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TERAPIA

NUTRICIONAL
PARENTERAL
Juliana Giglio
Definição

Portaria 272 de 08 de abril de 1998

Solução ou emulsão, composta basicamente de


carboidratos, aminoácidos, lipídeos, vitaminas e
minerais, estéril e apirogênica, acondicionada em
recipiente de vidro ou plástico, destinada à
administração intravenosa em pacientes desnutridos
ou não, em regime hospitalar, ambulatorial ou
domiciliar, visando a síntese ou à manutenção dos
tecidos, órgãos e sistemas.

Apirogênica – não causa estímulo de febre.


INDICAÇÕES
 Pré operatória:
ex.: obstrução intestinal e desnutrição importante (perda de 15% do peso
corpóreo)
 Complicações pós-operatórias:
ex.: fístulas de alto débito, íleo paralítico prolongado e peritonite.
 Pós- trauma:
ex.:lesões múltiplas, queimaduras graves e infecções
 Desordens gastrintestinais (TGI não-funcionante):
ex.: vômito intratável, diarréia grave (mais de 1500ml /dia) e má absorção
grave.
 Doenças Inflamatórias e Infecciosas intestinais:
ex.: enterocolite granulomatosa, colite ulcerativa, enterite tuberculosa,
enterocolite parasitária ou infecciosa.
 Síndrome do intestino curto
 Condições Pediátricas:
ex.:prematuros, má formação congênita do TGI e diarréia crônica intensa.
CONTRA-INDICAÇÕES
Condições clínico-
laboratoriais que
justificam cautela
- Glicemia > 300mg/dl
 Instabilidade hemodinâmica (hipotensão,
má perfusão tecidual) - Uréia > 100 mg/dl
- Na > 150 mEq/L
 Anúria sem diálise (acúmulo de líquido)
- K < 3,0 mEq/L
 Distúrbios metabólicos e eletrolíticos - P < 2 mg/dl
 Prolongar a vida de pacientes terminais - Alcalose ou acidose
(quando não traz conforto ao paciente). metabólica
 Pacientes que podem satisfazer até 60% das
necessidades nutricionais por via oral ou
enteral;
DESVANTAGENS

 Ultrapassa o processo fisiológico de absorção seletiva e


metabolismo hepático;
 Expõe o indivíduo a sobrecargas, se não administrada
criteriosamente;
 Propicia atrofia do tubo digestivo, aumentando o risco de
translocação bacteriana;
 Maior risco de complicações metabólicas e infecciosas;
 Altera as flutuações hormonais normais relacionadas a
alimentação;
 Maior custo;
 Monitorização clínica e laboratorial mais intensa.
COMPLICAÇÕES

TÉCNICAS METABÓLICAS INFECCIOSAS

Pneumotórax Desequilíbrios eletrolíticos Sepse

Hematoma mediastinal Deficiência de oligoelementos

Laceração da artéria Distúrbios do metabolismo


subclávia glicídico

Lesões nervosas Alterações da função hepática

Hemotórax
OFERTA EXCESSIVA DE CALORIAS
Hidrotórax HIPERALIMENTAÇÃO
SÍNDROME DE REALIMENTAÇÃO
Laceração do ducto
torácico
VIAS DE ACESSO
CENTRAL PERIFÉRICA

- Duração: > 14 dias - Curta duração: até 14 dias


Administrada por uma veia de Administrada por uma veia
grande diâmetro que chega menor, geralmente na mão ou no
diretamente ao coração. antebraço.
 Trocas de acesso: 72h
VIAS DE ACESSO
Central
 Subclávia:
Fácil acesso por punção percutânea, maior conforto ao
paciente, local acessível para trocas de curativos.

 Jugular interna:
Acesso fácil, menor risco de trombose venosa pelo fato de
ser um vaso calibroso, maior dificuldade de manter um curativo
oclusivo no local.

 Femoral:
Indicada em casos de impossibilidade do acesso central
por um dos vasos do tórax (ex: queimaduras), restrição do
paciente para deambulação, risco maior de processos
infecciosos. Raramente utilizado.
Nutrição Central de
inserção periférica

Cateter de P I C C :
Cateter longo
puncionado na veia
periférica e
poscionado na veia
central
VIAS DE ACESSO
Veias Periféricas

 Vantagens:
Menor risco de complicações técnicas (ex.
pneumotórax, hemotórax, hidrotórax), menor risco de infecção,
menor custo, maior conforto para o paciente.

 Desvantagens:
Necessidade de boa veia para introdução do cateter,
agressão arterial e/ou venosa, perfuração do vaso, flebite,
infecção/septicemia, embolia, oclusão do cateter, não pode ser
colocado no mesmo lado de uma cirurgia prévia.
CENTRAL X PERIFÉRICA

CENTRAL PERIFÉRICA

ACESSO Profundo Periférico

Preservar o estado
Recuperar o estado
OBJETIVO nutricional por curto
nutricional
período de tempo

Manutenção mais difícil


OFERTA Maior oferta calórica e
devido aos episódios
CALÓRICA emprego a longo prazo
freqüentes de flebite

TEMPO > 14 dias < 14 dias

OSMOLARIDADE > 900mOsmo/L < 900mOsmo/L

(Dan, 2009 e Projeto Diretrizes).


TIPOS DE SISTEMAS

Glicídico (2 em 1):
 A glicose é a fonte calórica exclusiva e os aminoácidos
cristalinos constituem a fonte proteica;
 Solução: glicose, aa, vitaminas, eletrólitos e oligoelementos;
 AGE - 500mL de lipídio 10 % - no mínimo 2 x semana.

Lipídico (3 em 1):
 Alta densidade calórica, isotonicidade e baixa toxicidade;
 Solução: glicose + aa + lipídio + eletrólitos + vitaminas +
oligoelementos);
NPT SISTEMA LIPÍDICO (3 EM 1)

Vantagens Complicações Contra-indicações


• Mais balanceada • Tromboflebite • Dislipidemias
• Reduz oferta de venosa periférica • Pancreatite aguda
glicose (RI) • Excesso de LIP na fase
• Reduz def. de AGE • Aumento TG e CT hiperlipêmica
• Toda sol em 1 bolsa • Hipersensibilidade a • Insuf. Hepática
– menor emulsão
contaminação • Embolia gordurosa
NPT SISTEMA GLICÍDICO (2 EM 1)

Desvantagens Complicações
• Intolerância à glicose • Infecciosas - sepse
• Insuf. Respiratória
• Deficiência de AGEs
• Coma hiperosmolar não
cetótico
• Necessita de acesso
central

AGE – ácidos graxos essenciais.


Componentes da Nutrição parenteral

Carboidratos

 A forma utilizada na dieta parenteral é glicose monohidratada.


 Cada grama de glicose utilizada fornece 3,4 Kcal
 A quantidade mínima de glicose requerida é de 100 a 150g
 E a quantidade máxima não deve exceder 5 mg/Kg/min no
paciente estável e 3 mg/Kg/min no paciente crítico;
 Substrato relacionado a osmolaridade da solução;
 As soluções de glicose encontram-se disponíveis em frascos
ou bolsas plásticas de 250ml, 500 ml, 1L e concentrações que
variam de 5 a 70%.
Componentes da Nutrição parenteral

Lipídeos
 São oferecidos como emulsões lipídicas constituídas de
emulsões de óleo de coco (TCM), óleo de soja (TCL) – MAIS
inflamatório.
 Também existem no mercado fórmulas contendo óleo de
oliva, de peixe e lipídios estruturados;
 Usados para evitar a deficiência de AGE (síntese de
hormônios, função imunológica, produção de energia,etc.)
 É essencial avaliar os níveis de triglicerídeos séricos antes da
administração de lipídios (deve estar inferior a 350mg/dL);
 A oferta de lipídios não deve exceeder 1.5 g/kg/d e deve ser
adaptada a tolerância individual
 A absorção de gordura para ser prejudicada no paciente
crítico.
 No Brasil são disponíveis em concentrações de 10% (1
kcal/ml) e 20% (2 Kcal/ml).
Componentes da Nutrição parenteral

Aminoácidos

 Componente: aminoácidos cristalinos essenciais e não essenciais;

 Concentração padrão oscila de 6,7 a 15% (soluções para renal -


6,7% ou hepatopata - 8%);
 Fornece 4Kcal/g;

 Formulação padrão – aminoácidos cristalinos


 Formulação renal - aminoácidos essenciais;
 Formulação hepática - aminoácido de cadeia ramificada.
Aminoácidos
Componentes da Nutrição parenteral

Aminoácidos

 Glutamina
AA condicionalmente essencial – NP (0,2 – 0,3 g/Kg/dia)
Em estado hipercatabólico  aumenta a necessidade de
glutamina  para fornecer substrato ao intestino e céls do sist.
Imune.
-Contra indicado para pacientes com falência hepática e renal
(associado ao aumento da mortalidade) (Espen, 2019)

Funções da glutamina:
- Substrato para enterócitos; céls. do túbulo renal e das céls.
endoteliais
- Promove balanço nitrogenado positivo
- Atua como imunomodulador aumentando a resistência à
infecções.
Dipeptiven

É um nutriente suplementar à terapia nutricional parenteral: um suplemento


de glutamina para as soluções de aminoácidos e em situações clínicas de
hipercatabolismo associadas com profunda depleção de glutamina.
É uma solução estável do dipeptídeo N(2)-L-alanil-L-glutamina, formado pelos
aminoácidos L-alanina e L-glutamina que são ligados covalentemente por uma
ligação peptídica, assim como os aminoácidos são ligados em uma proteína
natural.
É rapidamente metabolizado em alanina e glutamina após a administração.
RECOMENDAÇÕES NPT

Manual de Nutrição Parenteral, 2010

Relação kcal ñ proteica/ g N


80 a 90 :1  pacientes em estado grave ou hipercatabólicos
100-150 : 1  pacientes não críticos, sem insuficiência orgânica
200 a 220 :1  paciente com insuficiência renal Dan, 2009
RECOMENDAÇÕES RECENTES PACIENTE CRÍTICO

LIPÍDIOS INTRAVENOSO  1g/Kg . Não excedendo 1,5 g/Kg


(AGE 8g/dia) (óleo de peixe: 0,1-0,2 g/Kg/dia)
CARBOIDRATOS  5 mg/Kg/min
PROTEÍNAS  1,3 g/kg/ dia

E S P E N, 2019
Componentes da Nutrição parenteral

Eletrólitos

 Sódio, potássio, cloro, magnésio, fósforo, cálcio.


 Forma e quantidade são administradas conforme balanço
hidroeletrolítico e metabolismo.
Componentes da Nutrição parenteral

Vitaminas e Minerais
 Pelo menos 100% das necessidades diárias de referência
(NDR) devem ser fornecidas diariamente;
 As soluções de vitaminas administradas diretamente na veia
podem causar irritação no local da infusão  portanto, é
recomendado a diluição das ampolas em 125 a 250ml de soro
glicosado 5% ou soro fisiológico;
 Quando administrado em separado deverá ser infundido em
aproximadamente 2 horas.

 Nome comercial: Cerne 12 - Baxter


Vitaminas e Minerais

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Componentes da Nutrição parenteral

OLIGOELEMENTOS

 Zinco, cobre, cromo, manganês: Adicionados


diariamente;
 Necessidade pode variar conforme o paciente e a evolução
da doença;
 NPT prolongada necessita de adição de selênio;

 Olig Trat (ampola 2ml) - zinco, manganês, cobre e cromo.


 Tracitrans Plus (ampola de 10 ml) – molibdênio, selênio,
ferro, zinco, manganês, cobre, cromo, fluor e iodo.
Componentes da Nutrição parenteral

OLIGOELEMENTOS

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BOLSAS DE NP – PRONTAS PARA USO
Kabiven Central – sistema fechado
Volume (mL) 1026 1540 2053 2566
Aminoácidos (g) 34 51 68 85
Nitrogênio (g) 5.4 8.2 10.9 13.6
Dextrose (g) 100 150 200 250
Lipídios (g) 40 60 80 100
Energia total (kcal) 870 1310 1745 2180
Eletrólitos
Sódio (mEq) 32 48 64 80
Potássio (mEq) 24 35 47 59
Magnésio (mEq) 8 12 16 20
Acetato (mEq) 39 59 78 98
Cloro (mEq) 46 69 92 115
Sulfato (mEq) 8 12 16 20
Calcio (mEq) 4 6 8 10
Fosforo (mmol) 10 15 20 25 32

Osmolaridade (mOsm/L) 1060 1060 1060 1060


BOLSAS DE NP – PRONTAS PARA USO
Kabiven Periférico – sistema fechado
Volume (mL) 1440 1920 2400

Aminoácidos (g) 34 45 57

Nitrogênio (g) 5.4 7.2 9.1


Dextrose (g) 97 130 162
Lipídios (g) 51 68 85
Total kcal 970 1300 1620
Volume (mL) 1440 1920 2400
Sódio (mEq) 32 42 53
Potássio (mEq) 24 33 41

Magnésio (mEq) 8 11 13

Acetato (mEq) 39 52 65
Cloro (mEq) 46 61 77
Sulfato (mEq) 8 11 13
Cálcio (mEq) 4 5 7
33
Fósforo (mmol) 11 14 18

Osmolaridade (mOsm/L) 750 750 750


BOLSAS DE NP – PRONTAS PARA USO
BOLSAS DE NP – PRONTAS PARA USO
Bolsas bi ou tri
compartimentalizadas
A mistura deve ser feita no momento da
adm
T E M P O D E VAL I DADE: 24H
ASPECTOS A SEREM OBSERVADOS

Condições necessárias para iniciar:

 Duração prevista por pelo menos sete dias;


 Estabilização das funções vitais;
 Equilíbrio ácido básico;
 Equilíbrio de fluido e eletrólitos;
 Perfusão dos tecidos.
ASPECTOS A SEREM OBSERVADOS

Antes de administrar:
 Armazenar a NP sob refrigeração (2º a 8ºC), em geladeira exclusiva
para medicamentos e imediatamente após o seu recebimento;
 Retirar da geladeira com antecedência necessária para que a mesma
atinja a temperatura ambiente. O período de uma hora geralmente é
o suficiente;
 Conferir o aspecto da Nutrição Parenteral e os dados de identificação
do paciente: Nome, leito, registro hospitalar;
 Comparar os dados de composição da fórmula, velocidade e via de
infusão, contidos no rótulo com os dados da Prescrição Médica 
cuidados da Enfermagem;
 Conferir a data e hora da manipulação e o prazo de validade de
acordo com o fabricante.
ASPECTOS A SEREM OBSERVADOS

Como iniciar:

 A solução de NP é instalada em bomba infusora e


infundida por 24 horas.
 O paciente deve receber o VET pleno em até 7 dias,
de acordo com tolerância individual.
ASPECTOS A SEREM OBSERVADOS

Terminar ou interromper quando houver:

 Restauração da função normal do TGI;


ASPECTOS OBSERVADOS

Como interromper:

 Nunca abruptamente;

 Administrar soro glicosado a 10% por 12 horas ou


reduzir a velocidade de gotejamento a metade a
cada duas horas.
MONITORIZAÇÃO
CONTROLE CLÍNICO FREQUÊNCIA

Exame físico e balanço hidroeletrolítico Diário


Volume e aspecto das fezes e da urina Diário
Sinais vitais Cada 6 horas
Observação das complicações Sempre que necessário

CONTROLE LABORATORIAL FREQUÊNCIA

Hemograma completo 1 vez por semana


Glicose cada 6 horas
Uréia e creatinina diariamente
Eletrólitos diariamente
Proteínas totais e frações 1 vez por semana
Lipidograma completo 1 vez por semana
Enzimas hepáticas, bilirrubinas dias alternados
Uréia urinária 1 vez por semana
Cálculo - Nutrição Parenteral
 Caso Clínico
Paciente, masculino, 48 anos, pós-operatório de colectomia
proximal (50 cm) por traumatismo abdominal (acidente de
moto), hemodinamicamente estável, porém apresentando íleo
paralítico e distensão abdominal.
Quadro clínico estável,
Peso estimado: 62kg
Estatura: 1,70 m
IMC: 21,4 kg/m2 (eutrófico)
Indicação: Nutrição Parenteral Total (3 em 1) – Acesso Central –
Veia Subclávia
Etapas do cálculo

 Primeira etapa: cálculo das necessidades hídricas


e macronutrientes
 Segunda etapa: cálculo das necessidades de
micronutrientes e volume final
 Terceira etapa: análise da solução quanto a
osmolaridade, relação kcal não proteicas/ g N2;
velocidade de infusão.
1ª etapa – Cálculo da água e macronutrientes
 Necessidades hídricas (ml/dia)
 Necessidades calóricas (kcal/dia)
 Necessidades proteicas (g/dia e kcal/dia)
 Volume da sol. de aa conforme concentração padronizada
(6,7 a 15%)
 Necessidades lipídicas (g/dia)
 Volume da EL conforme concentração padronizada (10 ou
20%)
 Necessidade glicídicas (g/dia, kcal/dia, VIG)
 Volume da sol. glicídica conforme concentração padronizada
(5 a 70%)

VIG = velocidade de infusão de glicose


1) Necessidade hídrica
Oferta: 30 ml/ kg/ dia
Vol de água = 30 x 62 = 1860 ml/dia

2) Calorias totais
 Pacientes estáveis: 25 – 30 kcal/ kg/ dia (paciente pós-op)

Oferta: 30 kcal/kg/dia
VET: 30 x 62 = 1860 kcal/dia

3) Necessidade proteica
Oferta: 1,2g/ kg/ dia
1,2 x 62 = 74,4g de proteína/dia
74,4 x 4 kcal = 297,6 kcal/dia de proteína

4) Vol. sol. Aminoácidos


Sol. de aa – 10% (10g de aa por 100ml)
(74,4 x 100) / 10 = 744 ml de sol. de aa à 10%
5) Necessidade lipídica
Para saber a caloria/g de
Oferta: 1g de lipídio/ kg/ dia
lipídio, precisa saber qual
1g x 62 = 62g de lipídeo/dia sol será usada!!
Sol 20% = 2,0 kcal/ml
6) Calculo do volume da EL
Formula selecionada: EL (TCL/TCM) a 20%

100ml --- 20g de lipídeo


x --- 62g
X=(62 x 100) / 20 = 310 ml de EL a 20%

Kcal dos lipídios = 310 ml x 2 kcal/ml = 620 kcal

Necessidade energética remanescente: 1860 – (297,6 + 620) = 942,4 kcal


7) Fornecimento energético glicídico
Limite máx. de VELOCIDADE DE INFUSÃO DA GLICOSE (VIG): 5mg/kg/min
pacientes estáveis e 3mg/kg/min pacientes graves
Glicose monohidratada = 3,4 kcal /g

Oferta: 942,4 kcal/dia


1g ----- 3,4 kcal
x ------- 942,4 kcal
X= 277,17 g de glicose monohidratada

Para calcular VIG considerar quantidade de glicose (em mg) = 277,170 x 1000
peso paciente em kg x período de infusão em minutos (24h x 60 min)
1440 min

Então,
VIG = 277.170mg / (62 x 1440) =
VIG = 277.170mg / 89.280 =
VIG = 3,10 mg/kg/min
8) Cálculo do vol da sol de glicose
Oferta: sol de glicose a 50%

50g ---- 100ml


277,17 g ---- x
Vol de sol de glicose = 27717 / 50 = 554,34mL de sol de glicose à 50%
2ª etapa – Cálculo de micronutrientes e vol. final

 Fornecimento de minerais
 Fornecimento de vitaminas
 Fornecimento de elementos-traço
 Volume final da solução
9) Sódio Minerais
Oferta: 1 mEq/ kg/ dia

1 mEq de Na x 62 kg = 62 mEq /dia

Fonte: Cloreto de sódio a 20% (1 ml contém 3,4 mEq de Na)

1 ml de NaCl a 20% ---- 3,4 mEq de Na


X ml de NaCl a 20% ---- 62 mEq de Na
Volume de NaCl a 20% = 62/ 3,4 = 18,2 ml de cloreto de sódio a 20%

10) Fosfato
Oferta: 20 mmol/dia
Fonte: fosfato de potássio 2,0 mEq/ml
1 ml de fosfato de potássio 2,0 mEq/ml contém 1,1 mmol de P-

1 ml de fosfato de potássio 2 mEq/ml ---- 1,1 mmol de P-


X ml de fosfato de potássio 2 mEq/ml ---- 20 mmol de P-
Volume de fosfato de potássio 2 mEq/ml = 20/ 1,1 = 18,18 ml de fosfato de
potássio
11) Potássio Minerais
Oferta: 1 mEq/ kg/ dia
1 mEq de K x 62 kg = 62 mEq /dia

Quanto de K tem na solução de fosfato de K?


Cada 1 ml de fosfato de potássio 2 mEq/ml  2 mEq de K, então:

1 ml de fosfato de potássio 2 mEq/ml ---- 2 mEq de K


18,18 ml de fosfato de potássio 2 mEq/ml ---- X mEq de K
X = 18,18 x 2 = 36,36 mEq de K

Necessidade > Oferta na solução fosfato de potássio 2 mEq/ml  Falta 25,64 mEq de K
Complementar com cloreto de potássio (KCl) a 10%
Cada 1 ml de KCl a 10%  1,34 mEq de K e 1,34 mEq de Cl.

1 ml de KCl a 10% ---- 1,34 mEq de K


X ml de KCl a 10% ---- 25,64 mEq de K
X = 25,64/ 1,34 = 19,13 ml de KCl a 10%
12) Cálcio Minerais
Oferta: 10 mEq de Ca/ dia
Fonte: Gluconato de Calcio (C12H12O14H2O) a 10%
Cada 1 ml de Gluconato de Calcio a 10%  0,45 mEq de Ca

1 ml de Gluconato de Calcio a 10% ---- 0,45 mEq de Ca


X ml de Gluconato de Calcio a 10% ---- 10 mEq de Ca
X = 10/0,45 = 22,2 ml de Gluconato de Calcio a 10%

13) Magnésio
Oferta: 8 mEq de Mg / dia
Fonte: Sulfato de magnésio (MgSO47H2O) a 10%
Cada 1 ml de Sulfato de magnésio a 10%  0,8 mEq de Mg

1 ml de Sulfato de magnésio a 10% ---- 0,8 mEq de Mg


X ml de Sulfato de magnésio a 10% ---- 8 mEq de Mg
X = 8/ 0,8 = 10 ml Sulfato de magnésio a 10%
14) Fornecimento de vitaminas Vitaminas
Oferta: de acordo com a recomendação (Tabela 1.4)
Fonte: Frasco-ampola de vitaminas disponível comercialmente
Volume final: 5ml
Composição:
 Vitamina A: 3.500 UI
 Vitamina D3: 220 UI
 Vitamina E: 11,2 UI
 Vitamina C: 125 mg
 Vitamina B1: 3,51 mg
 Vitamina B2: 4,14 mg
 Vitamina B6: 4,53 mg
 Vitamina B12: 0,006 mg
 Vitamina B9: 0,414 mg
 Ácido pantotênico: 17,25 mg
 Biotina: 0,069 mg
 Nicotinamida: 46 mg
14) Fornecimento de oligoelementos Elementos-traço
Oferta: de acordo com a recomendação (Tabela 1.5)
Fonte: Frasco-ampola de oligoelementos disponível comercialmente
Volume final: 2 ml
Composição:
 Zinco: 5 mg
 Cobre: 0,5 mg
 Manganês: 0,6 mg
 Cromo: 10 µg
15) Cálculo do volume final da formulação

AA livre a 10%: 744 ml


Glicose a 50%: 554,34 ml Contribuição osmolar
Emulsão lipídica a 20%: 310 ml
Cloreto de sódio a 20%: 18,2 ml ----------------------> 100mmol
Fosfato de potássio 2 mEq/ml: 18,18 ml ----------------------> 20 mmol
Cloreto de potássio a 10%: 19,13 ml ---------------------->27,28 mmol
Gluconato de Ca a 10%: 22,2 ml ----------------------> 5 mmol
Sulfato de magnésio a 10%: 10 ml ----------------------> 4 mmol
Polivitamínico: 5 ml
Elementos-traço: 2 ml
Volume final: 1.703 ml

Volume estimado: 1860 ml/dia - 1703 ml = Falta 157 ml água de injeção


3ª etapa – Análise da formulação
OSMOLARIDADE
 Aminoácidos
Sol. AA a 10%  885 mOsm/L  (885 x 744 ml)/1000 = 658,44mOsm
 Emulsão Lipídica
EL (TCL/TCM) 20%  380 mOsm/L  (380 x 310ml)/1000 = 117,8 mOsm
 Glicose
Sol glicose a 50%  2778mOsm/L  (2778 x 554,34ml)/1000 =
1.539,95mOsm
 Eletrólitos
Contribuição osmolar dos eletrólitos = somatório = 156,28 mmol
 Osmolaridade total = soma = 2472,47 mOsm
 Osmolaridade por litro
2472,47 mOsm --- 1860 vol final
X --- 1000 ml
X = 1329,2 mOsm/L
3ª etapa – Análise da formulação

Razão kcal ñ proteica / g N2


74,4g ptn / 6,25 = 11,9 g N2
620 kcal dos lipídios + 942,4 kcal da glicose = 1562,4 kcal ñ proteica
kcal ñ proteica / g N2 = 131,2

Taxa de infusão = Vol total / 24h = 1860 / 24 = 77,5 ml/h

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