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ACI - 2
1º período

Rafaela Carvalho Rodrigues


Turma: 98
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SUMÁRIO
• Metabolismo da Bilirrubina - página 3
• Icterícia Fisiológica - página 5
• Transição alimentar - página 6
• Vitaminas - página 7
• Marcos do desenvolvimento até os 2 anos - página 10
• Proteínas - página 19
• Rotina de internação na maternidade - página 21
• Parto Humanizado - página 22
• Rotina de atendimento do RN - página 23
• Testes de triagem - página 25
• Pré termo, à termo, pós termo - página 31
• Escala APGAR - página 32
• Transição da vida intra para extra uterina- página 32
• Alterações morfofuncionais no puerpério - página 36
• Importância da amamentação - página 38
• Técnica correta da amamentação- página 39
• Hospital amigo da criança - página 41
• Alojamento conjunto - página 42
• Anatomia e histologia da mama- página 44
• Fisiologia da lactação- página 46
• Calendário de vacinação até os 2 anos- página 49
• Imunologia - página 50
- Resposta inata X Resposta adquirida - página 50
- Células do sistema imunológico - página 53
- Órgãos linfoides - página 54
- Tipos de imunização - página 57
- Imunoglobinas - página 58
- Mecanismos de ação das respostas imunes - página 59
• Sistema Nervoso - página 60
- Embriologia do sistema nervoso - página 60
- Células do tecido nervoso - página 62
- Núcleos da base - página 65
- Anatomia funcional do encéfalo - página 66
• Reflexos primitivos - página 71
- Desenvolvimento ontogênico do sistema nervoso - página 74
• Deglutição e maturação do sistema digestório - página 75
• Fases da marcha - página 76
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METABOLISMO DA BILIRRUBINA
Formação da bilirrubina

• Propriedades bioquímicas da bilirrubina: C33 H36 N4 06


• A bilirrubina é um pigmento amarelo- alaranjado, lipossolúvel, estável e incapaz
de ser atacado por água.
• Formada a partir da degradação de toda substância do grupo heme,
principalmente hemoglobina liberada por eritrócitos (hemácias) que atingem o
final da vida.
• A destruição da hemoglobina resulta em globina ( parte não proteica) e hemo
(parte proteica). No grupamento heme, há uma cadeia cíclica de protoporfirina
que é percursora da bilirrubina.
• No REL do sistema mononuclear fagocítico ou sistema retículo endotelial
( grupamento de macrófagos presentes em órgãos degradados de hemácias
como fígado, baço, medula óssea vermelha) há oxidação da estrutura do grupo
heme com a saída de ferro pela presença da enzima hemoxigenase que atua na
protoporfirina, resultando na formação de bilirrubina e liberação de monóxido de
carbono.
• A bilirrubina sofre uma reação de redução através da FERRO - é armazenado no
enzima biliverdina redutase (+2 elétrons) e na presença fígado e baço e depois
de NADPH transformando-se em bilirrubina. reutilizado.

C0- será excretado pelo


- Outras formas/fontes da bilirrubina ser formada: pulmão.
• Destruição de hemácias imaturas recém formadas
• Degradação intracorpuscular de hemoglobina na
maturação de eritrócitos jovens na medula óssea.
• Heme livre presente no fígado.
• Outras proteínas que possuem o grupo heme (mioglobina - proteína encontrada
nos músculos; citocromo- proteínas que ocorrem na mitocôndria e que auxiliam
no transporte de elétrons na respiração celular; etc.)

Transporte da bilirrubina no plasma

• Por ser uma molécula lipossolúvel, a bilirrubina precisa se ligar a albumina, que
é uma proteína plasmática que auxilia no transporte da bilirrubina pela corrente
sangüínea.
• A ligação da bilirrubina à albumina pode sofrer interferência pelos fatores:
- pH: em meio acido a afinidade é diminuída.
- Idade: o RN tem capacidade 2x ou 3x menor que o adulto ( se iguala a partir da
2º mês de vida)
- Substâncias presentes no soro (plasma): podem competir com ou alterar a
ligação bilirrubina e albumina.
• A bilirrubina ligada a albumina é chamada de bilirrubina indireta, sendo
considerada não toxica aos tecidos, chegando aos hepatócitos onde é
metabolizada em 4 etapas: captação - armazenamento - conjugação -excreção.
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- CAPTAÇÃO
• Ocorre no parênquima hepático, onde proteínas de membranas do hepatócito
captam a bilirrubina indireta e a separam da molécula de albumina.

- ARMAZENAMENTO
• A bilirrubina encontra-se altamente lipossolúvel após a retirada da albumina, e
assim, para ser armazenada, liga-se as ligandinas (proteínas Y e Z) que evitam
sua saída da célula e transportam a bilirrubina até o retículo endoplasmático.

- CONJUGAÇÃO
• Através de um sistema enzimático nos microcosmos hepáticos, a bilirrubina é
ligada a duas moléculas UDP- glicuronato, transformando-se em bilirrubina
mono ou bilirrubina direta.
A bilirrubina direta é
hidrossolúvel, facilmente
eliminada pela bile ou pelos rins
(em circulação sangüínea).
- EXCREÇÃO
• A bilirrubina é mandada para os canalículos biliares que
desembocam no canal colédoco (conecta o sistema hepático biliar ao sistema
digestivo).
• Única fase que existe o gasto energético para transporte.
• Com a bile, a bilirrubina direta chega ao intestino onde será reduzida á
estercobilina ( pelas bactérias) e uma pequena parte será hidrolisada para a
bilirrubina indireta e reabsorvida pela circulação enteropática.
• A estercobilina pode ser reabsorvida também, contudo será eliminada como

No RN, a flora intestinal está ausente até o fim


da 1º semana (estercobilina e urobilina não são
detectáveis). Além disso, a enzima que hidrolisa
a bilirrubina direta em indireta ( beta-
glicuronidase) está presente ativamente, fazendo
com que a bilirrubina seja reabsorvida.

OBSERVAÇÕES:
- 1g de hemoglobina gera cerca de 36mg de bilirrubina.
- 1% da hemoglobina existente no corpo é degradada diariamente (adulto) -
crianças tem a produção 2x maior.
- A destruição da hemoglobina em RN a termo e prematuro pode variar em valor
absoluto, segundo a quantidade de hemoglobina presente, o que determina
variações na quantidade de bilirrubina ofertada no plasma.
→ Todas as crianças nessa fase têm a bilirrubina plasmática mais
alta do que um adulto normal – a bilirrubina aumenta pós
nascimento, atinge ápice e decresce até o fim da 1º semana.
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ICTERÍCIA FISIOLÓGICA
• Condição clínica benigna e reversível
• Inicia-se normalmente após 24 horas de vida, aumenta em distribuição corpórea
e intensidade, fazendo pico entre 3º e 5º dia e desaparece até o 10º dia.
• Aparece quando o sangue do RN fica com acúmulo de bilirrubina.
• A imaturidade hepática do recém-nascido, ainda não estão presentes todas as
enzimas necessárias para o metabolismo da bilirrubina, não podendo esta ser
conjugada (glicuronil transferase) e, consequentemente, ocorre o aumento dos
níveis de bilirrubina indireta no sangue.

Mecanismos/fatores para a instalação da icterícia neonatal:


• Aumento da procuro da bilirrubina: o RN produz uma quantidade 2 vezes
maior de bilirrubina e menor sobrevida do eritrócito fetal.
• Circulação enteropática: a ausência da flora intestinal bacteriana e o aumento
da beta-glicuronidase criam condições para o aumento da reabsorção da
bilirrubina indireta ( desconjugada ) para a corrente sangüínea, o que retarda a
liberação de mecônio e prolonga a icterícia.
• Diminuição da função hepática: no RN, as ligandinas estão deficientes
(chegam no nível adulto no 5º dia) ; a atividade glicuroniltranferase esta
diminuída (atinge nível adulto na 6º à 14º semana); a excreção hepática é muito
limitada.
• Circulação hepática: após o nascimento, o hepático deixa de receber sangue
bem oxigenado dos vasos portais, o que pode provocar diminuição da
capacidade hepática.

Fatores associados ao aumento da bilirrubina neonatal:


• Interferência genética: orientais, indígenas, norte-americanos e gregos têm
níveis mais altos.
• Fatores maternos: como diabetes materna, deficiência de Zn e Mg
• Fatores perinatais: hipoxia, clampeamento tardio do cordão umbilical, coletas
sangüíneas, jejum e depravação calórica, estase meconial, etc.

Fatores associados a menores níveis de bilirrubina neonatal:


• Alimentação precoce e frequente
• Rápida eliminação de mecônio: são utilizados no manuseio da icterícia como
forma de reduzi-la

Sinais clínicos apresentados:
• Pele amarelada;
• Esclera ( pele branca do olho) amarelada;
• Urina de cor anormal;
• Fezes esbranquiçadas ou cor de barro;
• Mucosas amarelas;
• Cor amarela no interior da boca.
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Tipos de icterícia
1. Pré - hepática: ocorre quando, por algum motivo, as hemácias não duram os
120 dias e passam a ser degradadas mais cedo, gerando um acúmulo de
bilirrubina indireta no sangue. O aumento da bilirrubina indireta aumenta a
concentração da direta no mesmo, porem em menor proporção. Isso acontece
porque o excesso de bilirrubina indireta é captada pelo fígado e transformada
em direta.

2. Intra - hepática: a bilirrubina chega a entrar nos hepatócitos porém ocorre


uma erro na metabolização da bilirrubina circulante.

3. Pós - hepática: a bilirrubina chega a ser convertida em direta e sai do fígado,


porém não consegue entrar no sistema biliar. Isso acarreta um aumento da
bilirrubina direta no fígado, que por excesso, cai na corrente sangüínea fazendo
o esterco sair esbranquiçado. Pode causar hepatite viral, calculo biliar,
colestase (interrupção do fluxo biliar), tumor na parede do colédoco ou cabeça
do pâncreas.

Tratamento: A Fototerapia (banho de luz natural ou artificial), que é capaz de


transformar essas
moléculas de bilirrubina indireta em pigmentos mais solúveis, que podem
facilmente
ser eliminados pelo organismo.

TRANSIÇÃO ALIMENTAR COM INSERÇÃO DE ALIMENTOS SÓLIDOS

• Após os 6 meses, o aleitamento materno de modo isolado não atende


mais as necessidades nutricionais dos lactantes, sendo necessária a
introdução de outros alimentos.

• O aleitamento materno é recomendado até os 2 anos, sendo exclusivo até


os 6 meses.

• A introdução de alimentação complementar deve ser feita de forma


gradual.

• Após os 6 meses, dar alimentos complementares ( cereais, tubérculos,


carnes leguminosas, frutas, legumes) 3 vezes ao dia, se a criança receber
leite materno, e 5 vezes ao dia, se tiver desmamada.
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Pirâmide alimentar infantil - crianças de 6 a 23 meses
Composta por 8 grupos de
alimentos, distribuídos em 4 níveis,
apresentados da base para o topo da
pirâmide.

- Nível 1 (fontes de amido) -


Carboidratos
• Grupo 1 - tubérculos, cereais, pão

- Nível 2 (fontes de vitaminas e


minerais)
• Grupo 2 - hortaliças (verduras e
legumes)
• Grupo 3 - frutas

- Nível 3 (fontes de proteínas animais e vegetais) - Proteínas


• Grupo 4 - leite, queijos e iogurtes
• Grupo 5 - carnes e ovos
• Grupos 6 - leguminosas ( feijão, lentilha, soja, ervilha)

- Nível 4 ( lipídios e açúcares)


• Grupo 7 - óleos e gorduras
• Grupo 8 - açúcares e doces

OBS: Alimentos de um mesmo grupo podem ser substituídos entre si,


porém alimentos de diferentes grupos não devem ser substituídos pelos
outros, pois todos os 8 grupos são importantes e todos são necessários.

VITAMINAS
Vitamina A
• Funções no organismo: combate radicais livres, formação dos ossos, pele;
funções da retina
• Doenças provocadas pela carência (avitaminoses): problemas de visão,
secura da pele, diminuição de glóbulos vermelhos, formação de cálculos renais
• Fontes: fígado de aves, animais e cenoura

Vitamina D
• Funções no organismo: regulação do cálcio do sangue e dos ossos
• Doenças provocadas pela carência (avitaminoses): raquitismo e osteoporose
• Fontes: óleo de peixe, fígado, gema de ovos
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Vitamina E
• Funções no organismo: atua como agente antioxidante.
• Doenças provocadas pela carência (avitaminoses): dificuldades visuais e
alterações neurológicas
• Fontes: verduras, azeite e vegetais

Vitamina K
• Funções no organismo: atua na coagulação do sangue, previne osteoporose,
ativa a osteocalcina (importante proteína dos ossos).
• Doenças provocadas pela carência (avitaminoses): deficiência na coagulação
do sangue, hemorragias.
• Fontes: fígado e verduras de folhas verdes, abacate.

Vitamina B1
• Funções no organismo: atua no metabolismo energético dos açúcares
• Doenças provocadas pela carência (avitaminoses): beribéri
• Fontes: cereais, carnes, verduras, levedo de cerveja

Vitamina B2
• Funções no organismo: atua no metabolismo de enzimas, proteção no sistema
nervoso.
• Doenças provocadas pela carência (avitaminoses): inflamações na língua,
anemias, seborreia
• Fontes: leites, carnes, verduras

Vitamina B5
• Funções no organismo: metabolismo de proteínas, gorduras e açúcares
• Doenças provocadas pela carência (avitaminoses): fadigas, cãibras
musculares, insônia
• Fontes: fígado, cogumelos, milho, abacate, ovos, leite, vegetais

Vitamina B6
• Funções no organismo: crescimento, proteção celular, metabolismo de
gorduras e proteínas, produção de hormônios
• Doenças provocadas pela carência (avitaminoses): seborreia, anemia,
distúrbios de crescimento
• Fontes: carnes, frutas, verduras e cereais

Vitamina B12
• Funções no organismo: formação de hemácias e multiplicação celular
• Doenças provocadas pela carência (avitaminoses): anemia perniciosa
• Fontes: fígado, carnes
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Vitamina C
• Funções no organismo: atua no fortalecimento de sistema imunológico,
combate radicais livres e aumenta a absorção do ferro pelo intestino.
• Doenças provocadas pela carência (avitaminoses): escorbuto
• Fontes: laranja, limão, abacaxi, kiwi, acerola, morango, brócolis, melão, manga

Vitamina H
• Funções no organismo: metabolismo de gordura
• Doenças provocadas pela carência (avitaminoses): eczemas, exaustão, dores
musculares, dermatite
• Fontes: noz, amêndoa, castanha, lêvedo de cerveja, leite, gema de ovo, arroz
integral

Vitamina M ou B9
• Funções no organismo: metabolismo dos aminoácidos, formação das
hemácias e tecidos nervosos
• Doenças provocadas pela carência (avitaminoses): anemia megaloblástica,
doenças do tubo neural
• Fontes: cogumelos, hortaliças verdes

Vitamina PP ou B3
• Funções no organismo: manutenção da pele, proteção do fígado, regula a taxa
de colesterol no sangue.
• Doenças provocadas pela carência (avitaminoses): insônia, dor de cabeça,
dermatite, diarreia, depressão
• Fontes: ervilha, amendoim, fava, peixe, feijão, fígado

- MECANISMO DA VITAMINA D
• A vitamina D possui 2 formas principais: - Vitamina D2 (ergocalciferol)
- Vitamina D3 (colecalciferol)

• Ambas podem ser obtidas através de alimentos ou suplementos vitamínicos.


• A vitamina D3 pode ser obtida pelo nosso corpo, a partir da transformação de
7- dehidrocolesterol ( depositado nas células da pele) em colecalciferol (vitamina
D3), quando exposto á luz solar (raios UV-B).
• Tanto a vitamina D2 quanto a D3 são formas biologicamente inativas da vitamina
D.
• Para que a vitamina D possa exercer seus efeitos no organismo, são necessárias
duas reações sequenciais de hidroxilação (hepática e renal).
• Vitaminas D2 e D3 obtidas na alimentação e/ou exposição solar, são
transportadas para o fígado, onde serão transformadas em calcidiol.
• O organismo sente necessidade de agir sobre os níveis de cálcio do sangue e
dos ossos, parte desse calcidiol é transportada até os rins, onde sofrerá o ultimo
processo de metabolização, transformando-se em calcitriol que é a forma ativa
da vitamina D.
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• Desempenha papel ativo nos mecanismos homeostáticos que controlam o
metabolismo do cálcio e fósforo.
• A vitamina D aumenta a absorção de cálcio no trato intestinal além de ter
importância na deposição e absorção óssea.
• O colecalciferol é o composto mais importante, sendo formada na pele em
consequência da irradiação do 7- desidrocolesterol, substância presente
normalmente na pele pelos raios ultravioletas provenientes do sol.
• A exposição adequa ao sol evita a deficiência da vitamina D.
• O colecalciferol é convertido em 25- hidroxicolecalciferol no fígado em um
processo restrito ja que o 25- hidroxicolecalciferol apresenta efeito inibitório por
Feedback sobre as reações de conversão.

MARCOS DO DESENVOLVIMENTO ATÉ 2 ANOS


MARCO DO DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR

0 A 3 MESES
• O recém-nascido apresenta reflexos primitivos, como busca, sucção,
marcha reflexa, apoio plantar, Moro, Magnus-De Kleijn (tônico-cervical
assimétrico), preensão palmar, preensão plantar, cutâneo-plantar
extensor, etc. Tais reflexos são mediados pela medula espinhal e pelo
tronco encefálico, pois estas estruturas estão bem desenvolvidas ao
nascer.
• Com a mielinização das regiões superiores cerebrais (de baixo para cima, dentro
para fora), esses reflexos primitivos desaparecem, pois o córtex cerebral
começa a exercer controle sobre as regiões inferiores do SNC.
• A maioria desses reflexos desaparece até o 6º mês, com exceção do
reflexo de preensão plantar (11º mês) e cutâneo plantar extensor (a partir
de 12 meses).
• A criança sorri socialmente - relação com o sistema límbico/emocional
• Fixa o olhar e acompanha objetos com os olhos - desenvolvimento do
córtex visual
• Atende ao som com procura da fonte emissora e usa vogais (gorjeio) -
desenvolvimento do lobo temporal
• Fixa o pescoço - sustento cefálico
• Movimenta a cabeça e junta as mãos na linha média - relacionados à
motricidade (lobo frontal e o cerebelo).

3 A 6 MESES
• Preensão voluntária das mãos - início da mielinização do córtex na
região do lobo frontal, em conjunto com o trato piramidal
• Inicia a lalação e balbucia monossílabos sem significado - início do
desenvolvimento da área de Broca.
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• Senta com apoio - início do tônus dos músculos costais e abdominais,
sendo principalmente influenciado pelo cerebelo
• Muda de decúbito e é capaz de alcançar objetos - desenvolvimento do
córtex motor primário; auxílio do cerebelo
• Atende pelo nome - desenvolvimento do lobo temporal e da área de
compreensão da linguagem – Wernicke.

6 A 9 MESES
• Senta sem apoio e começa a engatinhar -maior mielinização do córtex
frontal, relacionando o tônus muscular no tálamo em conjunto com o
cerebelo, por ligações das fibras nervosas
• Maior acuidade visual - desenvolvimento do lobo occipital
• Reconhecimento facial dos pais, tanto visual (lobo occipital) quanto tátil
(lobo parietal)
• Pega objetos com preensão manual de pinça (ainda não individualizada) e
troca objetos de mãos - início do desenvolvimento de movimentos
motores mais complexos, relacionado com a mielinização da área
pré-motora do lobo frontal, em conjunto com os núcleos da base
• Apresenta reações à pessoas estranhas - relação com o sistema
límbico
• Fala palavras de sílabas repetidas com significado - áreas de Broca e
Wernicke

• 9 A 12 MESES
• Inicia o andar sem apoio - devido a maior mielinização do giro pré-
central e áreas motoras primária e suplementar
• Movimento de pinça manual individualizada - desenvolvimento da área
motora suplementar, trato piramidal e núcleos da base, relacionados
com os movimentos motores finos
• Usa palavras corretamente e produz jargão - áreas de Broca e Wernicke

12 A 18 MESES
• Deambula, sobe escadas com auxílio, usa colher e constrói uma torre de
3 cubos - áreas motoras primária e secundária, trato piramidal e vias
e estruturas do equilíbrio e coordenação motora (cerebelo, sistema
vestibular, etc.)
• Capaz de dizer em torno de 10 palavras e construir frases de 2 palavras -
áreas de Broca e Wernicke.
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18 A 24 MESES
• Início do desenvolvimento emocional e cognitivo - ínsula; parte anterior
não motora do lobo frontal; parte do cerebelo relacionada à cognição
• Sobe e desce escadas com apoio e constrói uma torre de 6 cubos -
áreas motoras primária e secundária, trato piramidal e vias e
estruturas do equilíbrio e coordenação motora.
• Início do controle dos esfíncteres - maior mielinização dos nervos
periféricos e funcionamento do sistema nervoso autônomo simpático
e parassimpático

- CONTROLE DE ESFÍNCTERES
• O aprendizado do controle esfincteriano é influenciado pelo
desenvolvimento de cada criança e por fatores culturais.
• Início precoce desses métodos de estimulo, sem respeitar a maturação
da criança, aumenta o risco para o aparecimento de disfunções, como
entrasse (emissão voluntária de urina), encorpes (incontinência fecal),
constipação e recusa a ir ao banheiro.
• Um início precoce é realizado a partir de 18 meses, entretanto um
treinamento tardio é tido como realizado após os 36 meses.
• A aquisição da continência depende de um aumento progressivo da
capacidade vesical (em torno de 30 ml a cada ano até a puberdade) e do
desenvolvimento da atuação reguladora do córtex cerebral sobre o centro
pontino da micção, que permitirá a criança o controle voluntário sobre os
reflexos que controlam o detrusor e o esfíncter
• O controle esfincteriano é determinado pela maior mielinização dos
nervos periféricos e funcionamento do sistema nervoso autônomo
simpático e parassimpático.
• A família, professores de creches e profissionais ajudam a maturação da
criança.
• No lactente o processo de eliminações é reflexo, e não existe controle
consciente ou envolvimento cortical.
• Aos 9 meses, um controle esfincteriano com reflexo
condicionado pode ocorrer. · 18 meses- Iniciando o
controle vesical diurno.
• A mielinização do trato piramidal referente à área
· 2 anos - Controle
esfincteriana não está completa até os 12-18 meses. vesical diurno em

• Ao redor de dois anos a criança começa a ter consolidação e iniciando


o vesical noturno e anal.

consciência das sensações que acompanham o


enchimento da bexiga.
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- DESENVOLVIMENTO DA FALA
• O processo de maturação cerebral é o processo em que os neurônios da
parte do córtex se encontram mielinizada, proporcionando ao indivíduo
executá-las com mais eficiência, tendo a sua maturação.
• Área de Broca é a parte do cérebro humano responsável pela expressão
da linguagem, contém os programas motores da fala. Localizada no giro
frontal inferior, que participa do processo de decodificação fonológica e
que vai organizar a resposta motora com a finalidade de executar a
articulação da fala após receber o estímulo transmitido e processado
pela área de Wernicke.
• Área de Wernicke é uma região do cérebro humano responsável pelo
conhecimento, interpretação e associação das informações, mais
especificamente a compreensão da linguagem. Se localiza na porção
posterior da circunvolução temporal superior do córtex cerebral esquerdo.
• Sorri e responde a um rosto ou voz com 1 mês e meio e necessita do
início da maturação da área de Wernicke assim como inibi-se com um
“não” aos 7 meses.
• Início da lalação com 4 meses, balbuciação de monossílabos com 6, dizer
verdadeiramente “mamãe e papai” com 10 meses e as primeiras palavras
verdadeiras aos 12 meses requerem o desenvolvimento e mielinização
da área de Broca.

- DESENVOLVIMENTO SOMÁTICO
• O crescimento somático envolve o aumento do número de células
(hiperplasia), um aumento no seu tamanho (hipertrofia), e um incremento
no conteúdo extra-celular.
• A predominância de um ou outro processo (hiperplasia, hipertrofia e
incremento) varia com a idade e o tecido envolvido, sendo governada por
fatores genéticos, regulados por mecanismos hormonais complexos e
atualizados pela natureza sempre variável do ambiente.
Sistema nervoso somático:
• É constituído de fibras nervosas periféricas que enviam informações para
o SNC, além de fibras motoras que inervam os músculos esqueléticas,
que tem movimento voluntário. O corpo da célula é localizada no encéfalo
ou medula espinhal e se liga diretamente ao efetor específico do SNS, o
músculo esquelético, fazendo aí sinapse química. As fibras destes
neurônios são longas e contém nas suas terminações a Acetilcolina (ACC)
armazenada.
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- REFLEXOS PRIMITIVOS E SUAS DURAÇÕES


Grande parte dos reflexos se dão pela não completa mielinização dos
lobos frontal e parietais, responsáveis pela coordenação dos movimentos
e pelo sentimento de toque, além de não completa maturação das
estruturas como os núcleos da base, sistema vestibular e cerebelo.
No Cérebro as estruturas mais proeminentes na produção dos movimentos
reflexos são responsáveis pela percepção do tato e do movimento de
reação, sendo os lobos parietal e frontal.

• Lobo frontal, localizado na parte da frente do cérebro, acontece o


planejamento de ações e movimento, bem como o pensamento abstrato.
Nele estão incluídos o córtex motor que controla e coordena a
motricidade voluntária, a aprendizagem motora e o córtex pré-frontal que
controla os movimentos de precisão.
• Lobo parietal: há o córtex somatossensorial, que têm a função de
possibilitar a percepção de sensações como o tato, a dor e o calor. Por
ser a área responsável em receber os estímulos obtidos com o
ambiente exterior, representa todas as áreas do corpo humano. É a zona
mais sensível, logo ocupa mais espaço do que a zona posterior, uma vez
que tem mais dados a serem interpretados, captados pelos lábios, língua
e garganta.
• A zona posterior é uma área secundária e analisa, interpreta e integra as
informações recebidas pela anterior, que é a zona primária, permitindo ao
indivíduo se localizar no espaço, reconhecer objetos através do tato etc.

• Principais reflexos

• Busca: Aparece ao nascer e torna-se voluntário após 3 semanas de


idade. É desencadeado por estimulação da face ao redor da boca.
Observa-se rotação da cabeça na tentativa de “buscar” o objeto,
seguido de sucção reflexa do mesmo. (0 à 2 meses)
• Sucção Reflexa: Sucção em resposta á estimulação da parte
posterior da cavidade oral (é desencadeado pela estimulação dos
lábios). Observa-se sucção vigorosa. Sua ausência é sinal de
disfunção neurológica grave. (0 à 5 meses)
• Extrusão: Aparece ao nascer e desaparece aos terceiro ou quarto mês
de vida, O neonato usa a língua para empurrar objetos estranhos
para fora da boca.
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• Moro: É descrito que ao simular suspender e soltar o neonato, ou
promover ruído súbito observam-se abdução de braços, extensão
de mãos e flexão de polegares. É desencadeado por queda súbita
da cabeça, amparada pela mão do examinador. Observa-se
extensão e abdução dos membros superiores seguida por choro. (É
desencadeado por queda súbita da cabeça, amparada pela mão do
examinador). (0 à 6 meses)
• Tônico cervical Assimétrico (“ do esgrimista ou “ de Magnus e de
Kleijn): Com um movimento rápido, vira-se a cabeça do recém-
nascido para um lado enquanto estabiliza-se o tronco do RN. Ele
realizará uma extensão do membro superior ipsilateral à rotação
(para o lado que a cabeça foi virada), havendo flexão do braço e
perna do lado oposto ( contralaterais ). A resposta dos membros
inferiores obedece ao mesmo padrão, mas é mais sutil. (0 à 4
meses)
• Marcha Reflexa: Aparece ao nascer e desaparece no segundo mês de
vida. É descrito como colocado em posição vertical e ao tocar uma
superfície plana com a sola do pé, o neonato estimula uma
caminhada (cruzamento das pernas, uma à frente da outra). É
desencadeado por inclinação do tronco do RN após obtenção do
apoio plantar.
• Preensão palmar: Ao colocar o dedo na palma da mão do RN ele o
agarrará (flexão dos dedos). (0 à 3 - 4 meses)
• Preensão plantar( Babinski ): Ao colocar o dedo contra a base dos
artelhos, o recém-nascido irá curvá-los para baixo (flexão dos
dedos). (0 à 10 - 11 meses)
• Apoio plantar: É desencadeado pelo apoio do pé do RN sobre
superfície dura, estando este seguro pelas axilas. Observa-se
extensão das pernas. (0 à 2 meses)
• Reflexo de Galant (reflexo de encurvamento do tronco): É
desencadeado por estímulo tátil na região dorso lateral. Observa-se
encurvamento do tronco ipsilateral ao estímulo.
• Reflexo de colocação ( Placing ): É desencadeado pelo estímulo tátil
do dorso do pé estando o bebê seguro pelas axilas. É observada a
elevação do pé como se estivesse subindo um degrau na escada. É
o único reflexo primitivo com integração cortical. (0 à 2 meses)
• Reflexo de Landau: Com a criança em suspensão ventral realiza-se o
primeiro estímulo, de extensão ativa ou passiva da cabeça, sendo a
resposta o desencadeamento do tônus extensor, havendo extensão
de tronco, quadril, membros superiores e inferiores. Depois disso,
estimula-se a flexão ativa ou passiva da cabeça do RN que
16
responde com a flexão do tronco, quadril, membros inferiores e
superiores.

- DESENVOLVIMENTO PSÍQUICO DA CRIANÇA


• FREUD: “As 5 fases do desenvolvimento psicossexual da criança”

1. A fase oral ( Início no nascimento):


• Consiste na primeira fase de desenvolvimento infantil, a qual se concentra
na cavidade oral, onde a criança obtém prazer à partir do ato da sucção e
satisfação pela nutrição.
• Caso a amamentação é interrompida precocemente,,Freud afirma que a
criança terá atitudes suspeitas, não confiáveis ou sarcásticas, enquanto a
que for constantemente amamentada terá uma personalidade confiante e
ingénua.
• Com duração de um ano a um ano e meio, a fase oral termina com a
introdução do desmame.

2. A fase anal (2 a 4 anos):


• Ao receber orientações sobre higiene íntima, a criança desenvolve uma
obsessão para com a região anal e o ato de mexer com as entranhas.
• A criança vê esta fase como uma forma de se orgulhar das
“criações” (interação com fezes), o que leva à personalidade “anal
expulsiva”. Propositadamente reter seu sistema digestivo como forma de
destituir os pais, o que leva à personalidade “anal retentiva”.
• Freud afirma que esta fase tem uma duração de um a dois anos.

3. A fase fálica ( a partir dos 3 anos):


• É a mais crucial para o desenvolvimento sexual na vida de uma criança.
• Se concentra nos órgãos genitais – ou a falta deles, se a criança for do
sexo feminino – e os complexos infames de Édipo ou Electra emergem.
• Para um homem, a energia sexual é canalizada no amor por sua mãe,
levando a sentimentos de inveja (às vezes violentos) ao pai. O menino
provavelmente aprenderá a se identificar com o pai, reprimindo assim o
complexo de Édipo.
• O complexo de Electra diz respeito ao mesmo fenômeno, porém invertido,
para as meninas.

4. O período de latência:
• Fase de desejos inconscientes reprimidos.
• A criança já superou o complexo da fase fálica e, embora desejos e
impulsos sexuais possam ainda existir, eles são expressos de forma
assexuada (amizades, escola, esportes) até o começo da puberdade.
17

5. A fase genital:
• A criança mais uma vez volta a sua energia sexual para seus órgãos
genitais em direcção às relações amorosas.
• Primeira vez que uma criança quer agir de acordo com seu instinto de
procriar.

PIAGET: “A relação de interdependência entre o homem e o objeto do


conhecimento””
A Teoria de Piaget afirma que as crianças passam por estágios específicos
de acordo com seu intelecto e capacidade de perceber relacionamentos
maduros.
Começou por dois conceitos principais: acomodação e assimilação.

- Acomodação: É o processo de tirar novas informações no ambiente e


alterar informações pré-existentes para se encaixar nas novas
informações. Estabelece como as pessoas vão adotar novos conceitos,
esquemas, conhecimento, etc.

- Assimilação: É como os seres humanos percebem e se adaptam a


novas informações. É quando nos deparamos com novas informações,
mas olhamos as informações antigas que armazenamos para interpretar
a nova.

• Teoria 1 de Piaget: estágio sensorimotor (crianças de 0 a 2)


Caracterizado pela forma como a criança entende o mundo, reunindo a
experiência sensorial com a atividade física, é o período em que a criança
melhora reflexos inatos.

• A Teoria de Piaget durante esta etapa estabelece seis sub-etapas que


são:

• Reflexos simples: desde o nascimento a 6 semanas, o bebê terá três


reflexos primários (sugando objetos na boca, seguindo objetos moventes
ou interessantes com os olhos e fechando a mão quando um objeto faz
contato com a palma) Com o passar do tempo os reflexos se tornarão
ações voluntárias.
18
• Primeiros hábitos e reações circulares primárias: de 6 semanas a 4
meses, a criança agora está começando a ser mais consciente e o
condicionamento clássico e operante começa nesta fase. A imitação ou
reprodução de certas reações com seu próprio corpo começam.

• Reações circulares secundárias: de 4 a 8 meses a criança começa a


desenvolver hábitos, eles são mais orientados a objetos, repetindo ações
com um propósito que traz resultados agradáveis. Ele agora pode
reproduzir certas reações, mas com objetos externos.

• Coordenação de reações circulares secundárias: de 8 a 12 meses, a


criança consolida coordenação mão-olho e intencionalidade. Suas ações
estão agora orientadas para objetivos.

• Reações circulares terciárias, novidade e curiosidade: de 12 a 18


meses, a criança começa a explorar e a investigar objetos que os
intriguem. É o palco da descoberta para
atingir novos objetivos. Piaget chamou
esse estágio do jovem cientista.

• Internalização de esquemas: de 18 a
24 meses a criança agora pode usar
símbolos primitivos para formar
representações mentais duradouras. É
quando o estágio de criatividade
começa e dá passagem ao estágio pré-
operacional.
19

- PROTEÍNAS
• São as mais importantes macromoléculas orgânicas e têm os
aminoácidos como subunidades estruturais básicas.
• Os aminoácidos possuem um grupo amina e o radical R ligados ao
primeiro átomo de carbono, em relação ao grupo acido carboxílico.
• Para formar proteínas, os aminoácidos se ligam através das ligações
peptídicas (covalente), ligação dos grupos amino de um aminoácido e
carboxila de outro, com eliminação de uma molécula de água.
• Podem ter propriedades e atividades totalmente diferentes pelas diversas
combinações e sequências dos 20 aminoácidos existentes, assim, uma
única mudança em qualquer um dos aminoácidos de uma sequência
acarreta uma nova proteína.
• Os aminoácidos podem ser classificados em naturais (produzidos pelo
organismo) e essenciais (não produzidos pelo organismo; devem ser
obrigatoriamente ingeridos através de alimentos)
• São aminoácidos naturais: alanina, arginina, glutamina, ácido aspártico,
ácido glutâmico, prolina, cisteína, tirosina, asparagina, glicina e serina.
• São aminoácidos essenciais: valina, leucina, isoleucina, lisina, treonina,
metionina, histidina, fenilalanina e triptofano
- Valina, leucina e isoleucina: BCAA, são essenciais para a produção da
massa corporal, sendo constantemente usado como suprimento para
atletas de alta performance
- Lisina: envolvido no sistema imunológico do organismo; é importante
para a produção de células brancas.
- Treonina: importante para a produção de colágeno e elastina.
- Metionina: auxilia na manutenção do fígado e dos rins, assim como no
controle do colesterol; também está envolvido na coloração cutânea.
- Histidina: atua na produção de histamina e outros componentes.
- Fenilalanina: atua na tireoide e no funcionamento dos vasos sangüíneos;
apresenta importante efeito antidepressivo, assim como no humor e na
atenção.
- Triptofano: utilizado na produção de serotonina, em coparticipação de
vitaminas do complexo B.
20
• A estrutura da proteína pode ser descrita em 4 níveis:
- Estrutura primária: sequência linear dos aminoácidos na cadeia
polipeptídica

- Estrutura secundária: refere-se à configuração espacial da cadeia


polipeptídica, como ela se enrola ou forma camadas.A estrutura mais
comum em proteínas animais é a hélice-α (formam-se ligações de
hidrogênio entre os aminoácidos)
- Estrutura terciária: dobramento da estrutura secundaria se organiza no
espaço de forma tridimensional ( forma globosa/enovelada). Esta forma é
estabilizada por ligações de hidrogênio, o que garante maior estabilidade
para a proteína.
- Estrutura quaternária: associação entre proteínas individuais (de
estrutura terciária) para formar um arranjo específico ( complexo
multiproteico)
• A perda das estruturas secundarias e terciária da proteína ou o
rompimento de ligações peptídicas é denominado desnaturação da
proteína.
• Fatores que provocam a desnaturação: calor, radiação eletromagnéticas
(micro-ondas, radiação UV) ácidos e bases, solventes orgânicos, bons de
metais pesados.
• Não há perda da estrutura primária (na desnaturação),ou seja, os
aminoácidos continuam unidos na mesma sequência
• As proteínas podem ser simples ( formada apenas por aminoácidos) ou
conjugadas (formadas por aminoácidos e outro elemento, por exemplo:
glicoproteína, lipoproteína, mineraloproteína, etc.)
• As proteínas tem as seguintes funções:
- Estrutural: Colágeno (tecido conjuntivo fibroso- tendões, ossos,
cartilagem)
- Enzimática: DNA-polimerase (replica e repara o DNA)
- Hormonal: Insulina (regula o metabolismo da glicose)
- Contráteis: Miosina (filamentos espessos na miofibrila
- Protetora do sangue: Fibrinogênio (percursor da fibrina na coagulação
do sangue)
- Transporte: Hemoglobina ( transporta O2 no sangue)
- Armazenamento: Ferritina ( armazenamento de ferro no baço)
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ROTINA DE INTERNAÇÃO NA MATERNIDADE


Na rotina de internação acontece:
• Análise do cartão da gestante para verificar idade gestacional;
• Anamnese;
• Exames físicos e obstétricos;
• Manobra de Leopold (determina a posição do feto);
• Exame das mamas;
• Exames de VDRL e anti-HIV
• Análise da frequência e duração das contrações e da dilatação
• Ausculta dos batimentos fetais.

Deve-se observar: Contrações dolorosas, dilatação causada devido às


contrações no colo do útero, formação da bolsa D’água (acúmulo de
líquido amniótico entre a cabeça e o colo do útero), perda de tampão
mucoso.

O acolhimento da internação da gestante ocorre nos seguintes passos:


1- Classificação de risco (protocolo de Manchester)
2- Avaliação clínico-obstétrica com diagnóstico de trabalho de parto.
3- Identificação/ diagnóstico do risco gestacional
4- Se estiver em trabalho de parto: Admissão da parturiente e elaboração
do plano de cuidados.
5-Se não estiver em trabalho de parto: Identificação de patologias/
agravos/ comorbidades
6- Monitoramento e condução do trabalho de parto: utilização do
partograma e seguir protocolos específicos.

Deve-se no acolhimento da gestante na internação do pré natal:

• Estabelecer idade gestacional: Utilizar parâmetros como data da


última menstruação, ultrassonografia do 10 trimestre, data do inicio
da percepção dos movimentos fetais, 10 teste de gravidez positivo.
• História obstétrica: Histórico das gestações anteriores e da atual,
procurando identificar risco obstétrico. Sugere-se utilização do
instrumento de HCP que reúne em uma única folha, variável do
consenso universal, que mapeia o percurso clínico da gestante e do
RN e garantem a informação mínima essencial à assistência para o
pré-parto, parto, nascimento e período neonatal.
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• Exame físico geral: Dados vitais, mucosas, aparelho respiratório e
cardiovascular, exames das extremidades e físico da mama.
• Exame físico obstétrico: Altura uterina, situação, posição e
apresentação fetal, insinuação, ausculta de BCF (antes, durante e
após a contração uterina), dinâmica uterina e integridade da bolsa
das águas).
• Análise do cartão de pré-natal: Verificar e anotar as sorologias, a
evolução pré-natal, identificando possíveis alterações.

POLÍTICA DO PARTO HUMANIZADO/ PROGRAMA DE HUMANIZAÇÃO


Humanizar o parto é respeitar e criar condições para que todas as
dimensões do ser humano sejam atendidas: espirituais, psicológicas,
biológicas e sociais.
A humanização é feita por meio de um conjunto de condutas e
procedimentos que promovem o parto e nascimento saudáveis,
respeitando o processo natural e evitando condutas desnecessárias
para a mãe e o bebê.
Para humanizar é preciso respeitar a individualidade das pessoas,
sabendo ver e escutar o outro, permitindo a adequação e assistência
segundo sua cultura, crenças, valores e diversidades opinativas de
modo que a mulher sinta maior controle e segurança na hora do parto.

O Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento, instituído


pelo Ministério da Saúde, através da Portaria/GM nº 569, de 01/06/2000,
e baseado nas análises das necessidades de atenção específica à
gestante, ao recém-nascido e à mulher no período pós-parto, busca:
• Concentrar esforços no sentido de reduzir as altas taxas de
mortalidade materna e perinatal
• Adotar medidas que assegurem a melhoria do acesso, da cobertura e
da qualidade do acompanhamento pré-natal, da assistência ao parto,
puerpério e neonatal
• Ampliar as ações já adotadas pelo Ministério da Saúde na área de
atenção à gestante, como os investimentos nas redes estaduais de
assistência à gestação de alto risco, o incremento do custeio de
procedimentos específicos e outras ações, como o Projeto de
Capacitação de Parteiras Tradicionais, do financiamento de cursos de
especialização em enfermagem obstetrícia e a realização de
investimentos nas unidades hospitalares integrantes destas redes.

• Princípios fundamentais do programa:


• Toda gestante tem o direito ao acesso a atendimento digno e de
qualidade no decorrer da gestação, parto e puerpério;
23
• Toda gestante tem direito de conhecer e ter assegurado o acesso à
maternidade em que será atendida no momento do parto;
• Toda gestante tem direito à assistência ao parto e ao puerpério e que
seja realizada de forma humanizada e segura, de acordo com os
princípios gerais e condições estabelecidas pelo conhecimento
médico
• Todo recém-nascido tem direito à assistência neonatal de forma
humanizada e segura.
• Toda gestante tem direito da presença de um acompanhante,
monitoramento do bem-estar físico e emocional, receber
informações sobre o procedimento, caminhar durante a dilatação e
utilizar a posição que desejar na expulsão, receber orientação sobre
as dores do parto, ao contato pele à pele e aleitamento logo no pós
parto, conhecer a identidade do médico, receber alimentos e
líquidos durante o trabalho de parto e ser chamada pelo nome.
• Oferecer o que é necessário, e sempre procurar o bem da gestante,
deixando claro que o direito da grávida termina onde começa o do
bebê, indefeso.

Lei 11108/05 – Lei do acompanhante – Garante o direito da gestante a


acompanhante durante todo período de trabalho de parto no parto e
pós parto.

ROTINA DE ATENDIMENTO DO RECÉM NASCIDO


Entende-se por cuidados imediatos os que são realizados em até 2
horas pós-parto. Dentre eles estão:
• Desobstrução das vias aéreas: Envolve-se o bebê com um lençol ou
com um campo esterilizado, secando as secreções e depois, a
criança é mantida em Trendelemburg (cabeça pra baixo, o que
facilita a desobstrução), são removidos da boca, olhos e nariz as
mucosidades e sangue, para só então realizar a aspiração das
mucosidades da oro e nasofaringe para impedir o tamponamento
dos espaços bronco-alveolares e atresia (estreitamento) do esôfago
e coanas.
• Secagem e aquecimento: A transição para o meio externo é um
estresse térmico para o RN, visto que ele responde ela com
vasoconstrição, tentando reduzir o calor perdido com a
metabolização de gorduras (consumindo 3x mais O2 e glicose). Por
isso é ideal o término da secagem (retirada do excesso de líquido
amniótico com compressa macia) e o mantimento do bebê em
berço aquecido, minimizando as perdas.
24
• Ligadura do cordão umbilical: Deve-se clampear e cortar o coto logo
após o nascimento. Para a segurança do RN são necessárias
atitudes como a verificação de sinais de hemorragias, inspeção de
vasos umbilicais, o clampeamento do cordão (nó), analisar suspeita
de incompatibilidade sanguínea ou RN de alto risco, realizando o
curativo (mantém-se o clamp por aproximadamente dois dias, com
o coto secando e caindo após 7 dias, em média).
• Realização do APGAR: No 1º e no 5º minuto, observando a evolução
do bebê (se menor que 6 esperar que esse score seja alcançado,
com verificação a cada 5 minutos).
• Verificar sinais vitais: Monitorar coloração, temperatura, qualidade
respiratória e frequência cardíaca (verificando anormalidades) da
criança. A cada hora, nas 4 primeiras.
• Administração de vitamina K: Serve para prevenir doença
hemorrágica neonatal (evitando deficiência passageira da
coagulação sanguínea) - Às vezes é considerado um cuidado
mediato.
• Identificação do RN: Realização da impressão plantar do bebê na
caderneta da criança, assim como a colocação de bracelete com
seus dados.

Já os cuidados mediatos incluem:


• Cuidados com higiene: Banho
OBS: a criança nascida por
realizado na sala de banho, no cesariana, não sofre de
sentido céfalo caudal, com sabonete compreensão seguida de
neutro, secando bem a pele após descompressão torácica,
este e medindo a temperatura tendo maior risco de
sofrimento respiratório.
corporal do RN (checando
estabilidade térmica).
• Profilaxia da Hepatite B: A imunização
deve ocorrer em menos de 24h,
preferencialmente antes de 12h.
• Primeiro exame físico completo
• Avaliação dos reflexos primitivos

Exame físico geral


No exame inicial, a atenção deve ser dirigida a determinar se há alguma
anomalia congênita; se o recém-nascido fez uma transição bem-
sucedida da vida fetal para a extra-uterina; até que ponto a gestação, o
trabalho de parto, o parto, os analgésicos ou anestésicos afetaram o
recém-nascido; e se o recém-nascido apresenta quaisquer sinais de
25
infecção ou doenças metabólicas. Esse exame ocorre da seguinte
forma:
- O recém-nascido deve ser despido, de preferencia em uma sala bem
iluminada e com luzes de aquecimento para evitar hipotermia.
- O médico deve desenvolver uma ordem consistente para o seu
exame físico, geralmente começando com o sistema
cardiorrespiratório.
Deve-se aproveitar a oportunidade para realizar o exame
oftalmológico sempre que o recém-nascido estiver acordado e alerta.
Pela simples observação do RN, sem tocá-lo, já se conseguem diversas
informações importantes, como a presença de malformações e fácies
típicas de algumas síndromes, sinais de angústia respiratória como
gemidos- ou expiratório, batimento de aletas nasais, retrações de
fúrcula ou torácica, cianose e alteração da frequência respiratória.
O aspecto geral, a atividade, a intensidade do choro, a movimentação e
o estado de hidratação são outras informações que devem constar do
exame físico geral. O RN apresenta normalmente choro forte, de timbre
variável; o choro fraco ou gemência podem estar presentes nas
infecções e no desconforto respiratório. Choro monótono, agudo,
intermitente (grito cerebral) pode ser encontrado em lesões neurológicas
graves. O timbre também pode auxiliar no diagnóstico de síndromes
genéticas

TESTES DE TRIAGEM DO RECÉM-NASCIDO (cuidado mediato)


A triagem neonatal é uma estratégia preventiva para a identificação
precoce de algumas doenças no recém-nascido.
É fundamental que, ainda no período pré-natal, a gestante tenha
conhecimento e entendimento a respeito disso, para que, logo após o
nascimento, todos os testes sejam realizados no tempo correto.
Caso o bebê seja reprovado em algum dos testes, a realização de
exames específicos é fundamental para confirmação de um possível
diagnóstico.

• Teste do pezinho: É um conjunto de exames realizados através de


uma gota de sangue que é coletada do calcanhar do recém-
nascido. O momento ideal para a coleta é entre o 3º e o 7º dia de
vida, não devendo ser realizado antes de o bebê completar 48h de
alimentação (amamentação) e nunca superior a 30 dias.
Compreende triagem para fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito,
anemia falciforme (e outras hemoglobinopatias), fibrose cística,
hiperplasia adrenal congênita e deficiência de biotinidase.
26

• Teste da orelhinha (exame de emissão otoacústica): Um teste


simples, feito com equipamento especial que emite sons e verifica a
resposta dos ouvidos ao estímulo, cuja função é detectar
precocemente alguma deficiência auditiva no bebê. Pode ser
realizado logo no 2º dia de nascimento (e de preferência ainda no 1º
mês de vida).
• Teste do olhinho (exame do reflexo vermelho): Deve ser feito nas
primeiras 24 horas de vida do bebê, ainda na maternidade, e
consiste na verificação da coloração naturalmente vermelha do
fundo de olho do recém-nascido. Uma luz é direcionada ao olho da
criança, que deve refletir um tom vermelho, semelhante ao
observado em fotografias com flash. Caso a cor seja opaca, branca
ou amarelada, sugere que o RN apresenta alguma patologia ocular,
como catarata, glaucoma congênito, etc., e que deve ser tratada.
• Teste da linguinha: É um exame padronizado que tem como objetivo
diagnosticar e indicar o tratamento precoce das limitações dos
movimentos da língua causadas pela “língua presa”, que podem
comprometer as funções de sugar, engolir, mastigar e falar. Deve
ser realizado ainda na maternidade, por um profissional da área de
saúde qualificado.
• Teste do coraçãozinho (oximetria de pulso): Com o auxílio de um
oxímetro de pulso, é estimada a concentração de oxigênio no
sangue do RN, e, dessa forma, é possível detectar problemas
cardíacos congênitos complexos que, desde o nascimento, afetam
a concentração de oxigênio no sangue. Deve ser realizado entre 24
e 48 horas de vida, em todo recém-nascido aparentemente
saudável e com idade gestacional acima de 34 semanas, antes da
alta hospitalar. O local de aferição é o membro superior direito e um
dos membros inferiores. A saturação periférica de oxigênio deve ser
maior ou igual a 95% em ambas as medidas, e a diferença entre
elas deve ser menor do que 3%.

MANOBRAS E REFLEXOS NO RECÉM-NASCIDO


Manobras de Barlow e Ortolani (testes do quadril)
São realizadas no exame físico horas após o nascimento e detectam
precocemente displasia no desenvolvimento do quadril nos recém-
nascidos. São realizadas duas manobras simples de flexão e abdução
de ambos os quadris: a manobra de Barlow (manobra para detecção de
27
quadris instáveis) e a manobra de Ortolani (manobra para detecção de
um quadril luxado).

• Sinais vitais e mensuração


Os sinais devem ser avaliados quando o recém-nascido estiver calmo.
a) Temperatura:
A temperatura do recém-nascido geralmente é aferida na axila. A
temperatura retal pode ser aferida para confirmar a temperatura axilar
anormal. A temperatura axilar normal está compreendida entre 36,5 e
37,4°C.
b) Frequência cardíaca:
A frequência cardíaca normal em um recém-nascido está entre 95 e 160
bpm. A desaceleração vagal pode ser observada como um sinal
tranquilizador. Alguns recém-nascido, especialmente os pós-termos,
podem ter uma frequência cardíaca de repouso inferior a 80 bpm, por
isso deve-se verificar a boa aceleração com estimulação.
c) Frequência respiratória:
A frequência respiratória normal em um recém-nascido varia entre 30 a
60 incursões por minuto. A respiração periódica é comum. Pausas
curtas, de geralmente 5 a 10 segundos, são consideradas normais.
Períodos de apneia, definidos como 20 segundos ou mais, associados à
cianose e/ou braquicardia não são normais em recém-nascidos a termo
e merecem uma avaliação.
d) Pressão arterial:
Não precisa ser necessariamente aferida. Uma diferença acima de 10
mmHg entre a pressão sistólica do membro inferior e do membro
superior leva à suspeita de coarctação ou outras anomalias da aorta.
e) Oximetria de pulso:
É útil para a detecção de cardiopatia cianótica. Deve ser feito até o
primeiro dia de vida. Quando a saturação de oxigênio for abaixo de 95%
em um dos membros inferiores após 1 dia de vida, deve-se haver uma
investigação.
f) Mensuração:
Todos os recém-nascidos devem ser submetidos à mensuração de
peso, comprimento e circunferência cefálica logo após o nascimento.
Tais medidas devem ser plotadas em curvas de crescimento padrão, de
modo que se possa determinar se o recém-nascido é apropriado para a
idade gestacional (AIG), pequeno para a idade gestacional (PIG), ou
grande para a idade gestacional (GIG).
28

• Avaliação da pele
a) Textura e umidade
A textura da pele depende muito da idade gestacional. O RN pré-termo
extremo possui pele muito fina e gelatinosa, o RN a termo tem pele lisa,
brilhante, úmida e fina, e o RN pós-termo ou com insuficiência
placentária, pele seca, enrugada, apergaminada e com descamação
acentuada.
b) Cor
A pele normal do RN apresenta cor rosada, mais evidente nas crianças
de pele clara. Crianças filhas de pais negros podem apresentar pele
clara no nascimento. No entanto, pode-se detectar nesses RN maior
quantidade de melanina nos mamilos, região periungueal, na pele da
borda do umbigo e na genitália. Pletora é observada em RN
policitêmicos, hiperoxigenados ou com hipertermia. A palidez acentuada
pode ser um dado importante para o diagnóstico de anemia (aguda ou
crônica), vasoconstrição periférica ou choque; traduz situação grave e
deve ter sempre investigada a causa de seu aparecimento. A presença
de uma linha delimitando um hemicorpo com eritema e outro com
coloração normal é conhecida como fenômeno de Arlequim. É uma
ocorrência em geral benigna, não muito rara, de causa desconhecida,
sugerindo algum grau de instabilidade vasomotora.
A cianose, coloração azulada decorrente da presença de pelo menos 5g
de hemoglobina não saturada, é intercorrência relativamente comum no
RN, que frequentemente níveis de hemoglobina acima de 15g/dL.
c) Milium sebáceo
Está presente em 40% dos RN. Manifesta-se por pequenos pontos
brancos, localizados na base do nariz, queixo e fronte, devido à
distensão e obstrução das glândulas sebáceas, decorrentes da ação do
estrógeno materno; desaparecem em poucas semanas.
d) Lanugo
Pelos finos que costumam recobrir a região do ombro e da escápula,
encontrados de forma mais abundante nos RN prematuros;
desaparecem em alguns dias.
e) Vérnix
Os RN prematuros entre 34 e 36 semanas costumam estar recobertos
por material gorduroso e esbranquiçado, o vérnix caseoso, cujas
funções primordiais são a proteção da pele e o isolamento térmico. Nos
RN a termo a quantidade Atenção à Saúde do Recém-Nascido Guia
29
para os Profissionais de Saúde 62 Ministério da Saúde costuma ser
menor, podendo ser observado em locais protegidos como nas dobras
dos membros e na genitália feminina, entre os pequenos e grandes
lábios.

• Musculatura
O RN a termo em decúbito dorsal apresenta os membros superiores
fletidos e os inferiores semifletidos, cabeça lateralizada e mãos
cerradas. O tônus muscular depende da idade gestacional; quanto mais
próximo do termo, maior o tônus flexor.
* Articulações, coluna vertebral e membros
* Sistema Cardiorrespiratório

• Tórax
Na inspeção do tórax do RN pode-se detectar a sua forma normal,
cilíndrica. No RN a termo seu perímetro (passando pelos mamilos) é
cerca de 2cm menor que o cefálico. O apêndice xifóide é
frequentemente saliente. Normalmente podem ser palpados brotos
mamários nos recém-nascidos, causado pela influência do estrogênio
materno.
As clavículas devem ser palpadas, essa palpação deve ser feita no
momento do nascimento e no momento de alta. As fraturas de
clavículas muitas vezes ocorrem no parto vaginal em virtude d
passagem o bebê pelo canal vaginal estreito da mãe.

• Abdome
O abdome do RN apresenta-se semigloboso, com perímetro abdominal
cerca de 2 a 3cm menor que o cefálico. A diástase dos músculos retos
abdominais (aumento da distância entre os retos com presença de
pequeno abaulamento herniário) é observação frequente e sem
significado clínico. Habitualmente regride após o início da deambulação.
Deve-se, ainda, inspecionar as condições do coto umbilical. Inicialmente
gelatinoso, ele seca progressivamente, mumificando-se perto do 3º ou
4º dia de vida, e costuma desprender-se do corpo em torno do 6º ao 15º
dia. É importante pesquisar a presença de secreções na base do coto
umbilical ou de eritema da pele ao redor da implantação umbilical. A
higiene da região umbilical com álcool a 70% é um importante fator de
proteção contra infecção.
Na inspeção, pode-se ainda detectar defeitos da parede abdominal,
como a onfalocele e a gastrosquise. Na onfalocele ocorre herniação na
linha média, recoberta por saco peritoneal, com o cordão umbilical
inserido no centro dessa massa. Na gastrosquise o defeito encontra-se
30
à direita do umbigo, com as alças intestinais e outros órgãos abdominais
podendo exteriorizar-se através dessa abertura, sem membrana
peritoneal recobrindo o conteúdo exposto.
A eliminação de mecônio costuma ocorrer nas primeiras 24 a 36 horas
de vida. Trata-se de material viscoso, verde escuro, composto por sais
biliares, células epiteliais de descamação, sucos digestivos e lanugo,
sendo eliminado nos primeiros 3 a 4 dias de vida. Após esse período, as
fezes, denominadas de transição, têm coloração amarelo-esverdeada,
liquefeitas, podendo até ser confundidas com diarreia.
A palpação abdominal fica tecnicamente mais fácil quando realizada
com o RN dormindo.

Assim, recomenda-se realizá-la logo no início do exame físico. Com as


mãos limpas e aquecidas, a palpação deve ser suave e superficial no
início, partindo-se da fossa ilíaca em direção ao rebordo costal. Após a
palpação superficial, pode-se fazer uma palpação mais profunda.
Podem ser palpados por palpação leve ou profunda: os rins, o intestino
e o fígado. O baço não é palpável, mas se for uma palpação mais
profunda, é possível sua identificação.

• Genitália e Reto
a) Sexo masculino
O pênis normal de um RN mede de 2 a 3cm. A glande não costuma ser
exposta, nem com a tentativa de retração do prepúcio, e o orifício
prepucial é estreito. Quando a glande estiver naturalmente exposta,
deve-se atentar para o diagnóstico de epispádia ou hipospádia, caso
ocorra algum desses diagnósticos deve ocorre a circuncisão.
A bolsa escrotal é rugosa no RN a termo. Sua palpação permite verificar
a presença dos testículos, assim como sua sensibilidade, tamanho e
consistência. Ele é bastante grande já que é análogo aos lábios maiores
do pudendo feminino e responde aos hormônios maternos. A
hiperpigmentação do escroto é sinal de torção, tendo assim que ser
revertida imediatamente. O escroto pode apresentar também hidrocele,
uma massa transluminescente em um ou ambos os lados do escroto,
são comuns e podem ser absorvidas nos primeiros meses de vida ou
até 1 anos depois.
Os testículos devem ser palpados, com identificação do epidídimo e do
ducto deferente. Devem ter o mesmo tamanho e não devem aparecer
azuis.
b) Sexo feminino
Devem-se avaliar os pequenos e grandes lábios. Esses são
frequentemente avermelhados e inchados devido os hormônios
31
maternos. Deve-se avaliar o introito vaginal e identificar o hímen, caso o
ultimo seja imperfurado deve encaminhar a recém-nascida a um
ginecologista. O tamanho do clitóris é pequeno, porém em RN pré-
termo, devido ao pouco desenvolvimento dos grandes lábios, ele pode
sobressair-se.

• Cabeça e pescoço
a) Cabeça
Inicia-se o exame verificando assimetrias. Ocorre a palpação das
suturas craniais. Assim, o parto normal, pode causar o aumento do
diâmetro ântero-posterior. Por outro lado, no parto cesáreo, o crânio
pode apresentar-se mais “arredondado”, já que a cabeça não sofre
adaptação ou amoldamento no canal de parto.
b) Pescoço
O queixo deve ser levantado para uma avaliação completa.

• Sistema nervoso
Ao nascer, a criança costuma ficar durante cerca de 1 a 2 horas muito
desperta, e a seguir habitualmente dorme profundamente por algumas
horas, por vezes até 12 horas. Deve-se evitar a realização do exame
neurológico nas primeiras 12 horas de vida.

CONSULTAS DO RECÉM-NASCIDO
O Ministério da Saúde recomenda sete consultas de rotina no primeiro
ano de vida (na 1ª semana, no 1º mês, 2º mês, 4º mês, 6º mês, 9º mês e
12º mês), além de duas consultas no 2º ano de vida (no 18º e no 24º
mês) e, à partir do 2º ano de vida, consultas anuais, próximas ao mês do
aniversário. Essas faixas etárias são selecionadas porque representam
momentos de oferta de imunizações e de orientações de promoção de
saúde e prevenção de doenças. As crianças que necessitam maior
atenção devem ser vistas com maior frequência.

CONCEITO DE “PRÉ TERMO”, “A TERMO” E “PÓS TERMO”


A diferença entre cada uma dessas gestações está na maturidade do
feto.
• PRÉ TERMO: idade gestacional inferior a 37 semanas (prematuro).
• A TERMO: idade gestacional entre 37 e 42 semanas.
• PÓS TERMO: idade gestacional igual ou maior a 42 semanas
32

ESCALA APGAR
A Escala ou Índice de Apgar consiste na avaliação feita por um pediatra de
5 sinais objetivos do recém-nascido, atribuindo-se a cada um dos sinais
uma pontuação de 0 a 2. O teste, aplicado duas vezes (no primeiro e no
quinto minuto após o nascimento), é utilizado para avaliar o ajuste
imediato do recém-nascido à vida extrauterina, sendo que os sinais
avaliados são: frequência cardíaca, respiração, tônus muscular,
irritabilidade reflexa e cor da pele.
O somatório da pontuação (no mínimo 0 e no máximo 10) resultará no
Índice de Apgar e o recém-nascido será classificado como:
● Sem asfixia (Apgar 8 a 10);
● Com asfixia leve (Apgar 5 a 7);
● Com asfixia moderada (Apgar 3 a 4) ou
● Com asfixia grave: Apgar 0 a 2.

A sigla 'APGAR' é uma espécie de acróstico em Português: Aparência,


Pulso, Gesticulação, Atividade, Respiração.
As notas obtidas nos primeiro e quinto minutos são comumente registradas
na caderneta da criança e permitem identificar posteriormente as condições
de nascimento desta criança (se ela nasceu sem asfixia ou com asfixia leve,
moderada ou grave). Se no quinto minuto de vida se obter um APGAR
menor ou igual a 6 deve-se continuar calculando o índice de 5 em 5
minutos (no décimo minuto, décimo quinto, e assim em diante) até se
obter pontuação maior que 6.

TRANSIÇÃO DA VIDA INTRA PARA EXTRA UTERINA


Antes do nascimento, o feto é absolutamente dependente da mãe para as
suas funções vitais.
Após o nascimento, e com o clampeamento do cordão umbilical, o recém
nascido necessita assumir suas funções fisiológicas.
33
A viabilidade do conceito dependerá da sua rápida e adequada adaptação à
vida extra-uterina.

METABOLISMO
O metabolismo fetal sobre alterações importantes, ja que o feto é nutrido
pela glicose que vem do sangue materno, e após o clampeamento do
cordão umbilical essa forma de alimentação é encerrando, sendo a
amamentação a nova fonte de glicose e energia.

ADAPTAÇÃO RESPIRATÓRIA
• Durante a vida intrauterina, o mecanismo respiratório é exercido pela
placenta, que realiza trocas gasosas necessárias, uma vez que os
pulmões estão inativos e repletos de líquido.
• Quando o bebê nasce, ele deve estabelecer sua respiração através dos
alvéolos, substituindo o líquido pulmonar por ar atmosférico no
primeiro minuto de vida.
• Por volta da 30º semana gestacional, os alvéolos começam a produzir
surfactante, uma substância lipoproteica que evitará o colapso alveolar
na incursão respiratória.
• No momento do parto, ocorre a compressão torácica onde cerca de 1/3 do
líquido pulmonar é expelido pela boca e nariz e os 2/3 restantes é
absorvido pelo organismo.
• Após a compressão mecânica do tórax e consequente expulsão do líquido
pulmonar, ocorre uma descompressão torácica, que gera uma pressão
negativa e leva ar para dentro dos pulmões, sendo assim iniciado o
ciclo respiratório do bebê.

ADAPTAÇÃO CIRCULATÓRIA
• A circulação fetal necessita sofrer modificações para se tornar uma
circulação neonatal
• As principais modificações são: desaparecimento da circulação
placento- fetal, aumento do fluxo sangüíneo pulmonar e fechamento
dos “desvios"cardiovasculares fetais (forame oval, ducto arterial -
sangue muito oxigenado coalhando ducto - e ducto venoso - entre o fígado
que vira o ligamento suspensório do fígado).
• Após o clampeamento do cordão umbilical e a primeira respiração, a
resistência vascular sistêmica aumenta e o fluxo de sangue através
do ducto arterial diminui, fazendo com que este sofra constrição e
feche funcionalmente.
34

• A maior parte do débito ventricular direito flui através dos pulmões


favorecendo o retorno venoso pulmonar para o átrio esquerdo,
aumentando a pressão arterial esquerda, resultando assim, o fechamento
funcional do forame oval.
• O clampeamento do cordão umbilical cessa o fluxo sangüíneo através
do ducto venoso, fechando funcionalmente essa estrutura.
• Após o nascimento, a veia e as artérias umbilicais não transportam o mais
o sangue e obliteram.
• O fechamento funcional dos desvios fetais acontece progressivamente,
completando-se em torno de 1 a 2 dias após o nascimento. O fechamento
anatômico, entretanto, ocorrerá em algumas semanas.
•Ducto venoso: estrutura que permite que maior parte do
sangue oxigenado desvie do fígado, entrando na veia cava inferior. O
clampeamento do cordão umbilical interrompe o fluxo do ducto venoso,
que forma contrição e fecha anatomicamente em aproximadamente 2
semanas, se transformando em cordão fibroso, o ligamento suspensor
do fígado.
•Forame oval: canal que comunica os átrios direito e esquerdo
do coração fetal. Com o estabelecimento da respiração e da circulação
pulmonares, a resistência vascular aumenta e a circulação no ducto
arterial declina. A maior parte do debito ventricular direito flui através dos
pulmões, favorecendo o retorno venoso pulmonar para o átrio esquerdo.
Em resposta ao volume sanguíneo aumentado no coração e nos
pulmões, a pressão arterial esquerda se eleva. Esse conjunto de fatores
culmina no fechamento do forame oval. O forame oval encerra sua
função aproximadamente 1 min após o nascimento, porém seu
fechamento anatômico só se completa em 2 semanas.
•Canal arterial: desvia sangue da artéria pulmonar para a
aorta evitando a estase os pulmões. Quando ocorre a expansão das
arteríolas pulmonares em resposta à necessidade de O2 nos pulmões,
há contrição do canal arterial, que fecha funcionalmente de 15-24hrs
após o parto. Em torno das 3º/4º semanas, sofre fechamento anatômico
completo.

RESUMO: Ocorre perda de um enorme fluxo sanguíneo pela placenta, que


aproximadamente duplica a resistência vascular, aumentando a pressão aórtica,
bem como as pressões do ventrículo esquerdo e átrio esquerdo. A resistência
pulmonar diminui, em decorrência da expansão dos pulmões, o que diminui a
resistência do fluxo sanguíneo pelos pulmões, a pressão arterial pulmonar e a
pressão ventricular direita e a atrial direita. Ocorre o fechamento do forame oval,
ducto arterial e venoso. (Pressão entre 70x50 e 90x60).
35

ADAPTAÇÃO TÉRMICA
• O organismo materno é responsável pela manutenção da temperatura
fetal.
• Ao nascer, o neonato sofre um brusco impacto térmico, tendo que se
adaptar ao novo ambiente.
• A regulação e manutenção da temperatura é um dos fatores mais críticos
na sobrevivência e estabilidade do bebê.
• Mecanismos responsáveis pela geração de calor: metabolismo da
gordura marrom apresentada pelos recém nascidos.
• Com o frio, o sistema nervoso autônomo estimula a liberação de
noradrenalina, que atuará na lipólise dessa gordura marrom, gerando
calor.

ADAPTAÇÃO GASTROINTESTINAL
• Devido à frouxidão dos esfíncter esofágico, o recém nascido pode
apresentar regurgitação da alimentação.
• Capacidade gástrica do neonato é pequena e o tempo de esvaziamento
gástrico é de 2 a 4 horas, assim o recém nascido precisa se alimentar
em pequenos volumes e com maior freqüência (leite materno
exclusivo).
• O peristaltismo intestinal é rápida, o que ocasiona evacuação frequentes.
• O pH intestinal inicialmente não é favorável para a formação da
microbiota intestinal ( bactérias responsáveis pela síntese K), por isso é
importante que se faça suplementação com vitamina K, para evitar
hemorragias.

ADAPTAÇÃO RENAL
• Sistema renal ja está estruturalmente completo, mas apresenta
capacidade limitada de filtração glomerular, incapacidade de diluir/
concentrar a urina e dificuldade em reabsorver bicarbonato e
excretar íons de hidrogênio = desequilíbrio eletrolítico, acidose e
desidratação

ADAPTAÇÃO HEPÁTICA
• A imaturidade do sistema hepática prejudica a formação de enzimas
(liberação de bilirrubina, coagulação sangüínea, metabolismo de
carboidratos e o armazenamento de ferro são prejudicados - ações do
fígado no organismo).
36
• Um dos exemplos é a imaturidade da enzima glicuronil transferase
fundamental para o metabolismo da bilirrubina sendo responsável pela
ocorrência da icterícia neonatal fisiológica.

ADAPTAÇÃO NEUROLÓGICA
• O sistema nervoso é o mais completo e diferenciado, sendo o primeiro
a se diferenciar embriologicamente e o último a completar o seu
desenvolvimento.
• As funções neurológicas do RN são primitivas e controladas pelo
tronco cerebral e medula espinhal.
• Embora não totalmente desenvolvido, o sistema nervoso realiza funções
necessárias para sobrevivência do neonato, atuando nos órgãos
vegetativos, manutenção do equilíbrio ácido-base, temperatura, etc.

ADAPTAÇÃO IMUNOLÓGICA
• O sistema imunológico do RN é deficiente, e, após o parto, ocorre uma
exposição do neonato a agentes que não estavam presentes na vida
intrauterina, o que ativa os componentes da resposta imunológica.
• A imunidade passiva, derivada da transferência de anticorpos
maternos via placentária (IgG) e via aleitamento materno (IgA), é
fundamental para essa proteção inicial do recém-nascido, mas possui
uma curta duração.
• A vacinação é indispensável.

ALTERAÇÕES MORFOFUNCIONAIS NO PUERPÉRIO


• O puerpério, inicia-se após o nascimento do concepto e a saída da
placenta.
• Didaticamente, o puerpério se divide em três etapas:
- Do 1º ao 10º dia – puerpério imediato
- Do 10º ao 45º dia – puerpério tardio
- A partir do 45º dia – puerpério remoto

A) ÚTERO:
• Regride, de forma mais atenuada nas lactantes, pelas contrações e
retrações à cada amamentação ( causadas pela ocitocina).
• Cerca de 3-6 semanas após o parto, o órgão recupera seu tamanho e a
posição que tinha antes da gestação.
• Com a involução do útero, os sistemas respiratório e urinaria voltam ao
normal, em vista da descompressão do diafragma e da bexiga,
respectivamente.
37

B) SISTEMA ENDÓCRINO:
• Com a remoto da placenta, caem os níveis de estrogênio e progesterona,
o que pode resultar na depressão pós parto.
• Com a amamentação os mamilos estimulam o hipotálamo por via
neuroendrócrina, inibindo o PIF ( fator inibidor da prolactina) e o GnRH,
acarretando elevação da prolactina e inibição de LH e FSH ( infertilidade).
• O reestabelecimento dos ciclos menstruais se dá a partir do momento em
que a mulher interrompa a amamentação.Caso não amamente seu filho, a
mulher costuma menstruar cerca de 7-9 semanas após o parto.

C) PELE:
• Estriações nas mamas e no abdome ficam pálidas.
• Regridem as hiperpigmentações
• Há crescimento e endurecimento das mamas devido à lactação

D) SISTEMA CARDIOVASCULAR:
• O débito cardiaco aumenta 10% durante o parto, permanecendo asim por
1 semana.
• A pressão venosa nos membros inferiores normaliza e varizes
desaparecem
• A concentração de hemoglobina volta ao normal e a tendência à
coagulação aumenta.

E) VAGINA
• Gradativamente reduz de diâmetro, sofrendo um processo hormonal de
atrofia, denominado de crise vaginal pós-parto.
• Durante as primeiras semanas após o parto, ocorre o reaparecimento
gradual do pregueamento das paredes vaginais.

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
• Temperatura: fenômenos fisiológicos como ingurgitamento mamário
(relacionado à apojadura) e
• proliferação com ascensão de bactérias vaginais à cavidade uterina
justificam discreta elevação de temperatura por volta do 3o dia, cuja
duração não excede 48 h.
• Dor abdominal: tipo cólica, exacerbada durante as mamadas, de maior
intensidade durante a 1a semana. Decorre de contrações uterinas por
ação local da ocitocina, liberada na hipófise posterior pelo reflexo de
sucção mamilar.
38

• Lóquios: secreção vaginal pós-parto composta por sangue, fragmentos


deciduais, bactérias, exsudatos e transudatos vaginais. Apresenta odor
forte e característico, com volume e aspecto influenciados por gradual
redução do conteúdo hemático.
• Aparelho urinário: edema e lesões traumáticas do trígono vesical e
uretra podem acarretar retenção urinária. A esta, soma-se a maior
capacidade vesical e eventual cateterismo para justificar predisposição à
ocorrência de ITU.
• Aparelho digestivo: comum o retardo na primeira evacuação, pelo
relaxamento da musculatura abdominal e perineal, assim como pelo
desconforto em caso de episiorrafia e hemorróidas.
• Alterações psíquicas: breves crises de choro por instabilidade
emocional, com marcantes mudanças de humor (disforia pós-parto ou
blues puerperal) incidem em mais de 50% das pacientes nas duas
primeiras semanas do puerpério.
• Mamas: o colostro já pode estar presente desde a 2a metade da
gravidez, ou no mais tardar, surge nos primeiros dias pós-parto.
Apojadura com ingurgitamento mamário por volta do 3o dia pós-parto.

IMPORTÂNCIA DA AMAMENTAÇÃO
- Para o bebê
• É a mais nutritiva e protege contra doenças, como infecção, energia,
asma, desnutrição
• Previne problemas dentarnos e respiratórios
• Reduz a probabilidade de mortalidade infantil, diarreia, diabetes mellitus e
obesidade
• Contém lactoferrina que contribuiu para a manutenção da microbiota
intestinal

- Para a mãe
• Ajuda na involução mais veloz do útero
• Reduz os riscos de hemorragia e anemia pós parto
• Favorece maior contato mãe-bebê
• Ajuda na perda de peso
• Reduz os riscos de câncer de mama
• É economica e igienica
• É mais pratica e segura
39

TÉCNICA CORRETA PARA AMAMENTAÇÃO


- Técnica de Amamentação:
• O início da amamentação deve ocorrer 1 a 4 horas após o parto. O
recém-nascido permanece acordado 6 horas após o nascimento, deve-se
então aproveitar esse momento para a amamentação e desenvolver o
processo de lactação, para que esse ocorra mais rápido. Após essa
amamentação, o RN entra em um sono que pode durar até 12h.
• O esvaziamento gástrico do RN ocorre após 1-4 horas. A amamentação
deve ocorrer quando o RN quiser, porém não se deve ultrapassar o
tempo de 4h entre uma mamada e outra.
• O RN deve sugar a mama até esvaziá-la. O leite materno posterior, fruto
da ejeção láctea, é 2 a 3 vezes mais rico em lipídios que o 1º leite
(anterior), permitindo que o lactante fique mais nutrido, ganhe mais peso e
aumente o intervalo das mamadas. Nos primeiros dias, o colostro não
sacia o RN por longas horas, por isso é essencial mamadas mais
frequentes.
• Com o crescimento da criança o intervalo entre as mamadas aumenta. Ao
final da 1ª semana, RN saudáveis estarão tomando um volume de leite de
60-90 ml/mamada e terão uma frequência média de 8-12 mamadas/dia.
Um bom parâmetro é verificar a baixa de peso na 1ª semana e o ganho de
peso na 2ª semana.
• As duas mamas são oferecidas em todas as mamadas. Como a criança
suga mais vigorosamente a primeira mama, a acaba por não esvaziar
completamente a segunda, dessa forma, na próxima mamada essa
mama que não foi completamente esvaziada deve ser oferecida em
primeiro lugar.

- Técnica de Posicionamento e Pega:


• Ao oferecer o seio, o RN deve abocanhar toda a aréola, com a boca
bem aberta e o lábio inferior evertido, com o queixo tocando a mama.
Isso evita o aparecimento de fissuras e permite o esvaziamento dos seios
lactíferos situados sob a aréola.
• A mãe deve estar relaxada e bem apoiada, para segurar o seio, não deve-
se fazer a mão em tesoura e sim em formato de C dando o sustento
do seio. O bebê deve ter seu corpo voltado para a mãe, mantendo um
eixo axial único, e sua boca deve estar centrada em frente ao mamilo,
seus lábios devem estar virados para fora e sua língua sobre a gengiva
inferior. Quando o bebê termina de se alimentar, o mamilo deve
apresentar-se levemente alongado e redondo.
40
• Após a mamada, deve-se deixar a criança em posição mais elevada,
por pelo menos 20 minutos, para que ela possa expelir o ar que engoliu
durante a amamentação. O bebê em aleitamento materno costuma
evacuar toda vez que mama, podendo ter fezes líquidas explosivas,
amareladas ou mesmo esverdeadas. Em outro momento, alguns podem
ficar de 5 a 7 dias sem evacuar.

• São sinais de pega incorreta da mama:


- Bochechas do bebê envocadas durante a sucção;
- Ruídos da língua;
- Dor à amamentação;
- Mama muito esticada ou deformada durante a mamada.

• São sinais de pega correta:


- Bochecha cheia e redonda;
- O bebê não escorrega, ficando fixo ao seio;
- A mãe sente cólicas em virtude da ocitocina liberada;
- O Bebê suga, respira e engole de forma natural e coordenada.

• Extração manual do leite:


A mãe deve ficar de pé em posição confortável. Colocar o polegar acima
do complexo mamilar e os demais dedos embaixo, como se formasse um
“C” com a mão. Pressionar firmemente a mama contra a parede torácica.
Não esfregar os dedos sobre a pele. O leite deve ser colocado em um
recipiente estéril. Proceder a expressão de uma mama por 3 a 5 minutos, e
passar para a outra. Repetir mais uma vez o procedimento em cada mama.

• Armazenamento do leite cru (não pasteurizado):


- Fora da geladeira: não se recomenda.
- Geladeira: 12 horas.
- Congelador ou freezer: 15 dias
- Reaquecer em banho maria e agitá-lo suavemente para homogeneizar a
gordura.
- O leite pasteurizado pode permanecer no freezer por até 6 meses.
41

HOSPITAL AMIGO DA CRIANÇA


Hospital Amigo da Criança: É uma estratégia lançada no mundo inteiro
pela Organização Mundial da Saúde e UNICEF, com o intuito de proteger,
promover e apoiar o aleitamento materno em âmbito hospitalar. A iniciativa
consiste no treinamento dos profissionais da saúde. Diretrizes:

• Informar todas as gestantes sobre as vantagens a amamentação.


• Ajudar a mãe na amamentação, ensinando as técnicas necessárias.
• Informar e encorajar a amamentação por livre demanda.

Desde 1992, o Ministério da Saúde e o Fundo das Nações Unidas para a


Infância (UNICEF) certificam na Iniciativa Hospital Amigo da Criança (IHAC)
instituições de saúde públicas e privadas que cumprem os Dez Passos
para o Sucesso do Aleitamento Materno, o Cuidado Amigo da Mulher e
uma série de outros requisitos que buscam a adequada atenção à saúde da
criança e da mulher. Os hospitais certificados recebem uma placa que é
fixada na entrada da maternidade.

Os objetivos da IHAC são:


•Diminuir a morbimortalidade infantil por meio do estímulo à prática da
amamentação.
•Mobilizar e capacitar profissionais de saúde para mudarem rotinas e
condutas inadequadas que possam prejudicar a amamentação e
determinar um desmame precoce.
•Implementar os Dez Passos Para o Sucesso do Aleitamento Materno
•Por fim à prática de distribuição de suprimentos gratuitos ou de baixo
custo de substitutos do leite materno para maternidades e hospitais
•Cumprir a NBCAL
•Promover o Cuidado Amigo da Mulher.
Para se tonar Amigo da Criança, o hospital deverá ainda:
•Cumprir a Lei 11.265 de 03 de janeiro de 2006 e a Norma Brasileira de
Comercialização de Alimentos para Lactentes e Crianças na Primeira
Infância – NBCAL;
•Garantir livre acesso à mãe e ao pai e permanência da mãe ou pai,
junto ao recém-nascido, durante 24 horas, conforme Portaria nº 930 de
10 de maio de 2012, devendo o hospital ter uma Política escrita, a
respeito, que seja rotineiramente transmitida a toda equipe de cuidados
de saúde;
42
•Incluir no processo de avaliação da IHAC o critério global – Cuidado
Amigo da Mulher devendo o hospital ter uma Política escrita, a respeito,
que seja rotineiramente transmitida a toda equipe de cuidados de
saúde.
O Critério Global Cuidado Amigo da Mulher requer as seguintes
práticas:
•Garantir às mulheres, um acompanhante de livre escolha para oferecer
apoio físico e/ou emocional durante o pré-parto, parto e pós-parto, se
desejarem;
•Ofertar, às mulheres, líquidos e alimentos leves durante o trabalho de
parto;
•Incentivar as mulheres a andar e a se movimentar durante o trabalho de
parto, se desejarem, e a adotar posições de sua escolha durante o
parto, a não ser que existam restrições médicas e isso seja explicado a
mulher, adaptando condições para tal;
•Garantir às mulheres, ambiente tranquilo e acolhedor, com privacidade
e iluminação suave;
•Disponibilizar métodos não farmacológicos de alívio da dor, tais como,
banheira ou chuveiro, massageadores/massagens, bola de pilates (bola
de trabalho de parto), compressas quentes e frias, técnicas que devem
ser de conhecimento da parturiente, informações essas, orientadas à
mulher durante o pré-natal.
•Assegurar cuidados que reduzam procedimentos invasivos, tais como
rupturas de membranas, episiotomias, aceleração ou indução do parto,
partos instrumentais ou cesarianas, a menos que necessárias em virtude
de complicações, e, que em caso de necessidade, isso seja explicado à
mulher;
•Caso o hospital tenha em suas rotinas a presença de doula
comunitária/voluntária, autorizar a presença e permitir o apoio à mulher,
de forma continua, se for a vontade dela;

ALOJAMENTO CONJUNTO
Após a finalização dos procedimentos de sala de parto, a mãe, junto com o
RN, deve ir para um local dentro da maternidade que permita a eles ficarem
juntos 24 horas por dia até a alta hospitalar. Para isto, foi implantado o
sistema de alojamento conjunto nas maternidades.
O Estatuto da Criança e do Adolescente no capítulo I, art. 10o, inciso V,
estabelece que: “Os hospitais e demais estabelecimentos de atenção à
saúde de gestantes, públicos e particulares, são obrigados a manter
alojamento conjunto, possibilitando ao neonato a permanência junto à
mãe”.
43
→Vantagens do alojamento conjunto:
• Humanização do atendimento do binômio mãe-filho e sua família.
• Convivência contínua entre mãe e bebê, o que facilita o conhecimento
mútuo e a satisfação imediata das necessidades físicas e emocionais do
RN. Bebês em alojamento conjunto choram menos e dormem mais
(permanecem no estado “sono quieto”) do que quando se encontram em
berçários.
• Maior envolvimento dos pais e/ou de outras pessoas significativas no
futuro cuidado com a criança.
• Promoção do estabelecimento precoce do vínculo afetivo entre a mãe e o
seu filho. Há relatos de que o alojamento conjunto aumenta a ligação
afetiva da mãe a sua criança e reduz os casos de abuso ou de negligência
infantil e de abandono da criança.
• Promoção do aleitamento materno. Vários estudos demonstram o efeito
benéfico do alojamento conjunto na prática da amamentação: descida do
leite mais rápida, melhor atitude em relação ao aleitamento materno e
tempo mais prolongado de amamentação.
• Oportunidade para as mães, em especial as primigestas, aprenderem
noções básicas dos cuidados com os RN. Isso aumenta sua autoconfiança.
• Tranquilidade para as mães que ficam inseguras quanto ao atendimento
prestado a seus filhos quando não estão perto deles. A ansiedade pode
inibir a produção de ocitocina, importante para a liberação do leite materno
e para a contração do útero, enquanto a presença da criança e seu choro
costumam estimular o reflexo de ejeção do leite.
• Troca de experiências com outras mães quando compartilham o mesmo
quarto, em especial com mães mais experientes que também estão
cuidando dos seus filhos.
• Maior interação entre a mãe e sua família e os profissionais de saúde
responsáveis pela atenção à criança.
• Diminuição do risco de infecção hospitalar. Há vários relatos de redução
das taxas de infecção neonatal após a implantação do alojamento conjunto
em maternidades
44

ANATOMIA E HISTOLOGIA DA MAMA


As mamas são as estruturas
superficiais mais proeminentes
(projeções hemisféricas, de tamanho
variável) na parede anterior do tórax
e localizadas na tela subcutânea,
sobre os músculos peitorais maior e
serrátil anterior, fixada a eles pelos
ligamentos de Cooper (pregas da
fáscia - lâmina de tecido fibroso na
qual se fixam alguns músculos -
mamária pré-glandular que se
estendem da zona mamária até a pele).
São formadas por tecido glandular e
tecido fibroso de sustentação
integrados a uma matriz adiposa,
junto com vasos sanguíneos, vasos
linfáticos e fibras nervosas.
Na parte mais proeminente da mama está a papila mamária (uma
projeção pigmentada onde desembocam os ductos lactíferos, que tem
uma série de aberturas que dá saída ao leite), circundada por uma área
cutânea mais pigmentada circular, a aréola (localiza-se, também, acima
dos seios lactíferos), que possui uma aparência rugosa devido à
presença de glândulas sebáceas modificadas (glândulas de
Montgomery) produtoras de um líquido oleoso responsável por manter
a aréola e o mamilo lubrificados e protegidos, assim como a pele
destes macia e em boas condições.
A glândula mamária (glândula sudorípara modificada), responsável pela
produção de leite, contém de 15 a 20 lobos (compartimentos separados
por uma quantidade variável de tecido adiposo), onde localizam-se vários
lóbulos (compartimentos menores) formados por aglomerados
alveolares, que são glândulas secretoras de leite. Esses alvéolos estão
circundados por células mioepiteliais que, por ação da ocitocina,
contraem-se, conduzindo o leite pelos ductos lactíferos até a papila
mamária. Próximo às papilas mamárias, os ductos lactíferos se dilatam e
formam os seios lactíferos, que podem armazenar leite antes da sucção
(aproximadamente 10-20 ductos muito finos ligam os seios lactíferos ao
exterior através da ponta do mamilo - muito sensível pois possui várias
terminações nervosas, um importante fator para o desencadeamento dos
45
reflexos que auxiliam a “descida” do leite - ação da ocitocina ligada aos
nervos sensoriais).
As mulheres mais jovens apresentam mamas com maior quantidade de
tecido glandular, o que torna esses órgãos mais densos e firmes. Ao se
aproximar da menopausa, o tecido mamário vai se atrofiando e sendo
substituído progressivamente por tecido gorduroso, até se constituir,
quase que exclusivamente, de gordura e resquícios de tecido glandular na
fase pós-menopausa.
OBS.: As glândulas mamárias nos homens são rudimentares e não
funcionais, formadas apenas por alguns pequenos ductos ou cordões
epiteliais - A gordura presente em mamas masculinas não é diferente da
tela subcutânea encontrada em outras partes do corpo, e normalmente não
há desenvolvimento do sistema glandular.

1.Parede Torácica
2.Músculos peitorais
3.Lobo mamário (constituído por lóbulos cheios de alvéolos)
4.Mamilo (ou papila)
5.Aréola (Possui glândulas de Montgomery)
6.Ductos lactíferos (terminações dilatadas que armazenam leite = seios
lactíferos)
7.Tecido adiposo
8.Pele

O principal suprimento sanguíneo vem das artérias mamárias internas


(60%) e da mamária externa ou torácica lateral (30%). O restante do
suprimento é derivado de pequenos ramos das artérias intercostais,
artéria toracodorsal, subescapular e toracoacromial.
A drenagem linfática da mama ocorre preferencialmente para a axila
(97%), e o restante drena para a cadeia mamária interna (3%).

- As três principais cadeias de drenagem linfática da mama:


• Linfonodo da cadeia axilar,
• Linfonodo da cadeia mamária interna,
• Linfonodo da cadeia supraclavicular
46
QUANTO A HISTOLOGIA:
• Lóbulos mamários: são a unidade secretora da mama. São estruturas
de contorno mais ou menos circular, circundados por estroma interlobular
(tecido fibroso denso). Cada lóbulo é constituído por ácinos situados
no estroma intralobular. Neste, o tecido conjuntivo é mais frouxo e
contém uma população fisiológica de células inflamatórias crônicas,
principalmente linfócitos. Este estroma responde às variações
hormonais do ciclo menstrual normal, sendo mais edemaciado e com
mais linfócitos na segunda metade do ciclo (influência combinada de
estrógenos e progesterona). Fora da gravidez, como neste caso, os
ácinos estão quiescentes

• Ductos mamários: Drenam os lóbulos. Têm contorno irregular ou


estrelado e também são constituídos por dupla população, de células
epiteliais de revestimento (internas) e mioepiteliais (externas). Estas
não formam uma camada contínua e se destacam pelo citoplasma claro,
frequentemente vacuolado.

FISIOLOGIA DA LACTAÇÃO

Durante a gestação, estrogênio e progesterona atuam para que as


glândulas mamárias fiquem prontas para lactar, estimulando o
crescimento dos alvéolos e lóbulos e a proliferação dos ductos
lactíferos.
Apesar dos níveis de prolactina (secretada pela adenohipófise) estarem
elevados durante a gravidez, a mulher não secreta o leite graças à
inibição pelos hormônios progesterona e lactogênio placentário, que
impedem a ligação dela com o seu receptor.
Com o nascimento e a saída da placenta, ocorre a diminuição desses
hormônios inibitórios, possibilitando a atuação da prolactina sobre os
alvéolos mamários e a produção de leite (As estruturas lóbulo-alveolares
produzem leite, o qual é subsequentemente modificado pelo epitélio ductal).
Da mesma forma, inicia-se a síntese de ocitocina (produzida pelo
hipotálamo e armazenada/secretada pela neurohipófise), que estimula a
contração das células mioepiteliais que circundam os alvéolos,
possibilitando a ejeção do leite. O estímulo tátil (sucção da mama), ativa
os nervos sensoriais locais e é conduzido até o hipotálamo, estimulando-
o e induzindo a produção de ocitocina.
47
Por volta do 3º dia pós-parto, ocorre a apojadura (fenômeno que define a
grande e súbita afluência de leite nas mamas), essa descida do leite
independe da sucção do mamilo pelo bebê.
• A manutenção da produção e ejeção do leite, ao longo do período de
amamentação, depende da sucção do mamilo pelo bebê e
esvaziamento das mamas, estimulando a secreção de ocitocina
(pela neurohipófise) e prolactina (pela adenohipófise).
• A sucção no mamilo também estimula a liberação de ocitocina da
parte nervosa por um reflexo neuroendócrino. A contração das
células mioepiteliais induz a descida do leite, ou expulsão do leite
dos lumens alveolar e ductal. Assim, o infante em amamentação não
obtém o leite aplicando pressão negativa na mama pela sucção. Ao
contrário, o leite é ativamente ejetado por um reflexo
neuroendócrino. A liberação de ocitocina e a descida do leite
podem ser induzidas por estímulos psicogênicos, tais como uma
mãe ouvindo um bebê chorar na televisão ou pensando em seu bebê.

OBS.: A lactogênese e a manutenção da produção de leite


(galactopoiese) requer a estimulação da Prolactina hipofisária. Apesar do
estrógeno placentar estimular a secreção de Prolactina durante a
gestação, o estímulo para a secreção dela durante o período de
amamentação é a sucção pelo bebê.
OBS.: A Prolactina também inibe a liberação de GnRH e,
consequentemente, a amamentação pode ser associada a amenorreia
lactacional (ausência da menstruação).

FASES DA PRODUÇÃO LÁCTEA

- Colostro (secretado nos primeiros 3 a 5 dias após o parto)


• Comparando-se com o leite maduro, o conteúdo de eletrólitos, proteínas,
vitaminas lipossolúveis (principalmente vitamina A (coloração
amarelada), minerais e a concentração de imunoglobulinas (destaque
para IgA e lactoferrina) é maior. Por outro lado, possui menos gordura,
lactose e vitaminas hidrossolúveis. É um leite imaturo, basicamente um
exsudato plasmático.
• Facilita a eliminação de mecônio nos primeiros dias (diminuindo a
icterícia) e permite a proliferação de bactérias (Lactobacillus bifidus)
da microbiota intestinal (produtoras de vitamina K - efeitos importantes na
• coagulação sanguínea).
48
- Leite de transição (seu período de produção entra entre 6-10 dias até
a 2ª semana do pós parto)
• A concentração de imunoglobulinas torna-se progressivamente menor,
assim como o teor de vitaminas lipossolúveis.
• Ocorre o aumento das vitaminas hidrossolúveis, lipídios e lactose.

- Leite maduro (produzido a partir da 2ª quinzena pós-parto)


- Possui maior teor lipídico e de lactose; menor quantidade de proteínas.
A mamada pode ser dividida em diferentes partes do leite, com valores
nutritivos diferentes:
- O leite anterior (solução): é ralo e doce, ocorrendo predomínio de
proteína do soro e lactose.
- No meio da mamada (suspensão): é maior a quantidade de caseína.
- O leite posterior (emulsão): tem grande concentração de gordura,
necessária para saciar o lactente.

OBS: Sabe-se que 80 a 90% do leite materno é sugado nos primeiros


quatro minutos da sucção e que o conteúdo de gordura é
proporcionalmente maior no final da mamada, sendo fundamental para
o ganho calórico do lactante. Isso também acontece no decorrer do dia (no
meio do dia é menor que à tarde/noite).
49

Calendário de vacinação até os 2 anos

Ao nascer • BCG (contra tuberculose)


• Hepatite B

2 meses • Pentavalente/ DTP (Hepatite B,


Difteria, Tétano, Coqueluche,
Meningite);
• Pneumocócica 10V
(Pneumonia);
• Rotavírus (Diarréia);
• VIP/VOP (Poliomielite)

3 meses • Meningocócica C (Meningite)

4 meses • Repete-se as vacinas do 2º mês


por meio da 2º dose

5 meses • 2º dose Meningocócica C

6 meses • 3º dose da VIP/VOP e da


Pentavalente/DTP.

9 meses • Febre Amarela

12 meses • Pneumocócica 10V,


• 3º dose Meningocócica C
• Tríplice Viral (Sarampo, Rubéola
e Caxumba)

15 meses • Reforço da VIP,


• Reforço da DTP/Pentavalente;
• Hepatite A;
• Tetra Viral (Difteria, Tétano,
Coqueluche, Meningite)
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IMUNOLOGIA
• Imunidade: É a resistência às doenças infecciosas
• Sistema Imunológico: É o conjunto de células, tecidos e moléculas
que medeiam a resistência às infecções
• Resposta Imunológica: É a reação coordenada dessas moléculas e
células aos micro-organismos infecciosos
• A função fisiológica do sistema imunológico é previnir as infecções e
erradicar as infecções já estabelecidas.

RESPOSTA INATA E ADQUIRIDA


• Os mecanismos de defesa são constituídos pela imunidade inata,
responsável pela proteção inicial contra as infecções, e pela
imunidade adquirida, que se desenvolve mais lentamente e é
responsável pela defesa mais tardia e eficaz contra as infecções.

- RESPOSTA INATA/NATURAL/NATIVA (Rápida e inespecífica)


• Primeira e principal linha de defesa
• Consiste em mecanismos celulares já existentes no organismo para
bloquear a entrada ou limitar o crescimento de micro-organismos
invasores (barreira física e funcional).
• Não forma memória imunológica (consiste em mecanismos de defesa
celulares e bioquímicos que estão em vigor mesmo antes da infecção
e são preparados para responder rapidamente a infecções).
• Consiste no reconhecimento de estruturas comuns a diversos micro-
organismos (menor especificidade) e promove respostas rápidas e
iguais para diferentes invasores.
• Só acontece contra micro-organismos, nunca contra substancias tóxicas.
• Estimulam as respostas de imunidade adquirida contra os agentes
infecciosos.
• Constituída de:
- Barreiras anatômicas e fisiológicas – limitam a entrada, disseminação
e replicação de patógenos. Pele e mucosas, sistema complemento,
temperatura, pH ácido (ácido lático, ácido clorídrico), mediadores
químicos (secreção de muco, hidrolases, peptídeos antimicrobianos).
- Barreiras físicas e químicas, tais como epitélio e agentes
antimicrobianos produzidos nas superfícies epiteliais , células fagocíticas
(macrófagos, neutrófilos), células dendríticas e células assassinas
naturais, e outras células linfóides, proteínas sanguíneas incluindo as do
sistema complemento e outros mediadores da inflamação.
- Mediadores inflamatórios - A inflamação é um evento inato que
promove a “limpeza” e a reparação do dano tecidual; atua também
eliminando o micro-organismo invasor.
51
Ela é ativada quando há lesão tecidual.
Ocorre basicamente na seguinte ordem:
1.Lesão tecidual

2.Atuação de fagócitos teciduais (macrófagos, neutrófilos, células


dendríticas) - Realizam a fagocitose (ingerem os microorganismos
para dentro de vesículas e os destroem pela produção de substâncias
microbicidas nas suas vesículas) do conteúdo extravasada pela lesão
(limpeza) e liberam citocinas (estimulam a inflamação e a resposta
linfocitária) que, por sua vez estimulam os mastócitos (basófilos
teciduais).

• As célula NK matam as células infectadas por vírus e produzem citocina


ativador de macrófagos. Em adição ao combate a infecções a resposta
imunológica inata estimula a imunidade
adaptativa subsequente promovendo
células NK: identificam células que exibem
sinais que são essenciais para a iniciação
um sinal de mal funcionamento e as destrói.
da resposta antígeno- Linfócito T e B Tem papel importante em infecções virais e
específica. As ações combinadas dos células tumorais.
mecanismos de imunidade inata podem células dendríticas: captura o agente
erradicar várias infecções e manter outros agressor (antígeno) e o leva ao linfócito T.
patógenos sob controle até que a
resposta imunológica adquirida, mais
potente continue.

3.Atuação dos basófilos teciduais liberam histamina, substância que


propicia algumas reações importantes na inflamação, como o aumento
da permeabilidade do endotélio (facilita a maior chegada de células de
defesa) e a vasodilatação (diminui a velocidade do fluxo sanguíneo,
facilitando o processo da diapedese). Ocorrendo, assim, a inflamação.
Ocorre, também pelos basófilos, a liberação de heparina, um
anticoagulante.

Resumo: o patógeno passa pela 1ª linha de defesa → os neutrófilos e macrófagos fagocitam o


patógeno → os macrófagos apresentam os antígenos aos linfócitos T-cd4, que reconhecem o
antígeno e produzem interleucinas (citocinas) → linfócitos B diferenciam-se em plasmócitos e
produzem anticorpos que vão estimular a destruição do agente invasor → linfócitos T-cd8
reconhecem e destroem células infectadas pelos agentes invasores → ocorre a formação de
memória imunológica.
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4.Chegada de células de defesa presentes no sangue (facilitada pela
inflamação), principalmente neutrófilos (células fagocitárias que são a
defesa principal conta fungos e bactérias).

5.Fagócitos após a limpeza e eliminação do invasor, mudam seus


perfis de citocinas (agora anti-inflamatórias - estimulam as células do
local afetado a entrarem em divisão celular e assim ocorrer o reparo do
dano tecidual).

- Componentes celulares: células polimorfonucleares (neutrófilos,


eosinófilos, basófilos, mastócitos), que realizam fagocitose e destruição
intracelular de microorganismos; linfócitos natural killer; células
fagocíticas/endocíticas (monócitos, macrófagos, células dendríticas), que
fazem a apresentação de antígenos não próprios aos linfócitos.

- RESPOSTA ADQUIRIDA/ADAPTATIVA (Específica)


• Precisa ser ativada
• Aumenta em magnitude e capacidade defensiva em cada exposição
subsequente a um micro-organismo particular
• Possui capacidade de distinguir entre diferentes substâncias
(especificidade)
• Capacidade de responder mias vigorosamente a exposição repetidas
(memória)
• Representada pelos linfócitos T e B e seus produtos secretados
(anticorpos/imunoglobulinas)
• Possui duas vias clássicas de resposta: imunidade celular e imunidade
humoral
- A imunidade celular (Th1) é mediada pelos linfócitos T, principalmente
o linfócito T-cd8 (citotóxico), que atua na lise de células infectadas.
- A imunidade humoral (Th2) é representada pelos linfócitos B, que se
diferenciam em plasmócitos (células produtoras de anticorpos que
atuam nos micro-organismos extracelulares).
• Para ser ativada e poder atuar, é necessário que no primeiro contato com
o antígeno as células ACP (células apresentadoras de antígeno –
macrófagos e células dendríticas) o apresentem a um linfócito T-cd8
virgem (Th0), que vai ativar as vias de respostas Th1 ou Th2.
• Numa segunda exposição, a resposta imune adaptativa é gerada mais
rapidamente e com intensidade muito maior, pois já foram geradas.
CÉLULAS DO SISTEMA IMUNOLÓGICO
53

CÉLULAS DO SISTEMA IMUNOLÓGICO


As células do sistema imunológico incluem os linfócitos - glóbulos brancos
(células especializadas que capturam e apresentam antígenos microbianos)
e células ejetoras (eliminam os patógenos).

- Linfócitos:
• Possuem receptores específicos.
• Principais mediadores da imunidade adquirida.
• Sao morfologicamente semelhantes, porém suas funções e fenótipos são
diferentes.
• Todos os linfócitos se originam de células tronco da medula óssea. Os B
amadurecem na medula óssea, enquanto os T amadurecem no timo.
• Podem ser classificados em 2 grupos:
- Granulócitos: apresentam grânulos específicos em seu citoplasma.
• Neutrófilos: são os mais numerosos, cerca de 65% do total de
leucócitos; móveis e fagocitários, são a primeira linha de defesa do
organismo.
• Eosinófilos: móveis e fagocitários; também atuam em reações
alérgicas.
• Basófilos: pequena quantidade do total de leucócitos, reações
alérgicas; durante o combate a uma infecção ou processo alérgico,
eles liberam HEPARINA (anticoagulante) e HISTAMINA
(vasodilatadora) nas alergias.

- Agranulócitos: não apresentam grânulos em seu citoplasma. Podem ser


monócitos e linfócitos.

• Monócitos: saem do sangue e passam para os tecidos para combater o


microorganismo por fagocitose. Ex.: macrófagos, micróglias, etc.

• Linfócitos: são 30% dos glóbulos brancos; podem ser:


- Linfocitos B:
• Únicas células capazes de produzir anticorpos
• São responsáveis pela imunidade humoral
• Expressam anticorpos nas suas membranas que servem de receptores
para reconhecer antígenos e iniciam o processo de ativação das células.

- Linfócitos T:
• Responsáveis pela imunidade celular
• Receptores de antígeno dos linfócitos T reconhece apenas os
fragmentos peptídicos de proteínas antigênicas que são ligados a
moléculas de apresentação especializadas.
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• Se divide em:
T CD4- Ajudam os linfócitos B a produzir anticorpos e as células
fagocitárias a ingerir os micro-organismos.
T reguladoras, CD8 (citolíticos ou citotóxicos) - Realizam a LISE (quebra)
em células infectadas por micro-organismos intracelulares

- Células NK:
• Destroem células infectadas do hospedeiro, mas não expressam o tipo de
receptores antigênicos que as células B e T possuem.
• São componente da imunidade inata e capazes de atacar rapidamente
as células infectadas.
• Anticorpos
São proteínas, também chamadas
imunoglobulinas, criadas pelas células
brancas (linfócitos B) que encontram-se em
uma região específica que respondem a um
determinado antígeno. São cinco tipos de
anticorpos: IgG (memória), IgA (amamentação
e mucosas), IgM (infecção), IgD e IgE.

ÓRGÃOS LINFOIDES
- Primários ou centrais (timo, medula óssea e fígado fetal)
• Onde os linfócitos se desenvolvem e amadurecem (linfócitos B
parcialmente) até a fase de responder a um patógeno.
• São responsáveis pela produção e/ou maturação das células do sistema
imune.
• Nesses órgãos ocorre a linfopoese (produção de linfócitos), ou seja, as
células se diferenciam das células-tronco, proliferam e amadurecem em
linfócitos funcionais.
• Linfócitos T amadurecem no timo; e linfócitos B amadurecem na medula
óssea e no fígado fetal.
• Medula óssea: além da produção de células sanguíneas e plaquetas, a
medula produz linfócitos B, linfócitos matadores. É nesse órgão que
ocorre o processo de amadurecimento dos linfócitos B.
- Anatomicamente: segundo ABBAS, a medula óssea é encontrada
principalmente no interior dos ossos chatos, dentre eles: esterno,
vértebras, ilíaco e costela.
- Histologicamente: a medula vermelha desses ossos consiste em uma
estrutura reticular esponjosa localizada entre longas trabéculas. Os
espaços dessas estruturas são preenchidos por fibroblastos, células
adiposas e células precursoras do sangue.
55
- Fisiologicamente: Ilhas ou focos de células progenitoras hematopoiéticas
na medula óssea adulta dão origem diretamente a células
polimorfonucleares, monócitos, células dentríticas, linfócitos B e
precursores de linfócitos T. Na medula óssea adulta além da produção de
células sanguíneas e plaquetas, a medula produz linfócitos B, linfócitos
matadores.

• Timo: o timo é responsável por produzir linfócitos T maduros.


- Anatomicamente: é divido em dois lobos, e cada lobo é dividido em
vários lóbulos por septos fibrosos. Cada lóbulo é constituído por um
córtex externo e medula interna. É localizado no mediastino anterior,
lateralmente nos pulmões e inferiormente no coração.
- Histologicamente: o córtex do timo contem uma densa quantidade de
linfócitos , enquanto a medula possui uma pequena quantidade. Na
medula do timo estão presentes estruturas conhecidas como Corpúsculo
de Hassall, corpúsculos importantes na maturação dos linfócitos,
formados por células reticulares epiteliais em forma espiralada. Os
linfócitos do timo são chamados de timócitos e começam a se maturar
no córtex migrando para a medula quando estão totalmente
desenvolvidos, passando para o sangue e tecidos linfoides.
- Fisiologicamente: A principal função do timo é preparar os linfócitos T
para diferenciarem-s entre os antígenos próprio e não-próprio, tornando-
se maduros. Os precursores de linfócitos T (timócitos) diferenciam-se
para expressar receptores específicos para antígenos, tornando-se
linfócitos T.

- Secundários ou periféricos (baço, linfonodos e tecido linfoide


associado a mucosas)
• São organizados para otimizar as interações entre antígeno, APC
(célula apresentadora de antígeno) e linfócitos de forma a estimular o
desenvolvimento da imunidade adquirida.
• São locais de iniciação da resposta adaptativa.
• Os linfócitos diferenciam-se a partir de células-tronco nos órgãos
primários, mas migram para os secundários, locais onde os linfócitos
interagem entre si, com células acessórias e com antígenos.
• Assim, as respostas imunes celular e humoral ocorrem nos órgãos
linfoides periféricos, onde são geradas células efetoras e de memória.
• A função desses órgãos é maximizar o encontro entre linfócitos e
substâncias estranhas, permitindo o surgimento das respostas
imunológicas.
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• Linfonodos: estão presentes nos vasos linfáticos; neles a linfa é filtrada,
permitindo que partículas invasoras sejam fagocitadas pelos linfócitos ali
presentes.
- Anatomicamente: os linfonodos estão distribuídos por todo o organismo,
predominando nas regiões cervicais, axilares, paróticas e inguinais. Um
linfonodo consiste num córtex externo e numa medula interna. O córtex
é o local onde a linfa é filtrada e possui também alguns folículos
chamados centro germinativo.
- Histologicamente: Possui um sino subcapsular (marginal), por onde os
vasos linfáticos aferentes se esvaziam e um sino medular conectado, por
meio do qual a linfa sai para os vasos linfáticos eferentes. Inferiormente
ao sino subcapsular está o córtex, rico em linfócitos. O córtex externo
contém folículos (agregados de células), os quais possuem centros
germinativos, que contém uma zona escura células B em proliferação
(centroblastos) e uma clara com centrócitos. O córtex parafolicular (que
envolve os folículos) contém fibras, linfócitos, células dendríticas e
fagócitos mononucleares.
- Fisiologicamente: é responsável pela filtração da linfa, é o local onde a
resposta imunológica adquirida ocorre e é onde ocorre a destruição total
dos antígenos.

• Tecido linfoide associado a mucosas: Mútiplos nódulos de tecido


linfóide parcialmente encapsulados e fracamente associado a
aglomerados linfóides são encontrados no epitélio das superfícies
mucosas. Esses aglomerados estão localizados ao longo dos tratos
gatrointestinal e respiratório.
- As tonsilas, o apêndice e as placas de Peyer são representativos do
tecido linfóide associado à mucosa.
- Tonsilas: Possuem função semelhante aos linfonodos. Estão localizadas
na parte posterior da boca e acima da garganta.

• Baço: o baço filtra o sangue para remover microrganismos, substâncias


estranhas e resíduos celulares, além de produzir linfócitos.
Anatomicamente: localizado no quadrante superior esquerdo do abdome
(hipocôndrio), entre o estomago e o diafragma. Sua drenagem é realizada
por uma única artéria e uma única veia (artéria e veia esplênica).
Histologicamente: O baço é divido em polpa branca e polpa vermelha. A
região rica em linfócitos, polpa branca, é organizada em torno de ramos da
artéria esplênica chamadas artérias centrais. Os linfócitos da polpa branca
são divididos em zonas de células T e zonas de células B. A polpa
vermelha é constituída por extensos sinusóides vasculares nos quais há
grande numero de eritrócitos, macrófagos, células dendridicas, linfócitos
esparsos e células plasmáticas.
Fisiologicamente: é o principal local de respostas imunológicas a antígenos
provenientes do sangue. A função da polpa branca é promover respostas
imunes adquiridas aos antígenos transportados pelo sangue. O Baço é
também um importante filtro sanguíneo, o que ocorre na polpa vermelha.
57
Ele também é o principal local de fagocitose de microrganismos recobertos
de anticorpos.

• Adenóides: constituem de uma massa de tecidos linfoides protetores


localizados no fundo da cavidade nasal. Têm como função ajudar a
proteger o organismo de bactérias e vírus causadores de doenças
transmitidas pelo ar.
• Apêndice cecal: é uma pequena extensão tubular localizada no ceco,
primeira porção do intestino grosso. Através da atuação das bactérias
presentes nessa estrutura, microrganismos invasores são combatidos.

TIPOS DE IMUNIZAÇÃO
Imunização ativa – ocorre quando o próprio sistema imune do indivíduo,
ao entrar em contato (de maneira natural ou artificial) com um antígeno,
responde produzindo anticorpos específicos e células imunes. Esse tipo de
imunidade é dotado de memória imunológica, geralmente durando por
vários anos, às vezes, por toda uma vida.
a) Natural – o indivíduo naturalmente entra em contato com o agente
patogênico, adquirindo a doença. O organismo produz anticorpos
específicos e cria memória imunológica, garantindo uma imunização de
longa duração.

b) Artificial (vacinação) – patógenos previamente atenuados ou mortos


ou antígenos específicos extraídos desses agentes são introduzidos no
indivíduo. Isso estimula uma resposta imunológica do organismo, que
passa a produzir anticorpos específicos sem ter contraído a doença.
Possibilita a criação de memória imunológica. Sendo a vacinação, portanto,
uma medida profilática de longa duração.

Imunização passiva – obtida pela transferência ao indivíduo de anticorpos


já prontos (produzidos por um animal ou outro ser humano). Esse tipo de
imunidade produz uma rápida e eficiente proteção, mas, por não ser
dotado de memória imunológica, é de curta duração.
a) Natural – adquirida pelo aleitamento materno (IgA) ou via placentária
(IgG).

b) Artificial – adquirida pelo soro.


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IMUNOGLOBULINAS
Moléculas de glicoproteína que são produzidas pelos plasmócitos em
resposta a um imunógeno e que funcionam como anticorpos.
Funções gerais: ligação ao antígeno, funções efetoras (fixação ao
complemento e ligação a vários tipos celulares: células fagocitárias,
linfócitos, plaquetas e basófilos), induz a lise celular.

Classes de IG:
• IgG: monômeros capazes de realizar todas as funções das moléculas
de imunoglobulinas. É o principal anticorpo da resposta imune
secundária, iniciada pela memória das células B. Se liga ao
patógeno sinalizando aos leucócitos (macrófagos, monócitos,
polimorfonucleares) que ira opsonizar, destruir o invasor por
fagocitose e sinalizar o linfócito T ativando a memoria celular. A
única classe de Ig que atravessa a placenta, mais comum no soro.
Ig de memória, fase crônica.
• IgA: a IgA é a principal imunoglobulina encontrada em secreções
como a lágrima, saliva, leite materno. Tem como função proteção
contra organismos invasores como vírus e bactérias nas superfícies
das mucosas, inibindo a aderência desses patógenos às células
epiteliais, sem desencadear respostas inflamatórias. Resposta local
e meia vida curta, segunda mais comum no soro, 1ª linha de
defesa.

• IgM: bom fixador do sistema complemento, primeira a ser produzida


pelo feto e por uma célula B virgem quando estimulada por um
antígeno, boa aglutinadora (agregam microrganismos e os
eliminam). É presente quando há doença, aguda. Terceiro mais
comum no soro.
• IgD: pouco comum no soro, é encontrado na superfície de linfócitos
como a IgM onde serve como receptor de antígeno, sem função
definida.
• IgE: participa da imunidade ativa contra helmintos, atraindo eosinófilos
e desempenha papel importante na resposta alérgica, interagindo
com basófilos no sangue e mastócitos no tecido.
59

MECANISMOS DE AÇÃO DAS RESPOSTAS IMUNES


Os anticorpos, também conhecidos como imunoglobulinas (Ig) ou
gamaglobulinas, são glicoproteínas sintetizadas pelos linfócitos B,
utilizadas pelo sistema imunológico para identificar e neutralizar os
antígenos. Eles podem se apresentar em duas formas: secretados pelos
plasmócitos (B maduro), estando solúvel na corrente sanguínea; ou ligados
à membrana de B, conferindo especificidade antigênica à célula.
Estruturalmente, os anticorpos são compostos por duas cadeias leves
idênticas e de duas cadeias pesadas, também idênticas. As cadeias leves
se ligam às cadeias pesadas através de pontes dissulfetos, que variam em
quantidade e posições entre as diferentes classes de anticorpos. Além
disso, ambas as cadeias possuem uma região variável e outra constante. O
domínio variável confere especificidade ao anticorpo.
As moléculas de anticorpos podem ser digeridas por enzimas. Quando a
digestão é feita pela papaína obtém-se dois fragmentos chamados Fab
(fragmento ligante de antígeno), e um fragmento denominado Fc (fragmento
cristalizável). Quando a digestão é feita pela pepsina, é produzido um
fragmento chamado de Fab2, onde os dois braços do anticorpo
permanecem unidos, e o restante é clivado em vários fragmentos menores.
A interação antígeno-anticorpo ocorre envolvendo sítios combinatórios, nos
quais a interação é estabilizada por ligações não-covalentes, através da
qual acontece a complementaridade entre o epítopo antigênico e o sítio de
ligação do anticorpo.
As moléculas de anticorpo são subdivididas em classes de imunoglobulinas
definidas pelos domínios constantes de suas cadeias pesadas. As cadeias
pesadas são representadas pelas letras gregas μ, γ, α, δ, ε, e as
imunoglobulinas são denominadas de IgM, IgG, IgA, IgD e IgE
respectivamente. As diferentes classes se diferenciam-se entre si também
por suas propriedades biológicas, localizações funcionais e mecanismos
diferentes para a retirada de antígenos do organismo.
A IgM é a principal imunoglobulina da resposta primária aos antígenos,
sendo a primeira classe a elevar-se na fase aguda dos processos
imunológicos. Pode ser expressa na membrana dos linfócitos B durante o
desenvolvimento deste, apresentando-se na forma monomérica e
funcionando como receptor. Sua forma secretada é produzida antes da
maturação dos linfócitos B e por isso tem baixa afinidade com os
antígenos. Quando secretados formam pentâmeros, unidos pela cadeia J
(juncional), conferindo mais eficiência à resposta imune. O mecanismo
efetor da IgM é o desencadeamento do sistema complemento.
A IgG é a imunoglobulina mais abundante no sangue e nos espaços
extravasculares. É o anticorpo mais importante da resposta imune
secundária. Possui alta afinidade para ligação antígeno-específico.
60
Seus mecanismos efetores são a aglutinação; opsonização (revestimento
da superfície do antígeno permitindo o seu reconhecimento e fagositose
pelas células do sistema imune); ativação da via clássica do sistema do
complemento; neutralização de toxinas; citotoxicidade dependente de
anticorpos mediada por células (para lise da célula antigênica). As IgG’s
podem também estar associadas às reações de hipersensibilidade do tipo
II e tipo III. Existem 4 subclasses de IgG, todas baseadas nas diferenças de
suas cadeias pesadas γ (IgG1, IgG2, IgG3 e IgG4). Em humanos, as
moléculas de IgG de todas as subclasses atravessam a barreira placentária
e conferem um alto grau de imunidade passiva ao feto e ao recém-nascido.
A IgA é a principal imunoglobulina encontrada nas secreções exócrinas
como saliva, lágrima e mucos dos tratos respiratório, genito urinário e
digestivo. Confere a imunidade passiva da mãe para o filho, através da
amamentação. Previnem a invasão de microrganismos e a penetração de
toxinas nas células epiteliais. Pode ser encontrada na forma monomérica,
dimérica, trimérica ou tetramérica. Existem duas subclasses de IgA que são
a IgA1 e IgA2.
A IgD é co-expressa com a IgM na superfície dos linfócitos B maduros. A
presença desta imunoglobulina na membrana dos linfócitos B sinaliza que
estes migraram da medula óssea para os tecidos linfóides periféricos e
estão ativos. Em pesquisas recentes, as IgD’s foram encontradas ligadas a
basófilos e mastócitos, induzindo-os a produzir fatores antimicrobianos
para a defesa do trato respiratório.
A IgE é uma imunoglobulina de resposta imune secundária normalmente
relacionada à defesa contra verminoses e protozooses, e também,
fenômenos alérgicos e reações anafiláticas. A resposta alérgica mediada
por IgE acontece através de sua ligação aos receptores presentes nas
superfícies de mastócitos e basófilos.

EMBRIOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO


• O embrião é formado até a 2º semana porem emaranhado de células
dispostas em 3 folhetos embrionários (ectoderma - mais externo/
endoderma- mais interno/ mesoderma- meio)
• Essas células são chamadas de células tronco porque ainda são
indiferenciadas
• O ectoderma dará origem a pele e ao sistema nervoso
• A partir da 2º semana, o ectoderma começa a se diferenciar em células
de tecido nervoso chamado placa neural.
• Essa placa neural começa a se aprofundar formando uma invaginação
formando o sulco neural.
61
• Depois do sulco neural há um aprofundamento ainda maior, dando
origem a formação de uma estrutura semelhante a uma gota denominada
goteira neural.
• No estágio da goteira neural há a formação das cristas neurais e a de
pregas neurais ( que estão entre o limite da goteira e a crista neural).
• As pregas neurais vão se fundir no 4º estágio de desenvolvimento do
sistema nervoso. Quando houver a fusão dessas pregas, o tubo neural
irá se formar.
• O tubo neural é a fusão das pregas neurais, formando uma estrutura
tubular ( 3º a 4º semana).
• Como as pregas se fundiram, as cristas neurais vão se separar.
• O tubo neural então vai dar origem a todos os elementos do SNC:
- Cérebro
- Cerebelo
- Tronco encefálico
- Medula espinhal
As cristas neurais (que se
separaram do tubo neural),
por sua vez, vão dar origem
aos elementos do SNP:
Nervos espinhais e cranianos
Gânglios espinhais do
sistema nervoso autônomo

- DIVISÕES EMBRIOLÓGICAS DO ENCÉFALO


• A 1º parte que se fecha do tubo neural é a parte central.
• A parte superior e inferior do tubo neural se fecham após o fechamento
da parte central, sendo fechado primeiro a parte superior e depois a
inferior do tubo neural.
• A parte inferior e superior formam 2 poros (poro superior e poro inferior)
que são chamados de neuróporos.
- Neuróporo superior é chamado de neuróporo rostral
- Neuróporo inferior é chamado de neuróporo caudal
• Do neuróporo rostral da-se origem o encéfalo
• Do neuróporo caudal da-se origem a medula espinhal
• O neuróporo rostral vai se difundir em 3 vesículas (dilatações):
62
- Prosencéfalo (superior)
- Mesencefalo (meio)
- Rombencéfalo (inferior)
• Esse neuróporo se evolui dando origem a outras 5 vesículas:
• Prosencéfalo - dará origem aos elementos anteriores
Telencéfalo e Diencéfalo = Cérebro
• Mesencéfalo - dará origem ao elemento médio
Mesencéfalo
• Rombencéfalo - dará origem aos elementos
posteriores
Metencéfalo = cerebelo + ponte
Mielencéfalo = bulbo

CÉLULAS DO TECIDO NERVOSO


O tecido nervoso é um tecido de comunicação, capaz de receber, interpretar e
responder aos estímulos.
As células do tecido nervoso são altamente especializadas no processamento de
informações.
Tem origem na ectoderme
Compreende basicamente dois tipos celulares: os neurônios e as células da glia.
Os neurônios recebem, processam e transmitem os impulsos nervosos e as
células da glia atuam junto com eles (ocupando os espaços entre os neurônios
com a função de sustentação, isolamento e defesa).
Enquanto os neurônios não são mais produzidos após o nascimento, as células da
glia conservam a capacidade de mitose
63

A. NEURÔNIOS
•Células que se comunicam entre si ou com células efetuadoras
(musculares e secretoras), através de modificações do potencial de
membrana.
•Os estímulos são passados através de um potencial de ação
proveniente dos processos de despolarização e repolarização,
promovido pela bomba de Na e K.
•É dividido em três regiões:
- Dendrito: ramificações que surgem do corpo celular; captam
estímulos
- Corpo celular: parte em que se encontram o núcleo e outras
organelas
- Axônio: função de transmitir informações do corpo celular e dos
dendritos
• Os estímulos são sempre transmitidos no sentido dendrito-axônio
•Ao redor dos axônios, há a bainha de mielina, de origem lipídica,
formada pelas Células de Schwann (no SNP) ou pelos oligodendrócitos
(no SNC) e presa pelos nódulos de Ranvier, que tornam a passagem
do estímulo saltatória e mais rápida.

*Substância cinzenta: Área formada também por tecido nervoso.


Localizada externamente no encéfalo é onde encontram-se os corpos
celulares, dendritos, alguns axônios e alguns tipos de glicócitos. A
coloração das organelas celulares é responsável pela coloração rosa-
acinzentado.
*Substância branca: Área interna do encéfalo, de cor esbranquiçada.
Essa coloração é graças a presença de mielina que envolve algumas células
nervosas. Essa camada é rica de axônios mielínicos e amielínicos.

•CLASSIFICAÇÃO DOS NEURÔNIOS QUANTO AO


PROLONGAMENTO:
- Multipolares: vários dendritos e um
axônio.

- Bipolares: um dendrito e um axônio


- Pseudo-unipolares: apenas um
prolongamento deixa o corpo celular,
dividindo-se dois ramos.
64
• CLASSIFICAÇÃO DOS NEURÔNIOS QUANTO À FUNÇÃO:
- Sensitivos (aferentes): captam os estímulos sensoriais e conduzem
o impulso nervoso até o SNC.

- Motores (eferentes): conduzem a informação do SNC em direção


corpo, gerando uma resposta ao estímulo.

- Associativos (mistos/interneurônios): fazem a ponte entre o


neurônio sensitivo e motor.

B. CÉLULAS DA GLIA
• Ocupam espaços entre os neurônios
• Função de sustentação, isolamento e defesa
• As principais são: astrócitos, oligodendrócitos, células de Schwann e
microglia

- Astrócitos: fornece suporte metabólico para os neurônios e compõe


a barreira hemato-encefálica

- Oligodendrócitos: formam a bainha de mielina do SNC


- Células de Schwann: formam a bainha de mielina do SNP
- Microglia: São macrófagos com especialização em fagocitar detritos
e restos celulares no tecido nervoso.

C. SINAPSES

•É uma zona de comunicação entre dois neurônios (neuroneuronal) ou


entre um neurônio e um órgão efetuador (sinapse neuromuscular) ou
glândula (sinapse neuroglandular)
•Podem ser químicas ou elétricas, dependendo do tipo de sinal que
passará pela célula pré e pós-sináptica

- Sinapses elétricas: membranas plasmáticas dos neurônios entram


em contato, ocorrendo comunicação através de canais iônicos. Úteis
quando a velocidade e a precisão do impulso são fundamentais, como,
por exemplo, no músculo cardíaco e no músculo liso. Sem
neurotransmissores.

- Sinapses químicas: mais comum; a comunicação depende da


liberação de neurotransmissores. Após ser gerado um potencial de
ação, o neurônio pré-sináptico irá liberar os neurotransmissores por
vesículas, na fenda sináptica, controlada por canais de cálcio. Os
neurotransmissores podem ser excitatórios ou inibitórios. Entre os
neurotransmissores mais conhecidos estão acetilcolina e GABA.
65

Obs: Neurotransmissores - Substância química que faz a conexão


entre dois ou mais neurônios. Ou excitam ou inibem a ação do neurônio.
São liberados na fenda sináptica. Existem neurotransmissores, como a
dopamina e a serotonina, que tem efeito duplo, dependendo da onde ela
dá um sinal, tem uma resposta ou de inibição ou estimulação. As
respostas de inibição podem ser tanto aumentando o potencial negativo
de membrana do neurônio seguinte ou bloqueando a produção de
mensageiros intracelulares, como o anp cíclico.

NÚCLEOS DA BASE
• Estruturas situadas na medula cerebral, compostas por substância
cinzenta e que são predominantemente motoras, mas também estão
relacionadas com processos cognitivo, emocionais e motivacionais.
Existem um total de 9 núcleos ou gânglios da base:
- Núcleo caudado: Controla movimentos grosseiros do corpo, junto do
putâmen, aprendizagem e memória.
- Putâmen: Regula os movimentos grosseiros.
- Globo pálido: Controle de movimentos voluntários subconscientes.
- Núcleo accumbens: Participa da regulação emocional e faz parte do
sistema límbico.
- Claustro: Função desconhecida, mas pode estar ligado a função
visual, auditiva e motora.
- Corpo amigdalóide ou amídala: Relacionado com o comportamento
emocional e a memória. Faz parte do sistema límbico.
- Substância negra: Responsável pela produção de dopamina no
cérebro, relacionado ao Parkinson.
- Núcleo basal de Meynert: Ligado a funções psíquicas, sistema
límbico e memória, ligado a doença de Alzhaimer.
- Subtálamo: movimentos involuntários.

• Os NB são um conjunto de estruturas cerebrais constituídos pelo núcleo


caudado, putamen, globo pálido, núcleo subtalâmico e substância
negra.
• Estas estruturas controlam a atividade motora por meio da regulação
de impulsos neuromotores que facilitam sua atividade tônica, auxiliando
o planejamento e a execução de movimentos sequenciados como, por
exemplo, a marcha humana.
• Os NB enviam e recebem sinais excitatórios do córtex sensório-motor
e também do cerebelo e do próprio tálamo.
• A principal função dessas estruturas é manter a prontidão de neurônios
corticais, principalmente na área motora suplementa, para organizar e
liberar sequências de movimentos ou programas motores, em momentos
adequados dentro de uma sequência de movimentos autogerados.
66
• Durante a aprendizagem de movimentos e mesmo em movimentos bem
aprendidos, os NB exercem importante função relacionada à formulação
do comportamento adaptativo.
• Outra função importante é a de liberar e finalizar programas motores
que sejam adequados para a aquisição de uma meta, como por exemplo,
alcançar e segurar um objeto. Sua função também está relacionada à
manutenção desse movimento durante sua execução e que pode ser
observado pelas variações na velocidade e na amplitude do movimento.
• Os NB auxiliam o córtex motor no controle de movimentos através de
duas vias: a indireta e a direta. Essas duas vias têm funções distintas
para o controle de movimentos.
- Indireta: está envolvida com a iniciação e/ou com a finalização de
movimentos
- Direta: além da iniciação, é responsável pela manutenção do programa
motor durante a ação.

ANATOMIA FUNCIONAL DO ENCÉFALO


• Em anatomia, chama-se sistema nervoso central (SNC), ou neuroeixo,
ao conjunto do encéfalo e da medula espinhal dos vertebrados.
• O encéfalo corresponde ao cérebro (telencéfalo e diencéfalo),
cerebelo e tronco encefálico (que se divide vide em: mesencéfalo,
ponte e bulbo).

• Diencéfalo e telencéfalo formam o cérebro, que corresponde ao


prosencéfalo.
• O encéfalo é protegido pela caixa craniana (estrutura esquelética) e por
membranas denominadas meninges, situadas sob a proteção
esquelética: dura-máter (externa), aracnóide (meio) e pia-máter
(interna). Entre a aracnóide e a pia-máter há um espaço preenchido pelo
líquido cefalorraquidiano (líquor).
67
• Entre os hemisférios, estão os ventrículos cerebrais, que são
reservatórios do líquido cefalorraquidiano (líquor), que participam da
nutrição, proteção e excreção do sistema nervoso.

A) CÉREBRO

Diencéfalo :
• Forma o cérebro, juntamente ao telencéfalo
(derivam do prosencéfalo)
• Localizado na porção mais inferior de
cérebro
• Compreendem as seguintes partes: tálamo,
hipotálamo, epitálamo e subtálamo,
todas em relação com o III ventrículo
(cavidade mediana do diencéfalo)

- Tálamos :
• Duas massas volumosas de substância cinzenta de forma ovóide,
dispostas uma de cada lado do diencéfalo.
• Atua como centro de triagem, como intensificador de sensações
(exceto cheiro) além de estar envolvido na função da memória
de longo prazo.
• Possuem liberdade para decidir transmitir ou não as dores.
• Responsável pela integração sensorial e motora.
• O tálamo recebe informações sensoriais do corpo e as passa para o
córtex cerebral. O córtex cerebral envia informações motoras para
o tálamo que posteriormente são distribuídas pelo corpo.

- Hipotálamo:
• Situa-se abaixo do tálamo, e forma as paredes laterais do terceiro
ventrículo.
• Possui as funções de regular o sistema nervoso autônomo e as
glândulas endócrinas, e é o principal responsável pela
constância do meio interno.
• É o principal centro integrador das atividades dos órgãos viscerais,
sendo um dos principais responsáveis pela homeostase corporal.
• Ele faz ligação entre o sistema nervoso e o sistema endócrino,
atuando na ativação de diversas glândulas endócrinas. Além disso,
também faz parte do sistema límbico (emoções).
68
- Subtálamo:
• Zona de transição entre o diencéfalo e o tegumento do mesencéfalo
• Apresenta formações de substância branca e cinzenta, sendo a mais
importante o núcleo subtalâmico
• O núcleo subtalâmico relaciona-se com funções motoras
• Núcleo da base

- Epitálamo:
• Limita posteriormente o terceiro ventrículo, acima do sulco
hipotalâmico, já na transição com o mesencéfalo
• Possui a glândula pineal (que secreta melatonina, hormônio
responsável controle do sono e vigília e também por controle gonadal)
• Envolvimento no ritmo circadiano (relógio biológico) e relacionado com
o sistema imunológico
• Relação com a regulação do comportamento emocional (sistema
límbico)

* Metatálamo (as vezes é considerado apenas como tálamo): Na


região do diencéfalo, formado pelos corpos geniculados mediais e
laterais. Estes geniculados medial servem como estação de
relépara entrada pelo nosso sistema sensorial auditivo. E os
geniculados laterais são responsáveis para organizar e
interpretados para as imagens visuais.

Telencéfalo :
• Compreende os dois hemisférios cerebrais, direito e esquerdo,
separados pela fissura longitudinal do cérebro
• O assoalho da fissura é formado por uma faixa de fibras comissurais
(corpo caloso), principal meio de união entre os dois hemisférios
• Os hemisférios possuem cavidades, os ventrículos laterais direito e
esquerdo
• Cada hemisfério possui três pólos: Frontal, Occipital e Temporal;
e três faces: Súpero-lateral; Medial; e Inferior
• A região superficial do telencéfalo, que acomoda bilhões de corpos
celulares de neurônios (substância cinzenta), constitui o córtex cerebral
• Os lobos são as principais divisões físicas do córtex cerebral
69

SULCOS E GIROS
• Durante o desenvolvimento embrionário, quando o tamanho do
encéfalo aumenta rapidamente, a substância cinzenta do córtex
aumenta com maior rapidez que a substância branca subjacente.
Como resultado, a região cortical se enrola e se dobra sobre si
mesma. Portanto, o córtex cerebral apresenta depressões
denominadas sulcos, que delimitam os giros (circunvoluções)
cerebrais.
• A existência dos sulcos permite considerável aumento do volume
cerebral.
• Os dois sulcos mais importantes são o sulco lateral e o sulco central

- Sulco lateral: Separa o lobo frontal do lobo temporal

- Sulco central: Separa o lobo frontal do


lobo parietal. O sulco central é ladeado
por dois giros paralelos, um anterior, giro
pré-central, e outro posterior, giro pós-
central. As áreas situadas adiante do sulco
central relacionam-se com a motricidade,
enquanto as situadas atrás deste sulco
relacionam-se com a sensibilidade.

LOBOS
1. Lobo frontal: Possui os sulcos pré-central,
superior e inferior: Entre o sulco pré central e o central se localiza a
função motora do cérebro. O giro frontal inferior do hemisfério
esquerdo é denominado giro de broca, estando localizado a área de
linguagem do cérebro. Portanto, participa do planejamento
consciente e controle motor.

2.Lobo temporal: Apresenta-se na face dorso lateral do cérebro, dois


sulcos principais: Os sulcos temporal superior e inferior. Afastando-se
os lábios do sulco lateral aparece o seu assoalho, que é atravessado por
giros transversais, sendo eles responsáveis pela área da Audição. Tem
centros importantes de memória e audição

3.Lobo parietal e occipital: Possui os sulcos pós central e


intraparietal, entre eles se localiza uma das mais importantes áreas
sensitivas, a somestésica: responsável pela interpretação de
temperatura, dor, pressão, tato.
70

• O lobo parietal lida com os sentidos corporal e espacial.


• O lobo occipital possui sulcos e giros inconstante, e é responsável
pela visão.

4. Lobo da Ínsula: É responsável pelo o mapeamento das emoções.

B) CEREBELO
•Deriva do metencéfalo
•Situado dorsalmente entre o bulbo e a ponte
•Está separado do lobo occipital por uma prega da
dura-máter denominada tenda do cerebelo
•Liga-se à medula e ao bulbo pelo pedúnculo
cerebelar inferior à ponte e mesencéfalo pelos
pedúnculos cerebelares médio e superior,
respectivamente
•Funciona sempre em nível involuntário e inconsciente, sendo sua
função exclusivamente motora (equilíbrio e coordenação)
•Dividido em lóbulos, sem importância funcional
•Possui uma porção ímpar e mediana, o vérmis, ligado a duas grandes
massas laterais, os hemisférios cerebelares
•Substância cinzenta, externamente (córtex cerebelar), e substância
branca, internamente

C) TRONCO ENCEFÁLICO
• Conecta a medula espinal com as estruturas encefálicas localizadas
superiormente.
• A substância branca do tronco encefálico inclui tratos que recebem e
enviam informações motoras e sensitivas para o cérebro e também as
provenientes dele.
71

• BULBO:

- Forma de um cone, cuja extremidade menor continua caudalmente


com a medula espinhal

- Também chamado de medula oblonga

- Participa de processos vitais, como respiração,


batimentos cardíacos e vasoconstrição, reflexos de
salivação, tosse, espirro e deglutição.

- Recebe informações de vários órgãos do corpo (é o


local de cruzamento das fibras nervosas 75%).

• PONTE:

- Interposta entre o bulbo e o mesencéfalo

- A ponte participa de algumas atividades do bulbo

- Centro de transmissão de pulsos para o cerebelo e


ser passagem de fibras nervosas que ligam o
cérebro a medula

- Controla a respiração e coordena a movimentação do


corpo, inclusive dos olhos e pescoço

• MESENCÉFALO

- Interpões-se entre a ponte e o cérebro

- Recebe e coordena informações relativas ao


tônus muscular e postura corporal

- Reflexos visuais e auditivos

REFLEXOS PRIMITIVOS
•Se dão pela não completa mielinização dos lobos frontal e parietais,
responsáveis pela coordenação dos movimentos e pelo sentimento de
toque
•Não completa maturação das estruturas como os núcleos da base,
sistema vestibular e cerebelo
72
Busca (0 a 2 meses)
•Aparece ao nascer e torna-se voluntário após 3 semanas de idade.
•É desencadeado por estimulação da face ao redor da boca.
•Observa-se rotação da cabeça na tentativa de “buscar” o objeto,
seguido de sucção reflexa do mesmo.

Sucção Reflexa (0 a 5 meses)


•Desencadeado pela estimulação dos lábios.
•Observa-se sucção vigorosa.
•Sua ausência é sinal de disfunção neurológica grave.

Extrusão
•Aparece ao nascer e desaparece aos terceiro ou quarto mês de vida
•O neonato usa a língua para empurrar objetos estranhos para fora da
boca

Moro (0 a 6 meses)
•Ao simular suspender e soltar o neonato, observam-
se abdução de braços, extensão de mãos e flexão de
polegares. É
•Desencadeado por queda súbita da cabeça,
amparada pela mão do examinador.

Tônico cervical Assimétrico (“ do esgrimista ou “ de magnus e de


kleijn) 0 a 4 meses
•Com um movimento rápido, vira-se a cabeça do recém-nascido para um
lado enquanto estabiliza-se o tronco do RN.
•Ele realizará uma extensão do membro
superior ipsilateral à rotação (para o lado que a
cabeça foi virada), havendo flexão do braço e
perna do lado oposto (contralaterais).

Marcha Reflexa:
•Aparece ao nascer e desaparece no segundo
mês de vida.
• Colocado em posição vertical e ao tocar uma superfície plana com a
sola do pé, o neonato estimula uma caminhada (cruzamento das pernas,
uma à frente da outra).
73
Preensão palmar (0 a 3-4 meses)
•Ao colocar o dedo na palma da mão do RN ele o agarrará (flexão dos
dedos).

Preensão plantar/Babinski (0 a 10-11 meses)


•Ao colocar o dedo contra a base dos artelhos, o recém-nascido irá
curvá-los para baixo (flexão dos dedos)

Apoio plantar (0-2 meses)


•É desencadeado pelo apoio do pé do RN sobre superfície dura, estando
este seguro pelas axilas.
•Observa-se extensão das pernas.

Reflexo de Galant/reflexo de encurvamento do tronco


•É desencadeado por estímulo tátil na região dorso lateral.
•Observa-se encurvamento do tronco ipsilateral ao estímulo.

Reflexo de colocação/Placing (0 a 2 meses)


•É desencadeado pelo estímulo tátil do dorso do pé estando o bebê
seguro pelas axilas.
•É observada a elevação do pé como se estivesse subindo um degrau
na escada. É o único reflexo primitivo com integração cortical.

Reflexo de Landau:
•Com a criança em suspensão ventral realiza-se o primeiro estímulo, de
extensão da cabeça, sendo a resposta o desencadeamento do tônus
extensor, havendo extensão de tronco, quadril, membros superiores e
inferiores.
•Depois disso, estimula-se a flexão ativa ou passiva da cabeça do RN
que responde com a flexão do tronco, quadril, membros inferiores e
superiores.
74

DESENVOLVIMENTO ONTOGÊNICO DO SISTEMA NERVOSO


Quando o bebê nasce ele nasce com as estruturas todas prontas, mas não
amadurecidas; precisam de fases para ocorrer essa maturação:
plasticidade (capacidade que essa célula tem de se moldar a uma
situação) e a mielinização (que dá velocidade ao estímulo nervoso).

•Nós mielinizamos de trás pra frente, ou seja, o que mieliniza primeiro


é o occipital e o último é o pré-frontal (que só mieliniza totalmente por
volta da adolescência), portanto as funções do córtex frontal só estão
mais mielinizadas na adolescência.
•Nós mielinizamos de dentro para fora; então a parte profunda do
cérebro do bebê, que está muito relacionada com os reflexos do
bebê, é mielinizada enquanto a parte de motor fino não é mielinizada,
por isso que o bebê nasce sem saber fazer nada, suas atitudes são
atitudes reflexas.

Junto com a plasticidade e a mielinização, tem outros dois processos


acontecendo: sinaptogênese e apoptose celular (poda neural):

•Nós nascemos com todos os neurônios que teremos na vida, não


fabricamos neurônios, mas melhoramos a atividade deles; melhora-se
fazendo conexão, que é a sinaptogênese.
•Quando nascemos, tem muitas redes que não se formaram, muitos
neurônios que não se conectaram, então sobram neurônios; esses que
sobraram, tem que morrer (entrar em apoptose), por isso, tem a poda
neural.

Quando nascemos ocorre a primeira poda neural. É como se fosse uma


seleção natural do que não presta, o neurônio que não vai ser útil ou
não é de boa qualidade, é eliminado. Teremos outra poda neural, que
acredita-se que acontece por volta dos 7 anos; e a terceira poda neural
costuma acontecer na adolescência, acontece no sistema límbico, no
núcleo acumbente, relacionados com a produção de dopamina (perde
cerca de 30% dos neurônios), que promovem sensação de bem-estar/
prazer, por isso adolescente tem muito tédio.

Se uma criança não é bem estimulada, muitas áreas são prejudicadas e


quando chegar na segunda poda neural aos 7 anos, pode perder muitos
neurônios.

A plasticidade e a mielinização interferem na maturação:


•Plasticidade: é a capacidade cerebral de mudar em resposta à
experiência, seja ela positiva como ao aprendizado formal ou de uma
técnica, seja negativa como em resposta a uma injúria, como por
exemplo, um infarto; pode ser adaptativa (a criança tem uma lesão
cerebral, faz uma fisioterapia e os neurônios que estão bons começam a
75
suprir a função de outros), diminuída (quando dá um tablet para uma
criança), aumentada ou específica de algumas células.

•Mielinização: começa intra-útero e se estende além da terceira


década; as diferentes áreas do córtex não sorem mielinização
homogênea; as regiões corticais com mielinização precoce controlam
movimentos relativamente simples (como os reflexos) ou análises
sensoriais, enquanto as áreas com mielinização tardia controlam as
funções mentais elevadas; assim, pode-se afirmar que a mielinização
funciona como um índice aproximado da maturação cerebral.
A progressão do desenvolvimento motor segue a mielinização, então é
no sentido crâniocaudal.

DEGLUTIÇÃO E MATURAÇÃO DO SISTEMA DIGESTÓRIO:


Deglutição: As habilidades relacionadas à alimentação tendem a aparecer
de maneira natural na seguinte ordem :

1. Abocanhar o seio materno


2. Estender à mão para tentar pegar objetos interessantes
3. Agarrar objetos e levá-los à boca
4. Explorar objetos com os lábios e a língua
5. Morder um alimento
6. Mastigar
7. Engolir
8. Capturar objetos pequenos utilizando o movimento de pinça
(entre o dedo indicador e o polegar)

• Ao nascer, o bebê sadio e a termo apresenta o reflexo de procura, e o de


sucção.
• Até os 3 meses de idade, os bebês começam a procurar as mãos.
• Até os 4 meses, já podem esticar as mãos para agarrar algo que
porventura tenha lhes interessado.
• Entre os 6 e os 9 meses de idade, o bebê adquire uma série de novas
habilidades, aprende primeiro a morder ou mordiscar pedaços pequenos
de comida, com a gengiva (ou com seus primeiros dentes, caso eles já
tenham começado a aparecer). Até os 9 meses de idade, o bebê adquire
o movimento de pinça.

Sistema digestório: ao nascer o recém-nato precisará assumir as funções


digestivas previamente realizadas pela placenta, incluindo o metabolismo
de quantidades suficientes de água, proteínas, carboidratos, gorduras,
76
vitaminas e minerais para um crescimento e um desenvolvimento
adequado.

A capacidade gástrica é de 40 a 60 ml no primeiro dia após o nascimento,


devido a isso as alimentações são mais frequentes e o tempo de
esvaziamento gástrico em geral de 2 a 4 horas, mas isso varia conforme o
tipo de alimentação e a idade do neonato e a peristalse é rápida.

Muitos recém-nascidos regurgitam pequenas quantidades (1 a 2ml) de


matéria ingerida após a alimentação devido a um esfíncter do cárdia
imaturo(um anel muscular que contrai o esôfago). A regurgitação
persistente, forçada ou de grandes volumes é anormal e indica
necessidade de uma investigação.

Comparado com o intestino de um adulto, o intestino do recém-nascido é


mais longo em relação ao tamanho corporal e tem mais glândulas
secretoras e maior superfície de absorção. A capacidade do recém-nascido
de digerir nutriente depende da atividade enzimática e da acidez gástrica, a
digestão do leite começa no estômago e continua no intestino delgado.
A síntese da vitamina K por meio da atividade bacteriana é outra função
gastrintestinal importante embora de início seja estéril, o trato
gastrointestinal estabelece uma colônia bacteriana normal dentro da
primeira semana após o nascimento, permitindo uma síntese adequada da
vitamina K.

FASES DA MARCHA
O ciclo de marcha pode ser subdividido em:
→Fase de apoio: ocorre quando o pé encontra-se em contato com o
solo e sustenta o peso. Representa cerca de 60% do ciclo da marcha.
•Contato inicial: quando o calcanhar toca o solo.
•Resposta à carga: compreende a fase de transferência do peso para o
pé que acabou de tocar o solo. Até antes que o membro oposto deixe o
solo. Corresponde ao período inicial de duplo apoio.
•Apoio médio: durante esse período apenas um membro inferior
sustenta o peso do corpo, enquanto o outro membro entra na fase de
balanço. Consistindo no apoio simples.
•Apoio terminal: essa fase completa o apoio simples. Começa com a
elevação do calcanhar e continua com o contato inicial do membro
inferior contralateral.
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•Pré-balanço: durante esse período o membro de apoio transfere o
peso corporal para o membro contralateral e prepara-se para a fase de
balanço.

→Fase de balanço: ocorre quando o pé não está mais sustentando


peso e move-se para frente. Apresenta cerca de 40% do ciclo da
marcha.
• Balanço inicial: (aceleração) ocorre quando o pé é elevado do solo.
Na marcha normal, ocorre a flexão rápida de joelho e a dorsiflexão
do tornozelo, permitindo que o membro na fase de balanço acelere
para frente.
• Balanço médio: ocorre quando o membro inferior na fase de balanço
encontra-se adjacente ao membro inferior que está sustentando
peso, o qual se encontra na fase de apoio médio.
• Balanço terminal: (desaceleração) o membro inferior na fase de balanço
desacelera, preparando-se para realizar o contato inicial com o solo. Na
marcha normal, o quadríceps e os músculos posteriores da coxa são
ativos, pois o quadríceps controla a extensão do joelho e os posteriores
da coxa controlam a flexão do quadril.

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