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Breves reflexões sobre a real relevância do art. 12 do CPC/2015, na


perspectiva do não cumprimento espontâneo da norma veiculada em seu
caput.

1. A norma veiculada pelo caput do art. 12 do CPC/2015: controvérsias doutrinárias e


alteração legislativa recente

Uma das normas processuais apresentada como genuína inovação trazida pelo CPC/2015,
foi aquela veiculada pelo caput do seu art.12, segundo a qual foi imposto aos juízes e tribunais o
dever de julgar os processos que lhes forem conclusos, em obediência ao critério da ordem
cronológica de conclusão, ressalvadas uma série de exceções que o mesmo art. 12 elenca. Aqueles
que exaltaram tal inovação sustentaram que, com esta norma, estava-se assegurando o princípio da
igualdade, o princípio da eficiência e, indiretamente, o princípio da publicidade, na medida em que
para aferir o cumprimento do mencionado dever, o §1º do mesmo art. 12 também veicula norma
impondo o dever de publicar lista de processos aptos a julgamento, na qual se dará a notícia da
respectiva ordem cronológica de conclusão. Como não poderia deixar de ser, houve quem criticasse
a imposição do critério da ordem cronológica, por considerá-lo excessivamente invasivo na gestão
pelo juiz da unidade jurisdicional, entre outras coisas.

Essa controvérsia não se limitou ao campo doutrinário: antes mesmo do início da vigência
do CPC/2015, o mesmo legislador manifestou vontade diversa daquela manifestada com o art. 12,
de modo a modificar sua redação, através da L. 13.105/2015, fazendo com que o critério da ordem
cronológica para julgamento de processos conclusos deixasse de ser obrigatório, tornando-o apenas
preferencial. Da mesma forma, tal modificação foi aplaudida e criticada, reiterando os argumentos
utilizados nos aplausos e críticas inversos, à versão original do art. 12 do CPC/2015.

2. A perspectiva do não cumprimento espontâneo da referida norma e as questões


pertinentes

Não obstante a seriedade dos argumentos lançados por ambos os lados, nota-se que ambos
negligenciaram algumas questões que, se discutidas preliminarmente, talvez dessem um novo rumo
ou encaminhamento à discussão mesma e, consequentemente, a uma melhor avaliação da adoção do
critério da ordem cronológica para julgamento de processos conclusos, seja ele entendido como
obrigatório ou preferencial. Mais precisamente, faltou refletir sobre a referida norma na perspectiva
de sua não observância espontânea, em situações concretas.
Com efeito, qual seria o remédio jurídico para o caso de não observância dessa norma, numa
situação concreta? Seria tal norma de uma natureza tal que o seu cumprimento específico pode ser
pleiteado por uma das partes interessadas? Aliás, constatada a sua violação concreta, a reação
jurídica cabível dependeria da iniciativa das partes eventualmente lesadas ou poderia partir, ex
officio, do órgão de controle disciplinar ao qual esteja submetido o magistrados que violou a norma?
No caso de uma parte que se sinta lesada pela não observância concreta da ordem cronológica, qual
seria o remédio cabível? Antes, que “bem da vida” o ordenamento autoriza a parte lesada a obter,
nessa hipótese: o cumprimento específico, a punição disciplinar ao Magistrado, a condenação do
Estado a pagar indenização por dano judicial ou alguma combinação dessas alternativas?

Essas são questões que até já deveriam ter sido pensadas, antes mesmo da simples inclusão
da norma. É que, na perspectiva de sua aplicação concreta, tudo o que se apresenta como eventual
vantagem que tal norma traga, pode se revelar ilusória. Em outras palavras: mesmo que se possa, in
abstracto, atribuir à norma sob exame, se e na medida em que observada espontaneamente, alguma
aptidão para a concretização de algum dos valores constitucionais integrantes do modelo
constitucional do processo brasileiro, as soluções que o ordenamento jurídico ofereça para assegurar
o cumprimento forçado (as reações à não observância espontânea) podem ser tais que, in concreto,
a existência dessa mesma norma não tenha o condão de produzir esses benefícios que a ela tem sido
atribuídos numa perspectiva puramente abstrata, na qual se pensa, exclusivamente, o seu
cumprimento espontâneo sistemático.

3. Distinções metodologicamente fecundas: “norma prescritiva x norma constitutiva”,


“dever deôntico x dever anankástico” e “juiz-órgão x juiz-ocupante de órgão”

Essas questões requerem a solução de uma outra, que lhes é prejudicial, em sentido lógico, a
saber: qual a natureza da norma veiculada pelo caput do art. 12 do CPC/2015? Seria ela uma norma
prescritiva ou uma norma constitutiva? A mesma indagação pode ser formulada de maneira
alternativa, valendo-se de um vocabulário pouco usual em doutrina processual, alternativa esta que,
no entanto, pode ser mais informativa e trazer uma melhor contribuição à compreensão do
problema. Com efeito, indagar se uma norma é prescritiva ou constitutiva, é o mesmo que indagar
se o dever que a norma em questão impõe é um dever deôntico ou um dever anankástico. Assim,
indaga-se: a norma veiculada pelo caput do art. 12 do CPC/2015 impõe aos “juízes e tribunais” um
dever deôntico ou um dever anankástico?1

Para melhor compreender a significação desta questão, na compreensão do sentido (=


norma) veiculado pelo caput do art. 12 do CPC/2015, revela-se crucial atentar para uma outra
distinção fundamental, que tradicionalmente é negligenciada e é mantida encoberta pela
ambiguidade da expressão ‘juiz’. Com efeito, há duas coisas radicalmente distintas que costumam
ser referidas pelas mesmas expressões linguísticas (‘juiz’, ‘tribunal’, ‘magistrado’ etc.). De um lado,

1 Essa formulação da questão é tributária, em grande medida, das investigações de Amedeo Conte sobre regras
constitutivas e as respectivas posições subjetivas que delas se extrairia, a saber, os deveres anankásticos (Cf. CONTE,
Amedeo G. Fenomeni di fenomeni. In Filosofia del Linguaggio Normativo, Vol. II, Torino: Giappichelli Ed., 1995, p.
324-327 e CONTE. Amedeo G. Deontica aristototelica. Filosofia del Linguaggio Normativo, cit., p. 425-501, onde a
noção de dever anankástico é detalhadamente elaborada)De modo muito sucinto, pode-se dizer o seguinte: um dever
deôntico é aquele que cujo descumprimento é pressuposto da aplicação de uma sanção, enquanto o dever anankástico é
aquele cujo descumprimento implica a invalidade de um ato jurídico (deixando-se deliberadamente em aberto a
“natureza” da invalidade, ou seja, se tratar-se-ia de nulidade relativa, absoluta, inexistência ou outra).
tem-se o “juiz” (ou “tribunal”), enquanto órgão jurisdicional, dotado de uma ontologia
especialíssima e ainda pouco estudada entre nós, que melhor seria descrito como um conjunto de
poderes (e outras posições subjetivas secundárias, como sujeições e deveres anankásticos),
constituídos por normas específicas – vale dizer, o juiz como um fato institucional.2 Por outro lado,
existe o “juiz”, enquanto ocupante do órgão ou função jurisdicional.3

Ter esta distinção claramente à vista é fundamental para melhor compreender a distinção
entre dever deôntico e dever anankástico – e, assim, melhor compreender, na perspectiva dos seus
destinatários, a distinção entre normas prescritivas e normas constitutivas. Assim, por exemplo, uma
norma constitutiva como aquela veiculada pelo art. 489 do CPC/2015, a qual estabelece os
elementos constitutivos para que um pronunciamento de um juiz (ocupante de órgão) seja
considerado como uma sentença judicial (enquanto ato típico de órgão jurisdicional, com o qual ele
exerce um de seus poderes específicos e definidores), impõe deveres anankásticos: um
pronunciamento concreto que não observe os requisitos indicados na mesma norma, não “valerá
como sentença” (deixando-se em aberto a discussão sobre a “natureza”, ou a gravidade deste
descompasso entre pronunciamento concreto e modelo normativo constitutivo deste tipo de ato
processual). Por outro lado, em virtude do que dispõe o art. 35, I, da LOMAN (LC. N. 35/1979), o
ocupante do cargo tem o dever deôntico de observar os mesmos requisitos, ou seja, agindo em
nome do órgão que “materializa”, deve o “juiz pessoa física” proferir sentenças em conformidade
ao que estabelece o art. 489 do CPC/2015, sob pena de, assim não fazendo, sofrer penalidades
disciplinares.4 A invalidade é do ato do juiz-órgão, enquanto que a sanção disciplinar será aplicada
ao juiz-ocupante do cargo, por prática de ato seu.

Feitos esses esclarecimentos, cumpre examinar cada uma das alternativas postas acima,
quanto à natureza da norma veiculada pelo caput do art. 12 do CPC/2015: se norma prescritiva
(impondo dever prescritivo) ou se norma constitutiva (impondo dever anankástico). No presente
texto, a metodologia será a de admitir como verdadeira, sucessivamente, cada uma das alternativas
mencionadas para, analisando as consequências jurídicas associadas a cada uma delas, ter um
horizonte mais claro e definido do que está efetivamente em jogo, ao se enfrentar essa questão sobre
a natureza da mencionada norma. Tal questão, todavia, não será resolvida no presente trabalho.
Contudo, algo poderá ser concluído sobre a norma veiculada pelo mencionado dispositivo legal,
qualquer que seja sua natureza.

4. A hipótese que considera o caput do art. 12 do CPC/2015 como veiculando norma


prescritiva

Admitindo que o dispositivo legal em questão veicule norma prescritiva, isso quer dizer que
ela impõe um dever deôntico. Logicamente, tal dever tem como titular o Magistrado, pessoalmente,

2 Sobre a noção de fatos institucionais, referência bibliográficas sobre o tema e algumas importantes implicações que o
recurso a tal noção possibilita, no campo do direito, cf. GUERRA, Marcelo Lima. Fatos institucionais e o NCPC:
implicações ontológicas e epistemológicas. In: Alexandre Freire; Fredie Didier Jr; Lucas Buril de Macêdo; Ravi
Medeiros Peixoto. (Org.). Coleção Novo CPC - Doutrina Selecionada. 1ed. Salvador: Juspodivm, 2015, v. 1, p. 65-100.
3 A análise desta distinção foi feita, com algum rigor, em GUERRA, Marcelo Lima. O que é um juiz? In RePro, v. 191,
p. 321-337, 2011, também disponível em O que é um juiz.
4 Embora ainda não tenha podido verificar essa hipótese, intuo que a suposta categoria do “poder-dever” é um
equívoco, produzido pela falta de distinção entre órgão, titular de um poder e ocupante de órgão, que é o titular do
dever de realizar o poder do qual o órgão é o titular.
ou seja, o ocupante do “juiz-órgão”. A não observância desta norma seria, portanto, uma infração
disciplinar e estaria sujeita a uma punição igualmente disciplinar.

A opção por considerar a norma em questão como prescritiva enfrenta problemas de difícil
superação. De início, a obtenção de seu cumprimento de forma específica se revela extremamente
difícil. Por exemplo, parece estar descartada, em princípio, a realização da prestação devida pelo
Magistrado através de uma “medida sub-rogatória”, antes mesmo se perquirir através de que
procedimento essa medida poderia ser implementada.

Quanto ao remédio processual para se obter a realização forçada do dever imposto pela
norma em questão, parece quase inevitável se pensar logo no manejo de um mandado de segurança.
Porém, numa reflexão mais detida, surgem as questões:

a) Qual seria o direito líquido e certo e qual seria o ato violador deste direito?

b) Para se obter o que?

c) Com que fundamento?

d)Por quem?

Mesmo que no presente texto não se tenha a pretensão de resolver tais questões, apenas para
indicar a relevância e a complexidade delas, impõe-se reconhecer que aquilo que se vem chamando,
indistintamente, de “não cumprimento” da norma relativa à ordem cronológica de julgamento, pode
corresponder a situações concretas muito diferentes: (1) o juiz que simplesmente pula a vez de um
processo, mas ainda julga o da vez dentro do prazo legal; (2) o juiz que pula a vez não de um, mas
de vários processos; (3) o juiz que se limita a pular a vez (de um ou de vários processos) sem
apresentar qualquer justificativa (4) o juiz que pula a vez (de um ou de vários processos) e apresenta
como justificativa uma alegação fática que, embora em tese enquadrável em uma das hipóteses
excepcionais elencadas no mesmo art. 12, é alegação cuja veracidade é questionável; (5) o juiz que
pula a vez (de um ou de vários processos) e apresenta como justificativa uma alegação fática que,
sequer em tese, é enquadrável em uma das hipóteses excepcionais elencadas no mesmo art. 12,
porém é tida pelo juiz como fundada um dos valores constitucionalmente assegurados.

Esse elenco apenas exemplificativo de situações concretas distintas que podem, igualmente,
ser caracterizadas como descumprimento do dever deôntico imposto pela norma veiculada pelo
caput do art. 12 do CPC/2015, admitindo-se que ela seja uma norma prescritiva, bastam para
mostrar como o manejo de um mandado de segurança, embora cogitável, seria possível apenas num
tipo muito específico de situações concretas, restando todas as demais sem solução. Mesmo assim,
bastaria o juiz alegar circunstâncias fáticas excepcionais como fundamentação, para derrubar a
“liquidez e certeza” de eventual direito à observância da ordem cronológica, devendo o caso ser
transferido para “as vias ordinárias”, pela necessidade de dilação probatória. E mesmo quando
possível o mandado de segurança e sendo este julgado procedente, não cumprindo o juiz
espontaneamente a ordem expedida, como se daria a execução em forma específica desta ordem?
Em qualquer caso, seria efetivamente significativa a contribuição dessa norma para assegurar a
isonomia, a efetividade do processo, em relação aos meios que já existiam – e continuam a existir,
por força do quanto disposto na LOMAN e em Resoluções do CNJ – e que poderiam ser invocados
em situações análogas?

Enfim, vale registrar, por fim, que contra essa hipótese da prescritividade da referida norma,
não seria desarrazoado cogitar da sua inconstitucionalidade formal. É que considerando tal norma
como impondo um dever deôntico, dirigido ao “juiz-ocupante do órgão”, de modo que sua violação
implicaria em punição disciplinar, estaria sendo invadida a reserva legal que exige, para tratar de
matérias desta ordem, edição de Lei Complementar. Nessa perspectiva, a única alternativa para
salvar a constitucionalidade (formal) da referida norma seria rejeitar, radicalmente, a “hipótese
prescritivista”, de modo a, adotando a oposta “hipótese constitutivista”, considerar que o caput do
art. 12 do CPC/2015 veicula, na realidade, norma constitutiva.5

5. A hipótese que considera o caput do art. 12 do CPC/2015 como veiculando norma


prescritiva

Como se viu, considerar que o dispositivo legal em questão veicula norma constitutiva, é o
mesmo que considerá-lo como veiculando norma que impõe um dever anankástico ao “juiz-órgão”.
Dessa forma, sua não observância se caracterizaria como alguma espécie de invalidade da decisão
com a qual restou configurada a não observância da mesma norma.

Qual o remédio jurídico, nesse caso? Quem poderia manejá-lo? Tais indagações não se
revelam simples, quando se leva em consideração o vasto espectro de diferentes situações concretas
em que a norma sob exame pode ser tida como não cumprida. Imagine-se a seguinte hipótese: o juiz
“pulou a fila” e julgou dezenas de processo que estavam em posição posterior ao processo “da vez”.
Imagine-se, ainda, que algumas dessas decisões já tenham sido, inclusive, cumpridas. Seria factível
a sua anulação? Quem poderia pleitear isto: as partes do processo da vez, ou também as partes dos
outros processos, em posições posteriores a este, mas que foram igualmente negligenciados? Em
qualquer das hipóteses, qual seria o ganho para o sistema se todas essas decisões fossem anuladas,
por ter sido violada a ordem cronológica? E de novo: seria efetivamente significativa a contribuição
dessa norma para assegurar a isonomia, a efetividade do processo, em relação aos meios que já
existiam – e continuam a existir, por força do quanto disposto na LOMAN e em Resoluções do CNJ
– e que poderiam ser invocados em situações análogas?

Enfim, resta considerar que a adoção da hipótese constitutivista gera, ao menos


aparentemente, um sério paradoxo. É que, nos termos do quanto disposto no inc. I do § 6º do
mesmo art. 12, caso fosse anulada a decisão proferida no processo que ocupa a posição 5, por ter
sido apreciado antes dos processos das posições 1, 2, 3 e 4, o processo 5 passaria a ocupar posição
anterior à do processo “da vez”.6 Como lidar com isso?

6. Considerações conclusivas

5 A adoção da hipótese constitutivista, vale insistir, não exime o “juiz-ocupante do órgão” de punição disciplinar, em
caso de não cumprimento da norma em questão. Isso ocorreria, contudo, com base na previsão genérica do o art. 35, I,
da LOMAN.
6 CPC/2015, Art. 12, § 6o: Ocupará o primeiro lugar na lista prevista no § 1o ou, conforme o caso, no § 3o, o processo
que: I - tiver sua sentença ou acórdão anulado, salvo quando houver necessidade de realização de diligência ou de
complementação da instrução;
No presente texto, não se pretendeu resolver, mas tão somente apontar algumas questões
relativas ao não cumprimento espontâneo da norma veiculada pelo caput do art. 12 do CPC/2015,
as quais ainda foram objeto de adequada reflexão doutrinária, Contudo, o que se pretendeu, com a
mera formulação dessas questões, foi suscitar uma dúvida razoável de outra ordem: qualquer que
seja a solução das questões apontadas, a norma em questão se mostrará como trazendo alguma
contribuição relevante ao ordenamento processual e ao aperfeiçoamento da prestação da tutela
jurisdicional entre nós? Ela fará, de fato, alguma diferença significativa quanto a tais desideratos,
quando se leva em consideração a possibilidade – não fantasiosa, mas bastante realista – de tal
norma não ser espontaneamente observada? É muito cedo para certeza, mas acredita-se que as
dificuldades apontadas já autorizam uma conclusão provisória, no sentido de não se reconhecer à
norma veiculada pelo caput do art. 12 do CPC/2015 nenhum papel significativo no sistema
processual brasileiro, na medida em que os problemas para os quais ela, supostamente, serviria
como solução, dificilmente serão solucionados com a mera existência dessa norma.

No seu texto, especificamente no segundo parágrafo, onde se lê “L. 13.105/2015”, deve-se ler “L.
13.256/2016”. E, no penúltimo tópico, antes do tópico “Considerações conclusivas”, onde se lê
“[...] como veiculando norma prescritiva”, deve-se ler “[...] como veiculando norma constitutiva”.
Confere? Abraço.

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