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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO CATÓLICO DE BENGUELA

CRIADO SOB O DECRETO PRESIDENCIAL Nº 168/12, DE 24 DE JULHO


EXTENSÃO NAVEGANTES
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS

GRUPO Nº 02
2º ANO
CURSO: COMUNICAÇÃO SOCIAL E JORNALISMO
DISCIPLINA: JORNALISMO CULTURAL
PERÍODO: TARDE
SALA: B3

O DOCONTE
____________________________
JOSIAS ORLANDO BAPTISTA

BENGUELA, ABRIL DE 2024

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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO CATÓLICO DE BENGUELA
CRIADO SOB O DECRETO PRESIDENCIAL Nº 168/12, DE 24 DE JULHO
EXTENSÃO NAVEGANTES
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS

Estudantes:

1. Tiago Ngana Chimbassi


2. Cecilia Fernando
3. Feliciano Tchitato
4. Dolores Sampaio
5. Tatiana Quitembo
6. Quarta Yuri de Oliveira

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INDICE

PENSAMENTO
DEDICATÓRIA
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................... 6
1.1 DEFINIÇÕES E CONTEXTUALIZAÇÃO ....................................................................................................... 7
1.2 PRINCÍPIOS DO JORNALISMO ................................................................................................................. 8
2. 1 PRINCÍPIOS DO JORNALISMO CULTURAL .............................................................................................. 8
2.2 PREMISSAS TEÓRICAS E ÉTICAS DA FORMAÇÃO DE JORNALISTAS DA ÁREA CULTURAL ....................... 9
2.3 SOBRE A FUNÇÃO POÉTICA DO JORNALISMO CULTURAL NA SOCIEDADE .......................................... 11
CONCLUSÃO ............................................................................................................................................... 12
BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................................................. 13

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PENSAMENTO

Sem a cultura, e a liberdade que ela pressupõe, a sociedade, por mais perfeita que seja, não passa
de uma selva. É por isso que toda criação autentica é um dom para o futuro.
Albert Camus

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DEDICATORIA

Dedicamos este trabalho aos nossos progenitores, pois, têm sido os nossos maiores
incentivadores e também ao professor que com seu saber nos tem passado os
conhecimentos com muita paciência e mestria.

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INTRODUÇÃO

O jornalismo cultural é o ramo da comunicação que se ocupa em relatar, analisar e interpretar o


vasto mundo da cultura e das artes. Desde a crítica de um novo álbum musical até a cobertura de
um festival de cinema, o jornalismo cultural abrange uma variedade de formas e expressões
artísticas, oferecendo ao público uma janela para o cenário cultural contemporâneo e suas
intersecções com a sociedade. Abraça a missão de informar o panorama artístico e cultural,
servindo como uma ponte entre as manifestações culturais e o público. Para cumprir essa missão
com excelência, os jornalistas culturais seguem uma série de princípios éticos e profissionais.

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1.1 DEFINIÇÕES E CONTEXTUALIZAÇÃO
1.2

A cultura pode ser entendida como todas as práticas realizadas pelo ser humano. Ao olhar para
esta ideia geral é possível compreender a complexidade do termo.
De acordo com o historiador Alfredo Bosi, a palavra cultura advém da palavra Colo, que significa
em latim “eu moro, eu cultivo”. Inicialmente, a palavra designava as culturas agrícolas e
posteriormente, o verbete passou a se referir ao conjunto de ideias e tradições de um povo. Como
os antepassados eram enterrados no mesmo solo no qual o alimento do povo era plantado, a palavra
cultura passou também a designar o cultivo das tradições, dos cultos, ritos e identidade de cada
população. A importância do conceito foi enfatizada ao se tornar um símbolo do Iluminismo e dos
seus filósofos, como por exemplo Hobbes, que designa ‘cultura’ como o trabalho de ‘educação do
espírito’. (Gonçalves, 1998, p. 2).
Neste contexto, no que diz respeito aos sentidos do termo, “um em que o objecto de cultivo é
externo ao cultivador e outro em que o objecto de cultivo é o próprio cultivador” (Baitello, 1997,
citado por Gomes, 2005). De acordo com essa ideia inicial, a cultura serviria para tornar o homem
“mais culto”, e modificar a sociedade onde se inseria. Entendida deste modo, Gomes M. (2005)
define o conceito cultura como uma dupla mediação: como uma mediação das relações entre a
Sociedade e a Natureza e como uma mediação das relações dos homens entre si. A Cultura
configura as relações sociais em um determinado modo de vida. Ao contrário, nos últimos séculos,
tornou-se lugar comum afirmar que a Cultura surgiu da ‘desnaturalização’ do Homem, que não
aceitando ser apenas uma parte da Natureza, decidiu destacar-se dela e transformá-la. (Gomes, M.,
2005, pp.2-3).
John B. Thompson apresentou alguns conceitos de modo a definir o que podemos designar por
cultura. Segundo este autor, na conceção tradicional, que vigorou entre os séculos XVIII e XIX,
“o termo ‘cultura’ era, geralmente, usado para se referir a um processo de desenvolvimento
intelectual ou espiritual, um processo que diferia, sob certos aspectos, do de civilização"
(Thompson, 2011 [1990], p. 166). De acordo com Gomes M. (2005) o termo cultura aparece pela
primeira vez associado à antropologia na Alemanha, em 1793. “A cultura é o aperfeiçoamento
do espírito humano de um povo. Assim, haveria diferentes níveis de ‘aperfeiçoamento espiritual’
entre as etnias e subentende-se que cada povo teria um determinado grau de desenvolvimento
nesta escala.” (Gomes, M., 2005, p. 3).
Neste contexto, segundo este autor, a detenção de conhecimento é que identificava um
determinado povo como civilizado ou não, ou seja, a cultura era mensurada pelos conhecimentos
dos povos. “Na França e na Inglaterra, os usos das palavras ‘cultura’ e ‘civilização’ se
sobrepuseram: ambas foram, progressivamente, sendo usadas para descrever um processo geral de
desenvolvimento humano, de tomar-se ‘culto’ ou ‘civilizado’.” (Thompson, 2011 [1990], p. 168).
Esta ideia da cultura ligada à noção de civilização altera-se a partir da Revolução Francesa e dos
seus ideais, o termo passa a ser “frequentemente associado à ideia de um sistema de atitudes,
crenças e valores de uma sociedade”. (Gomes, 2005, p. 3).
A antropologia abriu portas para formular algumas conceções antropológicas da cultura, que, de
acordo com John B. Thompson dividem-se em: Descritiva, simbólica e estrutural. “A antropologia,

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ou pelo menos um dos principais ramos da antropologia, é o estudo comparativo da cultura.”
(Thompson, 2011 [1990], p. 170). A conceção antropológica descritiva pretendia examinar todos
os aspetos ligados aos modos de vida das sociedades não europeias, com o intuito de descrever as
mesmas. Esta conceção inclui a teoria evolucionista.
Enquadrada no Positivismo e no Evolucionismo dão-se as primeiras tentativas de cientifizar a
cultura enquanto objecto de estudo. E é numa perspectiva evolucionista (o primitivo é considerado
equivalente ao nível mais baixo da cultura) que Edward B. Tylor (1871) efectua a primeira
formulação do conceito antropológico de cultura, definindo-a através do desenvolvimento mental
e organizacional das sociedades: ‘Cultura é o complexo unitário que inclui o conhecimento, a
crença, a arte, a moral, as leis e todas as outras capacidades e hábitos adquiridos pelo homem
como membro da sociedade’ (Gonçalves, 1998, p.2)

1.2 PRINCÍPIOS DO JORNALISMO

R. Silva (2010) afirma que “o jornalismo pode ser definido como um conjunto de técnicas, saber
e ética. É sempre baseado no imediatismo e depende intimamente dos acontecimentos sociais.”
(Silva, R., 2010, p. 2). Deste modo, pode-se facilmente considerar o caráter mediador do jornalista,
tendo em conta que é ele que descodifica estes acontecimentos sociais para o público sempre tendo
em conta os princípios fundamentais que devem estar patentes no exercício da profissão, tais como
verdade, objectividade e imparcialidade.

2. 1 PRINCÍPIOS DO JORNALISMO CULTURAL

Os princípios do Jornalismo Cultural baseiam-se em:


1. Procura da Verdade: o jornalista deve sempre buscar a verdade e relatar os factos com
precisão;
2. Isenção: manter uma postura neutra, evitando preconceitos ou favoritismos.
3. Independência: o jornalista deve manter-se independente de interesses que possam
comprometer a integridade da informação.
4. Transparência: é importante revelar as fontes de informação, exceto em circunstâncias
que justifiquem o anonimato.
5. Interesse Público: O jornalismo deve servir ao interesse público, fornecendo informações
relevantes e necessárias para a sociedade.
6. Estes princípios ajudam a distinguir o jornalismo cultural de outras formas de
comunicação, como a propaganda e o entretenimento, e são um guia para a prática
jornalística responsável e ética.
7. O jornalismo cultural também envolve

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8. Compromisso com a Cultura: Entender e respeitar as diversas formas de expressão
cultural.
9. Contextualização: Situar as obras culturais dentro de seu contexto histórico e social.
10. Crítica Construtiva: Analisar e criticar obras culturais de maneira que contribua para o
entendimento e apreciação do público.
11. Diversidade: Representar uma ampla gama de expressões culturais, evitando a
homogeneização.
12. Educação: Contribuir para a educação cultural do público, promovendo o conhecimento e
a compreensão das artes e da cultura.

Formar jornalistas que sejam capacitados a compreender e codificar em diversas narrativas e


suportes as obras culturais com a complexidade e riqueza que possuem, cientes de sua importância
e responsabilidade como mediadores culturais, é o objectivo de uma boa formação na área. Para
tanto é necessário, minimamente.
➢ Problematizar o conceito de jornalismo cultural. E, para tanto, devemos nos interrogar: o
que entendemos como cultura? O que é o jornalismo cultural? E, por fim, cabe indagar se
todo o jornalismo é uma obra cultural ou se o “jornalismo cultural” é um género ou
especialidade dentro do jornalismo?
➢ Capacitar o aluno a fazer leituras reflexivas dos produtos culturais através de uma formação
teórica cultural que tanto contemple a realidade local como global. O que implica conhecer
as complexas interações contemporâneas entre o local e o global; a identidade e a
massividade; a alteridade e o compartilhamento na sociedade contemporânea.
➢ Desenvolver o sentido estético, sensível e reflexivo para a observação e descrição das obras
culturais. Para tanto, é importante conhecer as discussões da experiência estética na
comunicação. O que implica no aprimoramento do campo sensível, aliado a capacidade
reflexiva na cobertura jornalística das obras culturais.
➢ Apresentar o processo produtivo e os gêneros do Jornalismo Cultural. É necessário, então,
conhecer os atores sociais, as instituições e sua relação com os jornalistas na cobertura
cultural. O processo de selecção (gatekeeper) e enquadramento (framing) dos
acontecimentos culturais nos cadernos e veículos especializados. E, por fim, as
especificidades da linguagem nos diversos gêneros jornalísticos: a crónica, a crítica, o
colunismo social, a reportagem e a notícia.
➢ Capacitar o aluno para compreender e explorar as potencialidades dos meios na cobertura
noticiosa cultural. Os jornais impressos: dimensão espacial e de registro fidedigno na
cobertura cultural. O rádio: dimensão temporal, sonora, imediata e lúdica na cobertura
cultural. ATV: dimensão temporal e visual/sonora na cobertura cultural. A Internet:
extensão espaço temporal; multimídia e que concilia massividade e interatividade na
cobertura cultural.

2.2 PREMISSAS TEÓRICAS E ÉTICAS DA FORMAÇÃO DE JORNALISTAS DA


ÁREA CULTURAL
Revisando os argumentos apresentados durante o texto chegamos às seguintes premissas: A
primeira diz respeito ao papel democrático e reflexivo do Jornalismo Cultural, que o particularizam
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como forma de conhecimento. A segunda premissa trata da importância e interferência da narrativa
jornalística no dia-a-dia, no quotidiano da sociedade. A terceira, que o jornalista tem o papel de
revelar aspectos culturais que nem todos conheciam (acessibilidade). Por fim, os futuros jornalistas
devem compreender e sensibilizar-se para a função estética, poética, cultural e política que irão
ocupar na sociedade. É a partir dessas quatro premissas interdependentes que podemos formar
futuros profissionais de jornalismo cultural cientes:
1. Da importância de ser um bom mediador cultural, traduzindo, de forma clara e reflexiva,
informações complexas;
2. Da importância pública e da responsabilidade de sua profissão sobre a conformação do real e da
cultura na vida cotidiana das pessoas;
3. Da necessidade de uma formação humanística só lida para que compreenda a cultura a sua volta
tanto na esfera local como a sua relação com o global;
4. Da significância de sua mediação para aproximar as pessoas da "poética da vida", tanto no que
possui de estético como de ético e político.
Iremos, a seguir, detalhar cada uma dessas premissas que norteiam a formação de futuros
jornalistas que atuarão na área cultural.
Jornalista Cultural como mediador
O passo fundamental na aprendizagem da atuação no jornalismo cultural é compreender o papel
social do jornalista que atua nessa área. Qual seja, a de um mediador cultural. É o jornalista a
pessoa responsável por pesquisar, entrevistar, apurar, selecionar e codificar de forma clara as
informações que envolvem o fato em questão. Assim, é fundamental que o jornalista tenha a
capacidade de compreender a obra cultural em questão. O jornalista, como mediador, deve ser
aquele capaz de revelar de forma simples a complexidade de relações a que cada acontecimento
está ligado. Essa, sim, seria uma aproximação com a verdade, como afirma o antropólogo italiano
Máximo Canevacci: “O objecto adquire uma progressiva configuração adequada à sua verdade.
O jornalismo é, das formas narrativas, a mais presente e influente no dia-a-dia das pessoas. É uma
profissão legitimada socialmente para representar (ou apresentar novamente) os acontecimentos
sociais. Cabe ao jornalista cultural, dessa forma, seleccionar o que deve ser conhecido e como deve
ser conhecido publicamente. Assim, a sociedade confia que é o jornalista o profissional
responsável e credível por “tirar o essencial do acidental, o permanente do corrente” (LIMA, 1969,
p.47). Em que sua função é, dentre outras, a de identificar o que de relevante e significativo deve
ser levado ao conhecimento público. E, ao dar visibilidade a certos aspectos do real, em um
determinado enquadramento, o jornalista cultural conforma uma perspectiva dos acontecimentos.
É nesse ponto que está a significativa importância e automaticamente sua acrescida
responsabilidade. Ou seja, o jornalista é responsável por uma significativa parcela do que é dado
a existir publicamente para a sociedade. Consideramos, nos termos de Hanna Arendt, que aparecer
e existir coincidem, ou seja, que os acontecimentos culturais, ao ganharem visibilidade pública,
adquirem tanto uma realidade, quanto uma significância que não possuíam antes no âmbito
privado.
Pois, a presença de outros que vêem o que vemos e ouvem o que ouvimos, isto garante-nos a
realidade do mundo e de nós mesmos; e, embora a intimidade de uma vida privada plenamente
desenvolvida, tal como jamais se conheceu antes do surgimento da era moderna e do concomitante
declínio da esfera pública, sempre intensifica e enriquece grandemente toda a escala de emoções

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subjectivas e sentimentos privados, esta intensificação sempre ocorre às custas da garantia da
realidade do mundo e dos homens (ARENDT, 2004, p.60).
O jornalismo, mais do que uma técnica, mas uma ética. Para tanto, deve ser preparado através de
matérias que o capacitem a reflectir sobre a cultura a sua volta (tanto no âmbito local como em sua
relação com o global). As próprias “técnicas” jornalísticas carregam, em si, uma série de
perspectivas ideológicas, pois a técnica nada mais é do que uma criação cultural e humana,
carregando seus valores e suas marcas. Assim, quando a técnica orienta o jornalista a ser
“objectivo” e “imparcial”, o que se espera é que busque produzir um relato que seja rico, ao
apresentar todos os lados que envolvem a questão da forma mais equilibrada e justa possível.
Assim, não se trata mais de encontrar uma verdade última ou de acreditar que os factos possuem
uma objectividade em si, mas de buscar produzir uma narrativa equilibrada, o que implica ouvir
as várias versões do facto, por diferentes fontes, apresentar a controvérsia, verificar documentos e
dados que comprovem ou não o facto; buscar não tomar partido, entre outras condutas técnicas-
éticas.
É nesse ponto que técnica e a ética se encontram no jornalismo segundo Eugênio Bucci. O
Jornalismo ético é jornalismo de qualidade. Jornalismo de qualidade é jornalismo ético. Uma
apuração mal feita conduz a desvios éticos, do mesmo modo que uma edição mal feita. E aí nem
estamos falando de más interpretações, mas apenas das exigências técnicas da profissão que, é
bom saber, constituem também exigências éticas (BUCCI, p. 93-94, 2000).

2.3 SOBRE A FUNÇÃO POÉTICA DO JORNALISMO CULTURAL NA SOCIEDADE

O jornalismo cultural cumpre simultaneamente uma função informativa e poética na vida dos
sujeitos. É sua habilidade tocar a integralidade das pessoas que, ao buscarem essa secção ou essa
especialidade do jornalismo, estão em busca de um conhecimento sensível e reflexivo. Ou seja,
buscam uma experiência estética que ora cumpre uma função puramente sensível, ora uma função
política e reflexiva. Assim, o jornalismo cultural descortina as obras culturais (a literatura, a
música, o cinema, as artes plásticas e etc.) em seu sentido forte; no que possuem de estético e
ético. Em que a dimensão estética deve ser então entendida como “aquelas coisas cujos fins devem
incorporar qualidades de sentir” (Peirce) Há um sentido profundo em tudo o que é humano e a
cultura abarca esse “tudo”.
Trata-se de um conjunto paradoxal de coisas que transitam entre o absurdo e a beleza; entre a
beleza e a fragilidade e a transitoriedade da vida. Pois o jornalismo “está aí para informar o homem
sobre o que está acontecendo com o homem” (ABRAMO, 1988, p.192). Cabe, então, ao
jornalismo cultural dar a aparecer as obras culturais, abordando as em sua complexidade, sem que,
com isso, perca a comunicabilidade da mensagem. Assim, os futuros jornalistas culturais devem
ser sensíveis para representar as obras culturais. Pois, do contrário, se utilizarem uma mesma forma
de enquadrar, acabarão por simplificar e amputar a força do que descrevem. Uma boa
representação do real é aquela capaz de transportar o sujeito para o facto, revivê-lo para ter dele a
maior aproximação possível. Nesse ponto, a busca pela objectividade jornalística, não está ligada,
como pensam e criticam alguns, ao relato frio e burocrático do acontecimento.

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CONCLUSÃO

O jornalismo cultural, em sua essência, é um exercício de equilíbrio entre a objectividade


jornalística e a subjectividade inerente à experiência cultural. Os princípios que regem esta área
do jornalismo — desde a busca pela verdade e a imparcialidade até o respeito pela diversidade e a
responsabilidade social — são fundamentais para criar uma narrativa que reflita a complexidade e
a riqueza da cultura humana. Ao aderir a esses princípios, os jornalistas culturais desempenham
um papel crucial na promoção da compreensão e apreciação das artes e da cultura. Eles ajudam a
moldar a percepção pública e a influenciar a forma como a cultura é consumida e interpretada. Em
última análise, o jornalismo cultural contribui para uma sociedade mais informada, engajada e
empática.

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BIBLIOGRAFIA

ABRAMO, Cláudio. As Regras do Jogo – O Jornalismo e a Ética do Marceneiro. São Paulo:


Companhia das Letras, 1998.
ARENDT, Hanna. A condição humana. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2004.
BASSO, Eliane Corti. Jornalismo Cultural – subsídios para uma reflexão. Disponível
em<www.bocc.ubi.pt>, acessado em 20.03.2007.
BEIGUELMAN, Giselle,etal. Rumos[do] Jornalismo Cultural. Summus, 2007.
BURKE, Peter. Uma história social da mídia: de Gutenberg à Internet. Rio de Janeiro: Jorge Zahar,
2004.
BUCCI, Eugênio. Sobre ética e imprensa. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.
CANEVACCI, Massimo. Sincretismos: Uma exploração das hibridações culturais. São Paulo:
Studio Nobel: Instituto Italo Brasileiro, 1996.
LIMA, Alceu Amoroso. O Jornalismo como Gênero Literário. 2ed. Rio de Janeiro: Agir, 1969.
64p.
MORIN,Edgar. Acabeçabemfeita: repensar a reforma, reformar o pensamento. Rio de Janeiro:
Bertrand, 2001.
NIETZSCHE,Friedrich. AssimfalouZaratustra. São Paulo: Martin Claret, 2006.
PIZA, Daniel. Jornalismo Cultural. São Paulo: Contexto, 2004.
SHUDSON, Michael. Discovering the news. New York: Basic books, 1978.
Origem: conversa com o Bing, 08/04/2024
Elementos e princípios do jornalismo - RTP Ensina. https://ensina.rtp.pt/explicador/elementos-e-
principios-do-jornalismo/.
Jornalismo Cultural. https://bocc.ubi.pt/pag/melo-isabelle-jornalismo-cultural.pdf. O lugar de
onde se fala: o jornalismo e seus princípios fundamentais.
http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2009/resumos/R4-2376-1.pdf.
JornalismoCultural-Comunicação-InfoEscola.
https://www.infoescola.com/comunicacao/jornalismo-cultural-2/.

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