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O DEVER JURÍDICO é a necessidade imposta pelo direito

(objectivo) a uma pessoa de observar determinado


comportamento. É uma ordem, um comando, uma injunção
dirigida à intelegência e à vontade dos indivíduos, que só no
domínio dos factos podem cumprir ou deixar de o fazer. Não é
simples conselho, mera advertência ou pura exortação; a
exigência da conduta (imposta) é normalmente acompanhada da
cominação de algum ou alguns dos meios coercitivos (sanções)
próprios da disciplina jurídica, mais ou menos fortes consoante
o grau de exigibilidade social da conduta prescrita.

OBRIGAÇÃO EM SENTIDO LATO. O termo ESTADO DE SUJEIÇÃO consiste exactamente na situação


obrigação é ainda usado, fora do direito, para inelutável de uma pessoa ter de suportar na sua própria
designar as situações em que, à luz de outros espfera jurídica a modificação a que tende o exercício do poder
complexos normativos (como a moral, a religião, conferido a uma outra pessoa. Estado de sujeição constitui o
cortezia, os usos sociais, etc). Uma pessoa se encontra contrapolo dos direitos potestativos. O direito potestativo
vinculada a certo comportamento: os ricos são (Gestaltungscreht ou kannrecht) é o poder conferido a
obrigados a dar supérfluo (quod superes) aos pobres, determinadas pessoas de introduzirem uma modificação na
os jovens são obrigados a saudar os mais velhos, etc. espfera jurídica de outras pessoas (criando, modificando ou
Nestas frases de uso quotidiano confundem-se figuras extinguindo direitos), sem a cooperação destas.
muito diferentes umas das outra, na sua expressão
vinculativa, que à ciência jurídica cumpre distinguir:
ÓNUS JURÍDICO consiste na necessidade de observância de
certo comportamento, não por imposição da lei, mas como meio
de obtenção ou de manutenção de uma vantagem para o próprio
onerado. Por um lado o acto a que o ónus se refere não é
imposto como um dever, e, por outro lado, o acto não visa
satisfazer o interesse de outrem, sendo estabelecido, pelo
contrário, no interesse exclusivo ou também no interesse do
NOÇÃO DA OBRIGAÇÃO próprio onerado. Por exemplo, o ónus de contestar [artigo 484.º
CONCEITO, MODALIDADES E CARACTERÍSTICAS DA OBRIGAÇÃO

Acepções do termo obgrigação. Conceitos afins. O do Código Processual Civil (CPCT)] e o ónus de impugnação
termo obrigação é usado, tanto na liguagem corrente especificada [válido para ambas as partes: arts. 490.º e 505.º do
com na própria literatura jurídica, em sentidos CPCT].
diversos.

O termo obrigação abrange a relação no seu conjunto e não


apenas, como sucede na linguagem comum, o seu lado passivo:
compreende, portanto, o dever de prestar, que recai sobre uma
das partes, bem como o poder de exigir a prestação conferido
à outra. Quando se quer distinguir entre os dois lados da
relação, que são duas faces da mesma realidade ou como o
anverso ou reverso da mesma medalha, chama-se crédito
(direito de crédito) ao seu lado activo e débito (ou dívida) ao
lado oposto.

OBIGAÇÃO EM SENTIDO STRICTO A prestação que constitui objecto da obrigação consistem as


(TÉCNICO). Obrigação em sentido técnico é a mais vezes NUMA ACÇÃO, NUMA ACTIVIDADE, NUMA
compreensão da obrigação segundo a lei, ou seja, o CONDUTA DE SINAL POSITIVO - FACERE, DARE
código civil timorense estabelece. Diz-se a obrigação a (entregar uma quantia – comprador, inquilino; restituir uma
relação jurídica por virtude da qual uma (ou mais) coisa – mutuário, comodatário; prestar uma informação –
pessoa pode exigir de outra (ou outras) a realização consultor técnico ou jurídico; representar alguém num processo
de uma prestação. – mandatário judicial; pintar um quadro; realizar uma obra –
empreteiro).

Mas pode traduzir-se tambem numa ABSTENÇÃO, NUMA


OMISSÃO OU COMO DIZIAM OS ROMANOS, NUM
NON FACERE (não exercer certo ramo de actividade em
determinada localidade, para não fazer concorrência a outrem;
não comprar certo produto senão a determinada empresa ou não
vender certa mercadoria, dentro de determinada área, senão a
um revendedor – contratos exclusivos; não revelar certo segredo
de fabrico; não se opor a que outrem cace na sua coutada; etc.).

As relações obrigacionais podem ser simples ou complexas. É UMA RELAÇÃO OBRIGACIONAL SIMPLES (una) quando
compreende o direito subjectivo atribuídio a uma pessoa e o dever jurídico ou estado de sujeição correspondente, que recai
sobre a outra (por exe., A tem o dever jurídico de pagar a indemnização dos danos causados ao B); E COMPLEXA OU
MÚLTIPLA, quando abrange o conjunto de direitos e de deveres ou estados de sujeição nascidos do mesmo facto jurídico. A
COMPLEXIDADE reflecte-se no vínculo obrigacional em geral e traduz-se na série de deveres, secundários e de deveres
acessórios de conduta que gravitam as mais das vezes em torno do dever principal de prestar e até do direito à prestação
(principal).
AS RELAÇÕES OBRIGACIONAIS PODEM
REVESTIR VÁRIAS MODALIDADES
As obrigações podem ser autónomas ou não autónomas. AS OBRIGAÇÕES AUTÓNOMAS são obrigações que não assentam
num vínculo jurídico preexistente (como a que nascem de um contrato não precedido do contrato-promessa) ou que
pressupõe, na sua constituição, um simples vínculo de carácter genérico (como a que recai sobre quem danificou coisa alheia
ou usurpou o nome de outrem). AS OBRIGAÇÕES NÃO AUTÓNOMAS são as obrigações que assentam num vínculo
jurídico preexistente (como a que nascem de um contrato não precedido do contrato-promessa) ou que pressupõe, na sua
constituição, um simples vínculo de carácter genérico (como a que recai sobre quem danificou coisa alheia ou usurpou o nome
de outrem), por exemplo, o dever do marido nasce por um contrato de casamento.

AUTONOMIA

CARACTERÍSTICAS DA OBRIGAÇÃO DISPONIBILIDADE

DIREITO DAS OBRIGAÇÓES E OUTROS


RAMOS DE DIREITO CIVIL
PATRIMONIABILIDADE

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