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Benedito Dionísio Ranchor


Dimitilha Custódio
Hélio Maria Bernardo
Juma Rosário Artur
Sidónio Pedro Niquina
Silva Buque Palame
Vanovich Mário José Muchino

Observação como técnica de recolha dados nas escolas e na sala de aula


Métodos, formas e instrumentos de observação.
(Lic. Educação visual)

Universidade Rovuma
Nampula
2019
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Benedito Dionísio Ranchor


Dimitilha Custódio
Hélio Maria Bernardo
Juma Rosário Artur
Sidónio Pedro Niquina
Silva Buque Palame
Vanovich Mário José Muchino

Observação como técnica de recolha dados nas escolas e na sala de aula


Métodos, formas e instrumentos de observação
(Lic. Educação visual)

Trabalho de caracter avaliativo, a ser


entregue ao departamento de ESTEC, no
curso de Educação visual, na cadeira de
práticas pedagógicas, leccionado pelo
docente:

MSc. Sebastião Sarmento

Universidade Rovuma
Nampula
2019
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III

Índice
1. Introdução............................................................................................................................4

1.1. Objectivo geral.............................................................................................................4

1.2. Objectivos específicos..................................................................................................4

2. A observação como Técnica de Recolha de dados nas escolas e na sala de aula................5

2.1. A observação como técnica..........................................................................................5

2.2. Aspectos a ter em conta na observação........................................................................6

3. Tipos de observações...........................................................................................................7

3.2. Observação científica.......................................................................................................7

3.2.1. A observação assistemática...........................................................................................7

3.2.2. A observação sistemática..............................................................................................7

3.3. Observação não participante............................................................................................7

3.4. Observação participante/etologia ou antropologia...........................................................7

3.5. Registos de comportamento.............................................................................................8

4. Importância de observação..................................................................................................8

4.1. Vantagens e desvantagens da observação....................................................................8

5. Métodos, formas e instrumentos de observação................................................................10

5.1. Formas de observação................................................................................................11

5.2. Observação como técnica de recolha de dados na escola e na sala de aula...............11

5.2.1. A observação na escola e na sala de aula...............................................................11

6. Conclusão..........................................................................................................................13

7. Bibliografia........................................................................................................................14
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1. Introdução
Neste presente trabalho da cadeira de práticas pedagógica geral tem como tema: A observação
como técnica de recolha de dados na Escola e nas Salas, onde iremos debruçar sobre a
necessidade de realizar a observação como técnica, métodos, formas e instrumentos. Toda a
pesquisa surge a partir de um olhar crítico de algum acontecimento e que este mesmo olhar
pode nos trazer resultados na busca de respostas que possam resolver um determinado
assunto, a esse olhar crítico pode surgir de pessoas que vivenciam uma realidade dura de uma
sociedade ou de uma escola.

O presente trabalho esta organizada em função da ordem do estudo ciêntifico, numa primeira
fase temos a apresentação do tema, e por conseguinte, fundamentação teórica. Por último a
conclusão, e a bibliografia.

1.1. Objectivo geral


 Conhecer a observação como técnica de recolha de dados nas escolas e na sala de aula.

1.2. Objectivos específicos


 Definir a observação;
 Mencionar os métodos, formas, técnicas e instrumentos.
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2. A observação como Técnica de Recolha de dados nas escolas e na sala de aula


A palavra observação provem do latim “observare’’ e quer dizer olhar ou examinar com
minucia e atenção. A accão de observar implica considerar atentamente os factos para o
conhecer bem.

Alarcão e Tavares (1987:103) afirmam que no contexto escolar, a observação


é o conjunto de actividades destinadas a obter dados e informações sobre o
que se passa no processo de ensino/aprendizagem com a finalidade de mais
tarde, proceder a uma análise do processo numa ou noutra das variáveis em
foco. Quer isto dizer que o objecto da observação pode recair num ou noutro
especto: no aluno, no ambiente físico da sala de aulas, no ambiente socio-
relacional, na utilização de matérias de ensino, na utilização do espaço ou do
tempo, nos conteúdos, nos métodos, nas características dos sujeitos, etc.

Desta definição podemos extrair duas ideias principais: a observação é um procedimento e


uma técnica de recolha de dados, os dados recolhidos deve ser analisados.
Associado a estas ideias o observador (seja ele supervisor ou praticante) deve ter a
consciência de que a observação escolar sendo uma actividade de pesquisa rege-se por
princípios da planificação, que compreende, segundo Gil (1996:21) os seguintes elementos:
processo, eficiência, prazos e metas.
A observação pode ser considerada em duas dimensões: como processo mental e como
técnica organizada.
Como processo mental, observar é acto de apreender coisas e acontecimentos,
comportamentos, atributos pessoais e concretas inter-relações. Neste sentido ultrapassa o
simples acto de ver e ouvir. É seguir o curso dos fenómenos, selecionando aquilo que é mais
importante e significativa, à partir das interações específicas do pesquisador.
Como técnica organizada, observar é um meio de medir por descrição, classificação e
ordenação. Transcende a simples constatação dos dados, porque envolve complementação dos
sentidos por meio técnicos permite a aparição directa dos fenómenos.
2.1. A observação como técnica
A observação como técnica requer:
Especificação: os fenómenos selecionados deve ser de possível mensurar, no caso de
classificação e ordenação.
Objetividade: os fenómenos deve ser descritos tal como ocorrem.
Sistematização: a situação e os factores especiais devem ser controlados através de um
planeamento cuidadoso. Requer processo de obter, selecionar e analisar os dados.
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Validade: os resultados obtidos deve estar proporcionalmente adequados aos objectivos. A


validade depende em grande parte da definição e seleção de actividades que contenham os
elementos essências.
Treinamento: o observador deve estar preparado para a tarefa.
Minon Apud (Rudio, 1999:39) Sustenta que, no sentido mais amplo, observar não se trata
apenas de ver mais sim de examinar. Não se trata somente de entender mas de auscultar.

2.2. Aspectos a ter em conta na observação

A observação envolve recursos humanos. São eles os fornecedores da informação. Os


recursos humanos necessitam de (materiais) “equipamentos, bibliografia e acessórios”.
Considerando que a observação requer deslocação, bibliografia, produção e/ou aquisição de
instrumentos, o observador deve munir-se de recursos financeiros para a pesquisa. Estes três
recursos são indispensáveis para uma boa observação.

a) Qualidades pessoais do pesquisador

De acordo com Gil (1996:20), o sucesso de uma pesquisa depende de certas qualidades
intelectuais e socias do pesquisador, dentre as quais se destacam:

 Conhecimento do assunto a ser pesquisado;


 Curiosidade;
 Criatividade;
 Integridade intelectual;
 Atitude autocorrectiva;
 Sensibilidade social;
 Imaginação disciplinada;
 Perseverança e paciência;
 Confiança na experiencia.

Ludke & André (ibidem:17), Concluem que “ Alem dessas qualidades pessoais e das
decisões que deve tomar quanto a forma e a situação de colecta de dados, o observador se
defronta com uma difícil tarefa que é a de selecionar e reduzir a realidade sistematicamente.
Essa tarefa exigira certamente que ele possua um arcaboiço teórico à partir do qual seja capaz
de reduzir o fenómeno em seus aspetos mais relevantes e que conheça as varias possibilidades
metodológicas para abordar a realidade a fim de compreende-la e interpreta-la”.
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3. Tipos de observações

Rudio (1999) afirma haver dois tipos de observação: a observação vulgar e observação
científica.

3.1. Observação vulgar é a fonte de obtenção de conhecimentos diários para o homem, sobre
si próprio e sobre o mundo que o rodeia (pessoas, coisas, factos). Rudio (1999:41) afirma que
pela observação vulgar o homem conhece e aprende sobre o que é útil e necessário para sua
vida.

A observação vulgar pode ser feita:

 Directamente através das palavras, dos gestos e acções das pessoas;


 Indiretamente inferindo sobre os pensamentos e os sentimentos, desde que estes se
manifestem em forma de palavras, gestos e acções; também se pode observar,
indiretamente, as atitudes e as predisposições em relação a determinadas tarefas,
pessoas, acontecimentos, etc.

3.2. Observação científica


Rudio (1999:41), ela complementa, enriquece e aprofunda a observação vulgar, de forma a
lhe dar maior validade, autenticidade e eficácia. A observação científica pode ser de dois
tipos: assistemática e sistemática.

3.2.1. A observação assistemática


De acordo com o Rudio (1999:41), a observação assistemática também conhecida por
ocasional, simples, não estruturada é aquela que “se realiza sem panejamento e sem controlo
anteriormente elaborados, como decorrência de fenómenos que surgem de imprevistos”.
3.2.2. A observação sistemática
Designada também por planificada, estruturada ou controlada é a que se realiza em condições
controladas para se responder aproposito que foram anteriormente definidos. Requer
planificação e necessita de operações específicas para o seu desenvolvimento.
3.3. Observação não participante
Esta observação é efetuada por um observador distanciado do observado e não integrado na
vida deste.
3.4. Observação participante/etologia ou antropologia
Etologia é o estudo do comportamento. Aquela em que o observador colabora, sem, contudo,
perder a integridade do seu papel de observador. A observação participante pode ainda
subdividir se em observação participante passiva e participante ativa.
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3.5. Registos de comportamento


O registo de comportamento é uma observação comportamental que deve ser realizada de
forma sistemática e o seu registo é feito, segundo Fagundes (1985), através de uma linguagem
objectiva, clara e exata, concisa e de forma afirmativa e directa. Moraes & Mont’Alvao
(2003) afirma que gestos e posturas adotados fazem parte dos elementos de análise das
actividades realizadas pelo homem. Este conjunto de gestos e posturas, segundo Moraes &
Mont’Alvao (2003), é o que se pode chamar de “etologia do homem no trabalho”.

4. Importância de observação

A observação tem como importância no auxílio do pesquisador, na identificação e obtenção


de provas a respeito de objectivos sobre os quais os indivíduos não têm consciência, mais que
orientam seu comportamento, sujeita o pesquisador a um contacto mais directo com a
realidade.

4.1. Vantagens e desvantagens da observação

Vantagens

 Possibilita elementos para delimitação;


 Favorece a construção de hipóteses;
 Aproxima-se das perspetivas dos sujeitos;
 Útil para descobrir aspectos novos de um problema;
 Obtenção de dados sem inferir no grupo estudado;
 Permite a colecta de dados em situações de comunicação impossível;
 Apresenta meios directos e satisfatório para estudar uma ampla variedade de
fenómenos;
 Exigem menos do observador do que outras técnicas;
 Depende menos da introspeção ou da reflexão;
 Permite a evidência de dados não constantes do roteio de entrevistas ou de
questionários.

Desvantagens

 A presença do pesquisador pode provocar alterações no comportamento dos


observados, destruindo a espontaneidade dos mesmos e produzindo resultados pouco
confiáveis, por poder provocar alterações no comportamento do grupo observado;
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 O observado tem de a criar impressões favoráveis ou desfavoráveis no pesquisador,


favorecendo a interpretação pessoal- juízo de valor;
 Uma visão distorcida pode ser gerada pelo envolvimento levando a uma
representação parcial da realidade;
 Factores imprevistos pode inferir na tarefa do pesquisador;
 A duração dos acontecimentos é variável dificultando a colecta de dados;
 Vários aspectos da vida cotidiana, em particular pode não ser acessíveis ao
pesquisador.

Se não forem bem organizados os registos podem depender apenas da memória do


observador para sere resgatados, vindo a gerar grande interpretação subjetiva ou parcial do
fenómeno estudado. As observações possuem varias modalidades de acordo com as
circunstâncias:

Segundos os meios utilizados

Observação não estruturada (assistemática, espontânea, informal, acidental): Consiste em


recolher e registar factos da realidade sem que o pesquisador utilize meios técnicos
específicos;

Observação estruturada (sistemática, planejada, controlada): Utilizam instrumentos para a


colecta de dados ou fenómenos observados. O observador sabe o que procura e o carece de
importância.
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5. Métodos, formas e instrumentos de observação


Métodos de observação
Na observação, o pesquisador inicia a busca de dados preocupado com a preensão da
totalidade do fenómeno, mais sempre a tempo ao foco do seu interesse. Por isso, a observação
torna-se um processo selectivo, que possibilita uma análise mais detalhadado problema de
investigação.
De acordo com Bogdam e Biklen (1982), apud Ludke e Andre (2003), o conteúdo da
observação deve compreender uma parte descritiva e outra mais reflexiva. A parte descritiva
deve ser um registo detalhado do que ocorre no campo e incidir sobre:
 Descrição dos sujeitos- Sua aparência física, seu modo de vestir, de falar e de agir.
 Reconstrução de diálogos – As palavras, os gestos, os depoimentos, as observações
feitas entre os sujeitos ou entre estes e o pesquisador deve ser registradas. É preciso
usar as palavras dos observados. As situações são bastantes importantes para analisar,
interpretar e apresentar os dados.
 Descrição de locais – O ambiente onde é feita a observação deve ser escrita. O uso de
desenhos ilustrando a disposição dos móveis, o espaço físico, a apresentação visual do
quadro de giz, dos cartazes, das matérias de classe pode também ser elementos
importantes a ser registrados.
 Descrição de eventos especiais – As anotações deve incluir o que ocorreu, quem
estava envolvido e como se deu esse envolvimento.
 Descrição das actividades – Deve ser descritas as actividades gerais e os
comportamentos das pessoais observadas, sem deixar de registar a sequência em que
ambos ocorrem.
 Os comportamentos do observador – Sendo o principal instrumento da pesquisa, é
importante que o observador inclua nas suas anotações as sua atitudes, Acções e
conversas com participantes durante o estudo.
Ainda de acordo com Bogdan e Biklen (1982), apud Ludke e Andre (2003), a componente
reflexiva das anotações inclui as observações pessoas do pesquisador feitas durante a faze de
colecta, nomeadamente, suas especulações, sentimentos, problemas, ideias, impressões, pré-
consepeções. Essas reflexões pode ser, por exemplo do tipo:
 Reflexão analítica – refere-se ao que esta sendo “aprendido’’ no estudo, isto é, temas
que estão emergindo associações e relações entre partes, novas ideias sugeridas.
 Reflexões metodológicas – nestas estão envolvidas os procedimentos e estratégias
metodológicas utilizados, as decisões sobre o delineamento (design) do estudo, os
problemas encontrados na obtenção de dados e forma de resolve-los.
 Dilemas éticos e conflitos – aqui entram as questões surgidas no relacionamento com
os informantes, quando pode surgir conflitos entre a responsabilidade profissional do
pesquisador e o compromisso com os sujeitos.
 Mudanças na perspectiva do observador – são importante que seja anotada as
espectativas, opiniões, preconceitos e conjeturas do observador e sua evolução durante
o estudo.
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 Esclarecimentos necessários – as anotações deve também conter pontos a ser


esclarecidos, aspectos que parece confusos, relações a ser explicitadas, elementos que
necessitam de maior exploração.
Estas anotações (descritivas e reflexivas) devem ser encaradas como sugestões de uma
observação consciente e visão facilitar a organização de dados de estudo.
5.1. Formas de observação
As formas de observação classificam se quanto ao momento da observação:
Observação longitudinal – tem por objectivo a investigação dos comportamentos do sujeito,
em função da dimensão tempo.
Observação transversal – tem por objectivo estabelecer um quadro suficiente representativo
dos comportamentos do sujeito, durante um dado período de tempo e em determinada
situação relactivamente circunscrita.
5.2. Observação como técnica de recolha de dados na escola e na sala de aula.
A sala de aula na escola é o espaço de ensino onde têm lugar as diversas actividades diárias.
5.2.1. A observação na escola
Infra-estruturas
Segundo dicionário Aurélio (2001) infra-estrutura são conjuntos das instalações necessárias as
actividades humanas, com os espaços constituintes da instituição, no caso a escola. Os
componentes normas de muitas escolas são:
 Sala do director;
 Sectores pedagógicos;
 Secretaria;
 Sector administrativo;
 Sala de aulas;
 Sala de informática;
 Biblioteca;
 Centro de aconselhamento;
 Casa de banho;
 Ginásio;
 Sala de desporto;
 Directores de classe;
 Sala dos professores;
 Casa de guarda;
Ao falarmos sobre a observação na escola o estudante nas suas praticas pedagógicas será
capaz de:
 Explicar a função da escola quanto a sua organização social;
 Descrever a estrutura organizacional da escola;
 Identificar os actores da escola na organização escolar.
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 O ambiente físico da escola;


 Localização e implantação da escola
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6. Conclusão
A partir deste trabalho de pesquisa acerca da observação em relação as praticas pedagogias,
pode se concluir que a observação como técnica de recolha de dados na escola e na sala de
aula tem uma extrema importância na medida em que ajuda na avaliação da própria escola no
geral e os elementos que compõem a instituição. A observação pode recair ao aluno, no
ambiente físico da sala de aula, no ambiente sócio relacional, e na utilização de materiais de
ensino.

Podemos concluir que a observação no processo de ensino e aprendizagem desempenha um


papel fundamental na realização de colecta de dados que possam ser uteis no aproveitamento
pedagógico dos alunos, do observador, assim como na melhoria da própria instituição.
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7. Bibliografia
ALARCAO, I. e TAVARES, J.. supervisão da prática pedagógica, uma prespectiva de
desenvolvimento e aprendizagem. Coimbra: Livraria Almedina, 1987.

ESTRELA, A.. teoria e pratica de observação de classes, uma estratégia de formação de


professores. 4a edição. Porto editor, 1994.

LUDKE, M. & ANDRE, M.E.D.A. Pesquisa em Educação: Abordagens qualitativas. 6 a


edição. São Paulo, Editora Pedagógica e Universitária (EPU), 2003.

GIL, António Carlos. Como Elaborar Projectos de Pesquisa. 3 a edição. São Paulo, Editora
Atlas, 1996.

Rudio, F., V. Introdução ao Projecto de Pesquisas Cientifica. 24 a edição. Petrópolis, vozes,


1999.

Duarte, Estela; Pereira, José Luís; Francisco, Zulmira. Manual de supervisão de práticas
pedagógicas. Educar-UP, Maputo, 2008.

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