [...] O mercado está mais simétrico, a assimetria de
informação está diminuindo. [...] Agora, ele pesquisa antes de sair
de casa, mesmo que não compre pela internet. Ele pesquisa sobre a
empresa antes de contratá-la para um serviço. Diante desse cenário,
pode ter certeza: se o consumidor chegou até você, metade da venda
já está feita (ADOLPHO, 2011, p. 174).
194
UNICESUMAR
“
O mercado é heterogêneo e cada cliente é único, por isso que o
marketing sempre começa com segmentação e direcionamento.
com base na compreensão do mercado, as empresas podem pro-
jetar estratégias e táticas para enfrentar o mercado. Quanto mais
micro a segmentação, mais a abordagem de marketing irá ressoar,
contudo, mais difícil será a execução. Um grande marketing geral-
mente vem de grandes insights de mercado. Nas últimas décadas, os
profissionais de marketing aperfeiçoaram a maneira como realizam
pesquisas de mercado para descobrir informações que seus con-
correntes não possuem. Uma combinação de pesquisa qualitativa
e pesquisa quantitativa torna-se a norma para todo profissional de
marketing antes de iniciar qualquer ciclo de planejamento de mar-
keting (KOTLER; KARTAJAYA; SETIAWAN, 2021, p. 138).
Kotler, Kartajaya e Setiawan (2021) reforçam que a tecnologia digital pode revo-
lucionar a forma como os profissionais de marketing exercem suas atividades:
195
UNIDADE 5
“
eWOM refere-se a qualquer afirmação baseada em experiências
positivas, neutras ou negativas feitas por potenciais, atuais ou pos-
síveis consumidores sobre um produto, serviço, marca ou organi-
zação, que são disponibilizadas a múltiplas pessoas e instituições
através da Internet — através de websites, redes sociais, mensagens
instantâneas, feed de notícias etc. (BEZERRA; SILVA, 2021, p. 170).
196
UNICESUMAR
“
Ainda que haja uma tendência de pensar que o consumidor sempre
quer o nível mais alto de integração de canais, cabe destacar que de-
pende de fatores como setor, tipo de produto, quantidade de canais e
as características específicas do mercado-alvo. [...]. Já sabemos que os
consumidores de multicanais podem ser classificados em quatro categorias,
portanto se focarmos na categoria dos experientes, podemos observar que
esse é um grupo de consumidores que tende a utilizar sempre o mesmo
canal, não havendo a necessidade de uma integração tão complexa. [...] Veja,
não estamos dizendo que o omnichannel “não faz diferença” na satisfa-
ção do consumidor; muito pelo contrário, já está comprovado que a
gestão integrada de canais tem impacto bem positivo na satisfação.
Só queremos deixar claro que, antes de implementar o omnichannel,
o fator que determina se a satisfação do consumidor será influencia-
da por essa estratégia é justamente o conjunto de características do
mercado-alvo (GEBER; LUZ, 2020, p. 105).
197
UNIDADE 5
Para Kotler, Kartajaya e Setiawan (2021), o Marketing 5.0 gira em torno de três
aplicações inter-relacionadas: marketing preditivo, marketing contextual e mar-
keting aumentado; esses aplicativos são construídos em duas disciplinas organi-
zacionais: “marketing orientado a dados” e “marketing ágil”, vejamos:
198
UNICESUMAR
NOVAS DESCOBERTAS
Resgato meu otimismo e empolgação, caro(a) aluno(a), para concluir que o futuro
nos reserva, enquanto profissionais de marketing, um ambiente ambíguo, conectado,
interativo e veloz. Como afirmou Longo (2014, p.143), o fato “é que as novas tecnolo-
gias tendem a provocar uma mistura de medo e excitação que fascina e muda com-
portamentos, hábitos e eixos de poder”; e isso se repete, sempre que a humanidade
dá um salto tecnológico. Todo esse cenário, na minha visão, torna o nosso trabalho
ainda mais divertido e prazeroso, com a capacidade de coletar, organizar e analisar
dados como jamais tivemos. Não se afaste e tão pouco se assuste com a velocidade
da mudança, abrace as transformações que a tecnologia realizou e, ainda, realizará.
199
UNIDADE 5
Espero que você tenha curtido nossa jornada de estudo e trabalho, caro(a) aluno(a);
espero, ainda, que você tenha condições de aplicar, com eficiência e efetividade,
todos conteúdos discutidos até aqui, vamos começar a agir. A partir da clara com-
preensão da tecnologia em nosso dia a dia, fica evidente a forma como estamos
expostos a ela, seja no ponto de vista da oferta, na função de gestor(a) de marketing,
seja como consumidores, somos impactados pelas mesmas ferramentas.
O mercado, no prisma geral, — desde os modelos de contratação de profis-
sionais, engajamento de equipe, comunidade de clientes, cocriação de produtos
até qualquer outra temática envolvendo pessoas e tecnologia — está em franca e
profunda transformação e, certamente, teremos muitos capítulos para desbravar
adiante. Eu espero que você tenha uma visão ampliada, caro(a) aluno(a), das
potencialidades do marketing no século XXI e que você, como um profissional
de ponta, mantenha um brilho no olhar para o futuro que nos aguarda, com
otimismo para tudo que está por vir em nossa área de atuação.
200
1. O ROI nos diz o quanto a empresa está tendo de lucro ou de prejuízo com o inves-
timento realizado, englobando outros gastos fora do marketing e, portanto, esse
indicador expressa uma visão geral da saúde financeira da operação. Considere que,
em determinada campanha, você tenha atingido um faturamento de R$140 mil no
período, e gastou no mesmo período, R$30.000 com anúncios, R$10.000 com logís-
tica e R$40.000 com custo de produção do produto, portanto, calcule qual foi o ROI
obtido nessa campanha e assinale a alternativa correta.
201
3. O NPS (Net Promoter Score) é uma medida de fidelização do cliente, este indicador
ajuda a quantificar a fidelidade que um cliente tem com a marca. Em determinado
período, você avaliou a taxa de cancelamento, considerando que você tenha obtido
um retorno de 500 respondentes; destes, 125 foram detratores, 55 neutros e 320
promotores, portanto, calcule qual foi o NPS obtido no período com base nos clientes
que responderam à pesquisa e assinale a alternativa correta.
a) NPS de 14%.
b) NPS de 39%.
c) NPS de 50%.
d) NPS de 64%.
e) NPS de 75%.
202
Unidade 1
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207
Unidade 1
Unidade 3
Unidade 4
1. C.
2. B.
3. D.
208
Unidade 5
1. A.
2. D.
Churn = 15 / 350
Churn = 4,28%
3. B.
Detratores = 25%
NPS = 39%
209