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Definição: Paciente crítico/grave é aquele que se encontra em risco iminente de perder a vida ou
função de órgão/sistema do corpo humano, bem como aquele em frágil condição clínica
decorrente de trauma ou outras condições relacionadas a processos que requeiram cuidado
imediato clínico, cirúrgico, gineco-obstétrico ou em saúde mental.
Trauma/Injúria
• Evento agudo que altera a homeostase do organismo, desencadeando resposta neuroendócrina
e imunológica, com efeitos metabólicos e cardiorrespiratórios que visam preservar algumas
funções vitais:
volemia • débito cardíaco • oxigenação tecidual • oferta e utilização de substratos energéticos
• O termo trauma é usado em um sentido amplo, que envolve várias situações clínicas de
diferentes naturezas e etiologias com repercussão ampla em todo o organismo:
Politrauma
• Intervenções cirúrgicas
• Sepse
• Queimaduras - Geralmente as características clínicas dessa resposta são qualitativamente
parecidas, independentemente da natureza da lesão.
• Hemorragias
• Pancreatite aguda
• Intervenções cirúrgicas, entre outros…
✔Primeira situação - consumo extremo, denominada aguda ou catabólica: Catabolismo de lipídios e proteínas; excreção urinária
de nitrogênio; balanço nitrogenado negativo
✔Segunda situação - também de maior demanda, porém, com predomínio de síntese e reparação ou anabólica.
Recuperação do estoque de lipídio e proteína; ganho de peso; balanço nitrogenado positivo;
depende da ingestão calórica adequada.
Alterações metabólicas
Carboidratos:
hiperglicemia é característica marcante do paciente crítico
maior resistência a insulina
cortisol, glucagon, adrenalina e GH + gliconeogênese acelerada leva a menor capacidade de
oxidação gerada pelo estresse limitando a utilização pelo organismo.
Capacidade oxidativa máxima de 5mg/kg/minuto
Proteína:
Produção energética cada vez mais dependente da proteólise muscular
Os aminoácidos gliconeogênicos (advindos da degradação muscular) irão servir de substrato
para gliconeogênese e para síntese de proteínas na fase aguda
Os AACR (leucina, isoleucina e valina) servirão de energia principalmente para o músculo: balanço
nitrogenado negativo e maiores perdas urinárias de potássio, fósforo e magnésio
Lipídios:
Elevação das catecolaminas + elevação da relação glucagon/insulina acarreta na lipólise
acelerada com liberação de ácidos graxos livres formando cetonas (fonte de energia).
Objetivos: dar suporte nutricional fornecendo combustíveis exógenos para restaurar massa
magra, apoiar o paciente durante toda a resposta orgânica ao estresse.
Drogas vasoativas:
Importante não apenas na indicação da melhor terapia nutricional e dos melhores substratos
nutricionais a serem utilizados, mas também porque ajuda a classificar o nível de estresse
provocado pela lesão
Avaliação Nutricional
Antropometria: acesso difícil e mascarada pelo edema
• Histórico alimentar: paciente incapaz de responder perguntas
• Albumina, pré-albumina, transferrina e proteína ligadora de retinol - redução em prol da síntese
das proteínas de fase aguda, fatores de coagulações e das proteínas e células relacionadas à
defesa imunológica e da reparação dos tecidos lesados.
• Albumina baixa não é necessariamente sinal de terapia nutricional ineficaz, mas, sim, de
gravidade.
Tratamento Nutricional
Na fase flow quando o paciente estiver estável hemodinamicamente isso significa que o paciente
deve estar com:
OBS: Não iniciar em sinais clínicos de hipoperfusão (taquicardia, hipotensão, extremidades frias e
TEC prolongado)
Como determinar o risco nutricional do paciente crítico?
Aspen e Braspen indicam o NUTRIC SCORE e NRS 2002 para identificar os pacientes que podem
ser beneficiados com a TN
Todo paciente gravemente doente que permanecer por mais de 48h na UTI deve ser considerado
em risco de desnutrição (ESPEN 2019)
Braspen, 2018:
•Iniciar com uma oferta energética mais baixa, cerca de 15 a 20 kcal/kg/dia
• Progredir para 25 a 30 kcal/kg/dia após o quarto dia dos pacientes em recuperação.
• Caso disponha de Calorimetria Indireta, deverá ofertar na fase inicial entre 50% e 70% do gasto
energético aferido.
Regra de bolso parece ser superior ao uso de equações preditivas mais complexas
Não superalimentar o paciente pois pode causar complicações como: hiperglicemia, esteatose,
produção elevada de CO2 – insuficiência respiratória e prolongar ventilação mecânica
Necessidades Energéticas
Proteína
Espen 2019: ao menos 1,3 g/kg/dia
Aspen 2016 e Braspen 2018: 1,2-2 g/kg/dia
Paciente obeso:
- Maior ou igual 2g/kg de peso ideal (IMC 30-40)
- Maior ou igual 2,5 g/kg de peso ideal (IMC > 40)
Via de administração:
A via enteral é a via preferida para alimentar doentes críticos - visa integridade funcional e
trofismo do TGI
Via gástrica ou via pós pilórica (administração contínua) quando se tem alto risco de aspiração
Tipo de fórmula:
Padrão - polimérica (isotônica 1,0 - 1,5 kcal/kg)
Oligomérica (se má absorção e diarreia persistente)
Não interromper dieta em caso de diarréia - alimentação enteral deve ser continuada enquanto
avalia-se a etiologia da diarreia para determinar o tratamento adequado
Monitorização: Resíduo gástrico não deve ser monitorado como rotina - se usar, o limite para
suspender a NE é resíduo mínimo de 500mL
Arginina, EPA, DHA, glutamina e ácidos nucleicos não devem ser utilizados na sepse grave
Probióticos Aspen 2016 : Uso de probióticos apesar de ser seguro em pacientes na UTI, não há
recomendação para uso do mesmo como rotina na UTI
Probióticos Braspen 2018: O uso de probióticos pode ser indicado em doentes críticos
selecionados, desde que não haja imunossupressão.
Aula Úlcera de Pressão
Etiologia
Pontos de Pressão:
Estágios
Categoria/Estágio 1: Pele intacta, mas com vermelhidão não inflamável por> 1 hora após o
alívio da pressão.
Tratamento:
Quatro princípios fundamentais:
Conduta:
•Avaliação do Estado Nutricional e de hidratação deve ser realizada em pacientes com
risco de úlcera de pressão
• Desnutrição e desidratação – perda de massa muscular e gordura podem salientar
proeminências ósseas e dificultar mobilidade – maior risco para Lesão por pressão
• Desnutrição e alteração do balanço hídrico – favorecimento de edema e redução do
fluxo sanguíneo para a pele favorecendo isquemia e contribuindo para lesão
Nutrientes essenciais:
Cubitan ( Danone ) = 1,25kcal/ml, Hiperproteico, acrescido de arginina e com alto teor de
zinco, selênio, vitaminas C, A e E emix de carotenoides.
Novasource Proline (Nestlé) = Com Prolina e Arginina, Alto teor de Zinco, Selênio,
Vitaminas A, E e C, Sem adição de sacarose e com Amido de Tapioca, Fórmula
Hiperproteica: 20g/ptn em 200 mL, 1,4kcal/ml