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TTPAC - Conceitos e Aspectos


Aspectos Filosóficos e Teóricos do Behaviorismo Radical e da Análise do
Comportamento.

Os Behaviorismos

O behaviorismo é uma abordagem na psicologia que se concentra no estudo do


comportamento observável e mensurável. O behaviorismo surgiu no início do século
XX.

1. Behaviorismo Clássico (ou Behaviorismo Watsoniano): Esta forma de


behaviorismo foi fundada por John B. Watson e é muitas vezes referida como o
behaviorismo clássico. Watson argumentou que a psicologia deveria se
concentrar exclusivamente no estudo do comportamento observável e
mensurável, e que os processos mentais não deveriam ser objeto de estudo.
Ele acreditava que o comportamento era moldado principalmente por
experiências de condicionamento, como o condicionamento clássico de Pavlov.

2. Behaviorismo Radical (ou Behaviorismo Skinneriano): B.F. Skinner é uma das


figuras mais proeminentes do behaviorismo e desenvolveu o que é conhecido
como behaviorismo radical. Ele enfatizou o papel do condicionamento
operante, no qual o comportamento é influenciado pelas consequências que se
seguem a ele. Skinner argumentava que o comportamento humano poderia ser
compreendido e modificado através do uso de reforços e punições. Ênfase
no Condicionamento Operante, Rejeição do Conceito de "Estímulo-
Resposta" Simples, Ênfase nas Variáveis Ambientais, Ênfase no
Comportamento Voluntário e Operante. Expandiu e refinou as ideias do
behaviorismo de Watson.

3. Behaviorismo Metodológico: Esta abordagem reconhece a importância do


estudo do comportamento observável, mas não nega a existência de processos
mentais internos. No entanto, os behavioristas metodológicos argumentam que,
por enquanto, a psicologia deve se concentrar principalmente em observar e
medir o comportamento, deixando o estudo dos processos mentais para o
futuro, quando métodos adequados estiverem disponíveis.

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4. Neo-behaviorismo: Esta é uma extensão do behaviorismo que inclui
contribuições de teóricos como Edward C. Tolman, Clark L. Hull e Edwin
Guthrie. Eles introduziram elementos cognitivos em suas teorias, como a ideia
de que os organismos formam expectativas e representações mentais do
ambiente.

Análise Comportamental Aplicada (Pesquisa Aplicada):

A análise comportamental aplicada (ABA) é uma subárea de análise do


comportamento que se concentra na aplicação prática dos princípios de análise do
comportamento para tratar de problemas comportamentais específicos. Ela é
frequentemente utilizada em terapia comportamental, educação especial, tratamento
de distúrbios do espectro do autismo (TEA) e em contextos de modificação de
comportamento. A ABA envolve a identificação de comportamentos-alvo, a análise
das contingências que mantêm esses comportamentos e a implementação de
estratégias de intervenção baseadas em evidências para modificar o
comportamento de maneira desejada.

Análise Experimental do Comportamento (Pesquisa Básica):

A análise experimental do comportamento é uma vertente de pesquisa básica da


análise do comportamento. Envolver a condução de experimentos controlados em
laboratórios para estudar os princípios de comportamento, como reforço,
estabilidade, generalização e discriminação. Essa pesquisa ajuda a compreender os
mecanismos subjacentes ao comportamento e contribui para o desenvolvimento de
estratégias de intervenção mais eficazes na análise comportamental aplicada.

Visão de homem e de mundo do Behaviorismo Radical.

Proposta por B.F. Skinner, é caracterizada por uma abordagem científica e


naturalista do comportamento humano.

Visão de Homem:

Determinismo: Significa que o comportamento humano é determinado por


causas antecedentes, sejam elas ambientais ou genéticas. Isso implica que os
comportamentos são previsíveis e controláveis, e não são o resultado de livre-
arbítrio desvinculado do ambiente.

Comportamento como ação: Skinner via o comportamento como ação e


enfatizava que o comportamento humano podia ser estudado objetivamente e

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medido. Ele rejeitava a ênfase em processos mentais internos, como
pensamentos e emoções, que não eram diretamente observáveis e
mensuráveis.

Aprendizagem: O Behaviorismo Radical reconhece que o aprendizado é


fundamental para a compreensão do comportamento humano. Skinner enfatizou
o condicionamento operante, no qual o comportamento é moldado por meio das
consequências que se seguem a ele, como reforços e punições. A
aprendizagem é vista como um processo contínuo que ocorre ao longo da vida.

Visão de Mundo:

Ambientalismo Radical: O Behaviorismo Radical é frequentemente associado


ao ambientalismo radical, que sugere que o ambiente desempenha um papel
central na determinação do comportamento humano. A ênfase é colocada nas
contingências ambientais, ou seja, nas relações entre o comportamento das
pessoas e as consequências que esse comportamento produz no ambiente.

Empirismo: O Behaviorismo Radical adere ao empirismo, que enfatiza a


importância da observação e da experiência como base para o conhecimento. A
pesquisa experimental é considerada a abordagem mais confiável para estudar
e compreender o comportamento humano.

A ciência: Skinner via a ciência, em particular a análise do comportamento,


como uma ferramenta fundamental para entender e melhorar a condição
humana. Ele acreditava que a aplicação dos princípios do Behaviorismo Radical
poderia ser usada para resolver problemas humanos, como distúrbios
comportamentais, educação e controle social.

A visão skinneriana de Subjetividade e a sua interface com a prática clínica

Skinner contrastava com abordagens mais tradicionais da psicologia. Sua visão


sobre subjetividade era influenciada pela sua ênfase na objetividade e na
observação direta do comportamento observável.

1. Rejeição da Subjetividade Inacessível: Skinner rejeitava a ideia de que os


processos mentais internos, como pensamentos, emoções e estados subjetivos,
fossem inacessíveis à observação direta e, portanto, não científicos. Ele
argumentava que a subjetividade não deveria ser usada como explicação para o
comportamento, pois não era diretamente observável e mensurável.

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2. Ênfase nas Variáveis Ambientais: Skinner via a subjetividade como um
produto do ambiente. Ele argumentava que as experiências individuais moldam
a subjetividade de uma pessoa e, portanto, o foco deveria ser nas contingências
de reforço que influenciam o comportamento e as respostas emocionais das
pessoas. Na prática clínica, os terapeutas podem trabalhar para identificar e
modificar as contingências ambientais que contribuem para problemas
emocionais ou comportamentais.

3. Abordagem Comportamental na Prática Clínica: Aplicação dos princípios do


Behaviorismo Radical. Na terapia comportamental, os terapeutas concentram-se
no comportamento observável e mensurável do cliente, identificando
comportamentos-alvo a serem modificados. Eles utilizam técnicas de análise
funcional para compreender as contingências ambientais que mantêm esses
comportamentos problemáticos e, em seguida, implementam estratégias
baseadas em reforço e punição para modificar o comportamento.

4. Medição e Avaliação Objetiva: Na prática clínica baseada no Behaviorismo


Radical, a medição e a avaliação objetiva são enfatizadas. Os terapeutas
coletam dados para monitorar o progresso do cliente e ajustar as estratégias de
intervenção conforme necessário.

5. Ênfase na Mudança Comportamental: Expectativa de que a modificação do


comportamento levará a mudanças subjacentes na subjetividade do cliente.

Princípios Básicos para Aquisição e Redução de Comportamentos.

Aquisição de Comportamentos:

Modelagem: Envolve a aprendizagem por processo de sistematização. Uma


apresentação sequencial de comportamentos, envolve a internalização de
recompensas ou punições. Exemplo: Um terapeuta pode usar uma modelagem
para ensinar um paciente com fobia social para iniciar uma conversa. O
terapeuta demonstraria primeiro como iniciar uma conversa simples, depois
passaria para cenários mais complexos, oferecendo feedback e reforçando os
sucessos do paciente em cada etapa.

Modelação: Observacional, imitação. Exemplo: Uma criança aprende a amarrar


os sapatos observando seus pais ou responsáveis amarrarem os deles. Ela
imita os movimentos e eventualmente aprende a habilidade.

Reforço Positivo: A apresentação de uma consequência agradável ou


recompensa após a exibição de um comportamento, aumentando a

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probabilidade de que o comportamento se repita. Exemplo: (S) partitura, (R)
pressão das teclas, (C) produzir música agradável (Sr+).

Reforço Negativo: A remoção de um estímulo aversivo após a exibição de um


comportamento, aumentando a probabilidade de que o comportamento se
repita. Exemplo fuga: (S) ambiente barulhento, (R) usar fones de ouvido com
cancelamento de ruído (C) evitar estresse com barulho. Exemplo esquiva: (S)
reunião de trabalho (R) faltar no dia da reunião (C) evitar a pressão e o
estresse.

Regra: A comunicação explícita de instruções ou diretrizes que especificam


quais comportamentos são desejados e quais são indesejados.

Redução de Comportamentos:

Extinção: Envolve a remoção do reforço positivo que mantém um


comportamento, levando à diminuição da ocorrência desse comportamento.
Exemplo: (S) atenção (R) a criança tem acessos de birra na hr de dormir (C)
não ter atenção dos pais.

Punição Positiva: A apresentação de um estímulo aversivo após a exibição de


um comportamento, com o objetivo de reduzir a probabilidade de que o
comportamento se repita. Exemplo: (R) kathy estende a mão sobre a cerca (C)
o cachorro morde.

Punição Negativa: A remoção de algo desejado ou agradável após a exibição


de um comportamento, com o objetivo de reduzir a probabilidade de que o
comportamento se repita. Exemplo: (R) Otis segurou o cabo da frigideira muito
quente (C) queimou a mão.

Subjetividade

BF Skinner, o proponente do Behaviorismo Radical, argumentava que a


subjetividade não era uma explicação adequada para o comportamento humano,
uma vez que os processos mentais internos não eram diretamente observáveis nem
mensuráveis.

Personalidade

A personalidade é vista como uma coleção de comportamentos observáveis que


uma pessoa exibe em diferentes situações. BF Skinner e outros behavioristas
radicais argumentaram que a personalidade é uma construção que surge da

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interação entre os indivíduos e seu ambiente, moldada ao longo do tempo por meio
de processos de aprendizagem, construção cultural, fundamento: organismo e
ambiente.

Dentro das contingências de comportamento, um estímulo é qualquer evento,


objeto, situação ou estímulo ambiental que afeta ou influencia o comportamento
de um indivíduo. Os estímulos podem ser de natureza muito diversa e
desempenham um papel crucial na análise do comportamento. Aqui estão alguns
exemplos de estímulos em contingências de comportamento:

1. Estímulos Sensoriais: Estímulos que afetam os sentidos, como luz, som,


temperatura, textura, sabor e cheiro. Por exemplo, a luz pode ser um estímulo
que influencia o comportamento de alguém para abrir uma janela em um dia
quente.

2. Estímulos Sociais: Estímulos relacionados a outras pessoas e interações


sociais, como elogios, críticas, olhares, gestos, sorrisos, cumprimentos e
rejeições. Por exemplo, um sorriso de um amigo pode ser um estímulo que
aumenta a probabilidade de alguém sorrir de volta.

3. Estímulos Internos: Estímulos internos ao corpo, como fome, sede, dor,


cansaço, tensão e sensações emocionais. Por exemplo, a fome pode ser um
estímulo que leva alguém a buscar comida.

4. Estímulos Condicionados: Estímulos que foram associados a outros estímulos


ou eventos por meio do condicionamento. Por exemplo, um sino que foi pareado
repetidamente com a apresentação de comida pode se tornar um estímulo
condicionado que faz com que um cão salive.

5. Estímulos Verbalmente Mediados: Palavras, frases ou símbolos que atuam


como estímulos e têm significado para um indivíduo. Por exemplo, a palavra
"férias" pode ser um estímulo que evoca pensamentos e comportamentos
relacionados a planejar uma viagem.

6. Estímulos Arbitrários: Estímulos que não têm uma relação natural com um
comportamento, mas são associados a ele por meio de reforçamento. Por
exemplo, uma luz vermelha piscante em um painel de controle pode ser um
estímulo arbitrário que indica que algo precisa ser consertado.

7. Estímulos de Contexto: Estímulos que são parte do ambiente mais amplo em


que o comportamento ocorre. Por exemplo, um escritório silencioso e bem

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iluminado pode ser um estímulo de contexto que influencia a concentração no
trabalho.

A análise do comportamento envolve a identificação e compreensão desses


estímulos e como eles afetam o comportamento das pessoas.

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