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Procedimentos Médicos Hospitalares não Especializado

HABILIDADES MÉDICAS IV - TÉCNICA OPERATÓRIA - TEÓRICA

Cateter Venoso Central

Prof. Rafael Beze


Departamento de Ensino
Faculdade de Medicina de Rio Verde - Uni RV
Campus Goianésia
CATETER VENOSO CENTRAL

Súmula

• Acesso venoso central: Introdução.


• Veia Jugular Interna: Anatomia, indicações e
contraindicações.
• Suclávia: Anatomia e contra-indicações.
• Femoral: Anatomia, indicações e contra-
indicações.
• Técnica de Seldinger.
• Cuidados finais.
CATETER VENOSO CENTRAL

| Acesso Venoso Central |


É o posicionamento de um cateter no interior de um grande vaso venoso, como a veia cava superior ou
inferior. Entre os principais sítios de inserção do cateter, desatacamos jugular interno, subclávio e femoral,
pela definição da American Society of Anesthesiologists.

IMAKUMA, E. S. IUAMOTO, L. R. JACOMO, A. L. MANUAL BÁSICO DE PROCEDIMENTOS MÉDICOS HOSPITALARES: FMUSP. SÃO PAULO: EDITORA ATHENEU, 2017.
CATETER VENOSO CENTRAL

| Veia Jugular Interna |


Cateter venoso central (CVC) jugular é um acesso venoso central na veia jugular interna.

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CATETER VENOSO CENTRAL

Anatomia
Veia Jugular Interna

• Origina-se do forame jugular do osso temporal.

• Após a saída do crânio, passa a acompanhar:

• Superiormente: Artéria carótida interna.


Figura 1 - Grandes vasos do pescoço. Músculo esternocleidomastoideo direito sendo rebatido e
evidenciando os grandes vasos. O músculo omo-hióideo está cruzando a veia jugular interna na
figura a direita. A glândula tireóide foi removida junto aos músculos pré-tireoideanos.
• Inferiormente: Carótida comum e o nervo vago.

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Figura 2 - Anatomia da superfície do pescoço. Estão identificados alguns reparos anatômicos do pescoço. Destaque para o músculo
esternocleidomastóideo, com suas cabeças clavicular e esternal

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Indicações
Veia Jugular Interna

• Impossibilidade de utilização de outras vias de


acesso;
• Duração prolongada;
• Infusão em grande fluidos, substâncias com alta
osmolaridade, cáusticas ou com potencial tóxico
local;
• Coleta de amostra para gasometria venosa central.
Monitorização: Hemodinâmica.
Medidas Terapêuticas: Hemodiálise.

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Contraindicações
Veia Jugular Interna

• Presença de infecção no local da punção.


• Cirurgias ou radioterapia na região cervical.
• Distúrbio de coagulação ou uso de
anticoagulantes.
• Agitação psicomotora.

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Complicações
Veia Jugular Interna

• Erros de técnica: Punção da artéria carótida, fístula


arteriovenosa, perfuração de traquéia,
pneumotórax, hemotórax, hemorragia e arritmias.
• Obstrução: Coágulos, medicamentos ou mecânica.
• Trombose: A própria inserção do cateter, propicia a
formação de trombos.
• Embolia gasosa: Posição supina, hipovolemia,
inspiração durante a instrumentação e descuido
com o selamento do cateter.

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Complicações
Veia Jugular Interna

• Infecção: Infecção local do cateter, contaminação


da junção do cateter com o tubo, infecção
intraluminal e disseminação hematogênica.
• Punção do ducto torácico: Drenagem de quilo
pelo orifício de punção quanto em quilotórax.
• Complicações tardias: Reação alérgica, flebite,
osteomielite de clavícula e endocardite.
• Pneumotórax: Cuidado especial para os
pacientes que estão em ventilação mecânica.

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| Subclávio |
Cateter venoso central (CVC) subclávio é um acesso venoso central na veia subclávia.
CATETER VENOSO CENTRAL

Anatomia
Subclávio

• O reparo anatômico para punção é a transiçãp entre o terço


lateral e o terço médio da clavícula em direção a fúrcula
esternal em um sentido paralelo e posterior a clavícula.

• Das estruturas vizinhas à veia subclávia:


HANSEN, J. T. Netter´s Clinical Anatomy, Fourth Edition. 2019 by Elsevier Inc.

• Anterosuperiormente: Clavícula;
• Posterosuperriormente: Artéria subclávia.
• Inferiormente: Primeira costela e a cúpula pleural.

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CATETER VENOSO CENTRAL

Contraindicações
Subclávio

• Merecem destaque no sítio subclávio:


• Coagulopatia: Pois esse sítio gera hematoma
não comprenssível pela presença da
clavícula.
• Fratura de clavícula ou da primeira costela:
Comprometer anatomia.
• Intubação orotraqueal: Deve-se desconectar
ventilador no momento da punção para
evitar pneumotórax.

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CATETER VENOSO CENTRAL

Complicações
Subclávio

• Pneumotórax: Devemos considera-la no


doente com dispnéia. A percussão timpânica
e redução do murmúrio vesicular em
hemitórax reforçam a hipótese diagnóstica, o
qual pode ser confirmado com a radiografia
de tórax.
• Punção da artéria subclávia: É marcada por
sangue pulsátil e vermelho vivo na punção.
Embora possa evoluir para hematoma, a
conduta inicial é compressão direta.

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CATETER VENOSO CENTRAL

O acesso subclávio tem a Essa via apresenta um risco


menor taxa de aumentado de
complicações, complicações mecânicas,
principalmente infecção com destaque ao
da corrente sanguínea e pneumotórax.
trombose do sítio do cateter.

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CATETER VENOSO CENTRAL

| Femoral |
A passagem do cateter venoso central femoral (CVC femoral) é uma maneira rápida de se obter acesso
intravenoso em pacientes hospitalizados ou em situações de emergência.
CATETER VENOSO CENTRAL

Anatomia
Femoral

• A colocação do cateter é feita na veia femoral, na região do


trígono femoral.
• Limite lateral do trígono: Músculo sartório.
• Limite medial: Músculo adutor longo.
• Limite superior: Canal inguinal.
Figura 4- Trigono femoral.
• Limite anterior: Fáscia lata.
• Assoalho: Músculo ílio psoas e pectíneo.

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Figura 5 - Demonstração dos vasos profundos do trígono femoral: a artéria femoral (reparada com fio vermelho) e a veia femoral
(reparada em azul).

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CATETER VENOSO CENTRAL

Cateterização Venosa Central Guiada


por Ultrassonografia

VELASCO, IRINEU, TADEU. ET AL. MEDICINA DE EMERGÊNCIA: ABORDAGEM PRÁTICA. SANTANA DE PARNAÍBA – SP. MANOLE, 2022.
CATETER VENOSO CENTRAL

Técnica de Seldinger

• Pode ser resumida em 3 etapas:

• Passagem do fio guia;


• Dilatação;
• Passagem do cateter.

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Figura 6 - Fio guia - uma mão estabiliza a agulha, enquanto a outra progride o fio guia sem resistência.

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CATETER VENOSO CENTRAL

Figura 7 - Dilatação e passagem do cateter. (A) Após realizar o corte da pele e do subcutâneo com o bisturi, introduz-se o dilatador; (B)
a seguir, passa-se o cateter e observa-se a saída do fio guia pela via marrom.

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CATETER VENOSO CENTRAL

Cuidados Finais

• Após a passagem do cateter:


• Testar todas as vias.
• Fixar o cateter.
• Radiografia de tórax.
• A probabilidade de colonização e infecção
relacionada ao cateter aumenta com o tempo,
por isso é fundamental que o cateter seja
sacado assim que não for mais necessário.

IMAKUMA, E. S. IUAMOTO, L. R. JACOMO, A. L. MANUAL BÁSICO DE PROCEDIMENTOS MÉDICOS HOSPITALARES: FMUSP. SÃO PAULO: EDITORA ATHENEU, 2017.
VIA AÉREA NO DEPARTAMENTO DE EMERGÊNCIA

Referências Bibliográficas

• IMAKUMA, E. S. IUAMOTO, L. R. JACOMO,


A. L. Manual básico de procedimentos
médicos hospitalares: FMUSP. São Paulo:
Editora Atheneu, 2017.

• HANSEN, J. T. Netter´s Clinical Anatomy,


Fourth Edition. 2019 by Elsevier Inc.
DEPARTAMENTO DE ENSINO DA FACULDADE DE MEDICINA DE RIO VERDE - UNI RV - CAMPUS GOIANÉSIA

O di ícil caminho da cirurgia só deve ser


percorrido por aqueles que trazem nas suas
aspirações o desejo da perfeição.

GOFFI, FÁBIO SCHMIDT. TÉCNICA CIRÚRGICA: BASES ANATÔMICAS E FISIOPATOLÓGICAS E TÉCNICAS DA CIRURGIA. 4ª. ED. SÃO PAULO: ATHENEU, 2001.
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