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ACI - 2
1º período
SUMÁRIO
• Metabolismo da Bilirrubina - página 3
• Icterícia Fisiológica - página 5
• Transição alimentar - página 6
• Vitaminas - página 7
• Marcos do desenvolvimento até os 2 anos - página 10
• Proteínas - página 19
• Rotina de internação na maternidade - página 21
• Parto Humanizado - página 22
• Rotina de atendimento do RN - página 23
• Testes de triagem - página 25
• Pré termo, à termo, pós termo - página 31
• Escala APGAR - página 32
• Transição da vida intra para extra uterina- página 32
• Alterações morfofuncionais no puerpério - página 36
• Importância da amamentação - página 38
• Técnica correta da amamentação- página 39
• Hospital amigo da criança - página 41
• Alojamento conjunto - página 42
• Anatomia e histologia da mama- página 44
• Fisiologia da lactação- página 46
• Calendário de vacinação até os 2 anos- página 49
• Imunologia - página 50
- Resposta inata X Resposta adquirida - página 50
- Células do sistema imunológico - página 53
- Órgãos linfoides - página 54
- Tipos de imunização - página 57
- Imunoglobinas - página 58
- Mecanismos de ação das respostas imunes - página 59
• Sistema Nervoso - página 60
- Embriologia do sistema nervoso - página 60
- Células do tecido nervoso - página 62
- Núcleos da base - página 65
- Anatomia funcional do encéfalo - página 66
• Reflexos primitivos - página 71
- Desenvolvimento ontogênico do sistema nervoso - página 74
• Deglutição e maturação do sistema digestório - página 75
• Fases da marcha - página 76
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METABOLISMO DA BILIRRUBINA
Formação da bilirrubina
• Por ser uma molécula lipossolúvel, a bilirrubina precisa se ligar a albumina, que
é uma proteína plasmática que auxilia no transporte da bilirrubina pela corrente
sangüínea.
• A ligação da bilirrubina à albumina pode sofrer interferência pelos fatores:
- pH: em meio acido a afinidade é diminuída.
- Idade: o RN tem capacidade 2x ou 3x menor que o adulto ( se iguala a partir da
2º mês de vida)
- Substâncias presentes no soro (plasma): podem competir com ou alterar a
ligação bilirrubina e albumina.
• A bilirrubina ligada a albumina é chamada de bilirrubina indireta, sendo
considerada não toxica aos tecidos, chegando aos hepatócitos onde é
metabolizada em 4 etapas: captação - armazenamento - conjugação -excreção.
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- CAPTAÇÃO
• Ocorre no parênquima hepático, onde proteínas de membranas do hepatócito
captam a bilirrubina indireta e a separam da molécula de albumina.
- ARMAZENAMENTO
• A bilirrubina encontra-se altamente lipossolúvel após a retirada da albumina, e
assim, para ser armazenada, liga-se as ligandinas (proteínas Y e Z) que evitam
sua saída da célula e transportam a bilirrubina até o retículo endoplasmático.
- CONJUGAÇÃO
• Através de um sistema enzimático nos microcosmos hepáticos, a bilirrubina é
ligada a duas moléculas UDP- glicuronato, transformando-se em bilirrubina
mono ou bilirrubina direta.
A bilirrubina direta é
hidrossolúvel, facilmente
eliminada pela bile ou pelos rins
(em circulação sangüínea).
- EXCREÇÃO
• A bilirrubina é mandada para os canalículos biliares que
desembocam no canal colédoco (conecta o sistema hepático biliar ao sistema
digestivo).
• Única fase que existe o gasto energético para transporte.
• Com a bile, a bilirrubina direta chega ao intestino onde será reduzida á
estercobilina ( pelas bactérias) e uma pequena parte será hidrolisada para a
bilirrubina indireta e reabsorvida pela circulação enteropática.
• A estercobilina pode ser reabsorvida também, contudo será eliminada como
OBSERVAÇÕES:
- 1g de hemoglobina gera cerca de 36mg de bilirrubina.
- 1% da hemoglobina existente no corpo é degradada diariamente (adulto) -
crianças tem a produção 2x maior.
- A destruição da hemoglobina em RN a termo e prematuro pode variar em valor
absoluto, segundo a quantidade de hemoglobina presente, o que determina
variações na quantidade de bilirrubina ofertada no plasma.
→ Todas as crianças nessa fase têm a bilirrubina plasmática mais
alta do que um adulto normal – a bilirrubina aumenta pós
nascimento, atinge ápice e decresce até o fim da 1º semana.
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ICTERÍCIA FISIOLÓGICA
• Condição clínica benigna e reversível
• Inicia-se normalmente após 24 horas de vida, aumenta em distribuição corpórea
e intensidade, fazendo pico entre 3º e 5º dia e desaparece até o 10º dia.
• Aparece quando o sangue do RN fica com acúmulo de bilirrubina.
• A imaturidade hepática do recém-nascido, ainda não estão presentes todas as
enzimas necessárias para o metabolismo da bilirrubina, não podendo esta ser
conjugada (glicuronil transferase) e, consequentemente, ocorre o aumento dos
níveis de bilirrubina indireta no sangue.
VITAMINAS
Vitamina A
• Funções no organismo: combate radicais livres, formação dos ossos, pele;
funções da retina
• Doenças provocadas pela carência (avitaminoses): problemas de visão,
secura da pele, diminuição de glóbulos vermelhos, formação de cálculos renais
• Fontes: fígado de aves, animais e cenoura
Vitamina D
• Funções no organismo: regulação do cálcio do sangue e dos ossos
• Doenças provocadas pela carência (avitaminoses): raquitismo e osteoporose
• Fontes: óleo de peixe, fígado, gema de ovos
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Vitamina E
• Funções no organismo: atua como agente antioxidante.
• Doenças provocadas pela carência (avitaminoses): dificuldades visuais e
alterações neurológicas
• Fontes: verduras, azeite e vegetais
Vitamina K
• Funções no organismo: atua na coagulação do sangue, previne osteoporose,
ativa a osteocalcina (importante proteína dos ossos).
• Doenças provocadas pela carência (avitaminoses): deficiência na coagulação
do sangue, hemorragias.
• Fontes: fígado e verduras de folhas verdes, abacate.
Vitamina B1
• Funções no organismo: atua no metabolismo energético dos açúcares
• Doenças provocadas pela carência (avitaminoses): beribéri
• Fontes: cereais, carnes, verduras, levedo de cerveja
Vitamina B2
• Funções no organismo: atua no metabolismo de enzimas, proteção no sistema
nervoso.
• Doenças provocadas pela carência (avitaminoses): inflamações na língua,
anemias, seborreia
• Fontes: leites, carnes, verduras
Vitamina B5
• Funções no organismo: metabolismo de proteínas, gorduras e açúcares
• Doenças provocadas pela carência (avitaminoses): fadigas, cãibras
musculares, insônia
• Fontes: fígado, cogumelos, milho, abacate, ovos, leite, vegetais
Vitamina B6
• Funções no organismo: crescimento, proteção celular, metabolismo de
gorduras e proteínas, produção de hormônios
• Doenças provocadas pela carência (avitaminoses): seborreia, anemia,
distúrbios de crescimento
• Fontes: carnes, frutas, verduras e cereais
Vitamina B12
• Funções no organismo: formação de hemácias e multiplicação celular
• Doenças provocadas pela carência (avitaminoses): anemia perniciosa
• Fontes: fígado, carnes
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Vitamina C
• Funções no organismo: atua no fortalecimento de sistema imunológico,
combate radicais livres e aumenta a absorção do ferro pelo intestino.
• Doenças provocadas pela carência (avitaminoses): escorbuto
• Fontes: laranja, limão, abacaxi, kiwi, acerola, morango, brócolis, melão, manga
Vitamina H
• Funções no organismo: metabolismo de gordura
• Doenças provocadas pela carência (avitaminoses): eczemas, exaustão, dores
musculares, dermatite
• Fontes: noz, amêndoa, castanha, lêvedo de cerveja, leite, gema de ovo, arroz
integral
Vitamina M ou B9
• Funções no organismo: metabolismo dos aminoácidos, formação das
hemácias e tecidos nervosos
• Doenças provocadas pela carência (avitaminoses): anemia megaloblástica,
doenças do tubo neural
• Fontes: cogumelos, hortaliças verdes
Vitamina PP ou B3
• Funções no organismo: manutenção da pele, proteção do fígado, regula a taxa
de colesterol no sangue.
• Doenças provocadas pela carência (avitaminoses): insônia, dor de cabeça,
dermatite, diarreia, depressão
• Fontes: ervilha, amendoim, fava, peixe, feijão, fígado
- MECANISMO DA VITAMINA D
• A vitamina D possui 2 formas principais: - Vitamina D2 (ergocalciferol)
- Vitamina D3 (colecalciferol)
0 A 3 MESES
• O recém-nascido apresenta reflexos primitivos, como busca, sucção,
marcha reflexa, apoio plantar, Moro, Magnus-De Kleijn (tônico-cervical
assimétrico), preensão palmar, preensão plantar, cutâneo-plantar
extensor, etc. Tais reflexos são mediados pela medula espinhal e pelo
tronco encefálico, pois estas estruturas estão bem desenvolvidas ao
nascer.
• Com a mielinização das regiões superiores cerebrais (de baixo para cima, dentro
para fora), esses reflexos primitivos desaparecem, pois o córtex cerebral
começa a exercer controle sobre as regiões inferiores do SNC.
• A maioria desses reflexos desaparece até o 6º mês, com exceção do
reflexo de preensão plantar (11º mês) e cutâneo plantar extensor (a partir
de 12 meses).
• A criança sorri socialmente - relação com o sistema límbico/emocional
• Fixa o olhar e acompanha objetos com os olhos - desenvolvimento do
córtex visual
• Atende ao som com procura da fonte emissora e usa vogais (gorjeio) -
desenvolvimento do lobo temporal
• Fixa o pescoço - sustento cefálico
• Movimenta a cabeça e junta as mãos na linha média - relacionados à
motricidade (lobo frontal e o cerebelo).
3 A 6 MESES
• Preensão voluntária das mãos - início da mielinização do córtex na
região do lobo frontal, em conjunto com o trato piramidal
• Inicia a lalação e balbucia monossílabos sem significado - início do
desenvolvimento da área de Broca.
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• Senta com apoio - início do tônus dos músculos costais e abdominais,
sendo principalmente influenciado pelo cerebelo
• Muda de decúbito e é capaz de alcançar objetos - desenvolvimento do
córtex motor primário; auxílio do cerebelo
• Atende pelo nome - desenvolvimento do lobo temporal e da área de
compreensão da linguagem – Wernicke.
6 A 9 MESES
• Senta sem apoio e começa a engatinhar -maior mielinização do córtex
frontal, relacionando o tônus muscular no tálamo em conjunto com o
cerebelo, por ligações das fibras nervosas
• Maior acuidade visual - desenvolvimento do lobo occipital
• Reconhecimento facial dos pais, tanto visual (lobo occipital) quanto tátil
(lobo parietal)
• Pega objetos com preensão manual de pinça (ainda não individualizada) e
troca objetos de mãos - início do desenvolvimento de movimentos
motores mais complexos, relacionado com a mielinização da área
pré-motora do lobo frontal, em conjunto com os núcleos da base
• Apresenta reações à pessoas estranhas - relação com o sistema
límbico
• Fala palavras de sílabas repetidas com significado - áreas de Broca e
Wernicke
• 9 A 12 MESES
• Inicia o andar sem apoio - devido a maior mielinização do giro pré-
central e áreas motoras primária e suplementar
• Movimento de pinça manual individualizada - desenvolvimento da área
motora suplementar, trato piramidal e núcleos da base, relacionados
com os movimentos motores finos
• Usa palavras corretamente e produz jargão - áreas de Broca e Wernicke
12 A 18 MESES
• Deambula, sobe escadas com auxílio, usa colher e constrói uma torre de
3 cubos - áreas motoras primária e secundária, trato piramidal e vias
e estruturas do equilíbrio e coordenação motora (cerebelo, sistema
vestibular, etc.)
• Capaz de dizer em torno de 10 palavras e construir frases de 2 palavras -
áreas de Broca e Wernicke.
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18 A 24 MESES
• Início do desenvolvimento emocional e cognitivo - ínsula; parte anterior
não motora do lobo frontal; parte do cerebelo relacionada à cognição
• Sobe e desce escadas com apoio e constrói uma torre de 6 cubos -
áreas motoras primária e secundária, trato piramidal e vias e
estruturas do equilíbrio e coordenação motora.
• Início do controle dos esfíncteres - maior mielinização dos nervos
periféricos e funcionamento do sistema nervoso autônomo simpático
e parassimpático
- CONTROLE DE ESFÍNCTERES
• O aprendizado do controle esfincteriano é influenciado pelo
desenvolvimento de cada criança e por fatores culturais.
• Início precoce desses métodos de estimulo, sem respeitar a maturação
da criança, aumenta o risco para o aparecimento de disfunções, como
entrasse (emissão voluntária de urina), encorpes (incontinência fecal),
constipação e recusa a ir ao banheiro.
• Um início precoce é realizado a partir de 18 meses, entretanto um
treinamento tardio é tido como realizado após os 36 meses.
• A aquisição da continência depende de um aumento progressivo da
capacidade vesical (em torno de 30 ml a cada ano até a puberdade) e do
desenvolvimento da atuação reguladora do córtex cerebral sobre o centro
pontino da micção, que permitirá a criança o controle voluntário sobre os
reflexos que controlam o detrusor e o esfíncter
• O controle esfincteriano é determinado pela maior mielinização dos
nervos periféricos e funcionamento do sistema nervoso autônomo
simpático e parassimpático.
• A família, professores de creches e profissionais ajudam a maturação da
criança.
• No lactente o processo de eliminações é reflexo, e não existe controle
consciente ou envolvimento cortical.
• Aos 9 meses, um controle esfincteriano com reflexo
condicionado pode ocorrer. · 18 meses- Iniciando o
controle vesical diurno.
• A mielinização do trato piramidal referente à área
· 2 anos - Controle
esfincteriana não está completa até os 12-18 meses. vesical diurno em
- DESENVOLVIMENTO DA FALA
• O processo de maturação cerebral é o processo em que os neurônios da
parte do córtex se encontram mielinizada, proporcionando ao indivíduo
executá-las com mais eficiência, tendo a sua maturação.
• Área de Broca é a parte do cérebro humano responsável pela expressão
da linguagem, contém os programas motores da fala. Localizada no giro
frontal inferior, que participa do processo de decodificação fonológica e
que vai organizar a resposta motora com a finalidade de executar a
articulação da fala após receber o estímulo transmitido e processado
pela área de Wernicke.
• Área de Wernicke é uma região do cérebro humano responsável pelo
conhecimento, interpretação e associação das informações, mais
especificamente a compreensão da linguagem. Se localiza na porção
posterior da circunvolução temporal superior do córtex cerebral esquerdo.
• Sorri e responde a um rosto ou voz com 1 mês e meio e necessita do
início da maturação da área de Wernicke assim como inibi-se com um
“não” aos 7 meses.
• Início da lalação com 4 meses, balbuciação de monossílabos com 6, dizer
verdadeiramente “mamãe e papai” com 10 meses e as primeiras palavras
verdadeiras aos 12 meses requerem o desenvolvimento e mielinização
da área de Broca.
- DESENVOLVIMENTO SOMÁTICO
• O crescimento somático envolve o aumento do número de células
(hiperplasia), um aumento no seu tamanho (hipertrofia), e um incremento
no conteúdo extra-celular.
• A predominância de um ou outro processo (hiperplasia, hipertrofia e
incremento) varia com a idade e o tecido envolvido, sendo governada por
fatores genéticos, regulados por mecanismos hormonais complexos e
atualizados pela natureza sempre variável do ambiente.
Sistema nervoso somático:
• É constituído de fibras nervosas periféricas que enviam informações para
o SNC, além de fibras motoras que inervam os músculos esqueléticas,
que tem movimento voluntário. O corpo da célula é localizada no encéfalo
ou medula espinhal e se liga diretamente ao efetor específico do SNS, o
músculo esquelético, fazendo aí sinapse química. As fibras destes
neurônios são longas e contém nas suas terminações a Acetilcolina (ACC)
armazenada.
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• Principais reflexos
4. O período de latência:
• Fase de desejos inconscientes reprimidos.
• A criança já superou o complexo da fase fálica e, embora desejos e
impulsos sexuais possam ainda existir, eles são expressos de forma
assexuada (amizades, escola, esportes) até o começo da puberdade.
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5. A fase genital:
• A criança mais uma vez volta a sua energia sexual para seus órgãos
genitais em direcção às relações amorosas.
• Primeira vez que uma criança quer agir de acordo com seu instinto de
procriar.
• Internalização de esquemas: de 18 a
24 meses a criança agora pode usar
símbolos primitivos para formar
representações mentais duradouras. É
quando o estágio de criatividade
começa e dá passagem ao estágio pré-
operacional.
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- PROTEÍNAS
• São as mais importantes macromoléculas orgânicas e têm os
aminoácidos como subunidades estruturais básicas.
• Os aminoácidos possuem um grupo amina e o radical R ligados ao
primeiro átomo de carbono, em relação ao grupo acido carboxílico.
• Para formar proteínas, os aminoácidos se ligam através das ligações
peptídicas (covalente), ligação dos grupos amino de um aminoácido e
carboxila de outro, com eliminação de uma molécula de água.
• Podem ter propriedades e atividades totalmente diferentes pelas diversas
combinações e sequências dos 20 aminoácidos existentes, assim, uma
única mudança em qualquer um dos aminoácidos de uma sequência
acarreta uma nova proteína.
• Os aminoácidos podem ser classificados em naturais (produzidos pelo
organismo) e essenciais (não produzidos pelo organismo; devem ser
obrigatoriamente ingeridos através de alimentos)
• São aminoácidos naturais: alanina, arginina, glutamina, ácido aspártico,
ácido glutâmico, prolina, cisteína, tirosina, asparagina, glicina e serina.
• São aminoácidos essenciais: valina, leucina, isoleucina, lisina, treonina,
metionina, histidina, fenilalanina e triptofano
- Valina, leucina e isoleucina: BCAA, são essenciais para a produção da
massa corporal, sendo constantemente usado como suprimento para
atletas de alta performance
- Lisina: envolvido no sistema imunológico do organismo; é importante
para a produção de células brancas.
- Treonina: importante para a produção de colágeno e elastina.
- Metionina: auxilia na manutenção do fígado e dos rins, assim como no
controle do colesterol; também está envolvido na coloração cutânea.
- Histidina: atua na produção de histamina e outros componentes.
- Fenilalanina: atua na tireoide e no funcionamento dos vasos sangüíneos;
apresenta importante efeito antidepressivo, assim como no humor e na
atenção.
- Triptofano: utilizado na produção de serotonina, em coparticipação de
vitaminas do complexo B.
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• A estrutura da proteína pode ser descrita em 4 níveis:
- Estrutura primária: sequência linear dos aminoácidos na cadeia
polipeptídica
• Avaliação da pele
a) Textura e umidade
A textura da pele depende muito da idade gestacional. O RN pré-termo
extremo possui pele muito fina e gelatinosa, o RN a termo tem pele lisa,
brilhante, úmida e fina, e o RN pós-termo ou com insuficiência
placentária, pele seca, enrugada, apergaminada e com descamação
acentuada.
b) Cor
A pele normal do RN apresenta cor rosada, mais evidente nas crianças
de pele clara. Crianças filhas de pais negros podem apresentar pele
clara no nascimento. No entanto, pode-se detectar nesses RN maior
quantidade de melanina nos mamilos, região periungueal, na pele da
borda do umbigo e na genitália. Pletora é observada em RN
policitêmicos, hiperoxigenados ou com hipertermia. A palidez acentuada
pode ser um dado importante para o diagnóstico de anemia (aguda ou
crônica), vasoconstrição periférica ou choque; traduz situação grave e
deve ter sempre investigada a causa de seu aparecimento. A presença
de uma linha delimitando um hemicorpo com eritema e outro com
coloração normal é conhecida como fenômeno de Arlequim. É uma
ocorrência em geral benigna, não muito rara, de causa desconhecida,
sugerindo algum grau de instabilidade vasomotora.
A cianose, coloração azulada decorrente da presença de pelo menos 5g
de hemoglobina não saturada, é intercorrência relativamente comum no
RN, que frequentemente níveis de hemoglobina acima de 15g/dL.
c) Milium sebáceo
Está presente em 40% dos RN. Manifesta-se por pequenos pontos
brancos, localizados na base do nariz, queixo e fronte, devido à
distensão e obstrução das glândulas sebáceas, decorrentes da ação do
estrógeno materno; desaparecem em poucas semanas.
d) Lanugo
Pelos finos que costumam recobrir a região do ombro e da escápula,
encontrados de forma mais abundante nos RN prematuros;
desaparecem em alguns dias.
e) Vérnix
Os RN prematuros entre 34 e 36 semanas costumam estar recobertos
por material gorduroso e esbranquiçado, o vérnix caseoso, cujas
funções primordiais são a proteção da pele e o isolamento térmico. Nos
RN a termo a quantidade Atenção à Saúde do Recém-Nascido Guia
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para os Profissionais de Saúde 62 Ministério da Saúde costuma ser
menor, podendo ser observado em locais protegidos como nas dobras
dos membros e na genitália feminina, entre os pequenos e grandes
lábios.
• Musculatura
O RN a termo em decúbito dorsal apresenta os membros superiores
fletidos e os inferiores semifletidos, cabeça lateralizada e mãos
cerradas. O tônus muscular depende da idade gestacional; quanto mais
próximo do termo, maior o tônus flexor.
* Articulações, coluna vertebral e membros
* Sistema Cardiorrespiratório
• Tórax
Na inspeção do tórax do RN pode-se detectar a sua forma normal,
cilíndrica. No RN a termo seu perímetro (passando pelos mamilos) é
cerca de 2cm menor que o cefálico. O apêndice xifóide é
frequentemente saliente. Normalmente podem ser palpados brotos
mamários nos recém-nascidos, causado pela influência do estrogênio
materno.
As clavículas devem ser palpadas, essa palpação deve ser feita no
momento do nascimento e no momento de alta. As fraturas de
clavículas muitas vezes ocorrem no parto vaginal em virtude d
passagem o bebê pelo canal vaginal estreito da mãe.
• Abdome
O abdome do RN apresenta-se semigloboso, com perímetro abdominal
cerca de 2 a 3cm menor que o cefálico. A diástase dos músculos retos
abdominais (aumento da distância entre os retos com presença de
pequeno abaulamento herniário) é observação frequente e sem
significado clínico. Habitualmente regride após o início da deambulação.
Deve-se, ainda, inspecionar as condições do coto umbilical. Inicialmente
gelatinoso, ele seca progressivamente, mumificando-se perto do 3º ou
4º dia de vida, e costuma desprender-se do corpo em torno do 6º ao 15º
dia. É importante pesquisar a presença de secreções na base do coto
umbilical ou de eritema da pele ao redor da implantação umbilical. A
higiene da região umbilical com álcool a 70% é um importante fator de
proteção contra infecção.
Na inspeção, pode-se ainda detectar defeitos da parede abdominal,
como a onfalocele e a gastrosquise. Na onfalocele ocorre herniação na
linha média, recoberta por saco peritoneal, com o cordão umbilical
inserido no centro dessa massa. Na gastrosquise o defeito encontra-se
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à direita do umbigo, com as alças intestinais e outros órgãos abdominais
podendo exteriorizar-se através dessa abertura, sem membrana
peritoneal recobrindo o conteúdo exposto.
A eliminação de mecônio costuma ocorrer nas primeiras 24 a 36 horas
de vida. Trata-se de material viscoso, verde escuro, composto por sais
biliares, células epiteliais de descamação, sucos digestivos e lanugo,
sendo eliminado nos primeiros 3 a 4 dias de vida. Após esse período, as
fezes, denominadas de transição, têm coloração amarelo-esverdeada,
liquefeitas, podendo até ser confundidas com diarreia.
A palpação abdominal fica tecnicamente mais fácil quando realizada
com o RN dormindo.
• Genitália e Reto
a) Sexo masculino
O pênis normal de um RN mede de 2 a 3cm. A glande não costuma ser
exposta, nem com a tentativa de retração do prepúcio, e o orifício
prepucial é estreito. Quando a glande estiver naturalmente exposta,
deve-se atentar para o diagnóstico de epispádia ou hipospádia, caso
ocorra algum desses diagnósticos deve ocorre a circuncisão.
A bolsa escrotal é rugosa no RN a termo. Sua palpação permite verificar
a presença dos testículos, assim como sua sensibilidade, tamanho e
consistência. Ele é bastante grande já que é análogo aos lábios maiores
do pudendo feminino e responde aos hormônios maternos. A
hiperpigmentação do escroto é sinal de torção, tendo assim que ser
revertida imediatamente. O escroto pode apresentar também hidrocele,
uma massa transluminescente em um ou ambos os lados do escroto,
são comuns e podem ser absorvidas nos primeiros meses de vida ou
até 1 anos depois.
Os testículos devem ser palpados, com identificação do epidídimo e do
ducto deferente. Devem ter o mesmo tamanho e não devem aparecer
azuis.
b) Sexo feminino
Devem-se avaliar os pequenos e grandes lábios. Esses são
frequentemente avermelhados e inchados devido os hormônios
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maternos. Deve-se avaliar o introito vaginal e identificar o hímen, caso o
ultimo seja imperfurado deve encaminhar a recém-nascida a um
ginecologista. O tamanho do clitóris é pequeno, porém em RN pré-
termo, devido ao pouco desenvolvimento dos grandes lábios, ele pode
sobressair-se.
• Cabeça e pescoço
a) Cabeça
Inicia-se o exame verificando assimetrias. Ocorre a palpação das
suturas craniais. Assim, o parto normal, pode causar o aumento do
diâmetro ântero-posterior. Por outro lado, no parto cesáreo, o crânio
pode apresentar-se mais “arredondado”, já que a cabeça não sofre
adaptação ou amoldamento no canal de parto.
b) Pescoço
O queixo deve ser levantado para uma avaliação completa.
• Sistema nervoso
Ao nascer, a criança costuma ficar durante cerca de 1 a 2 horas muito
desperta, e a seguir habitualmente dorme profundamente por algumas
horas, por vezes até 12 horas. Deve-se evitar a realização do exame
neurológico nas primeiras 12 horas de vida.
CONSULTAS DO RECÉM-NASCIDO
O Ministério da Saúde recomenda sete consultas de rotina no primeiro
ano de vida (na 1ª semana, no 1º mês, 2º mês, 4º mês, 6º mês, 9º mês e
12º mês), além de duas consultas no 2º ano de vida (no 18º e no 24º
mês) e, à partir do 2º ano de vida, consultas anuais, próximas ao mês do
aniversário. Essas faixas etárias são selecionadas porque representam
momentos de oferta de imunizações e de orientações de promoção de
saúde e prevenção de doenças. As crianças que necessitam maior
atenção devem ser vistas com maior frequência.
ESCALA APGAR
A Escala ou Índice de Apgar consiste na avaliação feita por um pediatra de
5 sinais objetivos do recém-nascido, atribuindo-se a cada um dos sinais
uma pontuação de 0 a 2. O teste, aplicado duas vezes (no primeiro e no
quinto minuto após o nascimento), é utilizado para avaliar o ajuste
imediato do recém-nascido à vida extrauterina, sendo que os sinais
avaliados são: frequência cardíaca, respiração, tônus muscular,
irritabilidade reflexa e cor da pele.
O somatório da pontuação (no mínimo 0 e no máximo 10) resultará no
Índice de Apgar e o recém-nascido será classificado como:
● Sem asfixia (Apgar 8 a 10);
● Com asfixia leve (Apgar 5 a 7);
● Com asfixia moderada (Apgar 3 a 4) ou
● Com asfixia grave: Apgar 0 a 2.
METABOLISMO
O metabolismo fetal sobre alterações importantes, ja que o feto é nutrido
pela glicose que vem do sangue materno, e após o clampeamento do
cordão umbilical essa forma de alimentação é encerrando, sendo a
amamentação a nova fonte de glicose e energia.
ADAPTAÇÃO RESPIRATÓRIA
• Durante a vida intrauterina, o mecanismo respiratório é exercido pela
placenta, que realiza trocas gasosas necessárias, uma vez que os
pulmões estão inativos e repletos de líquido.
• Quando o bebê nasce, ele deve estabelecer sua respiração através dos
alvéolos, substituindo o líquido pulmonar por ar atmosférico no
primeiro minuto de vida.
• Por volta da 30º semana gestacional, os alvéolos começam a produzir
surfactante, uma substância lipoproteica que evitará o colapso alveolar
na incursão respiratória.
• No momento do parto, ocorre a compressão torácica onde cerca de 1/3 do
líquido pulmonar é expelido pela boca e nariz e os 2/3 restantes é
absorvido pelo organismo.
• Após a compressão mecânica do tórax e consequente expulsão do líquido
pulmonar, ocorre uma descompressão torácica, que gera uma pressão
negativa e leva ar para dentro dos pulmões, sendo assim iniciado o
ciclo respiratório do bebê.
ADAPTAÇÃO CIRCULATÓRIA
• A circulação fetal necessita sofrer modificações para se tornar uma
circulação neonatal
• As principais modificações são: desaparecimento da circulação
placento- fetal, aumento do fluxo sangüíneo pulmonar e fechamento
dos “desvios"cardiovasculares fetais (forame oval, ducto arterial -
sangue muito oxigenado coalhando ducto - e ducto venoso - entre o fígado
que vira o ligamento suspensório do fígado).
• Após o clampeamento do cordão umbilical e a primeira respiração, a
resistência vascular sistêmica aumenta e o fluxo de sangue através
do ducto arterial diminui, fazendo com que este sofra constrição e
feche funcionalmente.
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ADAPTAÇÃO TÉRMICA
• O organismo materno é responsável pela manutenção da temperatura
fetal.
• Ao nascer, o neonato sofre um brusco impacto térmico, tendo que se
adaptar ao novo ambiente.
• A regulação e manutenção da temperatura é um dos fatores mais críticos
na sobrevivência e estabilidade do bebê.
• Mecanismos responsáveis pela geração de calor: metabolismo da
gordura marrom apresentada pelos recém nascidos.
• Com o frio, o sistema nervoso autônomo estimula a liberação de
noradrenalina, que atuará na lipólise dessa gordura marrom, gerando
calor.
ADAPTAÇÃO GASTROINTESTINAL
• Devido à frouxidão dos esfíncter esofágico, o recém nascido pode
apresentar regurgitação da alimentação.
• Capacidade gástrica do neonato é pequena e o tempo de esvaziamento
gástrico é de 2 a 4 horas, assim o recém nascido precisa se alimentar
em pequenos volumes e com maior freqüência (leite materno
exclusivo).
• O peristaltismo intestinal é rápida, o que ocasiona evacuação frequentes.
• O pH intestinal inicialmente não é favorável para a formação da
microbiota intestinal ( bactérias responsáveis pela síntese K), por isso é
importante que se faça suplementação com vitamina K, para evitar
hemorragias.
ADAPTAÇÃO RENAL
• Sistema renal ja está estruturalmente completo, mas apresenta
capacidade limitada de filtração glomerular, incapacidade de diluir/
concentrar a urina e dificuldade em reabsorver bicarbonato e
excretar íons de hidrogênio = desequilíbrio eletrolítico, acidose e
desidratação
ADAPTAÇÃO HEPÁTICA
• A imaturidade do sistema hepática prejudica a formação de enzimas
(liberação de bilirrubina, coagulação sangüínea, metabolismo de
carboidratos e o armazenamento de ferro são prejudicados - ações do
fígado no organismo).
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• Um dos exemplos é a imaturidade da enzima glicuronil transferase
fundamental para o metabolismo da bilirrubina sendo responsável pela
ocorrência da icterícia neonatal fisiológica.
ADAPTAÇÃO NEUROLÓGICA
• O sistema nervoso é o mais completo e diferenciado, sendo o primeiro
a se diferenciar embriologicamente e o último a completar o seu
desenvolvimento.
• As funções neurológicas do RN são primitivas e controladas pelo
tronco cerebral e medula espinhal.
• Embora não totalmente desenvolvido, o sistema nervoso realiza funções
necessárias para sobrevivência do neonato, atuando nos órgãos
vegetativos, manutenção do equilíbrio ácido-base, temperatura, etc.
ADAPTAÇÃO IMUNOLÓGICA
• O sistema imunológico do RN é deficiente, e, após o parto, ocorre uma
exposição do neonato a agentes que não estavam presentes na vida
intrauterina, o que ativa os componentes da resposta imunológica.
• A imunidade passiva, derivada da transferência de anticorpos
maternos via placentária (IgG) e via aleitamento materno (IgA), é
fundamental para essa proteção inicial do recém-nascido, mas possui
uma curta duração.
• A vacinação é indispensável.
A) ÚTERO:
• Regride, de forma mais atenuada nas lactantes, pelas contrações e
retrações à cada amamentação ( causadas pela ocitocina).
• Cerca de 3-6 semanas após o parto, o órgão recupera seu tamanho e a
posição que tinha antes da gestação.
• Com a involução do útero, os sistemas respiratório e urinaria voltam ao
normal, em vista da descompressão do diafragma e da bexiga,
respectivamente.
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B) SISTEMA ENDÓCRINO:
• Com a remoto da placenta, caem os níveis de estrogênio e progesterona,
o que pode resultar na depressão pós parto.
• Com a amamentação os mamilos estimulam o hipotálamo por via
neuroendrócrina, inibindo o PIF ( fator inibidor da prolactina) e o GnRH,
acarretando elevação da prolactina e inibição de LH e FSH ( infertilidade).
• O reestabelecimento dos ciclos menstruais se dá a partir do momento em
que a mulher interrompa a amamentação.Caso não amamente seu filho, a
mulher costuma menstruar cerca de 7-9 semanas após o parto.
C) PELE:
• Estriações nas mamas e no abdome ficam pálidas.
• Regridem as hiperpigmentações
• Há crescimento e endurecimento das mamas devido à lactação
D) SISTEMA CARDIOVASCULAR:
• O débito cardiaco aumenta 10% durante o parto, permanecendo asim por
1 semana.
• A pressão venosa nos membros inferiores normaliza e varizes
desaparecem
• A concentração de hemoglobina volta ao normal e a tendência à
coagulação aumenta.
E) VAGINA
• Gradativamente reduz de diâmetro, sofrendo um processo hormonal de
atrofia, denominado de crise vaginal pós-parto.
• Durante as primeiras semanas após o parto, ocorre o reaparecimento
gradual do pregueamento das paredes vaginais.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
• Temperatura: fenômenos fisiológicos como ingurgitamento mamário
(relacionado à apojadura) e
• proliferação com ascensão de bactérias vaginais à cavidade uterina
justificam discreta elevação de temperatura por volta do 3o dia, cuja
duração não excede 48 h.
• Dor abdominal: tipo cólica, exacerbada durante as mamadas, de maior
intensidade durante a 1a semana. Decorre de contrações uterinas por
ação local da ocitocina, liberada na hipófise posterior pelo reflexo de
sucção mamilar.
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IMPORTÂNCIA DA AMAMENTAÇÃO
- Para o bebê
• É a mais nutritiva e protege contra doenças, como infecção, energia,
asma, desnutrição
• Previne problemas dentarnos e respiratórios
• Reduz a probabilidade de mortalidade infantil, diarreia, diabetes mellitus e
obesidade
• Contém lactoferrina que contribuiu para a manutenção da microbiota
intestinal
- Para a mãe
• Ajuda na involução mais veloz do útero
• Reduz os riscos de hemorragia e anemia pós parto
• Favorece maior contato mãe-bebê
• Ajuda na perda de peso
• Reduz os riscos de câncer de mama
• É economica e igienica
• É mais pratica e segura
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ALOJAMENTO CONJUNTO
Após a finalização dos procedimentos de sala de parto, a mãe, junto com o
RN, deve ir para um local dentro da maternidade que permita a eles ficarem
juntos 24 horas por dia até a alta hospitalar. Para isto, foi implantado o
sistema de alojamento conjunto nas maternidades.
O Estatuto da Criança e do Adolescente no capítulo I, art. 10o, inciso V,
estabelece que: “Os hospitais e demais estabelecimentos de atenção à
saúde de gestantes, públicos e particulares, são obrigados a manter
alojamento conjunto, possibilitando ao neonato a permanência junto à
mãe”.
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→Vantagens do alojamento conjunto:
• Humanização do atendimento do binômio mãe-filho e sua família.
• Convivência contínua entre mãe e bebê, o que facilita o conhecimento
mútuo e a satisfação imediata das necessidades físicas e emocionais do
RN. Bebês em alojamento conjunto choram menos e dormem mais
(permanecem no estado “sono quieto”) do que quando se encontram em
berçários.
• Maior envolvimento dos pais e/ou de outras pessoas significativas no
futuro cuidado com a criança.
• Promoção do estabelecimento precoce do vínculo afetivo entre a mãe e o
seu filho. Há relatos de que o alojamento conjunto aumenta a ligação
afetiva da mãe a sua criança e reduz os casos de abuso ou de negligência
infantil e de abandono da criança.
• Promoção do aleitamento materno. Vários estudos demonstram o efeito
benéfico do alojamento conjunto na prática da amamentação: descida do
leite mais rápida, melhor atitude em relação ao aleitamento materno e
tempo mais prolongado de amamentação.
• Oportunidade para as mães, em especial as primigestas, aprenderem
noções básicas dos cuidados com os RN. Isso aumenta sua autoconfiança.
• Tranquilidade para as mães que ficam inseguras quanto ao atendimento
prestado a seus filhos quando não estão perto deles. A ansiedade pode
inibir a produção de ocitocina, importante para a liberação do leite materno
e para a contração do útero, enquanto a presença da criança e seu choro
costumam estimular o reflexo de ejeção do leite.
• Troca de experiências com outras mães quando compartilham o mesmo
quarto, em especial com mães mais experientes que também estão
cuidando dos seus filhos.
• Maior interação entre a mãe e sua família e os profissionais de saúde
responsáveis pela atenção à criança.
• Diminuição do risco de infecção hospitalar. Há vários relatos de redução
das taxas de infecção neonatal após a implantação do alojamento conjunto
em maternidades
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1.Parede Torácica
2.Músculos peitorais
3.Lobo mamário (constituído por lóbulos cheios de alvéolos)
4.Mamilo (ou papila)
5.Aréola (Possui glândulas de Montgomery)
6.Ductos lactíferos (terminações dilatadas que armazenam leite = seios
lactíferos)
7.Tecido adiposo
8.Pele
FISIOLOGIA DA LACTAÇÃO
IMUNOLOGIA
• Imunidade: É a resistência às doenças infecciosas
• Sistema Imunológico: É o conjunto de células, tecidos e moléculas
que medeiam a resistência às infecções
• Resposta Imunológica: É a reação coordenada dessas moléculas e
células aos micro-organismos infecciosos
• A função fisiológica do sistema imunológico é previnir as infecções e
erradicar as infecções já estabelecidas.
- Linfócitos:
• Possuem receptores específicos.
• Principais mediadores da imunidade adquirida.
• Sao morfologicamente semelhantes, porém suas funções e fenótipos são
diferentes.
• Todos os linfócitos se originam de células tronco da medula óssea. Os B
amadurecem na medula óssea, enquanto os T amadurecem no timo.
• Podem ser classificados em 2 grupos:
- Granulócitos: apresentam grânulos específicos em seu citoplasma.
• Neutrófilos: são os mais numerosos, cerca de 65% do total de
leucócitos; móveis e fagocitários, são a primeira linha de defesa do
organismo.
• Eosinófilos: móveis e fagocitários; também atuam em reações
alérgicas.
• Basófilos: pequena quantidade do total de leucócitos, reações
alérgicas; durante o combate a uma infecção ou processo alérgico,
eles liberam HEPARINA (anticoagulante) e HISTAMINA
(vasodilatadora) nas alergias.
- Linfócitos T:
• Responsáveis pela imunidade celular
• Receptores de antígeno dos linfócitos T reconhece apenas os
fragmentos peptídicos de proteínas antigênicas que são ligados a
moléculas de apresentação especializadas.
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• Se divide em:
T CD4- Ajudam os linfócitos B a produzir anticorpos e as células
fagocitárias a ingerir os micro-organismos.
T reguladoras, CD8 (citolíticos ou citotóxicos) - Realizam a LISE (quebra)
em células infectadas por micro-organismos intracelulares
- Células NK:
• Destroem células infectadas do hospedeiro, mas não expressam o tipo de
receptores antigênicos que as células B e T possuem.
• São componente da imunidade inata e capazes de atacar rapidamente
as células infectadas.
• Anticorpos
São proteínas, também chamadas
imunoglobulinas, criadas pelas células
brancas (linfócitos B) que encontram-se em
uma região específica que respondem a um
determinado antígeno. São cinco tipos de
anticorpos: IgG (memória), IgA (amamentação
e mucosas), IgM (infecção), IgD e IgE.
ÓRGÃOS LINFOIDES
- Primários ou centrais (timo, medula óssea e fígado fetal)
• Onde os linfócitos se desenvolvem e amadurecem (linfócitos B
parcialmente) até a fase de responder a um patógeno.
• São responsáveis pela produção e/ou maturação das células do sistema
imune.
• Nesses órgãos ocorre a linfopoese (produção de linfócitos), ou seja, as
células se diferenciam das células-tronco, proliferam e amadurecem em
linfócitos funcionais.
• Linfócitos T amadurecem no timo; e linfócitos B amadurecem na medula
óssea e no fígado fetal.
• Medula óssea: além da produção de células sanguíneas e plaquetas, a
medula produz linfócitos B, linfócitos matadores. É nesse órgão que
ocorre o processo de amadurecimento dos linfócitos B.
- Anatomicamente: segundo ABBAS, a medula óssea é encontrada
principalmente no interior dos ossos chatos, dentre eles: esterno,
vértebras, ilíaco e costela.
- Histologicamente: a medula vermelha desses ossos consiste em uma
estrutura reticular esponjosa localizada entre longas trabéculas. Os
espaços dessas estruturas são preenchidos por fibroblastos, células
adiposas e células precursoras do sangue.
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- Fisiologicamente: Ilhas ou focos de células progenitoras hematopoiéticas
na medula óssea adulta dão origem diretamente a células
polimorfonucleares, monócitos, células dentríticas, linfócitos B e
precursores de linfócitos T. Na medula óssea adulta além da produção de
células sanguíneas e plaquetas, a medula produz linfócitos B, linfócitos
matadores.
TIPOS DE IMUNIZAÇÃO
Imunização ativa – ocorre quando o próprio sistema imune do indivíduo,
ao entrar em contato (de maneira natural ou artificial) com um antígeno,
responde produzindo anticorpos específicos e células imunes. Esse tipo de
imunidade é dotado de memória imunológica, geralmente durando por
vários anos, às vezes, por toda uma vida.
a) Natural – o indivíduo naturalmente entra em contato com o agente
patogênico, adquirindo a doença. O organismo produz anticorpos
específicos e cria memória imunológica, garantindo uma imunização de
longa duração.
IMUNOGLOBULINAS
Moléculas de glicoproteína que são produzidas pelos plasmócitos em
resposta a um imunógeno e que funcionam como anticorpos.
Funções gerais: ligação ao antígeno, funções efetoras (fixação ao
complemento e ligação a vários tipos celulares: células fagocitárias,
linfócitos, plaquetas e basófilos), induz a lise celular.
Classes de IG:
• IgG: monômeros capazes de realizar todas as funções das moléculas
de imunoglobulinas. É o principal anticorpo da resposta imune
secundária, iniciada pela memória das células B. Se liga ao
patógeno sinalizando aos leucócitos (macrófagos, monócitos,
polimorfonucleares) que ira opsonizar, destruir o invasor por
fagocitose e sinalizar o linfócito T ativando a memoria celular. A
única classe de Ig que atravessa a placenta, mais comum no soro.
Ig de memória, fase crônica.
• IgA: a IgA é a principal imunoglobulina encontrada em secreções
como a lágrima, saliva, leite materno. Tem como função proteção
contra organismos invasores como vírus e bactérias nas superfícies
das mucosas, inibindo a aderência desses patógenos às células
epiteliais, sem desencadear respostas inflamatórias. Resposta local
e meia vida curta, segunda mais comum no soro, 1ª linha de
defesa.
A. NEURÔNIOS
•Células que se comunicam entre si ou com células efetuadoras
(musculares e secretoras), através de modificações do potencial de
membrana.
•Os estímulos são passados através de um potencial de ação
proveniente dos processos de despolarização e repolarização,
promovido pela bomba de Na e K.
•É dividido em três regiões:
- Dendrito: ramificações que surgem do corpo celular; captam
estímulos
- Corpo celular: parte em que se encontram o núcleo e outras
organelas
- Axônio: função de transmitir informações do corpo celular e dos
dendritos
• Os estímulos são sempre transmitidos no sentido dendrito-axônio
•Ao redor dos axônios, há a bainha de mielina, de origem lipídica,
formada pelas Células de Schwann (no SNP) ou pelos oligodendrócitos
(no SNC) e presa pelos nódulos de Ranvier, que tornam a passagem
do estímulo saltatória e mais rápida.
B. CÉLULAS DA GLIA
• Ocupam espaços entre os neurônios
• Função de sustentação, isolamento e defesa
• As principais são: astrócitos, oligodendrócitos, células de Schwann e
microglia
C. SINAPSES
NÚCLEOS DA BASE
• Estruturas situadas na medula cerebral, compostas por substância
cinzenta e que são predominantemente motoras, mas também estão
relacionadas com processos cognitivo, emocionais e motivacionais.
Existem um total de 9 núcleos ou gânglios da base:
- Núcleo caudado: Controla movimentos grosseiros do corpo, junto do
putâmen, aprendizagem e memória.
- Putâmen: Regula os movimentos grosseiros.
- Globo pálido: Controle de movimentos voluntários subconscientes.
- Núcleo accumbens: Participa da regulação emocional e faz parte do
sistema límbico.
- Claustro: Função desconhecida, mas pode estar ligado a função
visual, auditiva e motora.
- Corpo amigdalóide ou amídala: Relacionado com o comportamento
emocional e a memória. Faz parte do sistema límbico.
- Substância negra: Responsável pela produção de dopamina no
cérebro, relacionado ao Parkinson.
- Núcleo basal de Meynert: Ligado a funções psíquicas, sistema
límbico e memória, ligado a doença de Alzhaimer.
- Subtálamo: movimentos involuntários.
A) CÉREBRO
Diencéfalo :
• Forma o cérebro, juntamente ao telencéfalo
(derivam do prosencéfalo)
• Localizado na porção mais inferior de
cérebro
• Compreendem as seguintes partes: tálamo,
hipotálamo, epitálamo e subtálamo,
todas em relação com o III ventrículo
(cavidade mediana do diencéfalo)
- Tálamos :
• Duas massas volumosas de substância cinzenta de forma ovóide,
dispostas uma de cada lado do diencéfalo.
• Atua como centro de triagem, como intensificador de sensações
(exceto cheiro) além de estar envolvido na função da memória
de longo prazo.
• Possuem liberdade para decidir transmitir ou não as dores.
• Responsável pela integração sensorial e motora.
• O tálamo recebe informações sensoriais do corpo e as passa para o
córtex cerebral. O córtex cerebral envia informações motoras para
o tálamo que posteriormente são distribuídas pelo corpo.
- Hipotálamo:
• Situa-se abaixo do tálamo, e forma as paredes laterais do terceiro
ventrículo.
• Possui as funções de regular o sistema nervoso autônomo e as
glândulas endócrinas, e é o principal responsável pela
constância do meio interno.
• É o principal centro integrador das atividades dos órgãos viscerais,
sendo um dos principais responsáveis pela homeostase corporal.
• Ele faz ligação entre o sistema nervoso e o sistema endócrino,
atuando na ativação de diversas glândulas endócrinas. Além disso,
também faz parte do sistema límbico (emoções).
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- Subtálamo:
• Zona de transição entre o diencéfalo e o tegumento do mesencéfalo
• Apresenta formações de substância branca e cinzenta, sendo a mais
importante o núcleo subtalâmico
• O núcleo subtalâmico relaciona-se com funções motoras
• Núcleo da base
- Epitálamo:
• Limita posteriormente o terceiro ventrículo, acima do sulco
hipotalâmico, já na transição com o mesencéfalo
• Possui a glândula pineal (que secreta melatonina, hormônio
responsável controle do sono e vigília e também por controle gonadal)
• Envolvimento no ritmo circadiano (relógio biológico) e relacionado com
o sistema imunológico
• Relação com a regulação do comportamento emocional (sistema
límbico)
Telencéfalo :
• Compreende os dois hemisférios cerebrais, direito e esquerdo,
separados pela fissura longitudinal do cérebro
• O assoalho da fissura é formado por uma faixa de fibras comissurais
(corpo caloso), principal meio de união entre os dois hemisférios
• Os hemisférios possuem cavidades, os ventrículos laterais direito e
esquerdo
• Cada hemisfério possui três pólos: Frontal, Occipital e Temporal;
e três faces: Súpero-lateral; Medial; e Inferior
• A região superficial do telencéfalo, que acomoda bilhões de corpos
celulares de neurônios (substância cinzenta), constitui o córtex cerebral
• Os lobos são as principais divisões físicas do córtex cerebral
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SULCOS E GIROS
• Durante o desenvolvimento embrionário, quando o tamanho do
encéfalo aumenta rapidamente, a substância cinzenta do córtex
aumenta com maior rapidez que a substância branca subjacente.
Como resultado, a região cortical se enrola e se dobra sobre si
mesma. Portanto, o córtex cerebral apresenta depressões
denominadas sulcos, que delimitam os giros (circunvoluções)
cerebrais.
• A existência dos sulcos permite considerável aumento do volume
cerebral.
• Os dois sulcos mais importantes são o sulco lateral e o sulco central
LOBOS
1. Lobo frontal: Possui os sulcos pré-central,
superior e inferior: Entre o sulco pré central e o central se localiza a
função motora do cérebro. O giro frontal inferior do hemisfério
esquerdo é denominado giro de broca, estando localizado a área de
linguagem do cérebro. Portanto, participa do planejamento
consciente e controle motor.
B) CEREBELO
•Deriva do metencéfalo
•Situado dorsalmente entre o bulbo e a ponte
•Está separado do lobo occipital por uma prega da
dura-máter denominada tenda do cerebelo
•Liga-se à medula e ao bulbo pelo pedúnculo
cerebelar inferior à ponte e mesencéfalo pelos
pedúnculos cerebelares médio e superior,
respectivamente
•Funciona sempre em nível involuntário e inconsciente, sendo sua
função exclusivamente motora (equilíbrio e coordenação)
•Dividido em lóbulos, sem importância funcional
•Possui uma porção ímpar e mediana, o vérmis, ligado a duas grandes
massas laterais, os hemisférios cerebelares
•Substância cinzenta, externamente (córtex cerebelar), e substância
branca, internamente
C) TRONCO ENCEFÁLICO
• Conecta a medula espinal com as estruturas encefálicas localizadas
superiormente.
• A substância branca do tronco encefálico inclui tratos que recebem e
enviam informações motoras e sensitivas para o cérebro e também as
provenientes dele.
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• BULBO:
• PONTE:
• MESENCÉFALO
REFLEXOS PRIMITIVOS
•Se dão pela não completa mielinização dos lobos frontal e parietais,
responsáveis pela coordenação dos movimentos e pelo sentimento de
toque
•Não completa maturação das estruturas como os núcleos da base,
sistema vestibular e cerebelo
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Busca (0 a 2 meses)
•Aparece ao nascer e torna-se voluntário após 3 semanas de idade.
•É desencadeado por estimulação da face ao redor da boca.
•Observa-se rotação da cabeça na tentativa de “buscar” o objeto,
seguido de sucção reflexa do mesmo.
Extrusão
•Aparece ao nascer e desaparece aos terceiro ou quarto mês de vida
•O neonato usa a língua para empurrar objetos estranhos para fora da
boca
Moro (0 a 6 meses)
•Ao simular suspender e soltar o neonato, observam-
se abdução de braços, extensão de mãos e flexão de
polegares. É
•Desencadeado por queda súbita da cabeça,
amparada pela mão do examinador.
Marcha Reflexa:
•Aparece ao nascer e desaparece no segundo
mês de vida.
• Colocado em posição vertical e ao tocar uma superfície plana com a
sola do pé, o neonato estimula uma caminhada (cruzamento das pernas,
uma à frente da outra).
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Preensão palmar (0 a 3-4 meses)
•Ao colocar o dedo na palma da mão do RN ele o agarrará (flexão dos
dedos).
Reflexo de Landau:
•Com a criança em suspensão ventral realiza-se o primeiro estímulo, de
extensão da cabeça, sendo a resposta o desencadeamento do tônus
extensor, havendo extensão de tronco, quadril, membros superiores e
inferiores.
•Depois disso, estimula-se a flexão ativa ou passiva da cabeça do RN
que responde com a flexão do tronco, quadril, membros inferiores e
superiores.
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FASES DA MARCHA
O ciclo de marcha pode ser subdividido em:
→Fase de apoio: ocorre quando o pé encontra-se em contato com o
solo e sustenta o peso. Representa cerca de 60% do ciclo da marcha.
•Contato inicial: quando o calcanhar toca o solo.
•Resposta à carga: compreende a fase de transferência do peso para o
pé que acabou de tocar o solo. Até antes que o membro oposto deixe o
solo. Corresponde ao período inicial de duplo apoio.
•Apoio médio: durante esse período apenas um membro inferior
sustenta o peso do corpo, enquanto o outro membro entra na fase de
balanço. Consistindo no apoio simples.
•Apoio terminal: essa fase completa o apoio simples. Começa com a
elevação do calcanhar e continua com o contato inicial do membro
inferior contralateral.
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•Pré-balanço: durante esse período o membro de apoio transfere o
peso corporal para o membro contralateral e prepara-se para a fase de
balanço.