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REVISÃO TRIBUTÁRIO

PRINCÍPIOS:

Legalidade - Art 150, I da CF e Art 97 do CTN - define que nenhum imposto ou tributo
pode ser estabelecido, majorado, alterado ou cessado sem que haja intermédio por
forma de Lei de qualquer um dos órgãos responsáveis por esse ato, incluindo-se a
União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal. Em resumo, esse princípio visa
garantir o direito do cidadão à propriedade e a liberdade econômica, fixando uma
limitação à atividade tributária. Critérios espacial, temporal, pessoal, material e
quantitativo.

Anterioridade - Art 150, b e c - entendido como a vedação aos entes federativos


cobrarem impostos no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que
os institui ou aumenta. Nesses termos, visa garantir ao contribuinte a capacidade de
planejar-se de forma financeira para arcar com novos tributos ou aumento de tributos já
existentes. Existe a Anterioridade anual e a nonagesimal, não sendo aplicáveis em
alguns casos - Empréstimo compulsório, extraordinários de guerra, bem como a
contribuição para seguridade social (apenas o nonagesimal)

Irretroatividade - Art 150, III, o - Vedação aos entes de cobrar impostos relativos a fatos
geradores ocorridos antes do início de vigência da lei que os tiver instituído ou
aumentado.

Não-confisco - Art. 150, IV, o poder de tributar deve ser compatível, evitando o confisco
ou enriquecimento indevido do estado.

Proporcionalidade: Equivalência entre o tributo devido e o benefício recebido pelo


contribuinte, devendo o valor estar de acordo com o serviço prestado. Nesse sentido,
existe a fim de evitar que os tributos sejam direcionados à outros interesses do Fisco e
ainda existe no sentido contraprestacional.
Tipicidade - Pode ser entendido como intimamente relacionado ao princípio da
legalidade, no sentido de que existe a fim de definir, previamente, todos os elementos
tributários para, a partir disso, possa ser exigida a compensação pelo contribuinte.
Ainda existe como um mecanismo a fim de evitar que hajam lacunas que podem levar
a interpretações extensiva ou analógica, ou até mesmo indicações genéricas, de tal
forma a garantir a reserva legal, bem como a hierarquia legal das normas e o real nexo
causal entre a cobrança e o pagamento do tributo.

Isonomia - Art 150, II da CF - pode ser entendido como a necessidade de tratar todos
os contribuintes de forma isonômica, prezando por uma interpretação aberta da norma
a fim de abarcar as situações fáticas diferentes entre cada caso concreto, sendo a
palavra equidade a que melhor exemplifica esse princípio. Para tais situações fáticas, é
importante levar em consideração a capacidade contributiva, a progressividade e a
seletividade a fim de entender em qual categoria o contribuinte se encaixa melhor.

Capacidade Contributiva - Art. 145, §1º da CF - os tributos devem ser graduados


conforme a capacidade contributiva do sujeito passivo, significando que são variáveis
de acordo com a maior ou menor capacidade econômica dos contribuintes. Nesse
sentido, visa proteger a equidade horizontal e vertical no tratamento quanto às
questões tributárias em nosso País.
IMUNIDADES

Imunidades: Limitação constitucional ao poder de tributar, impedindo a instituição de


tributos sobre determinadas pessoas e situações. Derivada da própria constituição.

São divididas entre Subjetivas e Objetivas, Condicionadas ou Incondicionadas e


Específicas ou Genéricas.

As Subjetivas impedem o exercício de tributação sobre determinados contribuintes,


enquanto as Objetivas impedem a tributação sobre determinada base econômica.

As Condicionadas necessitam de lei complementar para estabelecer os requisitos,


enquanto as Incondicionadas dispensam.

As Específicas tratam de 1 único imposto, enquanto as Genéricas tratam de mais de


um, ou todos.

Em relação às taxas: Custas em HC e HD, registro de nascimento e certidão de óbito

Contribuições especiais: Receitas decorrentes de exportação (Art 149 CF); Isenção


para entidades beneficentes de assistência social (ART 195, §7º)

Em relação ao imposto: Sobre propriedade territorial rural ou ICMS.

Imunidade Recíproca: Patrimônio, renda ou serviços dos entes federativos

Religiosa, Musical entre outros.

Isenção tem como fonte normativa lei infraconstitucional - dispensa legal do pagamento
de tributo.
COMPETÊNCIA DOS ENTES
A Competência é previsto pelo Art 145 da CF - é atribuída aos Municípios, Estados,
Distrito Federal e à União a capacidade de instituição de tributos, sejam impostos,
taxas ou contribuições de melhoria. Ainda nesse sentido, as competências são
Facultativas, Indelegáveis, Imprescritíveis, Irrenunciáveis e Inalteráveis.

A União pode instituir, de acordo com os Art. 153 e 154, Impostos sobre Importação,
Exportação, sobre a Renda, sobre Produtos Industrializados, sobre Operações
Financeiras, sobre a Propriedade Territorial Rural, sobre Grandes Fortunas, entre
outros. (8 tipos)

Os Estados, de acordo com o Art 155, podem instituir sobre Circulação de Mercadorias e
Serviços, imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação e sobre a Propriedade de
Veículos Automotores.

Os Municípios, de acordo com o Art. 156, incidem sobre a Propriedade Predial e


Territorial Urbana, sobre Serviços de Qualquer Natureza, sobre a Transmissão de Bens
Imóveis e sobre a Contribuição para custeio do serviço de iluminação pública

Quanto às taxas e contribuições e melhorias, bem como o regime previdenciário dos


funcionários, é competência de todos os órgãos, desde que observada a sua repartição.
REFORMA TRIBUTÁRIA

A reforma foi instituída pela PEC 45/2019, aprovada ao fim do ano passado. Em suma,
ela visa a simplificação da tributação sobre o consumo de bens e serviços, prevendo
como resultado crescimento econômico, de forma a ser aplicada gradualmente e
passar a vigorar com todos os seus efeitos apenas em 2033.
Por meio dela, 5 impostos (PIS, COFINS, IPI, ICMS e ISS) serão substituídos por
apenas um, o Imposto sobre Valor Adicionado, que incide de forma não cumulativa,
acabando com a incidência de impostos em cascata.
A alíquota desses impostos será definida por Lei complementar ainda a ser instaurada,
o que enseja a probabilidade de surgimento de diversos litígios jurídicos tributários
durante o período transicional, sobrecarregando ainda mais o nosso ordenamento.

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