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CONCEITO
A palavra recurso tem origem no latim recursus, de recorrere, que dá
a ideia de regressar, retroagir, recuar, refluir. Recurso seria aquilo
que tem o curso ao contrário, regresso ao ponto de partida.
FUNDAMENTOS DO RECURSO:
Inconformismo da parte com a derrota.
Falibilidade da pessoa humana.
Os tribunais são órgãos jurisdicionais colegiados
Publicidade e justiça na decisão.
PRESSUPOSTOS OBJETIVOS
RECORRIBILIDADE DO ATO DECISÓRIO
Os atos decisórios classificam-se em despachos, decisões
interlocutórias, sentenças ou acórdãos.
No Processo Civil, são recorríveis apenas as decisões interlocutórias,
as sentenças e os acórdãos. Os despachos de mero expediente são
irrecorríveis.
No Processo Penal, não há recorribilidade dos despachos de mero
expediente nem das decisões interlocutórias, salvo aquelas
expressamente recorríveis, mediante recurso em sentido estrito,
conforme art.581 do CPP.
No Processo do Trabalho prevalece a regra da irrecorribilidade dos
despachos de mero expediente e das decisões interlocutórias.
TEMPESTIVIDADE DO RECURSO
O recurso deve ser apresentado dentro do prazo legalmente previsto.
Se o recorrente for o Ministério Público, a Defensoria Pública, A
Fazenda Pública ou litisconsortes com advogados diferentes, o prazo
recursal deverá ser contado em dobro.
ADEQUAÇÃO DO RECURSO
A interposição de recurso inadequado gera o seu não conhecimento.
O recurso deve estar adequado à lei.
SINGULARIDADE DO RECURSO
Não se devem interpor simultaneamente dois ou mais recursos. Para
cada decisão, ingressa-se com um único recurso. Existe exceção,
quando o acórdão violar ao mesmo tempo lei federal e a Constituição
Federal.
MOTIVAÇÃO DO RECURSO
O recorrente precisa expor as razões pelas quais não se conformou
com a decisão proferida. O juízo a quo precisa conhece-las para saber
se vai dar ou não provimento ao recurso.
PREPARO DO RECURSO
Compete ao recorrente, no caso de interposição de recurso e desde
que exigível, comprovar o preparo, ou seja, o pagamento das custas e
despesas processuais, sob pena de o mesmo ser considerado deserto,
isto é, descabido, abandonado, gerando a coisa julgada da decisão
recorrida.
Os recursos interpostos pelo Ministério Público, pela União e pelos
Estados e Municípios e respectivas autarquias e pelos que desfrutam
de isenção legal (art.1007, § 1º, do CPC), como por exemplo, os
beneficiários da justiça gratuita estão eximidos de preparo.
EFEITOS DO RECURSO:
EFEITO OBSTATIVO – impede a produção do trânsito em julgado
da decisão combatida.
EFEITO DEVOLUTIVO – no sentido de “devolver” a matéria,
objeto da impugnação, para uma nova apreciação do Poder
Judiciário, seja para a mesma instância inferior ou instância
superior.
EFEITO SUSPENSIVO – naquele recurso que tiver o objetivo de
impedir, de imediato, o cumprimento da decisão recorrida, a exemplo
da APELAÇÃO (arts. 1009 e seguintes do CPC).
EFEITIO EXPANSIVO – quando o seu resultado atingir matéria não
impugnada. Exemplo: recorre-se quanto à condenação em dano
moral e o resultado atinge o montante fixado. Chamado de
“expansivo objetivo”.
Outro exemplo: apenas um litisconsorte recorre e o resultado
beneficia que não haja recorrido. Chamado de “expansivo subjetivo”.
EFEITO TRANSLATIVO – possibilita ao tribunal analisar as
matérias de ordem pública, independentemente de terem sido as
mesmas suscitadas no instrumento formal.
MODALIDADES DE RECURSOS:
APELAÇÃO – é o recurso aplicado contra toda e qualquer sentença,
seja terminativa ou mérito, em procedimento comum ou especial.
Prazo para interpor apelação é de 15 dias contados da publicação da
decisão que se quer recorrer.