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António Manuel Noronha


Beata Arnaldo Yassine
Gabriel Mauricio Promoja
Cecília Clemência Clemente
Domingas João A Charles

A Escola e seus componentes organizacionais: O professor e a escola

Curso de Licenciatura em Ensino de Filosofia com Habilitações em Ética

Universidade Rovuma
Extensão de Cabo Delgado
2022
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António Manuel Noronha

Beata Arnaldo Yassine

Gabriel Mauricio Promoja

Cecília Clemência Clemente

Domingas João A Charles

A Escola e seus componentes organizacionais: O professor e a escola

Trabalho de carácter avaliativo a ser


entregue na Cadeira de Praticas Pedagógicas
Gerais, Curso de Filosofia, 1º ano, 2º
semestre leccionada pela docente:

dra. Estefânia F. Joaquim

Universidade Rovuma
Extensão de Cabo Delgado
2022
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Índice
Introdução.................................................................................................................................4

A escola e seus componentes organizacionais.........................................................................5

Director da escola.....................................................................................................................6

Professor e Escola....................................................................................................................7

O Papel da Escola.....................................................................................................................7

Bom professor..........................................................................................................................9

Conclusão...............................................................................................................................11

Referencias bibliográficas......................................................................................................12
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Introdução

A escola é um estabelecimento escolar, público ou privado, no qual o ensino, geral ou


especializado é ministrado de forma colectiva e segundo uma planificação sistemática, que
envolve vários intervenientes como professores, direcção e alunos, em que a contribuição dos
pais e/ou encarregados de educação dos alunos e da comunidade é indispensável para o sucesso
da educação.

A escola deve criar laços constantes com o meio, porque a formação do aluno não passa simples
transmissão de conteúdos académicos, como também pela educação disciplinar na qual a
comunidade desempenha um papel muito importante na transmissão de valores essenciais para
uma evolução escolar e da sociedade em geral.
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1. A escola e seus componentes organizacionais


2.1. Área Organizacional de uma Escola
Segundo MONTANA (2003, p.170) Organização é o processo de reunir recursos físicos e
humanos essenciais a consecução dos objectivos de uma empresa.

A organização é a base para atingir a eficácia do funcionamento de uma instituição no


desempenho das suas actividades programadas, na aplicação dos métodos escolhidos ou
identificados no uso correcto do tempo lectivo ou laboral, com intuito de atingir a
responsabilidade preconizada.

2.2. Organograma da escola


A Escola

Director da escola

DAP 2º Ciclo
DAP 1º Ciclo Chefe da secretária

Coordenador do ciclo e de área Pessoal Administrativo

Directores de Turma
Professores

Alunos
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2.3. Director da escola

O director da escola é um professor nomeado pelo Administrador Distrital sob proposta do


Director do Serviço Distrital de Educação, Juventude e Tecnologia e tem as seguintes
competências, (REGEB, 2008):
 Dirigir, coordenar e controlar a escola e representá-la no plano interno e externo;
 Cumprir e fazer cumprir as leis, regulamentos, instruções e determinações superiores,
resolvendo os casos da sua competência e informando sobre os restantes;
 Orientar e controlar o processo de matrículas e inscrições;
 Aprovar os horários, a distribuição do serviço docente e a planificação geral das turmas;
 Submeter a proposta de orçamento anual da escola à apreciação do Conselho da Escola,
à aprovação do Serviço Distrital de Educação Juventude e Tecnologia;
 Garantir a elaboração da proposta do Regulamento Interno da Escola, submetê-lo à
aprovação do Conselho da Escola e zelar pela sua aplicação e actualização;
 Convocar e presidir as sessões do Colectivo de Direcção, do Conselho Pedagógico e
Assembleia Geral da Escola;

2.4. Director Adjunto Pedagógico (DAP)


O Director Adjunto Pedagógico é nomeado pelo Administrador Distrital sob proposta do
Director da escola e com o parecer do Director do Serviço Distrital de Educação, Juventude e
Tecnologia. O Director Adjunto Pedagógico deve dar aulas e estar habilitado a leccionar na
classe mais elevada existente na respectiva escola e, compete- lhe (REGEB, 2008):

 Garantir a aplicação dos curricula aprovados pelo Ministro da Educação e Cultura;


 Orientar e controlar a formação das turmas e elaborar de horários;
 Proceder à distribuição dos professores pelas turmas, disciplinas e classes, de acordo
com as orientações superiormente definidas;
 Garantir o enquadramento e a integração de novos professores;
 Assegurar a distribuição e o controle do material básico escolar;
 Orientar e controlar a planificação e o desenvolvimento do processo de ensino-
aprendizagem a nível da escola.
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2.5. Professor e Escola


Conhecer o aluno faz parte do papel desempenhado pelo professor pelo fato de que ele necessita
saber o que ensinar, para que e para quem, ou seja, como o aluno vai utilizar o que aprendeu na
escola em sua prática social.

Dessa forma, Libâneo (1998, p.29) afirma que o professor medeia à relação ativa do aluno com a
matéria, inclusive com os conteúdos próprios de sua disciplina, mas considerando o
conhecimento, a experiência e o significado que o aluno traz à sala de aula, seu potencial
cognitivo, sua capacidade e interesse, seu procedimento de pensar, seu modo de trabalhar. Nesse
sentido o conhecimento de mundo ou o conhecimento prévio do aluno tem de ser respeitado e
ampliado.

LDB citado nos PCNs (Ensino Médio, p.42), que tem como titulo “Da Organização da
Educação Nacional”, trata-se sobre as funções do professor:

I. Participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de ensino;


II. Elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica do
estabelecimento de ensino;
III. zelar pela aprendizagem dos alunos;
IV. estabelecer estratégias de recuperação dos alunos de menor rendimento;
V. ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos, além de participar integralmente
dos períodos dedicados ao planejamento, à avaliação e ao desenvolvimento profissional;
VI. colaborar com as atividades de articulação da escola com as famílias e a
comunidade.

2.6. O Papel da Escola

Segundo TORRES (1998, p.54), a escola, enquanto instituição social, é um dos espaços
privilegiados de formação e informação, em que a aprendizagem dos conteúdos deve estar em
consonância com as questões sociais que marcam cada momento histórico. Ou seja, deve estar
relacionada ao cotidiano dos alunos, desde o aspecto local ao global.
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Para Alves (1994, p.23) “o corpo não suporta um conhecimento morto que não possa ser
integrado com a vida.” Diante disso, a escola deve deixar de ser uma agência transmissora de
informações e transformar-se num lugar onde a informação seja produzida e o conhecimento seja
significante. O educando afirma sua identidade através do conhecimento e competências
adquiridos na escola.

Segundo Libâneo (1998, p. 45):

A formação de atitudes e valores, perpassando as atividades de ensino, adquire,


portanto, um peso substantivo na educação escolar, por que se a escola silencia
valores, abre espaço para os valores dominantes no âmbito social.

Dessa forma, a escola, diante das transformações que ocorrem no mundo, não pode deixar de
recolocar valores humanos fundamentais como o reconhecimento da diversidade e das
diferenças, da justiça, assim como o respeito à vida como suporte de convicções.

Charlot (Nova Escola, p.18) afirma “a escola ideal é aquela que faz sentido para todos e na qual o
saber é fonte de prazer.” Diante dessa afirmação vê-se que a escola que se deseja é a que promova
saberes que o aluno entenda.

De acordo com o Art. 9º (PCNs, p.15), na observância da Contextualização, as escolas terão


presente que:
I. Na situação de ensino e aprendizagem, o conhecimento é transposto da situação em que
foi criado, inventado ou produzido, e por causa desta transposição didática deve ser
relacionado com a prática ou a experiência do aluno a fim de adquirir significado;
II. a relação entre teoria e prática requer concretização dos conteúdos curriculares em
situações mais próximas e familiares do aluno, nas quais se incluem as do trabalho e do
exercício da cidadania;
II. a aplicação de conhecimentos constituídos na escola às situações da vida
cotidiana e da experiência espontânea permite seu entendimento, crítica e
revisão.
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2.7. Bom professor

Ensinar bem não significa repassar os conteúdos, mas levar o aluno a pensar, criticar. Percebe-se que
o professor tem a responsabilidade de preparar o aluno para se tornar um cidadão ativo dentro da
sociedade, apto a questionar, debater e romper paradigmas.

Cury (2003, p.127) afirma que “a exposição interrogada gera a dúvida, a dúvida gera o estresse
positivo, e este estresse abre as janelas da inteligência. Assim formamos pensadores, e não
repetidores de informações”.

A dúvida nessa exposição é um aspecto positivo, pois gera a curiosidade, levando o aluno a refletir e
buscar respostas. O autor citado enfatiza que a exposição interrogada transforma a informação em
conhecimento e esse conhecimento, em experiência e o melhor; o professor não mais é persuasivo,
ou o que convence, mas o que provoca e estimula a inteligência. Diante disso, ele desempenha, no
processo de ensino/aprendizagem, o papel de gerenciador e não de detentor do conhecimento.

Percebe-se que o papel do professor, segundo a LDB, é mais do que transmitir informações. Numa
gestão democrática, ele deve participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de
ensino, como também estabelecer os objetivos, as metas que se quer alcançar no tocante ao perfil do
aluno que se quer formar, uma vez que é ele que tem maior contato com o aluno e é de sua
responsabilidade a construção de uma educação cidadã.

Nas práticas de sala de aula, o bom professor deve estimular os alunos a exercitarem a
cidadania, levando-os a agir de forma correta, pensando nas consequências de seus atos, sendo
responsáveis com a vida no planeta, com a preservação do meio ambiente, com a educação e o
respeito na vida cotidiana, valorizando a pluralidade cultural, tendo controle sobre sua liberdade,
preocupando-se com o bem-estar do outro e do meio político e social em que vive.
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Quando se trabalha exercitando a cidadania, promove-se valores que ajudam o educando a


se aprimorar enquanto pessoa. Com isso, desmistificar que a educação serve para classificar, e
sim para formar um sujeito que identifique que as relações do mundo são pautadas em
sentimentos, sejam eles bons ou ruins; em dúvidas ou certezas, em inquietações próprias do ser
humano que devem ser valorizadas.
Dentro disso, podemos destacar valores humanos que devem ser estimulados no contexto
escolar, como a tolerância, a solidariedade, o respeito às diversidades, sejam elas culturais,
pessoais ou sociais.
Para PILLETI (2004, p.67):
O bom professor é aquele que não se preocupa em ser conteudista, mas que promove a
circulação do conhecimento, que aguça a curiosidade, que proporciona a reflexão,
abrindo espaço para o diálogo saudável, para a troca de informações, propondo que
cada sujeito envolvido no processo deixe sua opinião – as informações que já tem sobre
algum assunto. E deve permitir que o lúdico faça parte das atividades rotineiras da sala
de aula, pois aprende-se muito mais através da brincadeira, da diversão e do prazer.
Com isso, permite-se que os alunos cresçam enquanto pessoas e enquanto profissionais. Que
sintam as necessidades do mundo, de que somos responsáveis para que tudo corra bem, para que
as coisas aconteçam de forma organizada e planejada, visando o crescimento social do país.
Dessa forma, ensina-se que a educação e a formação estão voltadas para o lado profissional sim,
mas também para o lado social, humanista, e que no exercício da profissão, os professores terão
que ser responsáveis para progredir no mundo do trabalho.
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Conclusão

Portanto, esse espaço institucionalizado, chamado escola, a qual é considerada essencial para o
desenvolvimento do sujeito, da sociedade e da humanidade, tem seu papel definido a partir de
sua função principal que é a transmissão de saberes produzidos social, cultural e historicamente.

A relação entre professor e aluno é essencial para que a vivência escolar aconteça de forma plena
e prazerosa. É a partir desse contato que se constrói um vínculo importante para superar as
dificuldades, sanar as dúvidas e desbravar o conhecimento. Nesse sentido, afetividade e
inteligência estão muito conectadas.

A relação estabelecida entre professores e alunos, constitui o elemento fundamental do processo


de ensino aprendizagem. É por meio dela que professores aprendem e ensinam, levando em
consideração a realidade que ambos vivenciam, construindo uma relação de afeto e confiança.
Assim, a educação tem como eixo norteador a vida-experiência e aprendizagem, fazendo com
que a função da escola seja a de propiciar uma reconstrução permanente da experiência e da
aprendizagem dentro de sua vida.
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Referencias bibliográficas

Cury, A. J. (2003). Pais brilhantes, professores fascinantes. Rio de Janeiro: Sextante.

Libâneo, J. C. (1998). Adeus professor, adeus professora?: novas exigências educacionais e


profissão docente. São Paulo: Cortez.

Nérice, I. G (2004). Didáctica geral: dinâmica da escola; 7a edição; São Paulo: fundo cultural,
1968.

PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS (1999): Ensino Médio. Ministério da


Educação. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Brasília.

Piletti, C: Didáctica Geral; 22 ed; editora ática; são Paulo.

Tavares, J. & Alarcão (1999). Psicologia do Desenvolvimento e de Aprendizagem, editora


Almeida, Coimbra.

Torres, R. M. Melhorar a qualidade da educação básica. As estratégias do Banco Mundial e as


políticas educacionais. 2a ed. São Paulo. Cortez, 1998.

REGEB – Regulamento Geral do Ensino Básico, 2008.

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